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de certo modo culmina aquele resultado da compressão de homens e coisas, que
estimula o indivíduo ao seu máximo de atuação nervosa. Mediante a mera
intensificação quantitativa das mesmas condições, esse resultado se inverte em seu
contrário, nesse fenômeno peculiar de adaptação que é o caráter blasé, em que os
nervos descobrem a sua derradeira possibilidade de se acomodar aos conteúdos e à
forma da vida na cidade grande renunciando a reagir a ela — a autoconservação de
certas naturezas, sob o preço de desvalorizar todo o mundo objetivo, o que, no final
das contas, degrada irremediavelmente a própria personalidade em um sentimento de
igual depreciação. (SIMMEL, 2005, p.582).
Esses comportamentos necessários para a manutenção da estabilidade nos
grandes centros urbanos são fortemente relacionadas com a troca intermediada pela
moeda. Essa interferência da moeda na vida social se reflete em uma espécie de
mensuração das relações sociais. Por exemplo: na divisão das tarefas do dia-a-dia em
horários determinados para cada tarefa como as refeições, lazer, estudo, trabalho e
etc. O indivíduo aqui aparece de modo multifacetado com liberdade para viver
diferentes aspectos de sua identidade. O comportamento desse homem é
caracterizado por um distanciamento das relações mais afetivas, com suas relações
direcionadas a determinados fins e muitas vezes feita via moeda. A intelectualização; o
afastamento do indivíduo do excesso de relações e estímulos afetivos, e a chamada
atitude blasé, seria uma indiferença do indivíduo ou uma incapacidade de reagir a
novos estímulos.
Simmel trata como o crescimento e a intensificação das trocas monetárias
geraram uma situação de racionalização do indivíduo e a cidade vista como um espaço
do mercado. Uma questão relevante é observar os aspectos subjetivos causados pela
vida urbana nos indivíduos. Nesse sentido, perceber os atos que os indivíduos adotam
para manter uma estabilidade psíquica e para conseguir viver nesse espaço urbano,
assim, o comportamento blasé pode ser visto como uma atitude de prevenção. A
grande cidade como um local de oposição, uma vez que, há relações de dependência
através da divisão de tarefas (trabalho), essas relações careceriam de afetividade. Os
indivíduos têm nesse caso relações mediadas por algo abstrato que seria a moeda. O
homem com o uso desse agente abstrato (a moeda) está psicologicamente
resguardado do excesso de estímulos dos contatos cotidianos. A autonomia desse
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