19.04.2013 Views

ANÁLISE DE SUSTENTABILIDADE: Estudo de caso em ... - Engema

ANÁLISE DE SUSTENTABILIDADE: Estudo de caso em ... - Engema

ANÁLISE DE SUSTENTABILIDADE: Estudo de caso em ... - Engema

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Área t<strong>em</strong>ática: Estratégia Socioambiental – Indicadores <strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong><br />

Análise <strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong> Ambiental <strong>em</strong> uma cooperativa produtora <strong>de</strong> moluscos: Um<br />

estudo à luz do SICOGEA Geração 2<br />

Lyege Helena Bitencourt Jorge<br />

lybitencourt@gmail.com<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina<br />

Maria Denize Henrique Casagran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>nize@cse.ufsc.br<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina<br />

Resumo: Na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Florianópolis/SC, a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> moluscos é comum e<br />

contribui economicamente para a produção nacional e regional <strong>de</strong>stes produtos, visto a sua<br />

extensa faixa litorânea. Por ser uma ativida<strong>de</strong> <strong>em</strong> contato direto com a natureza, faz-se<br />

necessário um estudo a fim <strong>de</strong> verificar quais impactos ambientais po<strong>de</strong>m ocorrer durante o<br />

processo produtivo, distribuição e <strong>de</strong>scarte <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> uma cooperativa localizada nesta<br />

cida<strong>de</strong>; constituindo o objetivo <strong>de</strong>sta pesquisa. A metodologia está dividida basicamente <strong>em</strong><br />

três etapas: na primeira, faz-se uma revisão teórica dos t<strong>em</strong>as envolvidos, como Contabilida<strong>de</strong><br />

Ambiental e SICOGEA – Geração 2. A segunda etapa trata do estudo <strong>de</strong> <strong>caso</strong>, no qual faz-se<br />

uso <strong>de</strong> um checklist para obter os dados necessários ao cálculo <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> geral e<br />

específico <strong>de</strong> cada processo pesquisado. Na terceira etapa, é feita a análise dos resultados,<br />

com auxílio da ferramenta <strong>de</strong> gestão ambiental 5W2H, aplicado às questões que diminu<strong>em</strong> o<br />

grau <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> alcançado. Os resultados obtidos revelaram o grau <strong>de</strong><br />

sustentabilida<strong>de</strong> total da cooperativa <strong>em</strong> 53,57%, consi<strong>de</strong>rado regular. O grupo-chave<br />

“Descarte <strong>de</strong> Resíduos” foi o que obteve maior escore, já a “Produção” foi o que menos<br />

pontuou, sendo o principal responsável pela diminuição do grau total.<br />

Abstract: In the city of Florianópolis/SC, the activity of mollusk farming is common and<br />

financially contributes to national and regional production of such products since its an<br />

extensive coastline. For being an activity with direct contact with nature, it is necessary to<br />

study it in or<strong>de</strong>r to check what environmental impacts may occur during manufacturing,<br />

distribution and disposal of residues of a cooperative located in this city; constituting the<br />

objective of this research. The methodology is basically divi<strong>de</strong>d into three stages: first, it is a<br />

theoretical review of the topics involved, such as environmental accounting and SICOGEA -<br />

Generation 2. The second stage <strong>de</strong>als with the case study, which makes use of a checklist to<br />

obtain the necessary data for general and specific sustainability calculation to each search<br />

process. In the third stage, an analysis of the results with the aid of 5W2H tool for<br />

environmental manag<strong>em</strong>ent is performed, applied to issues that reduce the achieved level of<br />

sustainability. The results revealed that the total level of the cooperative's sustainability is<br />

53.57%, which is consi<strong>de</strong>red regular. The key group "Waste Disposal" achieved the highest<br />

score, since the "production" was the least scored, being mainly responsible for reduction of<br />

the total level.<br />

Palavras-chave: Sustentabilida<strong>de</strong>; Moluscos; SICOGEA Geração 2.<br />

Keywords: Sustainability; Mollusks, SICOGEA Generation 2.


1 INTRODUÇÃO<br />

Apesar da existência <strong>de</strong> legislações pertinentes à área ambiental com multas, tal como,<br />

a Lei Fe<strong>de</strong>ral 9.605/1998, conhecida como Lei <strong>de</strong> Crimes Ambientais, que esten<strong>de</strong> a<br />

penalida<strong>de</strong> não apenas à pessoa jurídica, mas ao executante da infração (pessoa física), o que<br />

se percebe no estudo <strong>de</strong> Maciel et al (2009) é que a Contabilida<strong>de</strong> Ambiental t<strong>em</strong> sido pouco<br />

valorizada no ensino superior.<br />

O estudo supracitado foi realizado com 58 contadores, 86% <strong>de</strong>stes, formados <strong>em</strong><br />

instituições particulares. Destes, 83% disseram nunca ter<strong>em</strong> cursado nenhuma disciplina <strong>de</strong><br />

Contabilida<strong>de</strong> Ambiental ou correlata, 12% haviam participado <strong>de</strong> algum evento da área<br />

ambiental, e 48% disseram que nunca tiveram contato com nenhum tipo <strong>de</strong> material impresso<br />

(livros, revistas, etc.) da área <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> Ambiental. Quando questionados a fazer<strong>em</strong><br />

uma auto-avaliação sobre seu grau <strong>de</strong> conhecimento das peculiarida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sta Contabilida<strong>de</strong>,<br />

38% disseram <strong>de</strong>sconhecer totalmente, 47% disseram conhecer um pouco, 15% conhec<strong>em</strong><br />

razoavelmente e ninguém disse que conhecia muito ou totalmente.<br />

Para que se possa construir um espaço sustentável, é preciso que as entida<strong>de</strong>s,<br />

principais fontes <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> riqueza do país, façam sua parte com a ajuda <strong>de</strong> contadores,<br />

por meio da Contabilida<strong>de</strong> Ambiental, e <strong>de</strong>mais profissionais engajados nesta conquista.<br />

Uma vez que o contador é um dos responsáveis, e <strong>de</strong>ve zelar pela continuida<strong>de</strong> das<br />

entida<strong>de</strong>s, confrontando as informações da pesquisa <strong>de</strong> Maciel et al (2009) com a crescente<br />

preocupação social e ambiental atual, conclui-se que pesquisas nesta área são relevantes para<br />

levar a conhecimento <strong>de</strong> outros profissionais, socieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>mais interessados no assunto,<br />

aspectos da Contabilida<strong>de</strong> Ambiental, sustentabilida<strong>de</strong>, e sobre como sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong><br />

gerenciamento <strong>de</strong> impactos ambientais po<strong>de</strong>m auxiliar profissionais sobre esse assunto, até<br />

então pouco explorado.<br />

A preocupação com questões ambientais t<strong>em</strong> aumentado nos últimos anos por parte <strong>de</strong><br />

<strong>em</strong>presários. Pressionados pelos consumidores, pela socieda<strong>de</strong> e pelos concorrentes, t<strong>em</strong>-se<br />

dado novos diretrizes para a gestão das entida<strong>de</strong>s.<br />

A criação <strong>de</strong> moluscos no litoral florianopolitano respon<strong>de</strong> pela maior parte da<br />

produção do Brasil, o que po<strong>de</strong> gerar impactos significativos no meio ambiente <strong>caso</strong> não seja<br />

uma produção b<strong>em</strong> planejada e com <strong>de</strong>scarte <strong>de</strong> resíduos a<strong>de</strong>quado. Consi<strong>de</strong>rando a<br />

responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes produtores nestes aspectos, revela-se então, um cenário inexplorado<br />

quanto à responsabilida<strong>de</strong> social e ambiental praticada nestes locais.<br />

Atualmente, o município <strong>de</strong> Florianópolis contribui com a maioria da produção <strong>de</strong><br />

moluscos da classe dos bivalves do Brasil, tais como ostras, mariscos e vieiras. Esse processo<br />

produtivo po<strong>de</strong> causar impactos ambientais significativos no ecossist<strong>em</strong>a local e gerar<br />

transtornos, especialmente no momento do <strong>de</strong>scarte das conchas.<br />

Desta forma, trata-se <strong>de</strong> um processo que merece atenção <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s, dos<br />

consumidores e <strong>em</strong>presários; para tornar esta produção, que é tão representativa para a<br />

economia local, num processo limpo e ambientalmente responsável.<br />

2


Nesse sentido, Cabezas, Bitencourt e Pfitscher (2010) analisaram a sustentabilida<strong>de</strong><br />

ambiental <strong>de</strong> uma cooperativa <strong>de</strong> mariscos, com base no Sist<strong>em</strong>a Contábil Gerencial<br />

