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III. Bacias Sedimentares da Margem Continental Brasileira ... - CPRM

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156<br />

Parte I – Geologia<br />

abertura do Atlântico Norte. Nessa fase, registram-se<br />

sedimentos controlados por falhas de rifte na região de<br />

Tacutu e Cassiporé.<br />

A evolução tectono-estratigráfica <strong>da</strong>s bacias <strong>da</strong> margem<br />

continental é caracteriza<strong>da</strong> por uma megasseqüência prérifte<br />

com remanescentes <strong>da</strong> sedimentação intracratônica<br />

do Paleozóico e do Mesozóico; uma megasseqüência sinrifte<br />

associa<strong>da</strong> a processos extensionais, com depósitos continentais<br />

fluviais e lacustres; uma megasseqüência<br />

transicional, associa<strong>da</strong> a um golfo marinho, com depósitos<br />

evaporíticos; e uma megasseqüência pós-rifte, predominantemente<br />

marinha. A megasseqüência pós-rifte pode<br />

ser dividi<strong>da</strong> em seqüências marinha transgressiva e marinha<br />

regressiva. A seqüência marinha transgressiva é<br />

inicialmente marca<strong>da</strong> por sedimentação de carbonatos em<br />

plataforma, seguindo-se uma sedimentação francamente<br />

oceânica e relativa estabili<strong>da</strong>de ambiental, com<br />

paleobatimetrias atingindo valores entre 1.000 e 2.000m,<br />

e por grande diversi<strong>da</strong>de biológica. Na margem divergente,<br />

condições de mar ca<strong>da</strong> vez mais franco começaram a<br />

predominar apenas no Turoniano Superior, sendo marcante<br />

a ocorrência de uma discordância regional (e.g., discordância<br />

<strong>da</strong> base <strong>da</strong> Formação Calumbi na Bacia Sergipe–<br />

Alagoas), separando os estratos pré-turonianos <strong>da</strong><br />

seqüência inferior, de características mais anóxicas, dos<br />

estratos santonianos a campanianos, depositados em<br />

ambiente mais aberto. A seqüência marinha regressiva é<br />

caracteriza<strong>da</strong> por grande afluxo de sedimentos<br />

siliciclásticos na região sudeste brasileira, associados a<br />

grandes progra<strong>da</strong>ções sigmoi<strong>da</strong>is, e por turbiditos<br />

intercalados em folhelhos batiais.<br />

A margem transformante apresenta segmentos de direção<br />

E–W e segmentos de direção NW–SE, conforme evidenciado<br />

nos mapas de métodos potenciais, formando um padrão<br />

en-echelon característico de bacias associa<strong>da</strong>s a<br />

movimentações transcorrentes ou margens transformantes.<br />

As bacias sedimentares <strong>da</strong> margem equatorial podem ser<br />

caracteriza<strong>da</strong>s pelas seguintes fases evolutivas: prétransformante/pré-transtensão<br />

(Jurássico a Barremiano),<br />

pré-transformante/sintranstensão (Aptiano), sintransformante/margem<br />

transformante; passiva (Albiano–<br />

Cenomaniano), pós-transformante/margem transformante<br />

passiva (Cenomaniano–Recente).<br />

Linhas sísmicas regionais na margem equatorial indicam<br />

que algumas zonas de fraturas associa<strong>da</strong>s às falhas<br />

transformantes estão tectonicamente ativas até o presente,<br />

mostrando perturbações no fundo do mar (causa<strong>da</strong>s por<br />

movimentos compressionais e extensionais).<br />

A região nordeste brasileira é caracteriza<strong>da</strong> pelo sistema<br />

de riftes Recôncavo–Tucano–Jatobá que não evoluíram a<br />

uma fase de subsidência termal, enquanto o sistema de<br />

riftes alongados entre Jacuípe e Sergipe–Alagoas evoluíram<br />

para bacias de margem passiva divergente com a formação<br />

de crosta oceânica.<br />

A plataforma continental na região nordeste é muito mais<br />

estreita que na região sudeste e com uma abrupta transição<br />

entre talude e bacia profun<strong>da</strong> marca<strong>da</strong> por um limite<br />

crustal relativamente próximo <strong>da</strong> quebra de plataforma.<br />

A plataforma continental alarga-se na região do segmento<br />

transversal <strong>da</strong> margem entre a Bacia Pernambuco–Paraíba<br />

e a Bacia Potiguar.<br />

Lavas basálticas precursoras do rifteamento são registra<strong>da</strong>s<br />

na Bacia do Paraná e em várias bacias <strong>da</strong> margem<br />

continental. Derrames de lavas basálticas, também<br />

associados à ruptura do Atlântico Sul, são registrados na<br />

Bacia do Parnaíba, estendendo-se para os grábens de<br />

São Luís e para a margem equatorial. Também registramse<br />

intrusões ígneas e lavas basálticas precursoras <strong>da</strong><br />

sedimentação continental lacustrina na Bacia do Tacutu e<br />

na Bacia Potiguar.<br />

A formação de crosta oceânica é precedi<strong>da</strong> pelo<br />

extravasamento de lavas basálticas em ambiente subaéreo,<br />

que constituem cunhas que mergulham para o mar,<br />

formando os pacotes designados como seaward-dipping<br />

reflectors, que marcam a transição de crosta continental<br />

para crosta oceânica.<br />

Os mapas de anomalia Bouguer indicam uma faixa de<br />

anomalias positivas próximas do limite pré-aptiano (limite<br />

oeste <strong>da</strong> megasseqüência sinrifte) nas bacias de Santos,<br />

Campos e Espírito Santo. Essas anomalias provavelmente<br />

estão associa<strong>da</strong>s ao inicio de um afinamento crustal e a<br />

um pronunciado soerguimento do Moho sob os depocentros<br />

sedimentares.<br />

Grandes falhas <strong>da</strong> fase rifte aparentemente penetram a<br />

crosta continental e solam no topo de massas ígneas<br />

aprisiona<strong>da</strong>s na base <strong>da</strong> crosta (underplating) ou são<br />

absorvi<strong>da</strong>s numa região onde se observam fortes refletores<br />

na crosta média a inferior. Esses refletores, na região de<br />

águas profun<strong>da</strong>s, amalgamam-se com a descontinui<strong>da</strong>de<br />

do Moho.<br />

Na direção <strong>da</strong> porção central dos riftes, uma segun<strong>da</strong><br />

faixa de anomalias positivas em algumas bacias indica<br />

um alto externo (Bacia de Campos, por exemplo), que<br />

corresponde a um alto vulcânico onde a seqüência rifte é<br />

praticamente ausente. Esses altos vulcânicos podem estar<br />

cobertos por uma reduzi<strong>da</strong> cobertura sedimentar de i<strong>da</strong>de<br />

aptiana ou por evaporitos.<br />

A porção norte <strong>da</strong> Bacia de Pelotas e a porção sul <strong>da</strong><br />

Bacia de Santos são caracteriza<strong>da</strong>s por diversas intrusões<br />

ígneas interpreta<strong>da</strong>s como altos vulcânicos em crosta<br />

continental ou como propagadores associados à<br />

implantação de crosta oceânica.<br />

O trend de anomalias gravimétricas negativas de direção<br />

NNE, coincidente com os depocentros <strong>da</strong>s bacias de Santos,

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