artigo completo - Febrasgo
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Flávio Santos Vasconcelos Barros 1<br />
Denise Kurschus de Oliveira Dantas 2<br />
Gabriela Franco Mourão 2<br />
Mariana César Corrêa 2<br />
Rafael Miranda de Oliveira 2<br />
Tássia Veloso Gomes 2<br />
Palavras-chave<br />
Doenças da vulva<br />
Vulvovaginite<br />
Vestibulite vulvar<br />
Keywords<br />
Vulvar diseases<br />
Vulvovaginitis<br />
Vulvar vestibulitis<br />
Revisão<br />
Resumo Vulvodínia é um termo utilizado para descrever dor crônica em queimação<br />
na vulva, sem achados físicos objetivos que justifiquem os sintomas. Sua etiologia é desconhecida. Mulheres<br />
brancas, sexualmente ativas e na pré-menopausa são as mais acometidas. Entre os possíveis fatores envolvidos<br />
na gênese, estão anormalidades de desenvolvimento embrionário, aumento da excreção urinária de oxalato,<br />
fatores genéticos e imunológicos, fatores hormonais, anormalidades no assoalho pélvico e neuropatias. O<br />
exame clínico detalhado, com caracterização da dor, pesquisa de irritantes locais, inspeção cuidadosa da vulva<br />
e busca de pontos dolorosos, além de avaliação do assoalho pélvico, orienta o diagnóstico e o tratamento.<br />
Existem vários tratamentos citados, porém pouca evidência científica que comprove a sua eficácia. Deve-se<br />
descontinuar a utilização de produtos que possam funcionar como irritantes. O uso de citrato de cálcio pode<br />
diminuir a excreção de oxalato na urina. A fisioterapia pode ser empregada nas pacientes com instabilidade do<br />
assoalho pélvico. Os antidepressivos tricíclicos e anticonvulsivantes foram utilizados com boa resposta em vários<br />
estudos. Além destes, podem ser aplicados, topicamente ou por injeção local, substâncias como anestésicos,<br />
corticoides, estrogênios e interferon-alfa. A cirurgia fica reservada para casos extremos, sendo que os resultados<br />
na literatura são conflitantes.<br />
Vulvodínia: aspectos atuais<br />
Abstract Vulvodynia is a term used to describe chronic vulvar pain or discomfort,<br />
without signs that explain such symptom. Its etiology is unknown. It is more likely to occur in sexually active,<br />
white women in pre-menopausal period. Many factors may be involved in the onset of this condition (anomalies<br />
in embrionary development, increased urinary oxalate excretion, genetic and immune factors, hormonal factors,<br />
pelvic floor problems and neuropathies). A thorough clinical history must be done, with special attention to the<br />
pain characteristics and use of local irritants. Careful vulvar inspection, research of trigger points and pelvic floor<br />
evaluation will increase the likelihood of an accurate diagnosis. Many treatment options are described, but there<br />
is not enough evidence on their effectiveness. Local irritants should be discontinued. Calcium citrate may decrease<br />
urinary oxalate excretion. Physical therapy can be used to treat pelvic floor instability. Tricyclic antidepressants<br />
and anticonvulsants showed a good response in some studies. Besides systemic drugs, topic substances or local<br />
injections can be applied (anesthetics, estrogens, corticosteroids and alpha-interferon). Surgery should be reserved<br />
to unresponsive cases and its effectiveness has been inconsistent in the scientific literature.<br />
Vulvodynia: an update<br />
1 Professor de Ginecologia da Faculdade de Medicina de Barbacena (Fame); Mestre em Ginecologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)<br />
Belo Horizonte (MG), Brasil<br />
2 o Acadêmicas do 6 ano da Fame – Belo Horizonte (MG), Brasil
190<br />
Barros FSV, Dantas DKO, Mourão GF, Corrêa MC, Oliveira RM, Gomes TV<br />
Introdução<br />
Vulvodínia é um termo utilizado para descrever dor crônica<br />
em queimação na vulva, sem achados físicos objetivos que justifiquem<br />
os sintomas, sendo assim, uma patogenia ginecológica<br />
de difícil diagnóstico e tratamento. 1,2<br />
Essa síndrome foi instituída em 1983, pela Sociedade<br />
Internacional de Estudos sobre Doenças Vulvares (ISSVD).<br />
Inicialmente, foram propostos cinco subtipos: dermatose vulvar,<br />
vestibulite vulvar, vulvodínia disestésica, papilomatose<br />
vulvar e vulvite cíclica. 2 No entanto, essa classificação foi<br />
redefinida em 2003 pela ISSVD, permanecendo a abordagem<br />
somente dos tipos: vestibulite vulvar, vulvodínia disestésica<br />
e vulvite cíclica 3 , podendo também ser classificada em dor<br />
generalizada ou localizada, provocada ou não provocada. 4<br />
Baseando-se na experiência clínica, a vulvodínia é descrita<br />
como um desconforto vulvar crônico, caracterizado por queixas<br />
de queimação, ardência e/ou irritação por um período de<br />
