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Estratégias de Prevenção da Alergia Alimentar - Sociedade ...

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nº 88<br />

TEMAS DE PEDIATRIA<br />

<strong>Estratégias</strong> <strong>de</strong> <strong>Prevenção</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>Alergia</strong> <strong>Alimentar</strong>: Atualização


Nestlé Nutrition Institute<br />

TEMAS<br />

DE PEDIATRIA<br />

NÚMERO 88<br />

<strong>Estratégias</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Prevenção</strong> <strong>da</strong> <strong>Alergia</strong><br />

<strong>Alimentar</strong>: Atualização<br />

Profa. Dra. Cristina Miuki Abe Jacob<br />

Professora Associa<strong>da</strong> do Departamento <strong>de</strong> Pediatria<br />

Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>da</strong> USP<br />

1


2<br />

En<strong>de</strong>reço para correspondência:<br />

Profa. Dra. Cristina Miuki Abe Jacob<br />

Rua Oscar Freire, 1946<br />

CEP 05409-011 – São Paulo – SP<br />

E-mail: crisjacob@usp.br<br />

O presente trabalho refl ete exclusivamente o ponto <strong>de</strong> vista <strong>da</strong> autora.<br />

“É proibi<strong>da</strong> a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo.”<br />

Nestlé Nutrition Institute


SUMÁRIO<br />

Introdução .................................................................................... 5<br />

Tolerância oral .............................................................................. 6<br />

<strong>Alergia</strong> alimentar .......................................................................... 7<br />

<strong>Prevenção</strong> <strong>da</strong>s doenças alérgicas ................................................. 9<br />

<strong>Prevenção</strong> primária <strong>da</strong> alergia alimentar ..................................... 9<br />

Dieta materna na gravi<strong>de</strong>z e na lactação .............................. 10<br />

Leite materno ......................................................................... 11<br />

Uso <strong>de</strong> fórmulas hidrolisa<strong>da</strong>s ................................................ 14<br />

Introdução <strong>da</strong> alimentação complementar ............................ 15<br />

Mu<strong>da</strong>nças na dieta <strong>da</strong>s crianças para prevenção<br />

<strong>de</strong> doenças atópicas ............................................................... 17<br />

Probióticos e prebióticos ........................................................ 17<br />

<strong>Prevenção</strong> terciária <strong>da</strong> alergia alimentar .................................... 20<br />

Tratamento dietético <strong>da</strong> alergia ao leite <strong>de</strong> vaca .................. 22<br />

Conclusões ................................................................................. 23<br />

Referências bibliográfi cas ........................................................... 23<br />

Nestlé Nutrition Institute<br />

3


4<br />

Nestlé Nutrition Institute


INTRODUÇÃO<br />

Atopia é <strong>de</strong>fi ni<strong>da</strong> como uma predisposição<br />

genética para a produção<br />

<strong>de</strong> anticorpos IgE (imunoglobulina E)<br />

contra alérgenos ambientais. As doenças<br />

alérgicas, tais como asma, rinite,<br />

conjuntivite, alergia alimentar (AA)<br />

e <strong>de</strong>rmatite atópica, são a expressão<br />

clínica <strong>da</strong> atopia. Esse grupo <strong>de</strong> doenças<br />

é a principal causa <strong>de</strong> morbimortali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

na faixa etária pediátrica,<br />

constituindo-se na principal doença<br />

crônica <strong>da</strong> criança. Além <strong>da</strong> interferência<br />

na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, tais doenças<br />

apresentam altos custos, tanto diretos<br />

como indiretos, quando consi<strong>de</strong>ramos<br />

per<strong>da</strong> <strong>de</strong> trabalho por parte dos pais<br />

e mesmo que<strong>da</strong> <strong>da</strong> frequência escolar<br />

<strong>de</strong> crianças e adolescentes.<br />

A prevalência <strong>da</strong>s doenças alérgicas<br />

tem aumentado, e vários fatores são<br />

apontados como possíveis responsáveis<br />

por esta situação, tais como: o modo<br />

<strong>de</strong> vi<strong>da</strong> mo<strong>de</strong>rno, que nos põe em<br />

contato com alérgenos ambientais; o<br />

menor contato com microorganismos<br />

que po<strong>de</strong>riam estimular o sistema<br />

imune e gerar uma resposta protetora<br />

contra alergia; e a introdução <strong>de</strong> novos<br />

alérgenos potenciais na dieta pela<br />

aquisição <strong>de</strong> novos hábitos dietéticos.<br />

Alguns outros fatores po<strong>de</strong>m agir em<br />

associação aos anteriormente citados,<br />

entre eles o fumo e o aumento <strong>da</strong><br />

frequência <strong>de</strong> partos cesáreos, entre<br />

outros.<br />

Entre to<strong>da</strong>s as doenças alérgicas<br />

<strong>de</strong>staca-se a AA, em especial aquela<br />

Nestlé Nutrition Institute<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>da</strong> pelo leite <strong>de</strong> vaca (LV),<br />

já que este alimento é o primeiro a ser<br />

introduzido à criança após a exclusão<br />

do leite materno (LM). A alergia ao<br />

LV apresenta prevalência <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />

