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Avaliação Clínica da Ação Antiálgica do Laser de Baixa Intensidade ...

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ipen<br />

AUTARQUIA ASSOCIADA À UNIVERSIDADE<br />

DE SÃO PAULO<br />

BR0645457<br />

INIS-BR-4038<br />

AVALIAÇÃO CLÍNICA DA AÇÃO ANTIALGICA DO LASER<br />

EM BAIXA INTENSIDADE DE ARSENETO DE GÁLIO E<br />

ALUMÍNIO (A,=785nm) NO TRATAMENTO DAS DISFUNÇÕES<br />

DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR<br />

NELLY TICHAUER MALUF SANSEVERINO<br />

São Paulo<br />

2001<br />

Dissertação apresenta<strong>da</strong> como parte<br />

<strong>do</strong>s requisitos para obtenção <strong>do</strong> Grau<br />

<strong>de</strong> Mestre Profissional na área <strong>de</strong> <strong>Laser</strong>s<br />

em O<strong>do</strong>ntologia.<br />

Orienta<strong>do</strong>r:<br />

Prof. Dr. Eduar<strong>do</strong> De Bortolí Groth<br />

Co-Orienta<strong>do</strong>ra:<br />

Profa. Dra. Martha Simões Ribeiro


MESTRADO PROFISSIONALIZANTE DE LASER EM<br />

ODONTOLOGIA<br />

XWISSAO MAClCNAl t>F ENERGIA NUCLEAR/SP iPEf


INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES<br />

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO<br />

AVALIAÇÃO CLÍNICA DA AÇÃO ANTIALGICA DO LASER<br />

EM BAIXA INTENSIDADE DE ARSENETO DE GÁLIO E<br />

ALUMÍNIO (À=785nm) NO TRATAMENTO DAS<br />

DISFUNÇÕES DA ARTICULAÇÃO<br />

TEMPOROMANDIBULAR<br />

NELLY TICHAUER MALUF SANSEVERINO<br />

i££*<br />

LIVRO<br />

Dissertação apresenta<strong>da</strong> como parte <strong>do</strong>s<br />

requisitos para obtenção <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> Mestre<br />

Profissional na Área <strong>de</strong> <strong>Laser</strong> em O<strong>do</strong>ntologia.<br />

Orienta<strong>do</strong>r: Prof.Dr.Eduar<strong>do</strong> De Bortoli Groth<br />

Co-Orienta<strong>do</strong>ra: Profa.Dra.Martha Simões Ribeiro<br />

São Paulo<br />

2001<br />

•XHWSSAO NflCiOMl DE ENERGIA NUCLEAF/SP IPfci


As flores refletem bem o ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro. Quem tenta<br />

possuir uma flor verá a sua beleza murchan<strong>do</strong>. Mas<br />

quem olhar uma flor no campo permanecerá para<br />

sempre com ela.<br />

Paulo Coelho<br />

Celso, Bruna e Luisa.<br />

O ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro amor não é para sempre,<br />

ele é para eterni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Obriga<strong>da</strong> pelo amor <strong>de</strong> vocês.


Agra<strong>de</strong>cimentos<br />

- Aos meus orienta<strong>do</strong>res Prof Dr. Eduar<strong>do</strong> Groth e Profa. Dra. Martha Ribeiro, pela<br />

amiza<strong>de</strong>, apoio e inestimável orientação.<br />

- Ao Prof Dr. Carlos <strong>de</strong> Paula Eduar<strong>do</strong>, pelos inesgotáveis ensinamentos.<br />

- Ao Prof. Dr. Nilson Vieira e Profa. Dra. Martha Vieira, pela acolhi<strong>da</strong> no IPEN.<br />

- A to<strong>do</strong>s os professores <strong>do</strong> IPEN, que me mostraram o la<strong>do</strong> físico <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

- A to<strong>do</strong>s os professores <strong>da</strong> FOUSP, pela sua total <strong>de</strong>dicação.<br />

- A to<strong>do</strong>s os funcionários <strong>do</strong> IPEN e FOUSP, que facilitaram o nosso trajeto.<br />

- À minha <strong>de</strong>dica<strong>da</strong> companheira Denise, pela sua habili<strong>da</strong><strong>de</strong> em me transmitir a paz.<br />

- À sempre presente Georgia Chieco, pela <strong>de</strong>dicação, amiza<strong>de</strong> e apoio.<br />

- A minha equipe <strong>de</strong> trabalho: Carolina, Patrícia, Alessandra, Glauce e Juliana, por<br />

estarem sempre presentes.<br />

- A Rose, pela colaboração.<br />

- A Marta e à Lena, por suprirem a minha ausência no lar com tanto amor e carinho.<br />

- A minha mãe Rosa, pela incansável <strong>de</strong>dicação em me ensinar a fazer coisas<br />

melhores e não maiores.<br />

- Ao meu pai João, por me fazer sentir uma insuperável confiança através <strong>da</strong><br />

admiração <strong>do</strong> seu olhar.<br />

- Aos meus irmãos Izi e Beto, pelo carinho eterno.<br />

- Aos meus sogros Lázaro e Maril<strong>da</strong>, pela incansável presença e incentivo.<br />

- Aos meus cunha<strong>do</strong>s Eliana, Dario, Mareia e Carlos, por terem sempre uma mão a<br />

esten<strong>de</strong>r.<br />

- Ao meu eterno amor Celso, por me fazer reconhecer o amor através <strong>da</strong> prática e não<br />

<strong>da</strong>s palavras.<br />

- Às minhas filhas Bruna e Luisa, que fazem <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong> uma eterna primavera.<br />

- A DEUS, por permitir que to<strong>da</strong>s estas pessoas estejam presentes em minha vi<strong>da</strong>.


Resumo<br />

SUMÁRIO<br />

Abstract___ ü<br />

Lista <strong>de</strong> abreviaturas Oi<br />

Lista <strong>de</strong> figuras__ v<br />

Lista <strong>de</strong> fotos vi<br />

Lista <strong>de</strong> gráficos vii<br />

1. Introdução 1<br />

1.1 Objetivos 3<br />

2. Revisão <strong>da</strong> literatura 4<br />

2.1 História <strong>do</strong> <strong>Laser</strong> 4<br />

2.2 Articulação têmporo-mandibular - ATM 17<br />

2.3 Disfunção têmporo-mandibular 26<br />

2.4 ATM: Diagnóstico 39<br />

2.5 Tratamento Clínico <strong>da</strong>s Disfunções Têmporo-mandibulares 49<br />

2.6 Interação <strong>do</strong> laser emitin<strong>do</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> com teci<strong>do</strong>s biológicos 61<br />

3. Aplicação <strong>da</strong> terapia com laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> na o<strong>do</strong>ntologia 83<br />

4. Materiais e méto<strong>do</strong>s 90<br />

5. Resulta<strong>do</strong>s 96<br />

5.1 Análise estatística 96<br />

•*rk»JlCC nr\ n»nni


5.2 Análise clínica_ 100<br />

6 Discussão______ 105<br />

7 Conclusão______ 109<br />

Anexo 1 110<br />

Anexo 2 112<br />

8. Referências bibliográficas 114


AVALIAÇÃO CLÍNICA DA AÇÃO ANTIÁLGICA DO LASER EM BAIXA<br />

INTENSIDADE DE GaAIAs (A=785nm) NO TRATAMENTO DAS<br />

DISFUNÇÕES DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR<br />

Nelly Tichauer Maluf San seven no<br />

RESUMO<br />

A terapia com laser emitin<strong>do</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tem si<strong>do</strong> utiliza<strong>da</strong><br />

atualmente nos mais diversos campos <strong>da</strong> medicina como conduta terapêutica <strong>da</strong><br />

<strong>do</strong>r. É um tipo <strong>de</strong> terapia não-invasiva, in<strong>do</strong>lor, não-térmica e asséptica, sem<br />

efeitos colaterais, com uma boa relação custo-benefício. To<strong>da</strong>via, para que a<br />

terapia com laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> possa surtir efeitos positivos, é<br />

fun<strong>da</strong>mental um correto diagnóstico, assim como um protocolo <strong>de</strong> aplicação<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>. Na o<strong>do</strong>ntologia, a maioria <strong>do</strong>s pacientes diagnostica<strong>do</strong>s com<br />

disfunções <strong>da</strong>s articulações têmporo-mandibulares (ATM) apresenta <strong>do</strong>r e<br />

limitações nos movimentos <strong>da</strong> mandíbula. Neste trabalho, utilizou-se um laser <strong>de</strong><br />

GaAIAs emitin<strong>do</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, A.=785nm, em pacientes com disfunção <strong>da</strong>s<br />

articulações têmporo-mandibulares, com queixa <strong>de</strong> <strong>do</strong>r. Vinte pacientes foram<br />

dividi<strong>do</strong>s em <strong>do</strong>is grupos. O grupo trata<strong>do</strong> recebeu terapia a laser nas articulações<br />

têmporo-mandibulares e nos músculos afeta<strong>do</strong>s. A <strong>do</strong>se aplica<strong>da</strong> foi 45J/cm 2 ,<br />

enquanto os <strong>de</strong>z pacientes <strong>do</strong> grupo controle receberam OJ/cm 2 , em um total <strong>de</strong><br />

nove aplicações, realiza<strong>da</strong>s três vezes por semana, durante três semanas. A<br />

avaliação <strong>do</strong>s pacientes foi feita através <strong>de</strong> exames clínicos <strong>de</strong> palpação manual<br />

<strong>do</strong>s músculos masseter, temporal, cervicais, posteriores <strong>do</strong> pescoço e<br />

esternoclei<strong>do</strong>mastoí<strong>de</strong>o, e medições <strong>de</strong> abertura e laterali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> boca. Os<br />

resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s mostraram uma diminuição <strong>da</strong> <strong>do</strong>r e aumento <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

mandibular nos pacientes trata<strong>do</strong>s, quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s ao grupo controle. Estes<br />

resulta<strong>do</strong>s apontam esta terapia como uma importante ferramenta no tratamento<br />

<strong>da</strong> <strong>do</strong>r em pacientes com disfunção nas ATMs, indican<strong>do</strong> esta mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

terapêutica como uma coadjuvante nestes tratamentos.<br />

1


CLINICAL EVALUATION OF THE LOW INTENSITY LASER ANTIALGIC<br />

ACTION OF GaAIAs (A=785nm) IN THE TREATMENT OF THE<br />

TEMPOROMANDIBULAR DISORDERS<br />

Nelly Tichauer Maluf Sanseverino<br />

ABSTRACT<br />

The therapy with laser emitting low intensity has been currently used in the<br />

most diverse fields of medicine as therapeutic conduct for pain. It is a non­<br />

invasive, painless, non-thermal and aseptic type therapy, without any colateral<br />

effects, having a good cost/benefit relationship. However, for the therapy with<br />

low-intensity laser to result in positive effects, a correct diagnosis is fun<strong>da</strong>mental,<br />

as well as a protocol of a<strong>de</strong>quate application. In o<strong>do</strong>ntology, the majority of<br />

patients diagnosed with temporomandibular disor<strong>de</strong>rs (TMD), present pain and<br />

limitations in the movements of the jaw. In this work, a GaAIAs laser emitting low<br />

intensity, was used, X=785nm, in patients having a disfunction of the<br />

temporomandibular joint with a complaint of pain. Twenty patients were divi<strong>de</strong>d<br />

into two groups. The group treated received laser therapy in the temporal-<br />

mandibular articulations and in the muscles affected. The <strong>do</strong>se applied was<br />

45J/cm 2 , while the ten patients in the control group received OJ/cm 2 , in a total of<br />

nine applications, carried out three times a week, during three weeks. The<br />

evaluation of the patients was ma<strong>de</strong> through clinical examinations of manual<br />

palpation of the masseter, temporal, cervical, posterior neck and<br />

sternoclei<strong>do</strong>mastoid muscles, and measurements of opening and laterality of the<br />

mouth. The results obtained showed a diminishing of the pain and an increase of<br />

the mandibular mobility in the patients treated, when compared to the control<br />

group. These results point to this therapy as being an important tool in the<br />

treatment of pain in patients with a disfunction in the TMJ, indicating this<br />

therapeutic mo<strong>da</strong>lity as a co-adjuvant in these treatments.<br />

11


LISTA DE ABREVIATURAS<br />

ACTH - hormônio adrenocorticotrópico<br />

ATM - articulação têmporo-mandibular<br />

ATP - a<strong>de</strong>nosina trifosfato<br />

cm -centímetro<br />

DCM - disfunçâo crânio-mandibular<br />

DE - <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> energia<br />

DNA - áci<strong>do</strong> <strong>de</strong>soxirribonucléico<br />

E - Energia<br />

EMG - eletromiografia<br />

GaAIAs - arseneto <strong>de</strong> gálio e alumínio<br />

He-Ne - Hélio-Neônio<br />

HILT - Hight Intensity <strong>Laser</strong> Therapy (terapia com laser emitin<strong>do</strong> alta<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>)<br />

Hz - Hertz<br />

I - intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

InGaAIP - índio Gálio Alumínio Fósforo<br />

IV - infravermelho<br />

J - Joules<br />

J/cm 2 - Joules por centímetro quadra<strong>do</strong><br />

Kgf - kilograma-força<br />

LED - light em'rthing dio<strong>de</strong><br />

LILT - Low Intensity <strong>Laser</strong> Therapy (terapia com laser emitin<strong>do</strong> baixa<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>)<br />

mm - milímetro<br />

mRNA - RNA mensageiro<br />

mW - miliwatts<br />

NAD - Nicotinami<strong>da</strong> A<strong>de</strong>nina Dinocleoti<strong>de</strong>o<br />

NADH - Nicotinami<strong>da</strong> A<strong>de</strong>nina Dinocleoti<strong>de</strong>o forma reduzi<strong>da</strong><br />

ÍOWISSA0 NAPONCt DF ENERGIA NUCLEAR/SP IPti


Nd.YAG - grana<strong>da</strong> <strong>de</strong> ítrio e alumínio <strong>do</strong>pa<strong>da</strong> com neodímio<br />

nm - nanômetro<br />

p - potência<br />

PPT - limiar <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong> <strong>do</strong>r<br />

RNA - áci<strong>do</strong> ribonucléico<br />

SNC - sistema nervoso central<br />

TSH - hormônio estimulante <strong>da</strong> tirói<strong>de</strong><br />

UV - ultravioleta<br />

VIS - espectro <strong>de</strong> luz visível<br />

W - Watts<br />

W/cm 2 - Watts por centímetro quadra<strong>do</strong><br />

X - comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong><br />

fxm - micrômetro<br />

IV


LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1 - Esquema ilustrativo <strong>do</strong> comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong> (A).<br />

Figura 2 - Espectro eletromagnético.<br />

Figura 3 - Componentes básicos <strong>de</strong> um laser.<br />

Figura 4 - Fenômenos <strong>de</strong> interação <strong>da</strong> luz com o teci<strong>do</strong>.<br />

Figura 5 - Locais <strong>de</strong> aplicação <strong>do</strong> laser no tratamento <strong>da</strong>s disfunçoes <strong>da</strong>s<br />

ATMs sugeri<strong>do</strong> por Boraks.<br />

•OMISSÃO NflClONíl. DE ENERGIA NUCLEAR/SP IPfci<br />

V


LISTA DE FOTOS<br />

Foto 1 - Multi <strong>Laser</strong>- <strong>Laser</strong> Beam - DR 500<br />

Foto 2 - Caneta laser e anteparo separa<strong>do</strong>s<br />

Foto 3 - Caneta laser e anteparo acopla<strong>do</strong>s<br />

Foto 4 - Palpaçao no músculo masseter<br />

Foto 5 - Palpaçao no músculo temporal<br />

Foto 6 - Palpaçao no músculo esternoclei<strong>do</strong>mastoi<strong>de</strong>o<br />

Foto 7 - Palpaçao nos músculos posteriores <strong>do</strong> pescoço<br />

Foto 8 - Palpaçao anterior e posterior <strong>da</strong> ATM<br />

Foto 9 - Medição <strong>da</strong> abertura e laterali<strong>da</strong><strong>de</strong> com paquímetro eletrônico<br />

Foto 10 - Visualização <strong>do</strong>s pontos para aplicação <strong>do</strong> laser na ATM<br />

Foto 11 - Aplicação <strong>do</strong> laser sobre o masseter com <strong>do</strong>r<br />

Foto 12 - Aplicação <strong>do</strong> laser sobre a ATM<br />

VI


LISTA DE GRÁFICOS<br />

Gráfico 1 - Espectro <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> alguns cromóforos <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> biológico.<br />

Gráfico 2 -Análise estatística <strong>do</strong> comportamento <strong>da</strong> <strong>do</strong>r- grupo trata<strong>do</strong>.<br />

Gráfico 3 - Análise estatística <strong>do</strong> comportamento <strong>da</strong> <strong>do</strong>r- grupo controle.<br />

Gráfico 4 - Comparação estatística <strong>do</strong> comportamento <strong>da</strong> <strong>do</strong>r - grupo<br />

trata<strong>do</strong> X grupo controle.<br />

Gráfico 5 - Comparação <strong>do</strong> comportamento <strong>do</strong>s grupos em relação à <strong>do</strong>r.<br />

Gráfico 6 - Grau <strong>de</strong> <strong>do</strong>r ao final <strong>da</strong>s aplicações no grupo trata<strong>do</strong>.<br />

Gráfico 7 - Limite <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> boca ao final <strong>da</strong>s aplicações no grupo<br />

trata<strong>do</strong>.<br />

Gráfico 8 - Limite <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> em laterali<strong>da</strong><strong>de</strong> ao final <strong>da</strong>s aplicações no<br />

grupo trata<strong>do</strong><br />

Gráfico 9 - Grau <strong>de</strong> <strong>do</strong>r ao final <strong>da</strong>s aplicações no grupo controle.<br />

Gráfico 10 - Limite <strong>de</strong> abertura ao final <strong>da</strong>s aplicações no grupo controle.<br />

Gráfico 11 - Limite <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> em laterali<strong>da</strong><strong>de</strong> ao final <strong>da</strong>s aplicações<br />

no grupo controle.


1. INTRODUÇÃO<br />

O diagnóstico e tratamento <strong>da</strong>s disfunções <strong>da</strong>s articulações têmporo-<br />

mandibulares têm si<strong>do</strong> estu<strong>da</strong><strong>do</strong>s há mais <strong>de</strong> 65 anos, sen<strong>do</strong> inicia<strong>do</strong> com os<br />

estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> COSTEN 32 em 1934. Na época, ele relacionou que a per<strong>da</strong> <strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>ntes posteriores, originan<strong>do</strong> falta <strong>de</strong> suporte para mandíbula, pressionaria<br />

porções neurais <strong>do</strong> ouvi<strong>do</strong>, originan<strong>do</strong> <strong>do</strong>r na região. Desta forma, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> esta<br />

época tem-se relaciona<strong>do</strong> o posicionamento <strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntes com as disfunções <strong>da</strong><br />

articulação têmporo-mandibular (ATM). 36,27 ' 43<br />

Atualmente, a disfunção <strong>da</strong> ATM é <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> pelos sinais e sintomas<br />

presentes, e não propriamente pela sua etiologia, uma vez que se trata <strong>de</strong> uma<br />

alteração com etiologia multifatorial 10,11,26,46 . Estes sinais e sintomas incluem:<br />

- <strong>do</strong>r na região <strong>da</strong> ATM e teci<strong>do</strong>s moles adjacentes, sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> ou<br />

fadiga nos músculos associa<strong>do</strong>s com a articulação;<br />

- sons durante os movimentos condilares, como crepitações ou estali<strong>do</strong>s;<br />

- limitações <strong>do</strong>s movimentos mandibulares e eventual travamento <strong>da</strong> ATM.<br />

Assim como a etiologia e o diagnóstico, o tratamento <strong>de</strong>stas disfunções<br />

abrange um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> variáveis inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

O uso <strong>da</strong> terapia com laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> na O<strong>do</strong>ntologia não é<br />

novo, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> utiliza<strong>da</strong> no Japão e Europa por mais <strong>de</strong> 10 anos. Entretanto,<br />

esta última déca<strong>da</strong> foi marca<strong>da</strong> por uma explosão <strong>de</strong> trabalhos <strong>de</strong> pesquisas<br />

relaciona<strong>do</strong>s às vantagens <strong>de</strong> sua aplicação na clínica diária 112 - 2228 - 121 .<br />

Como to<strong>da</strong> técnica, é fun<strong>da</strong>mental que se reconheça bem seus princípios<br />

básicos, principalmente porque os efeitos e os mecanismos <strong>de</strong> ação <strong>do</strong> laser em<br />

baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> não são completamente entendi<strong>do</strong>s. 18,61,78<br />

1


O intervalo <strong>do</strong> espectro eletromagnético mais comumente utiliza<strong>do</strong> nesta<br />

terapia situa-se entre 630nm e 1300nm, apesar <strong>de</strong> alguns trabalhos sugerirem<br />

outros comprimentos <strong>de</strong> on<strong>da</strong> para esta finali<strong>da</strong><strong>de</strong> 121 . A terapia com laser emitin<strong>do</strong><br />

baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> (LILT) não aumenta a temperatura <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> em mais que 1 o<br />

Q19.66.IOO po<strong>de</strong> p0rtanto, ser <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como um tipo <strong>de</strong> terapia não-térmica, capaz<br />

<strong>de</strong> causar alterações nas células e teci<strong>do</strong>s, gera<strong>da</strong>s por diferentes tipos <strong>de</strong><br />

ativações metabólicas. Dentre elas, estimulações <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia respiratória celular,<br />

principalmente nas mitocôndrias, e aumento <strong>da</strong> vascularizaçâo e formação <strong>de</strong><br />

fibroblastos 1 ' 12 ' 13 ' 33 ' 61 ' 62 .<br />

Apesar <strong>do</strong> fato <strong>de</strong> não existir uma teoria universal para explicar os<br />

mecanismos <strong>da</strong> terapia com estes lasers, procuramos <strong>de</strong>talhar to<strong>da</strong>s suas<br />

possíveis formas <strong>de</strong> interação. Os lasers mais utiliza<strong>do</strong>s são os <strong>de</strong> Helio-Neônio e<br />

<strong>de</strong> dio<strong>do</strong>. O laser escolhi<strong>do</strong> para esta pesquisa foi o <strong>de</strong> GaAIAs, uma vez que as<br />

pesquisas têm <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> sua maior eficácia no tratamento <strong>de</strong> alterações mais<br />

profun<strong>da</strong>s. Recentemente, vários testes clínicos têm si<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong>s no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

obter-se um consenso sobre a exata intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, tempo <strong>de</strong> exposição, <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> energia e local <strong>de</strong> aplicação <strong>do</strong> laser 1 - 2141820 ' 23 - 33 - 50 ' 70 ' 114 ' 122 .<br />

Entretanto, as variações <strong>do</strong>s protocolos, parâmetros <strong>do</strong> laser e meto<strong>do</strong>logia<br />

<strong>de</strong> aplicação, po<strong>de</strong>m gerar dúvi<strong>da</strong>s quanto aos resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, fazen<strong>do</strong>-se<br />

importante a realização <strong>de</strong> um estu<strong>do</strong> clínico, com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quar os<br />

parâmetros <strong>de</strong> utilização, assim como avaliar sua ação antiálgica.<br />

2


1.1 Objetivos<br />

- Avaliar clinicamente os efeitos <strong>da</strong> terapia com laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

GaAIAs (A=785nm) em pacientes com disfunção nas articulações têmporo-<br />

mandibulares (ATMs), com queixa <strong>de</strong> sintomatologia <strong>do</strong>lorosa.<br />

- Estabelecer um protocolo <strong>de</strong> utilização que possa incluir esta terapia como<br />

uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento coadjuvante nas disfunções <strong>da</strong>s ATMs.<br />

3


2.1 História <strong>do</strong> laser<br />

2. REVISÃO DA LITERATURA<br />

Durante muito tempo, o sol foi a única fonte <strong>de</strong> luz intensa. Foram<br />

necessários vários séculos <strong>de</strong> evolução <strong>da</strong> ciência e estu<strong>do</strong>s sobre os<br />

mecanismos <strong>de</strong> interação entre luz e matéria, para que a partir <strong>da</strong>s consi<strong>de</strong>rações<br />

<strong>de</strong> Einstein fosse obti<strong>da</strong> uma forma <strong>de</strong> amplificação <strong>da</strong> luz, <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> laser. O<br />

postula<strong>do</strong> <strong>de</strong> Einstein parte <strong>do</strong> pressuposto <strong>de</strong> que a emissão <strong>de</strong> luz por um<br />

átomo po<strong>de</strong> ser estimula<strong>da</strong> pela própria radiação inci<strong>de</strong>nte, o que constitui a<br />

emissão estimula<strong>da</strong>.<br />

Este processo teve início com a teoria quântica proposta por MAX PLANCK<br />

em 1900 e, posteriormente, com os trabalhos <strong>do</strong> cientista holandês NIELS BOHR<br />

em 1913, que <strong>de</strong>fine que os elétrons po<strong>de</strong>riam residir em mais <strong>de</strong> um esta<strong>do</strong><br />

energético, movimentan<strong>do</strong>-se em certas órbitas <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s ou observan<strong>do</strong><br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s discretas <strong>de</strong> energia (quanta <strong>de</strong> energia) luminosa 41 .<br />

Em 1958, apoia<strong>do</strong>s nesta teoria, os americanos TOWNES e SCHALOW,<br />

<strong>do</strong> Instituto <strong>de</strong> Tecnologia <strong>de</strong> Massachusetts, <strong>de</strong>monstraram a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

amplificar, com sucesso, as freqüências <strong>do</strong> microon<strong>da</strong>s, processo este, que<br />

recebeu o nome <strong>de</strong> "Maser" que é o acrônimo <strong>de</strong> Microwave Amplification by<br />

Stimulation Emission of Radiation e o qual <strong>de</strong>screvia os princípios básicos <strong>da</strong>s<br />

operações <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os lasers 25,81 . Porém, o prêmio Nobel pelo <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>do</strong> maser foi <strong>da</strong><strong>do</strong> a TOWNES e aos cientistas russos BASOV e PROKHOROV<br />

em 1964 25 ' 81 - 87 .<br />

Em 1960, THEODORE MAIMAN, utilizan<strong>do</strong> <strong>de</strong> um cristal <strong>de</strong> rubi e uma<br />

lâmpa<strong>da</strong> flash fotográfica, construiu o primeiro laser <strong>de</strong> rubi com emissão<br />

4


estimula<strong>da</strong> <strong>de</strong> radiação, localiza<strong>da</strong> na faixa visível <strong>do</strong> espectro eletromagnético,<br />

geran<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta forma, o primeiro feixe laser. Alguns autores, entretanto, atribuem<br />

ao físico americano GORDON GOLDMAN a expressão "Light Amplification by<br />

Stimulated Emission of Radiation" ou, abrevian<strong>do</strong>, LASER 25,81,124 .<br />

Depois que MAIMAN construiu o primeiro laser <strong>de</strong> rubi, rapi<strong>da</strong>mente suas<br />

aplicações foram aproveita<strong>da</strong>s na indústria e nas ciências, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se a<br />

cirurgia na área médica 81 .<br />

Na área o<strong>do</strong>ntológica, em 1964, STERN e SOGNNAES iniciaram estu<strong>do</strong>s<br />

com laser em teci<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntal duro, investigan<strong>do</strong> a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> laser <strong>de</strong><br />

rubi na redução <strong>da</strong> <strong>de</strong>smineralização <strong>do</strong> esmalte. Eles observaram uma redução<br />

<strong>da</strong> permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> esmalte ao áci<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> irradia<strong>do</strong> 124 .<br />

To<strong>da</strong>via, ADRIAN et ai., em 1971, observaram que o laser <strong>de</strong> rubi produzia<br />

calor, o que <strong>da</strong>nificava a estrutura <strong>da</strong> polpa <strong>de</strong>ntal, causan<strong>do</strong> necrose, <strong>de</strong>struição<br />

o<strong>do</strong>ntoblástica e <strong>da</strong>nos a teci<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>ntes vizinhos, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a penetração e difusão<br />

<strong>da</strong> radiação, inviabilizan<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta forma, o uso <strong>do</strong> laser <strong>de</strong> rubi em teci<strong>do</strong>s<br />

mineraliza<strong>do</strong>s <strong>da</strong> boca 87 .<br />

A partir <strong>de</strong>stes estu<strong>do</strong>s iniciais, a tecnologia laser evoluiu e vem evoluin<strong>do</strong><br />

sobremaneira, nas áreas médica e o<strong>do</strong>ntológica.<br />

Princípios Básicos<br />

A luz po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrita como uma on<strong>da</strong> eletromagnética, e como tal, possui<br />

algumas características ondulatórias que a i<strong>de</strong>ntificam.<br />

Esta on<strong>da</strong> apresenta um comprimento que é medi<strong>do</strong> através <strong>da</strong> distância<br />

entre <strong>do</strong>is picos, ou vales, consecutivos. É o comprimento no qual ocorre um ciclo<br />

completo <strong>da</strong> on<strong>da</strong> (Fig. 1).<br />

5


+A<br />

-À<br />

E<br />

Cumprimento<br />

<strong>de</strong> on<strong>da</strong> = X<br />

\/\7\Í\<br />

V v\) l\<br />

\l<br />

IV<br />

\l f\<br />

\l<br />

^<br />

Vi.<br />

Fig.1 - Esquema ilustrativo <strong>do</strong> comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong> (>.) 1<br />

Esta característica <strong>de</strong>fine a luz <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> espectro completo <strong>de</strong> on<strong>da</strong>s<br />

eletromagnéticas. Uma maneira simples <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r o conceito <strong>de</strong> espectro é<br />

observar um arco íris. Este fenômeno natural é forma<strong>do</strong> pela <strong>de</strong>composição <strong>da</strong><br />

luz branca em sete cores básicas. Estas cores que po<strong>de</strong>mos enxergar fazem<br />

parte <strong>do</strong> espectro <strong>de</strong> on<strong>da</strong>s eletromagnéticas e são <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s por seus<br />

comprimentos <strong>de</strong> on<strong>da</strong>. Porém, existem outros comprimentos <strong>de</strong> on<strong>da</strong> que não<br />

po<strong>de</strong>mos enxergar, mas po<strong>de</strong>mos sentir os seus efeitos.<br />

Abaixo <strong>da</strong> faixa <strong>de</strong> luz que chamamos <strong>de</strong> visível, temos o ultravioleta (UV),<br />

e acima temos o infravermelho (IV). A luz ultravioleta é a responsável pelo<br />

escurecimento <strong>da</strong> nossa pele quan<strong>do</strong> nos expomos ao sol e o seu comprimento<br />

<strong>de</strong> on<strong>da</strong> (UV) está na faixa <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 100-400 nanômetros (nm); o<br />

espectro visível (VIS), situa-se aproxima<strong>da</strong>mente entre 400-700 nanômetros e o<br />

intervalo <strong>do</strong> infravermelho (IV), entre 700nm - 1mm.<br />

Um feixe luminoso consiste <strong>de</strong> um campo eletromagnético composto por<br />

um número inteiro <strong>de</strong> fótons <strong>de</strong>scrito por suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s características:<br />

freqüência, amplitu<strong>de</strong> e veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>. A luz branca, como a luz <strong>do</strong> sol, ou a luz <strong>de</strong><br />

uma lâmpa<strong>da</strong> comum, é a soma <strong>de</strong> vários comprimentos <strong>de</strong> on<strong>da</strong>s, ou seja, <strong>de</strong><br />

várias cores, que se propagam em várias direções e incoerentemente 124 (Fig. 2).<br />

6


JUBSAÇSO<br />

0©3 jcn ,480 JM*<br />

-••—YISÍVEL-*- •*•<br />

RAJOS-X ULTRAVIOLETA VISÍVO. IHFSAVERMELFO<br />

PRÓXIMO<br />

XcCi<br />

S^fcS UM<br />

0-SMSam<br />

BT~<br />

Fig. 2 - Espectro eletromagnético<br />

RADUÇ*OTêRMJCA INVISÍVEL<br />

JSüfJn Viva 30,0 fim<br />

NiYAÍÍ<br />

1,064 pm<br />

list*-<br />

JWfito Me-VÀÍG<br />

2.12 je»<br />

MÉDIO<br />

INFRAVERMELHO<br />

làiYSCKS 3,79 f#i<br />

fcOKÁVEKMELHO<br />

U»KJ&WyO<br />

O laser é uma radiação com características bastante especiais, que possui<br />

um comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong> específico.<br />

O fenômeno po<strong>de</strong> ser obti<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> um material laser tem sua energia <strong>de</strong><br />

equilíbrio modifica<strong>da</strong> <strong>de</strong> tal maneira que, alguma energia seja armazena<strong>da</strong> nos<br />

átomos, íons ou moléculas <strong>de</strong>ste material, na forma <strong>de</strong> esta<strong>do</strong> excita<strong>do</strong> (inversão<br />

<strong>de</strong> população). Uma on<strong>da</strong> eletromagnética inci<strong>de</strong>nte sobre este material, com<br />

freqüência correspon<strong>de</strong>nte à diferença <strong>de</strong> energia entre os esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>stes<br />

átomos, íons ou moléculas, po<strong>de</strong> ser amplifica<strong>da</strong>, pois os fótons inci<strong>de</strong>ntes po<strong>de</strong>m<br />

fazer com que os átomos, íons ou moléculas, no esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> energia mais alta<br />

<strong>de</strong>caiam para um esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> energia mais baixa, pela emissão <strong>de</strong> fótons<br />

adicionais, sen<strong>do</strong> a radiação emiti<strong>da</strong> (estimula<strong>da</strong>) completamente indistinguível <strong>da</strong><br />

radiação inci<strong>de</strong>nte (estimulante). Se o meio laser ativo (meio <strong>de</strong> ganho) for<br />

coloca<strong>do</strong> em uma cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> óptica ressonante, forma<strong>da</strong> por <strong>do</strong>is espelhos, esta<br />

radiação estimula<strong>da</strong> irá oscilar entre estes espelhos e induzir a emissão <strong>de</strong> mais<br />

fótons durante sua passagem pelo meio ativo, sen<strong>do</strong> amplifica<strong>da</strong> em ca<strong>da</strong><br />

passagem até consumir a energia armazena<strong>da</strong>. Se um <strong>do</strong>s espelhos permitir a<br />

transmissão <strong>de</strong> uma fração <strong>de</strong>sta radiação, o resulta<strong>do</strong> será a emissão <strong>de</strong> um<br />

feixe bastante colima<strong>do</strong>, coerente e monocromático. O grau com que estas<br />

características irão se manifestar <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong>s características <strong>do</strong> particular<br />

7


sistema laser e são mais ou menos importantes, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>da</strong> específica<br />

aplicação a que se <strong>de</strong>stina o feixe. 123<br />

O Equipamento <strong>Laser</strong><br />

A produção <strong>da</strong> radiação laser se fun<strong>da</strong>menta em três elementos básicos:<br />

a) Meio amplifica<strong>do</strong>r ou ativo - meio ou substância que é leva<strong>da</strong> ao<br />

esta<strong>do</strong> ativo através <strong>de</strong> uma excitaçâo. De acor<strong>do</strong> com suas características<br />

físicas, este meio po<strong>de</strong> ser sóli<strong>do</strong>, líqui<strong>do</strong> ou gasoso.<br />

Os diversos tipos <strong>de</strong> lasers são <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong>s substâncias utiliza<strong>da</strong>s,<br />

que produzem diferentes comprimentos <strong>de</strong> on<strong>da</strong>s. Estes comprimentos <strong>de</strong> on<strong>da</strong>s<br />

estão compreendi<strong>do</strong>s na porção visível <strong>do</strong> espectro eletromagnético, bem como<br />

na porção invisível <strong>do</strong> infravermelho próximo e longínquo e também invisíveis na<br />

porção <strong>do</strong> ultravioleta. A radiação imperceptível à nossa visão está compreendi<strong>da</strong><br />

abaixo <strong>de</strong> 400nm e acima <strong>de</strong> 700nm, respectivamente.<br />

abaixo:<br />

Alguns exemplos <strong>de</strong> meio ativo e respectiva emissão são apresenta<strong>do</strong>s<br />

SUBSTÂNCIA COMPRIMENTO DE ONDA<br />

1) Sóli<strong>do</strong>s-cristais:<br />

Rubi<br />

Nd:YAG<br />

2) Gasosos:<br />

_0,694|am<br />

_1,064um<br />

Argônio (Ar + ) 0,351 ^m - 0,528^m<br />

Monóxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono (CO) 5^im - 7jam<br />

8


Dióxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono (CO2) 9,2jxm - 10,6nm<br />

Hélio e Neônio (He-Ne) 0,632nm<br />

Criptônio (Kr + ) 0,337^m - 0,799^m<br />

Excimer 193|am - 282nm<br />

3) Líqui<strong>do</strong>s: corantes e pigmentos (mais utiliza<strong>do</strong>s em pesquisa<br />

laboratoriais).<br />

Ro<strong>da</strong>mina 0,3^im -1,4nm<br />

4) Semi-condutores: <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s em 1962, foram coloca<strong>do</strong>s em uso a<br />

partir <strong>de</strong> 1970. São também chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong> laser <strong>de</strong> dio<strong>do</strong>. Atualmente, é um <strong>do</strong>s<br />

lasers mais utiliza<strong>do</strong>s na LILT, isto <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>, entre outras coisas, ao seu baixo<br />

custo, a pratici<strong>da</strong><strong>de</strong> garanti<strong>da</strong> pelas menores dimensões <strong>do</strong> aparelho e<br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> penetração no teci<strong>do</strong>. Alguns exemplos são:<br />

