Edição 3 e 4 - Jornal Folha Cidade Baixa

DILTON SANTIAGO
Fotos: RYCON
ENTREVISTA
Jornal Folha da Cidade Baixa - 31 de Maio a 30 de Junho de 2011
Folha da Cidade Baixa – O nome
do senhor surgiu como pré- candidato
pelo PSB à sucessão do prefeito
João Henrique. Como andam as discussões
em torno dos nomes dentro
do partido, já que a senadora Lídice
da Mata tem defendido o nome de
João Jorge?
Deputado Capitão Tadeu – Não
existe o nome preferencial de João Jorge
dentro do partido, pelo contrário,
João Jorge se fi liou ao PSB não como
candidato, mas para colaborar com o
partido, para fortalecer o socialismo
aqui na Bahia. Mas não há nenhuma
condição de ser candidato. Neste momento,
há uma decisão nacional que o
PSB lançe candidato a prefeito de Salvador.
O PSB tem vários nomes, tem
o de Lídice da Mata, tem o do capitão
Tadeu, o de Domingos Leonelli, o
que o partido vai fazer é discutir por
exemplo, no caso de Lídice, que é um
grande nome, se vale à pena, politicamente,
abrir mão de tê-la no senado
ou indicá-la para ser prefeita de Salvador.
É uma discussão que vai ter que
haver. Até agora, como pré-candidato,
só há a indicação do meu nome, que
foi lançado pela ala jovem do PSB.
Então outros nomes devem surgir, e é
bom que surjam para fortalecer o debate
de ideias dentro do partido.
Folha – Em recente pesquisa para
prefeito de Salvador aparece o deputado
ACM Neto na preferência
do eleitorado. Esse “resultado” demonstra
a insatisfação da população
com o atual modelo político, seja
municipal ou estadual?
DCT – Não. Na última eleição,
este nome também largou na frente
e acabou em terceiro lugar. Isso aí é
uma questão de herança familiar, representada
pelos votos cativos de seu
Deputado Estadual Capitão Tadeu:
É preciso ouvir a população
Antonio Tadeu Nascimento Fernandes, o CAPITÃO TADEU, nascido em 21 de maio de 1961, nos Dendezeiros, bairro da Cidade
Baixa, em Salvador. Aos 10 anos, mudou-se para a Boa Viagem, residindo também no bairro de Roma. O deputado Capitão Tadeu
é conhecido pelo seu perfi l inquieto, irreverente, contestador e polêmico. A vida política do Capitão Tadeu começou em 1996,
elegendo-se vereador pelo PSD aos 35 anos, quando não mais suportava as perseguições dentro da Polícia Militar, perpetradas por
aliados de Antonio Carlos Magalhães, em razão do movimento de 11 ofi ciais da PM, em 1992, por melhores salários. Hoje exercendo
o cargo de deputado estadual pelo PSD, Tadeu é pré-candidato à sucessão do prefeito João Henrique.
O deputado Capitão Tadeu acredita que seus projetos devolverão aos baianos a alegria
de morar em uma das mais belas capitais do país.
avô, o ACM, que são transferidos para
o neto.
Folha – Aliás, a pesquisa não citou
o nome do senhor. Isso sugere
falta de credibilidade por parte do
instituto?
DCT – Não. Porque é um instituto
novo, não detém ainda a expertise política
de Salvador, e não tinha conhecimento
do meu nome como pré-candidato.
De qualquer forma, pesquisa
neste momento não diz nada, pelo
fato de que 56% da população ainda
não defi niram o seu voto, os 44%
que declararam o voto, podem, até a
eleição, mudar de opinião, de modo
que pesquisa agora não diz nada. Na
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última campanha para prefeito, João
Henrique era o último colocado, com
um índice de rejeição de mais de 60%,
e terminou ganhando a eleição. Portanto,
pesquisa de início não quer dizer
nada.
Folha – Como o senhor vê a declaração
do vice-prefeito Edvaldo
Brito, que a prefeitura enfrenta uma
crise de gestão, causada pela falta de
planejamento, o que ele denominanou
de “bagunça generalizada”?
DCT – Ele está sentindo na pele o
que eu sentia quando exerci o mandato
de vereador. O prefeito oscila muito,
administrativamente e politicamente,
é so ver a quantidade de secretários
que já passaram pelo seu governo. A
Transalvador, por exemplo, chegou a
ter dirigentes lá por 15 dias, isso gera
realmente um problema administrativo
muito grave.
Folha – Como o senhor avalia o
governo João Henrique?
DCT – Eu não avalio bem, não. Eu
acho que falta uma continuidade política
e administrativa a João Henrique,
que já passou por três partidos nessa
gestão dele, e em cada partido que ele
se fi lia, acontece uma renovação nos
quadros políticos e administrativos da
prefeitura e isso não é bom para a cidade.
Há um desequilíbrio muito grave
na administração de Salvador.
Folha – A região da Cidade Baixa
carece de obras estruturantes, assim
como toda Salvador. Há obras de
responsabilidade da Conder e outras
da prefeitura, algumas, que já
deveriam estar concluídas, estão paradas
há quase um ano, outras, nem
começaram. Qual a sua opinião a
esse respeito?
DCT – Essa questão da Cidade
Baixa é fruto dessa desorganização
administrativa que o vice-prefeito
denunciou. Tenho um carinho muito
grande pela Cidade Baixa, é o lugar
onde passei toda minha infância. Eu
morei na Boa Viagem e também no
Largo de Roma. Hoje, quando visito a
Cidade Baixa, fi co muito triste em ver
o que está acontecendo lá. A Cidade
Baixa é uma região de características
culturais, ela emana cultura, então...
além de obras, tem que se investir em
ações culturais para dinamizar o comércio
da Cidade Baixa, dinamizar
o lado social, a redução da violência
através da cultura e esporte, que são
duas tendências naturais dessa importante
região da cidade.
Folha – As fi nanças da prefeitura,
como todos sabem, não são boas.