cerca de três meses, com ausência de lesões visíveis e prurido.<br />
Há ainda relatos de aumento da sensibilidade ao toque na<br />
região vulvar por essas pacientes. 5<br />
Apesar de frequentemente subestimada, a prevalência da<br />
vulvodínia nos Estados Unidos tem atingido no mínimo 200.000<br />
mulheres, podendo chegar a 16% delas, segundo dados da National<br />
Institutes of Health (NIH), afetando, na maioria, mulheres<br />
brancas, na pré-menopausa e sexualmente ativas.<br />
Aproximadamente 14 milhões de mulheres americanas apresentarão<br />
dor vulvar crônica durante alguma época da vida e no<br />
mínimo 30% delas não procurarão atendimento médico. 5<br />
Por ser uma doença pouco conhecida, a vulvodínia ainda é<br />
um termo complexo para vários médicos. Muitas pacientes com<br />
essa enfermidade geralmente apresentam história de múltiplas<br />
consultas médicas e inúmeros tratamentos, todos sem sucesso. 6<br />
Existem diversas doenças com sintomas similares que são erroneamente<br />
relatadas como vulvodínia. 7<br />
A etiologia ainda é desconhecida, porém, vários estudos a<br />
apontam como multifatorial. As etiologias propostas incluem<br />
anormalidades de desenvolvimento embrionário, aumento da<br />
excreção urinária de oxalato, fatores genéticos e/ou imunes,<br />
fatores hormonais (associação com uso de contraceptivos orais<br />
ou menopausa), infecção (HPV e Candida), inflamação e neuropatias.<br />
Com a contínua pesquisa, muitas hipóteses etiológicas<br />
foram descartadas. A maioria dos estudos não confirmou a<br />
associação do HPV, estando este vírus ausente na maior parte<br />
das pacientes com dor vulvar. 7 A influência da candidíase e<br />
da inflamação ainda é incerta e o aumento da inervação cutânea<br />
e/ou de mastócitos na vulva, além de anormalidades no<br />
FEMINA | Abril 2009 | vol 37 | nº 4<br />
assoalho pélvico, estão entre os fatores etiológicos estudados<br />
atualmente. 5<br />
O conhecimento sobre a patogênese é vago e a presença ou<br />
ausência de inflamação no tecido vestibular é controversa. Estudos<br />
de resposta inflamatória sugerem diminuição das células<br />
natural killer, diminuição da produção de antagonista de receptor<br />
de interleucina-1 (IL-1), variabilidade no gene codificador de<br />
antagonistas de receptor de IL-1 e diminuição da produção de<br />
interferon-α. 5<br />
Os sintomas variam de fracos, moderados a incapacitantes,<br />
chegando a interferir nas atividades diárias da mulher. A dispareunia<br />
é uma queixa frequente e a maioria das pacientes relata<br />
problemas em sua vida sexual. 3<br />
Há duas décadas, a vulvodínia era vista como uma “vaginite<br />
somatizada”. No entanto, após anos de estudo, observou-se forte<br />
ligação a fatores orgânicos (genéticos, traumáticos, infecciosos,<br />
alergênicos, neurológicos, entre outros), além de psicológicos. 8<br />
Alguns estudos mostram pacientes com sintomas depressivos e<br />
somatização, mas não demonstram relação de causa e efeito. 7<br />
Em mulheres que apresentam vulvodínia, é comum a maior<br />
incidência de cistite intersticial, cefaleia, fibromialgia, síndrome<br />
do intestino irritável, além da depressão, as quais agravam os<br />
sintomas. 7 O diagnóstico da vulvodínia é baseado em história<br />
clínica detalhada e exame físico criterioso da paciente. Sua<br />
abordagem é interdisciplinar, uma vez que sua etiologia é multifatorial,<br />
estando associados fatores biológicos e psicodinâmicos.<br />
A paciente usualmente refere história de múltiplas consultas e<br />
tratamentos anteriores mal sucedidos, disfunção sexual secundária,<br />
depressão e ansiedade para o diagnóstico. 9<br />
Na história clínica é importante caracterizar a dor da paciente.<br />
É necessária uma cuidadosa avaliação de sua localização, tipo,<br />
início, fatores desencadeantes, irradiação, presença de pontos<br />
sensíveis, intensidade, fatores de irritação e alívio, resposta a<br />
medicações e impacto sobre atividades sexuais ou diárias. Também<br />
devem ser avaliadas história de vulvovaginites, doenças<br />
sexualmente transmissíveis, presença e frequência de relação<br />
sexual, número de parceiros, uso de preservativo e métodos<br />
contraceptivos, trauma genital, abuso sexual, estilo de vida (tipo<br />
de roupa íntima, práticas esportivas), higiene em excesso, abuso<br />
de duchas vaginais características da micção e evacuação. 9<br />
Ao exame físico, a iluminação deve ser adequada, uma vez<br />
que as alterações podem ser sutis. A inspeção deve incluir uma<br />
avaliação cuidadosa da pele, mucosas e intróito vaginal, avaliandose<br />
sua integridade, trofismo, sinais de inflamação e secreção<br />
vaginal patogênica, distrofias, discromias e outras condições.<br />
