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Ano 07 Ed 83 Mar 2007 - Colégio de Umbanda Sagrada Pena Branca

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Página -4 São Paulo, <strong>Mar</strong>ço <strong>de</strong> 20<strong>07</strong> Jornal <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong> <strong>Sagrada</strong><br />

Baluartes da <strong>Umbanda</strong> na TV Espiritualista<br />

Rubens Saraceni: Hoje nós temos<br />

um convidado muito especial, nosso querido<br />

Pai Élcio <strong>de</strong> Oxalá, com um trabalho<br />

reconhecido no Brasil e no exterior, que<br />

hoje nos <strong>de</strong>ixa a sua biografia. Gostaria<br />

que o senhor <strong>de</strong>ixasse registrado um<br />

histórico <strong>de</strong> quando veio essa coisa <strong>de</strong><br />

<strong>Umbanda</strong> e da curimba que tomaram essa<br />

proporção tão gran<strong>de</strong>.<br />

Pai Élcio: Comecei a trabalhar na<br />

<strong>Umbanda</strong> em 1950. Tinha 14 anos e a<br />

minha mãe, que era católica, não aceitava<br />

que a gente falasse <strong>de</strong> espiritismo, dizia:<br />

“- Nossa Senhora, feitiçaria!” Mas eu tinha<br />

uma missão para cumprir. Continuei a ir<br />

escondidinho da minha mãe. Sempre dava<br />

um jeitinho <strong>de</strong> ir na minha mesa branca,<br />

tomar um passe, receber a orientação<br />

dos mentores...<br />

Rubens Saraceni: Quando a sua<br />

mediunida<strong>de</strong> aflorou?<br />

Pai Élcio: Por volta dos meus 18<br />

anos, estando na maiorida<strong>de</strong>, pu<strong>de</strong> ir pela<br />

primeira vez em um terreiro e foi aí que<br />

eu consegui saber que se tratava <strong>de</strong> uma<br />

coisa mais séria, que tinha mesmo haver<br />

comigo e não dava para dispensar a<br />

espiritualida<strong>de</strong>. Foi em um Templo <strong>de</strong><br />

<strong>Umbanda</strong> chamado Padre José <strong>de</strong> Alencar<br />

que já nem existe mais.<br />

Rubens Saraceni: Aconteceu lá o<br />

que acontece com 90% dos centros <strong>de</strong><br />

<strong>Umbanda</strong>. Quando os dirigentes <strong>de</strong>sencarnam<br />

dificilmente tem um her<strong>de</strong>iro já<br />

aceito pelos outros médiuns para que<br />

assumir pacificamente os trabalhos.<br />

Então, a maioria <strong>de</strong>sses médiuns, às vezes<br />

com vinte, trinta anos <strong>de</strong> trabalho, abrem<br />

suas próprias casas e começam construir<br />

toda uma estrutura novamente. Então,<br />

particularmente, não sei se melhor seria<br />

permanecer a estrutura, ou se é melhor<br />

dissolvê-la e cada um começar um novo<br />

trabalho renovado.<br />

Pai Élcio: De minha parte, acho que<br />

<strong>de</strong>veria ser mantida aquela estrutura. Teríamos<br />

tantas histórias boas para relatar!<br />

Sou testemunha <strong>de</strong> fatos maravilhosos<br />

que aconteceram lá, e hoje, isso se per<strong>de</strong>u<br />

no tempo, pois não existe qualquer<br />

registro. Lembro-me <strong>de</strong> uma entida<strong>de</strong><br />

que baixava lá, e se que se apresentava<br />

como um padre. Certa vez, <strong>de</strong>pois da<br />

passagem <strong>de</strong>le, veio um mentor daquela<br />

casa e ele então, pegou uma garrafa branca<br />

com água e colocou um pano escuro<br />

atrás e fazendo aparecer <strong>de</strong>ntro da garrafa,<br />

uma pessoa que estava fazendo mal<br />

para a outra. A gente via bem o rosto!<br />

Rubens Saraceni: <strong>Pena</strong> que não<br />

ficaram registros <strong>de</strong>ssas coisas. O propósito<br />

<strong>de</strong>sse programa é justamente resgatar<br />

essas memórias para enriquecer a<br />

<strong>Umbanda</strong> nas gerações futuras. Vamos<br />

voltar no tempo. On<strong>de</strong> o senhor nasceu?<br />

Pai Élcio: Em Varginha, no sul <strong>de</strong><br />

Minas Gerais no dia 9 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1937.<br />

