20.04.2013 Views

As Tribos Urbanas as de Ontem até às de Hoje - Repositório ...

As Tribos Urbanas as de Ontem até às de Hoje - Repositório ...

As Tribos Urbanas as de Ontem até às de Hoje - Repositório ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

NASCER E CRESCER<br />

revista do hospital <strong>de</strong> crianç<strong>as</strong> maria pia<br />

ano 2009, vol XVIII, n.º 3<br />

d<strong>as</strong> e dos mais variados acessórios com<br />

motivos infantis, sendo actualmente <strong>as</strong><br />

mais famos<strong>as</strong> a Hello Kitty ® , <strong>as</strong> Power<br />

Puff Girls ® e o Tweety ® (fi gura 15). Os cabelos<br />

po<strong>de</strong>m ser pintados <strong>de</strong> arco-íris, <strong>as</strong><br />

unh<strong>as</strong> com cores viv<strong>as</strong>, e roup<strong>as</strong> que po<strong>de</strong>m<br />

combinar roxo, ver<strong>de</strong> e vermelho…<br />

Coleccionam brinquedos “fofi nhos” e peluches,<br />

gostam <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos-animados e<br />

lêem banda-<strong>de</strong>senhada. Ouvem música<br />

Pop e músic<strong>as</strong> infantis.<br />

Traceur e Traceuse<br />

Os traceurs (traceuse para o sexo<br />

feminino) são os praticantes do Parkour<br />

– uma arte do movimento, um método<br />

natural <strong>de</strong> treinar o corpo para que este<br />

seja capaz <strong>de</strong> se mover “adiante” com<br />

agilida<strong>de</strong>, com recurso aos obstáculos<br />

que “nos” ro<strong>de</strong>iam (muros, escad<strong>as</strong>, postes,<br />

árvores...) (fi gura 16). Com início em<br />

França no fi nal dos anos 90, foi divulgado<br />

ao resto do mundo – incluindo Portugal<br />

- no início do século XXI. Recusando a<br />

<strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sporto, os seus a<strong>de</strong>ptos<br />

consi<strong>de</strong>ram-no antes uma fi losofi a <strong>de</strong><br />

vida b<strong>as</strong>eada n<strong>as</strong> premiss<strong>as</strong> “apren<strong>de</strong>r a<br />

superar os obstáculos” e “ser forte para<br />

ser útil”. O seu objectivo, explorar todo o<br />

potencial natural do corpo e controlar os<br />

seus movimentos, exige um treino físico<br />

intenso m<strong>as</strong> muito disciplinado. Apesar<br />

<strong>de</strong> alguns problem<strong>as</strong> (compreensíveis…)<br />

com <strong>as</strong> autorida<strong>de</strong>s e os seguranç<strong>as</strong>,<br />

com a divulgação do movimento têm vin-<br />

adolescência – <strong>de</strong>safi os actuais – mesa redonda<br />

S 214 XXI reunião do hospital <strong>de</strong> crianç<strong>as</strong> maria pia<br />

do a ter mais receptivida<strong>de</strong>, simpatia e<br />

admiração pela “população”. Ainda que a<br />

sua prática seja <strong>de</strong> risco, a gran<strong>de</strong> disciplina,<br />

conhecimento e (quem diria ) respeito<br />

que têm pelo corpo faz com que na<br />

maioria d<strong>as</strong> vezes não se magoem com<br />

gravida<strong>de</strong>.<br />

São uma tribo pacífi ca, com preocupação<br />

pelo corpo e hábitos <strong>de</strong> vida saudáveis.<br />

COMENTÁRIOS FINAIS<br />

<strong>As</strong> tribos são um fenómeno sociológico<br />

interessante cuj<strong>as</strong> repercussões a<br />

nível da estruturação da personalida<strong>de</strong><br />

do adolescente po<strong>de</strong>m ser importantes.<br />

Comportamentos <strong>de</strong> risco <strong>as</strong>sociados<br />

são claros po<strong>de</strong>ndo incluir consumo<br />

<strong>de</strong> substância ilícit<strong>as</strong> (hippies, clubbers),<br />