Esfregaço vaginal e vulvar corados pela técnica de Gram deve ser<br />
realizado e cultura para Candida sp pode auxiliar em mulheres
com sintomas suspeitos. 10 À palpação, verificam-se a força e o<br />
trofismo dos músculos do assoalho pélvico, além de assimetrias<br />
musculares e pontos sensíveis à dor, sejam espontaneamente ou<br />
ao teste com swab. 11 Pressionam-se aproximadamente 5 mm,<br />
vários locais dos lábios vaginais, intróito e carúnculas himenais,<br />
constatando-se desconforto em quase todas as mulheres com vulvodínia.<br />
O aumento da sensibilidade é mais comum no intróito<br />
e carúnculas posteriores. 12 Muitas vezes, o exame cuidadoso do<br />
assoalho pélvico é omitido, o que contribui para o diagnóstico<br />
incorreto de dor psicogênica como causa única de vulvodínia.<br />
A instabilidade do assoalho pélvico leva à mialgia de tensão e<br />
desempenha papel crítico no aumento da dor. 9 Essa anormalidade<br />
pode ser sutil ao exame físico, contudo, a eletromiografia pode<br />
auxiliar no diagnóstico. A análise possibilita orientar o diagnóstico<br />
e classificar os subtipos: vestibulite vulvar, vulvodínia<br />
disestésica e vulvite cíclica. 3<br />
Na vestibulite vulvar, as pacientes apresentam dor, queimação<br />
e irritação, esta localizada estritamente no vestíbulo<br />
vulvar, provocada pela pressão ou fricção da região. A dor<br />
espontânea é mínima ou ausente e atinge primariamente<br />
mulheres brancas na pré-menopausa, que frequentemente se<br />
queixam de dor na manipulação dessa área durante a relação<br />
sexual, uso de tampões, roupas apertadas e prática de esportes,<br />
como ciclismo. Ao exame, não há achados físicos, exceto<br />
dor com a pressão do vestíbulo. Ocasionalmente, a inspeção<br />
da vulva pode demonstrar vários níveis de eritema local e a<br />
biópsia revela apenas inflamação crônica. 3<br />
A vulvodínia disestésica ou essencial caracteriza-se por dor<br />
em queimação não limitada ao vestíbulo, que pode ocorrer na<br />
ausência de toque e pressão. É mais comum em mulheres em<br />
idade mais avançada e com deficiência de estrógeno. As pacientes<br />
se queixam de desconforto vulvar e perineal constante, não<br />
cíclico. A relação sexual pode não ser afetada, porém algumas<br />
vezes os sintomas são exacerbados após o coito. Achados clínicos<br />
incluem eritema e dor vulvar à pressão com swab, que geralmente<br />
são menos proeminentes que na vestibulite vulvar. Entretanto,<br />
em algumas pacientes, pode ocorrer dor após leve toque na área<br />
vulvar. Ocasionalmente, os sintomas podem estar associados a<br />
desconforto retal e uretral. 3<br />
A vulvite cíclica é diagnosticada quando os sintomas<br />
não se limitam à área vestíbulo-vulvar e sua exacerbação e<br />
melhora se relacionam ao ciclo menstrual. Pode não haver<br />
dispareunia, porém os sintomas geralmente pioram após o<br />
coito. No exame físico, geralmente não há achados específicos,<br />
porém em alguns casos pode haver eritema. Algumas<br />
pacientes relatam dor à pressão com swab. Provavelmente,<br />
Vulvodínia: aspectos atuais<br />
essa forma de vulvodínia é o tipo mais comum de dor vulvar<br />
sem etiologia definida. 3<br />
Diagnósticos diferenciais<br />
Antes de se estabelecer o diagnóstico de vulvodínia, é necessário<br />
descartar outras etiologias específicas para dor e irritação vulvar.<br />
Há elevado número de doenças, incluindo infecções cutâneas,<br />
doenças sexualmente transmissíveis, infecções vaginais e outras<br />
condições, que podem produzir esses sintomas (Quadros 1 e 2). 3<br />
Quadro 1 - Infecções associadas à dor ou irritação vulvar 3<br />
Candidíase vulvovaginal<br />
Tricomoníase vulvovaginal<br />
Vaginose bacteriana<br />
Vaginose citolítica<br />
Vaginite inflamatória descamativa<br />
Herpes genital<br />
Herpes zoster genital<br />
Condiloma acuminado<br />
Sífilis<br />
Cancro<br />
Vulvovaginite secundária a clamídia e gonorreia<br />
Síndrome de Reiter<br />
Intertrigo<br />
Impetigo<br />
Infecção genital por Sreptococcus do Grupo B<br />
Quadro 2 - Dermatoses associadas à dor ou irritação vulvar 3<br />
Dermatite atópica<br />
Dermatite herpetiforme<br />
Dermatite seborreica<br />
Dermatite atrófica<br />
Líquen plano<br />
Líquen escleroso<br />
Líquen simples crônico<br />
Eritema multiforme<br />
Pênfigos<br />
Pênfigo benigno familiar<br />
Psoríase<br />
Tínea<br />
Síndrome de Behçet<br />
Lúpus eritematoso<br />
Carcinoma de células escamosas<br />
Neoplasia intraepitelial vulvar<br />
Papilomatose vulvar<br />
Pelagra<br />
Deficiência de folato<br />
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192<br />
Barros FSV, Dantas DKO, Mourão GF, Corrêa MC, Oliveira RM, Gomes TV<br />
Tratamento<br />