Rubens Saraceni: E como veio essa<br />

coisa do gosto pela música, pela curimba<br />

e pelo atabaque?<br />

Pai Élcio: Por volta <strong>de</strong> 1975 eu fui<br />

apresentado a um Baluarte, Sebastião<br />

Campos que dirigia a Fe<strong>de</strong>ração Espírita<br />

<strong>de</strong> São Paulo. Ele fazia umas reuniões<br />

aos domingos lá e eu era convidado. Lá,<br />

ele cantava o hino da Fe<strong>de</strong>ração, eu o<br />

aprendi e comecei a cantá-lo, e muitas<br />

pessoas ficaram admiradas. Fui chegando<br />

<strong>de</strong>vagar na casa, e aí foi começando meu<br />

primeiro trabalho. Lá conheci também<br />

Olívio Biquete.<br />

Rubens Saraceni: O senhor possui<br />

uma voz privilegiada. Como foi seu contato<br />

com a curimba, e tornar-se o curimbeiro<br />

oficial da <strong>Umbanda</strong>?<br />

Pai Élcio: Me convidaram para estar<br />

na Festa <strong>de</strong> Ogum realizada por Pai Jamil<br />

no Ibirapuera. Quando vi a imagem <strong>de</strong><br />

Ogum se aproximando e o pessoal jogando<br />

flores, eu disse: “- Oh meu Deus!<br />

Quem me <strong>de</strong>ra po<strong>de</strong>r estar lá em cima<br />

cantando para o meu Pai Ogum!” As coisas<br />

começaram por aí. No ano seguinte,<br />

meu Pai Ogum me chamou lá para cima.<br />

Me apresentou pai Milton Fernan<strong>de</strong>s e<br />

eu ingressei na Curimba <strong>de</strong>le, a primeira<br />

escola <strong>de</strong> curimba do Brasil.<br />

Rubens Saraceni: Muito importante<br />

esse registro. Já falamos <strong>de</strong> Sebastião<br />

Campos e agora Pai Milton Fernan<strong>de</strong>s,<br />

sobre o qual temos pouca coisa documental,<br />

apesar <strong>de</strong> muitos o terem conhecido<br />

e se beneficiado do trabalho <strong>de</strong>le. Pai<br />

Élcio <strong>de</strong> Oxalá é presi<strong>de</strong>nte da escola <strong>de</strong><br />