2,5% nas crianças nos primeiros anos<br />

<strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. A prevalência <strong>da</strong> AA, como <strong>de</strong><br />

to<strong>da</strong>s as doenças alérgicas, parece estar<br />

aumentando, conforme <strong>da</strong>dos do Centers<br />

for Disease Control and Prevention<br />

(CDC) dos Estados Unidos. Segundo<br />

esse órgão, entre 1997 e 2007 houve<br />

um aumento <strong>da</strong> prevalência <strong>da</strong> AA <strong>de</strong><br />

18% 1 . Em crianças menores <strong>de</strong> 3 anos<br />

<strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, reporta-se prevalência <strong>de</strong> até<br />

8% e em adultos <strong>de</strong> 2%, o que mostra<br />

uma redução dos casos <strong>da</strong> doença<br />

nessa faixa etária, provavelmente pelo<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tolerância oral<br />

(TO) 2 . Pacientes com doenças atópicas<br />

apresentam maior incidência <strong>de</strong> AA,<br />

encontra<strong>da</strong> em até 30% dos pacientes<br />

com <strong>de</strong>rmatite atópica grave e em 5%<br />

dos portadores <strong>de</strong> asma3 .<br />

Para que a AA não ocorra em condições<br />

fisiológicas, vários mecanismos<br />

imunológicos asseguram o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> TO, <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como a<br />

ausência <strong>de</strong> resposta ativa do sistema<br />

imune à ingestão <strong>de</strong> um antígeno<br />

administrado por via oral. Na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

embora a TO seja assim <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>,<br />

esta falta <strong>de</strong> resposta do sistema imune<br />

ao alimento tolerado é manti<strong>da</strong><br />

às custas <strong>de</strong> uma potente resposta<br />

<strong>de</strong> supressão do sistema imune <strong>da</strong><br />

mucosa do sistema digestório para<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> TO, conforme<br />

<strong>de</strong>scrito a seguir.<br />

5


TOLERÂNCIA ORAL<br />

O trato gastrintestinal (TGI) é o maior<br />

órgão linfói<strong>de</strong> do corpo e representa<br />

um tênue limite entre o meio externo<br />

e o meio interno. Diariamente, recebe<br />

gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> alimentos que contêm<br />

proteínas com potencial alergênico,<br />

<strong>de</strong>senvolvendo uma série <strong>de</strong> mecanismos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa que contribuem para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>da</strong> TO. Entre os mecanismos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa do TGI, <strong>de</strong>stacam-se a própria<br />

barreira física do muco e do epitélio<br />

intestinal, a fl ora intestinal, os movimentos<br />

peristálticos e a ação <strong>da</strong> aci<strong>de</strong>z<br />

gástrica e <strong>de</strong> sucos digestivos. Também<br />

faz parte <strong>de</strong>sses mecanismos o sistema<br />

imune <strong>de</strong> mucosas do TGI, <strong>de</strong>nominado<br />

gut-associated lymphoid tissue (GALT),<br />

importante estrutura <strong>de</strong> organização do<br />

sistema imune <strong>de</strong> mucosas4 .<br />

O processo <strong>de</strong> TO se inicia quando<br />

várias proteínas alergênicas <strong>da</strong> dieta<br />

normal são quebra<strong>da</strong>s em pequenos<br />

peptí<strong>de</strong>os, tanto pela aci<strong>de</strong>z gástrica<br />

como outras secreções digestivas. Mesmo<br />

assim, cerca <strong>de</strong> 2% <strong>da</strong>s proteínas<br />

do TGI são absorvi<strong>da</strong>s e alcançam a<br />

circulação portal. Esses antígenos particulados<br />

são captados principalmente<br />

pela célula M, que é uma célula do<br />

epitélio intestinal diferencia<strong>da</strong>, embora<br />

também possa ser captado pela célula<br />

<strong>de</strong>ndrítica (CD), que consegue alcançar<br />

o lúmen intestinal através <strong>de</strong> seus<br />

prolongamentos (fi gura 1). Outra forma<br />

<strong>de</strong> absorção <strong>de</strong>ssas proteínas é pelo<br />

espaço intercelular, que sob circunstâncias<br />

especiais po<strong>de</strong> permitir maior<br />

permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> mucosa do intestino5 .<br />

6<br />

Após a captura do antígeno, em geral<br />

pela célula M, ele é apresentado para<br />

uma célula apresentadora <strong>de</strong> antígeno<br />

(APC), que apresentará esse antígeno<br />

às células do sistema imune.<br />

Existem várias células que po<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong>sempenhar essa função, mas a CD<br />