GaAIAs: 0,7nm ~ 0,9^im<br />

Gálio<br />

Alumínio<br />

Arsênio<br />

InGaAs: 1,2|j.m -1,6nm<br />

índio<br />

Gálio<br />

Arsênio<br />

InGaAsP: 1,2\xm -1,6jam<br />

índio<br />

Gálio<br />

Arsênio<br />

P fósforo<br />

b) Fonte <strong>de</strong> excitação - a fonte <strong>de</strong> excitação po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> natureza<br />

elétrica, óptica, química.<br />

9


c) Ressona<strong>do</strong>r óptico - sistema que sincroniza a ação <strong>da</strong>s partículas <strong>do</strong><br />

meio ativo, composto <strong>de</strong> <strong>do</strong>is espelhos coloca<strong>do</strong>s, paralelamente, um em ca<strong>da</strong><br />

extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>: um <strong>de</strong> reflexão total e outro <strong>de</strong> reflexão parcial, que permite a<br />

passagem <strong>de</strong> luz. (Fig. 3)<br />

espelho <strong>de</strong><br />

reflexão total<br />

Ç=<br />

P"<br />

fonte <strong>de</strong> excitação<br />

meio amplifica<strong>do</strong>r<br />

— ressona<strong>do</strong>r<br />

A radiação laser po<strong>de</strong> apresentar:<br />

Fig. 3 - Componentes básicos <strong>de</strong> um laser<br />

10<br />

espelho <strong>de</strong><br />

reflexão parcial<br />

- monocromatici<strong>da</strong><strong>de</strong> - o feixe apresenta o mesmo comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong> e,<br />

portanto, com uma única cor; por isso não sofre <strong>de</strong>composição quan<strong>do</strong> inci<strong>de</strong> em<br />

um prisma.<br />

- coerência - ocorre quan<strong>do</strong> as on<strong>da</strong>s possuem o mesmo comprimento e<br />

em fase, caminham <strong>de</strong> forma similar em espaço e tempo, como um exército <strong>de</strong><br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s marchan<strong>do</strong> em movimentos sincroniza<strong>do</strong>s. A emissão coerente permite<br />

gran<strong>de</strong>s concentrações <strong>de</strong> energia por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> superfície, obten<strong>do</strong>-se com<br />

isso, uma ação pontual e bastante intensa sobre a matéria.<br />

- colimação unidirecional - o feixe segue uma direção única e praticamente<br />

não diverge em pequenas distâncias. 100<br />

Freqüentemente, o diâmetro <strong>do</strong> feixe <strong>do</strong> laser é <strong>de</strong>masia<strong>da</strong>mente largo e<br />

tem uma potência insuficiente para <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s aplicações médicas. Por esse


motivo, uma lente focaliza<strong>do</strong>ra é coloca<strong>da</strong> no trajeto <strong>da</strong> luz, para reduzir o<br />

diâmetro <strong>do</strong> feixe, a fim <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quá-lo para a utilização. Esta diminuição <strong>do</strong><br />

diâmetro <strong>do</strong> feixe aumenta a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> e o seu efeito sobre o teci<strong>do</strong>. 123<br />

Mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> emissão <strong>do</strong> laser<br />

Existem <strong>do</strong>is regimes fun<strong>da</strong>mentais <strong>de</strong> operação <strong>de</strong> qualquer sistema laser:<br />

a emissão contínua e a emissão pulsa<strong>da</strong>. Na operação contínua, a emissão se dá<br />

na forma <strong>de</strong> um feixe <strong>de</strong> potência (e forma espacial) constante, que não varia com<br />

o tempo (a inversão <strong>de</strong> população é estacionaria). Na operação pulsa<strong>da</strong>, a<br />

emissão é intermitente, com pulsos <strong>de</strong> energia emiti<strong>do</strong>s a intervalos regulares <strong>de</strong><br />

tempo (inversão <strong>de</strong> população é variável no tempo). Na maioria <strong>do</strong>s casos, estes<br />

mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> operação são, portanto, <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s pela maneira com a qual o<br />

elemento ativo é bombea<strong>do</strong> pela fonte <strong>de</strong> alimentação. No caso <strong>do</strong> bombeamento<br />

contínuo, a única variável controla<strong>da</strong> pelo opera<strong>do</strong>r é o nível <strong>de</strong> potência, que<br />

po<strong>de</strong> ir <strong>de</strong>s<strong>de</strong> zero até a um máximo que é característico <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> equipamento.<br />

No caso <strong>de</strong> lasers pulsa<strong>do</strong>s, muitas vezes, o opera<strong>do</strong>r po<strong>de</strong> variar a energia e a<br />

largura temporal <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> pulso, e também a taxa <strong>de</strong> repetição. Assim varia-se<br />

não somente a potência média, mas também a potência pico <strong>da</strong> radiação laser.<br />

Além <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> bombeamento, mecanismos especiais coloca<strong>do</strong>s intracavi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

alteram a forma temporal com que o elemento ativo é <strong>de</strong>spopula<strong>do</strong>. Nestes casos,<br />

concentrações excepcionalmente altas <strong>de</strong> energia óptica no espaço e no tempo<br />

po<strong>de</strong>m ser obti<strong>da</strong>s. Com estes mecanismos, como no caso <strong>do</strong> chaveamento (Q-<br />

switching) e <strong>do</strong> travamento <strong>de</strong> mo<strong>do</strong>s (Mo<strong>de</strong>-locking), são obti<strong>do</strong>s pulsos<br />

ultracurtos <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10' 11 - 10' 12 s e potência pico <strong>de</strong> até 10 12 W.<br />

Alguns protótipos <strong>de</strong> laser tem uma combinação <strong>de</strong> suas capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

contínuas, interrompi<strong>da</strong>s e pulsa<strong>da</strong>s. Muitos lasers permitem ao opera<strong>do</strong>r variar a<br />

fonte <strong>de</strong> potência, o tempo <strong>de</strong> exposição e o diâmetro <strong>do</strong> feixe. 123<br />

11


Classificação <strong>da</strong> terapia laser<br />

No campo médico-cirúrgico, sugere-se que a terapia a laser seja dividi<strong>da</strong><br />

em <strong>do</strong>is gran<strong>de</strong>s grupos: High Intensity <strong>Laser</strong> Therapy (HILT) e Low Intensity<br />

<strong>Laser</strong> Therapy (LILT) 100 ' 120 :<br />

a) HILT - terapia com laser emitin<strong>do</strong> altas intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, que possui uma<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> muito eleva<strong>da</strong>, e se o comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong> for absorvi<strong>do</strong> pela<br />

estrutura atingi<strong>da</strong>, levará a efeitos térmicos.<br />

b) LILT - terapia com laser emitin<strong>do</strong> baixas intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> a energia<br />

absorvi<strong>da</strong> não será transforma<strong>da</strong> em calor. Neste caso, a absorção <strong>da</strong> luz pela<br />

estrutura biológica <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ará efeitos fotoquímicos, fotofísicos e/ou<br />

fotobiológicos.<br />

<strong>Laser</strong> <strong>de</strong> GaAIAs<br />

Este é um laser semicondutor, com comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong> entre 780-870nm<br />

(invisível) que po<strong>de</strong> ser classifica<strong>do</strong> na categoria 3B, consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> perigoso quanto<br />

ao risco <strong>de</strong> injúria ocular. 94 O risco <strong>do</strong> <strong>da</strong>no se <strong>de</strong>ve, em parte, à colimação <strong>do</strong><br />

feixe e também ao comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong> que tem afini<strong>da</strong><strong>de</strong> pela retina. Além<br />

disso, por ser invisível a olho nu, não provoca o reflexo <strong>do</strong> fechamento <strong>da</strong>s<br />

pálpebras em caso <strong>de</strong> exposição, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> aumentar o risco <strong>do</strong> <strong>da</strong>no. Esses<br />

lasers po<strong>de</strong>m apresentar-se no mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> emissão contínua ou pulsátil 121 .<br />

Os lasers <strong>de</strong> baixa potência <strong>de</strong> GaAIAs surgiram em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s anos<br />

80 120 e foram ganhan<strong>do</strong> populari<strong>da</strong><strong>de</strong> até os dias atuais. Suas potências variam<br />

entre 20 e 100mW, porém, atualmente, já existem lasers com 500 e até 1000mW.<br />

Ele po<strong>de</strong> trabalhar com eletrici<strong>da</strong><strong>de</strong> ou com baterias e uma <strong>da</strong>s vantagens <strong>do</strong>s<br />

lasers <strong>de</strong> dio<strong>do</strong> é o baixo custo 21 .<br />

Muitos lasers <strong>de</strong> GaAIAs são bem <strong>de</strong>senha<strong>do</strong>s, cambiáveis, com pontas<br />

intraorais esterelizáveis; uma <strong>da</strong>s maiores vantagens <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> laser é que o<br />

12


dio<strong>do</strong> está localiza<strong>do</strong> na própria peça <strong>de</strong> mão, o que significa que não há<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fibra óptica para conduzir a luz.<br />

As indicações para tratamentos terapêuticos com o laser <strong>de</strong> GaAIAs<br />

incluem feri<strong>da</strong>s <strong>de</strong> difícil cicatrização, artrite reumatói<strong>de</strong>, alterações musculares,<br />

alterações articulares (preferivelmente articulações pequenas) e <strong>do</strong>r. 142128 ' 2945<br />

Interação <strong>do</strong> laser com o teci<strong>do</strong> biológico<br />

O entendimento <strong>da</strong> interação entre os diversos lasers e os teci<strong>do</strong>s, baseia-<br />

se principalmente no entendimento <strong>da</strong>s reações que po<strong>de</strong>m ser induzi<strong>da</strong>s nestes<br />

teci<strong>do</strong>s pela luz laser.<br />

Ca<strong>da</strong> tipo <strong>de</strong> laser resulta em luz <strong>de</strong> comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong> específico, e<br />

ca<strong>da</strong> comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong> reage <strong>de</strong> uma maneira diferente com ca<strong>da</strong> teci<strong>do</strong>.<br />

Outro fator importante é a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> energia, que é a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> energia<br />

por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> área entregue aos teci<strong>do</strong>s. Além disso, temos que consi<strong>de</strong>rar<br />

ain<strong>da</strong> os fatores temporais, como a forma <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> luz (contínua ou<br />

pulsátil), a taxa <strong>de</strong> repetição e a largura <strong>do</strong> pulso, para lasers <strong>de</strong> emissão pulsátil.<br />

Além <strong>do</strong>s fatores inerentes ao laser, <strong>de</strong>vemos ain<strong>da</strong> observar as<br />

características peculiares <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> teci<strong>do</strong>, principalmente as que controlam<br />

reações moleculares e bioquímicas. A proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> óptica <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> teci<strong>do</strong> biológico<br />

alvo é muito importante, pois ela tem um papel fun<strong>da</strong>mental na distribuição <strong>da</strong> luz<br />

laser naquele teci<strong>do</strong> e irá <strong>de</strong>terminar a extensão e a natureza <strong>da</strong> resposta<br />

tecidual. Quan<strong>do</strong> a luz laser inci<strong>de</strong> em um teci<strong>do</strong> biológico, uma parte <strong>da</strong> luz é<br />

refleti<strong>da</strong>, uma parte <strong>da</strong> luz remanescente e que foi transmiti<strong>da</strong>, é espalha<strong>da</strong> <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>do</strong> teci<strong>do</strong> (que em alguns casos leva a <strong>da</strong>nos em regiões distantes <strong>da</strong> área on<strong>de</strong> o<br />

feixe aparentemente se propaga), parte <strong>da</strong> luz remanescente é absorvi<strong>da</strong>, tanto<br />

pela água <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> ou por algum outro cromóforo absorve<strong>do</strong>r, como a<br />

hemoglobina e a melanina, e, finalmente, uma parte <strong>da</strong> luz po<strong>de</strong> ser transmiti<strong>da</strong><br />

ao longo <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a espessura <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> 134 (Fig. 4):<br />

13


*<br />

\Z<br />

UKULaauBSdC<br />

*<br />

y[\<br />

espalha mento<br />

$£: •ba^Balsuli22Suc aJiausifi<br />

Fig. 4 - Fenômenos <strong>de</strong> interação <strong>da</strong> luz com o teci<strong>do</strong> 134<br />

Sistemas biológicos são complexos e compostos por uma gran<strong>de</strong><br />

varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> elementos celulares e flui<strong>do</strong>s teciduais, ca<strong>da</strong> qual com diferentes<br />

características <strong>de</strong> absorção. Uma vez que o corpo humano é majoritariamente<br />

constituí<strong>do</strong> por água, a absorção <strong>da</strong> luz pela água é <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental importância<br />

para aplicações biomédicas. Os elementos <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> que exibem um alto<br />

coeficiente <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> um particular comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong> ou por uma região<br />

<strong>do</strong> espectro são chama<strong>do</strong>s cromóforos. Além <strong>da</strong> água, cromóforos como a<br />

melanina, a hemoglobina, as proteínas e nos casos <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntal, a<br />

hidroxiapatita, exercem significante influência sobre a interação <strong>da</strong> radiação e o<br />

teci<strong>do</strong>.<br />

14


Absorção óptica <strong>do</strong>» principal* ootnponantes<br />

anucraos woiogtcoa<br />

Wt &4 0*0.81 2 3 4 * **><br />

Comprimento d* on<strong>da</strong> (JIM)<br />

Gráfico 1 - Espectro <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> alguns cromóforos <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> biológico<br />

A profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> transmissão, também chama<strong>da</strong> <strong>de</strong> profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

penetração óptica, ou comprimento <strong>de</strong> absorção, correspon<strong>de</strong> ao comprimento no<br />

qual 63% <strong>da</strong> luz inci<strong>de</strong>nte é absorvi<strong>da</strong>. Caso a luz absorvi<strong>da</strong> contenha fótons<br />

energéticos o suficiente, ligações químicas <strong>de</strong> átomos ou moléculas <strong>do</strong> teci<strong>do</strong><br />

absorve<strong>do</strong>r po<strong>de</strong>m ser quebra<strong>da</strong>s (em geral isto ocorre com o ultravioleta). Para<br />

os procedimentos biomédicos mais usuais, fótons menos energéticos são usa<strong>do</strong>s<br />

(infravermelho). A absorção <strong>de</strong>stes fótons leva átomos e moléculas a vibrar muito<br />

mais rapi<strong>da</strong>mente e, conseqüentemente, ocorre elevação <strong>de</strong> temperatura.<br />

As interações que po<strong>de</strong>m ocorrer quan<strong>do</strong> a radiação laser é absorvi<strong>da</strong><br />

pelos teci<strong>do</strong>s biológicos são: efeitos fototérmicos, efeitos fotoquímicos, efeitos<br />

fotomecânicos, fotoelétricos e efeitos quânticos. Ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>stes processos irá<br />

causar efeitos clínicos específicos. A ação <strong>da</strong> radiação laser <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

sobre um teci<strong>do</strong> se faz através <strong>de</strong> mecanismos térmicos, quan<strong>do</strong> este atinge uma<br />

superfície, com subseqüente elevação <strong>de</strong> sua temperatura. Esse fenômeno<br />

po<strong>de</strong>rá ser observa<strong>do</strong> conforme <strong>de</strong>scrito abaixo 134 :<br />

15


Até 40°C Ativação térmica.<br />

Ativação <strong>do</strong> metabolismo e funções teciduais.<br />

^ Efeito térmico baixo (LILT)<br />

50°C Desnaturação <strong>de</strong> proteínas e <strong>do</strong> colágeno<br />

l<br />

70°C Efeito térmico médio<br />

I Coagulação, cauterização<br />

90°C Carbonização<br />

I<br />

acima Vaporização<br />

<strong>de</strong> 150°C Efeito térmico eleva<strong>do</strong><br />

2.2 Articulação têmporo-mandibular - ATM<br />

Anatomia<br />

A ATM é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a articulação mais específica <strong>do</strong> corpo humano 10 . O<br />

crescimento <strong>do</strong> côndilo se faz por ossificação en<strong>do</strong>condral, o que sugere<br />

susceptibili<strong>da</strong><strong>de</strong> às injúrias durante a primeira déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> 26 . Usualmente,<br />

essa ossificação é completa<strong>da</strong> aos 22 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>. De acor<strong>do</strong> com MOFFET 89 ,<br />

a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong> eminência articular é completa<strong>da</strong> aos sete anos.<br />

Por tratar-se <strong>de</strong> uma articulação sinovial, exibe características específicas quan<strong>do</strong><br />

compara<strong>da</strong> às articulações <strong>de</strong> mesma classificação anatômica.<br />

16


Como elementos ativos, possui <strong>do</strong>is côndilos, superfícies ósseas salientes<br />

e convexas com finali<strong>da</strong><strong>de</strong> articular. 107,131 Essa conformação classifica a ATM<br />

como uma bicondiloartrose bilateral complexa, que possui os seguintes<br />

componentes anatômicos:<br />

- superfície articular;<br />

- sistema ligamentar;<br />

- menisco ou disco articular;<br />

- líqui<strong>do</strong> e membrana sinoviais.<br />

Superfície articular<br />

- osso temporal - cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> mandibular (fossa mandibular ou cavi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

glenói<strong>de</strong>) cuja função passiva é <strong>de</strong> alojar o côndilo <strong>da</strong> mandíbula em posição<br />

<strong>de</strong> repouso, e eminência articular (tubérculo articular) cujo <strong>de</strong>senho<br />

anatômico propicia os movimentos mandibulares.<br />

- mandíbula - envolve-se na articulação por intermédio <strong>do</strong> côndilo,<br />

estrutura esta situa<strong>da</strong> na extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> proximal <strong>do</strong> ramo ascen<strong>de</strong>nte. Sua<br />

conformação elíptica acompanha a mesma direção <strong>da</strong> eminência articular e<br />

<strong>da</strong> cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> mandibular <strong>do</strong> osso temporal.<br />

To<strong>da</strong>s as superfícies ósseas <strong>da</strong>s articulações são revesti<strong>da</strong>s por<br />

cartilagens <strong>do</strong> tipo hialina, sen<strong>do</strong> a única exceção a própria ATM, on<strong>de</strong> observa-<br />

se a presença <strong>de</strong> cartilagens <strong>do</strong> tipo fibrosa. Esta característica assume particular<br />

importância, pois a fibrocartilagem <strong>da</strong> ATM tem a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> exclusiva <strong>de</strong><br />

constante formação óssea, além <strong>de</strong> se regenerar quan<strong>do</strong> lesa<strong>da</strong> 34 .<br />

Sistema ligamentar<br />

Tem como principais funções, proteger a articulação envolven<strong>do</strong>-a para<br />

manter sua perfeita lubrificaçâo e impedir o afastamento <strong>do</strong>s ossos durante os<br />

17


ovimentos para que não haja a per<strong>da</strong> <strong>da</strong> efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ação. 11 Po<strong>de</strong>-se dividir<br />

este sistema di<strong>da</strong>ticamente em:<br />

- Cápsula articular<br />

Constituí<strong>da</strong> por duas lâminas, uma superficial e outra profun<strong>da</strong>, que<br />

permitem os amplos <strong>de</strong>slocamentos <strong>do</strong> côndilo mandibular em seu <strong>de</strong>slize pela<br />

vertente posterior <strong>da</strong> eminência articular até sua posição final ao término <strong>de</strong> um<br />

movimento mandibular.<br />

- Ligamentos capsulares<br />

Constituem os reforços <strong>da</strong> própria cápsula fazen<strong>do</strong> parte integrante <strong>da</strong><br />

mesma. Sua principal função é a <strong>de</strong> manutenção <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> articular. São<br />

eles: ligamentos têmporo-mandibulares lateral, medial e posterior, também<br />

conheci<strong>da</strong> como zona bilaminar, ricamente vasculariza<strong>da</strong> e inerva<strong>da</strong>, o que a<br />

torna se<strong>de</strong> <strong>de</strong> algias nos distúrbios <strong>da</strong> ATM. 27,30<br />

- Ligamentos acessórios<br />

Encontram-se inseri<strong>do</strong>s à distância, cuja finali<strong>da</strong><strong>de</strong> é a união <strong>do</strong>s<br />

elementos <strong>da</strong> articulação. São eles: o esfenomandibular, estilomandibular e<br />

pterigomandibular 107 .<br />

Menisco ou disco articular<br />

Trata-se <strong>de</strong> um elemento fibrocartilaginoso, cuja função é tornar<br />

harmônicas as superfícies ósseas discor<strong>da</strong>ntes além <strong>de</strong> oferecer estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> à<br />

articulação durante os movimentos mandibulares.<br />

Segun<strong>do</strong> ZARB et ai 133 , o disco articular possui uma parte central,<br />

avascular, <strong>de</strong>nsa, que contém células cartilaginosas e matriz fibrosa. Essa porção<br />

18


é a que fica em contato direto com o côndilo e a eminência articular, e, quan<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong>nifica<strong>da</strong>, apresenta uma falta <strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> regeneração. A porção<br />

posterior e periférica <strong>do</strong> disco articular é altamente vasculariza<strong>da</strong> e inerva<strong>da</strong>. Ele<br />

encontra-se inseri<strong>do</strong> à cápsula articular em sua bor<strong>da</strong> anterior, na bor<strong>da</strong> antero­<br />

median está uni<strong>do</strong> às fibras <strong>do</strong> feixe superior <strong>do</strong> músculo pterigói<strong>de</strong>o lateral; na<br />

posterior ao ligamento posterior ou zona bilaminar, em suas bor<strong>da</strong>s laterais e<br />

mediai, insere-se à cápsula articular e principalmente nos pólos <strong>do</strong> côndilo<br />

mandibular lateral e mediai, respectivamente. Esta fixação permite ao menisco<br />

acompanhar to<strong>do</strong>s os movimentos <strong>da</strong> cabeça <strong>do</strong> côndilo.<br />

Finalmente, a situação anatômica <strong>do</strong> menisco na intimi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> articulação<br />

têmporo-mandibular resulta na cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> articular em <strong>do</strong>is espaços estanques:<br />

cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> têmporo-meniscal superior, entre menisco e osso temporal, e cavi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

mandibulomeniscal inferior, entre menisco e côndilo. Funcionalmente, o espaço<br />

superior relaciona-se aos movimentos <strong>de</strong> translação <strong>do</strong> côndilo mandibular, sob<br />

ação principal <strong>do</strong> músculo pterigói<strong>de</strong>o lateral, ao tempo em que o espaço inferior<br />

é solicita<strong>do</strong> na rotação <strong>da</strong> cabeça <strong>da</strong> mandíbula, quan<strong>do</strong> esta encontra-se sob a<br />

ação <strong>do</strong>s músculos supra-hiói<strong>de</strong>os 36 .<br />

Líqui<strong>do</strong>s e Membranas Sinoviais<br />

A membrana sinovial, uma <strong>de</strong>lica<strong>da</strong> lâmina <strong>de</strong> teci<strong>do</strong> conjuntivo frouxo, é<br />

um estroma <strong>de</strong> fibras colágenas e fibroblastos que reveste internamente a<br />

cápsula articular. Sua inserção coinci<strong>de</strong> com a inserção <strong>da</strong> cápsula articular 107 .<br />

FISIOLOGIA<br />

As diversas funções orais que realizamos são <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s por um<br />

conjunto <strong>de</strong> elementos funcionais aos quais <strong>de</strong>nominamos sistema<br />

estomatognático, antigamente conheci<strong>do</strong> como sistema mastigatório, já que se<br />

acreditava que sua função fosse exclusivamente mastigatória 16,34 .<br />

19


Como to<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> estomatognática exige, em grau maior ou menor, a<br />

participação <strong>da</strong> mandíbula, esta <strong>de</strong>ve integrar-se ao resto <strong>do</strong> esqueleto cranio­<br />

facial por meio <strong>de</strong> uma articulação móvel, a ATM, que <strong>de</strong>sempenha um papel<br />

fun<strong>da</strong>mental na função estomatognática, seja no aspecto formativo, seja na<br />

sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> articular. Desse mo<strong>do</strong>, as ATMs são extremamente vulneráveis às<br />

patologias <strong>do</strong>s sistema estomatognático 11,35 ' 39,43,89 - 110,134 . Algumas<br />

particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s ATMs são essenciais para análise <strong>de</strong> sua fisiologia. São elas:<br />

- duali<strong>da</strong><strong>de</strong> articular: trata-se <strong>de</strong> uma rari<strong>da</strong><strong>de</strong> no organismo humano, que<br />

não se repete em nenhuma outra região anatômica, on<strong>de</strong> se observa a<br />

presença <strong>de</strong> duas articulações móveis com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mobilizar um só<br />

osso (a mandíbula), o que exige uma harmonia anátomo-funcional<br />

extraordinariamente rigorosa para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> movimentos<br />

mandibulares eficientes;<br />

- ausência <strong>de</strong> pressão intra-articular: a tração exerci<strong>da</strong> por estruturas afins<br />

retira as forças sobre as superfícies articulares;<br />

- orientação bicondilar: refere-se à direção espacial <strong>do</strong>s côndilos, cujo eixo<br />

maior se dirige <strong>da</strong> frente para trás e <strong>de</strong> fora para <strong>de</strong>ntro. Esta direção<br />

<strong>de</strong>termina um intercruzamento virtual <strong>da</strong>s prolongações <strong>de</strong> ambos os eixos<br />

por volta <strong>do</strong> ocipúcio. Esta característica permite o <strong>de</strong>slocamento <strong>da</strong><br />

mandíbula seguin<strong>do</strong> diversos planos espaciais;<br />

- relação condiloglenói<strong>de</strong> importante: a superfície <strong>da</strong> fossa condilar total é<br />

bem maior que a superfície <strong>de</strong> contato condilar. Isto, em gran<strong>de</strong> parte, é<br />

<strong>de</strong>corrente <strong>do</strong> alargamento <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> condilar pelo interposto na região<br />

posterior <strong>da</strong> articulação;<br />

- existência <strong>de</strong> uma forte cápsula e ligamentos acessórios: Esta<br />

peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong> é importante, pois permite a manutenção <strong>da</strong> posição<br />

mandibular contra a força gravitacional, seguran<strong>do</strong> sua posição eleva<strong>da</strong>,<br />

além <strong>de</strong> permitir <strong>de</strong>slocamentos importantes <strong>do</strong> côndilo na funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

articular e, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> especial, conter uma gran<strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> receptores<br />

sensíveis ao <strong>de</strong>slizamento condilar;<br />

- disposição <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> condilar: as características anatômicas <strong>de</strong>sta<br />

cavi<strong>da</strong><strong>de</strong>, permite uma maior varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos mandibulares<br />

on<strong>de</strong> se incluem os movimentos <strong>de</strong> rotação condilar, translação lateral e<br />

20


translação ântero-posterior. Esta particulari<strong>da</strong><strong>de</strong> toma o homem um<br />

omnívoro, ao po<strong>de</strong>r mastigar maior diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> alimentos. 36<br />

. <strong>Ação</strong> muscular<br />

As características mecânicas <strong>de</strong> contração muscular estomatognática são<br />

bastante complexas, o que <strong>de</strong>termina que os movimentos mandibulares não são<br />

necessariamente <strong>de</strong>correntes imediatos <strong>da</strong> contração muscular, fato este<br />

resultante <strong>da</strong> gran<strong>de</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> anatômica <strong>da</strong> região crânio facial.<br />

Referir-se à musculatura estomatognática significa consi<strong>de</strong>rar um grupo<br />

heterogêneo <strong>de</strong> músculos <strong>de</strong> função e morfologia muito diferentes, mas que<br />

confluem a um ponto comum: a fisiologia estomatognática. 35,106<br />

- Músculos levanta<strong>do</strong>res ou eleva<strong>do</strong>res <strong>da</strong> mandíbula<br />

Trata-se <strong>do</strong> grupo mais importante <strong>de</strong> músculos estomatognáticos, cuja<br />

principal, mas não única, função é elevara mandíbula, fechan<strong>do</strong> a boca. Contu<strong>do</strong>,<br />

paralela ou in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte (<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as condições presentes) po<strong>de</strong>m ocorrer<br />

translações laterais (direita/esquer<strong>da</strong>), bem como translações ântero-posteriores<br />

(protrusão ou retrusão <strong>da</strong> mandíbula).<br />

Entre os músculos eleva<strong>do</strong>res se <strong>de</strong>staca a função fun<strong>da</strong>mental <strong>do</strong><br />

temporal, especificamente <strong>do</strong>s feixes anteriores ou ventrais, que ao se contrair<br />

<strong>de</strong>terminam elevação mandibular. Entretanto, os feixes posteriores ou <strong>do</strong>rsais<br />

<strong>de</strong>terminam retrusão mandibular, quan<strong>do</strong> a mandíbula está em posição alta.<br />

Esses músculos, além <strong>da</strong>s fibras bem <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s, possuem um sistema<br />

informativo importante, representa<strong>do</strong> pelo fuso muscular, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que existem<br />

várias uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s receptivas por fibra muscular. Como os outros músculos<br />

eleva<strong>do</strong>res, masseter e pterigói<strong>de</strong>o mediai, o temporal é estimula<strong>do</strong> por fibras<br />

motoras pertencentes ao trigêmio motor, tanto provenientes <strong>de</strong> a como <strong>de</strong> Y-<br />

motoneurônios, que intervém respectivamente fibras musculares extrafusais como<br />

intrafusals, <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong>, no primeiro caso, contração <strong>de</strong> tipo fásica, seja <strong>do</strong> tipo<br />

isotônico (o mais freqüente) ou isométrico, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as condições<br />

21


ecânicas <strong>da</strong> boca. Em circunstâncias <strong>de</strong> boca fecha<strong>da</strong>, por exemplo, apresenta<br />

acenas contração isométrica, com aumento <strong>do</strong> nível tensional <strong>do</strong> músculo,<br />

situação que ocorre quan<strong>do</strong> a mandíbula tem completa<strong>da</strong> a fase <strong>de</strong> elevação e as<br />

superfícies oclusais já estão em posição, <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong>, nestas condições,<br />

pressão interoclusal intercuspi<strong>de</strong>ana, que leva à trituração <strong>do</strong> alimento interposto<br />

entre os <strong>de</strong>ntes.<br />

- Músculos <strong>de</strong>pressores ou abaixa<strong>do</strong>res <strong>da</strong> mandíbula<br />

Representam outro grupo importante <strong>de</strong> músculos estomatognáticos,<br />

embora não tanto quanto os eleva<strong>do</strong>res, porque aqueles são fun<strong>da</strong>mentais na<br />

manutenção <strong>da</strong> posição <strong>de</strong> fechamento bucal em repouso, bem como na mordi<strong>da</strong>.<br />

Entretanto, através <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s eletromiográficos, <strong>de</strong>terminou-se que no<br />

fechamento bucal também se <strong>de</strong>tecta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> elétrica aumenta<strong>da</strong> <strong>do</strong>s músculos<br />

<strong>de</strong>pressores <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que na postura mandibular <strong>de</strong> repouso são contraí<strong>do</strong>s,<br />

tanto os músculos eleva<strong>do</strong>res como os <strong>de</strong>pressores, resultan<strong>do</strong> como fenômeno<br />

mecânico terminal, uma elevação, mas não total, <strong>da</strong> mandíbula, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> um<br />

espaço interoclusal <strong>de</strong> 1 a 3mm, estan<strong>do</strong>, porém, os lábios em contato. Como<br />

po<strong>de</strong> se enten<strong>de</strong>r, o tônus eleva<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve ser maior que o <strong>de</strong>pressor para manter<br />

a mandíbula em posição alta.<br />

O músculo <strong>de</strong>pressor <strong>da</strong> mandíbula mais importante é o pterigói<strong>de</strong> lateral,<br />

inerva<strong>do</strong> também pelo trigêmio motor. Os outros músculos abaixa<strong>do</strong>res estão<br />

representa<strong>do</strong>s pelo conjunto <strong>de</strong> músculos <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s geneticamente <strong>de</strong> supra-<br />

hiói<strong>de</strong>os, entre os quais cabe <strong>de</strong>stacar o digástrico, particularmente o ventre<br />

anterior, o miloiói<strong>de</strong>o, o estiloiói<strong>de</strong>o e o genioiói<strong>de</strong>o. Funcionalmente, po<strong>de</strong> ser<br />

incluso neste grupo, o esternoclei<strong>do</strong>mastoí<strong>de</strong>o, que po<strong>de</strong> agir sinergicamente com<br />

os anteriores, embora seja um músculo <strong>de</strong> localização cervical 107 .<br />

Os músculos supra-hiói<strong>de</strong>os (localiza<strong>do</strong>s entre a mandíbula e o osso<br />

hiói<strong>de</strong>o) po<strong>de</strong>m agir <strong>de</strong> duas maneiras diferentes, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os abaixa<strong>do</strong>res<br />

<strong>da</strong> mandíbula (osso que po<strong>de</strong> se <strong>de</strong>slocar), porém se a mandíbula for um osso<br />

fixo, o hiói<strong>de</strong>o será <strong>de</strong>sloca<strong>do</strong> para cima, como acontece na <strong>de</strong>glutição, por<br />

22


exemplo. Sua inervação é heterogênea, seja <strong>do</strong> trigêmio motor como no ventre<br />

anterior <strong>do</strong> digástrico e miloiói<strong>de</strong>o (XII) para o genioiói<strong>de</strong>o.<br />

Dentro <strong>do</strong> contexto <strong>do</strong>s músculos <strong>de</strong>pressores gnáticos, <strong>de</strong>vem se<br />

acrescentar os músculos <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s geneticamente <strong>de</strong> infra-hiói<strong>de</strong>os, porque<br />

estes contribuem <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> primordial na fixação <strong>da</strong> posição <strong>do</strong>s hiói<strong>de</strong>os.<br />

Integram este grupo uma série <strong>de</strong> músculos que, ao se contrair, <strong>de</strong>slocam o<br />

hiói<strong>de</strong>o para baixo, se o ponto <strong>de</strong> fixação for a laringe; ou agin<strong>do</strong> inversamente,<br />

<strong>de</strong>slocan<strong>do</strong> a laringe em bloco para cima, se o hiói<strong>de</strong>o estiver fixo.<br />

- Músculos faciais<br />

Na face existem vários músculos - a maior parte inerva<strong>do</strong>s pelo nervo<br />

facial (VII), que <strong>de</strong>terminam ou participam <strong>da</strong> função estomatognática,<br />

contribuin<strong>do</strong> <strong>de</strong>cisivamente na função motora <strong>da</strong> face ou <strong>da</strong> boca. Cabe <strong>de</strong>stacar<br />

os seguintes: bucina<strong>do</strong>r; os zigomáticos, maior e menor, o músculo levanta<strong>do</strong>r<strong>do</strong><br />

lábio superior, músculo levanta<strong>do</strong>r <strong>do</strong> lábio superior e <strong>da</strong> asa nasal, o risório <strong>de</strong><br />

Santorini, o orbicular <strong>da</strong> boca, o mental, os músculos <strong>de</strong>pressores <strong>do</strong> ângulo <strong>da</strong><br />

boca e <strong>do</strong> lábio inferior, além <strong>do</strong> músculo levanta<strong>do</strong>r <strong>do</strong> ângulo bucal.<br />

- Músculos <strong>da</strong> língua<br />

A língua é um órgão basicamente musculoso, pois possui uma po<strong>de</strong>rosa<br />

musculatura esquelética, mas que apresenta certas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s funcionais, que<br />

i<strong>de</strong>ntificam esta musculatura e permitem sua função. De fato, a musculatura<br />

glóssica tem fibras musculares finas, <strong>de</strong> contração muito rápi<strong>da</strong>, motivo pelo qual<br />

não po<strong>de</strong> oferecer a peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> manter uma contração tônica. Desse mo<strong>do</strong>,<br />

a língua não tem tônus muscular. Contribui para este efeito a ausência<br />

praticamente total <strong>de</strong> fusos intramusculares, não haven<strong>do</strong>, portanto, musculatura<br />

intrafusal, possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reflexo miotático e contração manti<strong>da</strong>.<br />

Dos músculos <strong>da</strong> língua po<strong>de</strong>m se diferenciar <strong>do</strong>is grupos fun<strong>da</strong>mentais: os<br />

intrínsicos e os extrínsicos. Em relação aos primeiros, tratam-se <strong>de</strong> músculos que<br />

se inserem exclusivamente na língua e <strong>de</strong>terminam movimentos como: torção,<br />

23


enrolamento, estreitamento, canalização, levantamento ou abaixamento <strong>de</strong><br />

setores <strong>da</strong> língua (ponta, <strong>do</strong>rso). Destacam-se o músculo longitudinal inferior,<br />

longitudinal superior, o transverso <strong>da</strong> língua e o vertical <strong>da</strong> língua. No que diz<br />

referência aos músculos extrínsicos linguais, estes se dirigem para sua inserção<br />

fora <strong>da</strong> língua, para quatro pontos básicos: para frente, o músculo genioglosso;<br />

para trás, o estiloglosso; para cima, o palatoglosso; e para baixo, o hipoglosso, ao<br />

que se agrega o condroglosso, que também se insere <strong>do</strong> corno menor <strong>do</strong> hiói<strong>de</strong>.<br />