Curimba Élcio <strong>de</strong> Oxalá que já formou<br />

sei lá quantas pessoas. Vamos falar um<br />

pouco sobre os pontos cantados.<br />

Pai Élcio: O ponto cantado é que<br />

<strong>de</strong>termina a hora em que nós <strong>de</strong>vemos<br />

chamar as entida<strong>de</strong>s. Às vezes, por falta<br />

<strong>de</strong> conhecimento, o coitado do nosso<br />

irmãozinho que está na frente <strong>de</strong> uma<br />

curimba, na hora que a entida<strong>de</strong> bate no<br />

peito e diz que vai para Aruanda ele canta:<br />

“Oxalá mandou; Ele mandou buscar...”<br />

E o caboclo então, dá uma olhadinha<br />

pra ele e na sua educação maravilhosa<br />

dá uma volta, um abraço em cada<br />

um. E ele continua cantando. Aí o caboclo<br />

abraça todo mundo e vai embora<br />

sem ponto. E às vezes nem se percebe<br />

que se canta um ponto <strong>de</strong> chamada na<br />

hora da subida. É muito importante saber<br />

as colocações, a hora que <strong>de</strong>ve-se cantar,<br />

ou não. Senão a gente acaba confundindo<br />

as entida<strong>de</strong>s.<br />

Rubens Saraceni: O trabalho <strong>de</strong><br />

<strong>Umbanda</strong> tem toda uma seqüência que<br />

começa pelo canto <strong>de</strong> <strong>de</strong>fumação, abertura<br />

<strong>de</strong> trabalho, hino da <strong>Umbanda</strong>, canto<br />

para Oxalá, canto para as linhas <strong>de</strong> Orixá.<br />

Às vezes alguns cantam na abertura para<br />

a esquerda também, aí vem o canto <strong>de</strong><br />

chamada, firmeza do Orixá da casa.<br />

Pai Élcio: Louvações... Se a gente<br />

quiser fazer uma saudação a Oxalá, a<br />

gente está cantando para o Pai Maior,<br />

que é uma entida<strong>de</strong> máxima na nossa<br />

espiritualida<strong>de</strong>, para o qual eu acredito<br />

não ter ponto <strong>de</strong> chamada nem <strong>de</strong><br />

subida. Quem é que vai mandar Oxalá<br />

embora? Ele não vai, ele está!<br />

Rubens Saraceni: Ele está o tempo<br />

todo. Não conheço um ponto <strong>de</strong> subida<br />

<strong>de</strong> Oxalá, só <strong>de</strong> louvação. Nunca tinha<br />

prestado atenção. São interessantes essas<br />

coisas sobre os pontos cantados porque<br />

existem pontos aos quais recorremos,<br />

como os <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarrego, que tem <strong>de</strong> ser<br />

um ponto forte <strong>de</strong> chamamento do po<strong>de</strong>r<br />

através da música.<br />

Pai Élcio: O ponto cantado é uma<br />

prece. A firmeza do terreiro é o ponto<br />

cantado.<br />

Rubens Saraceni: Eu já vi casos<br />

em que se percebe uma sobrecarga muito<br />

gran<strong>de</strong> no centro, e então o Guia mandar<br />

cantar um ponto <strong>de</strong> tal Orixá. A gente<br />

sabe que é um ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga e então<br />

à medida que vai cantando aquele ponto,<br />

tudo muda. A falange daquele Orixá <strong>de</strong>sce<br />

como que envolvendo toda aquela carga<br />

negativa e indo embora.<br />

Pai Élcio: Uma vibração<br />

fora <strong>de</strong> série! Eu costumo<br />

recomendar às pessoas.<br />

Muitas vezes o dirigente está<br />

ocupado durante os trabalhos<br />

e uma irmãzinha passa<br />

mal na assistência, às vezes<br />

é a primeira vez que está lá.<br />

Está super carregada <strong>de</strong><br />

cargas negativas, se sentiu<br />

mal e caiu lá. Aí todo mundo<br />

diz: “Canta um ponto para<br />

o Pai Ogum pra levantar<br />

aquela irmãzinha!”<br />

Rubens Saraceni: O conhecimento<br />

hoje dos pontos <strong>de</strong>ntro da <strong>Umbanda</strong><br />

graças ao seu trabalho e <strong>de</strong> outras pessoas<br />

está começando a se disseminar. Temos à<br />

nossa disposição livros com os pontos cantados<br />

<strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong>, com as letras, sem a<br />

