Estratégias de Prevenção da Alergia Alimentar - Sociedade ...
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INTRODUÇÃO<br />
Atopia é <strong>de</strong>fi ni<strong>da</strong> como uma predisposição<br />
genética para a produção<br />
<strong>de</strong> anticorpos IgE (imunoglobulina E)<br />
contra alérgenos ambientais. As doenças<br />
alérgicas, tais como asma, rinite,<br />
conjuntivite, alergia alimentar (AA)<br />
e <strong>de</strong>rmatite atópica, são a expressão<br />
clínica <strong>da</strong> atopia. Esse grupo <strong>de</strong> doenças<br />
é a principal causa <strong>de</strong> morbimortali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
na faixa etária pediátrica,<br />
constituindo-se na principal doença<br />
crônica <strong>da</strong> criança. Além <strong>da</strong> interferência<br />
na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, tais doenças<br />
apresentam altos custos, tanto diretos<br />
como indiretos, quando consi<strong>de</strong>ramos<br />
per<strong>da</strong> <strong>de</strong> trabalho por parte dos pais<br />
e mesmo que<strong>da</strong> <strong>da</strong> frequência escolar<br />
<strong>de</strong> crianças e adolescentes.<br />
A prevalência <strong>da</strong>s doenças alérgicas<br />
tem aumentado, e vários fatores são<br />
apontados como possíveis responsáveis<br />
por esta situação, tais como: o modo<br />
<strong>de</strong> vi<strong>da</strong> mo<strong>de</strong>rno, que nos põe em<br />
contato com alérgenos ambientais; o<br />
menor contato com microorganismos<br />
que po<strong>de</strong>riam estimular o sistema<br />
imune e gerar uma resposta protetora<br />
contra alergia; e a introdução <strong>de</strong> novos<br />
alérgenos potenciais na dieta pela<br />
aquisição <strong>de</strong> novos hábitos dietéticos.<br />
Alguns outros fatores po<strong>de</strong>m agir em<br />
associação aos anteriormente citados,<br />
entre eles o fumo e o aumento <strong>da</strong><br />
frequência <strong>de</strong> partos cesáreos, entre<br />
outros.<br />
Entre to<strong>da</strong>s as doenças alérgicas<br />
<strong>de</strong>staca-se a AA, em especial aquela<br />
Nestlé Nutrition Institute<br />
<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>da</strong> pelo leite <strong>de</strong> vaca (LV),<br />
já que este alimento é o primeiro a ser<br />
introduzido à criança após a exclusão<br />
do leite materno (LM). A alergia ao<br />
LV apresenta prevalência <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />
2,5% nas crianças nos primeiros anos<br />
<strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. A prevalência <strong>da</strong> AA, como <strong>de</strong><br />
to<strong>da</strong>s as doenças alérgicas, parece estar<br />
aumentando, conforme <strong>da</strong>dos do Centers<br />
for Disease Control and Prevention<br />
(CDC) dos Estados Unidos. Segundo<br />
esse órgão, entre 1997 e 2007 houve<br />
um aumento <strong>da</strong> prevalência <strong>da</strong> AA <strong>de</strong><br />
18% 1 . Em crianças menores <strong>de</strong> 3 anos<br />
<strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, reporta-se prevalência <strong>de</strong> até<br />
8% e em adultos <strong>de</strong> 2%, o que mostra<br />
uma redução dos casos <strong>da</strong> doença<br />
nessa faixa etária, provavelmente pelo<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tolerância oral<br />
(TO) 2 . Pacientes com doenças atópicas<br />
apresentam maior incidência <strong>de</strong> AA,<br />
encontra<strong>da</strong> em até 30% dos pacientes<br />
com <strong>de</strong>rmatite atópica grave e em 5%<br />
dos portadores <strong>de</strong> asma3 .<br />
Para que a AA não ocorra em condições<br />
fisiológicas, vários mecanismos<br />
imunológicos asseguram o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> TO, <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como a<br />
ausência <strong>de</strong> resposta ativa do sistema<br />
imune à ingestão <strong>de</strong> um antígeno<br />
administrado por via oral. Na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
embora a TO seja assim <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>,<br />
esta falta <strong>de</strong> resposta do sistema imune<br />
ao alimento tolerado é manti<strong>da</strong><br />
às custas <strong>de</strong> uma potente resposta<br />
<strong>de</strong> supressão do sistema imune <strong>da</strong><br />
mucosa do sistema digestório para<br />
o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> TO, conforme<br />
<strong>de</strong>scrito a seguir.<br />
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