Ambiental (SICOGEA). Tal sist<strong>em</strong>a foi aprimorado e recebeu um tratamento que permite<br />

maior fi<strong>de</strong>dignida<strong>de</strong> dos dados apresentados. A esse sist<strong>em</strong>a aprimorado, <strong>de</strong>u-se o nome <strong>de</strong><br />

SICOGEA – Geração 2.<br />

Assim, o probl<strong>em</strong>a da pesquisa constitui-se <strong>em</strong> respon<strong>de</strong>r a seguinte pergunta: Qual o<br />

grau <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> ambiental praticado por uma cooperativa <strong>de</strong> criação e distribuição <strong>de</strong><br />

moluscos bivalves, com base no SICOGEA Geração 2?<br />

A partir do t<strong>em</strong>a apresentado, surge a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar e analisar a<br />

sustentabilida<strong>de</strong> ambiental <strong>de</strong> uma cooperativa <strong>de</strong> criação e distribuição <strong>de</strong> moluscos situada<br />

na Ilha <strong>de</strong> Santa Catarina, no ano <strong>de</strong> 2011, constituindo o objetivo <strong>de</strong>ste trabalho. Esta<br />

cooperativa foi escolhida, pois a ela estão afiliados cerca <strong>de</strong> 30 produtores que respon<strong>de</strong>m por<br />

uma parte expressiva da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> moluscos produzidos na cida<strong>de</strong>.<br />

Os objetivos específicos são, resumidamente, i<strong>de</strong>ntificar quais as práticas da<br />

cooperativa são os principais responsáveis pela redução do grau <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong><br />

ambiental, entre os grupos-chave “Produção”, “Distribuição” e “Descarte <strong>de</strong> Resíduos”;<br />

propor melhorias para aqueles consi<strong>de</strong>rados pouco sustentáveis; e cotejar os resultados<br />

apresentados nesta pesquisa com os resultados apresentados por Cabezas, Bitencourt e<br />

Pfitscher (2010).<br />

Este estudo po<strong>de</strong> ser justificado segundo os critérios estabelecidos por Castro (1977).<br />

Segundo o autor, um trabalho científico <strong>de</strong>ve ter três el<strong>em</strong>entos: originalida<strong>de</strong>, importância e<br />

viabilida<strong>de</strong>.<br />

Esta pesquisa revela-se inédita quanto à aplicação do SICOGEA Geração 2 <strong>em</strong> uma<br />

cooperativa maricultora <strong>de</strong> Florianópolis, frente aos periódicos e eventos sondados, conforme<br />

exposto na seção <strong>de</strong> metodologia. A viabilida<strong>de</strong> acontece também, pois a pesquisadora<br />

mantém contato com a pessoa que respon<strong>de</strong> ao checklist, t<strong>em</strong> acesso ao local <strong>de</strong> criação e<br />

possui acesso ao material e aos autores do SICOGEA e SICOGEA Geração 2.<br />

Esta pesquisa se propõe à aplicação <strong>de</strong> checklist para verificar a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

uma cooperativa criadora <strong>de</strong> moluscos <strong>em</strong> Florianópolis <strong>em</strong> 2011. Sabe-se que não é a única<br />

cooperativa existente na cida<strong>de</strong>, portanto, seus resultados não necessariamente <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser<br />

estendidos a cooperativas s<strong>em</strong>elhantes.<br />

Este trabalho é composto por sete seções. Na primeira seção, é apresentada a<br />

introdução. A segunda apresenta o referencial teórico da pesquisa, seguida da metodologia. A<br />

quarta seção apresenta a análise dos resultados, e a quinta, as consi<strong>de</strong>rações finais. Por último<br />

as referências e o apêndice (Planilha <strong>de</strong> Pon<strong>de</strong>ração).<br />

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA<br />

Nesta seção, é apresentado o referencial teórico acerca dos t<strong>em</strong>as Contabilida<strong>de</strong><br />

Ambiental e SICOGEA Geração 2, necessários para que se entenda a análise <strong>de</strong><br />

sustentabilida<strong>de</strong> proposta.<br />

2.1 CONTABILIDA<strong>DE</strong> AMBIENTAL<br />

Segundo Kra<strong>em</strong>er (2001), até pouco t<strong>em</strong>po atrás a única preocupação das<br />

organizações eram seus sist<strong>em</strong>as produtivos. Em pouco t<strong>em</strong>po, essa noção revelou-se<br />

equivocada, e uma das mudanças quanto a esse pensamento foi o crescimento da consciência<br />

ecológica na socieda<strong>de</strong>, nas <strong>em</strong>presas e no governo.<br />

A contabilida<strong>de</strong>, entendida como meio <strong>de</strong> fornecer informações, <strong>de</strong>ve correspon<strong>de</strong>r a<br />

este <strong>de</strong>safio, aten<strong>de</strong>ndo diversos usuários e auxiliando gestores na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

(KRAEMER, 2001).<br />

3


A Contabilida<strong>de</strong> Ambiental passou a ter status <strong>de</strong> novo ramo da ciência contábil<br />

especificamente <strong>em</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1998, com a finalização do “Relatório financeiro e contábil<br />

sobre o passivo e custos ambientais” pelo Grupo <strong>de</strong> Trabalho Intergovernamental das Nações<br />

Unidas <strong>de</strong> Especialistas <strong>em</strong> Padrão Internacionais <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> e Relatórios (TINOCO e<br />

KRAEMER, 2004).<br />

Assim, segundo Freitas, Richartz e Pfitscher (2009, p. 39), “a Contabilida<strong>de</strong><br />

Ambiental po<strong>de</strong> ser entendida como uma ramificação da Contabilida<strong>de</strong>, capaz <strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciar<br />

aspectos externos à entida<strong>de</strong>, mas diretamente ligados às suas ações.”<br />

Torna-se compreensível o surgimento da Contabilida<strong>de</strong> Ambiental quando se<br />

esclarece a importância da Responsabilida<strong>de</strong> Social (e também ambiental). Segundo afirmam<br />

Reis e Me<strong>de</strong>iros (2007, p. 34) a responsabilida<strong>de</strong> social é:<br />

[...] a consciência ética, o agir corretamente, o compromisso <strong>de</strong> “ser<br />

responsável” ao não tomar <strong>de</strong>cisões, cujas conseqüências possam ferir<br />

quaisquer interesses sociais, seja tanto <strong>em</strong> relação aos stakehol<strong>de</strong>rs internos<br />

e externos, mas também a socieda<strong>de</strong> como um todo.<br />

Nestes termos, observa-se que este t<strong>em</strong>a, além <strong>de</strong> ser objeto <strong>de</strong> estudo e meta das<br />

organizações responsáveis ambientalmente e socialmente, passa também por áreas<br />

importantes das <strong>em</strong>presas com diferentes funções, sendo inclusive objeto <strong>de</strong> marketing para<br />

promover-se diante da socieda<strong>de</strong>.<br />

Para Kotler (1995, apud DALMORO et al, 2009),<br />

o marketing ver<strong>de</strong> surge quando as <strong>em</strong>presas respon<strong>de</strong>ram às preocupações<br />

ambientais da população por meio do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produtos<br />

ecologicamente mais seguros, <strong>em</strong>balagens recicláveis e bio<strong>de</strong>gradáveis,<br />

maior controle da poluição e operações mais <strong>em</strong>ergenciais e eficientes.<br />

Po<strong>de</strong>-se ter uma melhor dimensão do assunto quando compreen<strong>de</strong>-se que o t<strong>em</strong>a<br />

“Contabilida<strong>de</strong> Ambiental” e suas diversas vertentes ating<strong>em</strong> diretamente a socieda<strong>de</strong> como<br />

um todo, sejam investidores, clientes, não-clientes ou colaboradores.<br />

Atinge investidores, pois é menos provável que algum investidor <strong>em</strong> potencial venha a<br />

se interessar <strong>em</strong> fazer negócios com uma entida<strong>de</strong> cujos passivos ambientais sejam altos ou<br />

que esteja causando transtornos à socieda<strong>de</strong>. Clientes, pois sensibiliza os mesmos a consumir<br />

<strong>de</strong> forma consciente seus produtos, contribuindo para a preservação do planeta. Não clientes,<br />

pois <strong>em</strong>presas que não são ambientalmente responsáveis po<strong>de</strong>m vir a atingir a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vida e saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas vizinhas à sua fábrica <strong>de</strong> produção poluidora, por ex<strong>em</strong>plo. E os<br />

colaboradores, pois a consciência social e ambiental eleva a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, minimizando<br />

probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para as pessoas e seu entorno.<br />

Para que tudo isto fosse posto <strong>em</strong> prática pelas entida<strong>de</strong>s, foram criados instrumentos<br />

