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Ano 08 Ed 85B Jun 2007 - Colégio de Umbanda Sagrada Pena ...

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JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JUNHO/<strong>2007</strong> Página -5<br />

Muita torcida, fé, brilho e glamour<br />

marcaram a terceira edição da<br />

entrega do prêmio “Atabaque <strong>de</strong><br />

Ouro” criado pelo Icapra, a partir do ano<br />

<strong>de</strong> 2005. A casa <strong>de</strong> espetáculos Asa Branca,<br />

localizado no bairro da Lapa se tornou<br />

pequena para acomodar todos os<br />

convidados que se fizeram presentes,<br />

esgotando com todos os ingressos antes<br />

mesmo do dia do show.<br />

O apresentador Marcelo Fritz fez a<br />

abertura oficial do evento, com um texto<br />

<strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cimento a todos os que<br />

acreditaram no empreendimento que hoje<br />

po<strong>de</strong> ser visto, como a maior reunião dos<br />

campeões dos festivais <strong>de</strong> músicas <strong>de</strong><br />

<strong>Umbanda</strong> do Brasil.<br />

Simone Fritz, acompanhou seu irmão<br />

Marcelo, na apresentação da festa que<br />

contou com muitas participações especiais,<br />

entre elas, o campeão dos campeões do<br />

Atabaque <strong>de</strong> Ouro <strong>de</strong> 2006. Ogã Daniel<br />

cantou o Hino da <strong>Umbanda</strong>, pai Jair <strong>de</strong><br />

ATABAQUE DE OURO PREMIA OS<br />

MELHORES CURIMBEIROS<br />

Fé, brilho e glamour marcaram evento no Asa Branca<br />

Ogum falou <strong>de</strong> sorte e logo em seguida<br />

chamou o “Rei da Voz” Tião Casimiro que<br />

fez uma louvação aos guardiões que trazem<br />

sorte. Mãe Eulina <strong>de</strong> Iansã louvou a fé e a<br />

justiça com muitos cânticos, sendo<br />

aclamada pelo público.<br />

O júri foi composto por sete pessoas,<br />

<strong>de</strong>ntre os quais, dois convidados <strong>de</strong> São<br />

Paulo, uma convidada do Pará e quatro<br />

convidados do Rio <strong>de</strong> Janeiro. A festa que<br />

lotou a casa <strong>de</strong> shows, contou com<br />

ilustrações da Cia. <strong>de</strong> Dança Afro Mix<br />

Dammu, a Cia. <strong>de</strong> Dança Magnane, o<br />

grupo <strong>de</strong> pago<strong>de</strong> Nosso Samba e a cantora<br />

Janaina Reis. Um outro gran<strong>de</strong> momento<br />

do evento foi à apresentação dos<br />

padrinhos: Tia Doca e o cantor Elymar<br />

Santos que <strong>de</strong>ram um show a parte.<br />

O prêmio na sua terceira edição<br />

mostrou que veio para ficar, sendo<br />

comprovado pela aclamação do público<br />

que foi geral, coroando o evento <strong>de</strong> êxito.<br />

Este ano foram premiadas as seguintes<br />

modalida<strong>de</strong>s:<br />

• Melhor festival <strong>de</strong> 2006:<br />

Andréia <strong>de</strong> Oxosse – RJ.<br />

• Campeões dos campeões:<br />

Márcio Barra Vento – RJ.<br />

• Melhor curimbeiro<br />

Angels <strong>de</strong> Xangô da Al<strong>de</strong>ia – SP.<br />

• Melhor intérprete<br />

Verônica Vasconcelos – RJ.<br />

• Campeão <strong>de</strong> títulos<br />

José Carlos do Oxosse – RJ.<br />

• Revelação<br />

Mãe Selma do Terreiro Pai Oxalá – RJ.<br />

• Voz veterana – Tião Casemiro – RJ.<br />

• Melhor torcida – Santa Rita dos Pretos<br />

Velhos – Rj.<br />

JÁ ESTÁ NAS BANCAS A EDIÇÃO NÚMERO 15<br />

DA REVISTA ESPIRITUAL DE UMBANDA - ADQUIRA A SUA!<br />

• ví<strong>de</strong>os • reportagens • aulas<br />

• eventos • história • religião<br />

RUBENS<br />

SARACENI<br />

Escrever sobre Teologia <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong><br />

não é tarefa fácil porque antes<br />

precisamos <strong>de</strong>finir o que é Teologia<br />

e o que é Doutrina <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong>.<br />

