Há unidade no uso da língua portuguesa falada - Secretaria de ...
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Autora: Maria do Carmo Resnizek Men<strong>de</strong>s<br />
NRE: Núcleo <strong>de</strong> Curitiba<br />
Escola: Instituto Est. <strong>de</strong> Educação do Paraná Prof. Erasmo Piloto – EFM<br />
Disciplina: Língua Portuguesa | ( ) Ensi<strong>no</strong> fun<strong>da</strong>mental ( x ) Ensi<strong>no</strong> Médio<br />
Disciplina <strong>da</strong> relação interdisciplinar 1: Sociologia<br />
Disciplina <strong>da</strong> relação interdisciplinar 2: Geografia<br />
Conteúdo estruturante: Discurso enquanto prática social<br />
Conteúdo específico: Variações lingüísticas<br />
Título: A Língua Portuguesa Brasileira nas produções literomusicais e literárias<br />
Vício na fala<br />
Para dizerem milho dizem mio<br />
Para melhor dizem mió<br />
Para pior pió<br />
Para telha dizem teia<br />
Para telhado dizem teiado<br />
E vão fazendo telhados.<br />
Oswald <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong><br />
Oswald <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> – por Tarsila do Amaral<br />
Oswald <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, poeta mo<strong>de</strong>rnista brasileiro, <strong>no</strong> poema acima e em muitos <strong>de</strong> seus<br />
poemas traz as marcas <strong>da</strong> fala cotidiana, como forma <strong>de</strong> valorizá-la, buscando ressaltar<br />
como seria o português falado <strong>no</strong> Brasil. Muitos poetas, prosadores e letristas <strong>de</strong><br />
músicas brasileiras estilizaram o falar do povo, isto é, procuraram <strong>de</strong> uma forma artística<br />
valorizar o <strong>uso</strong> popular <strong>da</strong> <strong>língua</strong> <strong>portuguesa</strong>.<br />
<strong>Há</strong> <strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>no</strong> <strong>uso</strong> <strong>da</strong> <strong>língua</strong> <strong>portuguesa</strong> fala<strong>da</strong> pelos brasileiros?<br />
Que <strong>língua</strong> se fala <strong>no</strong> Brasil?<br />
Que <strong>língua</strong> se apren<strong>de</strong> na escola?<br />
ATIVIDADE N° 01<br />
Para enten<strong>de</strong>r melhor os diferentes falares, vamos partir <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>:<br />
1. Após audição e leitura <strong>da</strong> letra <strong>da</strong> canção “Encontros e parti<strong>da</strong>s”, <strong>da</strong> qual <strong>de</strong>staca-<br />
se um fragmento abaixo, em grupos resolver as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que seguem:<br />
(fragmento)<br />
Todos os dias<br />
É um vai e vem<br />
A vi<strong>da</strong> se repete<br />
Na estação<br />
Tem gente que chega<br />
Pra ficar<br />
1
Tem gente que vai<br />
Pra nunca mais<br />
( Milton Nascimento e Fernando Brant )<br />
ver letra completa <strong>no</strong> en<strong>de</strong>reço: www.vagalume.com.br<br />
1. Qual sua origem? De que lugares vieram seus pais ou avós?<br />
2. Que diferenças culturais e lingüísticas são percebi<strong>da</strong>s entre o local <strong>de</strong> origem e on<strong>de</strong> estão<br />
atualmente?<br />
3. Organizar uma relação <strong>de</strong> palavras fala<strong>da</strong>s na região <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vieram e <strong>de</strong> palavras usa<strong>da</strong>s na<br />
família ou <strong>no</strong> bairro on<strong>de</strong> moram.<br />
4. Ca<strong>da</strong> grupo vai eleger um colega para apresentar o resultado <strong>da</strong> conversa feita <strong>no</strong> grupo para os<br />
<strong>de</strong>mais alu<strong>no</strong>s.<br />
5. Com os vocabulários apresentados por ca<strong>da</strong> grupo, organizar um glossário.<br />
6. Elaborar individualmente peque<strong>no</strong>s textos utilizando-se <strong>da</strong>s palavras apresenta<strong>da</strong>s <strong>no</strong> glossário.<br />
A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> nº 01 <strong>no</strong>s leva a perceber as variações lingüísticas <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> <strong>língua</strong><br />
<strong>portuguesa</strong>, pois a <strong>língua</strong> não é utiliza<strong>da</strong> <strong>de</strong> um modo único por todos que a utilizam. <strong>Há</strong><br />
variações lingüísticas <strong>de</strong> acordo com a época, a região, a i<strong>da</strong><strong>de</strong>, classe social, profissão,<br />
grau <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong>. Nem mesmo <strong>no</strong> <strong>uso</strong> individual <strong>da</strong> <strong>língua</strong> há uniformi<strong>da</strong><strong>de</strong> , uma vez<br />
