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III. Bacias Sedimentares da Margem Continental Brasileira ... - CPRM

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152<br />

Parte I – Geologia<br />

A megasseqüência transicional caracteriza-se pela deposição<br />

de siliciclásticos e evaporitos aptianos, depositados acima <strong>da</strong><br />

discordância break-up, em ambiente marinho restrito,<br />

registrando-se carbonatos, anidrita e halita na Formação Ariri.<br />

A terceira fase tectônica corresponde à megasseqüência pósrifte<br />

ou marinha, associa<strong>da</strong> a subsidência térmica durante a<br />

deriva dos continentes. Esta fase inicia-se por depósitos<br />

siliciclásticos (Formação Florianópolis) e carbonáticos<br />

(Formação Guarujá) de i<strong>da</strong>de eo/meso-albiana, que<br />

posteriormente foram recobertas por sistemas transgressivos<br />

clástico/carbonáticos (Formação Itanhaém) do Neo-Albiano ao<br />

Eo/Cenomaniano (Pereira et al. 1986). O subseqüente<br />

aprofun<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> bacia resultou na implantação de um<br />

ambiente marinho transgressivo até o Meso/Turoniano<br />

(Formação Itajaí–Açu), seguido por fortes eventos regressivos<br />

a partir do Maastrichtiano (formações Santos e Juréia),<br />

resultando num sensível avanço <strong>da</strong> linha de costa na direção<br />

do mar (Pereira e Macedo, 1990). O Terciário <strong>da</strong> Bacia de<br />

Santos é representado pelo sistema Iguape/Marambaia, com<br />

dominância de plataformas carbonáticas na porção centro-sul<br />

e forte influxo de clásticos grosseiros na porção norte. A<br />

sedimentação culmina com a deposição de areias e folhelhos<br />

<strong>da</strong> Formação Sepetiba, de i<strong>da</strong>de pleistocênica (Pereira e<br />

Macedo, 1990; Pereira e Feijó, 1994).<br />

O segmento central do sistema de depocentros <strong>da</strong> fase<br />

rifte que se estende entre a Bacia de Santos e o sul <strong>da</strong> Bacia<br />

de Campos é caracterizado por uma faixa de anomalias<br />

gravimétricas negativas, com direção NNE, indicativas de grande<br />

profundi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> base do sal e do embasamento, com um<br />

principal depocentro a leste do gráben de Merluza (Karner e<br />

Driscoll, 1999; Meisling et al. 2001).<br />

Destaca-se na parte centro-norte <strong>da</strong> Bacia de Santos, entre<br />

a região de Cabo Frio até a região central <strong>da</strong> Bacia, ao sul <strong>da</strong><br />

Ilha Grande, a ocorrência de uma grande falha lístrica<br />

antitética, associa<strong>da</strong> a tectônica de sal (Mohriak et al. 1995b).<br />

Esta feição relaciona-se com uma progra<strong>da</strong>ção maciça de<br />

sedimentos siliciclásticos no Cretáceo Superior, resultando em<br />

expulsão dos evaporitos e criando uma cicatriz de sal que é<br />

coberta por sedimentos pós-albianos, que ficam ca<strong>da</strong> vez mais<br />

novos à medi<strong>da</strong> que se aproximam do plano <strong>da</strong> falha de baixo<br />

ângulo. A falha de Cabo Frio controla também uma grande<br />

faixa alonga<strong>da</strong> com ausência de sedimentos albianos (Albian<br />

gap ou vazio albiano), cujo modelo de formação tem sido<br />

discutido em diversos trabalhos (Mohriak et al. 1995b; Cainelli<br />

e Mohriak, 1998). Modelagens físicas desta feição halocinética<br />

sugerem diferentes hipóteses, algumas com grande extensão<br />

<strong>da</strong> cobertura sedimentar, e outras, alternativamente, com<br />

pouca extensão (Szatmari et al. 1996; Ge et al. 1997, Mohriak<br />

e Szatmari, 2001).<br />

Na parte norte <strong>da</strong> bacia, junto ao Alto de Cabo Frio, ocorrem<br />

feições vulcânicas do Cretáceo Superior (nota<strong>da</strong>mente na Bacia<br />

de Santos) e do Terciário (na direção <strong>da</strong> Bacia de Campos),<br />

formando cones vulcânicos e diversas fácies vulcanoclásticas<br />

(Mizusaki e Mohriak, 1992).<br />

Na parte sul <strong>da</strong> bacia, próximo à região <strong>da</strong> Plataforma de<br />