• Teologia: tratado <strong>de</strong> Deus; doutrina<br />

que trata das coisas divinas; ciência que<br />

tem por objeto o dogma e a moral.<br />

• Doutrina: conjunto <strong>de</strong> princípios<br />

básicos em que se fundamenta um sistema<br />

religioso, filosófico e político; opinião, em<br />

assuntos científicos; norma (do latim<br />

doctrina).<br />

Pelas <strong>de</strong>finições acima, teologia e<br />

doutrina acabam se<br />

entrecruzando e se<br />

misturando, tornando difícil<br />

separar os aspectos<br />

doutrinários dos teológicos,<br />

principalmente em uma<br />

religião nova como é a<br />

<strong>Umbanda</strong> que, para<br />

dificultar ainda mais esses<br />

campos distintos, está<br />

compartimentada em várias<br />

correntes doutrinárias.<br />

Panteões formados<br />

pelas mesmas divinda<strong>de</strong>s mas com nomes<br />

diferentes confun<strong>de</strong>m quem <strong>de</strong>seja<br />

aprofundar-se no seu estudo.<br />

Autores umbandistas temos muitos!<br />

Mas as linhas doutrinárias os separam e em<br />

um século <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong> ainda não foi possível<br />

uma uniformização teogônica ou<br />

doutrinária. Então, imaginem a dificulda<strong>de</strong><br />

em tentar algo no campo teológico.<br />

Quando iniciei um curso nomeado por<br />

mim “Curso <strong>de</strong> Teologia <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong>”, isto<br />

no ano <strong>de</strong> 1996, foram tantas as reações<br />

contrárias que esse meu pioneirismo gerou<br />

até um certo auto-isolamento, que me<br />

impus para preservar-me e ao meu trabalho<br />

no campo da mediunida<strong>de</strong>, da psicografia<br />

e do ensino doutrinário.<br />

Ser pioneiro e iniciar algo até então<br />

não pensado por nenhum outro umbandista<br />

gerou para mim uma certeza inabalável:<br />

• Na <strong>Umbanda</strong>, tirando a parte prática<br />

ou os trabalhos espirituais, tudo mais ainda<br />

está para ser uniformizado e normatizado.<br />

• Batizados, casamentos, funerais,<br />

iniciações, etc., cada corrente doutrinária<br />

tem seus ritos e ninguém abdica do seu<br />

modo e prática particular em benefício do<br />

geral ou coletivo.<br />

Eu mesmo, orientado pelos mentores<br />

espirituais, <strong>de</strong>senvolvi ritos <strong>de</strong> batismo, <strong>de</strong><br />

casamento, <strong>de</strong> funeral e <strong>de</strong> iniciação fundamentais<br />

e possíveis <strong>de</strong> serem ensinados em<br />

aulas coletivas e <strong>de</strong> serem realizados com<br />

gran<strong>de</strong> aceitação por quem a eles se submetesse,<br />

já que são muito bem fundamentados.<br />

Mas, não para surpresa<br />

minha, já que não esperava que fossem<br />

aceitos, foram recusados por muitos e<br />

admitidos só por uma minoria.<br />

E mais uma vez os umbandistas<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong>nharam ritos fundamentais em pé <strong>de</strong><br />

igualda<strong>de</strong> com os das outras religiões e<br />

continuaram casando-se em outras<br />

religiões e batizando seus filhos fora da<br />

<strong>Umbanda</strong>.<br />

Só uma minoria é fiel aos seus ritos!<br />

Com isso, per<strong>de</strong> a religião e per<strong>de</strong>m<br />

os umbandistas.<br />

Lembro-me que, quando comecei o<br />

meu curso <strong>de</strong> Teologia, um grupo que<br />

A Teologia <strong>de</strong><br />

<strong>Umbanda</strong><br />

pratica uma <strong>Umbanda</strong> diferenciada<br />

(segundo eles) criticou-me violentamente<br />

e tudo fez para <strong>de</strong>sacreditar-me e aos meus<br />

livros, mostrando-me como um ignorante<br />

e a eles como doutores nisto, naquilo e<br />

naquilo outro.<br />

Os leitores, que não <strong>de</strong>sinformados,<br />

ainda que a maioria não seja doutores,<br />

não <strong>de</strong>ixariam <strong>de</strong> notar a falta <strong>de</strong><br />

