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O decassílabo camoniano como modelo métrico ... - Home - Unesp

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argumento menos contestável – e, realmente, de autoridade! – é lembrar que ninguém menos<br />

do que Bocage escolheu o “<strong>decassílabo</strong> branco” para traduzir tanto os hexâmetros da V<br />

Égloga de Virgílio quanto os das Metamorfoses de Ovídio 3 .<br />

Nas traduções de Bocage, bem <strong>como</strong> na experiência de tradução do Canto I da Eneida,<br />

a disparidade numérica de versos não deve induzir ninguém a uma conclusão precipitada<br />

quanto ao poder de síntese expressiva das línguas (são sempre mais <strong>decassílabo</strong>s do que<br />

hexâmetros): deve-se antes notar que, se o texto em português é mais “comprido”, o texto em<br />

latim também é mais “largo”.<br />

Quanto às notas que acompanham a tradução, sendo inevitavelmente numerosas,<br />

procurou-se garantir que fossem tanto quanto possível sucintas, suprindo não mais do que a<br />

necessidade básica de referência exigida pelo contexto. Elas são os respingos que indicam o<br />

necessário mergulho do tradutor nas águas caudalosas da cultura antiga, mas não devem<br />

espantar da beira o leitor que se assentou a fim de fruir tranqüilamente o frescor da poesia.<br />

Referências bibliográficas<br />

BOCAGE, Manuel Maria Barbosa du. Obras de Bocage. Porto: Lello & Irmão, 1968.<br />

CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas. In: _____. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,<br />

2003, p. 8-264.<br />

HUIZINGA, Johan. Homo ludens: o jogo <strong>como</strong> elemento da cultura. 4 a ed. Trad. João Paulo<br />

Monteiro. São Paulo: Perspectiva, 1996.<br />

OVÍDIO. Metamorfoses. Trad. M. M. B. du Bocage (Introd. João Angelo Oliva Neto). São<br />

Paulo: Hedra, 2007.<br />

PRADO, João Batista Toledo. Canto e encanto, o charme da poesia latina: contribuição para<br />

uma poética da expressividade em língua latina. 272 f. Tese (Doutorado em Letras).<br />

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São<br />

Paulo, 1997.<br />

3 Cf. Bocage (1968) e Ovídio (2007).<br />

Anais XXIII SEC, Araraquara, p. 330-334, 2008<br />

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