As Tribos Urbanas as de Ontem até às de Hoje - Repositório ...
As Tribos Urbanas as de Ontem até às de Hoje - Repositório ...
As Tribos Urbanas as de Ontem até às de Hoje - Repositório ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
pel<strong>as</strong> i<strong>de</strong>ologi<strong>as</strong> (polític<strong>as</strong> ou morais) e<br />
pel<strong>as</strong> li<strong>de</strong>ranç<strong>as</strong> <strong>as</strong>sumiam uma atitu<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> ruptura face à socieda<strong>de</strong>. Valorizavam<br />
a liberda<strong>de</strong> individual, a autonomia e o<br />
“faça-você-mesmo” com reutilização <strong>de</strong><br />
roup<strong>as</strong> e objectos.<br />
Tanto a música punk, como o visual<br />
dos seus a<strong>de</strong>ptos - <strong>de</strong>liberadamente<br />
contr<strong>as</strong>tante com a moda vigente e por<br />
vezes ofensivo - são os <strong>as</strong>pectos mais<br />
característicos e evi<strong>de</strong>ntes do punk, e<br />
refl ectem bem o espírito anti-sistema.<br />
O termo moda não é bem aceite neste<br />
grupo já que <strong>de</strong>preen<strong>de</strong> “comércio, aparência,<br />
aceitação social”. Há que usar<br />
o termo estilo ou visual para se referir<br />
à roupa como “afi rmação pessoal”. O<br />
estilo punk po<strong>de</strong> ser reconhecido pela<br />
combinação <strong>de</strong> jeans r<strong>as</strong>gad<strong>as</strong> ou calç<strong>as</strong><br />
pret<strong>as</strong> just<strong>as</strong>, t-shirts <strong>de</strong> band<strong>as</strong><br />
musicais, cabelo colorido à moicano ou<br />
espetado em crista e acessórios como<br />
brincos, pulseir<strong>as</strong> ou colares <strong>de</strong> picos,<br />
ca<strong>de</strong>ados, alfi netes-<strong>de</strong>-ama e correntes<br />
metálic<strong>as</strong> (fi gura 4).<br />
Existem vários sub-grupos punk <strong>as</strong>sociados<br />
à emergência <strong>de</strong> novos sub-géneros<br />
musicais e infl uênci<strong>as</strong> i<strong>de</strong>ológic<strong>as</strong><br />
que po<strong>de</strong>m apresentar algum<strong>as</strong> variações<br />
no visual. Inclusivamente, é referido<br />
que o vestuário (roupa e acessórios e sua<br />
combinação) é o factor <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ante<br />
da maioria d<strong>as</strong> agressões entre gangues,<br />
membros <strong>de</strong> grupos divergentes do movimento<br />
punk!<br />
Góticos<br />
O movimento cultural gótico teve<br />
início no Reino Unido no fi nal da década<br />
<strong>de</strong> 1970. A subcultura gótica está <strong>as</strong>sociada<br />
a um estilo <strong>de</strong> vida caracterizado<br />
pelos gostos musicais e estéticos e por<br />
um pensamento fi losófi co.<br />
Os góticos distinguem-se d<strong>as</strong> outr<strong>as</strong><br />
tribos urban<strong>as</strong> pela sua estética obscura<br />
que representa sentimentos <strong>de</strong> “apego ao<br />
nada”, uma falta <strong>de</strong> esperança, um luto<br />
pela situação da humanida<strong>de</strong>. Rapazes e<br />
raparig<strong>as</strong> vestem <strong>de</strong> preto, usam maquilhagem<br />
escura e cabelos lisos, escuros,<br />
compridos e <strong>de</strong>salinhados (fi gura 5).<br />
I<strong>de</strong>ntifi cam-se com a música que<br />
ouvem – o gótico – pautada por sons<br />
que refl ectem situações <strong>de</strong> angústia e<br />
tem<strong>as</strong> que glamourizam a <strong>de</strong>cadência<br />
e o lado sombrio. Pensamentos sobre a<br />
morte e auto-mutilação, como forma <strong>de</strong><br />
expulsar a dor interior, são referidos. De<br />
entre <strong>as</strong> inúmer<strong>as</strong> band<strong>as</strong>/intérpretes<br />
que fazem parte d<strong>as</strong> preferênci<strong>as</strong> <strong>de</strong>sta<br />
tribo referem-se: Bauhaus, Gene Loves<br />
Jezabel, HIM, Nick Cave and the Bad Seeds,<br />
Paradise Lost, The Cult, The Sisters<br />
of Mercy.<br />
Os elementos <strong>de</strong>sta tribo surgem<br />
pela noite <strong>de</strong>ntro frequentando locais “excêntricos”<br />
(exº cemitérios), tendo alguns<br />
a<strong>de</strong>ptos da wicca (bruxaria) e satanismo.<br />
A referir no entanto que, para a<br />
maioria dos integrantes, o movimento<br />
gótico será fundamentalmente um gosto<br />
musical e uma maneira específi ca <strong>de</strong> se<br />
vestir, sem gran<strong>de</strong>s envolvimentos intelectuais<br />
ou fi losófi cos.<br />
R<strong>as</strong>ta ou R<strong>as</strong>taffari<br />
O movimento R<strong>as</strong>tafari teve origem<br />
no povo da Jamaica no início dos anos<br />
30. É um movimento religioso que proclama<br />
Hailê Sel<strong>as</strong>siê, imperador da Etiópia<br />
como a representação terrena <strong>de</strong> Jah<br />
(Deus). O objectivo era recuperar o modo<br />
<strong>de</strong> vida africano (afrocentrismo), através<br />
da proximida<strong>de</strong> com a natureza e da subsistência<br />
com os recursos naturais. Este<br />
movimento espalhou-se pelo mundo através<br />
do reggae, graç<strong>as</strong> à popularida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Bob Marley.<br />
NASCER E CRESCER<br />
revista do hospital <strong>de</strong> crianç<strong>as</strong> maria pia<br />
ano 2009, vol XVIII, n.º 3<br />
A aproximação com a natureza africana<br />
é representada pelo visual (fi gura<br />
6) - dreadlocks (canudos) no cabelo, roup<strong>as</strong><br />
leves e <strong>de</strong>scontraíd<strong>as</strong>, pés <strong>de</strong>scalços<br />
ou com sandáli<strong>as</strong> <strong>de</strong> tir<strong>as</strong> – e pelos<br />
comportamentos – contra <strong>as</strong> alterações<br />
da imagem corporal, vegetarianos, ambientalist<strong>as</strong><br />
e anti-consumist<strong>as</strong>. Por estes<br />
princípios muitos escolhem viver longe<br />
da civilização.<br />
Betos e bet<strong>as</strong><br />
Esta tribo caracteriza-se por viver<br />
em função da marca e da moda. Normalmente<br />
está <strong>as</strong>sociada a bo<strong>as</strong> condições<br />
fi nanceir<strong>as</strong>, já que <strong>as</strong> roup<strong>as</strong> e os acessórios<br />
<strong>de</strong> marca po<strong>de</strong>m ser caros.<br />
adolescência – <strong>de</strong>safi os actuais – mesa redonda<br />
XXI reunião do hospital <strong>de</strong> crianç<strong>as</strong> maria pia S 211