To<strong>do</strong>s os músculos são inerva<strong>do</strong>s pelo nervo hipoglosso (XII par).<br />

- Músculo <strong>do</strong> véu palato<br />

Trata-se <strong>de</strong> um pequeno conjunto <strong>de</strong> músculos que agem sobre o véu <strong>do</strong><br />

palato mole, em geral. Entre eles, <strong>de</strong>stacam-se o tensor <strong>do</strong> véu, o eleva<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />

véu <strong>do</strong> palato e a úvula, que levanta este último órgão. Eles <strong>de</strong>senvolvem papel<br />

importante na <strong>de</strong>glutição. O primeiro <strong>de</strong>les é inerva<strong>do</strong> pelo trigêmio motor, os<br />

outros pelo glossofaríngeo, vago e acessório (VI).<br />

- Músculo <strong>da</strong> faringe<br />

Estes músculos são particularmente importantes na fase faríngea <strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>glutição, orientan<strong>do</strong> e facilitan<strong>do</strong> a passagem <strong>do</strong> bolo alimentar ou <strong>da</strong> saliva no<br />

senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> esôfago, evitan<strong>do</strong> seu trânsito para a laringe e vias aéreas. Destacam-<br />

se os constritores <strong>da</strong> faringe: superior, médio e inferior, além <strong>do</strong> estilofaríngeo e<br />

salpingofaríngeo. São inerva<strong>do</strong>s fun<strong>da</strong>mentalmente pelo glossofaríngeo, mas<br />

também intervém o vago e o acessório.<br />

- Músculos cervicais<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> músculos esqueléticos fortes e bem<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s, cuja função primordial refere-se à manutenção <strong>da</strong> posição <strong>da</strong><br />

cabeça, relação esta que é fun<strong>da</strong>mental para função estomatognática,<br />

particularmente <strong>de</strong>glutição e fonoarticulação <strong>da</strong> voz. Entre outros, cabe assinalar<br />

o estemoclei<strong>do</strong>mastói<strong>de</strong>o como o fun<strong>da</strong>mental, os músculos <strong>da</strong> nuca, como<br />

24


trapézio, rombói<strong>de</strong>s maior e menor, músculos esplêndi<strong>do</strong>s <strong>da</strong> cabeça e <strong>do</strong><br />

oescoço; são inerva<strong>do</strong>s pelos primeiros pares motores medulares cervicais 106 .<br />

. Integração - Função Estomatognática/Sistema Nervoso Central<br />

No caso <strong>da</strong> mastigação, a resposta estomatognática é integra<strong>da</strong> no núcleo<br />

mesencefálico <strong>do</strong> trigêmio, on<strong>de</strong> convergem aferências <strong>de</strong> origem bucal, a partir<br />

<strong>da</strong> mucosa lingual (reflexo <strong>de</strong> fechamento), <strong>do</strong> perio<strong>do</strong>nto (a<strong>da</strong>ptação pressórica)<br />

e <strong>da</strong> articulação temporomandibular (reflexos <strong>de</strong> ajuste). Além disso, recebe<br />

impulsos origina<strong>do</strong>s no sistema límbico (importantes para a ritmici<strong>da</strong><strong>de</strong>), <strong>do</strong><br />

cerebelo (ajuste motor) e até <strong>de</strong> outros centros, como <strong>do</strong> córtex visual.<br />

Na sucção, os impulsos nascem na mucosa labial e <strong>da</strong> ponta <strong>da</strong> língua,<br />

que parecem integra<strong>do</strong>s ao núcleo supratrigeminal, mas os efetores motores são<br />

núcleos motores <strong>do</strong>s nervos cranianos V (trigêmio); é fun<strong>da</strong>mental, VII (facial),<br />

que controla a musculatura <strong>da</strong> face, XII (hipoglosso), controla a musculatura <strong>da</strong><br />

língua, e mais secun<strong>da</strong>riamente os núcleos motores <strong>do</strong> X (vago), XI (acessório) e<br />

IX (glossofaríngeo). Além <strong>do</strong>s mecanismos reflexos precipitantes, também os<br />

centros superiores po<strong>de</strong>m interferir na geração e manutenção <strong>da</strong> sucção, como o<br />

hipotalamo e o córtex cerebral.<br />

Na fonoarticulação, também o núcleo supratrigeminal é importante na<br />

resposta estomatognática; mas, neste caso, a integração parece ser mais alta: no<br />

corpo esfria<strong>do</strong>, on<strong>de</strong> se integram influxos <strong>do</strong> córtex cerebral, além <strong>da</strong> influência<br />

hipotalâmica e límbica, bem como cerebelar. O corpo estria<strong>do</strong> controla, a<strong>de</strong>mais,<br />

os grupos <strong>do</strong>rsais bulbares <strong>da</strong> respiração e o núcleo motor <strong>do</strong> X par, que, por via<br />

<strong>do</strong> nervo recorrente, regula a função laríngea (cor<strong>da</strong>s vocais e musculatura<br />

intrínsica <strong>da</strong> laringe). Nas funções liga<strong>da</strong>s mais estreitamente a fenômenos<br />

emotivos (afetivos), como o beijo, o riso, a mordi<strong>da</strong> ou a expressão facial (fácies),<br />

a influência <strong>de</strong>cisiva sobre o núcleo supratrigeminal provém <strong>do</strong> hipotalamo e<br />

sistema límbico (amíg<strong>da</strong>la límbica). Na postura mandibular (ou gnática) <strong>de</strong><br />

repouso, bem como a cêntrica (ou excêntrica), interferem estruturas superiores,<br />

liga<strong>da</strong>s ao equilíbrio e postura geral, como a formação reticular facilita<strong>do</strong>ra<br />

25


(<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte), o núcleo vestibular, os núcleos <strong>da</strong> base e o cerebelo, controlan<strong>do</strong><br />

o motoneurônio Yea contração muscular tônica 67 .<br />

2.3 Disfunção têmporo-mandibular<br />

Definição<br />

A <strong>de</strong>nominação disfunção crânio-mandibular (DCM) é um termo coletivo<br />

que em 1989 foi sugeri<strong>do</strong> por BELL 9 e aceito como <strong>de</strong>finitivo pela American<br />

Dental Association. Esta classificação é <strong>da</strong><strong>da</strong> a pacientes com alterações clínicas<br />

relaciona<strong>da</strong>s aos músculos mastigatórios e/ou articulações têmporo-<br />

mandibulares, muitas vezes associa<strong>da</strong>s a <strong>do</strong>r mandibular, <strong>do</strong>r cervical, <strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />

ouvi<strong>do</strong>, <strong>do</strong>r <strong>de</strong> cabeça e <strong>do</strong>r facial. Em adição a <strong>do</strong>r, outros sinais e sintomas tais<br />

como: limitações e <strong>de</strong>svios nos movimentos mandibulares, facetas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgastes<br />

<strong>de</strong>ntais, ruí<strong>do</strong>s articulares, apertamento <strong>de</strong>ntal, bruxismo e torque mandibular<br />

entre outros, freqüentemente acompanham tais pacientes. 27,34,46,53<br />

Histórico<br />

Em 1934, COSTEN 32 , <strong>de</strong>screve a Síndrome <strong>de</strong> COSTEN, em um trabalho<br />

on<strong>de</strong> ele relaciona a per<strong>da</strong> <strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntes posteriores, como responsáveis pela falta<br />

<strong>de</strong> suporte <strong>da</strong> mandíbula, a qual pressiona porções neurais <strong>do</strong> ouvi<strong>do</strong>,<br />

redun<strong>da</strong>n<strong>do</strong> em <strong>do</strong>res nesta região. Esta teoria foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> embasa<strong>da</strong> na<br />

gran<strong>de</strong> freqüência <strong>de</strong> pacientes que o procuravam para tratar <strong>do</strong>res <strong>de</strong> ouvi<strong>do</strong>, os<br />

quais não possuíam nenhuma alteração nesta estrutura. Relacionou, portanto, a<br />

ausência <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes posteriores, muito freqüente na época, diretamente com a<br />

sintomatologia.<br />

SICHER 106 (1949) mostrou que COSTEN 32 não estava absolutamente certo<br />

em suas afirmações, pois observou que muitos pacientes que apresentavam os<br />

mesmos sintomas referi<strong>do</strong>s <strong>da</strong> síndrome, possuíam <strong>de</strong>ntes posteriores em<br />

26


perfeitas condições, e que era impossível, anatomicamente, a compressão <strong>do</strong><br />

nervo aurículo temporal, entretanto, COSTEN 32 obteve especial importância em<br />

suas publicações, pois relacionou uma série <strong>de</strong> sintomatologias <strong>do</strong>lorosas faciais<br />

até então não-vincula<strong>da</strong>s aos <strong>de</strong>ntes. É consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o precursor <strong>de</strong>sta matéria na<br />

O<strong>do</strong>ntologia.<br />

Em 1956, SCHWARTZ 105 discutiu a importância <strong>da</strong> musculatura relativa às<br />

disfunções crânio-mandibulares e introduziu a "síndrome <strong>da</strong> <strong>do</strong>r e <strong>da</strong> disfunçâo<br />

miofascial". Defen<strong>de</strong>u que a <strong>de</strong>sarmonia oclusal levava à disfunçâo muscular em<br />

muitos pacientes, e isto, por sua vez, era responsável pela <strong>do</strong>r nas articulações<br />

têmporo-mandibulares.<br />

O diagnóstico <strong>da</strong> <strong>do</strong>r e <strong>da</strong> disfunçâo miofascial <strong>de</strong>veria indicar ausência <strong>de</strong><br />

áreas radiológicas anormais 102 . Os principais sinais e sintomas <strong>da</strong> referi<strong>da</strong><br />

síndrome eram:<br />

1. <strong>do</strong>r no ouvi<strong>do</strong> ou na região periauricular em condições não inflamatórias;<br />

2. limitação <strong>do</strong>s movimentos mandibulares, ou <strong>de</strong>svios na abertura que<br />

indicariam espasmo muscular;<br />

3. musculatura tensa ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> côndilo, ramo e ângulo <strong>da</strong> mandíbula;<br />

4. ruí<strong>do</strong>s na ATM po<strong>de</strong>riam ser sinal <strong>do</strong> movimento <strong>de</strong>scoor<strong>de</strong>na<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />

mandíbula ou disfunçâo <strong>do</strong> disco 9 .<br />

Nos anos 70, numerosos autores apresentaram informações a respeito <strong>do</strong><br />

relacionamento entre a oclusão <strong>de</strong>ntária e a ATM, entre eles <strong>de</strong>stacam-se:<br />

(GUICHET 48 1970, SOLBERG 110 1972, JANKELSON 55 1973, WEINBERG 126<br />

1973, DAWSON 34 1974, NEFF 92 1975, REIDER 99 1978, WILLIANSON 129 ' 130<br />

1979).<br />

LASKIN e GREENE 71 (1979) estu<strong>da</strong>ram a etiologia <strong>da</strong> <strong>do</strong>r e disfunçâo<br />

miofascial e propuseram a teoria psicofisiológica <strong>da</strong> disfunçâo <strong>da</strong> ATM. De acor<strong>do</strong><br />

com ela, o estresse emocional <strong>do</strong> paciente <strong>de</strong>sempenhava maior papel na<br />

etiologia <strong>da</strong> disfunçâo <strong>do</strong> que os chama<strong>do</strong>s "irritantes <strong>de</strong>ntários".<br />

27


Em 1978, WILKES e FARRAR 39 apresentaram informações <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s<br />

artrográficos sobre a função normal <strong>da</strong>s ATMs. Estes trabalhos foram<br />

significativos pelo fato <strong>de</strong> fornecerem informações importantes quanto à função <strong>da</strong><br />

articulação, pouco compreendi<strong>da</strong>. Os autores <strong>de</strong>ram maior <strong>de</strong>staque ao<br />

<strong>de</strong>sarranjo interno <strong>da</strong>s ATMs e menor aos fatores musculares e oclusais.<br />

Etiologia<br />

RICKETTS 101 (1966) propôs que as disfunções <strong>da</strong> ATM são resulta<strong>do</strong>s<br />

diretos ou indiretos <strong>da</strong> maloclusão, mas consi<strong>de</strong>ra importante avaliar também os<br />

fatores sistêmicos e psicológicos. Os principais fatores etiológicos para ele são:<br />

- função excessiva;<br />

- interferência;<br />

- per<strong>da</strong> <strong>de</strong> suporte posterior;<br />

- <strong>de</strong>slocamento posterior <strong>do</strong> côndilo.<br />

THOMPSON 115 enfatizou a importância <strong>do</strong> tratamento precoce <strong>do</strong>s<br />

problemas <strong>do</strong> sistema neuro-muscular e ATM, evitan<strong>do</strong> assim, que uma<br />

maloclusão funcional se transforme em uma maloclusão estrutural. Segun<strong>do</strong> ele,<br />

o tratamento <strong>da</strong> maloclusão funcional é muito fácil, pois o jovem ain<strong>da</strong> possui<br />

potencial <strong>de</strong> crescimento facial, o que favorece os resulta<strong>do</strong>s.<br />

SOLBERG 110 realizou estu<strong>do</strong>s associan<strong>do</strong> problemas oclusais às<br />

disfunções <strong>da</strong> ATM em cadáveres <strong>de</strong> jovens adultos. A per<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes e a<br />

excessiva função oral foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s fatores importantes: 96% <strong>do</strong>s<br />

cadáveres examina<strong>do</strong>s tinham uma <strong>de</strong>ntiçao natural combina<strong>da</strong> com próteses<br />

fixas.<br />

A classificação <strong>de</strong> ANGLE 3 foi basea<strong>da</strong> no posicionamento <strong>de</strong> molares e<br />

caninos. Foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s as relações cruza<strong>da</strong>s, Overjet e Overbite que com<br />

valores <strong>de</strong> 1 a 5mm, foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s normais.<br />

28


To<strong>do</strong>s os parâmetros <strong>da</strong>s maloclusões foram analisa<strong>do</strong>s com respeito à<br />

sua associação com i<strong>da</strong><strong>de</strong>, sexo e raça <strong>do</strong>s pacientes.<br />

As características <strong>da</strong> ATM incluíram to<strong>do</strong>s os tipos <strong>de</strong> contornos e formas<br />

<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> articulação, as evidências macroscópicas e o <strong>de</strong>slocamento, a<br />

<strong>de</strong>formação e a <strong>de</strong>generação <strong>do</strong> disco articular. As evidências macroscópicas <strong>de</strong><br />

remo<strong>de</strong>lação na ATM estavam, estatisticamente, relaciona<strong>da</strong>s com a maloclusão.<br />

Os pacientes porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> maloclusão <strong>da</strong> Classe II <strong>de</strong> Angle foram os que<br />

mostraram maiores evidências histológicas <strong>de</strong> remo<strong>de</strong>lações e mu<strong>da</strong>nças nas<br />

ATMs. A mordi<strong>da</strong> cruza<strong>da</strong> anterior estava associa<strong>da</strong> às mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> forma na<br />

eminência articular. As sobremordi<strong>da</strong>s acentua<strong>da</strong>s foram mais comuns em<br />

pessoas com superfícies condilares achata<strong>da</strong>s. Os overjets (ressaltes, protrusões)<br />

anormais estavam associa<strong>do</strong>s aos <strong>de</strong>slocamentos <strong>do</strong> disco articular.<br />

Concluin<strong>do</strong>, a maloclusão foi associa<strong>da</strong> às mu<strong>da</strong>nças morfológicas <strong>da</strong><br />

ATM, particularmente quan<strong>do</strong> combina<strong>da</strong> com o fator i<strong>da</strong><strong>de</strong>. Segun<strong>do</strong><br />

SOLBERG 109 , estas evidências suportam a convicção <strong>de</strong> que longas exposições a<br />

maloclusão <strong>de</strong>vem ser associa<strong>da</strong>s com as mais extensivas mu<strong>da</strong>nças na ATM.<br />

Existem duas categorias <strong>de</strong> problemas na ATM: as <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns<br />

morfológicas, que incluem: gran<strong>de</strong>s traumas, artrites, neoplasias, anquiloses e<br />

malformações genéticas, e as <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns funcionais, que incluem: <strong>do</strong>res faciais,<br />

<strong>do</strong>res na ATM e limitações <strong>de</strong> movimento. A ATM é a mais complexa e variável<br />

articulação no corpo humano. Numerosos anatomistas têm ilustra<strong>do</strong>, através <strong>de</strong><br />

estu<strong>do</strong>s, a sua extrema variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e as diferenças individuais <strong>da</strong> ATM <strong>de</strong><br />

pessoa para pessoa. 110,115 Entretanto, as variações anatômicas ou assimétricas<br />

não po<strong>de</strong>m ser excluí<strong>da</strong>s como possíveis fatores etiológicos <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong><br />

ATM.<br />

Segun<strong>do</strong> WILLIANSON 128,129 , as assimetrias mandibulares são muito<br />

comuns e po<strong>de</strong>m ter como causa fatores genéticos, traumáticos e funcionais.<br />

Essas assimetrias, quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong>s, principalmente em jovens, <strong>de</strong>vem ser<br />

trata<strong>da</strong>s precocemente.<br />

29


Além <strong>da</strong> assimetria mandibular, outra preocupação é quanto ao torque<br />

mandibular, ou seja, o posicionamento <strong>da</strong> mandíbula visto tanto no plano vertical,<br />

quanto no plano horizontal. Torque mandibular é a torção que a mandíbula po<strong>de</strong><br />

sofrer quan<strong>do</strong> os <strong>de</strong>ntes estão ocluí<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong> ser visualiza<strong>do</strong> clinicamente,<br />

através <strong>do</strong> freio labial superior.<br />

O insucesso <strong>do</strong> diagnóstico e tratamento <strong>do</strong>s distúrbios<br />

craniomandibulares, estão diretamente relaciona<strong>do</strong>s com ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> avaliação clínica, como afirmou MOFFET 89 , enfatizan<strong>do</strong> que ruí<strong>do</strong>s na ATM<br />

são sinais ou sintomas importantíssimos que <strong>de</strong>vem ser trata<strong>do</strong>s. Ele afirmou<br />

ain<strong>da</strong> que é "incompetente" o profissional que não consi<strong>de</strong>ra o ruí<strong>do</strong> clinicamente<br />

significante. FARRAR 39 propôs que to<strong>do</strong>s os sinais <strong>de</strong> disfunção mandibular,<br />

incluin<strong>do</strong> o ruí<strong>do</strong>, são indicativos <strong>de</strong> distúrbios internos <strong>da</strong> ATM. Alguns autores<br />

são <strong>da</strong> opinião que os ruí<strong>do</strong>s são o resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>de</strong>scoor<strong>de</strong>nação entre feixe<br />

superior e inferior <strong>do</strong> pterigoi<strong>de</strong>o lateral. WILLIANSON 129 , sugere que o ruí<strong>do</strong><br />

po<strong>de</strong> ser indicação <strong>de</strong> uma falta <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação entre o côndilo e o disco durante<br />

o movimento. Em contraparti<strong>da</strong> a estes autores, que acreditam serem os ruí<strong>do</strong>s<br />

sinais <strong>de</strong> patologia na ATM, existem aqueles que questionaram a vali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> que<br />

os ruí<strong>do</strong>s são sempre indicativos <strong>de</strong> distúrbios têmporo-mandibulares.<br />

Oclusão <strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntes e ATM<br />

O conceito <strong>de</strong> oclusão evoluiu nos últimos anos <strong>de</strong> uma concepção<br />

puramente estática, para uma concepção dinâmico-funcional envolven<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntes,<br />

ATM e sistema neuromuscular 55 . Por essa razão, as bases <strong>de</strong> diagnóstico e<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento alicerçaram-se na avaliação <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> e<br />

funcionamento <strong>do</strong> aparelho mastiga<strong>do</strong>r. Os valores puramente estáticos <strong>de</strong><br />

diagnóstico <strong>da</strong>s maloclusões vão ce<strong>de</strong>n<strong>do</strong> lugar às concepções dinâmico-<br />

funcionais.<br />

A maxila e mandíbula possuem uma arquitetura particular <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> às<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s funcionais <strong>do</strong> aparelho mastigatório. As forças que se manifestam<br />

sobre os <strong>de</strong>ntes são transmiti<strong>da</strong>s <strong>do</strong> osso, através <strong>do</strong> ligamento alvéolo <strong>de</strong>ntário<br />

sob a forma <strong>de</strong> tensão, condicionan<strong>do</strong> a arquitetura óssea. Haven<strong>do</strong> um<br />

30


elacionamento oclusal correto com engrenamento e <strong>de</strong>slizamento suave sobre as<br />

cristas e sulcos <strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntes opostos, exercem-se pressões fisiológicas<br />

aproxima<strong>da</strong>mente verticais ao longo <strong>do</strong> osso 83 . Inclinações <strong>de</strong>ntárias anormais<br />

são responsáveis por <strong>de</strong>sarranjos funcionais e alterações morfo estruturais <strong>da</strong>s<br />

partes que compõem o aparelho mastiga<strong>do</strong>r 30,34,42 ' 48,56,79 .<br />

Deve-se salientar que a força oclusal é maior nas regiões posteriores <strong>da</strong><br />

boca pela inserção anatômica <strong>do</strong>s músculos levanta<strong>do</strong>res. Aliás, a força é maior<br />

no início <strong>da</strong> mastigação e vai cain<strong>do</strong> progressivamente à medi<strong>da</strong> que vai<br />

progredin<strong>do</strong> a trituração mastigatória, até chegar a força "0" no fim <strong>do</strong> processo<br />

mastigatório. Deve-se <strong>de</strong>stacar que não existem maiores diferenças <strong>de</strong> força <strong>de</strong><br />

mordi<strong>da</strong> entre os sexos e entre os indivíduos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>s diferentes, excetuan<strong>do</strong> o<br />

i<strong>do</strong>so com menor número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong>corrente <strong>da</strong> per<strong>da</strong> <strong>do</strong> ligamento<br />

perio<strong>do</strong>ntal e insuficiente ajuste <strong>da</strong> força mastigatória. Contu<strong>do</strong>, foi <strong>de</strong>termina<strong>do</strong><br />

que, seja qual for a i<strong>da</strong><strong>de</strong> ou sexo, in vitro, a força <strong>da</strong> contração muscular <strong>do</strong><br />

temporal atinge ao re<strong>do</strong>r <strong>de</strong> 300kgf. A ATM, por estar intimamente relaciona<strong>da</strong><br />

com os <strong>de</strong>ntes, po<strong>de</strong> ser afeta<strong>da</strong> por interferências traumáticas na oclusão, <strong>de</strong>ste<br />

mo<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> a oclusão <strong>de</strong>ntária é altera<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma transitória ou permanente,<br />

problemas intra e extra-articulares po<strong>de</strong>m surgir. Alterações oclusais po<strong>de</strong>m<br />

predispor ou contribuir efetivamente para uma disfunção têmporo-mandibular por<br />

quebrar a homeostase <strong>do</strong> sistema estomatognático e por alterar a relação vertical,<br />

sagital e transversal <strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntes e <strong>do</strong>s ossos maxilares. A posição correta <strong>do</strong><br />

côndilo mandibular na cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> articular constitui-se num <strong>do</strong>s aspectos<br />

fun<strong>da</strong>mentais para um perfeito funcionamento <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o sistema estomatognático.<br />

O tratamento ortodôntico po<strong>de</strong> ser efetivo na prevenção e interceptação <strong>de</strong><br />

problemas na ATM. Dentre as maneiras que se po<strong>de</strong> conseguir tal intento, temos<br />

a remoção <strong>de</strong> interferências e contatos prematuros, a correção <strong>de</strong> mordi<strong>da</strong><br />

cruza<strong>da</strong>, <strong>de</strong> mordi<strong>da</strong> aberta, <strong>de</strong> maloclusões <strong>de</strong> Classes II e III <strong>de</strong> ANGLE e <strong>de</strong><br />

giroversões <strong>de</strong>ntárias, que auxiliam na prevenção e até mesmo na cura <strong>da</strong><br />

disfunção têmporo-mandibular.<br />

31


Fatores Contribuintes<br />

Muitas <strong>da</strong>s <strong>do</strong>res que acometem as regiões <strong>de</strong> cabeça, pescoço e<br />

mandíbula, são origina<strong>da</strong>s por condições patológicas envolven<strong>do</strong> nervos,<br />

músculos e/ou teci<strong>do</strong>s conjuntivos. Os fatores po<strong>de</strong>m ser locais ou sistêmicos.<br />

Há várias afirmações no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que o estresse emocional seria o<br />

causa<strong>do</strong>r principal <strong>da</strong>s <strong>do</strong>res orofaciais 46 . No entanto, é importante salientar, que<br />

indiferentemente <strong>da</strong> patologia, o estresse acaba como que agravar o quadro, e<br />

não obrigatoriamente ser o agente causa<strong>do</strong>r. A orientação no controle <strong>da</strong> tensão e<br />

suas conseqüências são <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental importância, pois <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> tempo<br />

e <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> estresse, faz-se necessário o acompanhamento profissional<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para auxílio e resolução <strong>do</strong> mesmo.<br />

O estresse e a vi<strong>da</strong> se<strong>de</strong>ntária associa<strong>do</strong>s a quadros <strong>do</strong>lorosos crônicos,<br />

acaba ocasionan<strong>do</strong> situações psicológicas <strong>de</strong>pressivas com quadros <strong>de</strong> insônia,<br />

falta <strong>de</strong> apetite, boca seca, queimação na língua, alteração no pala<strong>da</strong>r, fadiga<br />

exagera<strong>da</strong>, <strong>de</strong>sânimo, mucosas constantemente inflama<strong>da</strong>s e ulcerações 11 .<br />

Baixos índices <strong>de</strong> en<strong>do</strong>rfinas, que são consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s analgésicos fisiológicos, têm<br />

si<strong>do</strong> encontra<strong>do</strong>s em pessoas com estresse eleva<strong>do</strong> acompanha<strong>do</strong> <strong>da</strong> falta <strong>de</strong><br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física (exercícios aerobicos comprova<strong>da</strong>mente elevam a concentração<br />

sangüínea <strong>da</strong>s en<strong>do</strong>rfinas) 13 . Recomen<strong>da</strong>-se a prática esportiva constante <strong>de</strong> três<br />

a quatro vezes por semana, durante pelo menos uma hora. Quan<strong>do</strong><br />

dimensiona<strong>da</strong>s ao preparo <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um, caminha<strong>da</strong>s e natação são as melhores<br />

sugestões <strong>de</strong> exercício aeróbico.<br />

Problemas nutricionais e hormonais não <strong>de</strong>vem ser negligencia<strong>do</strong>s em<br />

pacientes com queixa <strong>do</strong>lorosa. Disfunções metabólicas como hipertiroidismo,<br />

hipotiroidismo, hiperparatireoidismo, tensão pré-menstrual e <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong><br />

estrógeno estão entre as alterações hormonais <strong>de</strong> maior prevalência e correlação<br />

com as disfunções crânio mandibulares 42 . Muitos estu<strong>do</strong>s, já mostraram que a<br />

<strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> estrógeno nas mulheres é coinci<strong>de</strong>nte à aparição <strong>de</strong> alterações<br />

<strong>do</strong>lorosas nos músculos <strong>do</strong> corpo, mas principalmente nos músculos e<br />

articulações mandibulares.<br />

32


As <strong>do</strong>res musculares normalmente são resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> traumas, tais como<br />

compressão, uso excessivo ou contração força<strong>da</strong> manti<strong>da</strong>.<br />

As seguintes funções musculares são influencia<strong>da</strong>s pelo mecanismo<br />

<strong>de</strong>ntal: manutenção <strong>da</strong> postura, <strong>de</strong>glutição, posição <strong>da</strong> língua, mastigação e<br />

expressão facial. Não respeitar essas funções <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um princípio <strong>de</strong> equilíbrio<br />

fisiológico, é não <strong>da</strong>r a <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> importância à saú<strong>de</strong> global <strong>do</strong> indivíduo. Os<br />

músculos no corpo humano estão dispostos <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os melhores<br />

princípios <strong>de</strong> engenharia para produzir movimento sem <strong>de</strong>sperdiçar energia em<br />

suas funções. Sabe-se que a musculatura mastigatória possui função<br />

extremamente específica, on<strong>de</strong>, a mais freqüente causa <strong>de</strong> <strong>do</strong>r orofacial, está<br />

relaciona<strong>da</strong> à tensão muscular. A tensão muscular po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> origem emocional,<br />

postural ou situacional. É uma contração prolonga<strong>da</strong> <strong>do</strong> músculo ou <strong>de</strong> um grupo<br />

<strong>de</strong> músculos. Estímulos fazem com que os músculos se mantenham prontos para<br />

agirem, on<strong>de</strong> a ausência <strong>de</strong> ação suce<strong>de</strong> na contração muscular manti<strong>da</strong>,<br />

geran<strong>do</strong> a tensão muscular.<br />

busca é:<br />

To<strong>do</strong> tratamento está relaciona<strong>do</strong> à causa. Porém, o que normalmente se<br />

- eliminar a hiperativi<strong>da</strong><strong>de</strong> muscular;<br />

- normalizar a musculatura;<br />

- controlar a musculatura;<br />

- tratar os pontos <strong>de</strong> gatilho (trigger points)<br />

Eliminar a hiperativi<strong>da</strong><strong>de</strong> muscular, normalizar e controlar a musculatura,<br />

são passos a serem toma<strong>do</strong>s na maioria <strong>da</strong>s vezes, concomitantes. É <strong>de</strong> boa<br />

conduta, explorar ao máximo o histórico <strong>do</strong> paciente, para se obter <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

preciosos em relação aos fatores contribuintes. A fragmentação <strong>do</strong> cotidiano em<br />

distintas situações, facilita e organiza o raciocínio. Por vezes, <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> rotina<br />

diária, é comum as pessoas assumirem posições posturais viciosas e hábitos<br />

nocivos aos músculos; má postura durante o trabalho <strong>de</strong>ve ser equilibra<strong>da</strong><br />

sempre que possível, como também, a ca<strong>da</strong> 30 minutos, recomen<strong>da</strong>-se exercícios<br />

posturais, a fim <strong>de</strong> prevenir lesões musculares e articulares.<br />

33


O fator emocional po<strong>de</strong> aumentar a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> e a freqüência <strong>de</strong> hábitos<br />

nocivos, ultrapassan<strong>do</strong> o limiar <strong>de</strong> tolerância <strong>do</strong> indivíduo, redun<strong>da</strong>n<strong>do</strong> em <strong>do</strong>r. A<br />

<strong>do</strong>r quan<strong>do</strong> presente, altera o emocional, já altera<strong>do</strong>, irritan<strong>do</strong> ain<strong>da</strong> mais o<br />

indivíduo, que respon<strong>de</strong> com mais contração muscular. A continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste ciclo<br />

resulta em <strong>do</strong>r ca<strong>da</strong> vez mais acentua<strong>da</strong>. A oclusão está diretamente relaciona<strong>da</strong><br />

ao limiar <strong>do</strong> indivíduo. Uma "boa" oclusão permite uma resistência maior, porém,<br />

se hábitos como apertamento bucal for uma constante, mesmo nesta situação,<br />

po<strong>de</strong> o paciente apresentar <strong>de</strong>sconforto e/ou <strong>do</strong>r. Desta forma, o cirurgião<br />

<strong>de</strong>ntista disposto a tratar as disfunções crânio mandibulares, <strong>de</strong>ve estar atento<br />

aos <strong>de</strong>talhes comportamentais, genéticos, metabólicos, traumáticos, emocionais,<br />

contribuintes, nutricionais, estrutural e mental, inerentes a ca<strong>da</strong> caso, para buscar<br />

e tratar as causas pari passu e em conjunto. O bom entendimento <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s estes<br />

fatores pelo paciente, e sua fun<strong>da</strong>mental colaboração são indispensáveis 10 .<br />

McHORRIS 80 mostra gran<strong>de</strong> preocupação quanto ao posicionamento <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>rmir, pois afirma que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>da</strong> posição e formato <strong>do</strong> travesseiro, a<br />

mandíbula po<strong>de</strong> ser coloca<strong>da</strong> lateralmente ou posteriormente, <strong>de</strong>slocan<strong>do</strong> o disco<br />

articular. Posições anormais <strong>da</strong> cabeça e <strong>do</strong> pescoço durante o sono trazem<br />

conseqüências ósseas e musculares. Quan<strong>do</strong> se <strong>do</strong>rme com um travesseiro<br />

extremamente fino, tem-se uma rotação cranial posterior, comprimin<strong>do</strong> a região<br />

cervical superior. A posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>cúbito ventral, além <strong>de</strong> rotacionar<br />

<strong>de</strong>masia<strong>da</strong>mente a cabeça, torce a mandíbula para o la<strong>do</strong> oposto à compressão<br />

executa<strong>da</strong> pelo travesseiro, favorecen<strong>do</strong> os problemas musculares e articulares.<br />

Travesseiros extremamente altos ou <strong>do</strong>is travesseiros projetam a cabeça para a<br />

frente, promoven<strong>do</strong> o mínimo <strong>de</strong> rotação cranial posterior. Outro fator importante<br />

a ser verifica<strong>do</strong> é a posição em que a criança coloca as mãos ao <strong>do</strong>rmir. Estu<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>monstraram que muitas pessoas possuem o vício <strong>de</strong> <strong>de</strong>itar <strong>de</strong> la<strong>do</strong> e colocar as<br />

mãos sob a mandíbula no la<strong>do</strong> em que a cabeça <strong>de</strong>veria estar apoia<strong>da</strong> sobre o<br />

travesseiro. Este tipo <strong>de</strong> hábito po<strong>de</strong> gerar uma relação cruza<strong>da</strong> posterior com<br />

possível <strong>de</strong>svio mandibular.<br />

São consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s fatores predisponentes aos problemas <strong>de</strong> ATM, hábitos<br />

<strong>de</strong> sucção <strong>de</strong> chupeta, <strong>de</strong><strong>do</strong> ou mama<strong>de</strong>ira, e respiração bucal, que após<br />

34


<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo, po<strong>de</strong>m gerar uma relação aberta anterior, a qual é<br />

perpetua<strong>da</strong> pelo mal posicionamento <strong>da</strong> língua e lábio. Este tipo <strong>de</strong> paciente é<br />

invariavelmente acometi<strong>do</strong> <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> guia anterior, que através <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s<br />

eletromiográficos realiza<strong>do</strong>s por WILLIANSON 130 , comprovaram que a ausência<br />

<strong>de</strong>sta guia anterior gera uma excessiva ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> muscular, principalmente no<br />

masseter.<br />

Existem muitas evidências que suportam a teoria <strong>de</strong> que as relações<br />

espaciais <strong>da</strong> mandibula com o complexo crânio-mandibular, são em gran<strong>de</strong> parte<br />

influencia<strong>do</strong>s pela função <strong>do</strong>s músculos eleva<strong>do</strong>res <strong>da</strong> mandibula. Somente<br />

nestes últimos vinte anos renovou-se o interesse <strong>de</strong> que a forma <strong>de</strong> respirar <strong>do</strong><br />

paciente po<strong>de</strong>ria influenciar o <strong>de</strong>senvolvimento normal <strong>do</strong> sistema<br />

estomatognático.<br />

Um <strong>do</strong>s fatores que atuam nos músculos eleva<strong>do</strong>res <strong>da</strong> mandibula, é a<br />

posição <strong>de</strong> postura mandibular, que po<strong>de</strong> ser influencia<strong>da</strong> pela forma <strong>de</strong> respirar.<br />

A obstrução <strong>da</strong>s vias aéreas nasais é segui<strong>da</strong> pelo abaixamento <strong>da</strong> mandibula<br />

para estabelecer uma boa condição respiratória. Quan<strong>do</strong> o paciente tem o hábito<br />

<strong>de</strong> respirar pela boca, os músculos supra-hiói<strong>de</strong>os se contraem e os masseteres,<br />

pterigoi<strong>de</strong>os mediais e temporais, relaxam, permitin<strong>do</strong> que a mandibula abra. Ao<br />

engolir, as pessoas que respiram pela boca, não exercem a movimentação<br />

correta <strong>da</strong> mandibula, geran<strong>do</strong> ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s estruturas<br />

crânio-faciais e predisposições às disfunções crânio-mandibulares.<br />

WILLIANSON 129 apontou como principais indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> problemas<br />

têmporo-mandibulares, ruí<strong>do</strong>s na ATM, <strong>do</strong>r à palpação e facetas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgastes<br />

nas faces oclusais <strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntes. Segun<strong>do</strong> ele, a maioria <strong>de</strong>stes sinais mostraram<br />

íntima relação com a maloclusão <strong>de</strong>ntal e o bruxismo. JAN KELSON 55 , indicou<br />

alguns critérios para que uma ótima morfologia <strong>de</strong>ntal e oclusal seja compatível<br />

com a articulação têmporo-mandibular dita<strong>da</strong> pelo sistema neuromuscular:<br />

- a língua <strong>de</strong>ve estar no arco <strong>de</strong>ntal;<br />

- o arco <strong>de</strong>ntal <strong>de</strong>ve ter tamanho suficiente para alojar a língua;<br />

- os <strong>de</strong>ntes posteriores <strong>de</strong>vem estar dispostos corretamene no plano<br />

35


oclusal;<br />

. os <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>vem estar posiciona<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> osso alveolar com<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> inserção gengival;<br />