que se <strong>de</strong>ve levar em conta o contexto <strong>de</strong> utilização <strong>da</strong> linguagem , com quem se fala e<br />
em que universo se fala.<br />
Com relação à variação lingüística é importante saber:<br />
que a <strong>língua</strong> <strong>portuguesa</strong>, como to<strong>da</strong>s as <strong>língua</strong>s do mundo, não se apresenta <strong>de</strong> maneira<br />
uniforme em todo o território brasileiro;<br />
que a variação lingüística manifesta-se em todos os níveis <strong>de</strong> funcionamento <strong>da</strong><br />
linguagem ;<br />
que a variação <strong>da</strong> <strong>língua</strong> se dá em função do emissor e em função do receptor ;<br />
que diversos fatores, como região, faixa etária, classe social e profissão, são responsáveis<br />
pela variação <strong>da</strong> <strong>língua</strong>;<br />
2
que não há hierarquia entre os <strong>uso</strong>s variados <strong>da</strong> <strong>língua</strong>, assim como não há <strong>uso</strong><br />
lingüisticamente melhor que outro. Em uma mesma com<strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> lingüística, portanto,<br />
coexistem <strong>uso</strong>s diferentes, não existindo um padrão <strong>de</strong> linguagem que possa ser<br />
consi<strong>de</strong>rado superior. O que <strong>de</strong>termina a escolha <strong>de</strong> tal ou tal varie<strong>da</strong><strong>de</strong> é a situação<br />
concreta <strong>de</strong> comunicação.<br />
que a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> variação <strong>da</strong> <strong>língua</strong> expressa a varie<strong>da</strong><strong>de</strong> cultural existente em<br />
qualquer grupo. Basta observar, por exemplo, <strong>no</strong> Brasil, que, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong><br />
colonização a que uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> região foi exposta, os reflexos <strong>de</strong>ssa colonização aí<br />
estarão presentes <strong>de</strong> maneira indiscutível.<br />
(http://acd.ufrj.br/~pead/tema01/variacao.html)<br />
Segundo Fiorin (2007,p.38), professor <strong>de</strong> Lingüística <strong>da</strong> USP, a <strong>língua</strong> varia, em todos os seus<br />
componentes, <strong>de</strong> região para região, <strong>de</strong> grupo social para grupo social, <strong>de</strong> uma época para outra. O<br />
que torna o fenôme<strong>no</strong> mais complexo é que esses diferentes fatores se entrecruzam. Assim, por<br />
exemplo, teremos os falares regionais que se distinguem um do outro, mas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um temos<br />
uma varie<strong>da</strong><strong>de</strong> popular e uma culta.<br />
ATIVIDADE Nº 02<br />
As três letras <strong>de</strong> músicas a seguir, além <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>rem variações lingüísticas em razão <strong>da</strong><br />
regionali<strong>da</strong><strong>de</strong>, também apresentam um mesmo tema - o movimento migratório do povo brasileiro. Aqui<br />
estão alguns fragmentos, porém, para resolver as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, é necessário ouvir as canções e ler a letra na<br />
íntegra que po<strong>de</strong>m ser encontra<strong>da</strong>s <strong>no</strong> seguinte en<strong>de</strong>reço eletrônico: www.vagalume.com.br<br />
(fragmento)<br />
Eu sô filho do Nor<strong>de</strong>ste<br />
Não nego meu naturá<br />
Mas uma seca medonha<br />
Me tangeu <strong>de</strong> lá prá cá<br />
Lá eu tinha o meu gadinho<br />
Não é bão nem imaginá<br />
Minha lin<strong>da</strong> vaca Estrela<br />
E o meu belo boi Fubá<br />
Quando era <strong>de</strong> tardinha<br />
Eu começava aboiá<br />
Êeeeiaaaa<br />
Êeee vaca Estrela<br />
Ôoooo boi Fubá<br />
(Vaca Estrela e boi fubá” <strong>de</strong> Venâncio e Corumba)<br />
(fragmento)<br />
Que sau<strong>da</strong><strong>de</strong> imensa do<br />
Campo e do mato<br />
Do manso regato que<br />
Corta Campinas<br />
Aos domingos ia passear <strong>de</strong> ca<strong>no</strong>a<br />
Nas lin<strong>da</strong>s lagoas <strong>de</strong> águas cristalinas<br />
3
Que doce lembrança<br />
Daquelas festanças<br />
On<strong>de</strong> tinham <strong>da</strong>nças e lin<strong>da</strong>s meninas<br />
Eu vivo hoje em dia sem Ter alegria<br />
O mundo judia, mas também ensina<br />
Estou contrariado, mas não <strong>de</strong>rrotado<br />
Eu sou bem guiado pelas<br />
mãos divinas<br />
( “Sau<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> Minha Terra”- Composição Goiá e Belmonte )<br />
(fragmento)<br />
Eu <strong>de</strong>ixei meu rio gran<strong>de</strong>...<br />
Lá <strong>no</strong> sul do meu país...<br />
Já arribei por estas ban<strong>da</strong>s...<br />