Após o diagnóstico correto da vulvodínia, é necessário orientar<br />
a paciente e seu parceiro de que se trata de uma real doença,<br />
além de esclarecer que não é sexualmente transmissível, não gera<br />
infertilidade futura e não apresenta prognóstico ruim. 4,7<br />
Vários tratamentos têm sido utilizados para as várias formas<br />
de vulvodínia, incluindo cuidados locais, medicamentos tópicos,<br />
orais e injetavéis, biofeedback, dietas alimentares, tratamentos<br />
cirúrgicos e psicoterapia. Porém, existe falta de dados sobre a<br />
efetividade das várias opções de tratamento para doença e muitos<br />
dos tratamentos recomendados não foram sistematicamente<br />
estudados por ensaios clínicos randomizados e controlados. 4,7<br />
A adoção de medidas gerais pode minimizar a dor e a irritação<br />
vulvar. Deve-se estabelecer o uso de absorventes e roupas<br />
íntimas de algodão, sendo que esta última deve ser evitada durante<br />
a noite. Todos os potenciais irritantes vulvares devem ser<br />
afastados, como cremes e produtos perfumados que geralmente<br />
contêm álcool e substâncias irritantes, além de lubrificantes<br />
comerciais. Algumas pacientes referem reação alérgica a lubrificantes<br />
que contêm propilenoglicol, sendo alternativa para<br />
elas o uso de glicerina e óleos vegetais. Recomenda-se o uso de<br />
sabonetes neutros para o banho, contudo, sem aplicá-los sobre a<br />
vulva. O sulco interlabial e o vestíbulo devem ser higienizados<br />
somente com água e de forma cautelosa. A higiene da vulva<br />
após a micção pode auxiliar em alguns casos. A aplicação de<br />
gelo no local pode aliviar os sintomas, mas deve ser evitada no<br />
caso de irritação. 4,7<br />
Alguns estudos têm questionado o papel do oxalato de cálcio<br />
na dor vulvar. São encontrados em alimentos como espinafre,<br />
chocolate, amendoim, beterraba, fibras do trigo e são excretados<br />
pela urina. Como o oxalato é uma substância irritante,<br />
queimação vulvar pode estar associada a elevados níveis dessa<br />
substância na urina, o que tem levado ao uso de dietas pobres<br />
em oxalato e suplementação da dieta com citrato de cálcio, que<br />
inibe sua absorção e diminui os sintomas da dor. 4,7 Em pacientes<br />
que possuem instabilidade do assoalho pélvico diagnosticada<br />
pela eletromiografia, exercícios de biofeedback e fisioterapia são<br />
extremamente efetivos para o retorno aos níveis normais de<br />
tensão da musculatura pélvica, melhorando o controle e o relaxamento<br />
desta, principalmente em mulheres com vaginismo. É<br />
recomendado que os exercícios sejam feitos duas vezes por dia,<br />
com monitorização de sua efetividade. Depois de 8 a 12 meses,<br />
os exercícios podem ser descontinuados. Taxas de sucesso de 60<br />
a 80% têm sido relatadas. 12<br />
Algumas pacientes referem alívio da dor com o uso de<br />
anestésicos tópicos, que podem causar irritação inicial à apli-<br />
FEMINA | Abril 2009 | vol 37 | nº 4<br />
cação, porém o desconforto diminui após alguns minutos. O<br />
tratamento tópico mais utilizado tem sido a lidocaína gel 2 e<br />
5%. Recomendam-se três a quatro aplicações ao dia e durante<br />
a noite, apresentando bons resultados. Seu uso, 20 a 30 minutos<br />
antes da relação sexual, pode minimizar o desconforto.<br />
A aplicação de corticoides tópicos e orais propicia resultados<br />
insatisfatórios. Já o uso de estrógenos tópicos tem resultados<br />
variáveis. 4,7,12 Em estudo caso-controle que investigou a relação<br />
entre vestibulite vulvar e expressão de receptor de estrógeno<br />
em amostras de tecido, constatou-se que 50% das amostras<br />
de mulheres com vestibulite vulvar não exibiam qualquer expressão<br />
de receptor de estrogênio, o que pode explicar a razão<br />
de algumas delas serem resistentes ao tratamento e permitir<br />
prescrição mais efetiva. 13<br />
Outras medicações tópicas incluem atropina, nitroglicerina<br />
e capsaicina. Um estudo realizado, com 33 mulheres que apresentavam<br />
síndrome de vestibulite vulvar e que fizeram uso de<br />
capsaicina 0,05% (duas vezes por dia durante 30 dias), revelou<br />
melhora parcial com o tratamento (59% das pacientes), mas<br />
nenhuma redução completa. Os sintomas voltaram em todas<br />
as pacientes após a interrupção do tratamento. Acredita-se que<br />
essa resposta parcial se deva à baixa concentração do gel ou ao<br />
pequeno número de aplicações diárias. 14<br />
O uso de antifúngicos tópicos e orais com culturas negativas<br />
para fungos não tem indicação na prática clínica, com o agravamento<br />
de que alguns veículos podem causar irritação. 5,9<br />
Antidepressivos orais também têm sido utilizados para o<br />
tratamento da dor crônica de origem neuropática e seus efeitos<br />
