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vi-004 - aproveitamento dos subprodutos de destilarias de

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XXVII Congresso Interamericano <strong>de</strong> Engenharia Sanitária e Ambiental<br />

Fig 1: Fluxograma esquemático da produção <strong>de</strong> álcool sem (Fig 1 a , esquerda) e com (Fig 1 b , direita) <strong>de</strong><br />

<strong>vi</strong>nhoto e produção <strong>de</strong> energia e vapor a partir do biogás gerado.<br />

O caldo <strong>de</strong> cana é colocado em tanques (dornas), juntamente com a levedura que irá converter a sacarose em álcool,<br />

num processo <strong>de</strong> fermentação que leva geralmente 12 a 24 horas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da qualida<strong>de</strong> da cepa <strong>de</strong> levedura e da<br />

concentração final do álcool. As melhoras cepas po<strong>de</strong>m produzir um <strong>vi</strong>nho com um teor <strong>de</strong> álcool <strong>de</strong> até 8%, mas<br />

na média da safra a porcentagem será bem menor que a máxima. Para minimizar o surgimento <strong>de</strong> microorganismos<br />

(notadamente bactérias) que po<strong>de</strong>riam gerar produtos não <strong>de</strong>seja<strong>dos</strong> a partir da sacarose, aplica-se ácido para baixar<br />

o pH para um valor entre 3 e 4 ou então se adiciona biocidas específicos.<br />

Quando a conversão do açúcar em álcool é completa, o <strong>vi</strong>nho resultante passa por um processo <strong>de</strong> centrifugação<br />

para separar a levedura. Parte <strong>de</strong>sta é reutilizada nas dornas em bateladas posteriores e o restante é utilizado para<br />

ração <strong>de</strong> animais. A separação das fases na centrifugação é incompleta e uma concentração consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> sóli<strong>dos</strong><br />

em suspensão (em gran<strong>de</strong> parte levedura) permanece no <strong>vi</strong>nho.<br />

Após a centrifugação a fase líquida é <strong>de</strong>stilada, resultando na produção <strong>de</strong> álcool no topo da coluna <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação e<br />

uma água residuária, chamada <strong>de</strong> <strong>vi</strong>nasse ou <strong>vi</strong>nhoto, na base. Como o teor <strong>de</strong> álcool no <strong>vi</strong>nho é <strong>de</strong> no máximo 8 %,<br />

a proporção mínima <strong>vi</strong>nhoto/álcool é 0,92/0,08 ou 12 l álcool/l <strong>vi</strong>nhoto. Na prática, levando em conta outras águas<br />

residuárias (lavagens do chão e da cana) e consi<strong>de</strong>rando que nem sempre se tem um <strong>vi</strong>nho <strong>de</strong> 8 %, uma estimativa<br />

realista para as condições no Nor<strong>de</strong>ste do Brasil é <strong>de</strong> 1:18 a 1:20 l álcool/l <strong>vi</strong>nhoto. Estabeleceu-se que,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da proporção <strong>de</strong> álcool/<strong>vi</strong>nhoto, a massa <strong>de</strong> material orgânico na água residuária se mantém<br />

essencialmente constante em 500 kg <strong>de</strong> DQO por m 3 <strong>de</strong> álcool produzido. Dessa maneira espera-se uma<br />

concentração da DQO em torno <strong>de</strong> 500/20 25 g/l para uma proporção <strong>vi</strong>nhoto/álcool <strong>de</strong> 20 l/l.<br />

A Fig. 1a mostra esquematicamente o fluxograma da produção <strong>de</strong> álcool a partir <strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>-açúcar. Observa-se na<br />

Fig. 1a, somente uma fração <strong>de</strong> 38 % da energia da cana é convertida em álcool, enquanto 12 % permanecem no<br />

<strong>vi</strong>nhoto e 50 % no bagaço. Em muitas <strong>de</strong>stilarias aproximadamente meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste bagaço é queimada para gerar o<br />

vapor necessário para a produção do álcool. Em adição usa-se também cerca <strong>de</strong> 240 kWh por m 3 <strong>de</strong> álcool energia<br />

elétrica, normalmente da re<strong>de</strong> pública, para acionamento <strong>de</strong> motores e outras aplicações. Os <strong>subprodutos</strong> da<br />

produção <strong>de</strong> álcool, notadamente o bagaço e o <strong>vi</strong>nhoto, têm uma utilida<strong>de</strong> muito limitada e muitas vezes po<strong>de</strong>m ser<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> mais como resíduos (com valor econômico negativo) que <strong>subprodutos</strong>.<br />

Presentemente na maioria das <strong>de</strong>stilarias o <strong>vi</strong>nhoto é uma água residuária com valor negativo. Em muitos casos a<br />

melhor opção para se dar um <strong>de</strong>stino final a este resíduo é aplicá-lo nos próprios cana<strong>vi</strong>ais, aproveitando-se assim<br />

<strong>dos</strong> nutrientes nele contido. Toda<strong>vi</strong>a, o uso na irrigação é problemático por causa da alta concentração <strong>de</strong> material<br />

orgânico bio<strong>de</strong>gradável, que "queima" as folhas da cana <strong>de</strong> modo que po<strong>de</strong> ser aplicado somente logo <strong>de</strong>pois da<br />

corte quando não há folhas. Outro problema á a alta concentração <strong>de</strong> potássio que limita a aplicação <strong>de</strong> <strong>vi</strong>nhoto em<br />

600 m 3 /ano aproximadamente. Sabendo-se que num ha <strong>de</strong> cana po<strong>de</strong>-se produzir em torno <strong>de</strong> 75 t/ano <strong>de</strong> cana, que<br />

po<strong>de</strong>m gerar 5 m 3 <strong>de</strong> álcool e, portanto 100 m 3 <strong>de</strong> <strong>vi</strong>nhoto, conclui-se que para distribuir o <strong>vi</strong>nhoto sobre os<br />

ABES - Associação Brasileira <strong>de</strong> Engenharia Sanitária e Ambiental<br />

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