Esperando ser feliz...<br />
Hoje aqui longe dos patos...<br />
Da querência e do galpão...<br />
A sau<strong>da</strong><strong>de</strong> é mais amarga...<br />
Do que o próprio chimarrão...<br />
(”Arroz a Carreteiro”<br />
Composição: Palmeira – Mário Zan)<br />
Após a audição <strong>da</strong>s músicas e conversa com o professor e colegas sobre o que sabem a respeito dos<br />
textos ou <strong>da</strong>s composições musicais, analisar e resolver as questões que seguem:<br />
1. I<strong>de</strong>ntificar as regiões brasileiras <strong>de</strong> que tratam as músicas. Comprovar sua resposta com termos<br />
referentes ao vocabulário e a costumes próprios <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> região expressos em ca<strong>da</strong> texto?<br />
3. Algum dos textos acima apresenta alguma i<strong>de</strong>ntificação com a história <strong>de</strong> origem <strong>de</strong> seus familiares?<br />
Comente sua resposta.<br />
As variações lingüísticas na <strong>língua</strong> <strong>portuguesa</strong> se dão <strong>de</strong> várias formas, como já foi<br />
exposto acima e a música, sendo expressão <strong>da</strong> cultura popular, constitui–se em um<br />
material muito rico para se perceber tais variações. Ela carrega em si a orali<strong>da</strong><strong>de</strong> e o<br />
modo <strong>de</strong> pensar e sentir <strong>de</strong> uma geração, com<strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> ou região a qual representa. Da<br />
mesma forma a música produzi<strong>da</strong> <strong>no</strong> Brasil manifesta a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> falares e<br />
sentimentos cotidia<strong>no</strong>s do povo brasileiro.<br />
Com relação aos sentimentos <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>stas migrações, o choque entre a<br />
cultura <strong>de</strong> origem e a <strong>no</strong>va, a relação <strong>de</strong> apego e sau<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> terra natal, as<br />
manifestações lingüísticas e culturais do povo brasileiro, tudo isso tem sido matéria<br />
bastante explora<strong>da</strong>, não só na música, mas também na literatura brasileira. Esses temas<br />
são abor<strong>da</strong>dos em diferentes épocas. Po<strong>de</strong>mos citar entre tantos autores: José Américo,<br />
Rachel <strong>de</strong> Queirós, Gracilia<strong>no</strong> Ramos, Guimarães Rosa e João Cabral <strong>de</strong> Melo Neto,<br />
4
esse último autor do auto <strong>de</strong> natal Morte e Vi<strong>da</strong> Severina. Obra que foi musica<strong>da</strong><br />
integralmente pelo compositor Chico Buarque <strong>de</strong> Holan<strong>da</strong> (Ver indicação <strong>de</strong> leitura-p. 06)<br />
ATIVIDADE Nº 03<br />
Se fizermos uma pesquisa <strong>no</strong>s censos <strong>de</strong>mográficos, veremos que houve uma mu<strong>da</strong>nça radical com<br />
relação ao número dos habitantes do meio rural e urba<strong>no</strong>. Se lermos com atenção as obras literárias<br />
brasileiras, po<strong>de</strong>remos constatar as causas <strong>de</strong>ssa mu<strong>da</strong>nça e suas conseqüências. De forma mais sintética,<br />
porém com o mesmo caráter, po<strong>de</strong>mos constatar essa relação em várias canções populares brasileiras.<br />
Procure ouvir e conhecer a letra <strong>da</strong>s canções (en<strong>de</strong>reço eletrônico: www.vagalume.com.br) e resolva as<br />
questões a seguir:<br />
(fragmento)<br />
Enquanto a minha vaquinha<br />
Tiver o couro e o osso<br />
E pu<strong>de</strong>r com o chocalho<br />
Pendurado <strong>no</strong> pescoço<br />
Eu vou ficando por aqui<br />
Que Deus do céu me aju<strong>de</strong><br />
Quem <strong>de</strong>ixa a terra natal<br />
Em outros campos não pára<br />
(O Último pau <strong>de</strong> arara -<br />
Venâncio, Corumbá e José Guimarães<br />
(fragmento)<br />
..........................................................<br />
Pedro pedreiro fica assim esperando<br />
Assim pensando o tempo passa<br />
A gente vai ficando para trás<br />
Esperando, esperando, esperando<br />
Esperando o sol<br />
Esperando o trem<br />
Esperando o aumento<br />
Des<strong>de</strong> o a<strong>no</strong> passado para o mês que vem<br />
.........................................................<br />
Pedro pedreiro espera o carnaval<br />
e a sorte gran<strong>de</strong> do bilhete <strong>da</strong> fe<strong>de</strong>ral<br />
........................................................<br />
Pedro pedreiro está esperando a morte<br />
Ou esperando o dia <strong>de</strong> voltar pro <strong>no</strong>rte<br />
Espera alguma coisa mais lin<strong>da</strong> que o mundo<br />
