BAIRROS <strong>Jornal</strong> <strong>Folha</strong> da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> - 31 de Maio a 30 de Junho de 2011 Prefeitura abre diálogo através da ouvidoria, moradores reagem: “A GENTE JÁ NÃO AGUENTA MAIS” 8
A reunião promovida pela ouvidoria municipal permitiu que os moradores declarassem suas principais queixas, tais como saneamento básico e alagamentos (falta de macro-drenagem), incômodo das obras no entorno, ausência de estímulo à arte para os jovens da região, poluição sonora, defi ciências na saúde, segurança pública, entre outras. Participaram o ouvidor geral Humberto Viana, o gestor do Sistema Integrado de Atendimento Regional (Siga), Elney Pitangueira de Andrade e Francisco de Assis, da Central de Planejamento e Acompanhamento das Ações de Descentralização Administrativa (CEPAD). Além de diversas representações comunitárias da região da Península e Subúrbio Ferroviário. 9 Polêmica Por Luciana Zacarias Toda <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> convive com problemas crônicos, como falta de acessibilidade, limpeza, transporte público inefi ciente e carência em infraestrutura. Moradores da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong> reuniram-se com representantes da Ouvidoria Geral do Município de Salvador no último dia 10, no auditório do Colégio Estadual Costa e Silva, com o objetivo de discutir ações de melhoria para a Península Itapagipana. A reunião técnica permitiu que os moradores declarassem suas principais queixas, tais como saneamento básico e alagamentos (falta de macro-drenagem), incômodo das obras no entorno, ausência de estímulo à arte para os jovens da região, poluição sonora, defi ciências na saúde, segurança pública, entre outras. Para compor a mesa, participaram o ouvidor geral Humberto Viana, o gestor do Sistema Integrado de Atendimento Regional (Siga), Elney Pitangueira de Andrade e Francisco de Assis, da Central de Planejamento e Acompanhamento das Ações de Descentralização Administrativa (CEPAD). Para a líder comunitária Gildete Silva, um dos principais transtornos é a falta de avisos à população em casos de obras. Segundo ela, situações como essa já foram causa até mesmo de mortes na região. “Os moradores não são consultados”, afi rma. O morador Raimundo Nascimento chama atenção para a urgência da necessidade em realizar Representantes de diversas Associações de Moradores, discutiram os principais problemas da península e Subúrbio Ferroviário. macro-drenagem em áreas como a <strong>Baixa</strong> do Petróleo, Mangueira, <strong>Baixa</strong> do Fiscal e ruas do Uruguai. “Não existe na região área de descarte de entulho. Além disso, é preciso também cuidar de áreas vizinhas como o Lobato, que está intimamente ligado aos problemas da Ribeira”, acredita. Figura atuante da <strong>Cidade</strong> <strong>Baixa</strong>, Jorge Souza ou “Jorginho do Reggae”, do Grupo Cultural Samba Terra, também fez suas considerações. “Por que não transformar os prédios abandonados em ofi cinas de arte?”, alude para a importância no combate às drogas, fl agelo que atinge, sobretudo, o segmento jovem. Ainda em pequena escala, ideias como a do músico já vêm sendo pauta de discussão do governo, que investirá na instalação física da Associação Fábrica Cultural, da cantora Margareth Menezes, a ser sediado no antigo prédio da fábrica Barreto de Araújo. “Infelizmente, temos no Brasil a cultura da não-resposta. Precisamos da participação popular para legitimar o exercício da cidadania. Esse contato não acaba aqui. A população precisa cobrar”, concluiu Humberto Viana. Sua afi rmação foi uma resposta à justifi cativa dos moradores sobre a pequena participação popular na ocasião, que, segundo eles, deve-se à descrença das promessas do governo e falta de retorno. Segundo Reginaldo de Souza, gestor da Associação Benefi cente e Democrática de Alagados e Itapagipe (Abdai), já foram realizados abaixo-assinados com até 2 mil pessoas, para resolver questões como o alagamento da região, sem resultado. “Se continuar dessa forma, não vai para lugar nenhum”, disse. De acordo a Assessoria de Comunicação da Conder, as obras na Ribeira foram paralisadas devido à necessidade de realizar adequações no projeto de revitalização, que foram apresentadas pela prefeitura municipal e que estão sendo analisadas pela Caixa Econômica Federal. Após a aprovação das adequações no projeto pela Caixa Econômica Federal e a retomada das obras, será elaborado um novo cronograma que estabelecerá o prazo de conclusão”.