psicossociais. Baseado nos efeitos benéficos dos antidepressivos<br />
na dor de origem neuropática, seu uso tem sido indicado na terapêutica<br />
da vulvodínia. 5,9 Os antidepressivos também são usados<br />
na abordagem da depressão consequente à dor crônica que afeta<br />
a qualidade de vida e os relacionamentos pessoais da paciente. 15<br />
Esses medicamentos devem ser associados à psicoterapia para<br />
minimizar os efeitos psicológicos da dor. No uso desses antidepressivos,<br />
um tempo adequado de tratamento é fundamental<br />
antes do abandono da droga, desde que seus efeitos colaterais<br />
sejam tolerados. O alívio da dor ocorre, aproximadamente, após<br />
o uso de quatro semanas de antidepressivos. 16,17<br />
Anticonvulsivantes como gabapentina, carbamazepina,<br />
topiramato e oxcarbazepina podem ser considerados quando há<br />
intolerância ou falha dos antidepressivos tricíclicos. 16,17<br />
O interferon-alfa tem sido relatado como benéfico desde 1980,<br />
principalmente pela melhora no sistema imune, diminuição da<br />
inflamação e inibição de mastócitos, com injeções locais. A dose<br />
mais utilizada consiste em 1 milhão de unidades de interferonalfa<br />
injetados três vezes por semana por quatro semanas, de
forma circunferencial e periférica no vestíbulo, que é dividido<br />
em 12 áreas, como em um relógio. Pacientes podem apresentar<br />
sintomas semelhantes à gripe, como febre e mialgias; e o uso<br />
prévio de acetominofeno ou ibuprofeno pode minimizar esses<br />
sintomas. Uma pesquisa descreveu significativa porcentagem de<br />
mulheres com vestibulite vulvar que produziam interferon-alfa<br />
de forma reduzida quando comparadas ao Grupo Controle; e<br />
sugeriu que o tratamento deve ser feito somente nas pacientes<br />
com deficiência de interferon. 17<br />
Injeções de corticoides nos pontos gatilho associadas a injeções<br />
de bupivacaína têm sido administradas e podem ser consideradas<br />
para pacientes não responsivas a outros tratamentos. Em pacientes<br />
com dor localizada, recomenda-se não mais que 40 mg de<br />
acetato de triancinolona em injeções mensais combinadas com<br />
0,25% de bupivacaína em grandes áreas ou 0,5% de bupivacaína<br />
em pequenas áreas; e age em áreas específicas ou para bloqueio<br />
pudendo. Geralmente, as pacientes não toleram mais que três<br />
ou quatro injeções. Metilprednisolona e lidocaína também têm<br />
sido empregados. 12<br />
A excisão cirúrgica geralmente é a última opção de tratamento<br />
para dor vulvar, porém sem consenso entre os especialistas, sendo<br />
reservada para pacientes com sintomas graves e debilitantes<br />
localizados no intróito vaginal. Vaginismo, se presente, deve<br />
ser tratado antes da cirurgia. Várias técnicas cirúrgicas têm sido<br />
adotadas: excisão local, vestibulectomia total e perineoplastia.<br />
Leituras suplementares<br />
1. Kirby B, Yell JA. Vulvodynia is important cause of vulval pain. BMJ.<br />
1999;318(7197):1559.<br />
2. Masheb RM, Lozano C, Richman S, Minkin MJ, Kerns RD. On the reliability<br />
and validity of physician ratings for vulvodynia and the discriminant validity<br />
of its subtypes. Pain Med. 2004;5(4):349-58.<br />
3. Mroczkowski TF. Vulvodynia: a dermatovenereologist’s perspective. Int J<br />
Dermatol. 1998;37(8):567-9.<br />
4. Goldstein AT, Marinoff SC, Haefner H. Vulvodynia: strategies for treatment.<br />
Clin Obstet Gynecol. 2005;48(4):769-85.<br />
5. Lotery HE, McClure N, Galask RP. Vulvodynia. Lancet. 2004;363(9414):<br />
1058-60.<br />
6. Lamont J, Randazzo J, Farad M, Wilkins A, Daya D. Psychosexual and social<br />
profiles of women with vulvodynia. J Sex Marital Ther. 2001;27(5):551-5.<br />
7. Edwards L. New concepts in vulvodynia. Am J Obstet Gynecol. 2003;189(3 Suppl):<br />
S24-30.<br />
8. Wylie K, Hallam-Jones R, Harrington C. Psychological difficulties within a group<br />
of patients with vulvodynia. J Psychosom Obstet Gynaecol. 2004;25(3-4):<br />
257-65.<br />
Vulvodínia: aspectos atuais<br />
Aproximadamente 85% das pacientes relatam cura ou melhora<br />
notável dos sintomas após a cirurgia, entretanto, deiscência,<br />
recorrência de sintomas ou piora da dor podem ocorrer ocasionalmente.<br />
O desconforto e o custo do procedimento, além do<br />
sucesso de terapias menos agressivas, têm relegado a cirurgia à<br />
terapia de segunda ou terceira linha. 12<br />
A terapia cognitivo-comportamental tem sido associada<br />
à melhora em 30% da dor vulvar durante a relação sexual. A<br />
vulvodínia é frequentemente devastadora, afetando a qualidade<br />
de vida e, embora predisposição psicológica não tenha sido<br />
comprovadamente associada a essa doença, a dor pode estar relacionada<br />
a dificuldades psicológicas interpessoais e individuais.<br />