. o espaço aéreo nasofaríngeo <strong>de</strong>ve ser a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>;<br />

- o espaço livre funcional a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve estar entre 1 e 2 mm;<br />

- os contatos <strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntes anteriores e posteriores, durante o fechamento<br />

<strong>da</strong> boca, <strong>de</strong>vem ser simultâneos e o paciente <strong>de</strong>ve ter a trajetória habitual<br />

<strong>de</strong> fechamento coinci<strong>de</strong>nte com a trajetória dita<strong>da</strong> pelo sistema<br />

neuromuscular.<br />

Segun<strong>do</strong> JANKELSON 56 , eletrognatograficamente, o paciente que possui o<br />

arco <strong>de</strong> fechamento habitual em uma trajetória distai, o correspon<strong>de</strong>nte<br />

neuromuscular apresentará sintomatologia, pois os côndilos estarão <strong>de</strong>sloca<strong>do</strong>s<br />

posteriormente, pressionan<strong>do</strong> a zona bilaminar ou retrodiscal.<br />

MEYER 86 relacionou o problema <strong>de</strong> bruxismo com crianças alérgicas, sem<br />

eliminar, entretanto, outras possíveis causas, como as influências psicológicas, os<br />

problemas oclusais e os fatores genéticos. Segun<strong>do</strong> MEYER, a alergia<br />

intermitente, com e<strong>de</strong>ma na trompa <strong>de</strong> eustáquio, causaria mu<strong>da</strong>nças na<br />

cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> timpânica, as quais, por reflexo, ocasionariam o início <strong>do</strong> bruxismo.<br />

De acor<strong>do</strong> com os estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> VANDERAS 122 , a disfunção crânio-<br />

mandibular é <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> pela presença <strong>de</strong> um ou mais <strong>do</strong>s seguintes sintomas:<br />

- <strong>do</strong>r ou sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> nos músculos <strong>da</strong> mastigação e na articulação<br />

têmporo-mandibular;<br />

- ruí<strong>do</strong>s durante os movimentos mandibulares;<br />

- limitações nos movimentos mandibulares;<br />

- freqüentes <strong>do</strong>res <strong>de</strong> cabeça.<br />

Ain<strong>da</strong>, segun<strong>do</strong> VANDERAS 122 , o tipo irá <strong>de</strong>terminar a prevalência <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s sinais e sintomas <strong>de</strong> distúrbios crânio-mandibulares: que po<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>do</strong> perfil psicológico, <strong>da</strong> tolerância estrutural, <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> física, <strong>do</strong> esta<strong>do</strong><br />

nutricional e até <strong>da</strong> situação sócio-econômica. Quanto aos problemas emocionais,<br />

o estresse aumenta a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> parafuncional estimulan<strong>do</strong> um funcionamento<br />

36


anormal <strong>da</strong> musculatura. Estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>mostraram que crianças e a<strong>do</strong>lescentes com<br />

problemas emocionais, apresentaram gran<strong>de</strong> prevalência <strong>de</strong> distúrbios <strong>da</strong> ATM 93 .<br />

WILLIANSON 130 , em recentes estu<strong>do</strong>s tem sugeri<strong>do</strong> que a <strong>de</strong>glutição com<br />

interposição lingual, freqüentemente ocorre em paciente que possui problemas<br />

intra-articulares: a suspeita é <strong>de</strong> que a língua age como <strong>de</strong>fesa, minimizan<strong>do</strong> as<br />

agressões nas ATMs. Foram analisa<strong>do</strong>s eletomiograficamente e<br />

eletrognatograficamente 25 indivíduos com problemas na ATM e 25 sem<br />

problemas. A análise revelou 19 pacientes com distúrbio nas ATMs, interpon<strong>do</strong> a<br />

língua ao <strong>de</strong>glutir, enquanto apenas nove possuíam padrões normais <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>glutição. Os resulta<strong>do</strong>s sugerem que pacientes com padrões anormais <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>glutição tenham sua ATM analisa<strong>da</strong>.<br />

À medi<strong>da</strong> que os conhecimentos avançaram, as publicações foram<br />

trazen<strong>do</strong>, ano após ano, estatísticas cuja porcentagem <strong>do</strong>s pacientes sofre<strong>do</strong>res<br />

<strong>da</strong>s <strong>do</strong>res faciais era ca<strong>da</strong> vez mais eleva<strong>da</strong> na população. Estes altos índices<br />

exigiram maiores explicações <strong>da</strong> Ciência, sugerin<strong>do</strong> que os fatores chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

comportamentais e/ou habituais, tinham relação íntima na aparição <strong>de</strong>ssas<br />

alterações.<br />

Hábitos como apertar os <strong>de</strong>ntes, ranger os <strong>de</strong>ntes, mor<strong>de</strong>r lábios, roer<br />

unhas, apoiar a mão sob a mandíbula e <strong>do</strong>rmir <strong>de</strong> barriga para baixo passaram a<br />

ter importância à medi<strong>da</strong> que po<strong>de</strong>riam <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar ou agravar uma<br />

predisposição. Sinais e sintomas antes não observa<strong>do</strong>s, começaram a ser<br />

nota<strong>do</strong>s sob diferentes consi<strong>de</strong>rações e em diferentes áreas. Fatores biológicos,<br />

bioquímicos, estruturais, comportamentais, posturais e psicológicos passaram a<br />

ter importância quan<strong>do</strong> conjuga<strong>do</strong>s aos músculos, <strong>de</strong>ntes e ATM. Os profissionais<br />

responsáveis pelo diagnóstico <strong>de</strong>veriam ter critérios para diferenciar fatores que<br />

pu<strong>de</strong>ssem iniciar, perpetuar o problema físico ou ser resultante <strong>de</strong>le.<br />

Diante <strong>de</strong> tanta abrangência e complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>, BELL 8 criou o termo<br />

Disfunção Crânio-Mandibular, aceito como <strong>de</strong>finitivo pela American Dental<br />

Association. Esta classificação <strong>de</strong>fine que o porta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> disfunção crânio-<br />

mandibular apresenta, entre outras características, alterações clínicas<br />

37


elaciona<strong>da</strong>s aos músculos mastigatórios e/ou articulações têmporo-<br />

mandibulares, associa<strong>da</strong>s à <strong>do</strong>r mandibular, <strong>do</strong>r cervical, <strong>do</strong>r <strong>de</strong> ouvi<strong>do</strong>, <strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />

cabeça e <strong>do</strong>r facial. Além <strong>de</strong>stas <strong>do</strong>res, sinais como limitações e <strong>de</strong>svios nos<br />

movimentos mandibulares, facetas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgastes <strong>de</strong>ntais, ruí<strong>do</strong>s articulares,<br />

apertamento <strong>de</strong>ntal, bruxismo e torque mandibular po<strong>de</strong>m estar presentes.<br />

Depois <strong>de</strong> serem aceitas, consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>s, <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s e classifica<strong>da</strong>s, as<br />

alterações pertinentes às disfunções crânio-mandibulares, começaram a intrigar<br />

os pesquisa<strong>do</strong>res que queriam enten<strong>de</strong>r "como e porquê" alguns pacientes<br />

<strong>de</strong>senvolveram a <strong>do</strong>ença e outros não.<br />

As estatísticas mostravam uma maior prevalência na faixa etária entre 25-<br />

50 anos, levan<strong>do</strong>-os a pensar que algum mecanismo, nesse perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> em<br />

particular, acontecia para <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar o problema. Observava-se que, em geral,<br />

situações <strong>de</strong> estresse eram o estopim <strong>do</strong> problema, trazen<strong>do</strong> novamente à tona a<br />

teoria <strong>de</strong> que o estresse po<strong>de</strong> ser o gran<strong>de</strong> responsável.<br />

Esses conflitos marcaram o início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 90 que, com tanta<br />

evolução tecnológica, mostrou-se confuso no melhor entendimento <strong>da</strong>s<br />

disfunções crânio-mandibulares. Assim, atenção maior foi <strong>da</strong><strong>da</strong> às crianças, pois<br />

alguns autores, insistentemente, durante muitos anos, tentaram mostrar que<br />

gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s problemas físicos atuais <strong>de</strong> um adulto vêm <strong>de</strong> quadros, talvez<br />

bran<strong>do</strong>s no passa<strong>do</strong>, que passaram <strong>de</strong>spercebi<strong>do</strong>s aos olhos <strong>de</strong> muitos<br />

terapeutas em diferentes áreas.<br />

Nota-se que muito <strong>do</strong> padrão facial <strong>do</strong> corpo estava liga<strong>do</strong> a fatores<br />

extrínsecos com força suficiente para alterar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s estruturas<br />

orgânicas. A percepção que o fator genético (intrínseco) sofria gran<strong>de</strong> influência<br />

ambiental (extrínseca) ficou extremamente clara para a Ciência, que voltou os<br />

olhos para o cui<strong>da</strong><strong>do</strong> em possibilitar o <strong>de</strong>senvolvimento correto orgânico.<br />

A ortopedia e a manutenção <strong>do</strong> equilíbrio entre as estruturas tomaram<br />

forças irreversíveis, mostran<strong>do</strong> que, mesmo <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s seus limites, po<strong>de</strong>riam<br />

diminuir os efeitos negativos <strong>de</strong> uma carga genética não favorável, portanto, pela<br />

38


necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> interação <strong>do</strong> corpo, pois é impossível fragmentá-lo. A o<strong>do</strong>ntologia<br />

viu-se obriga<strong>da</strong> a sair <strong>da</strong> boca e notar que os <strong>de</strong>ntes significam muito mais <strong>do</strong> que<br />

po<strong>de</strong>r falar ou mastigar corretamente 6,42 .<br />

2.4 A. T. M.: Diagnóstico<br />

Estu<strong>do</strong>s epi<strong>de</strong>miológicos em populações específicas po<strong>de</strong>m variar<br />

sobremaneira os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a fatores que po<strong>de</strong>m alterar por<br />

completo os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>da</strong> pesquisa. O fator sexo, por exemplo, mostra uma maior<br />

prevalência <strong>da</strong> disfunção crânio-mandibular (DCM) em mulheres <strong>do</strong> que em<br />

homens, no entanto, proporções <strong>de</strong> três para um, variaram em até nove para um.<br />

(McNEIL, 1985; CENTOU et. ai 1989; HOWARD, 1990). Oscilações também<br />

po<strong>de</strong>m ocorrer com o fator i<strong>da</strong><strong>de</strong>, raça, profissão, tipo <strong>de</strong> oclusão, tratamentos<br />

executa<strong>do</strong>s, hábitos associa<strong>do</strong>s etc. Embora to<strong>do</strong>s os méto<strong>do</strong>s, normas e<br />

cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s sejam direciona<strong>do</strong>s com muito critério nas avaliações <strong>da</strong>s disfunções<br />

crânio-mandibulares, algumas discrepâncias e/ou distorções nos <strong>da</strong><strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>m<br />

surgir em relação ao fator <strong>do</strong>r".<br />

O Subcommitte on Toxonomy of the International Association for the Study<br />

of Pain propõe conceituar a <strong>do</strong>r como "uma experiência <strong>de</strong>sagradável, sensorial e<br />

emocional, associa<strong>da</strong> com <strong>da</strong>no real ou potencial ao teci<strong>do</strong>, ou <strong>de</strong>scrita em<br />

termos <strong>de</strong> tais <strong>da</strong>nos". Vê-se claramente neste conceito o cui<strong>da</strong><strong>do</strong> em mostrar a<br />

forte interação <strong>do</strong> fator psicológico na <strong>do</strong>r. BELL 11 chegou a afirmar que a<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> injúria física e a <strong>do</strong>r, muitas vezes não são coinci<strong>de</strong>ntes, ou seja, a<br />

pessoa po<strong>de</strong> ficar relativamente livre <strong>da</strong> <strong>do</strong>r se estiver distraí<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

acontecimentos que tenham a ver com auto-preservação, resistência ou obtenção<br />

<strong>de</strong> auxílio. Nota-se também a influência psicológica <strong>da</strong> <strong>do</strong>r nas reações,<br />

sensações e interpretações on<strong>de</strong>, teoricamente, um mesmo estímulo po<strong>de</strong><br />

originar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> um simples formigamento à queimaçoes e ferroa<strong>da</strong>s em pacientes<br />

distintos. BECHER 7 mostrou em seus estu<strong>do</strong>s, a alta interação psicológica <strong>da</strong> <strong>do</strong>r,<br />

on<strong>de</strong> pacientes submeti<strong>do</strong>s a tratamentos placebos, respondiam favoravelmente<br />

na remissão <strong>do</strong>s sintomas <strong>do</strong>lorosos. Outro fato importante se pren<strong>de</strong> na questão<br />

39


<strong>da</strong> <strong>do</strong>r estar relaciona<strong>da</strong> a sistemas protetores que muitas vezes ocorrem<br />

tardiamente para exercer tal fator <strong>de</strong> proteção, ou seja, a <strong>do</strong>r só aparece em<br />

situações já muito evoluí<strong>da</strong>s. Assim, tratar única e exclusivamente a <strong>do</strong>r po<strong>de</strong> ser<br />

um tanto quanto arrisca<strong>do</strong>, mesmo porquê, a o<strong>do</strong>ntologia <strong>do</strong>s anos 90, busca o<br />

cui<strong>da</strong><strong>do</strong>, a prevenção, a manutenção e não simplesmente "arrumar o que está<br />

quebra<strong>do</strong>". Deve-se na posição <strong>de</strong> terapeuta or<strong>de</strong>nar e classificar to<strong>do</strong>s os sinais<br />

e sintomas possíveis, através <strong>de</strong> minuciosa anamnese, cui<strong>da</strong><strong>do</strong>so exame clínico e<br />

direciona<strong>do</strong>s exames complementares.<br />

GERBER e STEINHARD 43 (1973), observaram severas mu<strong>da</strong>nças<br />

estruturais nas articulações, não somente nos casos <strong>de</strong> extremas per<strong>da</strong>s <strong>de</strong>ntais,<br />

mas também em casos <strong>de</strong> total <strong>de</strong>ntição natural. No entanto, enfatizaram que<br />

mesmo sem <strong>do</strong>r ou espasmo muscular, a <strong>de</strong>sarmonia oclusal, se presente, <strong>de</strong>ve<br />

ser reconheci<strong>da</strong> e trata<strong>da</strong> no intuito <strong>de</strong> prevenir traumas futuros nas ATMs. Esta<br />

linha <strong>de</strong> raciocínio nos sugere cui<strong>da</strong><strong>do</strong> especial às crianças e a<strong>do</strong>lescentes, os<br />

quais ain<strong>da</strong> em <strong>de</strong>senvolvimento, apresentam melhores condições <strong>de</strong> resolução e<br />

estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> nos tratamentos.<br />

Apesar <strong>do</strong> componente subjetivo e suas ligações aos processos<br />

neocorticais (atenção, ansie<strong>da</strong><strong>de</strong>, sugestão) é, a <strong>do</strong>r, o principal indicativo <strong>de</strong> que<br />

algo não an<strong>da</strong> bem. Se presente, teoricamente existe uma causa que <strong>de</strong>ve ser<br />

reconheci<strong>da</strong> e trata<strong>da</strong>. A maioria <strong>da</strong>s disfunções crânio-mandibulares<br />

<strong>de</strong>senvolvem <strong>do</strong>r e/ou <strong>de</strong>sconforto no sistema estomatognático. A <strong>do</strong>r po<strong>de</strong> ser<br />

agu<strong>da</strong> ou crônica. É consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> crônica quan<strong>do</strong> persiste por mais <strong>de</strong> seis meses,<br />

com ligações diretas a fatores comportamentais e/ou psicológicos. Estimativas<br />

comprovam que a maior porcentagem <strong>da</strong>s <strong>do</strong>res está na cabeça, sen<strong>do</strong> que uma<br />

entre três pessoas sofrem <strong>de</strong> tal mal, com incidência eleva<strong>da</strong> também em<br />

crianças.<br />

\ A <strong>do</strong>r nas disfunções crânio-mandibulares, po<strong>de</strong> aparecer nos olhos,<br />

ouvi<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>ntes, cabeça, face, nuca e regiões interliga<strong>da</strong>s. Po<strong>de</strong> ser localiza<strong>da</strong>,<br />

difusa ou referi<strong>da</strong>. A <strong>do</strong>r localiza<strong>da</strong>, também chama<strong>da</strong> <strong>de</strong> primária, é aquela on<strong>de</strong><br />

conseguimos <strong>de</strong>tectar a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira fonte nociceptiva, diferentemente <strong>do</strong> que<br />

ocorre com a difusa, on<strong>de</strong> o profissional e até mesmo o sofre<strong>do</strong>r têm dificul<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

COMISSÃO NACI0N6L DE ENERGIA NUCLEAR/SP IPfct<br />

40


efn relacionar o ponto exato <strong>da</strong> <strong>do</strong>r. Já a <strong>do</strong>r referi<strong>da</strong> ou heterotópica, é senti<strong>da</strong><br />

em uma área inerva<strong>da</strong> por um nervo diferente <strong>da</strong>quele que me<strong>de</strong>ia a <strong>do</strong>r primária.<br />

Segun<strong>do</strong> Travell 118 , a <strong>do</strong>r referi<strong>da</strong> normalmente está relaciona<strong>da</strong> aos trigger<br />

points, que são pequenos nódulos <strong>de</strong> teci<strong>do</strong> muscular <strong>de</strong>genera<strong>do</strong>, oriun<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

situações traumáticas 105 . Y<br />

Para o reconhecimento <strong>da</strong> <strong>do</strong>r e suas conseqüências nas disfunções<br />

crânio-mandibulares, a intimi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o sistema estomatognático é condição sine<br />

qua non.<br />

As DCMs po<strong>de</strong>m ser classifica<strong>da</strong>s em:<br />

I - Disfunções Extra-Articulares<br />

II - Disfunções Intra-Articulares<br />

I - Disfunções Extra-Articulares<br />

As disfunções extra-articulares envolvem os componentes esqueletais<br />

crânio-cérvico-mandibulares e o seu relacionamento com os <strong>de</strong>ntes e sistema<br />

neuromuscular. A falta <strong>de</strong> harmonia <strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong>ntes, ATMs e sistema<br />

neuromuscular, favorece o aparecimento <strong>da</strong> disfunção miofascial.<br />

A disfunção muscular é o mais comum diagnóstico clínico, porém, sua<br />

sintomatologia é complexa com variações diretamente relaciona<strong>da</strong>s aos fatores<br />

contribuintes, comportamentais e psicológicos. Normalmente os <strong>de</strong>sarranjos<br />

musculares são acompanha<strong>do</strong>s <strong>de</strong> limitações nos movimentos mandibulares,<br />

incoor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong>s músculos altera<strong>do</strong>s, inabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> exercer funções<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente e <strong>do</strong>r, que po<strong>de</strong> se esten<strong>de</strong>r por to<strong>da</strong> a cabeça, face, pescoço e<br />

outras várias estruturas <strong>do</strong> sistema estomatognático. É fato, que existem três<br />

meios para o controle <strong>da</strong> <strong>do</strong>r miofascial: redução <strong>do</strong> stress, redução <strong>da</strong> reação <strong>do</strong><br />

paciente ao stress e melhorar as relações oclusais. A <strong>do</strong>r é o principal<br />

sinal/sintoma. A <strong>do</strong>r miofascial se origina <strong>do</strong>s músculos (mio), teci<strong>do</strong>s conjuntivos<br />

41


(fascia) e tendões. É o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> estiramento, <strong>da</strong> contração força<strong>da</strong> ou<br />

manti<strong>da</strong>, <strong>da</strong> isquemia ou <strong>da</strong> hiperemia.<br />

A <strong>do</strong>r muscular po<strong>de</strong> ser clinicamente classifica<strong>da</strong> em quatro diferentes<br />

tipos clínicos:<br />

1. <strong>do</strong>r <strong>de</strong> contenção protetora<br />

2. <strong>do</strong>r <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento miofascial<br />

3. <strong>do</strong>r <strong>de</strong> espasmo muscular<br />

4. <strong>do</strong>r <strong>de</strong> inflamação muscular<br />

5. fibromialgia<br />

1. Dor <strong>de</strong> contenção protetora<br />

Está liga<strong>da</strong> a um mecanismo <strong>de</strong> proteção reflexa, on<strong>de</strong> os músculos<br />

esqueletais se tornam sensíveis ou <strong>do</strong>lori<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> submeti<strong>do</strong>s à<br />

movimentação. Situação traumática gera a <strong>do</strong>r <strong>de</strong> contenção protetora, que<br />

felizmente é <strong>de</strong> curta duração, permanecen<strong>do</strong> apenas durante alguns dias após a<br />

remoção <strong>do</strong> agente <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>do</strong>r. O relacionamento com os músculos<br />

mastigatórios está no bruxismo, apertamento <strong>de</strong>ntal, interferências oclusais e<br />

tratamentos <strong>de</strong>ntais prolonga<strong>do</strong>s, entre outros. Para i<strong>de</strong>ntificar a origem <strong>da</strong> <strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />

contenção, <strong>de</strong>ve-se revisar os sintomas <strong>da</strong> disfunção muscular que aparecem<br />

normalmente como: tensão <strong>do</strong>(s) músculo(s) envolvi<strong>do</strong>(s); influência inibi<strong>do</strong>ra <strong>da</strong><br />

<strong>do</strong>r, quan<strong>do</strong> o músculo é contraí<strong>do</strong>; sensação <strong>de</strong> fraqueza muscular<br />

(pseu<strong>do</strong>paralisia); <strong>do</strong>r quan<strong>do</strong> em função e; ausência <strong>de</strong> <strong>do</strong>r em posição<br />

mandibular postural. Comumente, já que este é um mecanismo protetor, a<br />

contenção <strong>de</strong>saparece rapi<strong>da</strong>mente quan<strong>do</strong> não existe mais a causa . Desta<br />

forma, o conhecimento <strong>do</strong> evento que possa ser o agente causa<strong>do</strong>r, é essencial<br />

para o a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> tratamento. Algumas vezes a <strong>do</strong>r po<strong>de</strong> passar por si só através<br />

<strong>da</strong> remoção involuntária <strong>do</strong> agente inicia<strong>do</strong>r. Contu<strong>do</strong>, o normal é a i<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>do</strong> fator e a sua remoção para a resolução <strong>do</strong>s sintomas. Exemplo típico é uma<br />

restauração em <strong>de</strong>sarmonia com a oclusão que após a remoção <strong>da</strong>s<br />

interferências, <strong>de</strong>volve ao paciente as condições oclusais pré-existentes,<br />

eliminan<strong>do</strong> os sintomas.<br />

42


2. Dor miofascial (Ponto Desenca<strong>de</strong>ante)<br />

Não existe até hoje na literatura um consenso ou comprovação <strong>do</strong> fator<br />

etiológico que melhor explique a <strong>do</strong>r miofascial. Predisposição, fatores<br />

psicológicos, orgânicos etc, já foram amplamente discuti<strong>do</strong>s. No entanto, fatores<br />

traumáticos estão sempre associa<strong>do</strong>s ao aparecimento <strong>do</strong>s pontos<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>antes (algógenos-f/jggrer points), que são pontos palpáveis com<br />

diâmetro <strong>de</strong> 2 - 5mm, localiza<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> muscular, fascia, tendão e/ou<br />

ligamentos.<br />

Estes pontos po<strong>de</strong>m estar em esta<strong>do</strong> ativo ou latente. Quan<strong>do</strong> ativos,<br />

promovem <strong>do</strong>r irradia<strong>da</strong> em zonas <strong>de</strong> referência, imediatamente ou logo em<br />

alguns segun<strong>do</strong>s, após a palpação. Se latentes, não produzem <strong>do</strong>r, mas causam<br />

restrição <strong>de</strong> movimentos e fraqueza muscular. Po<strong>de</strong>m permanecer latentes<br />

durante anos, mas estão sempre predispostos a se tornarem ativos por menor<br />

que seja o esforço muscular, estiramento ou qualquer situação traumática.<br />

Músculo normal não contém pontos <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>antes em suas fibras, logo,<br />

não produz <strong>do</strong>r referi<strong>da</strong> quan<strong>do</strong> palpa<strong>do</strong>. Qualquer indivíduo em qualquer i<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento <strong>do</strong>loroso. No entanto, parece que<br />

mulheres <strong>de</strong> meia i<strong>da</strong><strong>de</strong>, se<strong>de</strong>ntárias, são as mais vulneráveis. Cefaléias<br />

tensionais, mialgias e outros transtornos musculares po<strong>de</strong>m apresentar<br />

características idênticas requeren<strong>do</strong> especial atenção para o diagnóstico, pois<br />

po<strong>de</strong>m representar apenas uma variação <strong>da</strong> patologia subjacente. O quadro<br />

seguinte mostra as principais características, associa<strong>da</strong>s à <strong>do</strong>r miofascial 118 .<br />

Características <strong>Clínica</strong>s<br />

- pontos palpáveis com zona <strong>de</strong> referência <strong>do</strong>lorosa à distância.<br />

- palpação altera o padrão <strong>de</strong> <strong>do</strong>r.<br />

- <strong>do</strong>r constante <strong>de</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> variável.<br />

- a injeção no ponto <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ante alivia a <strong>do</strong>r.<br />

- a distinção <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ante alivia a <strong>do</strong>r.<br />

- <strong>do</strong>r po<strong>de</strong> ocorrer em repouso<br />

43


- raramente a <strong>do</strong>r é simétrica em ambos os la<strong>do</strong>s <strong>do</strong> corpo.<br />

- pontos <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>antes que são ativa<strong>do</strong>s por situações traumáticas.<br />

- rigi<strong>de</strong>z muscular.<br />

- fraqueza muscular.<br />

Fatores Contribuintes<br />

- stress físico.<br />

- stress mental.<br />

- hábitos parafuncionais.<br />

- transtornos emocionais.<br />

- tensão postural<br />

- nutrição ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong><br />

- se<strong>de</strong>ntarismo<br />

- predisposição em mulheres <strong>de</strong> meia i<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

- <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns endócrinas e metabólicas.<br />

- infecções crônicas.<br />

- situações traumáticas.<br />

3. Dor <strong>de</strong> espasmo muscular<br />

Espasmo muscular é por <strong>de</strong>finição uma contração súbita e involuntária <strong>de</strong><br />

um músculo ou <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> músculos, acompanha<strong>da</strong> por <strong>do</strong>r e restrição nos<br />

movimentos. Através <strong>de</strong> estímulos, ocorre a função muscular <strong>de</strong> contração e<br />

relaxamento. Se o músculo ao se contrair e relaxar, não retornar ao seu tamanho<br />

original, um constante esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> tensão muscular residual permanecerá,<br />

originan<strong>do</strong> uma redução <strong>da</strong> elastici<strong>da</strong><strong>de</strong> muscular. Por razões adversas, as<br />

contrações musculares aumentam, on<strong>de</strong>, através <strong>de</strong> um mecanismo cíclico,<br />

diminuem ain<strong>da</strong> mais a elastici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> músculo. Seguin<strong>do</strong> nesta progressão,<br />

resulta-se numa série <strong>de</strong> sintomas que variam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> restrição nos movimentos<br />

sem <strong>do</strong>r, até a <strong>do</strong>r agonizante incapacitante. O exame <strong>de</strong> eletromiografia aponta<br />

aumento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> eletromiográfica muscular quan<strong>do</strong> em posição <strong>de</strong> repouso<br />

(postural).<br />

44


A presença <strong>do</strong> espasmo muscular se relaciona muito à tensão emocional.<br />

Temos também nota<strong>do</strong> na clínica, maior predisposição ao espasmo muscular nos<br />

pacientes braquifaciais com hábitos parafuncionais ativos. A <strong>do</strong>r <strong>de</strong> contenção<br />

protetora quan<strong>do</strong> não trata<strong>da</strong>, po<strong>de</strong> evoluir a espasmo muscular, que por sua vez<br />

po<strong>de</strong> redun<strong>da</strong>r em miosite. A transição <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ante (Trigger Points)<br />

em espasmo muscular também tem íntima relação. A <strong>do</strong>r <strong>de</strong> espasmo muscular<br />

normalmente é agu<strong>da</strong> e incapacitante, levan<strong>do</strong> o paciente a assumir e manter<br />

posições que para ele são mais confortáveis. Este tipo <strong>de</strong> condição trouxe<br />

conceitos terapêuticos equivoca<strong>do</strong>s <strong>de</strong> imobilização. O tratamento indica<strong>do</strong> é a<br />

movimentação orienta<strong>da</strong> <strong>do</strong> músculo, explica<strong>do</strong> posteriormente nos itens 2.5 118 .<br />

4. Dor <strong>de</strong> inflamação muscular<br />

É uma inflamação agu<strong>da</strong> muscular caracteriza<strong>da</strong> por enrijecimento, e<strong>de</strong>ma,<br />

limite <strong>de</strong> movimentos e <strong>do</strong>r severa. Freqüentemente atinge o músculo e o seu<br />

antagonista. É caracteriza<strong>do</strong>, especialmente por <strong>do</strong>r severa e incapacitante. O<br />

exame <strong>de</strong> palpação muscular é especialmente muito sensível, dificultan<strong>do</strong> a sua<br />

execução. Qualquer movimentação ou manipulação não é bem tolera<strong>da</strong> pelo<br />

paciente, tornan<strong>do</strong> a terapia bem <strong>de</strong>lica<strong>da</strong>. Eletromiograficamente o músculo<br />

mostra-se <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s padrões <strong>de</strong> normali<strong>da</strong><strong>de</strong> quan<strong>do</strong> examina<strong>do</strong> em posição<br />

postural.<br />

Clinicamente as características mais notáveis na miosite são:<br />

- sinais cardinais <strong>da</strong> inflamação (<strong>do</strong>r,calor,rubor,tumor);<br />

- <strong>do</strong>r incapacitante;<br />

- <strong>do</strong>r em repouso, exacerba<strong>da</strong> por movimentos mesmo que pequenos;<br />

- <strong>do</strong>r à palpação muscular;<br />

- se a causa for infecção, a febre po<strong>de</strong> estar presente.<br />

A história pregressa revela que a situação traumática é o fator mais<br />

freqüente na miosite. Hábitos parafuncionais, stress emocional, stress físico,<br />

contrações musculares excessivas, uso abusivo, intubações, trauma externo<br />

45


(panca<strong>da</strong>), estão entre os fatores traumáticos mais comuns na clínica<br />

o<strong>do</strong>ntológica.<br />

5. Fibromialgia<br />

É uma <strong>do</strong>ença sistêmica que <strong>de</strong>senvolve <strong>do</strong>r profun<strong>da</strong> e constante em<br />

vários pontos <strong>do</strong> corpo, inclusive nos músculos cervicais e faciais. Estes pontos<br />

não são trigger points, pois apresentam sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> apenas localiza<strong>da</strong>, não<br />

referin<strong>do</strong> padrão secundário <strong>de</strong> <strong>do</strong>r.<br />

As articulações po<strong>de</strong>m apresentar-se incha<strong>da</strong>s como conseqüência <strong>do</strong>s<br />

teci<strong>do</strong>s vizinhos. Traumas locais, sobrecarga estruturais, distúrbios <strong>de</strong> sono,<br />

parestesias, fadiga e alta irritabili<strong>da</strong><strong>de</strong> têm si<strong>do</strong> reporta<strong>do</strong>s na maioria <strong>do</strong>s<br />

pacientes. Como a <strong>do</strong>r é <strong>do</strong> tipo crônica, alterações emocionais e <strong>de</strong>pressão<br />

também aparecem. Doenças neurológicas, artrites e <strong>do</strong>r miofascial, apresentam<br />

sintomas semelhantes e <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>scarta<strong>da</strong>s inicialmente.<br />

A etiologia é <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong>. Situações traumáticas, baixos índices<br />

plasmáticos <strong>de</strong> serotonina associa<strong>do</strong>s ao distúrbio <strong>do</strong> sono e predisposição<br />

genética têm si<strong>do</strong> correlaciona<strong>do</strong>s com freqüência à fibromialgia. A maior<br />

porcentagem <strong>do</strong>s casos está em mulheres na faixa <strong>do</strong>s 25-50 anos, se<strong>de</strong>ntárias,<br />

com alto nível <strong>de</strong> stress (físico e emocional). WOLF 131 em 1989, estabeleceu<br />

critérios diagnósticos para a fibromialgia:<br />

- <strong>do</strong>r ou rigi<strong>de</strong>z generaliza<strong>da</strong>s que perduram por 3 meses ou mais,<br />

afetan<strong>do</strong> 3 ou mais sítios anatômicos;<br />

- hipersensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> reproduzi<strong>da</strong> bilateralmente em pelo menos 11 <strong>do</strong>s 18<br />

sítios pré-estabeleci<strong>do</strong>s;<br />

- exclusão <strong>de</strong> outros transtornos que produzem sintomas similares.<br />

A fibromialgia não é uma <strong>do</strong>ença inflamatória, portanto, administrar-se<br />

antiinflamatórios não é indica<strong>do</strong>. É uma afecção crônica com <strong>do</strong>r constante, a qual<br />

lentamente corrói a estrutura emocional originan<strong>do</strong> baixa motivação, <strong>de</strong>pressão,<br />

angústias, <strong>de</strong>sânimo geral e alta irritabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, o que faz muitos profissionais,<br />

46


amigos e familiares acreditar que o indivíduo sofre <strong>de</strong> alterações psíquicas. O<br />

tratamento é apenas sintomático, diminuin<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> o que possa ser traumático<br />

para o <strong>do</strong>ente. Placas interoclusais miorelaxantes, analgésicos e fisioterapia estão<br />

indica<strong>do</strong>s para o alívio <strong>de</strong> <strong>do</strong>r. A indicação <strong>de</strong> exercícios físicos aeróbicos<br />

mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s, administração <strong>de</strong> complexo B e dieta rica em carbohidratos também<br />

são indica<strong>do</strong>s como terapia <strong>de</strong> suporte. A terapêutica médica po<strong>de</strong> variar entre<br />

amitriptilina, ciclobenzaprina ou nortriptilina <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a preferência médica.<br />

Contu<strong>do</strong>, o indivíduo po<strong>de</strong> manter-se relativamente bem por um perío<strong>do</strong> e,<br />

repentinamente, voltar a ter as crises <strong>do</strong>lorosas.<br />

II - Disfunções Intra-Articulares<br />

As disfunções intra-articulares são alterações que ocorrem especificamente<br />

na articulação têmporo-mandibular, envolven<strong>do</strong> seus componentes como um to<strong>do</strong><br />

ou em separa<strong>do</strong>. Para fins didáticos, faremos sucinta classificação <strong>do</strong>s problemas<br />

<strong>de</strong> origem intra-articular 92 , coloca<strong>do</strong>s a seguir:<br />

- anormali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento;<br />

- <strong>do</strong>enças articulares;<br />

- <strong>de</strong>sarranjo disco/côndilo.<br />

1. Anormali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

- aplasia condilar<br />

- hipoplasia condilar<br />

- hyperplasia condilar<br />

- condroma<br />

- síndrome <strong>de</strong> Eagle<br />

- alongamento <strong>do</strong> processo coronói<strong>de</strong><br />

47


2. Doenças articulares<br />

- sinovite/capsulite<br />

- retrodiscite<br />

- artrite <strong>de</strong>generativa<br />

- artrite reumatói<strong>de</strong><br />

- osteocondrose<br />

- infecções<br />

- tumores<br />

- gota<br />

- fraturas<br />

- fibro anquilose<br />

- condromatose sinovial<br />

- fibrose capsular<br />

2.5 Tratamento clínico <strong>da</strong>s disfunções têmporo-mandibulares<br />

Durante muito tempo a o<strong>do</strong>ntologia preocupou-se em tratar os <strong>de</strong>ntes<br />

separa<strong>da</strong>mente. Posteriormente, o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> relacionamento <strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntes, trouxe<br />

várias teorias e conclusões importantes para o tratamento <strong>da</strong>s arca<strong>da</strong>s. O<br />

correlacionamento <strong>da</strong> ociusão com as ATMs na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 30, através <strong>de</strong><br />

COSTEN 32 , SICHER e Du BRULL e outros 106 , abriu um caminho imenso para o<br />

estu<strong>do</strong> conjunto <strong>da</strong> cabeça, pescoço, <strong>de</strong>ntes e ATM. Sinais e sintomas antes não<br />

observa<strong>do</strong>s, começaram a ser nota<strong>do</strong>s sob diferentes consi<strong>de</strong>rações e em<br />

diferentes áreas. Fatores biológicos, bioquímicos, estruturais, comportamentais,<br />

posturais e psicológicos passaram a ter importância quan<strong>do</strong> conjuga<strong>do</strong>s aos<br />

músculos <strong>de</strong>ntes e ATM. Diante <strong>de</strong> tanta abrangência e complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>, tornou-se<br />

a disfunção crânio-mandibular uma patologia <strong>de</strong> caráter multidisciplinar. No<br />

entanto, os profissionais responsáveis pelo diagnóstico <strong>de</strong>vem ter critérios para<br />

diferenciar fatores que iniciam, perpetuam ou resultam <strong>do</strong> problema físico.<br />