música. Os pontos tem um fundamento<br />

por trás. Hoje não temos muitos CDs mas<br />

houve um tempo que havia muitos Long<br />

Plays à nossa disposição. O senhor chegou<br />

a gravar LPs não é?<br />

Pai Élcio: Sim. Eu gravei a minha<br />

primeira música há muito tempo, que<br />

falava assim: “Meu pai, caminha com eu<br />

agora; Meu pai, caminha com eu agora;<br />

Sou filho seu pequenino; Minha missão<br />

é tão gran<strong>de</strong>; Valei-me Nossa Senhora;<br />

Valei-me Jesus menino”. Essa foi a minha<br />

primeira gravação. Certa vez, eu estava<br />

numa festivida<strong>de</strong> e a Preta Velha chorou.<br />

Eu estava cantando para ela e as lágrimas<br />

<strong>de</strong>sciam. Aí o cabone veio me perguntar<br />

o motivo e eu lhe disse:“- Sabe meu filho,<br />

esse ponto tem um fundamento tão<br />

gran<strong>de</strong>... tão gran<strong>de</strong>, que a Preta Velha<br />

realmente memorizou muita coisa através<br />

<strong>de</strong>le. O ponto era o seguinte:<br />

Fio se suncê precisar; É só pensar na<br />

vovó que ela vem te ajudar; Fio se suncê<br />

precisar; É só pensar na vovó que ela<br />

vem te ajudar;<br />

Pense numa pisada longa zifinho; Lá<br />

no seu jacutá; Numa casinha branca<br />

zifinho; Que a vovó tá lá;<br />

Sentada num banquinho tosco zifinho;<br />

Com a sua rosária na não; Pense na Preta<br />

Velha zifinho; Fazendo oração; Pense na<br />

Preta Velha zifinho; Fazendo oração.<br />

Rubens Saraceni: Esse é antigo.<br />

sim. São pontos como este que não sabemos<br />

como cantá-lo no centro porque<br />

nos falta a melodia.<br />

Pai Élcio: O J.B. <strong>de</strong> Carvalho foi um<br />

dos que mais nos trouxe pontos <strong>de</strong> raiz.<br />

Rubens Saraceni: Eu tenho vários<br />

discos do J.B. <strong>de</strong> Carvalho. Só não tenho<br />

mais a vitrolinha para tocá-los. (risos).<br />

Nós conhecemos o Pai Élcio só como Pai<br />

Élcio <strong>de</strong> Oxalá e não nos preocupamos<br />

com o sobrenome mas é Élcio Xavier não<br />

é? Fale-nos como foram esses trinta e<br />

poucos anos cantando a <strong>Umbanda</strong>.<br />

Pai Élcio: Eu era muito ligado à matéria,<br />

gostava <strong>de</strong> um bolero, era cantor<br />

<strong>de</strong> samba, cantor da noite e tal. Mas veio<br />

o momento <strong>de</strong> me <strong>de</strong>sligar <strong>de</strong> tudo isso.<br />

Quando minha Preta Velha <strong>de</strong>sceu e falou<br />

que à partir daquele momento estava começando<br />

um novo trabalho, parei com<br />

tudo e ingressei na escola <strong>de</strong> Curimba<br />

Pai Milton Fernan<strong>de</strong>s. Um homem maravilhoso,<br />

muito bom <strong>de</strong> coração e <strong>de</strong> espiritualida<strong>de</strong>.<br />

Quando ele faleceu, eu fiquei<br />

junto com a filha <strong>de</strong>le fazendo um trabalho<br />

junto com a escola. Foi lá on<strong>de</strong> eu<br />

comecei a ter uma sala para dar aulas <strong>de</strong><br />

canto e ali eu formei vários alunos. Naquele<br />

tempo, só tinha a Escola <strong>de</strong> Curimba<br />

Milton Fernan<strong>de</strong>s, nascendo <strong>de</strong>pois a<br />

Escola <strong>de</strong> Curimba Pombinho Branco que<br />

era <strong>de</strong> Demétrios Domingues. Depois conheci<br />

o Severino Sena que foi meu aluno<br />

e <strong>de</strong> lá nós formamos a Escola <strong>de</strong> Curimba<br />

Élcio <strong>de</strong> Oxalá.<br />

Rubens Saraceni: Uma caminhada.<br />

O senhor tem noção <strong>de</strong> quantos cantores,<br />

curimbeiros, tocadores <strong>de</strong> atabaque<br />

já formou ao longo <strong>de</strong>sses anos?<br />

Pai Élcio: Cerca <strong>de</strong> 300 ou 400 Ogãs.<br />

Rubens Saraceni: Hoje são promovidos<br />

vários concursos <strong>de</strong> pontos cantados<br />

<strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong>. No passado esse tipo<br />

<strong>de</strong> evento existia?<br />

Pai Élcio: Nós não tínhamos quase<br />

eventos em São Paulo e Minas. Eventos<br />

públicos somente festa <strong>de</strong> São Cosme e<br />

Damião, a <strong>de</strong> Ogum que o Pai Jamil fazia<br />

no Ibirapuera e a Festa <strong>de</strong> Oxóssi realizada<br />

por Joana Amparato que era do<br />

Primado <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong>. A Escola <strong>de</strong> Curimba<br />