A terapia sexual é escolhida para ajudar os casais a descobrirem<br />
alternativas de atividades sexuais sem dor. 12<br />
Concluindo, é necessário, primariamente, reconhecer que<br />
as síndromes de dor genital existem de fato e que a vulvodínia,<br />
frequentemente, é mal diagnosticada e tratada de maneira incorreta.<br />
Nos casos crônicos, a dor é resultado de múltiplos fatores<br />
que devem ser identificados a partir de cuidadosa história clínica<br />
e detalhado exame clínico. Além disso, é necessária abordagem<br />
multidisciplinar no manejo dessa queixa, frequentemente associada<br />
a ansiedade, depressão, irritabilidade e alterações nos<br />
relacionamentos pessoais e sexuais da paciente. Mais estudos são<br />
necessários para diagnóstico, classificação e terapêutica, a fim de<br />
se obter consenso na abordagem da vulvodínia.<br />
9. Graziottin A, Castoldi E, Montorsi F, Salonia A, Maga T. Vulvodynia: the challenge<br />
of “unexplained” genital pain. J Sex Marital Ther. 2001;27(5):503-12.<br />
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conditions. Med J Aust. 2003;178(8):391-5.<br />
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Sex Marital Ther. 2003;29(suppl. 1):111-20.<br />
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syndrome: a valuable alternative? Med Gen Med. 2004;6(4):48.<br />
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2002;14(5):483-8.<br />
FEMINA | Abril 2009 | vol 37 | nº 4 193
Tratamento de Primeira Linha na Menorragia<br />
Reduz a menorragia 5,10,14,15<br />
Normaliza o fl uxo menstrual 5,10,14,15<br />
Melhora os níveis de hemoglobina 10,14,15<br />
Mantém a fertilidade 10,14,15<br />
Administrado nos três<br />
primeiros dias do ciclo 10,14,15,18<br />
Tratamento não hormonal 1,4,6,18<br />
Melhora a<br />
qualidade de vida 10,14,15<br />
POSOLOGIA<br />
Menorragia: 2 a 3<br />
comprimidos, três a<br />
quatro vezes ao dia,<br />
por período de três<br />
a quatro dias.<br />
FORMAS FARMACÊUTICAS E APRESENTAÇÕES - Comprimido. Embalagem contendo 12 comprimidos. Injetável. Embalagem contendo 5 ampolas com 5 ml. USO ADULTO E PEDIÁTRICO. COMPOSIÇÃO. Cada comprimido contém: ácido tranexâmico 250 mg<br />
e excipiente q.s.p. 1 comprimido . Excipientes: fosfato de cálcio, amido, álcool polivinílico e estearato de magnésio. Cada ml da solução injetável contém: ácido tranexâmico 50 mg e veículo q.s.p. 1 ml. Excipiente: água para injeção. INFORMAÇÕES AO PACIENTE -<br />
TRANSAMIN ® destina-se ao controle e prevenção de sangramentos provocados por cirurgias, traumatismos e doenças com tendência a sangramentos. TRANSAMIN ® deve ser guardado na sua embalagem original, ao abrigo do calor excessivo, umidade e luz solar direta. Nestas<br />
condições, este medicamento possui prazo de validade a partir da data de fabricação (vide embalagem externa). Este, como qualquer outro produto, não deve ser usado, após vencido o prazo de validade ou caso suas características físicas estejam alteradas. Ao comprar um medicamento,<br />
veri que se a embalagem está íntegra. TRANSAMIN ® , assim como qualquer outro medicamento, não deve ser utilizado durante a gravidez e amamentação, a não ser sob estrita orientação médica. Informe ao seu médico a ocorrência de gravidez ou se está amamentando na<br />
vigência do tratamento ou após o seu término. Para que o tratamento com TRANSAMIN ® forneça os resultados esperados, siga a orientação do seu médico, respeitando sempre o modo de usar, os horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o tratamento, sem o<br />
conhecimento do seu médico. Não desaparecendo os sintomas, retorne ao seu médico. Informe ao seu médico o aparecimento de reações desagradáveis. TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS. Informe ao seu médico sobre<br />
qualquer medicamento que esteja usando, antes do início ou durante o tratamento. NÃO TOME REMÉDIO SEM O CONHECIMENTO DE SEU MÉDICO. PODE SER PERIGOSO PARA SUA SAÚDE. INFORMAÇÃO TÉCNICA - TRANSAMIN ® apresenta em sua<br />
fórmula o isômero trans do ácido 4-amino-metil-ciclohexano carboxílico (ácido tranexâmico), que possui forte atração pelo sítio de ligação da lisina no plasminogênio e na plasmina, inibindo por competição tanto a ativação, quanto a ação da plasmina. Sua ação, portanto, se faz<br />
na fase posterior à formação do coágulo ou, mais precisamente, alargando o tempo de dissolução da rede de brina. TRANSAMIN ® não ativa a cascata da coagulação. Sua ação preserva o coágulo, tornando o mecanismo hemostático mais e ciente, reduzindo a intensidade e os<br />
riscos de sangramento. Essa lenti cação do processo de brinólise favorece a hemostasia em cirurgias, traumatismos, doenças hemorrágicas e nos sangramentos onde a brinólise é, comprovadamente, um fator atuante, como nas hemorragias digestivas, descolamento prematuro de<br />
