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cinema é pintura na tela da representação - GT Nacional de História ...

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VI Simpósio Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> <strong>História</strong> Cultural<br />

Escritas <strong>da</strong> <strong>História</strong>: Ver – Sentir – Narrar<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Piauí – UFPI<br />

Teresi<strong>na</strong>-PI<br />

ISBN: 978-85-98711-10-2<br />

engajamento político, não pertencia nem à direita, nem à esquer<strong>da</strong>. Al<strong>é</strong>m <strong>de</strong> zombar<br />

<strong>da</strong>queles que lutaram por uma causa. Queria ape<strong>na</strong>s ganhar dinheiro e curtir a vi<strong>da</strong>.<br />

Foi infeliz <strong>na</strong>s escolhas <strong>de</strong> suas músicas após 1968. As canções “país tropical”<br />

(1969), “Brasil: eu fico” (1970), “Que ca<strong>da</strong> um cumpra com o seu <strong>de</strong>ver” (1970),<br />

“Resposta” (1970), “Aqui <strong>é</strong> o país do futebol” (1970), “obrigado Pel<strong>é</strong>” (1971) e outras,<br />

que foram interpreta<strong>da</strong>s como apologia ao Brasil. No estilo Showman acabou ganhando<br />

o maior contrato publicitário <strong>da</strong> <strong>é</strong>poca com a Shell, símbolo do imperialismo.<br />

Com essa sequência <strong>de</strong> erros, atrelado a sua ingenui<strong>da</strong><strong>de</strong> política, em que não<br />

respeitava ningu<strong>é</strong>m por se achar intocado, como o filme frisa: “O sucesso lhe subiu a<br />

cabeça, pensou que nunca seria tocado, afi<strong>na</strong>l, ele <strong>é</strong> Simo<strong>na</strong>l”. Assim, o erro que lhe<br />

custou a vi<strong>da</strong> profissio<strong>na</strong>l foi dizer que estava do lado dos policiais após o escân<strong>da</strong>lo <strong>da</strong><br />

pisa do contador vir a to<strong>na</strong>. O “ser <strong>de</strong>do-duro” <strong>na</strong>quele contexto era o crime capital. Em<br />

todo caso, sendo ou não “<strong>de</strong>do-duro”. Para Becker, um fator importante foi a sequência<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>srespeito, pois<br />

Um impositor <strong>de</strong> regras provavelmente acreditará ser necessário que<br />

as pessoas com quem li<strong>da</strong> o respeitem. Se não o fizerem, será muito<br />

difícil realizar seu trabalho; seu sentimento <strong>de</strong> segurança no trabalho<br />

será perdido. Portando, boa parte <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> imposição <strong>é</strong><br />

<strong>de</strong>dica<strong>da</strong> não à imposição efetiva <strong>de</strong> regras, mas à imposição <strong>de</strong><br />

respeito às pessoas com quem o impositor li<strong>da</strong>. Isso significa que uma<br />

pessoa ser rotula<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sviante não porque realmente infringiu uma<br />

regra, mas porque mostrou <strong>de</strong>srespeito pelo impositor <strong>da</strong> regra.<br />

(BECKER, 2008, pág. 163)<br />

Assim, o patrulhamento i<strong>de</strong>ológico, gran<strong>de</strong>s jor<strong>na</strong>is e revistas <strong>da</strong> <strong>é</strong>poca<br />

divulgaram em massa o seu caso. Os músicos e artistas no geral assombrados com o<br />

terror imposto pelo aparato repressivo não estavam dispostos a pagar para vê se era<br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong> ou não.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

ALEXANDRE, Ricardo. Nem vem que não tem: a vi<strong>da</strong> e o veneno <strong>de</strong> Wilson<br />

Simo<strong>na</strong>l. São Paulo: Globo, 2009.<br />

BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar <strong>da</strong> pós-mo<strong>de</strong>rni<strong>da</strong><strong>de</strong>. RJ: Jorge Zahar ed. 1998.<br />

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