48


Estabelecer um padrão <strong>de</strong> sucesso no diagnóstico em pacientes com<br />

disfunção crânio mandibular é difícil, porque a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> psicossocial e as<br />

interações somáticas <strong>da</strong> <strong>do</strong>r, trazem freqüentemente vários diagnósticos. Falhar<br />

no reconhecimento <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença, e, consequentemente, falhar no tratamento,<br />

acarreta na maioria <strong>da</strong>s vezes resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sastrosos para o paciente e para o<br />

clínico.<br />

Dentre to<strong>da</strong>s as <strong>do</strong>res que acometem a face, a cabeça e o pescoço, a <strong>do</strong>r<br />

muscular é o mais comum diagnóstico. Sua sintomatologia é complexa,<br />

envolven<strong>do</strong> fatores psicossocial e comportamental às vezes associa<strong>do</strong>s à outras<br />

disfunçoes concomitantes.<br />

A alteração muscular produz <strong>do</strong>r que emana <strong>da</strong> patologia ou <strong>da</strong> disfunção<br />

<strong>do</strong> músculo. Estas disfunçoes freqüentemente possuem um intercâmbio entre<br />

elas, contu<strong>do</strong> o seu reconhecimento clínico é importante para o correto<br />

tratamento. As disfunçoes musculares ocorrem em diferentes partes <strong>da</strong> cabeça,<br />

face, pescoço, corpo e extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e são reconheci<strong>da</strong>s principalmente como:<br />

contratura muscular; espasmo muscular; síndrome <strong>da</strong> <strong>do</strong>r miofascial; fibromialgia;<br />

miosite e <strong>do</strong>r secundária {trigger points).<br />

Procediementos Terapêuticos:<br />

1. Crioterapia<br />

Indicações:<br />

- auxiliar na remissão <strong>da</strong> <strong>do</strong>r;<br />

- auxiliar na fisioterapia;<br />

- auxiliar no tratamento <strong>do</strong> espasmo muscular;<br />

- auxiliar no tratamento <strong>da</strong> inflamação muscular.<br />

49


Razões:<br />

- através <strong>da</strong> penetração <strong>do</strong> frio, diminui-se a concentração <strong>de</strong> histamina,<br />

conseqüentemente aumentan<strong>do</strong> o limiar <strong>da</strong> <strong>do</strong>r;<br />

- a propagação <strong>da</strong> <strong>do</strong>r po<strong>de</strong> ser interrompi<strong>da</strong> através <strong>da</strong> estimulação<br />

súbita <strong>do</strong> frio na área;<br />

- a aplicação tópica <strong>do</strong> frio com pressão controla<strong>da</strong> (táctil térmica) serve<br />

como estímulo para modificar a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>do</strong>r.<br />

As formas encontra<strong>da</strong>s para aplicação são: gelo, máscara facial e spray<br />

<strong>de</strong> congelamento (fluormentano ou etilcloreto).<br />

O spray <strong>de</strong> fluormetano ou etilcloreto são <strong>de</strong> satisfatória ação na redução<br />

<strong>da</strong> <strong>do</strong>r, possibilitan<strong>do</strong> certa anestesia <strong>da</strong>s partes envolvi<strong>da</strong>s. As aplicações são<br />

feitas a uma distância aproxima<strong>da</strong> <strong>de</strong> 20 cm, até que uma cama<strong>da</strong> branca e fina<br />

apareça em cima <strong>da</strong> pele. Quan<strong>do</strong> executa<strong>da</strong>s na face, as regiões <strong>do</strong>s olhos,<br />

ouvi<strong>do</strong>s e boca <strong>de</strong>vem ser protegi<strong>da</strong>s 116,117 .<br />

2. Calor<br />

Seus efeitos são aumentar a circulação local e atuar como se<strong>da</strong>tivo. Das<br />

várias mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> calor, dá-se preferência ao calor úmi<strong>do</strong> (toalha ume<strong>de</strong>ci<strong>da</strong><br />

em água quente). As aplicações são recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>de</strong> 4 a 6 vezes ao dia,<br />

durante 15 a 20 minutos, na temperatura média <strong>de</strong> 40 graus centígra<strong>do</strong>s.<br />

Este procedimento á particularmente mais efetivo quan<strong>do</strong> segui<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />

aplicação <strong>de</strong> gelo ou spray <strong>de</strong> fluormetano etilcloreto. Importantíssimo salientar<br />

que a or<strong>de</strong>m inversa, ou seja, gelo <strong>de</strong>pois calor, não é recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>.<br />

3. Anestesia local<br />

A <strong>do</strong>r <strong>de</strong>ntal po<strong>de</strong> muitas vezes gerar <strong>do</strong>res irradia<strong>da</strong>s por to<strong>da</strong> boca e<br />

face, justifican<strong>do</strong> eliminar a sua hipótese antes <strong>de</strong> qualquer outra suspeita.<br />

Quan<strong>do</strong> o exame clínico <strong>de</strong>ntal não mostra sinais evi<strong>de</strong>ntes, a anestesia regional<br />

OMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR/SP IPtf<br />

50


mandibular ou infiltrativa maxilar torna-se efetiva para <strong>de</strong>terminar se a origem <strong>da</strong><br />

<strong>do</strong>r é <strong>de</strong>ntal ou não. Em caso positivo, a <strong>do</strong>r após a anestesia <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>saparecer.<br />

As <strong>do</strong>res <strong>de</strong> origem não <strong>de</strong>ntal que po<strong>de</strong>m ser confundi<strong>da</strong>s com as <strong>de</strong> origem<br />

<strong>de</strong>ntal incluem: sinusite, enxaqueca, trigger points e neuropatias (neuralgia <strong>de</strong><br />

trigêmio, o<strong>do</strong>ntalgia atípica).<br />

A anestesia sem vaso constritor <strong>do</strong> músculo espástico permite aliviar as<br />

<strong>do</strong>res, permitin<strong>do</strong> exercitá-lo <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a melhorar a condição espástica presente.<br />

Esta técnica permite apenas o trabalho muscular na clínica. A manutenção <strong>da</strong><br />

rotina diária <strong>de</strong> exercícios recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> é através <strong>da</strong> técnica <strong>de</strong> crioterapia.<br />

A infiltração <strong>de</strong> anestésico no ponto <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ante provoca o alívio<br />

<strong>do</strong>loroso e induz a transição <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ante ativo para latente.<br />

4. Aqualizer<br />

I<strong>de</strong>aliza<strong>da</strong> por LERMAN 73 , é uma placa <strong>de</strong>scartável, revesti<strong>da</strong> <strong>de</strong> plástico<br />

especial que contém líqui<strong>do</strong> em seu interior o qual se comunica <strong>de</strong> ambos os<br />

la<strong>do</strong>s. Esta comunicação permite que a mandíbula, pela própria ação <strong>do</strong>s<br />

músculos, procure o "ótimo" fisiológico para aquele indivíduo.<br />

5. J/g/Calibra<strong>do</strong>res<br />

LÚCIA 79 foi o preconiza<strong>do</strong>r <strong>do</strong> jig, que foi proposto inicialmente como<br />

auxiliar no registro maxilomandibular. É um anteparo anterior, confecciona<strong>do</strong> em<br />

resina acrílica (duralay) que provoca a ausência <strong>de</strong> contato <strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntes<br />

posteriores quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> fechamento <strong>da</strong> mandíbula, possibilitan<strong>do</strong> que a mandíbula<br />

<strong>de</strong>slize livremente, sem interferências, em to<strong>do</strong>s os senti<strong>do</strong>s.<br />

Os calibra<strong>do</strong>res são lâminas <strong>de</strong> acetato sobrepostas umas sobre as outras,<br />

que produzem o mesmo efeito <strong>do</strong> Jig. Foram propostos por LONG, on<strong>de</strong> a<br />

vantagem resi<strong>de</strong> justamente no fato <strong>do</strong>s mesmos estarem prontos para uso 80 .<br />

51


Sua utilização emergencial foi sugestiona<strong>da</strong> por McHORRIS , no<br />

<strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> "Teste <strong>de</strong> McHorris", que visa retirar o feixe superior <strong>do</strong> pterigoi<strong>de</strong>o<br />

lateral <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> espástico.<br />

6. Estimulação Elétrica Neural Transcutânea<br />

A estimulação elétrica neural transcutânea é <strong>de</strong>scrita na medicina como<br />

forma efetiva <strong>de</strong> tratamento muscular. Tratar o músculo é relaxar, normalizar e<br />

controlar a musculatura. A estimulação elétrica aplica<strong>da</strong> à o<strong>do</strong>ntologia visa o<br />

relaxamento e controle <strong>do</strong>s músculos mandibulares envolvi<strong>do</strong>s. Através <strong>de</strong><br />

eletro<strong>do</strong>s coloca<strong>do</strong>s na região <strong>da</strong> chanfradura sigmoidéa, os estímulos irão atingir<br />

a porção motora <strong>do</strong> V e VII pares <strong>de</strong> nervos cranianos. As contrações provoca<strong>da</strong>s<br />

pela estimulação elétrica são rápi<strong>da</strong>s, bran<strong>da</strong>s e repetitivas, atuan<strong>do</strong> como uma<br />

bomba, forçan<strong>do</strong> a saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> sangue venoso <strong>do</strong>s músculos, aumentan<strong>do</strong> o fluxo<br />

arterial, restabelecen<strong>do</strong>-se assim, o metabolismo aeróbico 56,91 .<br />

7. lontoforese<br />

É a utilização <strong>de</strong> corrente elétrica <strong>de</strong> baixa amperagem para a introdução<br />

<strong>de</strong> terapêutica medicamentosa nos teci<strong>do</strong>s. Certos medicamentos carregam sais<br />

ionizáveis que através <strong>da</strong> corrente elétrica se repelem <strong>do</strong> eletro<strong>do</strong> que possui<br />

polari<strong>da</strong><strong>de</strong> similar, caminhan<strong>do</strong> em direção ao eletro<strong>do</strong> oposto. Há vários<br />

medicamentos que são ionizáveis e dissocia<strong>do</strong>s em sais que po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>do</strong>s<br />

na o<strong>do</strong>ntologia 49 .<br />

Para tratamento <strong>da</strong>s articulações e músculos inflama<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>-se fazer<br />

uso <strong>de</strong> solução injetável <strong>de</strong> Voltarem 75 (antiinflamatório não esterói<strong>de</strong>) ou solu-<br />

medrol (corticosterói<strong>de</strong>) 7,49 .<br />

52


8. Placas interoclusais:- Estabiliza<strong>do</strong>ra<br />

- Reposiciona<strong>do</strong>ra<br />

Dentre as formas <strong>de</strong> tratamento para a solução <strong>de</strong> casos com<br />

sintomatologia <strong>do</strong>lorosa <strong>do</strong>s músculos faciais, surge a placa interoclusal como<br />

forte alia<strong>da</strong> nesta batalha. Excelente opção requer indicação e acompanhamento<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para se obter bons resulta<strong>do</strong>s. A análise cui<strong>da</strong><strong>do</strong>sa <strong>do</strong>s sinais e<br />

sintomas é <strong>de</strong> importância relevante no julgamento <strong>de</strong>sta mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> terapêutica.<br />

A placa interoclusal miorrelaxante é um tratamento conserva<strong>do</strong>r e<br />

reversível <strong>de</strong> extrema eficácia na diminuição <strong>da</strong> sintomatologia muscular. Sua<br />

indicação <strong>de</strong> uso 24 h/dia, está embasa<strong>da</strong> na ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> muscular <strong>da</strong> <strong>de</strong>glutição,<br />

executa<strong>da</strong> em torno <strong>de</strong> 1000-2000 vezes/dia. Este fato suporta a recomen<strong>da</strong>ção<br />

diurna <strong>da</strong> placa 27,30 .<br />

A placa interoclusal reposiciona<strong>do</strong>ra é indica<strong>da</strong> para tratamento <strong>da</strong>s<br />

disfunções intra-articulares. Os ruí<strong>do</strong>s articulares po<strong>de</strong>m aparecer isola<strong>do</strong>s ou<br />

com <strong>do</strong>r, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser trata<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma conserva<strong>do</strong>ra em gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s<br />

casos. Eliminar o torque mandibular e, conseqüentemente, reposicionar o disco<br />

articular entre as estruturas ósseas, é o principal objetivo <strong>de</strong>sta mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

tratamento 42 .<br />

A resposta ao tratamento inicial através <strong>de</strong> placa reposiciona<strong>do</strong>ra <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> histórico, i<strong>da</strong><strong>de</strong>, tipo <strong>de</strong> discrepância, tempo existente <strong>da</strong> patologia, resposta<br />

<strong>do</strong> organismo às alterações sofri<strong>da</strong>s, hábitos correlaciona<strong>do</strong>s, padrão<br />

psicoemocional, disposição para tratar, capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> assimilação <strong>da</strong> terapia<br />

indica<strong>da</strong>, seguir as recomen<strong>da</strong>ções à risca e confiança no profissional estão entre<br />

outros que po<strong>de</strong>m alterar o prognóstico e, conseqüentemente, o tratamento<br />

<strong>de</strong>finitivo.<br />

53


9. Exercícios <strong>de</strong> fisioterapia<br />

É comum, por hábitos, posições viciosas ao <strong>do</strong>rmir, posições durante o<br />

trabalho e relacionamento oclusal entre outros motivos, forçar a musculatura a<br />

permanecer em posições ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s por muito tempo, causan<strong>do</strong> sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

<strong>do</strong>r. Exercícios posturais são necessários para <strong>de</strong>volver a saú<strong>de</strong> <strong>do</strong>s músculos,<br />

como também servir <strong>de</strong> instrumento na troca <strong>de</strong> hábitos.<br />

10. Terapia com laser em baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

- Disfunção <strong>da</strong> ATM<br />

Na atuali<strong>da</strong><strong>de</strong>, é alarmante o crescimento <strong>de</strong> pacientes com esse tipo <strong>de</strong><br />

disfunção trata<strong>do</strong>s geralmente com fortes analgésicos ou corticosterói<strong>de</strong>s,<br />

aplica<strong>do</strong>s localmente, cujos efeitos colaterais são bastante conheci<strong>do</strong>s. Como<br />

alternativa terapêutica, o laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tem-se mostra<strong>do</strong> como uma<br />

opção na eliminação <strong>da</strong> <strong>do</strong>r e relaxamento <strong>da</strong> musculatura, não eliminan<strong>do</strong> porém<br />

a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamentos clínicos reabilita<strong>do</strong>res. É importante salientar que,<br />

apesar <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhos encontra<strong>do</strong>s na literatura, as informações<br />

sobre os efeitos <strong>do</strong> laser em baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> em teci<strong>do</strong>s biológicos são<br />

controversas, na maioria <strong>da</strong>s vezes não são conclusivas relatan<strong>do</strong> principalmente<br />

casos clínicos ou observacionais, com pouco embasamento científico.<br />

Relataremos a seguir alguns <strong>do</strong>s artigos publica<strong>do</strong>s internacionalmente,<br />

consistentes ou não, no tratamento <strong>da</strong> ATM.<br />

Em estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s por SATTAYUT e BRADLEY 104 , 15 pacientes que<br />

sofriam <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns têmporo-mandibulares foram submeti<strong>do</strong>s a mensuraçao por<br />

algometria eletrônica e eletromiografia (EMG) <strong>do</strong> limiar <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong> <strong>do</strong>r (PPT).<br />

O objetivo <strong>de</strong>sse estu<strong>do</strong> foi mensurar a <strong>do</strong>r através <strong>da</strong> resposta <strong>da</strong>s análises PPT<br />

nas disfunções têmporo-mandibulares. Um "<strong>do</strong>uble blind that' (tratamento duplo<br />

cego), usa<strong>do</strong> para comparação <strong>de</strong> <strong>do</strong>is grupos <strong>de</strong> pacientes escolhi<strong>do</strong>s ao acaso)<br />

foi aplica<strong>do</strong> nos 15 pacientes que sofriam <strong>de</strong> miogenia. Os pacientes foram<br />

aleatoriamente distribuí<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> três grupos e submeti<strong>do</strong>s a irradiação laser<br />

em pontos gatilho <strong>de</strong> músculos com sensação <strong>do</strong>lorosa, sen<strong>do</strong> que o tipo <strong>de</strong><br />

54


adiação laser aplica<strong>da</strong> para ca<strong>da</strong> grupo foi: LILT convencional, LILT modifica<strong>do</strong><br />

(MLILT) e placebo inativo, respectivamente.<br />

A <strong>do</strong>sagem para ca<strong>da</strong> paciente foi feita distribuin<strong>do</strong>-se o laser em seis<br />

locais distintos:<br />

- região posterior <strong>da</strong> ATM afeta<strong>da</strong>, para irradiar a parte mais rica em<br />

inervação <strong>da</strong> região posterior <strong>da</strong> articulação (mandíbula aberta);<br />

- interface <strong>da</strong> articulação para irradiar o flui<strong>do</strong> sinovial (mandíbula aberta);<br />

- incisura sigmói<strong>de</strong> para irradiar o nervo motor <strong>do</strong> masseter e outros<br />

elementos <strong>da</strong> divisão mandibular <strong>do</strong> nervo trigêmio (mandíbula fecha<strong>da</strong>);<br />

- os três piores trigger points <strong>do</strong>s músculos mastigatórios.<br />

A <strong>do</strong>se <strong>da</strong> terapia corn laser em baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> aumenta<strong>da</strong> nesse teste<br />

foi capaz <strong>de</strong> mostrar um aumento <strong>do</strong> limiar <strong>de</strong> <strong>do</strong>r (PPT) em pacientes com<br />

miogenia - disfunção <strong>da</strong> articulação têmporo-mandibular, quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> com<br />

a aplicação <strong>de</strong> laser <strong>de</strong> menor intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Pelo menos a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> energia<br />

usa<strong>da</strong> neste teste fracassou para mostrar estatisticamente resulta<strong>do</strong>s diferentes<br />

compara<strong>do</strong>s ao placebo. O grupo on<strong>de</strong> foi usa<strong>da</strong> maior energia, pareceu<br />

apresentar um aumento na média eletromiográfica, enquanto os outros mostraram<br />

uma diminuição neste valor.<br />

A laserterapia tem a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aliviar a <strong>do</strong>r, diminuin<strong>do</strong> a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

muscular (BRADLEY) 20 . O paciente <strong>de</strong>ve ser orienta<strong>do</strong> <strong>de</strong> que essa terapia não<br />

substitui o tratamento clínico reabilita<strong>do</strong>r, tais como, orto<strong>do</strong>ntia, ajustes oclusais,<br />

reabilitações protéticas, etc.<br />

Outra forma <strong>de</strong> aplicação como bioestimula<strong>do</strong>r em analgesia sugeri<strong>da</strong> por<br />

BORAKS 17 , foi com aplicações extrabucais por to<strong>da</strong> região <strong>da</strong> ATM, seguin<strong>do</strong> por<br />

to<strong>do</strong> o trajeto <strong>do</strong> músculo masseter <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o arco zigomático ao ângulo <strong>da</strong><br />

mandíbula, e aplicações intrabucais na região <strong>da</strong> apófise coronoi<strong>de</strong> e trígono<br />

retromolar, sobre o rebor<strong>do</strong> alveolar (Fig. 6).<br />

55


Fig. 6 - Locais <strong>de</strong> aplicação <strong>do</strong> laser no tratamento <strong>da</strong> ATM<br />

sugeri<strong>do</strong> por Boraks 17 .<br />

Em estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s por Giuseppe Tarn 114 com 372 pacientes (206<br />

mulheres e 166 homens) durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1987 a janeiro <strong>de</strong> 1997, foi<br />

observa<strong>do</strong> que o laser <strong>de</strong> dio<strong>do</strong> (GaAs, A=904nm) atua sobre o esta<strong>do</strong> energético<br />

<strong>da</strong>s mitocôndrias. O laser ativa a produção <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> araquidônico e atua na<br />

transformação <strong>da</strong>s prostaglandinas PGG2 e PGH2 em prostaciclina PGL2,<br />

através <strong>da</strong> qual se obtém o equilíbrio <strong>da</strong> pressão plasmática, ação antinflamatória<br />

com redução <strong>de</strong> sintomatologia <strong>do</strong>lorosa. Ain<strong>da</strong> como efeito bioquímico,<br />

observamos uma ação fibrinolítica, que auxilia na resolução <strong>do</strong> e<strong>de</strong>ma já<br />

instala<strong>do</strong>.<br />

Em estu<strong>do</strong>s com pacientes que tinham i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 25 a 70 anos, com média<br />

<strong>de</strong> 45 anos, que sofriam <strong>de</strong> reumatismo, patologias traumáticas e <strong>de</strong>generativas e<br />

ulceras cutâneas, a maioria havia si<strong>do</strong> trata<strong>da</strong> por ortopedistas e reumatologistas<br />

e tinha se submeti<strong>do</strong> a exames <strong>de</strong> Raio-X. To<strong>do</strong>s os pacientes haviam recebi<strong>do</strong><br />

medicação basea<strong>da</strong> no tratamento e/ou fisioterapia com pobres resulta<strong>do</strong>s; cinco<br />

pacientes haviam também si<strong>do</strong> irradia<strong>do</strong>s com lasers <strong>de</strong> HeNe e C02. Dois terços<br />

sofriam <strong>de</strong> <strong>do</strong>res agu<strong>da</strong>s, enquanto os outros sofriam patologias crônicas com<br />

crises recorrentes. Foi usa<strong>do</strong> o laser <strong>de</strong> dio<strong>do</strong> pulsa<strong>do</strong> (GaAs, X=904nm) uma vez<br />

ao dia por cinco dias consecutivos, com intervalos <strong>de</strong> <strong>do</strong>is dias e <strong>do</strong>ze aplicações<br />

em média. Foram irradia<strong>do</strong>s os pontos <strong>de</strong> gatilho, com acesso a pontos <strong>de</strong><br />

articulação e nas raízes principais <strong>do</strong>s músculos estria<strong>do</strong>s adjacentes. Foram<br />

obti<strong>do</strong>s bons resulta<strong>do</strong>s, especialmente em casos <strong>de</strong> osteoartrites <strong>de</strong> vertebras<br />

cervicais, injúrias cometi<strong>da</strong>s no esporte, epicondilite e ulceras cutâneas e casos<br />

56


<strong>de</strong> osteoartrites <strong>da</strong> coxa. 114 O tratamento com o laser <strong>de</strong> dio<strong>do</strong> com comprimento<br />

<strong>de</strong> on<strong>da</strong> <strong>de</strong> 904nm reduziu substancialmente os sintomas tanto quanto melhorou<br />

a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong>stes pacientes, postergan<strong>do</strong> a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cirurgia.<br />

Segun<strong>do</strong> JAN TUNER e LARS HODE 121 (1999) em seu levantamento, o<br />

uso <strong>da</strong> terapia com laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> ain<strong>da</strong> tem sofri<strong>do</strong> muitas críticas<br />

não sen<strong>do</strong> aceito mundialmente como uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> convencional <strong>de</strong><br />

tratamento. O principal alvo <strong>da</strong>s críticas está na escassez <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentações<br />

científicas. Existem publica<strong>do</strong>s mais <strong>de</strong> 2.000 artigos sobre os efeitos biológicos<br />

<strong>de</strong>sta terapia, to<strong>do</strong>s eles evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> os resulta<strong>do</strong>s positivos <strong>de</strong> sua aplicação.<br />

Nos seus estu<strong>do</strong>s sobre a ação <strong>da</strong> terapia com laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, foram<br />

encontra<strong>do</strong>s uma média <strong>de</strong> 140 <strong>do</strong>uble blind clinical studies, sen<strong>do</strong> que mais <strong>de</strong><br />

100 apresentaram resulta<strong>do</strong>s positivos quanto ao seu uso.<br />

Os estu<strong>do</strong>s que apresentaram resulta<strong>do</strong>s negativos para sua aplicação,<br />

<strong>de</strong>monstraram-se cerca<strong>do</strong>s <strong>de</strong> serie<strong>da</strong><strong>de</strong>, entretanto, um número consi<strong>de</strong>rável<br />

<strong>de</strong>sses estu<strong>do</strong>s possuem vários tipos <strong>de</strong> falhas.<br />

No estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> BORAKS, S. e CARLOS 17 foram analisa<strong>do</strong>s <strong>de</strong>z casos <strong>de</strong><br />

distúrbios articulares sen<strong>do</strong> seis pacientes <strong>do</strong> sexo feminino e quatro <strong>do</strong> sexo<br />

masculino com o objetivo <strong>de</strong> resolver a "fase agu<strong>da</strong>" <strong>da</strong> <strong>do</strong>r através <strong>da</strong> aplicação<br />

<strong>do</strong> laser como bioestimula<strong>do</strong>r em analgesia atuan<strong>do</strong> em três áreas:<br />

1- ponto gatilho<br />

2- pontos secundários<br />

3- pontos principais - aplicações extra-bucais por to<strong>da</strong> a região <strong>da</strong> ATM,<br />

pelo trajeto <strong>do</strong> músculo masseter e aplicações intra-bucais na região <strong>de</strong><br />

apófise coronói<strong>de</strong> e trígono retro-molar e sobre o rebor<strong>do</strong> alveolar. As<br />

aplicações foram sempre bilaterais, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> la<strong>do</strong> em que a<br />

sintomatologia era referi<strong>da</strong>.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s foram satisfatórios uma vez que oito pacientes<br />

apresentaram um quadro <strong>de</strong> melhora excelente, e <strong>do</strong>is regular.<br />

57


O trabalho <strong>de</strong> BRUGNERA e PINHEIRO 57 , foi basea<strong>do</strong> no comportamento<br />

<strong>de</strong> 124 pacientes com diagnóstico <strong>de</strong> <strong>do</strong>r nas ATMs frente ao tratamento com<br />

laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, sen<strong>do</strong> 106 <strong>do</strong> sexo feminino e 18 <strong>do</strong> sexo masculino,<br />

com i<strong>da</strong><strong>de</strong>s entre 7 e 81 anos (média <strong>de</strong> 38 anos). Os pacientes seleciona<strong>do</strong>s<br />

sofriam <strong>de</strong> algum tipo <strong>de</strong> <strong>do</strong>r agu<strong>da</strong>, e alguns, <strong>do</strong>r crônica. O laser utiliza<strong>do</strong> foi o<br />

Dio<strong>do</strong> IR 30 Multi <strong>Laser</strong> com 632,8; 670 e 830nm, potência <strong>de</strong> 3,5mW a 40mW e<br />

a <strong>do</strong>se aplica<strong>da</strong> foi calcula<strong>da</strong> <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a severi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s sintomas, em um<br />

total <strong>de</strong> <strong>do</strong>ze aplicações, varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 0,6J/cm 2 a 2,8J/cm 2 <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong> <strong>do</strong> laser (nenhum grupo <strong>de</strong> controle foi utiliza<strong>do</strong> neste<br />

estu<strong>do</strong>). Finaliza<strong>do</strong> o tratamento, 82 pacientes apresentaram-se totalmente<br />

assintomáticos, 20 pacientes com consi<strong>de</strong>rável redução <strong>de</strong> sintomatologia, e 22<br />

pacientes ain<strong>da</strong> permaneceram com os sintomas.<br />

Quarenta pacientes com diferentes tipos <strong>de</strong> <strong>do</strong>r crônica orofacial foram<br />

submeti<strong>do</strong>s a terapia com laser por HANSEN e THOROE 50 , sen<strong>do</strong> 37 <strong>do</strong> sexo<br />

feminino e 3 <strong>do</strong> sexo masculino. O perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> exposição variou <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>do</strong>r. O laser utiliza<strong>do</strong> foi o IR <strong>Laser</strong> dio<strong>do</strong> com potência <strong>de</strong> 30mW e<br />

comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong> <strong>de</strong> 700nm. A <strong>do</strong>se <strong>de</strong> 4,7J/cm 2 foi aplica<strong>da</strong> por 120s, sen<strong>do</strong><br />

a <strong>do</strong>se máxima aplica<strong>da</strong> <strong>de</strong> 9,4J/cm 2 . Após as quatro sessões <strong>de</strong> aplicações, 16<br />

pacientes obtiveram resposta positiva ao tratamento e 11 pacientes manifestaram<br />

algum tipo <strong>de</strong> efeito colateral além <strong>da</strong> intensificação <strong>do</strong>s sintomas.<br />

CONTI 31 , procurou avaliar a ação <strong>da</strong> terapia com laser <strong>de</strong> baixa<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> em pacientes com diagnóstico <strong>de</strong> disfunção têmporo-mandibular<br />

usan<strong>do</strong> um sistema duplo cego (<strong>do</strong>uble blind). Vinte pacientes com <strong>do</strong>r foram<br />

examina<strong>do</strong>s e dividi<strong>do</strong>s em <strong>do</strong>is grupos, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>z com alterações musculares e<br />

<strong>de</strong>z com alterações articulares; foram submeti<strong>do</strong>s a três sessões <strong>de</strong> aplicações<br />

com 4J <strong>de</strong> laser <strong>de</strong> GaAIAs <strong>de</strong> Â=830nm. Po<strong>de</strong>-se observar significativa<br />

diminuição <strong>da</strong> <strong>do</strong>r musculoesquelética, bem como, uma melhora quantitativa <strong>do</strong>s<br />

limites <strong>de</strong> movimentos mandibulares.<br />

/V No estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> SIMUNOVIC 113 , 200 pacientes com quadro <strong>de</strong> <strong>do</strong>r orofacial,<br />

tiveram seus trigger points trata<strong>do</strong>s com terapia com laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

58


Tanto os pacientes com <strong>do</strong>r agu<strong>da</strong>, como crônica, experimentaram a diminuição<br />

<strong>do</strong>s sintomas iniciais.<br />

O laser <strong>de</strong> GaAIAs também foi o escolhi<strong>do</strong> por BEZUUR e HANSON 15 para<br />

o tratamento <strong>de</strong> 27 pacientes com sintomatologia <strong>do</strong>lorosa <strong>da</strong>s ATMs. A aplicação<br />

foi realiza<strong>da</strong> sobre a articulação por cinco dias consecutivos. Deve-se salientar<br />

que os pacientes seleciona<strong>do</strong>s não apresentavam nenhum sinal <strong>de</strong> artrite. Do<br />

total, quinze pacientes (80%) experimentaram o alívio completo <strong>da</strong> <strong>do</strong>r além <strong>do</strong><br />

aumento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> boca.<br />

Foi realiza<strong>do</strong> um estu<strong>do</strong> comparativo <strong>do</strong> uso <strong>da</strong> terapia com laser e outras<br />

duas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento em 36 pacientes porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> disfunção<br />

articular. Para esta comparação, KIM 67 dividiu os pacientes em três grupos <strong>de</strong><br />

tratamento:<br />

Grupo I - placa <strong>de</strong> mordi<strong>da</strong><br />

Grupo II - aplicação <strong>de</strong> laser tipo GaAIAs<br />

Grupo III - acupuntura<br />

O tratamento foi realiza<strong>do</strong> no intervalo <strong>de</strong> duas a quatro semanas. Pô<strong>de</strong>-se<br />

observar uma diminuição <strong>da</strong> sintomatologia em to<strong>do</strong>s grupos quan<strong>do</strong> analisa<strong>do</strong>s<br />

clínica e eletromiograficamente. A terapia com laser, porém, apresentou<br />

resulta<strong>do</strong>s pouco mais significativos que com o uso <strong>da</strong> placa e, ambos, melhores<br />

resulta<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s à acupuntura.<br />

No estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> LOPEZ 74 , 168 pacientes com história <strong>de</strong> disfunção <strong>da</strong>s<br />

ATMs.foram submeti<strong>do</strong>s a tratamento associan<strong>do</strong> o uso <strong>de</strong> placa <strong>de</strong> mordi<strong>da</strong> com<br />

aplicações <strong>de</strong> laser <strong>de</strong> HeNe por 5 minutos sobre a ATM e 6mW <strong>de</strong> potência. Ao<br />

final <strong>do</strong> tratamento, 52 pacientes apresentaram melhora após sessão única, e<br />

90% <strong>do</strong>s pacientes apresentaram melhora significativa após 10 sessões. Através<br />

<strong>da</strong> análise clínica e tomográfica, observou-se que com esta terapia foi obti<strong>do</strong> um<br />

resulta<strong>do</strong> positivo em 6 meses, o que somente com o uso <strong>da</strong> placa aconteceria<br />

entre 12 ou 18 meses. Po<strong>de</strong>-se concluir que a terapia com HeNe é efetiva como<br />

59


complementar às placas <strong>de</strong> mordi<strong>da</strong> nos tratamentos <strong>de</strong> artroses e artrites,<br />

porém, este comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong> não é o melhor para <strong>do</strong>r muscular.<br />

HATANO 52 submeteu 15 pacientes com alteração <strong>da</strong>s ATMs e<br />

sintomatologia <strong>de</strong> <strong>do</strong>r â palpaçâo a terapia com laser <strong>de</strong> GaAIAs, aplican<strong>do</strong> por<br />

3min sobre a ATM, com uma potência <strong>de</strong> 30mW. Foi observa<strong>do</strong> através <strong>da</strong><br />

palpaçâo <strong>do</strong>s pontos <strong>de</strong> <strong>do</strong>r, uma melhora mais efetiva após 20, 40, e 60 minutos<br />

<strong>de</strong> aplicação, quan<strong>do</strong> compara<strong>da</strong> à palpaçâo imediatamente após à aplicação.<br />

BRADLEY et ai 20 realizaram um estu<strong>do</strong> on<strong>de</strong> foram trata<strong>do</strong>s 30 pacientes<br />

com alterações <strong>da</strong>s ATMs e <strong>do</strong>r presente à palpaçâo há mais <strong>de</strong> 6 meses, os<br />

quais foram dividi<strong>do</strong>s em 3 grupos sen<strong>do</strong> um placebo e <strong>do</strong>is on<strong>de</strong> as variáveis<br />

foram a <strong>do</strong>sagem e comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong> utiliza<strong>do</strong>s. Os grupos trata<strong>do</strong>s<br />

receberam três <strong>do</strong>ses ao longo <strong>de</strong> uma semana. A palpaçâo muscular para<br />

<strong>de</strong>tecção <strong>do</strong>s trigger points foi realiza<strong>da</strong> antes e após a irradiação, além <strong>da</strong><br />

análise eletromiográfica <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> muscular. Po<strong>de</strong>-se concluir que, a <strong>do</strong>se <strong>de</strong><br />

100J/cm 2 mostrou-se mais eficiente que a <strong>do</strong>se <strong>de</strong> 20J/cm 2 .<br />

2.6 Interação <strong>do</strong> laser emitin<strong>do</strong> baixa intesi<strong>da</strong><strong>de</strong> com teci<strong>do</strong>s<br />

biológicos<br />

Depois que MAIMAN construiu em 1960 o primeiro laser <strong>de</strong> rubi,<br />

rapi<strong>da</strong>mente suas aplicações começaram a se <strong>de</strong>stacar na área médica,<br />

principalmente em cirurgias 25 . Com esses novos procedimentos cirúrgicos, notou-<br />

se nas áreas vizinhas aos teci<strong>do</strong>s opera<strong>do</strong>s, a aparição <strong>de</strong> alguns efeitos<br />

particulares, entre eles, a analgesia. Estes efeitos começaram a ser estu<strong>da</strong><strong>do</strong>s e<br />

foram <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s <strong>de</strong> bioestimulação.<br />

TOMBERG foi um <strong>do</strong>s primeiros a prestar atenção na existência <strong>de</strong> efeitos,<br />

além <strong>do</strong>s térmicos, <strong>da</strong> radiação laser. Em 1961, utilizan<strong>do</strong> um laser <strong>de</strong> rubi para<br />

irradiar em pequenas <strong>do</strong>ses ratas brancas, observou mu<strong>da</strong>nças sangüíneas como<br />

OMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR/SP IPEi<br />

60


o aumento <strong>de</strong> glóbulos vermelhos, hemoglobina e plaquetas. Ele <strong>de</strong>screveu uma<br />

mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> leucocitose, com aumento <strong>de</strong> linfócitos e megacariócitos e estímulo <strong>de</strong><br />

crescimento <strong>da</strong> medula óssea, após efetuar as irradiações. 119<br />

Em 1966, KLEIN relatou mu<strong>da</strong>nças no esta<strong>do</strong> vital <strong>da</strong>s mitocôndrias<br />

observa<strong>da</strong>s através <strong>de</strong> microscópio eletrônico com um laser <strong>de</strong> A = 694nm. 121<br />

Entre 1967 e 1974, o professor INYUSHIN coor<strong>de</strong>nou na facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Biologia e Medicina na Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Kasachica, os primeiros estu<strong>do</strong>s a<br />

respeito <strong>do</strong>s cita<strong>do</strong>s efeitos biológicos <strong>do</strong>s lasers <strong>da</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Segun<strong>do</strong><br />

as conclusões <strong>do</strong> autor, o laser ativa a formação <strong>de</strong> sangue na medula óssea e<br />

repara a pele <strong>de</strong> feri<strong>da</strong>s; permite a a<strong>de</strong>rência <strong>de</strong> autotransplantes sem problemas,<br />

e em um tempo reduzi<strong>do</strong> com uma reconstrução total <strong>da</strong> pele, e agiliza a<br />

regeneração <strong>de</strong> nervos traumatiza<strong>do</strong>s. Foram observa<strong>do</strong>s excelentes resulta<strong>do</strong>s<br />

no tratamento <strong>de</strong> basaliomas dérmicos e bons resulta<strong>do</strong>s em: poliartrite<br />

reumatódie, artrose inespecífica, en<strong>do</strong>artrite obliterante e úlcera trófica etc 4 .<br />