Florianópolis, destaca-se a ocorrência de muralhas de sal com<br />

geometria linear em planta e que em seções sísmicas aparecem<br />

com forma de agulhas atravessando to<strong>da</strong> a seqüência<br />

sedimentar cretácica e terciária. Ocorrem também nessa região<br />

anomalias gravimétricas e magnéticas de direção NNE<br />

associa<strong>da</strong>s a altos vulcânicos na direção <strong>da</strong> plataforma de<br />

Florianópolis e anomalias E–W que correspondem a zonas de<br />

fraturas (Zona de Fratura do Rio Grande).<br />

A Fig. <strong>III</strong>.63 apresenta uma seção geológica esquemática<br />

na região do campo de Merluza, e a Fig. <strong>III</strong>.64 (modifica<strong>da</strong> de<br />

Cainelli e Mohriak, 1998) apresenta a continuação dessa seção<br />

ao longo de uma linha sísmica na porção centro-sul <strong>da</strong> Bacia<br />

de Santos. A Fig. <strong>III</strong>.65 apresenta a continuação <strong>da</strong> seção,<br />

atravessando a porção distal <strong>da</strong> província de diápiros de sal e<br />

atingindo a região de crosta vulcânica com intrusões ígneas<br />

associa<strong>da</strong>s à Zona de Fratura do Rio Grande (Lineamento de<br />

Florianópolis).<br />

Bacia de Pelotas<br />

A Bacia de Pelotas situa-se no extremo sul <strong>da</strong> margem<br />

continental brasileira, limitando-se a norte com a Bacia de<br />

Santos, pela plataforma de Florianópolis, e a sul com as bacias<br />

<strong>da</strong> <strong>Margem</strong> <strong>Continental</strong> do Uruguai (Fig. <strong>III</strong>.22). A área <strong>da</strong><br />

bacia compreende cerca de 250.000 km 2 (até a lâmina d’água<br />

de 3.000 m), 20 % dos quais estão situados em região de<br />

embasamento raso na região emersa e na plataforma<br />

continental.<br />

O desenvolvimento <strong>da</strong> bacia pode ser dividido em três<br />

megasseqüências ou fases principais de evolução tectônica.<br />

A megasseqüência pré-rifte corresponde a sedimentos e<br />

vulcânicas do Paleozóico e Mesozóico <strong>da</strong> Bacia do Paraná.<br />

Esses sedimentos são reconhecidos apenas na área do Sinclinal<br />

de Torres, onde a seção paleozóica <strong>da</strong> Bacia do Paraná está<br />

sotoposta ao pacote cenozóico <strong>da</strong> Bacia de Pelotas (Dias et<br />

al. 1994a). A megasseqüência sinrifte (Neocomiano–<br />

Barremiano) é caracteriza<strong>da</strong> por falhamentos antitéticos que<br />

definem meio-grábens na plataforma continental, com<br />

interpretação (Dias et al. 1994b) de que a magnitude dos<br />

falhamentos aumenta para leste. Esta megasseqüência foi<br />

amostra<strong>da</strong> em poucos poços em situação de gráben proximal,<br />

constituindo-se de conglomerados com fragmentos de basalto<br />

(Formação Cassino). A base dessa seqüência assenta-se sobre<br />

rochas vulcânicas (basaltos tholeiíticos, com <strong>da</strong>tação de 124<br />

Ma pelo método K-Ar, Dias et al. 1994a), representa<strong>da</strong>s pela<br />

Formação Imbituba. A megasseqüência transicional, que nas<br />

bacias a norte do lineamento de Florianópolis incluem evaporitos<br />

com halita (Formação Ariri), é reconheci<strong>da</strong> apenas na região<br />

<strong>da</strong> Plataforma de Florianópolis, onde se constatou anidrita.

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