BRS Mulatinha - Embrapa Mandioca e Fruticultura

MANDIOCA
BRS Mulatinha
1
Wania Maria Gonçalves Fukuda
1
Sizernando Luiz de Oliveira
2
Carlos Iglesias
3
Clóvis Manoel da Silva
INTRODUÇÃO
Um dos objetivos do Projeto de
Desenvolvimento de Germoplasma de
Mandioca para as condições semi-áridas do
Nordeste do Brasil, desenvolvido pela Embrapa
Mandioca e Fruticultura Tropical, em parceria
com o CIAT (Centro Internacional de Agricultura
Tropical), e financiado pelo Fundo Internacional
para o Desenvolvimento da Agricultura (FIDA),
foi ampliar a diversidade genética da planta e
contribuir com novas variedades mais
produtivas e resistentes à seca, para a
sustentabilidade do sistema de produção da
cultura. Para atingir esta meta, foram gerados
em Cruz das Almas, Bahia, milhares de híbridos
de mandioca e submetidos a várias etapas de
seleção e avaliação em quatro ecossistemas
do semi-árido do Nordeste brasileiro,
localizados nos Estados da Bahia,
Pernambuco e Ceará.
Na Bahia, os novos genótipos foram
avaliados em parceria com a Empresa Baiana
de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), tanto
nos ensaios de rendimento, como nas provas
participativas com agricultores de vários
1 Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Cx Postal 007
44380-000, Cruz das Almas-BA.
2 Hybrid Research, Weaver Popcorn Company, 1000N 325 W, New Richmond,
IN 47967 (exCIAT, Cali, Colômbia).
3 Técnico da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola / EBDA.
municípios do semi-árido, restritas aos
melhores híbridos selecionados na primeira
fase de avaliações. O híbrido 9121/05,
denominado pelo nome fantasia de 'Mulatinha',
destacou-se nestas avaliações, sendo indicado
como alternativa para a indústria de farinha e
de fécula.
ORIGEM, RENDIMENTO
E ADAPTAÇÃO
Este híbrido foi desenvolvido a partir de
cruzamentos realizados pela Embrapa
Mandioca e Fruticultura Tropical no ano de
1991, em campos de policruzamentos, tendo
como parental feminino a variedade BGM 491.
Em ensaios de rendimento conduzidos no
período de 1994 a 1999, na Estação
Experimental da Empresa Pernambucana de
Pesquisa Agropecuária (IPA), em Araripina, PE,
o híbrido apresentou um rendimento médio de
raízes de 15,6 t/ha, contra 10,2 t/ha da
variedade local (Trouxinha), sem a utilização de
adubos. Os rendimentos de raízes do híbrido
variaram de 13,2 t/ha a 20,0 t/ha, aos 12 e 18
meses de idade, respectivamente, muito
superiores aos da testemunha local, com
rendimentos de 7,6 t/ha a 15,4 t/ha, no mesmo
período de colheita. O teor de matéria seca nas
raízes variou de 32,0% a 38,3%, contra 30,9% a
37,4% apresentado pela testemunha local.
Entre 1999 e 2001 o híbrido foi avaliado em
provas participativas em propriedades de
agricultores de vários ecossistemas da região
semi-árida do Nordeste, utilizando-se o sistema
tradicional de cultivo do agricultor, sem o uso de
insumos. No município de Marcionílio Souza,
Bahia, os rendimentos de raízes aos 18 meses de
idade variaram entre 20,2 t/ha e 24,6 t/ha, contra
1,2 t/ha a 7,6 t/ha de raízes da testemunha local, a
variedade Platina. Os teores de matéria seca e de
amido foram 36,5% e 31,9%, respectivamente
contra 32,7% e 28,1% da testemunha local.
As principais vantagens do híbrido são:
produção de material de plantio de boa
qualidade, boa produtividade e bons teores de
amido e matéria seca nas raízes.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
MORFOLÓGICAS
Raiz Características
Forma Cônica
Cor da película Marrom-escuro
Cor da polpa Branco
Cor do córtex Branco
Parte Aérea Características
Cor do broto jovem Verde-escuro
Cor dos ramos Verde
Cor do pecíolo Vermelho-esverdeado
Forma do lóbulo Elíptico-lanceolado
Cor do caule Marrom-claro

RECOMENDAÇÕES
TÉCNICAS
A 'Mulatinha' é recomendada para
plantios sob condições semi-áridas similares às
da região de Marcionílio Souza, com
precipitações médias anuais variando de 600 a
750 mm e solos arenosos tipo Latossolo
Amarelo ou Podzólicos. O plantio deve ser
efetuado no início das chuvas, com manivas
sadias medindo 20 cm de comprimento e uma
adubação recomendada de acordo com os
resultados da análise dos solos. O cultivo deve
ser mantido limpo, no mínimo durante os
primeiros 120 dias após o plantio.
O ciclo desta cultivar é de 18 meses,
quando apresenta sua melhor performance em
termos de rendimento de raiz e matéria seca.
Recomenda-se a rotação com outros cultivos,
como o milho e o feijão, a cada dois ciclos de
colheita da mandioca.
FIDA
FUNDO INTERNACIONAL
DE DESENVOLVIMENTO
AGRÍCOLA
EMPRESA BAIANA DE DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA S.A.
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Rua Embrapa, s/n - CP. 007 - 44380-000 - Cruz das Almas - BA
PABX (75) 3621-8000 - Fax (75) 3621-8097
sac@cnpmf.embrapa.br
www.cnpmf.embrapa.br
Fotos: Maurício Mascarenhas
a
1 impressão: Dezembro/2005 - 1000 exemplares
a
2 impressão: Julho/2006 - 1000 exemplares
MANDIOCA
BRS
Mulatinha
NOVO HÍBRIDO RECOMENDADO
PARA O SEMI-ÁRIDO BAIANO