Portanto, o laser po<strong>de</strong> normalizar a condição bioenergética <strong>do</strong> organismo,<br />

acelerar os processos metabólicos, possibilitar mu<strong>da</strong>nças nas funções celulares,<br />

sem causar <strong>da</strong>nos orgânicos maiores.<br />

As primeiras observações clínica <strong>do</strong> efeito <strong>de</strong> estimulação cicatricial, foram<br />

relata<strong>do</strong>s em 1969, por ENDRE MESTER na publicação: Clinicai Applications of<br />

laser beams (aplicações clínicas <strong>do</strong> laser), on<strong>de</strong> foram menciona<strong>do</strong>s os efeitos <strong>da</strong><br />

radiação laser, <strong>de</strong>screven<strong>do</strong> uma pequena estatística a qual iria <strong>de</strong>spertar o<br />

interesse em futuras aplicações <strong>do</strong> laser. Nesta mesma época, RUBIN confirmou<br />

experimentalmente as diferenças entre irradiar com um laser <strong>de</strong> emissão<br />

vermelha e ultravioleta, mostran<strong>do</strong> que a irradiação na região, compreendi<strong>da</strong><br />

entre 250 e 260nm, acarretava a morte celular. A maioria <strong>do</strong>s autores chegou a<br />

conclusão que as mu<strong>da</strong>nças ocorreram na estrutura <strong>da</strong> membrana <strong>da</strong> mitocôndria<br />

e no retículo en<strong>do</strong>plasmático 25 .<br />

Em 1972, SCHUR, <strong>da</strong> União Soviética, divulgou seu êxito ao tratar com<br />

laser <strong>de</strong> HeNe, feri<strong>da</strong>s resistentes aos tratamentos convencionais. Em 1973,<br />

61


Mester informou sobre o aumento <strong>da</strong> produção <strong>de</strong> colágeno, o qual participa<br />

como ativa<strong>do</strong>r <strong>da</strong> cicatrização, após a irradiação <strong>de</strong> feri<strong>da</strong>s com luz laser. 25<br />

Uma série <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s continuaram a ser realiza<strong>do</strong>s sobre os efeitos <strong>do</strong><br />

laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, até que em 1982, BENEDICENTI 13 confirmou, através<br />

<strong>de</strong> avaliação radioimunológica em humanos, um aumento <strong>da</strong> beta en<strong>do</strong>rfina no<br />

liquor cefalorradiquiano, após a irradiação com luz laser X = 940nm, explican<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>sta forma o efeito analgésico <strong>da</strong> terapia com laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Uma <strong>da</strong>s maiores preocupações para aqueles que estu<strong>da</strong>m a terapia com<br />

laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, é <strong>de</strong>finir qual a profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> penetração <strong>da</strong> luz nos<br />

teci<strong>do</strong>s. Para respon<strong>de</strong>r a esta questão, JIMMIE KERT e LISBETH ROSE 66 ,<br />

dividiram o problema em duas partes; a penetração <strong>da</strong> luz por si só e a<br />

distribuição <strong>do</strong>s efeitos biológicos que ela produz, que estão diretamente<br />

relaciona<strong>do</strong>s com os fenômenos <strong>de</strong> interação <strong>da</strong> luz com o teci<strong>do</strong>. A absorção <strong>da</strong><br />

luz será feita pelos cromóforos <strong>do</strong> teci<strong>do</strong>, principalmente a água, melanina e<br />

hemoglobina, as quais irão interagir com comprimentos <strong>de</strong> on<strong>da</strong> específicos.<br />

A penetração <strong>da</strong> luz laser po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>, qualitativamente, pela Lei <strong>de</strong><br />

Beer e po<strong>de</strong> ser expressa por uma função exponencial: Mo.e" 0 *<br />

A curva <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong> coeficiente <strong>de</strong> atenuação, a qual varia <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong> <strong>da</strong> luz e <strong>da</strong> composição <strong>do</strong> teci<strong>do</strong>. Os efeitos <strong>do</strong> tratamento<br />

estão diretamente liga<strong>do</strong>s à profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> penetração e à <strong>do</strong>se <strong>de</strong> irradiação. A<br />

relação entre <strong>do</strong>se e efeitos <strong>do</strong> tratamento po<strong>de</strong> ser entendi<strong>da</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>da</strong><br />

absorção <strong>do</strong>s fótons que <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>iam uma série <strong>de</strong> reações, até observação<br />

<strong>do</strong>s efeitos biológicos.<br />

KERT 66 também afirmou acreditar na teoria <strong>da</strong> "absorção <strong>de</strong> um fóton",<br />

on<strong>de</strong> um único fóton bem posiciona<strong>do</strong>, no tempo a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, é capaz <strong>de</strong> estimular<br />

a célula.<br />

Deste estu<strong>do</strong>, concluiu-se que houve penetração acima <strong>de</strong> 3 cm <strong>de</strong><br />

profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> nos casos <strong>de</strong> potência acima <strong>de</strong> 120mWatts. Quanto mais alta a<br />

62


potência <strong>da</strong> son<strong>da</strong>, mais alta a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> energia observa<strong>da</strong> nesta<br />

profundi<strong>da</strong><strong>de</strong>, e que existe uma que<strong>da</strong> tipo exponencial, <strong>de</strong> energia, acontecen<strong>do</strong><br />

no primeiro centímetro <strong>do</strong> teci<strong>do</strong>. Subseqüentemente a estes experimentos<br />

realiza<strong>do</strong>s por Bradley, uma camera <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o CCD foi emprega<strong>da</strong> para se obter<br />

uma imagem monocromática <strong>do</strong> feixe <strong>de</strong> luz espalha<strong>do</strong> nos teci<strong>do</strong>s 22 .<br />

Em 1998, o trabalho <strong>de</strong> 1994 foi melhora<strong>do</strong> por BRADLEY et ai 19 , usan<strong>do</strong><br />

uma camera com imagem colori<strong>da</strong> que po<strong>de</strong>ria ser calibra<strong>da</strong> para o uso <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>tectores isotrópicos. Isto permitiu comparações principalmente no relato <strong>da</strong>s<br />

diferenças <strong>de</strong> atenuação entre teci<strong>do</strong> mole e teci<strong>do</strong> duro <strong>de</strong> on<strong>de</strong> foram tira<strong>da</strong>s as<br />

seguintes conclusões:<br />

- radiação <strong>de</strong> 820nm penetra em profundi<strong>da</strong><strong>de</strong>s a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s para terapia<br />

em teci<strong>do</strong>s duros e moles <strong>da</strong> região maxilofacial.<br />

- as maiores <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> energia foram nota<strong>da</strong>s <strong>de</strong> 1 a 1.5cm <strong>de</strong><br />

profundi<strong>da</strong><strong>de</strong>, as quais po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s como zona supressiva<br />

para uma hipotética proposição <strong>de</strong> amortecimento <strong>de</strong> vibrações em<br />

estruturas como fibras nervosas <strong>da</strong> <strong>do</strong>r.<br />

Abaixo <strong>de</strong> 1cm, baixas <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> energia foram observa<strong>da</strong>s como<br />

zona excitatóna, capaz <strong>de</strong> reenergizar enzimas e promover o processo <strong>de</strong><br />

reparação tecidual.<br />

Esta é uma aplicação <strong>da</strong> lei <strong>de</strong> ARNDT SCHULTZ 65100 .<br />

Apesar <strong>do</strong> fato <strong>de</strong> não existir uma teoria universal para explicar os<br />

mecanismos <strong>de</strong> analgesia e <strong>de</strong> bioestimulação pela terapia com laser <strong>de</strong> baixa<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, po<strong>de</strong>mos esperar a promoção <strong>de</strong> alguns efeitos antiinflamatórios e<br />

alívio <strong>de</strong> <strong>do</strong>res articulares e musculares. Os lasers mais comumente utiliza<strong>do</strong>s<br />

são os <strong>de</strong> hélio-neônio e <strong>de</strong> dio<strong>do</strong>.<br />

Recentemente, vários testes clínicos têm si<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong>s no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

obter-se um consenso sobre a exata intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, tempo <strong>de</strong> exposição e local <strong>de</strong><br />

aplicação <strong>do</strong> laser. Entretanto, em muitos casos, os protocolos utiliza<strong>do</strong>s nestes<br />

63


estu<strong>do</strong>s não foram aceitos e segui<strong>do</strong>s clinicamente.lsto leva a uma significativa<br />

controvérsia sobre seus efeitos e formas <strong>de</strong> tratamento.<br />

De acor<strong>do</strong> com TAM et ai 114 , não existem evidências científicas que<br />

<strong>de</strong>monstrem que a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> e comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong> <strong>da</strong> luz laser possam<br />

penetrar estruturas profun<strong>da</strong>s enquanto outros autores acreditam que 95% <strong>da</strong> luz<br />

laser é absorvi<strong>da</strong> pelos primeiros 3mm ou 4mm <strong>de</strong> teci<strong>do</strong> (<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong>).<br />

Uma varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> condições patológicas, incluin<strong>do</strong> artrite reumatói<strong>de</strong>,<br />

neuralgia, <strong>do</strong>r crônica, trigger points, fibromialgia e hipersensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ntinária<br />

têm si<strong>do</strong> trata<strong>do</strong>s com laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> em busca <strong>de</strong> alívio <strong>da</strong> <strong>do</strong>r. Isto<br />

<strong>de</strong>monstra a existência <strong>da</strong> consi<strong>de</strong>rável diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> nos resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s em<br />

diferentes trabalhos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong>s parâmetros e meto<strong>do</strong>logias utiliza<strong>da</strong>s.<br />

O uso <strong>de</strong>sta terapia na O<strong>do</strong>ntologia não é novo, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> utiliza<strong>da</strong> no<br />

Japão e Europa, por mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos. Entretanto, esta última déca<strong>da</strong> foi<br />

marca<strong>da</strong> por uma explosão <strong>de</strong> trabalhos <strong>de</strong> pesquisa relaciona<strong>do</strong>s às vantagens<br />

<strong>de</strong> sua aplicação na clínica diária. 14 ' 20 ' 21 ' 28 - 50 - 68 - 77 ' 85 ' 95 ' 104 - 113<br />

Como to<strong>da</strong> técnica, porém, é fun<strong>da</strong>mental que se reconheça bem seus<br />

princípios básicos, principalmente porque os efeitos e o mecanismo <strong>de</strong> ação <strong>do</strong><br />

laser não são completamente entendi<strong>do</strong>s.<br />

Os lasers em baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> não aumentam a temperatura <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> em<br />

mais que 1°C. O seu principal efeito está basea<strong>do</strong> mais na quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

absorção <strong>de</strong> luz, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>an<strong>do</strong> efeitos fotoquímicos e/ou fotofísicos <strong>do</strong> que na<br />

ativação térmica tecidual.<br />

Os vários tipos <strong>de</strong> laser são <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s pelo seu comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong>. O<br />

intervalo <strong>do</strong> espectro eletromagnético mais usa<strong>do</strong> na terapia com laser <strong>de</strong> baixa<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> situa-se em torno <strong>de</strong> 630nm e 1300nm. A emissão laser po<strong>de</strong> ser<br />

contínua ou pulsátil.<br />

64


Portanto, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como um tipo <strong>de</strong> terapia não-térmica, capaz <strong>de</strong><br />

causar alterações externas nas células e teci<strong>do</strong>s, gera<strong>da</strong>s por diferentes tipos <strong>de</strong><br />

ativações metabólicas. Dentre elas, estimulações <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia respiratória celular,<br />

principalmente a mitocôndria, e aumento <strong>da</strong> vascularização e ativação <strong>de</strong><br />

fibroblastos. A sensibilização <strong>da</strong>s células pela luz laser po<strong>de</strong> ser explica<strong>da</strong> pelos<br />

seus efeitos fotoquímicos e fotofísicos.<br />

- Efeitos fotoquímicos<br />

Em condições fisiológicas, <strong>de</strong>monstrou-se que a absorção <strong>da</strong> radiação<br />

laser <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> potência em um sistema biológico, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong><br />

natureza não coerente.<br />

Os efeitos biológicos <strong>da</strong> luz <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m principalmente <strong>de</strong> sua<br />

monocromoci<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> potência. Quan<strong>do</strong> a luz laser inci<strong>de</strong> em<br />

cultivos com uma única cama<strong>da</strong> <strong>de</strong> células in vitro, conservam-se a polarização, e<br />

a coerência po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminante nos resulta<strong>do</strong>s biológicos. O mesmo ocorre ao<br />

se irradiar o leito <strong>de</strong> uma úlcera em menor proporção, quan<strong>do</strong> se trata <strong>de</strong> uma<br />

superfície mucosa.<br />

A absorção <strong>de</strong> fótons por biomoléculas intracelulares específicas produz<br />

estimulação ou inibição <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s enzimáticas e <strong>de</strong> reações fotoquímicas.<br />

Estas ações <strong>de</strong>terminarão mu<strong>da</strong>nças fotodinâmicas em ca<strong>de</strong>ias complexas e<br />

moléculas básicas <strong>de</strong> processos fisiológicos com conotações terapêuticas.<br />

- Efeitos fotofísicos<br />

Os efeitos fotofísicos ou fotoelétricos são os processos que provocam<br />

modificações nos potenciais <strong>da</strong> membrana, incrementan<strong>do</strong> a síntese <strong>de</strong> ATP<br />

(a<strong>de</strong>nosina trifosfato).<br />

65


A transmissão <strong>de</strong> um estímulo <strong>do</strong>loroso realiza-se mediante modificações<br />

no esta<strong>do</strong> eletrofisiológico <strong>da</strong> membrana <strong>da</strong>s fibras nervosas. Para que a<br />

transmissão <strong>do</strong> impulso exista, é necessário um incremento na permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

membrana aos íons sódio, os quais provocam uma variação <strong>do</strong> potencial <strong>de</strong> até<br />

30mV. A bomba <strong>de</strong> Na + /K + põe-se em marcha, expulsan<strong>do</strong> os íons extras com um<br />

consumo <strong>de</strong> ATP. Nos esta<strong>do</strong>s patológicos, o laser intervém no processo <strong>de</strong><br />

intercâmbio iônico e acelera o processo <strong>de</strong> incremento <strong>de</strong> ATP.<br />

O mecanismo <strong>de</strong> interação molecular primário <strong>do</strong> laser foi <strong>de</strong>scrito em<br />

princípios <strong>do</strong>s anos 80.<br />

Os incrementos <strong>de</strong> ATP mitocondrial que se produzem após a irradiação<br />

laser, favorecem um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> reações que intervém no metabolismo<br />

celular. Entre elas temos:<br />

- aumento <strong>da</strong> síntese <strong>de</strong> DNA e RNA em células eucariotas e procariotas;<br />

- incremento <strong>da</strong> formação <strong>de</strong> colágeno e precursores;<br />

- aumento <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> p-en<strong>do</strong>rfinas no líqui<strong>do</strong> cefalorraquidiano nos<br />

tratamentos <strong>de</strong> algias <strong>do</strong> trigêmio;<br />

- variações quantitativas <strong>de</strong> prostaglandinas;<br />

- capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> imunossupressora. Incremento <strong>da</strong> a<strong>de</strong>são <strong>do</strong>s macrófagos e<br />

linfócitos. Não foram observa<strong>da</strong>s alterações prejudiciais tanto na<br />

imuni<strong>da</strong><strong>de</strong> celular como na humoral;<br />

- a atuação enzimático foi <strong>de</strong>scrita pela liberação <strong>de</strong> substâncias pré-<br />

forma<strong>da</strong>s, como a acetilcolina e a histamina. Foram observa<strong>da</strong>s<br />

variações na ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> NADH, catalase, citocromoxi<strong>da</strong>se, fosfatases<br />

áci<strong>da</strong>s, superóxi<strong>do</strong> dismutase, succinato e <strong>de</strong>sidrogenase;<br />

- a ação <strong>do</strong> laser sobre glândulas secretoras tem si<strong>do</strong> <strong>de</strong>scrita em tirói<strong>de</strong>s,<br />

em hipófise e em glândulas exócrinas;<br />

- estimulaçâo <strong>da</strong> microcirculação vascular e linfática;<br />

- ação na reparação e cicatrização tissular na pele, no sistema nervoso, no<br />

teci<strong>do</strong> ósseo e no bulbo piloso.<br />

66


O quadro a seguir exemplifica o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> estimulação para a terapia com<br />

laser emitin<strong>do</strong> baixa intenis<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Reação base<br />

Fotorreceptores<br />

1<br />

Transdução <strong>de</strong><br />

sinais e<br />

amplificação<br />

1<br />

Fotorreceptores<br />

Cascata <strong>de</strong><br />

resposta<br />

fotoquímica<br />

NAD<br />

ATP<br />

It<br />

NA + H<br />

Na + K + ATPase<br />

i<br />

Ca<br />

1<br />

DNA, RNA<br />

Organelas<br />

implica<strong>da</strong>s<br />

Mitocôndrias<br />

1<br />

Citoplasma<br />

i<br />

Membrana Celular<br />

1<br />

Citoplasma<br />

1<br />

Núcleo<br />

1<br />

Proliferação<br />

celular,<br />

Diferenciação<br />

celular<br />

ou síntese <strong>de</strong><br />

proteínas<br />

Luz visível<br />

Resposta<br />

fotoquímica<br />

Resposta fot Dquímica e fotofísica < ia terapia com laser d e baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>'*' 1UU<br />

Contra-indicações<br />

Luz<br />

67<br />

^— infravermelha<br />

Resposta<br />

fotofísica<br />

A terapia com laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> é uma forma terapêutica que po<strong>de</strong><br />

ser usa<strong>da</strong> na maioria <strong>do</strong>s pacientes, apresentan<strong>do</strong> algumas contradições que tem<br />

si<strong>do</strong> contesta<strong>do</strong>s na literatura:


- usuários <strong>de</strong> marca passo - os marca passos são aparelhos eletrônicos<br />

que não po<strong>de</strong>m ser influencia<strong>do</strong>s pela luz, e sen<strong>do</strong> assim, segun<strong>do</strong> JAN<br />

TÚNER e LARS HODE: 121 , é um engano contra indicar o laser nestes<br />

pacientes.<br />

- mulheres grávi<strong>da</strong>s - altas <strong>do</strong>ses direciona<strong>da</strong>s ao ab<strong>do</strong>mem <strong>de</strong>vem ser<br />

evita<strong>da</strong>s, porém evidências têm <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> que se uma mulher for<br />

irradia<strong>da</strong> em um herpes, ou em algum músculo <strong>do</strong> pescoço, na<strong>da</strong><br />

acontecerá ao feto.<br />

ÁVILA 5 <strong>de</strong>monstrou <strong>da</strong>nos em células <strong>de</strong> embriões <strong>de</strong> galinhas após<br />

irradiação com laser <strong>de</strong> HeNe (5mW por 5 minutos), através <strong>de</strong> uma abertura no<br />

ovo. Acredita-se 121 que para se ter um <strong>da</strong>no em um embrião humano, a <strong>do</strong>se terá<br />

que ser aplica<strong>da</strong> durante semanas, levan<strong>do</strong>-se em consi<strong>de</strong>ração o tamanho <strong>do</strong><br />

embrião e to<strong>da</strong> a barreira tecidual que o laser necessita ultrapassar até atingir o<br />

embrião. To<strong>da</strong>via, assim como no caso <strong>do</strong>s marca passos, se alguma<br />

intercorrência ocorrer, durante ou logo após o uso <strong>do</strong> laser, este po<strong>de</strong>rá ser<br />

responsabiliza<strong>do</strong>, portanto, se faz pru<strong>de</strong>nte evitar seu uso nestes casos.<br />

- epilepsia - a justificativa é que a luz visível pulsa<strong>da</strong>, particularmente com<br />

freqüências entre 5-10Hz, po<strong>de</strong>riam causar ataques epiléticos. Na literatura<br />

não existe nenhuma evidência <strong>de</strong> que a luz invisível pu<strong>de</strong>sse afetar os<br />

epiléticos.SIMUNOVIC 113 reportou um tratamento em um indivíduo epilético,<br />

que tolerou freqüências somente abaixo <strong>de</strong> 800Hz.<br />

- irradiação laser na glândula tirói<strong>de</strong> - a irradiação sobre a glândula tirói<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ve ser evita<strong>da</strong>. HERNANDEZ 54 <strong>de</strong>monstrou que irradiação com GaAs<br />

induz a uma que<strong>da</strong> nos níveis <strong>de</strong> mRNA <strong>da</strong> thyroglobulin, mu<strong>da</strong>nças nas<br />

células <strong>da</strong> tirói<strong>de</strong> e redução <strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> hormônio tireoidiano no plasma,<br />

associa<strong>do</strong>s com uma que<strong>da</strong> nos níveis <strong>de</strong> TSH. Até que as pesquisas não<br />

eluci<strong>de</strong>m exatamente o que ocorre à nível <strong>de</strong> glândula tireói<strong>de</strong>, a sua<br />

irradiação com laser <strong>de</strong>ve ser evita<strong>da</strong>.<br />

- irradiação laser em crianças - CHEETHAN 29 irradiou joelhos <strong>de</strong> ratos em<br />

crescimento. Um joelho <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> rato foi irradia<strong>do</strong> três vezes por semana<br />

68


com <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> 5 J/cm 2 . O outro joelho <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> rato foi<br />

utiliza<strong>do</strong> como grupo controle. Os animais foram examina<strong>do</strong>s<br />

histologicamente após seis e <strong>do</strong>ze tratamentos, e nenhuma diferença foi<br />

encontra<strong>da</strong> entre os joelhos irradia<strong>do</strong>s e o grupo controle. Dr.GOIAM<br />

RENSTROM, médico especialista em medicina esportiva na Suécia, tratou<br />

com sucesso, os joelhos e pernas <strong>de</strong> 30 jovens com i<strong>da</strong><strong>de</strong> entre 11 e 15<br />

anos, com laser <strong>de</strong> GaAs. 121<br />

- câncer - somente especialistas <strong>de</strong>vem tratar pacientes com câncer.<br />

Enquanto não existirem evidências <strong>de</strong> benefícios <strong>do</strong> uso <strong>da</strong> luz laser em<br />

teci<strong>do</strong>s cancerosos, seu uso não <strong>de</strong>ve ser indica<strong>do</strong>.<br />

Efeitos biológicos <strong>da</strong> terapia com laser <strong>de</strong> baixa intesi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

1. <strong>Ação</strong> analgésica<br />

A ação antiálgica <strong>da</strong> radiação laser parece resultar <strong>de</strong> uma soma <strong>de</strong><br />

intervenções em diferentes níveis, entre outras coisas, porque exerce uma<br />

analgesia que dura pouco tempo (<strong>de</strong> 12 a 24 horas), toman<strong>do</strong>-se mais intensa<br />

com o <strong>de</strong>correr <strong>do</strong> tratamento aplica<strong>do</strong> a ca<strong>da</strong> caso, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> transformar-se em<br />

durável ou <strong>de</strong>finitiva. O conhecimento <strong>da</strong> interação <strong>do</strong> laser com os teci<strong>do</strong>s<br />

biológicos é fun<strong>da</strong>mental para se obter melhores resulta<strong>do</strong>s e segurança no<br />

tratamento.<br />

Não há também nenhuma teoria uniforme explican<strong>do</strong> a ação <strong>do</strong> laser<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> os receptores periféricos até o estímulo no SNC. Parece que uma <strong>da</strong>s<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong> efeito analgésico <strong>da</strong> radiação laser po<strong>de</strong> ser relaciona<strong>da</strong> com a<br />

influência <strong>da</strong> luz laser na síntese e liberação <strong>de</strong> alguns neurotransmissores <strong>do</strong><br />

sistema nervoso central e periférico 14 .<br />

BENEDICENTI 13 (1982) relatou os efeitos benéficos <strong>do</strong> laser não-cirúrgico.<br />

Este efeito analgésico <strong>da</strong> terapia com laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> foi comprova<strong>do</strong><br />

69


em humanos pelo méto<strong>do</strong> rádio-imunológico, observan<strong>do</strong>-se um aumento <strong>de</strong><br />

beta-en<strong>do</strong>rfina no liquor cefalorraquidiano, <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> irradiação com este laser.<br />

Este é um méto<strong>do</strong> natural <strong>de</strong> analgesia.<br />

De outra parte, o aumento <strong>de</strong> peptí<strong>de</strong>os endógenos, produzi<strong>do</strong>s pelo laser,<br />

atua sobre os receptores opiáceos <strong>da</strong> asa posterior superficial, localiza<strong>do</strong>s sobre<br />

os terminais <strong>do</strong>s neurônios sensitivos primários, segun<strong>do</strong> o mecanismo <strong>de</strong>scrito<br />

por Hunt et ai, regulan<strong>do</strong> a informação sensitiva por inibição <strong>da</strong> liberação <strong>de</strong><br />

substância "P" ou <strong>de</strong> outros transmissores excita<strong>do</strong>res, por populações<br />

específicas <strong>de</strong> neurônios sensitivos 18 .<br />

Os níveis <strong>de</strong> ação <strong>da</strong> luz laser são:<br />

- local - redução <strong>de</strong> inflamação <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à reabsorção <strong>de</strong> exsu<strong>da</strong>tos<br />

favorecen<strong>do</strong> a eliminação <strong>de</strong> substâncias algógenas. Foi <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> em<br />

alguns estu<strong>do</strong>s, a diminuição <strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> bradicinina local, substância<br />

esta, que atua sensibilizan<strong>do</strong> alguns receptores <strong>de</strong> alto limiar, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que<br />

eles respon<strong>de</strong>m a estímulos que antes eram inócuos;<br />

- interferência durante a transmissão <strong>do</strong> estímulo elétrico, manten<strong>do</strong> o<br />

potencial iônico, interna e externamente à membrana celular, e assim,<br />

evitan<strong>do</strong> ou reduzin<strong>do</strong> a <strong>de</strong>spolarização <strong>da</strong> mesma. Parece que a carga<br />

fotônica <strong>da</strong> luz laser exerceria uma ação sobre os lipídios. Os lipídios<br />

normalmente estão localiza<strong>do</strong>s perpendicularmente à membrana celular,<br />

po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> mover-se com relativa liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, ain<strong>da</strong> que seja muito difícil que se<br />

"<strong>de</strong>spren<strong>da</strong>m" <strong>de</strong>sta situação; a ação <strong>do</strong> laser consistiria em mobilizar os<br />

lipí<strong>de</strong>os bloquean<strong>do</strong>, assim, os canais <strong>de</strong> penetração <strong>do</strong>s íons. Um segun<strong>do</strong><br />

mecanismo <strong>de</strong> ação sobre a membrana é a manutenção <strong>de</strong> seu potencial<br />

evitan<strong>do</strong> assim a <strong>de</strong>spolarização. Tem-se observa<strong>do</strong> um aumento <strong>de</strong> síntese<br />

<strong>de</strong> ATP após a irradiação, energia celular que será utiliza<strong>da</strong> pelas fibras<br />

nervosas para saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> Na + , pelo mecanismo <strong>da</strong> chama<strong>da</strong> "bomba <strong>de</strong> sódio<br />

e potássio". Isto posto, observa-se que tanto direta como indiretamente, o<br />

resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> irradiação é o equilíbrio <strong>do</strong> potencial <strong>da</strong> membrana em repouso,<br />

dificultan<strong>do</strong> a transmissão <strong>do</strong> estímulo <strong>do</strong>loroso.<br />

:0JWSSAO NfiCIONíL DE ENERGIA NUCLEAR/SP IPEt<br />

70


- sobre as fibras nervosas grossas (táteis), que quan<strong>do</strong> estimula<strong>da</strong>s pela<br />

luz laser provocam bloqueio <strong>da</strong>s fibras estreitas (<strong>do</strong>lorosas). É provável que<br />

a irradiação atue envian<strong>do</strong> um "sinal" ao núcleo gelatinoso <strong>do</strong> axônio<br />

resultan<strong>do</strong> em bloqueio <strong>da</strong> transmissão <strong>da</strong> <strong>do</strong>r através <strong>da</strong>s fibras mielínicas<br />

<strong>do</strong> tipo A-<strong>de</strong>lta com uma permanência <strong>de</strong> 12 a 24 horas.<br />

- estimulação <strong>da</strong> produção <strong>de</strong> beta-en<strong>do</strong>rfinas, direta e indiretamente, que<br />

como já cita<strong>do</strong>, atuam na inibição <strong>da</strong> sensação <strong>do</strong>lorosa.<br />

- impedimento <strong>da</strong> diminuição <strong>do</strong> limiar <strong>de</strong> <strong>do</strong>r <strong>do</strong>s receptores sensitivos.<br />

- normalização e equilíbrio <strong>da</strong> energia presente na região lesa<strong>da</strong>.<br />

Efeito analgésico segun<strong>do</strong> o tipo <strong>de</strong> <strong>do</strong>r<br />

Po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>stacar três tipos <strong>de</strong> <strong>do</strong>r: superficial, profun<strong>da</strong> e visceral<br />

1. Dor superficial<br />

Caracteriza-se por ser localiza<strong>da</strong>. Neste caso, a irradiação <strong>de</strong> forma<br />

pontual produz, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> geral, um efeito analgésico imediato com uma<br />

permanência <strong>de</strong> 12 a 24 horas. Após este perío<strong>do</strong>, a <strong>do</strong>r retomará caso não se<br />

tenha removi<strong>do</strong> sua causa principal.<br />

2. Dor profun<strong>da</strong><br />

Produzi<strong>da</strong> pelas fibras musculares, fáscias e articulações. Geralmente<br />

apresenta um caráter difuso, mas persistente e intenso, o que a diferencia <strong>da</strong> <strong>do</strong>r<br />

superficial. Sabe-se que a isquemia tissular e o espasmo muscular são<br />

causa<strong>do</strong>res <strong>de</strong> sensação <strong>do</strong>lorosa, sen<strong>do</strong> mais rápi<strong>do</strong> e intenso quanto maior o<br />

metabolismo <strong>do</strong> teci<strong>do</strong>; após a interrupção <strong>do</strong> fluxo sangüíneo em um músculo<br />

contraí<strong>do</strong> ( em exercício ) a <strong>do</strong>r por isquemia ocorre em 15 a 20 segun<strong>do</strong>s, em um<br />

músculo em repouso em 3 a 4 minutos e na pele, região <strong>de</strong> menor metabolismo,<br />

até 20 minutos. Acredita-se que o acúmulo <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> láctico, como resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

metabolismo anaeróbico, po<strong>de</strong> ser a causa <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> <strong>do</strong>r, que provoca a<br />

71


liberação <strong>de</strong> substâncias tipo protaglandinas e bradicinina que por si, explicam a<br />

sensação <strong>do</strong>lorosa.<br />

A <strong>do</strong>r produzi<strong>da</strong> pelo espasmo muscular, relaciona-se diretamente pela<br />

compressão <strong>de</strong> vasos sangüíneos e indiretamente pelo aumento <strong>do</strong> metabolismo<br />

muscular.<br />

O estímulo <strong>de</strong> irradiação laser sobre a microcirculação capilar e arterial,<br />

produz uma vasodilatação em nível capilar e pré-capilar, contribuin<strong>do</strong> para<br />

melhora <strong>da</strong> irrigação <strong>da</strong> região afeta<strong>da</strong>. Se junto a <strong>do</strong>r existir componente<br />

inflamatório, ocorrerá uma reabsorção <strong>do</strong> e<strong>de</strong>ma e aumento <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

macrófagos, reduzin<strong>do</strong> assim a <strong>do</strong>r e inflamação. Vale salientar que a analgesia<br />

produzi<strong>da</strong> nesta situação pelo laser, não apresenta caráter imediato, mas ao<br />

longo <strong>de</strong> várias sessões.<br />

3. Dor Visceral<br />

Não se tem comprovação <strong>da</strong> ativação <strong>do</strong> laser neste nível <strong>de</strong> <strong>do</strong>r,<br />

provavelmente por impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> irradiação direta sobre a zona afeta<strong>da</strong>. De<br />

mo<strong>do</strong> geral, o efeito analgésico <strong>do</strong> laser tem si<strong>do</strong> amplamente <strong>de</strong>fendi<strong>do</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à<br />

sua gran<strong>de</strong> influência na resolução <strong>de</strong> casos que não respondiam à terapias<br />

clássicas. Por outro la<strong>do</strong>, observa-se em algumas situações que a gran<strong>de</strong><br />

melhora obti<strong>da</strong> já no início <strong>da</strong>s aplicações, faz com que ocorra um aban<strong>do</strong>no<br />

prematuro <strong>do</strong> tratamento. Deve-se salientar que a resposta é individual e<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> tipo <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença que causa a <strong>do</strong>r po<strong>de</strong> ser rápi<strong>da</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a primeira<br />

sessão, ou lenta, quan<strong>do</strong> os primeiros efeitos se fazem presentes a partir <strong>da</strong><br />

terceira ou quarta sessão.<br />

72


2. <strong>Ação</strong> anti-inflamatória, anti-e<strong>de</strong>matosa e normaliza<strong>do</strong>ra<br />

O processo é uma complexa reação <strong>do</strong>s teci<strong>do</strong>s às lesões que levam à<br />

liberação <strong>de</strong> substâncias <strong>do</strong> tipo histamina, bradicinina, que atuam aumentan<strong>do</strong> o<br />

fluxo sangüíneo local e a permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s capilares que provocam uma gran<strong>de</strong><br />

saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> líqui<strong>do</strong> e proteínas <strong>do</strong> interior <strong>do</strong>s vasos para o espaço intersticial<br />

produzin<strong>do</strong> um e<strong>de</strong>ma local 96 . A coagulação <strong>de</strong> fibrina resulta em uma retenção<br />

<strong>do</strong>s líqui<strong>do</strong>s tissulares e linfáticos, que servem para separar a região lesa<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />

resto <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> sadio, porém acaba por dificultar a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> microorganismos<br />

presentes no local. A resposta <strong>da</strong>s células <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> organismo tem início<br />

rápi<strong>do</strong>, mas escalona<strong>do</strong>:<br />

a primeira forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa à infecção, é a difusão <strong>do</strong>s macrófagos<br />

para a região lesa<strong>da</strong> que irão atuar na fagocitose <strong>de</strong> agentes estranhos.<br />

após algumas horas, ocorre um aumento <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

neutrófilos no sangue. Ao conjunto <strong>de</strong> substâncias que <strong>de</strong>terminam esta variação,<br />

dá-se o nome <strong>de</strong> "fator indutor <strong>de</strong> leucocitose" que difun<strong>de</strong> <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> inflama<strong>do</strong><br />

para o sangue e <strong>da</strong>í para a medula óssea. São três os mecanismos pelos quais<br />

os leucócitos migram à zona <strong>de</strong> inflamação:<br />

1. Marginação: os neutrófilos se a<strong>de</strong>rem às pare<strong>de</strong>s lesiona<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s<br />

capilares<br />

2. Diape<strong>de</strong>se: o aumento <strong>da</strong> permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> capilar e venosa facilita sua<br />

passagem para o espaço tissular.<br />

3. Quimiotaxia: produtos bacterianos ou celulares, fatores <strong>de</strong> coagulação<br />

ativa<strong>do</strong>s, antígenos e anticorpos, promovem a migração <strong>do</strong>s neutrófilos. A<br />

parte <strong>de</strong>stes acontecimentos, ocorre a segregação <strong>de</strong> um "fator estimulante<br />

<strong>de</strong> calorias" nos teci<strong>do</strong>s inflama<strong>do</strong>s. Trata-se <strong>de</strong> uma glucoproteína <strong>de</strong><br />

45.000 PM que irá atuar, em nível local, provocan<strong>do</strong> a proliferação <strong>de</strong><br />

colônias <strong>de</strong> leucócitos nos teci<strong>do</strong>s e sistemicamente, aumentan<strong>do</strong> a<br />

produção na medula óssea. De mo<strong>do</strong> geral, o tempo necessário para<br />

emissão <strong>de</strong> neutrófilos jovens é <strong>de</strong> 14 dias e durante um processo <strong>de</strong><br />

inflamação, uma semana.<br />

73


- finalmente, ocorre um aumento lento, mas progressivo <strong>do</strong> número <strong>de</strong><br />

macrófagos presentes na região lesa<strong>da</strong>. Isto <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>de</strong> sua reprodução<br />

bem como <strong>da</strong> migração <strong>de</strong> um número <strong>de</strong> monócitos que em 8 a 12 hs.<br />

Atingem a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> fagocitária, além <strong>de</strong> contribuir para o início <strong>da</strong><br />

formação <strong>de</strong> anticorpos.<br />

Sobre to<strong>do</strong> este complexo sistema <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> organismo, que o laser<br />

tem <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> seus efeitos terapêuticos. A terapia com laser <strong>de</strong> baixa<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> influencia mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> caráter metabólico, energético e funcional<br />

porque favorece o aumento <strong>da</strong> resistência e vitali<strong>da</strong><strong>de</strong> celular, levan<strong>do</strong>-as à sua<br />

normali<strong>da</strong><strong>de</strong> funcional com rapi<strong>de</strong>z.<br />

A ação antiinflamatória se exerce através <strong>da</strong> aceleração <strong>da</strong><br />

microcirculação, originan<strong>do</strong> alterações <strong>de</strong> pressão hidrostática capilar, com<br />

reabsorção <strong>do</strong> e<strong>de</strong>ma e eliminação <strong>do</strong> acúmulo <strong>de</strong> catabólicos intermediários<br />

como o áci<strong>do</strong> pirúvico e láctico. Sob a ação <strong>do</strong> laser, opera-se uma transformação<br />

no metabolismo celular, situação que conduz à menor utilização <strong>do</strong> oxigênio e <strong>da</strong><br />

glicose pela célula.<br />

Parece que existem sensíveis diferenças na cronologia <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

circulatória, o aumento <strong>da</strong> microcirculação é mais precoce quanto maior é o<br />