<strong>de</strong> auxílio aos gestores, que são os sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> gerenciamento. T<strong>em</strong>os como ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong>stes<br />

sist<strong>em</strong>as, entre outros, o GAIA – Gerenciamento <strong>de</strong> Aspectos e Impactos Ambientais, e<br />

SICOGEA – Sist<strong>em</strong>a Contábil Gerencial Ambiental Geração 2; sendo este último tratado a<br />

seguir.<br />

2.2 SISTEMA CONTÁBIL GERENCIAL AMBIENTAL – SICOGEA GERAÇÃO 2<br />

O SICOGEA foi inicialmente <strong>de</strong>senvolvido por Pfitscher, no ano <strong>de</strong> 2004. Seu<br />

principal objetivo é i<strong>de</strong>ntificar quais ativida<strong>de</strong>s possu<strong>em</strong> baixa eficiência ecológica,<br />

propondo-lhes soluções. Trata-se <strong>de</strong> uma abordag<strong>em</strong> contábil para análise <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong><br />

das <strong>em</strong>presas. Segundo Pfitscher (2004, p.103), as etapas principais do SICOGEA são:<br />

Integração da Ca<strong>de</strong>ia Produtiva, Gestão <strong>de</strong> Controle Ecológico e Gestão da Contabilida<strong>de</strong> e<br />

Controladoria Ambiental.<br />

4


Através do estudo <strong>de</strong> Nunes (2010), formularam-se propostas <strong>de</strong> alterações para todas<br />

as etapas do método, com ênfase na terceira etapa, <strong>de</strong>nominada “Gestão da Contabilida<strong>de</strong> e<br />

Controladoria Ambiental”. Surge assim o chamado SICOGEA – Geração 2.<br />

A etapa utilizada nesta pesquisa está focada parcialmente na primeira das três fases<br />

<strong>de</strong>sta etapa, ou seja, “Investigação e Mensuração”. A segunda e terceira fases são compostas<br />

por “Informação” e “Decisão”.<br />

Esta primeira fase consiste <strong>em</strong> primeiramente levantar o grau <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho ambiental, que po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> 0 a 100%. Isso se faz possível, pois é feita a<br />

aplicação da lista <strong>de</strong> verificação (check-list), composta por grupos-chave e subgrupos. (Nunes,<br />

2010). Para fins <strong>de</strong>sta pesquisa, serão utilizado somente 3 grupos-chave.<br />

A Lista <strong>de</strong> Verificação do SICOGEA Geração 2 se distingue da originalmente<br />

proposta por Pfitscher (2004), pois, segundo Nunes (2010, p. 138), esta última:<br />

Possibilitava ao respon<strong>de</strong>nte atribuir apenas 3 (três) possibilida<strong>de</strong>s – Sim,<br />

Não e Não se Adapta – e ficavam a critério do analista atribuir as respostas –<br />

“A” (A<strong>de</strong>quado) consi<strong>de</strong>rada boa prática; “D” (Deficitário) mostra<br />

probl<strong>em</strong>as ou necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhoria. [...] Nesta nova proposta, o<br />

questionário <strong>de</strong>ve ser dimensionado com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se atribuir<br />

pontuação variada para cada pergunta da lista <strong>de</strong> verificação, conforme grau<br />

<strong>de</strong> atendimento ao questionamento, pon<strong>de</strong>rando <strong>em</strong> uma escala sugerida, que<br />

parte <strong>de</strong> 0 (zero) chegando ao máximo <strong>em</strong> 05 (cinco) pontos.<br />

Assim, a lista <strong>de</strong> verificação (check-list) <strong>de</strong>ve ter o seguinte mol<strong>de</strong>:<br />

Quadro 01: Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> questionário e atribuição <strong>de</strong> pontos por t<strong>em</strong>a pesquisado<br />

Fonte: Nunes, 2010.<br />

Segundo Nunes et al (2009), para que seja calculado o grau <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> dos<br />

grupos-chave, consi<strong>de</strong>rou-se como escala para atribuição <strong>de</strong> valor <strong>de</strong> atendimento por parte da<br />

entida<strong>de</strong>, na visão do entrevistado, a seguinte interpretação:<br />

Quadro 2: Escala para atribuição <strong>de</strong> valor <strong>de</strong> atendimento por parte da entida<strong>de</strong>.<br />

0 (zero) 1 (um) 2 (dois) 3 (três) 4 (quatro) 5 (cinco)<br />

Para <strong>em</strong>presas<br />

que não<br />

<strong>de</strong>monstram<br />

nenhum<br />

investimento/<br />

controle sobre<br />

o t<strong>em</strong>a<br />

avaliado.<br />

Equivale a 0%<br />

do total <strong>de</strong><br />

pontos<br />

possíveis<br />

neste<br />

it<strong>em</strong>.<br />

Para <strong>em</strong>presas<br />

que<br />

<strong>de</strong>monstram<br />

algum<br />

investimento/<br />

controle sobre<br />

o t<strong>em</strong>a<br />

avaliado.<br />

Equivale a<br />

20% do total<br />

<strong>de</strong> pontos<br />

possíveis<br />

neste it<strong>em</strong>.<br />

Para <strong>em</strong>presas<br />

que<br />

<strong>de</strong>monstram<br />

investimento/<br />

controle um<br />

pouco maior<br />

que o it<strong>em</strong><br />

anterior,sobre<br />

o t<strong>em</strong>a<br />

avaliado.<br />

Equivale a<br />

40% do total<br />

<strong>de</strong> pontos<br />

possíveis neste<br />

it<strong>em</strong>.<br />

Para<br />

<strong>em</strong>presas que<br />

<strong>de</strong>monstram<br />

investimento<br />

um pouco<br />

maior que o<br />

it<strong>em</strong> anterior,<br />

sobre o t<strong>em</strong>a<br />

avaliado.<br />

Equivale a<br />

60% do total<br />

<strong>de</strong> pontos<br />

possíveis<br />

neste it<strong>em</strong>.<br />

Para <strong>em</strong>presas<br />

que<br />

<strong>de</strong>monstram<br />

investimento/<br />

controle quase<br />

total, sobre o<br />

it<strong>em</strong> avaliado.<br />

Equivale a<br />

80% do total<br />

<strong>de</strong> pontos<br />

possíveis no<br />

it<strong>em</strong> avaliado.<br />

Para a <strong>em</strong>presa<br />

que <strong>de</strong>monstra<br />

investimento/<br />

Controle total<br />

sobre o t<strong>em</strong>a<br />

avaliado.<br />

O percentual<br />

da resposta<br />

equivale a<br />

100% do total<br />

<strong>de</strong> pontos<br />

possíveis.<br />

5


Fonte: Nunes, 2010.<br />

Segundo Nunes et al (2009), <strong>de</strong>ve ainda ser levada <strong>em</strong> conta a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o<br />

respon<strong>de</strong>nte atribuir a resposta N.A (não se aplica) para alguma questão, pois po<strong>de</strong>rá ocorrer<br />

algum questionamento que por virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> especificida<strong>de</strong> do objeto <strong>de</strong> estudo, não se<br />

enquadre. Assim, possibilita ao analista <strong>de</strong>scartar tal questionamento, s<strong>em</strong> prejudicar as<br />

<strong>de</strong>mais análises e cálculo <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

A partir da lista <strong>de</strong> verificação, é <strong>de</strong>senvolvida uma planilha que possibilite a<br />

pon<strong>de</strong>ração das respostas obtidas. A seguir é <strong>de</strong>monstrado um ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong>sta planilha.<br />

Tabela 1: mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> planilha <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração<br />

Fonte: Nunes et al (2009)<br />

A partir <strong>de</strong>sta planilha, são apresentados a seguir alguns esclarecimentos para seu<br />

entendimento e melhor estruturação das respostas obtidas e, ainda, análises a ser<strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvidas pelo analista.<br />

Obtenção do escore para cada questão:<br />

Partindo-se do fato <strong>de</strong> que o respon<strong>de</strong>nte po<strong>de</strong> atribuir para a questão, <strong>de</strong> (0) zero a (5)<br />

cinco, percebe-se na pergunta número 02, por ex<strong>em</strong>plo, que o respon<strong>de</strong>nte atribuiu nota 03<br />

para a questão. Sendo que esta questão vale 01 ponto, o escore foi <strong>de</strong> 60% do total possível <strong>de</strong><br />

pontos da questão, e o nível obtido <strong>de</strong> pontos alcançados foram 0,6 pontos.<br />