Pedro pedreiro – Chico Buarque <strong>de</strong> Holan<strong>da</strong>-<br />
1 . No texto “Último pau-<strong>de</strong>-arara” po<strong>de</strong>mos observar o sentimento do homem pela sua terra natal, a qual se vê<br />
forçado a abandonar, a me<strong>no</strong>s que haja uma forma <strong>de</strong> não fazê-lo Que condições são necessárias para que o<br />
homem permaneça na terra? Que versos <strong>no</strong> texto expressam essa condição?<br />
2. Que texto estu<strong>da</strong>do na ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> nº 02 mais se aproxima do tema abor<strong>da</strong>do <strong>no</strong> texto “Último pau <strong>de</strong> arara”?<br />
Explique.<br />
3. Que texto respectivamente, apresenta a idéia <strong>de</strong> causa/conseqüência em relação ao êxodo rural?<br />
4. O verbo esperar, <strong>no</strong> texto “Pedro pedreiro” está <strong>no</strong> modo verbal gerúndio, isto é, foi utilizado para indicar<br />
uma ação em processo, ain<strong>da</strong> não acaba<strong>da</strong>. Que sentido adquire as repetições <strong>de</strong>ste verbo ao longo do texto?<br />
5
5. Com relação à linguagem dos textos, que palavras indicam a varie<strong>da</strong><strong>de</strong> lingüística usa<strong>da</strong> e que fator<br />
<strong>de</strong>termina tal variante?<br />
SUGESTÕES DE PESQUISA<br />
1. O regionalismo aparece como característica em vários momentos na literatura brasileira, porém com<br />
enfoques diferentes. Pesquise como o regionalismo tem se apresentado na literatura brasileira para po<strong>de</strong>r<br />
i<strong>de</strong>ntificar que enfoque mais se aproxima do regionalismo expresso <strong>no</strong> texto “último pau-<strong>de</strong>-arara”.<br />
2. Peça aju<strong>da</strong> para o professor <strong>de</strong> Geografia ou pesquise na Internet <strong>no</strong>s últimos censos, para saber como<br />
está a população urbana e rural <strong>no</strong> país. Relacione alguns problemas sociais <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>sse quadro<br />
INDICAÇÃO DE LEITURA<br />
Abaixo um fragmento <strong>da</strong> obra “Morte e Vi<strong>da</strong> Severina”, <strong>de</strong> João Cabral <strong>de</strong> Melo Neto. O texto mostra<br />
o momento em que o personagem inicia sua viagem rumo a um lugar em que haja condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong><br />
digna. Porém, é lendo o texto na íntegra que você po<strong>de</strong>rá conhecer o trajeto e o <strong>de</strong>sti<strong>no</strong> do personagem<br />
e constatar uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong> tão presente na história do Brasil.<br />
Somos muitos Severi<strong>no</strong>s<br />
iguais em tudo na vi<strong>da</strong>:<br />
na mesma cabeça gran<strong>de</strong><br />
que a custo é que se equilibra,<br />
<strong>no</strong> mesmo ventre crescido<br />
sobre as mesmas pernas finas<br />
e iguais também porque o sangue,<br />
que usamos tem pouca tinta.<br />
E se somos Severi<strong>no</strong>s<br />
iguais em tudo na vi<strong>da</strong>,<br />
morremos <strong>de</strong> morte igual,<br />
mesma morte severina:<br />
que é a morte <strong>de</strong> que se morre<br />
<strong>de</strong> velhice antes dos trinta,<br />
<strong>de</strong> embosca<strong>da</strong> antes dos vinte<br />
<strong>de</strong> fome um pouco por dia<br />
(<strong>de</strong> fraqueza e <strong>de</strong> doença<br />
é que a morte severina<br />
ataca em qualquer i<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
e até gente não nasci<strong>da</strong>).<br />
Somos muitos Severi<strong>no</strong>s<br />
iguais em tudo e na sina:<br />
a <strong>de</strong> abran<strong>da</strong>r estas pedras<br />
suando-se muito em cima,<br />
6
a <strong>de</strong> tentar <strong>de</strong>spertar<br />
terra sempre mais extinta,<br />
a <strong>de</strong> querer arrancar<br />
alguns roçado <strong>da</strong> cinza.<br />
Mas, para que me conheçam<br />
melhor Vossas Senhorias<br />
e melhor possam seguir<br />
a história <strong>de</strong> minha vi<strong>da</strong>,<br />
passo a ser o Severi<strong>no</strong><br />
que em vossa presença emigra.<br />
No início <strong>da</strong> <strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong>, quando falamos sobre as variações lingüísticas, você viu que<br />
existem fatores <strong>de</strong>terminantes que as justificam. Até aqui, os textos analisados apresentam<br />
principalmente o aspecto regional, porém existem outros fatores que <strong>de</strong>terminam as<br />
variações existentes em uma <strong>língua</strong>.<br />
As variações lingüísticas, <strong>de</strong> cunho regional, estão <strong>no</strong> campo <strong>da</strong>s variações dialetais.<br />