fundamentos ou <strong>de</strong> fundamentação em tais<br />

críticas.<br />

Pressa e oportunismo não são bons<br />

companheiros <strong>de</strong> quem <strong>de</strong>seja semear algo<br />

duradouro no tempo e na mente<br />

das pessoas, principalmente<br />

entre os umbandistas, tão<br />

refratários a mudanças.<br />

Eu, com muitos livros<br />

teológicos e doutrinários já<br />

escritos há muito tempo, não me<br />

animei em publicá-los antes <strong>de</strong><br />

ter iniciado o meu curso em 1996,<br />

e só anos após ministrá-lo a<br />

centenas <strong>de</strong> pessoas e ser<br />

aprovado por elas ousei colocar<br />

ao público livros <strong>de</strong> Doutrina e<br />

Teologia <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong> <strong>Sagrada</strong>.<br />

Mas antes, tomei a precaução <strong>de</strong> testar<br />

minha teoria <strong>de</strong> que havia criado um novo<br />

campo <strong>de</strong> estudo para os umbandistas já<br />

que, sem a aprovação <strong>de</strong>les, <strong>de</strong> nada<br />

adiantaria lançá-lo pois cairia no vazio e<br />

no esquecimento, tal como já está<br />

acontecendo com os livros dos meus mais<br />

afoitos críticos, <strong>de</strong>tratores e vilipendiadores.<br />

Quem tenta se apropriar das idéias e<br />

das criações alheias e das criações alheias<br />

corre o risco <strong>de</strong> ser tachado com a pecha<br />

<strong>de</strong> oportunista e <strong>de</strong>ve tentar <strong>de</strong>struir a todo<br />

custo quem teve a idéia primeiro e criou<br />

algo <strong>de</strong> bom. Caso contrário, este alguém<br />

sempre os acusará e mostrará a todos que<br />

oportunismo e esperteza em religião têm<br />

vida curta porque não prosperam no<br />

tempo, além <strong>de</strong> não contarem com a<br />

aprovação da espiritualida<strong>de</strong> e dos<br />

sagrados orixás, que não <strong>de</strong>legaram a<br />

ninguém o grau <strong>de</strong> reformador da<br />

<strong>Umbanda</strong>, pois ela ainda não ultrapassou<br />

a sua fase <strong>de</strong> implantação no plano material.<br />

Os meus livros também se inserem<br />

nessa fase e espero que este meu<br />

comentário sirva <strong>de</strong> estímulo a outros<br />

umbandistas (não apressados e não<br />

oportunistas) e que venham a contribuir<br />

para que seja criada uma verda<strong>de</strong>ira<br />

“literatura teológica umbandista”, tão<br />

fundamental quanto indispensável à<br />

doutrina <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong>.<br />

Eu sei que isso <strong>de</strong>morará muito tempo<br />

para acontecer, mas sou obstinado e<br />

continuarei a contribuir com o calçamento<br />

do caminho que conduzirá as gerações<br />

futuras à concentração <strong>de</strong>ssa nossa<br />

necessida<strong>de</strong>.<br />

Também sei que os atuais adversários<br />

<strong>de</strong> uma normatização são muitos e não<br />

<strong>de</strong>ixarão que tal aconteça, pois contrariará<br />

seus interesses pessoais e seus <strong>de</strong>sejos <strong>de</strong><br />

dominarem a <strong>Umbanda</strong>.<br />

Entretanto, nós somos pacientes e<br />

perseverantes, certo?<br />

Texto <strong>de</strong> Rubens Saraceni extraído<br />

do livro “Tratado Geral <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong><br />

- As chaves interpretativas<br />

teológicas” – <strong>Ed</strong>itora Madras.

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