Esta pon<strong>de</strong>ração <strong>de</strong>ve ser realizada para todas as questões da lista <strong>de</strong> verificação,<br />

obtendo-se o percentual <strong>de</strong> atendimento a questão, informado pelo respon<strong>de</strong>nte, e aplicando<br />

este, sobre o total <strong>de</strong> pontos possíveis atribuído pelo analista. Deste modo, irá obter a soma <strong>de</strong><br />

pontos alcançados <strong>em</strong> cada grupo-chave e subgrupo, que po<strong>de</strong>rá ser comparado ao total <strong>de</strong><br />

pontos possíveis, resultando no grau <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> da <strong>em</strong>presa (Nunes, 2010). Os pontos<br />

possíveis para cada questão não <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser divulgados ao respon<strong>de</strong>nte, a fim <strong>de</strong> evitar<br />

respostas ten<strong>de</strong>nciosas.<br />

Após ser estruturada a planilha <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração para o cálculo da lista <strong>de</strong> verificação,<br />

parte-se inicialmente para saber qual o grau <strong>de</strong> cada grupo chave e <strong>de</strong>pois a sustentabilida<strong>de</strong><br />

geral. Para isso, utilizou-se a seguinte fórmula: total <strong>de</strong> pontos alcançados dividido pela soma<br />

dos pontos possíveis. A tabela 2 sugere um ex<strong>em</strong>plo.<br />

Tabela 2: Ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> cálculo do índice <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> da <strong>em</strong>presa<br />

6


Fonte: Nunes et al (2009)<br />

Após o cálculo, utiliza-se o quadro <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho<br />

ambiental do SICOGEA Geração 2 (Quadro 3), para classificar o percentual obtido. Neste<br />

ex<strong>em</strong>plo, a <strong>em</strong>presa é enquadrada com o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho “Regular” (entre 41% a 60%): aten<strong>de</strong> a<br />

legislação, porém não t<strong>em</strong> atitu<strong>de</strong>s pró-ativas quanto ao meio ambiente.<br />

Resultado Sustentabilida<strong>de</strong> Des<strong>em</strong>penho: controle,<br />

incentivo, estratégia<br />

Inferior a 20% Péssimo “P” Po<strong>de</strong> estar causando gran<strong>de</strong><br />

impacto ao meio ambiente.<br />

Entre 21% a 40% Fraco – “F” Po<strong>de</strong> estar causando danos,<br />

mas surg<strong>em</strong> poucas<br />

iniciativas.<br />

Entre 41% a 60% Regular – “R” Aten<strong>de</strong> somente a legislação<br />

Entre 61% a 80% Bom – “B” Além da legislação, surg<strong>em</strong><br />

alguns projetos e atitu<strong>de</strong>s que<br />

buscam valorizar o meio<br />

Mais <strong>de</strong><br />

80%<br />

ambiente.<br />

Ótimo – “O” Alta valorização ambiental<br />

com produção ecológica e<br />

prevenção da Poluição.<br />

Quadro 3:Avaliação da sustentabilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho ambiental<br />

Fonte: Adaptado <strong>de</strong> Leripio (2001) e Pfitscher (2004 apud NUNES, 2010).<br />

Após o enquadramento do grau <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> total e dos grupos-chave, <strong>de</strong>v<strong>em</strong><br />

ser <strong>de</strong>finidas quais questões necessitam <strong>de</strong> melhorias: <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser aquelas cujo escore foi mais<br />

baixo. Assim, parte-se para a próxima etapa.<br />

Definição <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> melhoria<br />

Com a realização do cálculo da sustentabilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>scoberta da situação quanto ao<br />

atendimento ambiental realizado pela <strong>em</strong>presa, Nunes et al (2009, p.142) sugere como<br />

<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s para melhoria dos indicadores <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>, seguir alguns<br />

passos:<br />

i) Escolher os subgrupos com menor pontuação (no <strong>caso</strong>, grupos-chave);<br />

ii) Reportar-se ao questionário e observar as respostas cujo escore atingiu no<br />

máximo o escore 03, ou seja, 60% do total <strong>de</strong> pontos possíveis;<br />

iii) Priorizar os t<strong>em</strong>as que atribuiu maior importância no questionário, ou<br />

seja, nas questões on<strong>de</strong> o número <strong>de</strong> pontos possíveis é maior;<br />

iv) Usar o bom senso para compor um plano que possa ser: coerente,<br />

exequível e principalmente alinhado com a proposta da organização <strong>em</strong><br />

estudo.<br />

Após a i<strong>de</strong>ntificação dos grupos-chave <strong>de</strong>ficitários, po<strong>de</strong>m ser utilizados recursos<br />

como gráficos e métodos numéricos, tais como média aritmética e moda, para ilustrar e tratar<br />

os resultados. Posteriormente, será aplicado o sist<strong>em</strong>a 5W2H, momento <strong>em</strong> que o pesquisador<br />

irá propor novas práticas à cooperativa, a fim <strong>de</strong> melhorar seus processos.<br />

7


Para Baldissera et al (2008, apud FREITAS, RICHARTZ e PFITSCHER, 2009), após<br />

a aplicação do SICOGEA 2, os gestores po<strong>de</strong>m planejar e <strong>de</strong>senvolver métodos que torn<strong>em</strong> o<br />

processo produtivo mais eficaz <strong>em</strong> relação à gestão ambiental.<br />

Para indicar soluções, o sist<strong>em</strong>a utiliza a proposta do 5W2H, que consiste <strong>em</strong> 7<br />

perguntas que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser respondidas para que possa ser dado início a um plano <strong>de</strong><br />

maximização da eficiência ecológica da <strong>em</strong>presa <strong>em</strong> estudo. As questões são:<br />

What? O quê?<br />

Why? Por quê?<br />

When? Quando?<br />

Where? On<strong>de</strong>?<br />

Who? Qu<strong>em</strong>?<br />

How? Como?<br />

How much? Quanto custa?<br />

Quadro 4: 5W2H - Plano Resumido <strong>de</strong> Gestão Ambiental.<br />

Fonte: Pfitscher (2004, p. 71)<br />

Após elaboradas as respostas <strong>de</strong>stas perguntas pela pesquisadora, <strong>de</strong>verá ser possível<br />

<strong>de</strong>terminar, para as questões <strong>de</strong>ficitárias: o que <strong>de</strong>ve ser feito e por quê, <strong>em</strong> que momento<br />

(quando), <strong>em</strong> qual local da entida<strong>de</strong> (on<strong>de</strong>), sob responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> qu<strong>em</strong>, <strong>de</strong> que forma<br />

(como), e, se possível, apurar os custos <strong>de</strong> implantação.<br />

Estas respostas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> servir <strong>de</strong> <strong>em</strong>basamento aos gestores, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

colocar <strong>em</strong> prática melhores ações ambientalmente responsáveis, compl<strong>em</strong>entando o<br />

SICOGEA 2, a fim <strong>de</strong> não apenas apontar os setores <strong>de</strong>ficitários, mas propor melhorias<br />

pontuais.<br />

3 METODOLOGIA DA PESQUISA<br />

Esta seção é composta pelas subseções “Enquadramento Metodológico”,<br />

“Procedimento para seleção dos artigos para compor o referencial teórico” e “Procedimentos<br />

para coleta e análise dos dados”.<br />

3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO<br />

A presente pesquisa é predominant<strong>em</strong>ente qualitativa e quantitativa, ou seja, segundo<br />

Raupp e Beuren (2003), na pesquisa qualitativa busca-se um estudo mais profundo do objeto<br />

que está sendo estudado. Justifica-se pela análise dos resultados obtidos através,<br />

principalmente, do sist<strong>em</strong>a 5W2H. Quantitativa, pois para que possam ser respondidos<br />

objetivos específicos, serão calculados os índices <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>, dados <strong>em</strong> porcentag<strong>em</strong>.<br />

Ainda será realizado tratamento dos dados para que se verifique, por ex<strong>em</strong>plo, a média <strong>de</strong>stes<br />

índices.<br />

Assim, faz-se a interpretação dos dados coletados no check-list, e o nível <strong>de</strong><br />

sustentabilida<strong>de</strong> da cooperativa é apresentado; e finalmente a análise dos probl<strong>em</strong>as<br />

encontrados com auxílio do Plano Resumido <strong>de</strong> Gestão Ambiental - 5W2H propondo-se as<br />

melhorias que se fizer<strong>em</strong> necessárias.<br />

Os objetivos são <strong>de</strong> caráter exploratório, que segundo Alberton et al (2004), busca<br />

uma visão geral sobre <strong>de</strong>terminado fato. Assim, foram levantados dados sobre a cooperativa<br />

para melhor analisar seus processos.<br />

A pesquisa é <strong>de</strong> caráter indutivo, pois parte do geral (SICOGEA 2) para o particular<br />

