cinema é pintura na tela da representação - GT Nacional de História ...
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VI Simpósio Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> <strong>História</strong> Cultural<br />
Escritas <strong>da</strong> <strong>História</strong>: Ver – Sentir – Narrar<br />
Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Piauí – UFPI<br />
Teresi<strong>na</strong>-PI<br />
ISBN: 978-85-98711-10-2<br />
populares. Num momento em que se prenunciava o esgotamento <strong>da</strong> MPB renova<strong>da</strong>,<br />
<strong>da</strong>do o avanço <strong>da</strong> Jovem Guar<strong>da</strong>.” (NAPOLITANO, 2004, pág. 205). Essa gui<strong>na</strong><strong>da</strong> <strong>da</strong><br />
MPB ao panteão teve uma parcela <strong>de</strong> contribuição ao mo<strong>de</strong>lo peculiar dos festivais, a<br />
sua estrutura básica se manteve at<strong>é</strong> os fins dos festivais em 1969. Era 3 elimi<strong>na</strong>tórias e 1<br />
fi<strong>na</strong>l. Mas a plat<strong>é</strong>ia era seu diferencial e o espaço <strong>de</strong> realização<br />
Tor<strong>na</strong>vam-se aos poucos um novo espaço <strong>de</strong> agluti<strong>na</strong>ção e<br />
manifestação coletiva. As canções, coloca<strong>da</strong>s em competição, atraíam<br />
um gran<strong>de</strong> público que se manifestava sob forma <strong>de</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras<br />
‘torci<strong>da</strong>s’, procurando interferir com vaias e aplausos <strong>na</strong> escolha <strong>da</strong>s<br />
composições vencedoras. A presença em massa <strong>da</strong> juventu<strong>de</strong><br />
estu<strong>da</strong>ntil, que assumia um papel <strong>de</strong> crescente importância <strong>na</strong><br />
contestação ao regime <strong>de</strong> 64, envolvia as apresentações num ambiente<br />
<strong>de</strong> acalora<strong>da</strong> participação, on<strong>de</strong> se tor<strong>na</strong>r a<strong>de</strong>pto <strong>de</strong>sta ou <strong>da</strong>quela<br />
música assumia muitas vezes ares <strong>de</strong> opinião política. (HOLLANDA,<br />
1990, pág. 56-57).<br />
O III festival <strong>de</strong> Música popular brasileira (1967) serviu como berço para o<br />
tropicalismo (1967-1968), que quebrou o circulo musical, misturando os ritmos e<br />
chegando às outras artes. Nesse festival ficou claro que não existia rivali<strong>da</strong><strong>de</strong> entre<br />
cantores <strong>da</strong> Jovem Guar<strong>da</strong> e os <strong>da</strong> MPB. Caetano Veloso cantando “Alegria, Alegria” e<br />
Gilberto Gil cantando “Domingo no parque” levaram a guitarra el<strong>é</strong>trica ao festival, que<br />
era um símbolo <strong>da</strong> Jovem Guar<strong>da</strong>. Esse movimento teve como li<strong>de</strong>res no campo<br />
musical Caetano Veloso, Gilberto Gil, Os Mutantes, Rog<strong>é</strong>rio Duprat, Tom Z<strong>é</strong> e outros.<br />
Eles propuseram algo que fugiu <strong>de</strong> todos os padrões <strong>da</strong> <strong>é</strong>poca. Não produziram as<br />
chama<strong>da</strong>s “músicas <strong>de</strong> protestos”. O movimento po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido como<br />
Sincr<strong>é</strong>tico e inovador, aberto e incorporador, o tropicalismo misturou<br />
rock mais bossa nova, mais samba, mais rumba, mais bolero, mais<br />
baião. Sua atuação quebrou as rígi<strong>da</strong>s barreiras que permaneciam no<br />
país. Pop x folclore. Alta cultura x cultura <strong>de</strong> massas. tradição x<br />
vanguar<strong>da</strong>. Essa ruptura estrat<strong>é</strong>gica aprofundou o contato com formas<br />
populares ao mesmo tempo em que assumiu atitu<strong>de</strong>s experimentais<br />
para a <strong>é</strong>poca. (OLIVEIRA, tropicália, 2007).<br />
O quarto movimento tratado aqui <strong>é</strong> o pilantragem. Estilo que “tirava sarro”<br />
com carro, mulheres e vi<strong>da</strong> boa. Exaltava o sujeito malandro, esperto. Mas não à<br />
malandragem do morro, mas a malandragem do asfalto. Um louvor à esperteza urba<strong>na</strong>.<br />
As músicas ganhavam ritmos <strong>da</strong>nçantes, que absorveu a “invasão” musical para fundir<br />
com os estilos brasileiros (do samba à bossa). Assim, “era uma proposta que visava<br />
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