<strong>de</strong>feito existente, ain<strong>da</strong> que situações nas quais existe uma patologia sistêmica,<br />

como a diabetes, a ação é menos rápi<strong>da</strong> e menos notável.<br />

O mecanismo <strong>de</strong>ste efeito opera-se, fun<strong>da</strong>mentalmente, nos esfíncteres<br />

<strong>do</strong>s circuitos capilares terminais, observan<strong>do</strong>-se que o aumento circulatório se<br />

mantém em to<strong>do</strong>s os casos, durante um tempo superior aos 20 minutos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

cessar a aplicação <strong>do</strong> laser, e continua quan<strong>do</strong> se esfria a região irradia<strong>da</strong>, o que<br />

vai contra o suposto efeito térmico <strong>de</strong>sta radiação como a causa <strong>de</strong> seus efeitos<br />

biológicos.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, tem-se constata<strong>do</strong> que a temperatura obti<strong>da</strong> nas áreas<br />

irradia<strong>da</strong>s com o laser, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> manifestar um aumento <strong>da</strong> temperatura, acima<br />

<strong>do</strong> seu valor primitivo, transcorri<strong>do</strong> um tempo <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 10 minutos,<br />

74


origina-se uma que<strong>da</strong> <strong>de</strong> temperatura ligeiramente abaixo <strong>do</strong>s valores normais.<br />

Este fenômeno po<strong>de</strong>ria se explicar pelo estímulo circulatório origina<strong>do</strong> pelo laser<br />

que cria, <strong>de</strong> início, aumento <strong>da</strong> temperatura por melhora <strong>do</strong> fluxo sangüíneo,<br />

passan<strong>do</strong> em continuação, à que<strong>da</strong> <strong>da</strong> temperatura pela <strong>de</strong>scongestão cria<strong>da</strong> no<br />

território irradia<strong>do</strong>.<br />

A gran<strong>de</strong> vantagem <strong>do</strong> laser sobre outros tipos <strong>de</strong> tratamento é a não<br />

interferência <strong>do</strong> efeito térmico, uma vez que a irradiação <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> é<br />

acalórica. Atualmente recomen<strong>da</strong>-se o tratamento a laser, logo no início <strong>do</strong><br />

processo <strong>de</strong> inflamação, cui<strong>da</strong>n<strong>do</strong>-se apenas com a <strong>do</strong>sagem aplica<strong>da</strong>.<br />

Níveis <strong>de</strong> ação<br />

Está centraliza<strong>do</strong> na circulação local, provocan<strong>do</strong> um estímulo <strong>de</strong>sta e<br />

vasodilatação, o que resultará em maior migração <strong>do</strong>s neutrófilos, monócitos e<br />

reabsorção <strong>do</strong> exsu<strong>da</strong>to fibrinoso, o que favorece a resolução <strong>do</strong> processo<br />

inflamatório mais rapi<strong>da</strong>mente <strong>do</strong> que o organismo é capaz.<br />

3. <strong>Ação</strong> cicatrizante<br />

Hoje em dia, o conceito <strong>do</strong> efeito bioestimula<strong>do</strong>r <strong>da</strong> luz laser <strong>de</strong> baixa<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> é bem aceito, o que faz com que se torne váli<strong>da</strong> sua utilização no<br />

tratamento <strong>de</strong> enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong>s disfuncionais promoven<strong>do</strong>, no organismo, situações<br />

<strong>de</strong> caráter regula<strong>do</strong>r.<br />

Vários autores têm <strong>de</strong>scrito diversos graus <strong>de</strong> lesões distróficas <strong>da</strong> pele<br />

cura<strong>da</strong> com radiações laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Tem-se afirma<strong>do</strong> sobre os<br />

efeitos que esta luz tem sobre as alterações funcionais que se associam a lesões<br />

específicas, regeneran<strong>do</strong> nervos traumatiza<strong>do</strong>s, estimulan<strong>do</strong> a osteogênese,<br />

crian<strong>do</strong> efeitos sobre as secreções hormonais ou ativan<strong>do</strong> cura <strong>de</strong> queimaduras,<br />

hemorrói<strong>da</strong>s e sinusites 1 ' 4 ' 17 - 25 ' 29 ' 60 ' 66 ' 68<br />

75


Vários estu<strong>do</strong>s investigaram o efeito combina<strong>do</strong> <strong>do</strong> laser infravermelho<br />

pulsa<strong>do</strong> com o <strong>de</strong> He-Ne <strong>de</strong> emissão contínua sobre o processo <strong>de</strong> contração <strong>da</strong>s<br />

feri<strong>da</strong>s durante seu perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> cura. Observou-se que o tratamento <strong>do</strong> laser em<br />

pulso <strong>de</strong> 700Hz aumenta a contração <strong>da</strong>s feri<strong>da</strong>s quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> aos<br />

tratamentos também realiza<strong>do</strong>s com 1220Hz.<br />

A radiação laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> aumenta significativamente o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> circulação sangüínea, regenera o teci<strong>do</strong> lesa<strong>do</strong>, ativan<strong>do</strong> sua<br />

cicatrização. No processo <strong>de</strong> ativação <strong>da</strong> cicatrização sob efeito <strong>da</strong> luz laser,<br />

existe um estímulo na proliferação <strong>de</strong> fibroblastos, com produção <strong>de</strong> fibras<br />

elásticas e colágenas. Parece que as vesículas que contém zonas centrais<br />

<strong>de</strong>nsas possuem substâncias bioativas que catalisam a cura <strong>da</strong>s regiões não-<br />

irradia<strong>da</strong>s e, portanto, não é necessário irradiar a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> lesão para obter o<br />

efeito laser estimulativo em to<strong>da</strong> feri<strong>da</strong>. Estes fatos sugerem que o efeito <strong>do</strong> laser,<br />

que se manifesta à distância, seria transmiti<strong>do</strong> por substância humorais,<br />

origina<strong>da</strong>s nas regiões irradia<strong>da</strong>s.<br />

Na área terapêutica tem-se aponta<strong>do</strong> a eficácia <strong>da</strong> terapia para melhorar<br />

tanto a patologia venosa como arterial chaman<strong>do</strong>-se a atenção sobre a múltipla<br />

etiologia <strong>de</strong> algumas alterações como as úlceras crônicas.<br />

Segun<strong>do</strong> se <strong>de</strong>duz <strong>da</strong>s observações, nem to<strong>da</strong>s úlceras são candi<strong>da</strong>tas a<br />

terapia laser, insistin<strong>do</strong>-se na necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um correto diagnóstico antes <strong>de</strong><br />

indicar-se o tratamento laser.<br />

Utilização clínica <strong>da</strong> terapia com laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Trata-se <strong>de</strong> uma forma <strong>de</strong> tratamento coadjuvante, que não tem a intenção<br />

<strong>de</strong> substituir outras mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento, e sim, auxiliá-los, soman<strong>do</strong><br />

alternativas para melhores respostas terapêuticas.<br />

A terapia com laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> trabalha com princípios <strong>de</strong><br />

indução <strong>de</strong> respostas biológicas, através <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> energia. A Lei <strong>de</strong><br />

76


ARNDT - SCHULTZ <strong>da</strong> biomodulação, conclui que baixas <strong>do</strong>ses <strong>de</strong> energia,<br />

estimulam estes processos biológicos, e que altas <strong>do</strong>ses seriam capazes <strong>de</strong> inibi-<br />

los 100 .<br />

O comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong>, o qual o laser emite, <strong>de</strong>termina a efetiva<br />

profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> penetração <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> que está sen<strong>do</strong> irradia<strong>do</strong>.<br />

Comprimentos <strong>de</strong> on<strong>da</strong> maiores que 760nm possuem maior profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> e são<br />

indica<strong>do</strong>s para pontos <strong>de</strong> acupuntura, trigger points e teci<strong>do</strong>s profun<strong>do</strong>s<br />

<strong>da</strong>nifica<strong>do</strong>s. Comprimentos <strong>de</strong> on<strong>da</strong> no visível (vermelho) menores que 690nm,<br />

não possuem alta penetração, portanto, são mais utiliza<strong>do</strong>s no tratamento <strong>de</strong><br />

teci<strong>do</strong>s mais superficiais.<br />

As aplicações clínicas <strong>do</strong> laser <strong>de</strong> emissão vermelha incluem o tratamento<br />

<strong>de</strong> feri<strong>da</strong>s pós-operatórias não-cicatriza<strong>da</strong>s, úlceras venosas e <strong>de</strong> <strong>de</strong>cúbito, acne,<br />

tonificação e se<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> pontos superficiais <strong>de</strong> acupuntura, aftas, herpes, entre<br />

outras condições <strong>de</strong>rmatológicas. To<strong>da</strong>via, efeitos terapêuticos <strong>do</strong> laser <strong>de</strong><br />

emissão visível, também têm si<strong>do</strong> cita<strong>do</strong>s como resultantes <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> laser <strong>de</strong><br />

emissão infravermelha, por exemplo, estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s por SUGRUE et ai, 1990,<br />

mostraram que os lasers <strong>de</strong> emissão infravermelha, causaram uma diminuição<br />

significante no tamanho <strong>da</strong>s úlceras venosas, com diminuição <strong>da</strong> <strong>do</strong>r. Estes<br />

benefícios ocorreram principalmente pela maior penetração no teci<strong>do</strong>, causan<strong>do</strong><br />

efeitos <strong>de</strong> cicatrização pela estimulação <strong>da</strong> micro-circulação e drenagem<br />

linfática 121 .<br />

Existe um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> trabalhos clínicos <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong>sta terapia.<br />

A portabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> e o baixo custo <strong>do</strong> laser <strong>de</strong> dio<strong>do</strong>, permitiram que<br />

esta mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento fosse introduzi<strong>da</strong> em clínicas, hospitais e leva<strong>do</strong><br />

até as residências <strong>de</strong> pacientes impossibilita<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sair <strong>da</strong> cama, assim como ser<br />

utiliza<strong>do</strong> como terapia imediata em injúrias <strong>do</strong> esporte, em distenções musculares,<br />

hematomas e tendinites.<br />

TRELLES et ai 119 (1987), revisan<strong>do</strong> o uso local <strong>da</strong> irradiação com a terapia<br />

com laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, observou os seguintes tipos <strong>de</strong> efeitos:<br />

77


- efeitos <strong>de</strong> bioestimulação em úlceras, granulomas, queimaduras, feri<strong>da</strong>s<br />

sépticas e traumas superficiais nos teci<strong>do</strong>s.<br />

- estimulação em células locais <strong>do</strong> metabolismo em teci<strong>do</strong>s <strong>da</strong>nifica<strong>do</strong>s (in<br />

vivo e in vitro).<br />

- estimulação <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> enzimática local.<br />

- melhoras na cicatrização e regeneração tecidual, aumento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

mitogênica e osteogênica.<br />

TRELLES et ai 119 (1987) e MUXENEDER (1987), também versaram os<br />

efeitos <strong>da</strong> terapia com laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> em <strong>do</strong>res <strong>da</strong> coluna, <strong>do</strong>res <strong>de</strong><br />

cabeça e respostas imunes locais.<br />

Outros efeitos terapêuticos <strong>da</strong> terapia registra<strong>do</strong>s por ILLARIONOV et ai<br />

em 1993, foram: 121<br />

- analgésico, antiexsu<strong>da</strong>tivo, antihemorrágico.<br />

- antiinflamatório.<br />

- antineurálgico, antie<strong>de</strong>matoso, antiséptico.<br />

- antiespasmódico.<br />

- vasodilata<strong>do</strong>r.<br />

De acor<strong>do</strong> com LAAKSO et ai 70 (1994), a resposta analgésica <strong>da</strong><br />

fototerapia, po<strong>de</strong> ser medi<strong>da</strong> por mecanismos hormonais/opiói<strong>de</strong>s e suas<br />

respostas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m diretamente <strong>da</strong> <strong>do</strong>se e <strong>do</strong> comprimento <strong>da</strong> on<strong>da</strong>.<br />

resulta<strong>do</strong>s.<br />

Nos tratamentos com laser, os parâmetros utiliza<strong>do</strong>s afetam diretamente os<br />

Os dispositivos <strong>da</strong> terapia a laser geralmente são especifica<strong>do</strong>s em termos<br />

<strong>de</strong> potência (miliwatts) <strong>do</strong> laser e o comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong> no qual a luz emite<br />

(nanômetros). Estas informações são fun<strong>da</strong>mentais, porém, não são suficientes<br />

para <strong>de</strong>finir com acui<strong>da</strong><strong>de</strong> os parâmetros <strong>do</strong> sistema laser. Para isso temos<br />

também que ter o conhecimento <strong>do</strong> diâmetro <strong>do</strong> feixe (cm ou mm), na região a ser<br />

trata<strong>da</strong> (cm 2 ou mm 2 ).<br />

78


Comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong><br />

É fun<strong>da</strong>mental a escolha <strong>do</strong> comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong> específico para ca<strong>da</strong><br />

tipo <strong>de</strong> tratamento. Ca<strong>da</strong> um possui uma melhor afini<strong>da</strong><strong>de</strong> por <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> teci<strong>do</strong>,<br />

o qual irá produzir melhores efeitos terapêuticos.<br />

To<strong>da</strong>via, ain<strong>da</strong> não foi possível <strong>de</strong>terminar exatamente qual o comprimento<br />

<strong>de</strong> on<strong>da</strong> específico para ca<strong>da</strong> indicação. Os autores acreditam que o laser HeNe<br />

ou laser <strong>de</strong> InGa AIP laser (633-635nm), são as melhores opções para úlceras e<br />

regenerações nervosas, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à pouca penetração <strong>de</strong>stes lasers nos teci<strong>do</strong>s,<br />

porém, outros comprimentos <strong>de</strong> on<strong>da</strong> po<strong>de</strong>m ser usa<strong>do</strong>s sem se conseguir a<br />

mesma eficiência 25,66 . O laser <strong>de</strong> GaAI é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> a melhor escolha para o<br />

tratamento <strong>de</strong> alterações mais profun<strong>da</strong>s, como injúrias <strong>do</strong> esporte e <strong>do</strong>r pós<br />

operatória além <strong>de</strong> uma boa alternativa para tratamentos <strong>de</strong> <strong>do</strong>r e e<strong>de</strong>ma<br />

(inflamação), com resulta<strong>do</strong>s positivos também em tratamentos <strong>de</strong> úlceras<br />

crônicas. É recomendável também, que se o profissional não possui o<br />

comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong> "i<strong>de</strong>al" para <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> tratamento, que ele utilize aquele<br />

que tem em mãos. Atualmente a correta <strong>do</strong>se <strong>de</strong> radiação é tão importante<br />

quanto o comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong>.<br />

KARU 63 encontrou, através <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> quimioluminesciência, que os<br />

processos oxi<strong>da</strong>tivos <strong>de</strong> células sangüíneas eram influencia<strong>da</strong>s por diferentes<br />

comprimentos <strong>de</strong> on<strong>da</strong> durante a fase inicial <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença respiratória viral agu<strong>da</strong>.<br />

Dos quatro diferentes comprimentos <strong>de</strong> on<strong>da</strong> testa<strong>do</strong>s (660nm, 820nm, 880nm e<br />

950nm), o 660nm foi o mais efetivo.<br />

Área a ser trata<strong>da</strong><br />

Para se calcular a <strong>do</strong>se, a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> potência e o tempo <strong>de</strong> tratamento,<br />

é necessário o conhecimento <strong>da</strong> área a ser trata<strong>da</strong>, a qual é expressa em cm 2 .<br />

Também é importante para o cálculo <strong>da</strong> <strong>do</strong>se, a medi<strong>da</strong> <strong>de</strong> profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> área<br />

objetiva<strong>da</strong>.<br />

79


Experiências práticas têm <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> que po<strong>de</strong> ser mais benéfico tratar<br />

uma área menor mais extensamente e <strong>de</strong>pois tratar as áreas próximas, <strong>do</strong> que<br />

tratar uma gran<strong>de</strong> área por um longo perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo em um único atendimento.<br />

Potência (P)<br />

O conhecimento <strong>da</strong> potência <strong>do</strong> aparelho emissor <strong>do</strong> laser é fun<strong>da</strong>mental<br />

para o cálculo <strong>da</strong> <strong>do</strong>se a ser administra<strong>da</strong>. Quanto maior a potência, menor o<br />

tempo que o aparelho necessita para alcançar as <strong>do</strong>ses estima<strong>da</strong>s. A potência <strong>do</strong><br />

laser é medi<strong>da</strong> em watts e se refere ao número <strong>de</strong> fótons emiti<strong>do</strong>s em um<br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong>.<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Potência ou Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> (I)<br />

A <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> potência mensura o potencial <strong>de</strong> efeito térmico <strong>do</strong>s fótons<br />

na área trata<strong>da</strong>. Ela é medi<strong>da</strong> em watts por cm 2 , estan<strong>do</strong>, portanto, em função <strong>da</strong><br />

potência <strong>do</strong> laser e <strong>da</strong> área <strong>do</strong> feixe, e é calcula<strong>da</strong> pela expressão:<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Potência (W/cm2) = Potência (W)<br />

Energia (E)<br />

Área <strong>do</strong> laser (cm 2 )<br />

A quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> total <strong>de</strong> energia entregue aos teci<strong>do</strong>s por um laser <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>termina<strong>da</strong> potência durante um certo perío<strong>do</strong>, é medi<strong>da</strong> em Joules e calcula<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> seguinte maneira:<br />

Energia (joules) = Potência (watts) x Tempo (segun<strong>do</strong>)<br />

COMISSÃO IMúCONCL DE ENERGIA NUCIÊAR/SP IPÉf<br />

80


Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> energia (DE)<br />

O conhecimento <strong>da</strong> distribuição <strong>da</strong> energia total sobre uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong><br />

área a ser trata<strong>da</strong> fornecerá a <strong>do</strong>se <strong>do</strong> tratamento, que é medi<strong>da</strong> em Joules/cm 2 .<br />

A <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> energia é o fator mais importante na <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> reação<br />

tecidual 121 . Ela é função direta <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> potência e <strong>do</strong> tempo, e po<strong>de</strong> ser<br />

calcula<strong>da</strong> <strong>da</strong> seguinte maneira:<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> energia (J/cm 2 ) = Potência(W) x Tempo (s)<br />

Área (cm 2 )<br />

81


3. APLICAÇÃO DA TERAPIA COM LASER DE BAIXA INTENSIDADE NA<br />

- Hipersensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ntinária<br />

ODONTOLOGIA<br />

A hipersensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ntinária significa, clinicamente, uma <strong>do</strong>r originária <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ntina exposta em resposta à gran<strong>de</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estímulos.<br />

A teoria mais aceita para explicação <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> <strong>do</strong>r é a teoria<br />

hidrodinâmica, que propõe que a <strong>do</strong>r ocorre <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao movimento mínimo no<br />

interior <strong>do</strong> túbulo, causan<strong>do</strong>, assim, uma pressão nos o<strong>do</strong>ntoblastos e<br />

estimulação <strong>da</strong>s fibras nervosas adjacentes.<br />

Nestes casos, a terapia com laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> atuará no<br />

reestabelecimento <strong>do</strong> equilíbrio fisiológico pulpar pela sua ação analgésica e<br />

antiinflamatória, além <strong>de</strong> promover um selamento por <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntina<br />

secundária na região afeta<strong>da</strong>. Observa-se uma consi<strong>de</strong>rável diminuição <strong>da</strong><br />

sintomatologia logo após a primeira aplicação.<br />

É importante salientar que a hipersensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ntinária, quan<strong>do</strong> ocorre<br />

por exposição <strong>do</strong> "colo" coronário, quase sempre é resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> outras causas,<br />

como por exemplo, o trauma oclusal. Portanto, juntamente a laser terapia, <strong>de</strong>vem<br />

ser corrigi<strong>do</strong>s ou elimina<strong>do</strong>s, caso contrário, é muito provável que aconteça uma<br />

recidiva <strong>de</strong> sintomatologia. Os cientes que não respon<strong>de</strong>m positivamente a esta<br />

terapia por duas sessões são sérios candi<strong>da</strong>tos a en<strong>do</strong><strong>do</strong>ntia 37 .<br />

82


- En<strong>do</strong><strong>do</strong>ntia<br />

Freqüentemente nesta prática, observa-se um quadro <strong>de</strong> <strong>do</strong>r pós-<br />

operatório à instrumentação <strong>do</strong>s canais radiculares, que po<strong>de</strong> ser resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

tratamento en<strong>do</strong>dôntico traumático on<strong>de</strong> ocorre, por exemplo, uma sobre-<br />

instrumentação 84 .<br />

A aplicação <strong>da</strong> terapia com laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tem como<br />

finali<strong>da</strong><strong>de</strong>s principais a <strong>de</strong>sinflamação <strong>da</strong> região periapical, sua cicatrização, bem<br />

como uma ação analgésica. Isto <strong>de</strong>ve-se, como já exposto, pela estimulação <strong>do</strong>s<br />

mecanismos naturais <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa (macrófagos, granulócitos, neutrófilos), fatores<br />

que, então, <strong>de</strong>vem colaborar para melhoria <strong>da</strong> eficiência <strong>do</strong>s capeamentos<br />

pulpares e regeneração <strong>de</strong> lesões periapicals <strong>de</strong> difícil solução, que não<br />

respon<strong>de</strong>m a tratamentos convencionais.<br />

Na apicectomia, a aplicação é realiza<strong>da</strong> na cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> aberta e no pós-<br />

operatório imediato, aju<strong>da</strong>rá na recuperação <strong>da</strong> região propician<strong>do</strong> uma pronta<br />

cicatrização e restabelecimento <strong>da</strong> função <strong>do</strong>s teci<strong>do</strong>s. Alguns autores<br />

preconizam o uso <strong>do</strong> laser antes <strong>da</strong> medicação intracanal on<strong>de</strong> atuaria seguin<strong>do</strong><br />

seu efeito antibacteriano 84 .<br />

- Orto<strong>do</strong>ntia<br />

A laser terapia é utiliza<strong>da</strong> no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> alívio <strong>da</strong> <strong>do</strong>r <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>da</strong> pelas<br />

ativações mecânicas <strong>da</strong> aparatologia ortodôntica 51 .<br />

Outra conseqüência <strong>da</strong> instalação <strong>de</strong> aparelhos é o surgimento <strong>de</strong> aftas<br />

<strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> atrito localiza<strong>do</strong>. O laser não tem um efeito diretamente curativo<br />

mas po<strong>de</strong> atuar como importante agente antiálgico e favorecer <strong>de</strong> maneira<br />

bastante eficaz a reparação <strong>da</strong> região lesa<strong>da</strong>.<br />

83


- Cirurgia<br />

Exo<strong>do</strong>ntia simples: quan<strong>do</strong> a região para extração não for submeti<strong>da</strong> a<br />

traumas intensos, ou seja, não envolver manobras <strong>de</strong> osteotomias 2 . Após<br />

extrações, o alvéolo po<strong>de</strong>rá ser irradia<strong>do</strong> juntamente com a pare<strong>de</strong> óssea bucal e<br />

lingual, o que resultará em coagulação e regeneração mais rápi<strong>da</strong>s, além <strong>da</strong><br />

diminuição <strong>do</strong> <strong>de</strong>sconforto pós operatório.<br />

Atua também como prevenção contra o aparecimento <strong>da</strong> alveolite. Caso<br />

esse quadro já esteja presente, o tratamento consiste na aplicação <strong>do</strong> laser antes<br />

<strong>de</strong> se proce<strong>de</strong>r ao tratamento convencional <strong>de</strong> tamponamento <strong>da</strong> região. Neste<br />

caso, o objetivo principal é a ação antiinflamatória e bioestimulante na<br />

cicatrização.<br />

- Implante<br />

Segun<strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong> GROTH E EDUARDO 47 , foram feitas aplicações<br />

antes, durante e imediatamente após a cirurgia implantológica, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

estimular e reforçar os teci<strong>do</strong>s circunvizinhos à região opera<strong>da</strong>. As manobras<br />

cirúrgicas mexem com teci<strong>do</strong> bucal <strong>de</strong> forma mais intensa, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que o pós-<br />

operatório ten<strong>de</strong> a ser <strong>do</strong>loroso. Nos casos cirúrgicos on<strong>de</strong> foi aplica<strong>do</strong> o laser<br />

terapêutico não houve sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>lorosa, e a reparação tecidual foi<br />

melhora<strong>da</strong>, o que po<strong>de</strong> ter explicação na aceleração <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> mitose <strong>da</strong>s<br />

células, aumento <strong>da</strong> vascularização <strong>da</strong> região, formação <strong>de</strong> teci<strong>do</strong> <strong>de</strong> granulação<br />

e segun<strong>do</strong> ABERGEL, aumento na produção <strong>de</strong> colágeno.<br />

- Pediatria<br />

O uso <strong>do</strong> laser nessa especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> alivia a ansie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> criança, uma vez<br />

que ela não sentirá nenhum tipo <strong>de</strong> ameaça. Entretanto, o tratamento não difere<br />

<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> na clínica para adultos.<br />

84


Algumas sugestões <strong>de</strong> terapias:<br />

- <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> difícil erupção, que causam incômo<strong>do</strong> à criança e apreensão<br />

aos pais. A terapia produzirá um efeito analgésico e evitará que a criança<br />

faça uso <strong>de</strong> medicação sistêmica, além <strong>de</strong> tranqüilizar-se bastante.<br />

- po<strong>de</strong>-se utilizar como pré-anestésico, no local on<strong>de</strong> irá ser introduzi<strong>da</strong> a<br />

agulha. Isso causa um pequeno efeito anestésico na região, e o paciente<br />

terá uma anestesia sem <strong>do</strong>r.<br />

- após a anestesia, quan<strong>do</strong> o procedimento clínico estiver concluí<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>-<br />

se aplicar sobre o ápice <strong>do</strong> <strong>de</strong>nte, diminuin<strong>do</strong> a duração <strong>de</strong> anestesia, com<br />

conseqüente diminuição <strong>do</strong> risco <strong>de</strong> o paciente mor<strong>de</strong>r os lábios, a língua ou<br />

a bochecha.<br />

- ao se fazer o preparo cavitário, há uma sensação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconforto ou <strong>de</strong><br />

pequena <strong>do</strong>r e que muitas vezes não justifica submeter o paciente a uma<br />

anestesia. Nestes casos po<strong>de</strong>mos aplicar diretamente sobre o preparo<br />

exposto, elimina<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ravelmente a sensação.<br />

- é muito comum as crianças sofrerem que<strong>da</strong>s, apresentan<strong>do</strong> ferimentos<br />

nos lábios e nos <strong>de</strong>ntes vestibulares. Aplican<strong>do</strong> o laser sobre a lesão <strong>de</strong><br />

lábio, consegue-se a diminuição <strong>do</strong> e<strong>de</strong>ma, eliminação <strong>da</strong> <strong>do</strong>r e se estimula<br />

a reparação <strong>de</strong>ssa região. Em <strong>de</strong>ntes traumatiza<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>mos aplicar o<br />

laser melhoran<strong>do</strong> a reparação <strong>da</strong> região e facilitan<strong>do</strong> a oclusão <strong>do</strong> paciente.<br />

- como terapêutica complementar nos casos <strong>de</strong> capeamento e <strong>de</strong><br />

pulpotomias e pulpectomias: antes <strong>da</strong> medicação convencional, aplica-se<br />

diretamente sobre o preparo.<br />

- Perio<strong>do</strong>ntia<br />

Inicialmente, a gengivite <strong>de</strong>ve ser trata<strong>da</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s padrões<br />

convencionais <strong>de</strong> curetagem para remoção <strong>de</strong> placa e tártaro além <strong>de</strong> orientação<br />

<strong>de</strong> escovaçâo. A sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> resultante <strong>de</strong>sses procedimentos po<strong>de</strong>rá ser<br />

minimiza<strong>da</strong> com a ação <strong>do</strong> laser além <strong>de</strong> sua atuação no processo <strong>de</strong> reparação<br />

tecidual e também po<strong>de</strong> agir <strong>de</strong> maneira eficiente nos pós-operatórios.<br />

85


A pericoronarite, caracteriza<strong>da</strong> pela inflamação <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> mole sobre um<br />

<strong>de</strong>nte parcialmente erupciona<strong>do</strong>, é um quadro <strong>de</strong> <strong>do</strong>r agu<strong>da</strong> e e<strong>de</strong>ma, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />

evoluir em alguns casos para aparecimentos <strong>de</strong> trismos, linfoa<strong>de</strong>nopatias e febre.<br />

Para o tratamento, além <strong>da</strong> profilaxia prévia e orientação ao paciente quanto a<br />

técnica <strong>de</strong> escovaçao e rigorosa higiene <strong>do</strong> local, o laser po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>do</strong> na<br />

diminuição <strong>da</strong> <strong>do</strong>r e inflamação.<br />

- Acupuntura<br />

Um largo estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> acupuntura com terapia com laser <strong>de</strong> baixa<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, envolven<strong>do</strong> 562 casos <strong>de</strong> exo<strong>do</strong>ntia e 48 casos <strong>de</strong> cirurgia oral<br />

menor, <strong>de</strong>monstrou sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> em proporcionar a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> analgesia pós-<br />

operatória em to<strong>do</strong> os casos. Não foram administra<strong>do</strong>s se<strong>da</strong>tivos ou analgésicos<br />

antes ou durante os procedimentos. Resulta<strong>do</strong>s semelhantes foram obti<strong>do</strong>s em<br />

diferentes casos, nos quais sítios cirúrgicos em 3.000 pacientes foram irradia<strong>do</strong>s<br />

em vez <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> acupunturas relaciona<strong>do</strong>s 2 .<br />

Alguns autores preconizam o uso <strong>do</strong> laser em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s pontos <strong>de</strong><br />

acupuntura para o alívio indireto <strong>de</strong> alguns tipos <strong>de</strong> <strong>do</strong>r 17,19 . Neste caso ao invés<br />

<strong>de</strong> se conseguir o efeito analgésico pela irradiação direta sobre o teci<strong>do</strong> alvo, a<br />

analgesia se dá pela irradiação <strong>de</strong> pontos gatilho na pele. Ex: nevralgia <strong>do</strong><br />

trigêmio.<br />

Aplicações clínicas: O mais importante nesses casos é o diagnóstico<br />

preciso <strong>do</strong> ramo <strong>do</strong> trigêmio envolvi<strong>do</strong>, assim como o ponto gatilho <strong>do</strong> paciente.<br />

- Nevralgia <strong>do</strong> trigêmio<br />

O mais importante nestes casos é o preciso diagnóstico <strong>de</strong> sua origem, que<br />

po<strong>de</strong>m ser tanto idiopática quanto secundária.<br />

86


Quan<strong>do</strong> idiopática, tem origem <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong> e quan<strong>do</strong> secundária, po<strong>de</strong><br />

ter como agente causai extração traumática <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte ou evolução crônica <strong>de</strong><br />

tratamento en<strong>do</strong>dôntico mal sucedi<strong>do</strong>.<br />

Quan<strong>do</strong> diagnostica<strong>da</strong> a alteração, <strong>de</strong>ve-se ter claro quais os ramos <strong>do</strong><br />

trigêmio envolvi<strong>do</strong>s, assim como a zona <strong>de</strong> gatilho <strong>do</strong> paciente. É importante,<br />

porém, nesses casos, que se faça um tratamento coadjuvante <strong>do</strong> <strong>de</strong>nte ou região<br />

em questão, para garantia <strong>da</strong> cura 17 .<br />

- Herpes<br />

- Herpes simples<br />

A ação <strong>do</strong> laser tem um papel importante sobre os processos viróticos que<br />

envolvem fatores imunitários. No caso <strong>do</strong> herpes simples, obtém-se um melhor<br />

resulta<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> a intervenção acontece no estágio prodrômico <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença<br />

caracteriza<strong>do</strong> pelo ar<strong>do</strong>r ou pruri<strong>do</strong> na região <strong>de</strong> manifestação. Nesta fase, a<br />

irradiação <strong>de</strong>sfavorece a erupção <strong>de</strong> vesícula através <strong>do</strong> enfraquecimento <strong>do</strong><br />

DNA viral.<br />

Alguns autores acreditam, que o laser neste tipo <strong>de</strong> patologia, produz um<br />

efeito antiviral proporcional ao efeito estimulante <strong>da</strong> imuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> paciente.<br />

Outros concor<strong>da</strong>m que, em qualquer fase que se aplique o laser, obtêm-se uma<br />

ação analgésica, regenerativa e repara<strong>do</strong>ra bastante eficaz.<br />

- Herpes zoster<br />

Trata-se <strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> patologia em que se tem como resulta<strong>do</strong> comum, o<br />

aparecimento <strong>de</strong> <strong>do</strong>r subseqüente à cicatrização - <strong>do</strong>r pós herpética - que po<strong>de</strong><br />

atingir em alguns casos o nervo trigêmio, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>an<strong>do</strong> um quadro <strong>de</strong><br />

nevralgia. O tratamento indica<strong>do</strong> é exatamente como para o herpes simples.<br />

87


- Dor fantasma<br />

A <strong>do</strong>r fantasma após os procedimentos <strong>de</strong> amputações é um sério<br />

problema. TAGUSHI <strong>de</strong>screve a terapia a laser como sen<strong>do</strong> um méto<strong>do</strong> eficiente<br />

para alívio <strong>da</strong> <strong>do</strong>r 121 .<br />

BRADLEY cita que o laser também tem si<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong> com sucesso no<br />

tratamento <strong>da</strong> <strong>do</strong>r fantasma <strong>de</strong>ntal.*<br />

"Comunicação priva<strong>da</strong> <strong>do</strong> Prof. Paul Bradley<br />

88


I<br />

4. MATERIAIS E MÉTODOS<br />

O trabalho foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> no Laboratório Experimental <strong>de</strong> <strong>Laser</strong> na<br />

O<strong>do</strong>ntologia - LELO, localiza<strong>do</strong> na Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, após aprovação<br />

<strong>do</strong> Comitê <strong>de</strong> Ética <strong>da</strong> FOUSP e IPEN, parecer números 125/00 e 022/CEP,<br />

respectivamente. (Anexo 1)<br />

Para seleção <strong>do</strong>s pacientes, foram utiliza<strong>do</strong>s os seguintes critérios:<br />

- faixa etária: 25 a 55 anos; com propósito <strong>de</strong> eliminar qualquer<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento ou <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s ATMs ou presença<br />

<strong>de</strong> alterações morfológicas.<br />

- sexo feminino; <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à prevalência <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns nas ATMs com<br />

sintomatologia <strong>do</strong>lorosa em mulheres.<br />

- porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> disfunção extra-articular e sintomatologia <strong>do</strong>lorosa nas<br />

ATMs, e/ou músculos.<br />

- não estava sen<strong>do</strong> submeti<strong>do</strong> a qualquer tipo <strong>de</strong> tratamento específico<br />

para <strong>do</strong>r, concomitante à aplicação <strong>do</strong> laser.<br />

Para a pesquisa foi utiliza<strong>do</strong> um laser <strong>de</strong> dio<strong>do</strong> GaAIAs com 785nm <strong>de</strong><br />

comprimento <strong>de</strong> on<strong>da</strong>, emissão contínua e potência <strong>de</strong> 70mW (Foto 1).<br />

89


Foto 1 - Multi <strong>Laser</strong>- <strong>Laser</strong> Beam - DR 500<br />

Com a intenção <strong>de</strong> gerar uma intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> que não fosse maior que<br />

500mW/cm 2 , uma vez que isto po<strong>de</strong>ria gerar um aumento <strong>da</strong> temperatura <strong>do</strong>s<br />

teci<strong>do</strong>s, confundin<strong>do</strong> os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, foi i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong> um anteparo para ser<br />

acopla<strong>do</strong> à caneta <strong>do</strong> laser, que aumentou o tamanho <strong>do</strong> spot <strong>de</strong> 0,02cm 2 para<br />

0,14cm 2 , especialmente confecciona<strong>do</strong> pela <strong>Laser</strong> Beam (Fotos 2 e 3).<br />

Foto 2 - Caneta laser e anteparo Foto 3 - Caneta laser e anteparo<br />

separa<strong>do</strong>s acopla<strong>do</strong>s<br />

Foram seleciona<strong>do</strong>s vinte pacientes, basean<strong>do</strong>-se em completo exame<br />

clínico, incluin<strong>do</strong> palpação manual <strong>do</strong>s músculos <strong>da</strong> face e cervicais, palpação<br />

<strong>da</strong>s articulações têmporo-mandibulares e medições <strong>do</strong>s movimentos<br />

mandibulares através <strong>de</strong> paquímetro eletrônico (Fotos 4, 5, 6, 7, 8, 9). Neste<br />

processo foram utiliza<strong>da</strong>s fichas padrão para uma anamnese criteriosa a fim <strong>de</strong> se<br />

avaliar o quadro sistêmico e bucal <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> paciente.<br />

