A linguagem musical como recurso motivacional Auto da Pimenta ...
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A <strong>linguagem</strong> <strong>musical</strong> <strong>como</strong> <strong>recurso</strong> <strong>motivacional</strong><br />
<strong>Auto</strong> <strong>da</strong> <strong>Pimenta</strong> (1991), Rui Veloso<br />
<strong>Auto</strong>ria: Cristina Bessa <strong>da</strong> Silva<br />
A<strong>da</strong>ptação e revisão: A.P.H.<br />
Tendo em conta o tema <strong>da</strong> Expansão, seleccionaram-se três peças deste <strong>Auto</strong> <strong>da</strong><br />
<strong>Pimenta</strong>: S. Miguel, Cabo Sim Cabo Não e Canção de Marinhar. A partir desta forma<br />
de tratamento dos conteúdos científicos, pretende-se que os alunos consigam identificar<br />
conquistas, instrumentos, rotas de navegação, personagens…
Escola _______________________ Ano lectivo _______<br />
Tema: A Expansão Quatrocentista<br />
<strong>Auto</strong> <strong>da</strong> <strong>Pimenta</strong> (1991), Rui Veloso<br />
Letras <strong>da</strong>s peças:<br />
S. Miguel<br />
A Oeste de Finisterra ficam as ilhas perdi<strong>da</strong>s, disse-me um corso galego que um dia as<br />
viu, e perdeu as velhas cartografias. Também o dizem assim com ter fortuna de as achar<br />
no mar oceano sem fim?<br />
Vinha um dia <strong>da</strong>s Canárias, ao largo com vento a favor. Seguimos o voo <strong>da</strong>s aves que<br />
tomámos por Açores. Até que ouvi do mastaréu a voz rouca do gajeiro: “terra à vista, lá<br />
ao longe no meio do nevoeiro”.<br />
Ó que ilha tão formosa pisei ao sair do batel, dei-lhe então nome de santo em dia de S.<br />
Miguel<br />
Cabo Sim Cabo Não<br />
Para lá do Cabo Não limite <strong>da</strong> criação fica o mar <strong>da</strong>s Trevas onde não foi mouro nem<br />
cristão. Vou rumar ao turbilhão de brumas e macaréus. Passá-lo é minha missão, já me<br />
encomendei aos céus.<br />
Para lá do Cabo Não vou e voltarei ou não.<br />
A Sul passei muitas léguas com o deserto a par. Anotei ventos e águas na carta de<br />
marear, até que surgiu outro cabo bramindo <strong>como</strong> um trovão de treva, cem vezes pior<br />
que a treva do Cabo Não.<br />
Para lá do Bojador vou e voltarei ou não. (…)<br />
Passei a ponta medonha, e o mar era só água e sal, mas na costa mais areia e de vivalma<br />
nem sinal. Cabotamos mais abaixo ao correr <strong>da</strong> areia e do tempo, rumo à estrela do sul<br />
para lá do Cabo Branco.<br />
Para lá do Cabo Branco vou e voltarei ou não.<br />
Um dia já tão cansado de cabo não, cabo sim, vi um belo Cabo Verde que ao deserto<br />
punha fim. Com gente <strong>da</strong> cor mais negra sem temor nenhum a Deus. E vi rios de água<br />
doce e o verde ia até aos céus.<br />
Para lá do Cabo Verde vou e voltarei ou não.
Canção de Marinhar<br />
Tome-se o astrolábio, meça-se a altura solar, dê-se mais grau menos grau conforme o<br />
balanço do mar.<br />
Imaginem-se latitudes, invisíveis meridianos, que a lenta ciência se apure nos astros e<br />
nos oceanos.<br />
Rume-se ao sul sidéreo e às Índias Orientais, complete-se o planisfério com todos os<br />
novos locais.<br />
Proce<strong>da</strong>-se sempre de acordo <strong>como</strong> man<strong>da</strong> o regimento fazendo um diário de bordo por<br />
causa do esquecimento. (…)<br />
Activi<strong>da</strong>de Escrita<br />
Nome:<br />
Turma: Nº:<br />
A partir <strong>da</strong>s três peças musicais interpreta<strong>da</strong>s por Rui Veloso no disco <strong>Auto</strong> <strong>da</strong> <strong>Pimenta</strong>,<br />
explique:<br />
1- A importância dos instrumentos náuticos.<br />
2- Como se elaboravam os planisférios.<br />
3- Os arquipélagos <strong>da</strong> Madeira e dos Açores contribuíram para o desenvolvimento<br />
<strong>da</strong> economia portuguesa. Porquê?<br />
4- “… vou e voltarei ou não”. Como interpreta esta expressão?<br />
5- Porque motivo os Diários de Bordo são uma fonte histórica tão importante?