violência (skins, punks), auto-mutilação<br />

(góticos e emos) promiscuida<strong>de</strong> sexual<br />

(emos), <strong>de</strong>sportos perigosos (traceurs) e<br />

…<strong>de</strong>spes<strong>as</strong> (betos e plocs)!<br />

Os autores reforçam no entanto<br />

a noção que a integração do jovem<br />

num <strong>de</strong>stes grupos, só por si, po<strong>de</strong> não<br />

acarretar alarmismo. Mostrar interesse<br />

e conversar com o adolescente para<br />

conhecer <strong>as</strong> prátic<strong>as</strong> do seu grupo permitirá<br />

avaliar a perigosida<strong>de</strong> dos seus<br />

comportamentos.<br />

Este tema, <strong>de</strong> todo, não encerra por<br />

aqui. <strong>As</strong> tribos são um fenómeno dinâmico,<br />

ao sabor dos novos estilos musicais,<br />

interesses e angústi<strong>as</strong> dos jovens…enquanto<br />

um<strong>as</strong> fl orescem, outr<strong>as</strong> esbatemse<br />

no seio d<strong>as</strong> socieda<strong>de</strong>s. Diferenç<strong>as</strong><br />

respeitantes à i<strong>de</strong>ologia são apontad<strong>as</strong><br />

como responsáveis pela rápida renovação<br />

d<strong>as</strong> nov<strong>as</strong> tribos que têm surgido; referid<strong>as</strong><br />

como superfi ciais e relacionad<strong>as</strong><br />

apen<strong>as</strong> à questão estética não apresentam<br />

o mesmo cariz i<strong>de</strong>ológico forte que<br />

criou e manteve tribos como os hippies<br />

ou os punks, actualmente com mais <strong>de</strong><br />

40 anos <strong>de</strong> existência.<br />

N<strong>as</strong>cer e Crescer 2009; 18(3): 209-214<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

Maffesoli, Michel. O Tempo d<strong>as</strong> Tri-<br />

bos: o <strong>de</strong>clínio do individualismo n<strong>as</strong><br />

socieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> m<strong>as</strong>sa. Rio <strong>de</strong> Janeiro:<br />

Forense-Universitária 1987.<br />

O jeito <strong>de</strong> cada tribo. Revista Veja, edição<br />

especial 2003.<br />

Etnografi <strong>as</strong> revelam dinâmic<strong>as</strong> d<strong>as</strong><br />

tribos urban<strong>as</strong>. DiverCIDADE, revista<br />

electrónica 2005; 14.<br />

<strong>As</strong> tribos urban<strong>as</strong>. Revista Mundo jovem<br />

1995; 263: 6-7.<br />

<strong>Tribos</strong> urban<strong>as</strong>. Revista Caleidoscópio<br />

2006.<br />

<strong>As</strong> tribos urban<strong>as</strong>. Revista Visão 2006;<br />

703.<br />

www.educação.te.pt<br />

pt.wikipedia.org<br />

NOTA DA AUTORA<br />

O artigo foi parcialmente publicado<br />

em:<br />

H Sousa, I Maciel. <strong>Tribos</strong> <strong>Urban<strong>as</strong></strong>.<br />

Juvenil 2008; 15: 79-83.<br />

NOTA FINAL<br />

Aten<strong>de</strong>ndo <strong>às</strong> pouc<strong>as</strong> publicações<br />

disponíveis, alguns dos dados foram retirados<br />

<strong>de</strong> sites da Internet escritos por jovens<br />

pertencentes a est<strong>as</strong> tribos. Será <strong>de</strong><br />

valorizar uma abordagem mais científi ca<br />

acerca do tema.<br />

CORRESPONDÊNCIA<br />

Helena Sofi a Martins <strong>de</strong> Sousa<br />

Telefone: 222077500<br />

E-mail: helena.sofi a@gmail.com

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!