WMlKSiW Mcr.inNC.1 DF FNERGffi NUCLFftP/SP IPfc»<br />

90


Para que se pu<strong>de</strong>sse manter um padrão <strong>de</strong> repetição nos pontos <strong>de</strong><br />

palpação manual nos músculos e nas ATMs, foram feitos fotos <strong>do</strong>s locais<br />

palpa<strong>do</strong>s na primeira sessão, as quais serviram como guia em to<strong>da</strong>s as sessões<br />

subseqüentes.<br />

A resposta quanto a <strong>do</strong>r à palpação foi classifica<strong>da</strong> num score, que tem<br />

si<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> no Mestra<strong>do</strong> Profissionalizante <strong>Laser</strong>s em O<strong>do</strong>ntologia, com a<br />

finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> limitar a ocorrência <strong>de</strong> variações <strong>de</strong> interpretações, representa<strong>do</strong><br />

abaixo:<br />

0-ausência <strong>de</strong> <strong>do</strong>r<br />

1 - sensível<br />

2 - <strong>do</strong>r mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong><br />

3 - <strong>do</strong>r severa<br />

Estas avaliações quanto a <strong>do</strong>r à palpação bem como a mensuração <strong>do</strong><br />

grau <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> nos movimentos <strong>de</strong> abertura e laterali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> paciente,<br />

foram anota<strong>do</strong>s em fichas clínicas dirigi<strong>da</strong>s (Anexo 2) a ca<strong>da</strong> sessão, on<strong>de</strong> foi<br />

possível observar o comportamento <strong>do</strong> paciente antes e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> submeti<strong>do</strong> às<br />

aplicações.<br />

Foto 4 - Palpação <strong>do</strong> músculo Foto 5 - Palpação <strong>do</strong> músculo<br />

masseter temporal<br />

91


Foto 6 - Palpaçáo <strong>do</strong> músculo Foto 7 - Palpaçáo <strong>do</strong>s músculos<br />

esternoclei<strong>do</strong>mastoi<strong>de</strong>o posteriores <strong>do</strong> pescoço<br />

Foto 8 - Palpaçáo anterior e posterior <strong>da</strong> ATM<br />

Foto 9 - Medição <strong>da</strong> abertura e laterali<strong>da</strong><strong>de</strong> com paquímetro<br />

eletrônico<br />

92


?<br />

Local <strong>de</strong> aplicação:<br />

Foi feita a aplicação <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o protocolo sugeri<strong>do</strong> por BRADLEY 22 ,<br />

em virtu<strong>de</strong> <strong>do</strong>s bons resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s na literatura:<br />

1. Nas ATMs:<br />

Três pontos ao re<strong>do</strong>r <strong>da</strong>s articulações com <strong>do</strong>r (Foto 10):<br />

- na porção posterior <strong>da</strong> articulação, com a boca aberta (região <strong>do</strong> nervo<br />

aurículo temporal e zona bilaminar);<br />

- na porção anterior <strong>da</strong> articulação na chanfradura sigmoidéia, com a boca<br />

em posição <strong>de</strong> repouso (<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>sencosta<strong>do</strong>s). Nesta área se<br />

encontram as inserções <strong>do</strong>s feixes superior e inferior <strong>do</strong> músculo<br />

pterigói<strong>de</strong>o lateral;<br />

- na porção superior <strong>da</strong> articulação com a boca aberta, conseguin<strong>do</strong> assim<br />

cobrir to<strong>da</strong> a área que circun<strong>da</strong> as ATMs.<br />

Foto 10 - Visualização <strong>do</strong>s pontos para aplicação<br />

<strong>do</strong> laser na ATM<br />

93


2. Nos músculos afeta<strong>do</strong>s:<br />

Depois <strong>da</strong> localização <strong>do</strong> músculo em questão através <strong>da</strong> palpação,<br />

aplicou-se sobre os pontos mais <strong>do</strong>lorosos (inclusive trigger points) com<br />

eqüidistância entre os pontos <strong>de</strong> 1 cm (Fotos 11 e 12):<br />

Foto 11 Aplicação <strong>do</strong> laser Foto 12 Aplicação <strong>do</strong> laser sobre<br />

no músculo com <strong>do</strong>r a ATM<br />

A <strong>do</strong>se utiliza<strong>da</strong> foi 45J/cm 2 e o grupo controle recebeu OJ/cm 2 , no tempo<br />

<strong>de</strong> 90 segun<strong>do</strong>s.<br />

Número <strong>de</strong> aplicações: três vezes por semana, durante três semanas, em<br />

um total <strong>de</strong> nove aplicações.<br />

Preparo <strong>do</strong> local <strong>de</strong> aplicação: pele limpa e seca.<br />

Dos vinte pacientes seleciona<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>z foram utiliza<strong>do</strong>s como grupo <strong>de</strong><br />

controle on<strong>de</strong> to<strong>do</strong> o protocolo foi segui<strong>do</strong>, mas o laser era <strong>de</strong>sliga<strong>do</strong>.<br />

As normas <strong>de</strong> proteção para a utilização <strong>de</strong> lasers na prática clínica foram<br />

rigorosamente segui<strong>da</strong>s.<br />

To<strong>do</strong>s os pacientes assinaram um termo <strong>de</strong> consentimento informa<strong>do</strong> que<br />

foi elabora<strong>do</strong> para aten<strong>de</strong>r às normas <strong>do</strong> projeto.<br />

94


5.1 Análise Estatística<br />

Grupo Trata<strong>do</strong><br />

5. RESULTADOS<br />

Foi observa<strong>da</strong> uma diminuição <strong>da</strong> média <strong>de</strong> <strong>do</strong>r após ca<strong>da</strong> sessão <strong>de</strong><br />

aplicação <strong>do</strong> laser, porém, esta média aumentava no início <strong>da</strong> sessão seguinte<br />

sem contu<strong>do</strong>, alcançar o patamar <strong>de</strong> <strong>do</strong>r inicial <strong>da</strong> sessão anterior. Situação esta,<br />

que se repetiu <strong>da</strong> primeira à nona aplicação.<br />

Ao final <strong>da</strong> quarta aplicação, a média <strong>de</strong> <strong>do</strong>r já se apresentou<br />

significativamente menor = 1,3, quan<strong>do</strong> compara<strong>da</strong> à média, ao final <strong>da</strong> primeira<br />

aplicação.<br />

Em média, o grau <strong>de</strong> <strong>do</strong>r era 2,8 antes <strong>da</strong> primeira aplicação e diminuiu<br />

para 0,33 ao final <strong>da</strong> nona aplicação. Pô<strong>de</strong>-se observar que ao início <strong>da</strong> sexta<br />

aplicação, a média <strong>de</strong> <strong>do</strong>r diminuiu visivelmente (<strong>de</strong> 2,7 para 1,5) e a partir <strong>da</strong>í<br />

sempre diminuiu até a nona aplicação como <strong>de</strong>monstra o Gráfico 2.<br />

É importante salientar que, para esta análise foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s as per<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong> <strong>do</strong>is pacientes antes <strong>de</strong> concluí<strong>da</strong>s as nove sessões <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao<br />

<strong>de</strong>saparecimento completo <strong>da</strong> <strong>do</strong>r em ambos os casos.<br />

Os gráficos indicam o grau <strong>de</strong> <strong>do</strong>r avalia<strong>do</strong> antes <strong>da</strong>s aplicações.<br />

95


3,00<br />

w 2,50<br />

O<br />

O 2,00<br />

O<br />

•O 1,50-1<br />

« 1,00<br />

O 0,50<br />

0,00<br />

Gráfico 2<br />

Grupo Controle<br />

Analise Estatística <strong>do</strong> Comportamento <strong>da</strong> Dor<br />

Grupo Trata<strong>do</strong><br />

4 5 6<br />

N° <strong>de</strong> Sessões<br />

Até a nona aplicação, não foi observa<strong>da</strong> uma diminuição significativa <strong>da</strong><br />

<strong>do</strong>r, a média manteve-se igual ao longo <strong>do</strong> tratamento placebo, oscilan<strong>do</strong> entre<br />

2,6 e 2,0 quan<strong>do</strong> analisa<strong>do</strong>s os resulta<strong>do</strong>s antes e após as aplicações (Gráfico 3).<br />

Comparan<strong>do</strong>-se o início <strong>da</strong> primeira aplicação com o início <strong>da</strong> sétima<br />

aplicação, pô<strong>de</strong>-se observar que ocorreu uma sensível diminuição <strong>do</strong>s sintomas,<br />

<strong>de</strong> 2,6 para 2,2 e ain<strong>da</strong> para 2 ao final <strong>da</strong> sétima aplicação, em média.<br />

Enfim, foi <strong>de</strong> significância estatística a diminuição <strong>da</strong> <strong>do</strong>r, quan<strong>do</strong><br />

compara<strong>do</strong>s o final <strong>da</strong> primeira aplicação e o final <strong>da</strong> nona aplicação.<br />

96


1-<br />

o<br />

o<br />

•o<br />

3<br />

CS<br />

l_<br />

O<br />

3,00 T<br />

2,50<br />

2,00<br />

1,50<br />

1 OI)<br />

0,50<br />

0,00<br />

Gráfico 3<br />

Analise Estatística <strong>do</strong> Comportamento <strong>da</strong> Dor -<br />

Grupo Controle<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9<br />

N° <strong>de</strong> Sessões<br />

Comparação <strong>do</strong>s Grupos Trata<strong>do</strong> e Controle segun<strong>do</strong> o Teste <strong>de</strong><br />

Mann-Whitney<br />

Ao final <strong>da</strong> quarta aplicação, pô<strong>de</strong>-se observar um comportamento<br />

diferente entre os <strong>do</strong>is grupos (Gráfico 4).<br />

Esta diferença <strong>de</strong> comportamento foi tornan<strong>do</strong>-se mais significativa a ca<strong>da</strong><br />

sessão, ou seja, enquanto o grupo controle manteve um patamar <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

quanto às médias encontra<strong>da</strong>s, o grupo trata<strong>do</strong> apresentou um comportamento<br />

<strong>de</strong>crescente. Segun<strong>do</strong> o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> teste, foi encontra<strong>do</strong> após a quarta<br />

aplicação, um valor comparativo <strong>de</strong> 1,5% e ao final <strong>da</strong> última aplicação, 0,1%, o<br />

que, estatisticamente, representa uma diferença <strong>de</strong> comportamento realmente<br />

significativa.<br />

97


Ana iseE statística <strong>do</strong> Comportamento<br />

d i Dor - Grupo Trata<strong>do</strong><br />

3,00 -p<br />

2,50.-<br />

1 2,00.-<br />

0<br />

"O 1,50 -<br />

3<br />

2 1,00 -<br />

O 0,50 -<br />

Gráfico 4<br />

- —<br />

- -<br />

- - - -<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 0<br />

N° <strong>de</strong> Sessões<br />

Analise Estatística <strong>do</strong> Comportamento <strong>da</strong><br />

Dor -GrupoControle<br />

3,00<br />

2,50<br />

2.00<br />

O<br />

"8 1,50 •<br />

3<br />

2 1,00<br />

0.50<br />

0,00<br />

3 4 5 6<br />

N° <strong>de</strong> Sessões<br />

A última média <strong>de</strong> <strong>do</strong>r encontra<strong>da</strong> para o grupo trata<strong>do</strong> foi = 0,33 e para o<br />

grupo controle foi = 2 (Gráfico 5)<br />

3 -T<br />

o<br />

2 2<br />

•o<br />

I 1<br />

(D<br />

0<br />

Gráfico 5<br />

Comparação <strong>do</strong> Comportamento <strong>do</strong>s<br />

Grupos em Relação a Dor<br />

Controle Trata<strong>do</strong><br />

Foi utiliza<strong>do</strong> o teste exato <strong>de</strong> Fisher para comparação estatística <strong>do</strong>s limites<br />

<strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> boca <strong>do</strong> grupo caso e controle, porém, sen<strong>do</strong> esta uma medi<strong>da</strong><br />

estritamente individual, o resulta<strong>do</strong> obti<strong>do</strong> torna-se insignificante.<br />

98


5.2 Análise <strong>Clínica</strong><br />

Grupo Trata<strong>do</strong><br />

Dos <strong>de</strong>z pacientes que se submeteram ao protocolo, 10% chegaram ao<br />

final <strong>da</strong> última aplicação com média <strong>de</strong> <strong>do</strong>r=0,33 e 90% <strong>do</strong>s pacientes=0 (Gráfico<br />

6).<br />

10 -,<br />

9<br />

to 8<br />

Q><br />

í 7<br />

0) 6 .<br />

8 5<br />

a<br />

o 4<br />

•O 3<br />

o<br />

Z 2<br />

1 -<br />

Gráfico 6<br />

Grupo Trata<strong>do</strong><br />

-;-,t& I<br />

Remissão Total Remissão Parcial<br />

Grau <strong>da</strong> Dor ao Final <strong>da</strong>s Aplicações<br />

Confirman<strong>do</strong> a análise estatística, observou-se que ca<strong>da</strong> paciente<br />

experimentou uma melhora <strong>da</strong> <strong>do</strong>r logo após ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s aplicações, e que o<br />

grau <strong>da</strong> <strong>do</strong>r aumentava novamente, porém, já em menor intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> quan<strong>do</strong> o<br />

mesmo apresentava-se para a sessão subseqüente, episódio que se repetiu <strong>da</strong><br />

primeira à última aplicação, enquanto existia algum tipo <strong>de</strong> <strong>do</strong>r.<br />

99


Comparação <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> para a abertura <strong>de</strong> boca antes <strong>da</strong><br />

primeira e após a última aplicação:<br />

• 20% - mantiveram a mesma abertura<br />

• 20% - diminuíram o grau <strong>de</strong> abertura<br />

• 60% - aumentaram o grau <strong>de</strong> abertura (Gráfico 7)<br />

Gráfico 7<br />

100<br />

Comparação quanto ao grau <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> em lateraií<strong>da</strong><strong>de</strong> antes <strong>da</strong><br />

primeira e após a última aplicação:<br />

.10% - mantiveram o mesmo limite<br />

.10% - diminuíram o limite<br />

.80% - aumentaram o limite (Gráfico 8).<br />

COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR/SP »P!r*


8<br />

c<br />

"5<br />

«j<br />

a<br />

0<br />

•o<br />

Grupo Controle<br />

10<br />

g<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

Gráfico 8<br />

Grupo Trata<strong>do</strong><br />

nüfHÜ fUBÉii<br />

W&ÊÊÈ<br />

•fmgm<br />

Sem alteração Diminuiu Aumentou<br />

Limite <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> em lateraii<strong>da</strong><strong>de</strong> ao final <strong>da</strong>s<br />

aplicações<br />

Dos <strong>de</strong>z pacientes que passaram pelo tratamento placebo, 20%<br />

experimentaram alguma diminuição <strong>da</strong> <strong>do</strong>r e 80% mantiveram o mesmo grau <strong>da</strong><br />

<strong>do</strong>r (Gráfico 9).<br />

«o<br />

B<br />

c<br />

2<br />

"5<br />

a<br />

a.<br />

«<br />

•o<br />

o<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

Gráfico 9<br />

Grupo Controle<br />

Sem alteração Remissão Total Remissão Parcial<br />

Grau <strong>da</strong> <strong>do</strong>r ao final <strong>da</strong>s aplicações<br />

101


Os <strong>do</strong>is pacientes que apresentaram diminuição <strong>do</strong>s sintomas<br />

apresentaram-se inicialmente para o tratamento com grau <strong>de</strong> <strong>do</strong>r = 2 diminuin<strong>do</strong><br />

para 1 ao final <strong>da</strong>s aplicações (não houve remissão total <strong>da</strong> <strong>do</strong>r em nenhum <strong>do</strong>s<br />

casos).<br />

Comparação quanto ao grau <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> para abertura <strong>de</strong> boca antes <strong>da</strong><br />

primeira aplicação e após a última aplicação:<br />

80% - mantiveram a mesma abertura<br />

0 - diminuiu a abertura<br />

20% - aumentaram a abertura (Gráfico 10)<br />

a<br />

c<br />

.2<br />

o<br />

&<br />

«<br />

o<br />

Z<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

Gráfico 10<br />

Grupo Controle<br />

Sem alteração Diminuiu Aumentou<br />

Limite <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> boca ao final <strong>da</strong>s aplicações<br />

102<br />

Comparação quanto ao grau <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> nas laterali<strong>da</strong><strong>de</strong>s antes <strong>da</strong><br />

primeira aplicação e após a última aplicação:<br />

50% - mantiveram o mesmo limite<br />

40% - aumentaram o limite<br />

10% - diminuíram o limite (Gráfico 11).


10<br />

9<br />

«<br />

7<br />

£ 6<br />

o<br />

(0<br />

a<br />

•o<br />

Gráfico 11<br />

Grupo Controle<br />

T77<br />

Sem alteração Diminuiu Aumentou<br />

LimitB <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> em laterali<strong>da</strong><strong>de</strong> ao final <strong>da</strong>s aplicações<br />

103


6. DISCUSSÃO<br />

A terapia com laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, é uma forma <strong>de</strong> tratamento que<br />

não <strong>de</strong>ve ser diferencia<strong>da</strong> <strong>de</strong> outras mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s médicas <strong>de</strong> tratamento,<br />

portanto, como em qualquer terapia, nem to<strong>do</strong>s os pacientes reagem <strong>da</strong> mesma<br />

maneira à irradiação com laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, pois essa reação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

não só <strong>do</strong> laser como também <strong>da</strong>s condições <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> e <strong>do</strong> sistema imunológico<br />

<strong>do</strong> paciente. Como comparação, po<strong>de</strong>-se citar as injeções anestésicas on<strong>de</strong>,<br />

alguns pacientes necessitam <strong>do</strong> <strong>do</strong>bro <strong>da</strong> <strong>do</strong>se que outros, para produzir o<br />

mesmo efeito. Em termos gerais, espera-se que a maioria <strong>do</strong>s pacientes<br />

respon<strong>da</strong> positivamente à terapia, e caso isso não ocorra, não po<strong>de</strong>mos esquecer<br />

que talvez os parâmetros que funcionam para uns po<strong>de</strong>m não funcionar para<br />

outros.<br />

104<br />

Um resulta<strong>do</strong> insatisfatório, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à <strong>do</strong>ses pequenas, ou <strong>do</strong>ses<br />

gran<strong>de</strong>s, diagnóstico incorreto, poucas sessões, <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> energia<br />

ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> entre outros 120 .<br />

As pessoas que estu<strong>da</strong>m a literatura po<strong>de</strong>m muitas vezes se per<strong>de</strong>r com<br />

as diferentes informações a respeito <strong>da</strong> terapia com laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Alguns comprimentos <strong>de</strong> on<strong>da</strong> sugerem melhores efeitos em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s<br />

situações, enquanto em outros casos os efeitos são pobres ou inexistentes.<br />

Algumas <strong>do</strong>ses produzem efeitos satisfatórios, <strong>do</strong>ses estas que quan<strong>do</strong><br />

aumenta<strong>da</strong>s os efeitos <strong>de</strong>saparecem. Se a administração <strong>do</strong> tratamento for à<br />

distância, não se consegue o mesmo efeito <strong>de</strong> quan<strong>do</strong> se trata com a ponta <strong>do</strong><br />

laser em contato, ou sob pressão. Algumas freqüências produzem efeitos na <strong>do</strong>r,<br />

outras no e<strong>de</strong>ma. Enfim, as dúvi<strong>da</strong>s são muitas, e a principal pergunta é: quais os<br />

parâmetros que se <strong>de</strong>ve utilizar para se encontrar os melhores efeitos? Ain<strong>da</strong><br />

existe muito para ser aprendi<strong>do</strong> à respeito <strong>da</strong> terapia com laser <strong>de</strong> baixa<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, e para isto, o caminho se encontra nas pesquisas e nos resulta<strong>do</strong>s


<strong>do</strong>s tratamentos clínicos. Neste trabalho, obtivemos resulta<strong>do</strong>s muito satisfatórios,<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> protocolo utiliza<strong>do</strong>.<br />

Com relação à <strong>do</strong>r, um <strong>do</strong>s aspectos positivos encontra<strong>do</strong>s na terapia com<br />

laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, é que a <strong>do</strong>r po<strong>de</strong> ser alivia<strong>da</strong> no início <strong>do</strong> tratamento,<br />

e para isso, normalmente altas <strong>do</strong>ses são aplica<strong>da</strong>s. A <strong>do</strong>r muitas vezes po<strong>de</strong> ser<br />

muito mais <strong>do</strong> que o sentimento referi<strong>do</strong> pelo paciente, ela po<strong>de</strong> ser um obstáculo<br />

para qualquer tipo <strong>de</strong> tratamento convencional, e quan<strong>do</strong> presente na região<br />

maxilo facial, po<strong>de</strong> impossibilitar que o paciente abra a boca o suficiente para um<br />

tratamento oclusal, ou uma mol<strong>da</strong>gem para construção <strong>de</strong> uma placa interoclusal.<br />

Nestes casos, reduzin<strong>do</strong> a <strong>do</strong>r e relaxan<strong>do</strong> a musculatura através <strong>da</strong> terapia com<br />

laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, está se possibilitan<strong>do</strong> a realização <strong>da</strong> terapêutica<br />

indica<strong>da</strong>.<br />

105<br />

LAAKSO 70 estu<strong>do</strong>u a possível relação entre a terapia com laser <strong>de</strong> baixa<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> e opioi<strong>de</strong>s em um estu<strong>do</strong> duplo cego, on<strong>de</strong> 56 pacientes com <strong>do</strong>r<br />

crônica foram trata<strong>do</strong>s com 820nm, 25mW / 670nm, 10mW e LED 660nm,<br />

9.5mW. Os níveis <strong>de</strong> ACTH e (3 en<strong>do</strong>rfina foram significativamente eleva<strong>do</strong>s nos<br />

grupos que receberam a terapia com laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas não no<br />

grupo <strong>do</strong>s LED, justifican<strong>do</strong> o seu efeito analgésico. No nosso estu<strong>do</strong>, to<strong>do</strong>s os<br />

pacientes que receberam irradiação tiveram os seus níveis <strong>de</strong> <strong>do</strong>r diminuí<strong>do</strong>s ou<br />

ausente, o que sugere um efeito analgésico por ação <strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> ACTH e p<br />

en<strong>do</strong>rfina.<br />

As disfunções <strong>da</strong>s articulações têmporo-mandibulres são muito comuns na<br />

população mundial, geran<strong>do</strong> como sintomatologia principal a <strong>do</strong>r, que limita as<br />

condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> maioria <strong>do</strong>s indivíduos porta<strong>do</strong>res. Estas disfunções têm<br />

si<strong>do</strong> trata<strong>da</strong>s através <strong>de</strong> vários méto<strong>do</strong>s isola<strong>da</strong>mente, porém, na maioria <strong>do</strong>s<br />

casos, o tratamento se faz por associação <strong>de</strong> terapias através <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> placas<br />

interoclusais, medicamentos, fisioterapia, estimulação elétrica transcutânea<br />

(TENS), iontoforese, entre outros.<br />

' O uso <strong>da</strong> terapia com laser <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> emissão infravermelha<br />

í<br />

J é muito recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> para uso clínico, especialmente em tratamentos como


úlceras ou <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns inflamatórias, <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns funcionais e condições que<br />

apresentam <strong>do</strong>r crônica. As recomen<strong>da</strong>ções são basea<strong>da</strong>s principalmente em<br />

experiências clínicas positivas e comparação entre grupos trata<strong>do</strong>s e grupos<br />

placebos.<br />

No nosso trabalho, <strong>do</strong>s <strong>de</strong>z pacientes <strong>do</strong> grupo trata<strong>do</strong>, oito pacientes<br />

apresentavam um grau <strong>de</strong> <strong>do</strong>r = 3 antes <strong>do</strong> tratamento, ou seja, pelo menos uma<br />

região palpa<strong>da</strong> era referi<strong>da</strong> com este grau <strong>de</strong> <strong>do</strong>r, e <strong>do</strong>is pacientes iniciaram o<br />

tratamento com grau <strong>de</strong> <strong>do</strong>r = 2. Este foi o padrão utiliza<strong>do</strong> para análise <strong>do</strong><br />

comportamento <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> indivíduo. Por ser subjetiva, a <strong>do</strong>r manifesta<strong>da</strong> por um<br />

paciente como grau 3 em uma única região palpa<strong>da</strong>, po<strong>de</strong> significar para ele, algo<br />

mais <strong>de</strong>sconfortável <strong>do</strong> que para aquele paciente que refere um grau <strong>de</strong> <strong>do</strong>r 3 em<br />

to<strong>da</strong>s as regiões palpa<strong>da</strong>s<br />

106<br />

O que se obteve como resposta em to<strong>do</strong>s os casos, foi que to<strong>do</strong>s os<br />

pacientes, sem exceção, respon<strong>de</strong>ram positivamente ao tratamento já na primeira<br />

sessão, e que a <strong>do</strong>r foi diminuin<strong>do</strong> gra<strong>da</strong>tivamente ao longo <strong>da</strong>s nove aplicações,<br />

sen<strong>do</strong> que, <strong>do</strong>is pacientes apresentaram remissão total <strong>da</strong> sintomatologia na<br />

sexta e oitava sessão, respectivamente, e, portanto, não foi necessária a<br />

irradiação até a nona sessão.<br />

Os limites <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> boca e laterali<strong>da</strong><strong>de</strong> também apresentaram-se<br />

positivos, pois oito <strong>do</strong>s pacientes tiveram este quadro melhora<strong>do</strong>, o que po<strong>de</strong><br />

estar relaciona<strong>do</strong>, evi<strong>de</strong>ntemente, com a remissão <strong>da</strong> <strong>do</strong>r. Quan<strong>do</strong> comparamos<br />

estes resulta<strong>do</strong>s com os <strong>de</strong> outros trabalhos que se utilizaram <strong>de</strong> um protocolo<br />

similar, pu<strong>de</strong>mos verificar uma equivalência <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s. Por exemplo, no<br />

estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> PINHEIRO 97 , on<strong>de</strong> 124 pacientes com quadro <strong>de</strong> <strong>do</strong>r foram<br />

seleciona<strong>do</strong>s e trata<strong>do</strong>s com laser <strong>de</strong> dio<strong>do</strong>, foram obti<strong>do</strong>s como resulta<strong>do</strong> a<br />

remissão total <strong>do</strong>s sintomas em 66% <strong>do</strong>s pacientes, redução parcial em 16% e<br />

em 17% os sintomas permaneceram.<br />

Confirman<strong>do</strong> o trabalho <strong>de</strong> HATANO 52 , os pacientes que receberam o<br />

tratamento experimentaram uma diminuição <strong>da</strong> <strong>do</strong>r à palpação logo após ca<strong>da</strong><br />

aplicação.


Segun<strong>do</strong> alguns trabalhos <strong>de</strong> BRADLEY 20 os resulta<strong>do</strong>s positivos obti<strong>do</strong>s<br />

po<strong>de</strong>m estar diretamente relaciona<strong>do</strong>s à <strong>do</strong>se utiliza<strong>da</strong>, ou seja, quanto maior a<br />

<strong>do</strong>se, maior a eficiência <strong>do</strong> tratamento. Na nossa pesquisa, os pacientes quan<strong>do</strong><br />

analisa<strong>do</strong>s individualmente, apresentaram uma remissão mais significativa <strong>de</strong><br />

seus sintomas iniciais a partir <strong>da</strong> oitava sessão.<br />

107<br />

É importante salientar que para o sucesso <strong>de</strong> qualquer tratamento, é<br />

fun<strong>da</strong>mental o correto diagnóstico e a remoção <strong>do</strong> fator etiológico. A possibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> aplicação <strong>de</strong> uma técnica inova<strong>do</strong>ra auxiliar no tratamento <strong>da</strong>s ATMs, visa<br />

melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stes tratamentos, diminuin<strong>do</strong> o sofrimento <strong>do</strong>s pacientes.


7. CONCLUSÃO<br />

108<br />

Como resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta pesquisa clínica, a terapia com laser <strong>de</strong> GaAIAs,<br />

X=785nm, <strong>de</strong>monstrou eficácia na remoção <strong>da</strong> sintomatologia <strong>do</strong>lorosa em<br />

pacientes com disfunçao nas articulações têmporo-mandibulares, assim como<br />

melhorou as condições <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> mandibula, permitin<strong>do</strong> um aumento nos<br />

movimentos <strong>de</strong> abertura e laterali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s indicam que a terapia com laser <strong>de</strong> baixa<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, quan<strong>do</strong> aplica<strong>da</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s parâmetros utiliza<strong>do</strong>s nesta pesquisa,<br />

po<strong>de</strong> ser uma importante mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento coadjuvante nos pacientes<br />

com disfunções <strong>da</strong>s articulações têmporo mandibulares.


ANEXO 1<br />

Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> O<strong>do</strong>ntologia<br />

l tmcr> i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Pmilu<br />

PARECER n° 125/00<br />

Com base em parecer <strong>de</strong> relator, o Comitê tíe Ética em Pesquisa,<br />

APROVOU o protocolo <strong>de</strong> pesquisa "<strong>Avaliação</strong> d* ação <strong>do</strong> laser <strong>de</strong> itaixn<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Ga»A^As no tratamento <strong>da</strong>s dlstonções <strong>da</strong> arttorifrçio<br />

tempore mandibular", <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pesquisa<strong>do</strong>ra Nelly T. H.<br />

Sanseverino, sob orientação <strong>do</strong> Professor Doutor Eduar<strong>do</strong> <strong>de</strong> Bertott<br />

Gvoth.<br />

Sâo Paulo, 16 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2000<br />

Profa.Dra. CéJtàTre^aMwtms Delga<strong>do</strong> Rodrigues<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra ocrCEP-FOUSP<br />

COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR/SP IPt»


P \<br />

m ipen %<br />

Parecer - Projeto N° 022/CEP-IPEN/SP<br />

Com base nos pareceres apresenta<strong>do</strong>s pelos relatores, o protocolo <strong>de</strong> pesquisa<br />

"<strong>Avaliação</strong> <strong>da</strong> ação laser <strong>de</strong> baixa intnesi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> GaAIAs no tratamento <strong>da</strong>s<br />

disfunções <strong>da</strong> articulação têmporo-mandibular", <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

pesquisa<strong>do</strong>ra Nelly Tichauer Maluf Sanseverino, sob orientação <strong>do</strong> Professor<br />

Doutor Eduar<strong>do</strong> <strong>de</strong> Bortoli Groth, foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> APROVADO.<br />

Profa. Dra. Martha Marques Ferreira Vieira<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> CEP-IPEN<br />

110<br />

São Paulo, 30 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2001<br />

IPEN-CNEN/SP<br />

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA<br />

Travessa "R", N° 400 - Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Universitária - CEP 05508-900 - São Paulo - SP<br />

Telefone: (011) 3816-9381 - Fax (011) 3816-9123<br />

E-mail: mmvieiratfSnet.iDen.br


ANEXO 2<br />

Nome:<br />

MESTRADO PROFISSIONALIZANTE<br />

LASERS EM ODONTOLOGIA<br />

APLICAÇÃO DE LILT NAS ATMs E MÚSCULOS DA FACE<br />

I<strong>da</strong><strong>de</strong>: a m<br />

0 - Ausência <strong>de</strong> <strong>do</strong>r A- Antes <strong>da</strong> aplicação<br />

1 - Sensível D- Depois <strong>da</strong> aplicação<br />

2 - Dor mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong><br />

3 - Dor Severa<br />

Data: / /<br />

Aplicação No.<br />

ATM<br />

Palpação externa<br />

Masseter<br />

Temporal<br />

Esternoclei-<br />

Domastoi<strong>de</strong>o<br />

Anterior<br />

Posterior<br />

Superficial<br />

Profun<strong>do</strong><br />

Inserção<br />

Anterior<br />

Médio<br />

Posterior<br />

Posterior<br />

Anterior<br />

Músculos posteriores <strong>do</strong><br />

pescoço<br />

DIREITO<br />

A D<br />

ESQUERDO<br />

A D<br />

Ill


i<br />

Abertura<br />

Laterali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

direita<br />

Laterali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

esquer<strong>da</strong><br />

A D


8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

1. ABERGEL, P. Bioestimulación <strong>de</strong> la production <strong>de</strong> colágeno en<br />

cultivos <strong>de</strong> fibroblastos <strong>de</strong> piei humana mediante laser <strong>de</strong> baja<br />

intensi<strong>da</strong>d. II Seminário teórico practico sobre Ias aplicaciones <strong>de</strong><br />

los laseres terapêuticos. <strong>Laser</strong>- Espana 84, Madrid, 1994.<br />

2. ALLING, C. <strong>Laser</strong> Apliccations in Oral and Maxillofacial<br />

Surgery. Ed 1997.<br />

3. ANGLE, E.H. Malocclusion of the teeth. 7. ed., Phila<strong>de</strong>lphia: S. S.<br />

White, 1907.<br />

4. AUN, C.E.; BRUGNERA, A.; VILLA, R. Raio-<strong>Laser</strong> - Hipersensibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Dentinária. Rev.APCD, v. 43, n. 2, p. 65-68, 1989.<br />

5. AVI LA, R. Histological effects of HeNe laser on chick embryo. Proc<br />

X Internat Congress Int Soc <strong>Laser</strong> Surg Med, p. 164, Bangkok 1993.<br />

6. BARAGONE, P.M.; COHEN, H.V. Long-term Orthopedic Appliance<br />

Therapy. Dent Clin.N.Amer, v. 35, n. 1, p. 109-121, 1991.<br />

7. BECHER, H.K. Sue use of chemical agents in the control of pain. In<br />

Knighton R. D.. P. R. Pain. Boston: Brown & Co., p. 221-231, 1966.<br />

8. BELL, W.E. Un<strong>de</strong>rstanding temporomandibular joint. Br. Dent. J., p.<br />

56-125, 1954.<br />

9. BELL, W.E. Orofacial pains: classification, diagnosis and<br />

management. 4. ed., Chicago: Year Book Medical, 1989.<br />

10. BELL, W.E. Temporomandibular disor<strong>de</strong>rs: classification,<br />

diagnosis and management 3. ed., Chicago: Year Book Medical, p.<br />

114-133, 1990.<br />

11. BELL, W.E. Dores orofaciais: classificação, diagnóstico e<br />

tratamento. 3. ed., Quintessence BooKs , p. 127,1990.<br />

12. BENEDICENTI, A.; GOLA, G.; CINGANO, L.E.; LUPI, L Neuralgia<br />

<strong>do</strong> trigêmio. <strong>Laser</strong> em Cirurgia e Terapia.<br />

113


13. BENEDICENTI, A.; GOLA, G.; CINGANO, L.E.; LUPI, L Valoracion<br />

Radioimunológica <strong>de</strong>l Nível <strong>de</strong> Beta En<strong>do</strong>rfina em el Líqui<strong>do</strong><br />

Céfaloradíquiano, antes e dispués <strong>de</strong> Irradiacion Luz <strong>Laser</strong> 904<br />

nm, em La Neuralgia Del Trigémio, Inv.Clinica <strong>Laser</strong>, v. 1,p. 7-12,<br />

1984.<br />

14. BERTELLI E.; CECCARIGLIA, A. <strong>Laser</strong> Therapy: clinical aspects of<br />

analgesic effect in <strong>de</strong>ntistry G Anest Stomatol, v. 19,n. 3,p. 21-<br />

45,Jul-Sep, 1990.<br />

15. BEZUUR, N.J. The effect of therapeutic laser treatment in patient with<br />

craniomandibular disos<strong>de</strong>rs. J Craniomand Disor<strong>de</strong>rs, v. 2,n. 83,<br />

1988..<br />

16. BONWILL, W. G. A. Geometrical and mechanical laws of<br />

articulators; anatomical articulation. Transactions of the<br />

O<strong>do</strong>ntological Society of Pennsylvania, p. 119-133,1985.<br />

17. BORAKS, S.; CARLOS, DA <strong>Laser</strong> Clínico - Aplicações Práticas<br />

em O<strong>do</strong>ntolestomatologia, Ed. Robe, p. 95-158, 1998.<br />

18. BOTTIRACI, G.; KARU, T.; LUBART, R. Progress in Biomedical<br />

optes. Europ to series. Proceedings of- Effects of low power<br />

light on Biological Sistems. Sanremo, Italy: Ed.Choirs, sept.,<br />

1997.<br />

19. BRADLEY, P. Thermografic evaluation of Response to Low Level<br />

<strong>Laser</strong> Acupunture. Proc. Second Meeting of the Internacional<br />

Therapy Association, Lon<strong>do</strong>n, p. 32, sept. 1992.<br />

20. BRADLEY, P. F. The interface between high intensity laser treatment<br />

(HILT) and low intensity laser therapy (LILT) in the orofacial<br />

region. 4 th International Congress on <strong>Laser</strong> in Dentistry,<br />

Singapore, aug. 6-10, 1994<br />

21. BRADLEY, P.F. Pain relief in <strong>Laser</strong> Therapy. Bologna, Italy:<br />

Monduzzi, 1996.<br />

22. BRADLEY, P.; GROTH, E.; GRUSOY, B.; KARASU, H.; RAJAB, A.;<br />

SATTAYUT, S. The maxillo facial region: recent research and<br />

clinical practice in low intensity laser therapy (LILT). In: <strong>Laser</strong> in<br />

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geri<strong>da</strong> técnica, administrativa e financeiramente pela Comissão Nacional <strong>de</strong> Energia Nuclear e<br />

associa<strong>da</strong> A Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Sào Paulo para fins <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> Pós-Graduação.<br />

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