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Roberto Carlos em Detalhes - Teste teste teste teste teste teste teste ...

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americanos, vestir-se como americanos, cantar como americanos,<br />

viver como americanos. Seus ídolos eram os mesmos - e todos<br />

americanos: Elvis Presley, Little Richard, James Dean, Marlon<br />

Brando, Marilyn Monroe, Superman, Capitão América... E todos<br />

preferiam Coca-Cola a guaraná e só não passavam as tardes no<br />

McDonalds porque essa marca ainda não tinha chegado ao Brasil.<br />

O pessoal se reunia então <strong>em</strong> frente ao Bar Divino, na<br />

esquina da rua do Matoso com Haddock Lobo, próximo ao Cin<strong>em</strong>a<br />

Madri e ao Instituto Lafayette. Espécie de M<strong>em</strong>phis do rock<br />

nacional, aquela esquina da Tijuca atraía garotos como Tim Maia,<br />

Erasmo <strong>Carlos</strong>, Jorge Ben (que nos anos 90 mudou o nome para<br />

Jorge Benjor), Lafayette, Wilson Simonal, Ar-lênio Lívio, Luiz Ayrão,<br />

futuros Blue Caps como Renato e Paulo César Barros, futuros<br />

Fevers como Luiz <strong>Carlos</strong> e Liebert Ferreira... Raul Seixas não<br />

andava por ali porque morava na Bahia, mas logo, logo, alguém<br />

que vivia mais perto, um capixaba chamado <strong>Roberto</strong><br />

<strong>Carlos</strong>, estaria se enturmando naquele clube da esquina carioca -<br />

ou quase americano.<br />

As primeiras composições de Erasmo eram <strong>em</strong> inglês,<br />

<strong>em</strong>bora ainda não entendesse quase nada do idioma. O fato é que<br />

ele não conseguia pensar musicalmente <strong>em</strong> português.<br />

E Jorge Ben, antes de criar seus próprios sambas-rock,<br />

gostava mesmo era de cantar, num inglês rudimentar, aquele rock<br />

de Ronnie Self:<br />

"Bop-a-lena, bop-a-lena/ she's my gal/ oh bop-a-lena, bop-alena,/<br />

yeah she's my gal..." -, o que acabou lhe valendo o apelido<br />

de Babulina. Para aquela turma, Tio Sam era o seu profeta e os<br />

Estados Unidos a sua Meca. E o sonho de todos era um dia<br />

conhecer aquele país. A vontade era tanta que um dos garotos,<br />

Tim Maia, não quis esperar e se mandou para lá, aos dezessete<br />

anos, <strong>em</strong> 1959. Outro daquela turma, o baixista Paulo César<br />

Barros, chegou <strong>em</strong> Nova York nos anos 70. E, ao descer do carro<br />

que o pegou no aeroporto, fez reverência numa esquina da 7a<br />

avenida. "No momento que pisei naquela calçada eu senti uma<br />

grande <strong>em</strong>oção porque me l<strong>em</strong>brei de todos os meus ídolos, que<br />

ouvia desde garoto. E ali na 7a avenida eu vibrei dizendo: "Eles<br />

são daqui. E olha eu aqui na terra deles, pisando no chão do país<br />

que eles nasceram". Foi uma <strong>em</strong>oção maravilhosa."<br />

O triunvirato de consumo cultural daqueles garotos era

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