As variações dialetais po<strong>de</strong>m ser percebi<strong>da</strong>s <strong>no</strong> vocabulário e <strong>no</strong> sotaque. Os dialetos são<br />
varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s que ocorrem em função <strong>da</strong>s pessoas que usam a <strong>língua</strong>. Tais variações se<br />
apresentam em seis dimensões, basicamente: territorial, geográfica, social, <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong><br />
sexo, <strong>de</strong> geração e <strong>de</strong> função. Outra forma <strong>de</strong> variação lingüística apresenta-se <strong>no</strong> registro<br />
que ocorre em função do <strong>uso</strong> que se faz <strong>da</strong> <strong>língua</strong> e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do recebedor <strong>da</strong> mensagem<br />
ou <strong>da</strong> situação.<br />
Os exemplos a seguir ilustram esses diferentes tipos <strong>de</strong> variação dialetal.<br />
a região on<strong>de</strong> nasceu (variação regional) - aipim, mandioca, macaxeira (para <strong>de</strong>signar a mesma<br />
raiz); tu e você (alternância do pro<strong>no</strong>me <strong>de</strong> tratamento e <strong>da</strong> forma verbal que o acompanha); vogais<br />
pretônicas abertas em algumas regiões do Nor<strong>de</strong>ste; o s chiado carioca e o s sibilado mineiro;<br />
o meio social em que foi cria<strong>da</strong> e/ou em que vive; o nível <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> (<strong>no</strong> caso brasileiro, essas<br />
variações estão <strong>no</strong>rmalmente inter-relaciona<strong>da</strong>s (variação social) : substituição do l por r (crube,<br />
pranta, prástico); eliminação do d <strong>no</strong> gerúndio (correndo/corre<strong>no</strong>); troca do a pelo o (saltar do<br />
ônibus/soltar do ônibus);<br />
a profissão que exerce (variação profissional): linguagem médica (ter um infarto / fazer um infarto);<br />
jargão policial ( elemento / pessoa; viatura / camburão);<br />
a faixa etária (variação etária) : irado, sinistro (termos usados pelos jovens para elogiar, com<br />
co<strong>no</strong>tação positiva, e pelos mais velhos, com co<strong>no</strong>tação negativa). (http://acd.ufrj.br/~pead/tema01/variacao.html)<br />
7
( fragmento)<br />
An<strong>da</strong>ndo por entre os becos<br />
an<strong>da</strong>ndo em coletivos<br />
ninguém foge ao cheiro sujo<br />
<strong>da</strong> lama <strong>da</strong> manguetown<br />
An<strong>da</strong>ndo por entre os becos<br />
an<strong>da</strong>ndo em coletivos<br />
ninguém foge à vi<strong>da</strong> suja<br />
dos dias <strong>da</strong> manguetown<br />
(Chico Science – Manguetown)<br />
Rátátátá... preciso evitar<br />
que um safado faça minha mãe chorar.<br />
Minha palavra <strong>de</strong> honra me protege<br />
pra viver <strong>no</strong> país <strong>da</strong>s calças bege.<br />
Tic, tac, ain<strong>da</strong> é 9h40.<br />
O relógio <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia an<strong>da</strong> em câmera lenta.<br />
Ratatatá, mais um metrô vai passar.<br />
Com gente <strong>de</strong> bem, apressa<strong>da</strong>, católica.<br />
Lendo jornal, satisfeita, hipócrita.<br />
Com raiva por <strong>de</strong>ntro, a caminho do Centro.<br />
Olhando pra cá, curiosos, é lógico.<br />
Não, não é não, não é o zoológico<br />
Minha vi<strong>da</strong> não tem tanto valor<br />
quanto seu celular, seu computador.<br />
(Racionais Mc’s - Diário De Um Detento<br />
Ma<strong>no</strong> Brown)<br />
“O sabiá <strong>no</strong> sertão<br />
Quando canta me comove<br />
Passa três meses cantando<br />
E sem cantar passa <strong>no</strong>ve<br />
Porque tem a obrigação<br />
De só cantar quando chove*<br />
Meu povo não vá simbora<br />
Pela Itapemirim<br />
Pois mesmo perto do fim<br />
Nosso sertão tem melhora<br />
O céu ta calado agora<br />
Mais vai <strong>da</strong>r ca<strong>da</strong> trovão<br />
De escapulir torrão<br />
De paredão <strong>de</strong> tapera**<br />
( Cor<strong>de</strong>l do Fogo Encantado – Chover)<br />
ATIVIDADE Nº 04<br />
Seja firmeza, mantenha atitu<strong>de</strong>, chega na área, mas<br />
nunca se ilu<strong>de</strong><br />
Rato na toca tem <strong>língua</strong> solta, o cagüeta morre pela<br />
sua boca<br />
E foi nessa <strong>no</strong>ite que o ma<strong>no</strong> <strong>de</strong> touca foi<br />
encontrado<br />
com tiro na boca<br />
Eu tento zarpar, <strong>de</strong>sbaratinar, mas tem polícia por<br />
todo lugar<br />
Agora não dá, vou esperar, a cara é ficar, se não<br />
vai<br />
Sujar<br />
(S do Gueto – Favela Sinistra)<br />
Em ca<strong>da</strong> beco em ca<strong>da</strong> rua em ca<strong>da</strong> viela um<br />
lençol cobre<br />