placenta, cirurgias de próstata e hemorragias das vias respiratórias (epistaxe, hemoptise). Sua ação também é comprovada nas hemo lias. A participação da plasmina na ativação do Sistema do Complemento explica a utilização dos anti brinolíticos no tratamento do angioedema<br />
hereditário. TRANSAMIN ® apresenta absorção rápida. Aproximadamente 90% de uma dose intravenosa é excretada, “in natura”, na urina, em 24 horas. A meia-vida plasmática é de aproximadamente 2 horas, mantendo níveis terapêuticos por 6 a 8 horas. Entre os anti brinolíticos<br />
sintetizados, o isômaero trans do ácido tranexâmico foi o que demonstrou maior a nidade e uma ligação mais forte à plasmina e ao plasminogênio. Razão pela qual é considerado, neste grupo, como o mais potente inibidor da ação brinolítica da plasmina. INDICAÇÕES -<br />
TRANSAMIN ® está indicado no controle e prevenção de hemorragias provocadas por hiper brinólise e ligadas a várias áreas como cirurgias cardíacas, ortopédicas, ginecológicas, otorrinolaringológicas, urológicas, neurológicas, em pacientes hemofílicos, hemorragias digestivas e<br />
das vias aéreas. Angioedema hereditário. CONTRA-INDICAÇÕES - TRANSAMIN ® está contra-indicado em portadores de coagulação intravascular ativa, vasculopatia oclusiva aguda e em pacientes com hipersensibilidade aos componentes da fórmula. PRECAUÇÕES E AD-<br />
VERTÊNCIAS - A administração da solução injetável de TRANSAMIN ® deve ser feita isoladamente. Não misturar nenhuma outra medicação na solução. A injeção por via endovenosa deverá ser o mais lenta possível. A administração endovenosa rápida pode causar hipotensão<br />
ou bradicardia. O ácido tranexâmico é eliminado no leite materno, na proporção de, aproximadamente, 1% em relação à concentração plasmática. Apresenta, portanto, pouca probabilidade de efeito sobre o lactente. Mesmo assim, durante a amamentação, o produto deve ser utilizado<br />
sob estrita orientação médica. Como qualquer outro medicamento, não se recomenda sua utilização no primeiro trimestre da gravidez. Em portadores de insu ciência renal, a dose deve ser reduzida, para evitar acúmulo. Pacientes com tendência conhecida para trombose<br />
devem usar TRANSAMIN ® com cautela. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS - Por via oral, até o momento, não foram descritos casos de interação com outros medicamentos. TRANSAMIN ® injetável não deve ser aplicado associado (no mesmo equipo) a outros medicamentos.<br />
Para diluição, deve-se utilizar soro siológico isotônico, glicose isotônica, frutose a 20%, Dextran 40, Dextran 70 e solução de Ringer. REAÇÕES ADVERSAS - Em geral, TRANSAMIN ® é bem tolerado. Entretanto, raramente, podem ocorrer reações gastrintestinais como náuseas,<br />
vômitos e diarréias, que regridem com a diminuição da dose. POSOLOGIA E MODO DE USAR - A dose de TRANSAMIN ® deve ser ajustada individualmente por paciente. As doses recomendadas devem ser interpretadas como uma diretriz inicial. Dependendo da gravidade,<br />
TRANSAMIN ® injetável pode ser administrado diretamente na veia, sem qualquer diluição. Nestes casos, recomenda-se que a administração seja o mais lenta possível (1 ml/min). Adultos: Fibrinólise local: Injetável – 500 a 1000 mg por injeção intravenosa lenta (1ml/min.) sem<br />
diluição, três vezes ao dia. Se o tratamento continuar por mais de 3 dias, recomenda-se o uso da apresentação oral. Alternativamente, após injeção intravenosa inicial, o tratamento subseqüente pode ser continuado por infusão venosa. Após diluído, pode ser administrado na dose<br />
de 25 a 50 mg/kg/dia. Comprimido - a dose recomendada é de 15 a 25 mg/kg, isto é, 2 a 3 comprimidos, duas a três vezes ao dia. Fibrinólise sistêmica: Injetável – na coagulação intravascular disseminada, com ativação predominante do sistema brinolítico, usualmente uma dose<br />
única de 1000 mg por injeção intravenosa lenta (1 ml/min.) é su ciente para controlar o sangramento. Neutralização de terapia trombolítica: 10 mg/kg por injeção intravenosa lenta. Crianças: De acordo com o peso corporal: 10 mg/kg, duas a três vezes ao dia. TRANSAMIN ® injetável,<br />
em infusão venosa, deve ser diluído, isoladamente, nas seguintes soluções: soro siológico isotônico, glicose isotônica, frutose a 20%, Dextran 40, Dextran 70 e solução de Ringer. Em casos mais graves, podem ser utilizadas até 10 ampolas na diluição. TRANSAMIN ® pode,<br />
ainda, ser administrado durante a heparinoterapia. Em pacientes com insu ciência renal, para evitar o risco de acúmulo, a dose deve ser corrigida de acordo com a seguinte tabela: Creatinina sérica, 120 a 150 micromol/L; dose I.V., 10 mg/kg, dose oral, 25 mg/kg; freqüência,<br />