(resultados da cooperativa). A coleta <strong>de</strong> dados é primária, visto que os dados foram obtidos<br />

por meio da aplicação <strong>de</strong> uma Lista <strong>de</strong> Verificação (check-list) ao Presi<strong>de</strong>nte da cooperativa,<br />

8


estruturada, contendo 16 questões com possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> resposta entre 0 (zero) e 5 (cinco).<br />

Desta forma, monta-se este estudo <strong>de</strong> <strong>caso</strong>, que segundo Segundo Yin (2005, p. 21):<br />

(...) permite uma investigação para se preservar as<br />

características holísticas e significativas dos eventos da vida<br />

real – tais como o ciclo <strong>de</strong> vida individuais, processos<br />

organizacionais, administrativos, mudanças ocorridas <strong>em</strong><br />

regiões urbanas, relações internacionais e a maturação <strong>de</strong> alguns<br />

setores.<br />

3.2 PROCEDIMENTOS PARA SELEÇÃO DOS ARTIGOS PARA COMPOR O<br />

REFERENCIAL TEÓRICO<br />

Os artigos selecionados para compor o referencial teórico foram mapeados nos 13<br />

periódicos vinculados aos Programas <strong>de</strong> Pós-Graduação recomendados pela Capes <strong>em</strong><br />

Ciências Contábeis <strong>em</strong> nível <strong>de</strong> Mestrado ou Doutorado: Brazilian Business Review (BBR) –<br />

FUCAPE, Revista <strong>de</strong> Administração e Contabilida<strong>de</strong> da Unisinos (BASE) – Unisinos, Revista<br />

Contabilida<strong>de</strong> e Organizações (RCO) – USP-RP, Revista <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> do Mestrado <strong>em</strong><br />

Ciências Contábeis – UERJ, Revista Universo Contábil – FURB, Contabilida<strong>de</strong> Vista &<br />

Revista UFMG, Contabilida<strong>de</strong> & Finanças – USP, Revista Brasileira <strong>de</strong> Gestão e Negócios<br />

(RBGN) – UNIFECAP, Revista <strong>de</strong> Informação Contábil (RIC) –UFPE, Revista <strong>de</strong><br />

Contabilida<strong>de</strong> da UFBA – UFBA, Revista Contabilida<strong>de</strong> & Controladoria – UFPR, Revista<br />

Cont<strong>em</strong>porânea <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> (RCC) – UFSC e Contabilida<strong>de</strong>, Gestão e Governança –<br />

UNB. Além <strong>de</strong>stes, também foram pesquisados artigos publicados nos eventos: Congresso<br />

ANPCONT e Congresso USP <strong>de</strong> Controladoria e Contabilida<strong>de</strong>.<br />

Tal seleção explica-se pelo fato <strong>de</strong> se acreditar que tanto os Programas <strong>de</strong> Pós-<br />

Graduação quanto os dois eventos citados contribu<strong>em</strong> positivamente para a diss<strong>em</strong>inação da<br />

pesquisa científica contábil.<br />

A busca realizada abrangeu o período <strong>de</strong> 2000 a 2010, e foram pesquisados artigos que<br />

possuíam as palavras-chave: “sustentabilida<strong>de</strong>” e “ambiental”, separadas e juntas, nos<br />

respectivos sites dos eventos/periódicos. Desta forma, foram encontrados 45 artigos<br />

científicos distribuídos entre as fontes <strong>de</strong> pesquisa citadas, sendo 13 <strong>de</strong>stes somente no<br />

Congresso <strong>de</strong> Controladoria e Contabilida<strong>de</strong>. Não foi encontrado nenhum trabalho condizente<br />

com as palavras-chaves pesquisadas, na Revista Informação Contábil e Revista <strong>de</strong><br />

Contabilida<strong>de</strong> do Mestrado <strong>em</strong> Ciências Contábeis. Dentre os 45 artigos <strong>de</strong>tectados, 04 foram<br />

selecionados para compor o referencial teórico da pesquisa, <strong>em</strong> função da aproximação com o<br />

t<strong>em</strong>a abordado.<br />

Além disso, foi imprescindível a utilização da dissertação <strong>de</strong> Nunes (2010), por ser o<br />

trabalho que <strong>de</strong>u orig<strong>em</strong> ao “SICOGEA Geração 2”, s<strong>em</strong> o qual esta pesquisa não po<strong>de</strong>ria se<br />

realizar, pois trata-se da ferramenta que possibilitará respon<strong>de</strong>r aos objetivos específicos e o<br />

geral.<br />

3.3 PROCEDIMENTOS PARA COLETA E <strong>ANÁLISE</strong> DOS DADOS<br />

A pesquisa caracteriza-se por aplicação <strong>de</strong> checklist (questionário estruturado)<br />

aplicado ao Presi<strong>de</strong>nte da cooperativa estudada, consi<strong>de</strong>rado a fonte direta para coleta <strong>de</strong><br />

dados, on<strong>de</strong> são atribuídos pelo respon<strong>de</strong>nte valores <strong>de</strong> 0 (zero) a 5 (cinco) ou N.A. (não se<br />

aplica) para as questões elaboradas. Com estes dados, a pesquisadora po<strong>de</strong>rá medir a<br />

sustentabilida<strong>de</strong> da cooperativa com auxílio do SICOGEA Geração 2, e posteriormente será<br />

dado tratamento estatístico <strong>de</strong>scritivo para os valores obtidos. Portanto, serão utilizados<br />

recursos como gráficos e métodos numéricos, tais como média aritmética dos graus <strong>de</strong><br />

9


sustentabilida<strong>de</strong> dos três grupo-chave e moda <strong>de</strong> cada grupo-chave, para ilustrar e tratar os<br />

resultados, b<strong>em</strong> como os cálculos percentuais pertinentes ao SICOGEA – Geração 2.<br />

4 <strong>ANÁLISE</strong> E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS<br />

As cooperativas maricultoras facilitam os processos <strong>de</strong> produção e venda, sendo a<br />

principal razão pelo qual os pequenos produtores se afiliam a elas. A cooperativa estudada foi<br />

constituída no ano <strong>de</strong> 2001 e possui cerca <strong>de</strong> 30 associados, sendo uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

crescimento a eles.<br />

É regida pelos princípios do cooperativismo, disposições legais e por seu Estatuto<br />

Social. Possui ainda parceria com órgãos dos âmbitos fe<strong>de</strong>ral, estadual e municipal que<br />

prestam auxílio para captação <strong>de</strong> recursos na busca por melhorias e escoamento da produção.<br />

O Presi<strong>de</strong>nte, que ocupa este cargo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a cooperativa foi constituída, respon<strong>de</strong>u<br />

ao checklist proposto, constituído <strong>de</strong> 19 perguntas acerca dos processos produtivo,<br />

distribuição e <strong>de</strong>scarte <strong>de</strong> resíduos, e forma a base das informações para a pesquisa. Seus<br />

resultados, analisados com auxílio do SICOGEA Geração 2, serão apresentados a seguir.<br />

4.1 GRUPO-CHAVE 1: PRODUÇÃO<br />

A fase da produção compreen<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o momento da colocação das s<strong>em</strong>entes nas<br />

lanternas com auxílio <strong>de</strong> uma lancha, até a colheita e lavag<strong>em</strong> dos produtos para a venda. São<br />

produzidos na cooperativa especificamente ostras, mariscos e vieiras, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo das<br />

condições climáticas <strong>de</strong> cada estação favoráveis a cada um <strong>de</strong>stes moluscos. Estas s<strong>em</strong>entes<br />

são obtidas pelo Laboratório <strong>de</strong> Moluscos Marinhos da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa<br />

Catarina (UFSC).<br />

O check-list referente ao grupo-chave “Produção” foi constituído <strong>de</strong> 06 questões.<br />

Apresentaram os maiores escores (60%) as respostas acerca da avaliação dos impactos do<br />

quadro biológico da região e quanto às normas <strong>de</strong> higiene pessoal e segurança dos<br />

colaboradores, esta última, valendo 2 pontos. Questões consi<strong>de</strong>radas importantes também<br />

com peso 2, como o controle do consumo <strong>de</strong> água e a existência <strong>de</strong> um manual <strong>de</strong><br />

procedimento, obtiveram escores <strong>de</strong> 20% e 40%, respectivamente, consi<strong>de</strong>rados baixos.<br />

Analisando-se a planilha <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração, observa-se que, do total <strong>de</strong> 9 pontos<br />

possíveis, a cooperativa pontuou 3,6, sendo que a menor pontuação ocorreu na questão 3<br />