um corpo arrudiado por velas<br />
Não é cena <strong>de</strong> <strong>no</strong>vela bem vindos à reali<strong>da</strong><strong>de</strong> você<br />
também faz parte <strong>de</strong>la<br />
Sei que é duro viver sempre tenso 24 horas na mira<br />
<strong>de</strong><br />
um sistema violento<br />
E todo dia a mesma <strong>no</strong>ticia num telejornal mais um<br />
corpo é encontrado em um matagal<br />
(bala na kabeça – Faces do subúrbio)<br />
nunca mais o céu do lado<br />
disneylândia eldorado<br />
vamos nós <strong>da</strong>nçar na lama<br />
bye bye a<strong>de</strong>us gene kelly<br />
como santo me revele como sinto como passo<br />
carne viva atrás <strong>da</strong> pele aqui vive-se à mingua<br />
não tenho papas na <strong>língua</strong><br />
não trago padres na alma<br />
minha pátria é minha íngua<br />
me conheço como a palma <strong>da</strong> platéia calorosa<br />
eu vi o calo na rosa eu vi a feri<strong>da</strong> aberta<br />
eu tenho a palavra certa pra doutor não reclamar<br />
mas a minha mente boquiaberta<br />
precisa mesmo <strong>de</strong>serta<br />
apren<strong>de</strong>r apren<strong>de</strong>r a soletrar<br />
( Zeca Baleiro – Piercing )<br />
Ver letras completas <strong>no</strong> en<strong>de</strong>reço eletrônico: www.vagalume.com.br<br />
1. Nos textos acima, além do aspecto geográfico, i<strong>de</strong>ntifique outros fatores responsáveis pela variação<br />
lingüística.<br />
2. Observe que linguagem se fala <strong>no</strong> seu bairro atualmente. Que influências <strong>de</strong>terminam ca<strong>da</strong> geração e<br />
os falares ao seu redor?<br />
3. Os textos a seguir são letras <strong>de</strong> músicas contemporâneas <strong>de</strong> várias regiões do Brasil sobre diversas<br />
reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Analise a linguagem utiliza<strong>da</strong> em ca<strong>da</strong> letra e <strong>de</strong>scubra <strong>de</strong> que contexto trata ca<strong>da</strong> música.<br />
8
4. Em grupos, organize textos poéticos ou paródias falando <strong>da</strong> sua reali<strong>da</strong><strong>de</strong> na escola ou na<br />
com<strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> qual você faz parte. Registre os traços <strong>da</strong> linguagem e, se for música, também<br />
<strong>de</strong>staque o estilo musical utilizado por tal com<strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong>.<br />
Na atuali<strong>da</strong><strong>de</strong>, com uma <strong>no</strong>va composição do cenário urba<strong>no</strong>, on<strong>de</strong> as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s estão<br />
organiza<strong>da</strong>s em conseqüência <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s essas mu<strong>da</strong>nças, evi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong>s <strong>no</strong>s textos<br />
estu<strong>da</strong>dos nesta <strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong>, po<strong>de</strong>mos observar outros falares, surgidos com a marcação <strong>de</strong><br />
espaço <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> classe, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o falar simplificado dos adolescentes, a forma prolixa dos<br />
políticos, as formas reduzi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> escrita <strong>no</strong>s bate papos pela Internet. O que <strong>de</strong>vemos<br />
consi<strong>de</strong>rar é que a linguagem tem que cumprir seu papel e se realizar <strong>de</strong> acordo com ca<strong>da</strong><br />
circunstância.<br />
Costuma-se, <strong>no</strong> Brasil, tratar como se fosse errado o que é diferente e <strong>da</strong>í surge o<br />
preconceito lingüístico que fere e exclui as pessoas pelo modo como elas usam a linguagem.<br />
A <strong>língua</strong> na variante padrão é apenas uma forma <strong>de</strong> linguagem, que <strong>de</strong>ve ser aprendi<strong>da</strong>,<br />
porém não é a única. Devemos estar abertos à plurali<strong>da</strong><strong>de</strong> lingüística e saber usá-la nas<br />
mais varia<strong>da</strong>s situações, ou quando não a usarmos, pelo me<strong>no</strong>s, entendê-la.<br />
ATIVIDADE nº 05<br />
Após audição <strong>da</strong> música “ Pela Internet” <strong>de</strong> Gilberto Gil e leitura <strong>de</strong> sua letra ( ver letra completa <strong>no</strong><br />
en<strong>de</strong>reço: www.vagalume.com.br ) resolva as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s solicita<strong>da</strong>s.<br />
(Fragmento)<br />
Criar meu web site<br />
Fazer minha home-page<br />
Com quantos gigabytes<br />
Se faz uma janga<strong>da</strong><br />
Um barco que veleje<br />
Que veleje nesse infomar<br />