2 vezes ao dia. Creatinina sérica, 250 a 500 micromol/L; dose I.V., 10 mg/kg, dose oral, 25 mg/kg; freqüência, 1 vez ao dia. Creatinina sérica, > 500 micromol/L; dose I.V., 5 mg/kg, dose oral, 12,5 mg/kg; freqüência, 1 vez ao dia. Algumas Indicações e Doses Recomendadas- Prostatectomia:<br />
em pacientes de alto risco, a pro laxia e o tratamento da hemorragia devem começar durante o período pré-operatório, com TRANSAMIN ® injetável, seguido de 2 comprimidos, três a quatro vezes ao dia, até que a hematúria macroscópica desapareça. Menorragia: 2 a<br />
3 comprimidos, três a quatro vezes ao dia, por período de três a quatro dias. A terapia com TRANSAMIN ® Referências Bibliográ cas Menorragia: 1- Roy, S.N. e Bhattacharya, S. – Bene ts and Risks of Pharmacological Agents Used for the Treatment of Menorrhagia. Drug Safety, 27(2): 75-90, 2004. 2- Oehler, M. K., Rees, M. C. P. – Menorrhagia: an update. Acta Obstet. Gynecol. Scand.,<br />
82: 405-422, 2003. 3- Dunn, C.J. e Goa, K.L. – Tranexamic Acid. A Review of its Use in Surgery and Other Indications. Drugs, 57(6): 1005-1032, 1999. 4- Wellington, K. e Wagstaff, A.J. – Tranexamic Acid. A Review of its Use in the Management of Menorrhagia. Drugs, 63(13):<br />
1417-1433, 2003. 5- Royal College of Obstetricians & Gynaecologists. The Initial Management of Menorrhagia: Evidence-Based Clinical Guidelines, nº 1, RCOG Press: London, 1998. 6- Prentice, A. – Medical Management of Menorrhagia. BMJ, 319: 1343-1345, 1999. 7- New<br />
Zealand Guidelines Group. Guidelines for the Management of Heavy Menstrual Bleeding, Enigma Publishing: New Zealand, 1998. 8- Lethaby, A., Farquhar, C., Cooke, I. – Anti brinolytics for heavy menstrual bleending (Cochrane Review). The Cochrane Library, Issue 4, 2004.<br />
9- Preston, J. T. et al. – Comparative study os tranexamin acid and norethisterone in treatment of ovulatoty menorrhagia. Brit. J. Obst. Gynaecol., 102: 401 406, 1995. 10- Bonnar, J., Sheppard, B. L. – Treatment of menorrhagia during menstruation: randomised controlled trial of<br />
ethamsylate. mefenamic acid, and tranexamic acid. BMJ, 313: 579-582, 1996. 11- Lindoff, C., Rybo, G., Astedt, B. – Treatment with Tranexamic Acid during Pregnancy, and the Risk of Thrombo-Embolic Complications. Thromb. Haemost., 70 (2): 238-240, 1993. 12- Berntorp, E.,<br />
Follrud, C., Lethagen, S. – No Increased Risk of Venous Thrombosis in Women Taking Tranexamic Acid. Thromb. Haemost., 86 (2): 714-715, 2001. 13- Irvine, G. A. – Medical management of dysfuntional uterine bleending. Bail. Clin. Obstet. Gynaecol., 13 (2): 189-202, 1999.<br />
14- Gleeson, N. C.,Buggy, F., Sheppard, B. L., Bonnar, J. – The effect of tranexamic acid on measured menstrual loss and endometrial brinolytic enzymes in dysfunctional uterine bleeding. Acta Obstet. Gynecol. Scand., 73: 274-277, 1994. 15- Sheppard, B. L. Modern Medical<br />
Management of Menorrhagia: Is It Evidence Based? XXVIII Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro, 2004. 16- Tranexamic Acid: Visual Monograph, Informações extraídas de material técnico-cientí co Daiichi. Adis International: Osaka, 2001. 17- Winkler,<br />
UH. – The effect of tranexamic acid on the quality of life of women with heavy menstrual bleeding. Eur. J. Obst. Gynecol. Reprod. Biol., (2):238-43, 2001. 18- Informações internas e extraídas da bula do produto TRANSAMIN® .<br />
deve ser instituída logo após o início do sangramento intenso. Nos casos em que o aumento do uxo já é previsto, deve-se iniciar o tratamento no 1º dia do ciclo. Se o uxo<br />
for reduzido a um nível aceitável, sem efeitos colaterais, o tratamento pode ser repetido inde nidamente. Caso não se obtenha redução do sangramento, seu uso deve car restrito a não mais que três ciclos menstruais. Epistaxe: 2 comprimidos, três vezes ao dia, durante 7 dias.<br />
Hemo lia: no preparo de extrações dentárias, 2 a 3 comprimidos, a cada 8 horas ou 25 mg/kg/dia. Angioedema Hereditário: alguns pacientes reconhecem o início da doença. O tratamento consiste na administração intermitente de 2 a 3 comprimidos, duas a três vezes ao dia, por<br />
alguns dias. Outros pacientes podem necessitar de tratamento contínuo, com esta dose. SUPERDOSAGEM - Até o momento, não existem relatos de casos de superdosagem. PACIENTES IDOSOS - Não há advertências ou recomendações especiais, sobre o uso do produto em<br />
pacientes idosos. Reg. MS nº 1.0014.0055 – VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA – Química e Farmacêutica Nikkho do Brasil Ltda. Rua Jaime Perdigão, 431/445 – Ilha do Governador – Rio de Janeiro – RJ – Cep.: 21.920-240 – SAC: 0800 282 9911 e (9-021-21) 3393-4266.<br />
www. nikkho.com.br<br />
“A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.” VEICULAÇÃO DIRIGIDA EXCLUSIVAMENTE À CLASSE MÉDICA<br />
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