(controle do consumo <strong>de</strong> energia elétrica). Porém, a falta <strong>de</strong> controle do consumo <strong>de</strong> energia<br />

elétrica não constitui maiores probl<strong>em</strong>as, pois as máquinas <strong>de</strong>bulhadoras e lavadoras não têm<br />

sido utilizadas no processo da produção. Estes procedimentos são feitos manualmente, o que,<br />

<strong>em</strong> contrapartida, po<strong>de</strong> aumentar o dispêndio <strong>de</strong> água potável. O que se atribui ao consumo <strong>de</strong><br />

energia diz respeito às máquinas <strong>de</strong> gelo e refrigeradores, que ficam s<strong>em</strong>pre ligados, <strong>caso</strong><br />

contrário, inviabilizariam o trabalho <strong>de</strong> distribuição dos produtos e a ativida<strong>de</strong> como um todo.<br />

A moda (resposta que obteve maior repetição) não po<strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntificada, pois 2<br />

respostas foram atribuídas ao número 1, outras 2 respostas para o número 2 e as duas<br />

restantes, ao número 3. O cálculo da média simples obteve como resultado o número 2, que<br />

correspon<strong>de</strong> ao escore 40%. Po<strong>de</strong>-se verificar que as opções 0, 4, 5 e N.A. (não se aplica) não<br />

foram marcadas nesta questão, ou seja, nenhuma alternativa <strong>de</strong>ntre os dois extr<strong>em</strong>os (muito<br />

bom ou muito ruim) foi marcada. Utilizando a fórmula para o cálculo do grau <strong>de</strong><br />

sustentabilida<strong>de</strong>, t<strong>em</strong>-se como resultado para este grupo 40%. Interpretando este resultado <strong>de</strong><br />

acordo com o Quadro 3, t<strong>em</strong>-se um <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho consi<strong>de</strong>rado “Fraco”, ou seja, po<strong>de</strong> estar<br />

causando danos ao meio ambiente.<br />

GRUPO 01: PRODUÇÃO De 0 a 5, minha <strong>em</strong>presa é:<br />

Pontos 0 1 2 3 4 5 N.<br />

10


1 A cooperativa avalia os impactos <strong>de</strong> suas<br />

ativida<strong>de</strong>s sobre o quadro biológico da sua<br />

região?<br />

1 X<br />

2 O consumo <strong>de</strong> água no processo produtivo é<br />

controlado?<br />

2 X<br />

3 Existe controle do consumo <strong>de</strong> energia elétrica<br />

no processo produtivo?<br />

1 X<br />

4 Existe controle do consumo <strong>de</strong> combustível? 1 X<br />

5 Existe um manual <strong>de</strong> procedimento quanto à 2 X<br />

produção, <strong>de</strong> conhecimento dos colaboradores?<br />

6 As normas <strong>de</strong> higiene pessoal e segurança do<br />

meio ambiente são seguidas pelos<br />

colaboradores?<br />

2 X<br />

Quadro 4: Lista <strong>de</strong> Verificação – Produção<br />

Fonte: dados da pesquisa<br />

4.2 GRUPO-CHAVE 2: DISTRIBUIÇÃO<br />

A distribuição a é parte das ativida<strong>de</strong>s da cooperativa que inicia no momento <strong>em</strong> que a<br />

produção é retirada do armazenamento já limpa, até a chegada do produto ao cliente final.<br />

Para esta seção, foram elaboradas 4 perguntas, que correspon<strong>de</strong>m às questões 7 a 10 do<br />

checklist.<br />

Os maiores pesos (peso 2), foram atribuídos às questões sobre o correto<br />

armazenamento dos produtos até a chegada ao consumidor final e sobre a distribuição da<br />

produção <strong>em</strong> recipientes ecologicamente corretos.<br />

Por meio da planilha <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração, verifica-se que a pergunta <strong>de</strong> número 7, com peso<br />

2, que diz respeito ao processo <strong>de</strong> armazenag<strong>em</strong> dos produtos até o consumidor final, foi a<br />

que mais contribuiu para o resultado <strong>de</strong>ste grupo-chave, totalizando 1,2 pontos. Já as questões<br />

8 e 9, que tratam do transporte, foram as que menos pontuaram, com 0,2 pontos cada. Como<br />

resultado do grupo-chave 2, t<strong>em</strong>-se que <strong>de</strong> 7 pontos possíveis, a cooperativa totalizou 3.<br />

Calculando-se o percentual <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste grupo, t<strong>em</strong>-se o total <strong>de</strong> 42,85%,<br />

um pouco maior que o do grupo anterior, se enquadrando como “Regular” – aten<strong>de</strong> somente a<br />

legislação. Já a média simples das respostas para este grupo-chave resultou no número 2,<br />

sendo que as respostas que mais se repetiram foram as <strong>de</strong> número 1 e 3.<br />

GRUPO 02: DISTRIBUIÇÃO De 0 a 5, minha <strong>em</strong>presa é:<br />

7 Os produtos colhidos segu<strong>em</strong> um processo <strong>de</strong><br />

armazenag<strong>em</strong> a<strong>de</strong>quado até o momento da<br />

venda ou transporte?<br />

8 O transporte dos produtos segue as normas<br />

vigentes?<br />

9 Existe planejamento <strong>de</strong> rotas <strong>de</strong> entrega dos<br />

produtos a fim <strong>de</strong> economizar combustível?<br />

10 A cooperativa oferece aos clientes recipientes<br />

ecologicamente corretos para a entrega dos<br />

produtos?<br />

11 A cooperativa divulga interna e externamente a<br />

importância do uso <strong>de</strong> recipientes recicláveis?<br />

A<br />

Pontos 0 1 2 3 4 5 N.<br />

A<br />

2 X<br />

1 X<br />

1 X<br />

2 X<br />

1 X<br />

11


Quadro 5: Lista <strong>de</strong> Verificação – Distribuição<br />

Fonte: dados da pesquisa<br />

4.3 GRUPO-CHAVE 3: <strong>DE</strong>SCARTE <strong>DE</strong> RESÍDUOS<br />

Este grupo trata especialmente do que po<strong>de</strong> ser um dos probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong><br />

econômica: os resíduos <strong>de</strong> conchas. Porém, a planilha <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração revela que este grupochave<br />

foi o que mais pontuou, pois entre os 12 pontos possíveis, foram marcados 8,4.<br />

Destaca-se, no entanto, a pergunta <strong>de</strong> número 15, que trata do reaproveitamento <strong>de</strong> água, cuja<br />

resposta obtida pontuou 0%. Este <strong>de</strong>ve ser um it<strong>em</strong> a ser tratado pela ferramenta 5W2H, já<br />

que a água é amplamente utilizada e essencial para que a ativida<strong>de</strong> aconteça.<br />

A média das respostas totalizou 3,625, a maior <strong>de</strong>ntre os grupos analisados. Já a<br />

resposta mais citada foi a opção 5, o que revela bons resultados já que este número<br />

correspon<strong>de</strong> ao escore 100%.<br />

O percentual <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> totaliza 70% para este grupo-chave, consi<strong>de</strong>rado<br />

“Bom” – além <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r a legislação, surg<strong>em</strong> projetos e atitu<strong>de</strong>s que buscam valorizar o<br />

meio ambiente.<br />

Isto se confirma, pois a cooperativa possui um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> recolhimento das conchas<br />

dos produtos que são vendidos, que posteriormente são repassados a artesãos e a uma <strong>em</strong>presa<br />

<strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong> blocos <strong>de</strong> concreto. Esta <strong>em</strong>presa utiliza as conchas dos moluscos como<br />

matéria-prima principal na fabricação dos blocos para construção civil, pois são ricas <strong>em</strong><br />

cálcio. Sendo assim, praticamente todos os resíduos <strong>de</strong> conchas são reaproveitados.<br />

GRUPO 03: <strong>DE</strong>SCARTE <strong>DE</strong> RESÍDUOS De 0 a 5, minha <strong>em</strong>presa é:<br />

Pontos 0 1 2 3 4 5 N.<br />

A<br />

12 Há separação por tipo <strong>de</strong> lixo? 2 X<br />

13 Há <strong>de</strong>stinação diferenciada do lixo<br />

orgânico/reciclável?<br />

1 X<br />

14 O lixo reciclável é vendido? 1 X<br />

15 Existe reaproveitamento <strong>de</strong> água para lavag<strong>em</strong><br />

dos produtos?<br />

2 X<br />

16 Existe reaproveitamento dos resíduos sólidos? 2 X<br />

17 Existe algum tipo <strong>de</strong> reaproveitamento <strong>de</strong> papel/<br />

material administrativo?<br />

1 X<br />

18 Existe coleta seletiva no local? 1 X<br />

19 É utilizado pela cooperativa algum método <strong>de</strong> 2 X<br />

tratamento <strong>de</strong> resíduos produtivos?<br />

Quadro 6: Lista <strong>de</strong> Verificação – Descarte <strong>de</strong> Resíduos<br />