Que aproveite a vazante <strong>da</strong> infomaré<br />
Que leve um oriki do meu velho orixá<br />
Ao porto <strong>de</strong> um disquete <strong>de</strong> um micro em Taipe<br />
Gilberto Gil<br />
Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: "Navegar é preciso; viver não é preciso." (*)<br />
Quero para mim o espírito <strong>de</strong>sta frase, transforma<strong>da</strong> a forma para a casar com o que eu sou: Viver<br />
não é necessário; o que é necessário é criar.<br />
Não conto gozar a minha vi<strong>da</strong>; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la gran<strong>de</strong>, ain<strong>da</strong> que para isso<br />
tenha <strong>de</strong> ser o meu corpo e a minha alma a lenha <strong>de</strong>sse fogo.<br />
Só quero torná-la <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a humani<strong>da</strong><strong>de</strong>; ain<strong>da</strong> que para isso tenha <strong>de</strong> a per<strong>de</strong>r como minha.<br />
Ca<strong>da</strong> vez mais assim penso. Ca<strong>da</strong> vez mais ponho na essência anímica do meu sangue o propósito<br />
impessoal <strong>de</strong> engran<strong>de</strong>cer a pátria e contribuir para a evolução <strong>da</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
9
(texto do livro "Fernando Pessoa - Obra Poética")<br />
(*) "Navigare necesse; vivere <strong>no</strong>n est necesse" - latim, frase <strong>de</strong> Pompeu, general roma<strong>no</strong>, 106-48 aC., dita aos marinheiros,<br />
amedrontados, que recusavam viajar durante a guerra, cf. Plutarco, in Vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> Pompeu.<br />
(informação obti<strong>da</strong> <strong>no</strong> site : http://www.secrel.com.br/jpoesia/)<br />
1. Fernando Pessoa, poeta português, <strong>no</strong> poema acima, reproduz a frase <strong>de</strong> navegadores gloriosos “Navegar é<br />
preciso/ viver não é preciso”. Ele coloca o ato <strong>de</strong> navegar, conquistar <strong>no</strong>vos mundos, característica peculiar<br />
do povo português, mais importante que a própria vi<strong>da</strong>. O verbo “navegar” é utilizado <strong>no</strong>s dois textos. Que<br />
sentido assume o verbo navegar em ca<strong>da</strong> texto?<br />
2. A canção “Pela Internet” mostra a visão do autor sobre a Internet, meio <strong>de</strong> comunicação usado <strong>no</strong> mundo<br />
todo e que vem revolucionando hábitos para se obter e transmitir informações. Assim como os <strong>de</strong>mais meios <strong>de</strong><br />
comunicação, a internet tem sua importância, mas também po<strong>de</strong> ser usa<strong>da</strong> negativamente. De que forma o <strong>uso</strong><br />
<strong>da</strong> Internet po<strong>de</strong> oferecer perigo e ser vista negativamente. O <strong>uso</strong> <strong>da</strong> Internet po<strong>de</strong> oferecer perigo? Cite<br />
aspectos positivos e negativos <strong>no</strong> <strong>uso</strong> <strong>da</strong> Internet.<br />
3. Retire do texto “Pela Internet” termos técnicos do mundo <strong>da</strong> informática. De que <strong>língua</strong> provêm, pesquise<br />
seus significados.<br />
SUGESTÃO DE ATIVIDADE<br />
Po<strong>de</strong> ser organizado um júri simulado, on<strong>de</strong> a Internet será a ré, representa<strong>da</strong> por um alu<strong>no</strong>.<br />
Escolher outros alu<strong>no</strong>s para serem os jurados, juiz, advogado <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa, <strong>de</strong> acusação e<br />
testemunhas. Com esta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> explorar os vários aspectos que este meio <strong>de</strong> comunicação<br />
possui, negativos e positivos e assim levantar juízo crítico a respeito do <strong>uso</strong> <strong>da</strong> Internet.<br />
ATIVIDADE nº 06<br />
1. Os dois textos a seguir foram extraídos do MSN, mostram bate papos. O primeiro entre adolescentes e o<br />
segundo entre universitários. O que há em comum <strong>no</strong>s dois diálogos? Essa conversa tem diferenças <strong>de</strong> acordo<br />
com a i<strong>da</strong><strong>de</strong> ou região? O que há <strong>de</strong> positivo e negativo neste tipo <strong>de</strong> comunicação?<br />
Pan<strong>da</strong> says:<br />
<strong>da</strong>ew kra<br />
Pan<strong>da</strong> says:<br />
d boa?<br />
-=|%%Jµñ¡ö®%%|=- says:<br />
sussi<br />
Pan<strong>da</strong> says:<br />
soh<br />
Pan<strong>da</strong> says:<br />
i aew, oq q conta?<br />
|%%Jµñ¡ö®%%| says:<br />
nd soh em ksa<br />
Pan<strong>da</strong> says:<br />
fods<br />
Pan<strong>da</strong> says:<br />
e como an<strong>da</strong>m as férias?<br />
-=|%%Jµñ¡ö®%%|=- says:<br />
com as pernas<br />
-=|%%Jµñ¡ö®%%|=- says:<br />