Milton Fernan<strong>de</strong>s fez o primeiro Festival<br />

<strong>de</strong> Curimba on<strong>de</strong> participaram vários<br />

curimbeiros, várias casas, vários terreiros.<br />

Hoje a nossa <strong>Umbanda</strong> teve a felicida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ter Pai Rubens e outros dirigentes que<br />

começaram a fazer outros eventos.<br />

Rubens Saraceni: Hoje estão sendo<br />

mostradas as coisas boas. Porque não é<br />

só o trabalho pesado <strong>de</strong> segurar carga<br />

das pessoas, a <strong>Umbanda</strong> é alegria, é<br />

confraternização, emanação, é vibração.<br />

E a <strong>Umbanda</strong> tem seu fundamento no<br />

ponto cantado, uma das suas forças atuantes<br />

através da música. Durante os trabalhos<br />

alguns médiuns ficam meio enver-<br />

gonhados <strong>de</strong> cantar meio alto e <strong>de</strong>safinar,<br />

então cantam baixinho, para si. Mas eu<br />

sempre digo que quando se for cantar<br />

não <strong>de</strong>vemos nos preocupar com a voz,<br />

porque o ato <strong>de</strong> enunciar o Orixá ali,<br />

traz a vibração para pessoa e a beneficia.<br />

Pai Élcio: Não precisa ter a voz<br />

bonita basta firmeza que o seu canto<br />

chega até lá.<br />

Rubens Saraceni: É o sentimento<br />

naquelas palavras. É como uma oração,<br />

se ela é repetida porque foi <strong>de</strong>corada<br />

não tem valor. Mas se é feita pela alma,<br />

pelo coração a divinda<strong>de</strong> é acessada e<br />

retorna. Entre LPs e CDs, quantos o<br />

senhor já gravou?<br />

Pai Élcio: Cerca <strong>de</strong> 14.<br />

Rubens Saraceni: Qual a gran<strong>de</strong><br />

dificulda<strong>de</strong> para mantê-los num mercado<br />

fechado, como o umbandista?<br />

Pai Élcio: Paga-se um preço alto<br />

para a gravadora lançar os CDs, e existem<br />

irmãos nossos que pegam o CD<br />

original e fazem cópias piratas ven<strong>de</strong>ndoas<br />

por um preço lá embaixo. O original<br />

fica encalhado por muito tempo e isso<br />

dificulta dar prosseguimento ao trabalho.<br />

Em vez <strong>de</strong> fazer dois, três planos, conseguimos<br />

fazer um e quando termina a gente<br />

nem pensa mais em fazer o próximo.<br />

Rubens Saraceni: Hoje a figura do<br />

pirata está aí, atrás <strong>de</strong> uma máquina imprimindo<br />

qualquer coisa e tirando a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se construir uma indústria genuína.<br />

Mas a gente sabe que o senhor<br />

não pára mesmo com todos as dificulda<strong>de</strong>s.<br />

O que nós po<strong>de</strong>mos esperar?<br />

Pai Élcio: Eu estou no Estúdio Sólon<br />

e agora em março se Deus quiser estaremos<br />

lançando um novo trabalho. Eu e<br />

a Conceição da Jurema estamos gravando<br />

<strong>de</strong>z faixas cada um, ao todo, o cd terá<br />

vinte faixas. O que eu posso adiantar é<br />

que tem surpresa e surpresa boa. O lançamento<br />

está marcado para o último<br />

sábado do mês <strong>de</strong> março.<br />

Rubens Saraceni: E o senhor lança<br />

o seu CD só no Brasil Pai Élcio?<br />

Pai Élcio: Eu tive a oportunida<strong>de</strong><br />

há dois anos atrás <strong>de</strong> fazer o lançamento<br />

em Portugal e na França. Hoje a <strong>Umbanda</strong><br />

lá é muito bonita, parece que a gente<br />

anda em São Paulo. Eles levam a espiritualida<strong>de</strong><br />

com muita fé e serieda<strong>de</strong>.<br />

Rubens Saraceni: Nosso abraço<br />

aos irmãos <strong>de</strong> Portugal e da França. Nosso<br />

programa é transmitido por lá também<br />

e com certeza eles <strong>de</strong>vem assistir a esse<br />

seu <strong>de</strong>poimento que nós vamos guardar<br />

na vi<strong>de</strong>oteca <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong> para ficar disponibilizado<br />

para sempre!

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