Fonte: dados da pesquisa<br />

4.4 GRAU <strong>DE</strong> SUSTENTABILIDA<strong>DE</strong> TOTAL DA COOPERATIVA<br />

O grau <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> total da cooperativa totalizou 53,57%. Chega-se a este<br />

percentual calculando o total <strong>de</strong> pontos obtidos dividido pelo total <strong>de</strong> pontos possíveis do<br />

checklist inteiro, ou seja, consi<strong>de</strong>rando a pontuação dos três grupos-chave e todos os pontos<br />

possíveis. O gráfico 1 sintetiza o grau alcançado por cada grupo-chave, b<strong>em</strong> como o grau<br />

total, resumindo os objetivos <strong>de</strong>sta pesquisa.<br />

12


Gráfico 1: Grau <strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong><br />

Fonte: dados da pesquisa.<br />

Fazendo-se o enquadramento do grau <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> geral da cooperativa <strong>de</strong><br />

acordo com o Quadro 3, t<strong>em</strong>-se que o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho alcançado encontra-se na faixa <strong>de</strong><br />

resultados entre 41% a 60%, consi<strong>de</strong>rado “Regular” - aten<strong>de</strong> somente a legislação. O que<br />

significa que po<strong>de</strong>m ser realizadas melhorias a fim <strong>de</strong> elevar este grau. Portanto, parte-se para<br />

a última etapa, on<strong>de</strong> serão apresentadas sugestões para as questões com menores pontuações<br />

<strong>de</strong> cada grupo-chave, com auxílio do sist<strong>em</strong>a 5W2H.<br />

Assim, ao comparar-se o resultado apresentado aqui, calculado através do SICOGEA<br />

– Geração 2, observa-se a divergência entre os resultados apresentados por Cabezas,<br />

Bitencourt e Pfitscher (2010) que apontam a sustentabilida<strong>de</strong> ambiental, calculada pelo<br />

SICOGEA Geração 1, como a<strong>de</strong>quada, com um resultado <strong>de</strong> 73,33%. Tal divergência <strong>de</strong>ve-se<br />

ao aprimoramento do sist<strong>em</strong>a, que na segunda geração, permite pon<strong>de</strong>ração dos resultados no<br />

check-list, assim como maior fi<strong>de</strong>dignida<strong>de</strong> das respostas obtidas <strong>em</strong> relação a sua real<br />

situação.<br />

4.5 PLANO RESUMIDO <strong>DE</strong> GESTÃO AMBIENTAL – 5W2H<br />

Consi<strong>de</strong>rando a sugestão <strong>de</strong> Nunes et al (2009) sobre a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

melhoria, e com os graus <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> dos grupos-chave e o total <strong>de</strong>finidos, parte-se<br />

para o Plano Resumido <strong>de</strong> Gestão Ambiental – 5W2H. Sua finalida<strong>de</strong> é propor à cooperativa,<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> suas limitações e perspectivas, novas práticas para os processos consi<strong>de</strong>rados menos<br />

sustentáveis, <strong>de</strong> acordo com os resultados apresentados após a aplicação do SICOGEA –<br />

Geração 2.<br />

Foram selecionadas as perguntas que obtiveram menores pontuações, após o cálculo<br />

da planilha <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração. Assim, para o grupo-chave 1, foi selecionada a pergunta número 2,<br />

que trata da falta <strong>de</strong> controle do consumo <strong>de</strong> água no processo produtivo. Já no grupo-chave<br />

2, o foco será a falta <strong>de</strong> planejamento das rotas <strong>de</strong> entrega dos produtos, tratado na questão 9.<br />

Finalmente, no grupo-chave 3 será tratada a questão da reutilização da água (questão 15).<br />

Probl<strong>em</strong>a: Falta <strong>de</strong> controle do consumo <strong>de</strong> água no processo produtivo<br />

O quê? Controlar o uso da água.<br />

Por que? Para diminuir a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água <strong>de</strong>sperdiçada.<br />

Quando? No momento da lavag<strong>em</strong> das conchas, antes da distribuição.<br />

On<strong>de</strong>? No espaço próprio para lavag<strong>em</strong> dos moluscos.<br />

Qu<strong>em</strong>? Todos os colaboradores.<br />

Como? Buscando formas <strong>de</strong> diminuir o consumo <strong>de</strong>ste recurso, iniciando pela<br />

conscientização dos colaboradores. Além disso, po<strong>de</strong>-se dar início a um projeto para verificar<br />

se existe viabilida<strong>de</strong> para tratar a água da lavag<strong>em</strong> <strong>de</strong> forma a reaproveitá-la, buscando para<br />

isso instituições públicas ou profissionais da área da saú<strong>de</strong> e engenharia.<br />

Quanto custa? Valor não orçado.<br />

13


Probl<strong>em</strong>a: Falta <strong>de</strong> planejamento <strong>de</strong> rotas <strong>de</strong> entrega dos produtos<br />

O que? Planejar os locais on<strong>de</strong> os produtos serão distribuídos.<br />

Por quê? A fim <strong>de</strong> reduzir o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> entrega, diminuindo o consumo <strong>de</strong> combustível.<br />

Quando? Durante as entregas aos clientes.<br />

On<strong>de</strong>? Na cida<strong>de</strong> e áreas do entorno.<br />

Qu<strong>em</strong>? O produtor ou motorista.<br />

Como? Planejando, diariamente, os locais <strong>de</strong> entregas dos produtos, dividindo-os por regiões<br />

e clientes, e não <strong>de</strong> acordo com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada produtor.<br />

Quanto custa? Uma vantag<strong>em</strong> <strong>de</strong>ste probl<strong>em</strong>a é que não existe custo para implantar esta ação,<br />

apenas t<strong>em</strong>po e organização para torná-la realida<strong>de</strong>.<br />

Probl<strong>em</strong>a: Falta <strong>de</strong> reaproveitamento <strong>de</strong> água para lavag<strong>em</strong> dos produtos<br />

O que? Reaproveitar a água para lavag<strong>em</strong> das conchas.<br />

Por quê? Para diminuir o consumo <strong>de</strong> água potável.<br />

Quando? S<strong>em</strong>pre que for necessário lavar as conchas.<br />

On<strong>de</strong>? Na área da lavag<strong>em</strong>.<br />

Qu<strong>em</strong>? Produtores.<br />

Como? Buscando parceiros, como a Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina - UFSC,<br />

Prefeitura <strong>de</strong> Florianópolis, Organização das Cooperativas do Estado <strong>de</strong> Santa Catarina<br />

(OCESC), entre outros; para dar início a um estudo <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reaproveitamento da<br />

água do mar para a lavag<strong>em</strong> das conchas, a fim <strong>de</strong> diminuir o consumo <strong>de</strong> água doce.<br />

Quanto custa? Valor não orçado.<br />

5 CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES FINAIS<br />

Após a i<strong>de</strong>ntificação dos resultados, e dadas as limitações da pesquisa, resgata-se a<br />

questão probl<strong>em</strong>a, que consistiu <strong>em</strong> i<strong>de</strong>ntificar qual o grau <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />

cooperativa maricultora <strong>de</strong> Florianópolis, i<strong>de</strong>ntificado <strong>em</strong> 53,57%. À luz da forma <strong>de</strong><br />

interpretação sugerida pelo SICOGEA – Geração 2, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar este resultado como<br />

sendo “Regular”, <strong>em</strong> que a cooperativa t<strong>em</strong> suas ações voltadas para a prática do mínimo<br />

<strong>de</strong>sejável, aten<strong>de</strong>ndo somente a legislação pertinente aos seus processos. Oportuno citar que<br />

utilizando-se o SICOGEA Geração 1, salvo as particularida<strong>de</strong>s da pesquisa <strong>de</strong> Cabezas,<br />

Bitencourt e Pfitscher (2010), chegou-se ao resultado “A<strong>de</strong>quado”.<br />

Foi possível ainda i<strong>de</strong>ntificar que o processo da “Produção” foi o que mais contribuiu<br />

para a redução do grau <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> total, seguido do grupo-chave “Distribuição” e<br />

finalmente “Descarte <strong>de</strong> Resíduos”. Ainda buscando aten<strong>de</strong>r ao objetivo geral, foram<br />

analisados os principais probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cada grupo, <strong>de</strong>tectados por meio do checklist. Esta<br />

análise foi possível com auxílio da ferramenta 5W2H, que permitiu sugerir a prática <strong>de</strong><br />

melhores ações dos colaboradores e clientes, a fim <strong>de</strong> reduzir os impactos <strong>de</strong> seus processos<br />

no meio ambiente.<br />

Durante a proposta <strong>de</strong> melhorias utilizando-se o 5W2H, percebe-se que o maior<br />

probl<strong>em</strong>a é o alto consumo <strong>de</strong> água potável para lavag<strong>em</strong> dos produtos, b<strong>em</strong> como a sua falta<br />