hauuahauha<br />
-=|%%Jµñ¡ö®%%|=- says:<br />
nd to loko pa q volte as aulas<br />
Pan<strong>da</strong> says:<br />
auheuaheuaheuhauehauheu<br />
-=|%%Jµñ¡ö®%%|=- says:<br />
flw vo assisti<br />
Pan<strong>da</strong> says:<br />
falow<br />
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*. as frases na <strong>língua</strong> inglesa substituem o <strong>no</strong>me <strong>de</strong> um dos falantes.<br />
2. Os bate papos na Internet po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados uma variante <strong>da</strong> <strong>língua</strong>? Por quê?<br />
3. Como se trata <strong>de</strong> bate-papos há por parte dos internautas uma tentativa <strong>de</strong> aproximar ao máximo a <strong>língua</strong><br />
escrita <strong>da</strong> <strong>língua</strong> fala<strong>da</strong>. Você concor<strong>da</strong> com tal afirmação? Por quê?<br />
4. Retire dos textos algumas gírias e procure <strong>de</strong>fini-las.<br />
5. Procure enten<strong>de</strong>r os diálogos dos bate-papos acima e <strong>de</strong>pois os escreva usando a <strong>língua</strong> escrita em sua<br />
forma oficial.<br />
FALA E ESCRITA – Para refletir e opinar<br />
“A fala corriqueira , ágil, dinâmica, não é caótica, nem trunca na<strong>da</strong> on<strong>de</strong> não <strong>de</strong>ve. É<br />
sistemática e precisa. Tem regras e história próprias, tão dignas quanto a <strong>língua</strong> oficial<br />
escrita, nem <strong>língua</strong> mal fala<strong>da</strong>, nem fenôme<strong>no</strong> <strong>da</strong> parole, mas é um vislumbre do futuro. É,<br />
<strong>de</strong> fato, um crime tentar proibi-la com regras artificiais que cegam até mesmo os<br />
especialistas. (.......) A fala não se confun<strong>de</strong> nunca com a escrita, que ten<strong>de</strong> a ser, por<br />
natureza, tradicional. (....) A fala precisa ser estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, ouvi<strong>da</strong>, compreendi<strong>da</strong>, enfim,<br />
aceita, jamais julga<strong>da</strong>.(......) A fala é, enfim, o feto <strong>de</strong> um <strong>no</strong>vo sistema: a <strong>língua</strong> que virá<br />
<strong>de</strong>pois <strong>da</strong> <strong>no</strong>ssa. Mas todo feto traz em si, ao lado <strong>da</strong>s i<strong>no</strong>vações, a herança do passado.<br />
Fala e história, portanto, não se opõem.”<br />
Mario Eduardo Viaro – revista Língua Portuguesa – nº 24/2007<br />
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
BAGNO, Marcos. Preconceito Lingüístico – o que é, como se faz. São Paulo: Loyola, 1999.<br />
1. CALLOU, D. Variação e <strong>no</strong>rma. In: Anais do II Simpósio Nacional do GT <strong>de</strong><br />
Sociolingüística <strong>da</strong> ANPOLL. Rio <strong>de</strong> Janeiro, UFRJ/CNPQ., 1995, pp 79-83.<br />
2. FIORIM, José Luiz. Painéis <strong>da</strong> Varie<strong>da</strong><strong>de</strong>. in Revista Língua Portuguesa, a<strong>no</strong> II. Nº<br />
23, p. 38. São Paulo: Segmento, 2007.<br />
3. PARANÁ. <strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong> Estado <strong>da</strong> Educação. Diretrizes Curriculares <strong>de</strong> Língua<br />
Portuguesa para a Educação Básica do Paraná. Curitiba: SEED, 2006.<br />
4. NETO, João Cabral <strong>de</strong> Melo. Morte e vi<strong>da</strong> Severina e outros poemas para vozes.<br />
35 ed. RJ: Nova Fronteira, 1994.<br />
5. TERRA, Ernani. [et al]. Curso E <strong>de</strong> Língua, Literatura & Re<strong>da</strong>ção Volume 3. 2. ed.<br />
São Paulo: Scipione,1994.<br />
6. TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e Interação: uma proposta para o ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong><br />
gramática. 11ª ed – São Paulo: Cortez, 2006.<br />
7. VIARO, Mário Eduardo. O DNA <strong>da</strong> Língua. In Revista Língua Portuguesa, a<strong>no</strong> II, nº<br />
24, p. 63. São Paulo: Segmento, 2007.<br />
REFERÊNCIAS DISCOGRÁFICAS<br />
1. ASSARÉ, Patativa. Vaca Estrela e Boi Fubá. Renato Teixeira & Pena Branca e Xavantinho,<br />
ao Vivo em Tatuí. Manaus: Kuarup Discos, 1992. 1 disco compacto : digital estéreo. KCD-<br />
053<br />
2. BUARQUE, Chico. Pedro, Pedreiro. In Quarteto em Cy/Chico em Cy Rio <strong>de</strong> Janeiro: Cid<br />
DIGITAL, 1991. 1 CD. Digital estéreo 00035/9.<br />
3. GIL, Gilberto. Pela Internet. Gilberto Gil, Quanta Gente veio ver. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Warner<br />
Music, 1998. 2 CD 398422067.<br />
4. VENÂNCIO (et al) in Gil, Gilberto. Último pau <strong>de</strong> arara. Gilberto Gil e as canções <strong>de</strong> Eu<br />
Tu Eles. São Paulo: WEA music. 1 CD. Digital estéreo. 857382768.2.<br />
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