23.04.2013 Views

Roberto Carlos em Detalhes - Teste teste teste teste teste teste teste ...

Roberto Carlos em Detalhes - Teste teste teste teste teste teste teste ...

Roberto Carlos em Detalhes - Teste teste teste teste teste teste teste ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Então chamei Ronaldo e falei que aquilo não ia dar certo, que era<br />

melhor eles procurar<strong>em</strong> outro maestro", l<strong>em</strong>bra Chiquinho de<br />

Morais. "Pode continuar, Chico, não t<strong>em</strong> probl<strong>em</strong>a nenhum. O<br />

hom<strong>em</strong> vai cantar", garantiu Bôscoli. E assim se passaram três,<br />

quatro, cinco, seis dias de ensaio e nada de <strong>Roberto</strong> <strong>Carlos</strong> subir<br />

ao palco do Canecão. Ele permanecia <strong>em</strong> silêncio, só ouvindo a<br />

orquestra tocar.<br />

Para Chiquinho de Morais, aquela era uma situação<br />

inusitada porque, geralmente, nos ensaios os cantores ficam<br />

ansiosos para subir ao palco e testar a voz. E o grande probl<strong>em</strong>a<br />

do maestro s<strong>em</strong>pre foi o de segurar os cantores, pois todos já<br />

queriam sair cantando enquanto ele ainda passava a orquestra.<br />

Era muito comum Chiquinho dizer aos cantores nos ensaios:<br />

"Calma, deixa eu primeiro passar a orquestra porque preciso ouvir<br />

os músicos. Por favor, depois você canta". No caso de <strong>Roberto</strong><br />

<strong>Carlos</strong> aconteceu exatamente o contrário: o artista não tinha<br />

nenhuma pressa <strong>em</strong> cantar. "Aquilo foi pra mim um fato<br />

surpreendente e que nunca tinha me acontecido", afirma o<br />

maestro.<br />

No sétimo dia de ensaio, o repertório já estava devidamente<br />

arranjado e ensaiado pelos músicos da orquestra: cada virada das<br />

duas baterias, cada solo de guitarra, cada <strong>em</strong>issão do sopro, cada<br />

toque do piano. "De tanto ensaiar, me l<strong>em</strong>bro que nesse dia eu<br />

passei a orquestra já s<strong>em</strong> muito entusiasmo", admite Chiquinho<br />

de Morais. Mas então veio o intervalo e os músicos pararam para<br />

um lanche. Na volta, <strong>Roberto</strong> <strong>Carlos</strong> finalmente resolveu subir ao<br />

palco para cantar. "Na hora eu pensei: vou me preparar porque<br />

isto vai ser uma guerra de foice. Aquela altura eu não dava mais<br />

um tostão por ele", confessa o maestro.<br />

Assim que pisou no palco, <strong>Roberto</strong> <strong>Carlos</strong> se encaminhou<br />

para o microfone, passou as mãos no cabelo, ajeitou o medalhão<br />

no peito e, finalmente, soltou a voz no Canecão. De uma levada<br />

só, cantou todo o repertório do show, da primeira à última música,<br />

s<strong>em</strong> intervalo e s<strong>em</strong> nenhum erro. O experiente maestro<br />

Chiquinho de Morais ficou estupefato. "O hom<strong>em</strong> me surpreendeu<br />

porque ele cantou b<strong>em</strong> pra caralho! Em cada música, <strong>Roberto</strong><br />

entrava no t<strong>em</strong>po certo, respirava no momento certo, enfim, ele<br />

cantou com muita propriedade. Eu levei um choque porque era<br />

como se tivéss<strong>em</strong>os ensaiado juntos durante um mês." Na plateia,<br />

como únicas test<strong>em</strong>unhas daquela estreia, apenas a dupla de

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!