<strong>de</strong> reaproveitamento. As soluções propostas não são <strong>de</strong> caráter imediato, mas é o primeiro<br />

passo para tornar tanto a cooperativa <strong>em</strong> estudo quanto a ativida<strong>de</strong> maricultora <strong>de</strong> forma geral,<br />

mais sustentável e responsável ambientalmente.<br />

Afinal, resgatando o conceito <strong>de</strong> Kra<strong>em</strong>er (2001), <strong>de</strong>ve-se levar <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração que<br />

atualmente, os processos produtivos não são mais as únicas preocupações das <strong>em</strong>presas, tendo<br />

<strong>em</strong> vista a cobrança dos clientes e governo por práticas sustentáveis.<br />

14


Porém, o resultado “Regular” da sustentabilida<strong>de</strong> geral, r<strong>em</strong>ete-nos ao pensamento <strong>de</strong><br />

que n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre a preocupação com práticas sustentáveis estão firm<strong>em</strong>ente implantadas nas<br />

organizações, po<strong>de</strong>ndo limitar-se apenas ao atendimento da legislação a fim <strong>de</strong> evitar sanções<br />

fiscais.<br />

Apesar disso, percebe-se que é viável ao menos o início <strong>de</strong> um estudo <strong>de</strong> novos<br />

métodos que po<strong>de</strong>m contribuir não apenas para a melhora do grau <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> da<br />

cooperativa estudada, mas se esten<strong>de</strong>ndo a outras, po<strong>de</strong>ndo, qu<strong>em</strong> sabe um dia, tornar<strong>em</strong>-se<br />

práticas obrigatórias. Assim, sa<strong>em</strong> ganhando a socieda<strong>de</strong>, os produtores e o governo.<br />

Para pesquisas futuras, sugere-se: (i) a aplicação <strong>de</strong> SICOGEA – Geração 2 <strong>de</strong> forma<br />

integral; (ii) Realização <strong>de</strong> estudo multi-<strong>caso</strong>; (iii) <strong>Estudo</strong> comparativo entre cooperativas<br />

localizadas <strong>em</strong> Florianópolis e <strong>em</strong> outras cida<strong>de</strong>s ou países com tradição na ativida<strong>de</strong><br />

maricultora, tal como a França.<br />

REFERÊNCIAS<br />

ALBERTON, Anete; SILVA, Anielson Barbosa da; CANCELLIER, Éverton Luís Pellizzaro<br />

<strong>de</strong> Lorenzi; MARCON, Rosilene. A <strong>de</strong>cisão e seleção <strong>de</strong> investimentos na perspectiva dos<br />

gestores <strong>de</strong> micro e pequenas <strong>em</strong>presas. In: ASEMBLEA ANUAL <strong>DE</strong> CLA<strong>DE</strong>A, XXXIX,<br />

2004, Puerta Plata. Anais... Puerta Plata, República Dominicana: Pontifícia Universidad<br />

Catholica Madre y Maestra, 2004.<br />

BRASIL. Lei nº 9.605, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1998. Dispõe sobre as sanções penais e<br />

administrativas <strong>de</strong>rivadas <strong>de</strong> condutas e ativida<strong>de</strong>s lesivas ao meio ambiente, e dá outras<br />

provi<strong>de</strong>ncias. Disponível <strong>em</strong>: < http://www.apasfa.org/leis/9605.shtml> Acesso <strong>em</strong>: 08 set.<br />

2011<br />

BEUREN, Ilse Maria; LONGARY, André Andra<strong>de</strong>; RAUPP, Fabiano Maury; SOUSA,<br />

Marco Aurélio Batista <strong>de</strong>; COLAUTO, Romualdo Douglas; PORTON, Rosimere Alves <strong>de</strong><br />

Bona. Como Elaborar Trabalhos Monográficos <strong>em</strong> Contabilida<strong>de</strong>: teoria e prática. São<br />

Paulo, Atlas, 2003.<br />

CABEZAS, C. V; BITENCOURT, L; PFITSCHER, E. D. Análise <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong><br />

ambiental: <strong>Estudo</strong> <strong>de</strong> <strong>caso</strong> <strong>em</strong> u ma cooperativa maricultora do sul da ilha <strong>de</strong><br />

Florianópolis. In: SEMINÁRIOS EM ADMINISTRAÇÃO, XIII, 2010, São Paulo. Anais...<br />

São Paulo: FEA-USP, 2010<br />

CASTRO, C. M. A prática da Pesquisa. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977.<br />

DALMORO, M. et al. Marketing Ver<strong>de</strong>: responsabilida<strong>de</strong> social e ambiental integradas na<br />

envolvente <strong>de</strong> marketing. Revista Brasileira <strong>de</strong> Gestão e Negócios. v. 11, n. 30, p. 38-52,<br />

jan/mar. São Paulo, 2009.<br />

FREITAS, C. L.; RICHARTZ, F; PFITSCHER, E. D. Análise <strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong> Ambiental<br />

<strong>em</strong> uma indústria <strong>de</strong> bebidas: um enfoque no processo produtivo. Revista Cont<strong>em</strong>porânea<br />

<strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>., v.1, n. 12, p. 35-52, Jul./Dez., 2009.<br />

KRAEMER, M. E. P. Contabilida<strong>de</strong> ambiental como sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> informações. Contabilida<strong>de</strong><br />

Vista e Revista. v. 12, n. 3, p. 71-92, <strong>de</strong>z. 2001.<br />

15


MACIEL, Carolina Veloso et al. Contabilida<strong>de</strong> ambiental: um estudo exploratório sobre o<br />

conhecimento dos profissionais <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong>. Revista Cont<strong>em</strong>porânea <strong>de</strong><br />

Contabilida<strong>de</strong>. v. 6, n. 11. p.137-158. Jan/Jun. 2009.<br />

NUNES, J. P. O. et al. Contribuições <strong>de</strong> Melhoria para o Sist<strong>em</strong>a Contábil Gerencial<br />

Ambiental – SICOGEA. In: CONGRESO INTERNACIONAL <strong>DE</strong> COSTOS Y GESTIÓN,<br />

XI. Trelew, Argentina. Anais... Trelew Argentina: Instituto Internacional <strong>de</strong> Costos, 2009.<br />

NUNES, J. P. O. Um aporte ao sist<strong>em</strong>a contábil gerencial ambiental: elaboração e<br />

aplicação parcial do novo sist<strong>em</strong>a <strong>em</strong> clínica hospitalar. 2010. 241 p. Dissertação<br />

(Mestrado <strong>em</strong> Contabilida<strong>de</strong>). Curso <strong>de</strong> Pós Graduação <strong>em</strong> Contabilida<strong>de</strong>, Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina. Florianópolis, 2010.<br />

PFITSCHER, Elisete Dahmer. Gestão e sustentabilida<strong>de</strong> da contabilida<strong>de</strong> e controladoria<br />

ambiental: estudo <strong>de</strong> <strong>caso</strong> na ca<strong>de</strong>ia produtiva <strong>de</strong> arroz ecológico. 2004. 252.f. Tese<br />

(Doutorado <strong>em</strong> Engenharia <strong>de</strong> Produção) - Curso <strong>de</strong> Pós-Graduação <strong>em</strong> Engenharia <strong>de</strong><br />

Produção, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina. Florianópolis. 2004<br />

RAUPP, Fabiano Maury e BEUREN, Ilse Maria. Metodologia da pesquisa aplicável às<br />

ciências sociais. In: Como elaborar trabalhos monográficos <strong>em</strong> contabilida<strong>de</strong>: teoria e<br />

prática. São Paulo: Atlas, 2003. p. 76-97.<br />

REIS, C. N; ME<strong>DE</strong>IROS, L. E. Responsabilida<strong>de</strong> social das <strong>em</strong>presas e balanço social:<br />

Meios propulsores do <strong>de</strong>senvolvimento econômico e social. São Paulo, Atlas, 2007.<br />

TINOCO, J. E. P.; KRAEMER, M. E. P. Contabilida<strong>de</strong> e gestão ambiental. São Paulo:<br />

Atlas, 2004.<br />

YIN, Robert K. <strong>Estudo</strong> <strong>de</strong> <strong>caso</strong>: planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman,<br />

2005.<br />

16

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!