é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a melhor APC. Posteriormente,<br />

a CD migra até o linfonodo<br />

mesentérico e então apresenta<br />

o antígeno ao linfócito CD4 + 6 . Em<br />

condições fi siológicas, para que a CD<br />

<strong>de</strong>sempenhe um papel tolerogênico<br />

é necessário que a mucosa intestinal<br />

favoreça essa diferenciação através <strong>da</strong><br />

produção <strong>de</strong> citocinas tolerogênicas.<br />

Mais recentemente, a importância <strong>da</strong><br />

fl ora intestinal na diferenciação <strong>da</strong> CD<br />

tem sido ressalta<strong>da</strong>, confi rmando-se o<br />

papel do Toll-like receptor 4 (TLR-4)<br />

na ligação entre a imuni<strong>da</strong><strong>de</strong> inata e a<br />

a<strong>da</strong>ptativa, no processo <strong>de</strong> TO 7 .<br />

Entre os vários mecanismos <strong>de</strong> TO,<br />

aquele que envolve as células T regulatórias<br />

produtoras <strong>da</strong>s interleucinas<br />

tolerogênicas, como o transforming growth<br />

factor β1 (TGF-β1) e a interleucina<br />

10 (IL-10), parece ser o mais frequente<br />

em condições fi siológicas. Atualmente<br />

são conhecidos 3 subgrupos <strong>de</strong> células<br />

regulatórias:<br />

– cel T regulatórias naturais (CD24 + ,<br />

CD25 + );<br />

– cel Tr-1 e<br />

– cel T helper 3 (Th3).<br />

As células Th-3 produzem TGF-β1,<br />

<strong>de</strong>stacando-se nesse fenômeno o papel<br />

<strong>da</strong> imunoglobulina A (IgA) <strong>de</strong> mucosas,<br />

cuja produção é <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>da</strong> por essa<br />

Nestlé Nutrition Institute


citocina9 . Vários estudos têm associado a<br />

redução dos níveis <strong>de</strong> TGF-β à sensibilização<br />

aos alimentos10 . Os linfócitos Th-3<br />

estão relacionados ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> TO em resposta a estímulos <strong>de</strong> antígenos<br />

microbianos, principalmente <strong>da</strong>s<br />

bactérias comensais do intestino. Esses<br />

agentes interagem com o sistema imune<br />

<strong>de</strong> mucosas do intestino através <strong>de</strong> Tolllike<br />

receptors (TLR) 11 . Assim, qualquer<br />

redução na produção <strong>de</strong> TGF-β pelo<br />

linfócito Th-3, como resultado <strong>de</strong> insufi<br />

ciente estimulação <strong>da</strong> imuni<strong>da</strong><strong>de</strong> inata<br />

pela microfl ora intestinal, po<strong>de</strong> ser um<br />

ALERGIA ALIMENTAR<br />

A alergia alimentar (AA) é uma reação<br />

adversa aos alimentos (RAA) que envolve<br />

o sistema imunológico, resultando em<br />

gran<strong>de</strong> variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> manifestações<br />

Nestlé Nutrition Institute<br />

fator que contribui para quebra <strong>da</strong> TO5 .<br />

As células T regulatórias-1 produzem<br />

citocinas tolerogênicas, principalmente<br />

IL-10, que favorecem a indução <strong>de</strong><br />

tolerância. Crianças com alergia ao LV,<br />

que passam a ser tolerantes na evolução,<br />

apresentam gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

células T regulatórias CD4+ CD25+<br />

e redução <strong>da</strong> resposta proliferativa a<br />

proteínas ao LV12 .<br />

Para melhor compreensão do leitor,<br />

a fi gura 1 ilustra os componentes do<br />

sistema imune <strong>de</strong> mucosas do TGI e os<br />

mecanismos imunes associados à TO.<br />

Figura 1 - Resposta imune aos alimentos no trato gastrintestinal<br />

clínicas. O mecanismo imunológico<br />

mediado pela IgE é o mais comumente<br />

encontrado e se caracteriza por instalação<br />

abrupta <strong>de</strong> manifestações clínicas,<br />

como: urticária, broncoespasmo<br />

7


e eventualmente anafi laxia. Quando<br />

reações imunológicas não media<strong>da</strong>s por<br />

IgE estão envolvi<strong>da</strong>s, as manifest ções<br />

clínicas se estabelecem mais tardiamente<br />

(horas ou dias), difi cultando o<br />

diagnóstico <strong>de</strong> AA.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> AA representa<br />

uma não aquisição ou per<strong>da</strong> <strong>da</strong> TO<br />

cuja causa, em geral, é multifatorial.<br />

Qualquer <strong>de</strong>ficiência na função <strong>de</strong><br />

barreira anteriormente comenta<strong>da</strong> po<strong>de</strong><br />

facilitar a penetração antigênica ou<br />

alterar a apresentação <strong>de</strong>sse antígeno<br />

ao sistema imune, com produção <strong>de</strong><br />

anticorpos sistêmicos. Em indivíduos<br />

geneticamente predispostos à atopia,<br />

isso po<strong>de</strong> resultar no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> AA .<br />

Os alimentos mais envolvidos na AA<br />

são: LV, soja, ovo, amendoim, trigo,<br />

Quadro 1 - Manifestações Clínicas <strong>da</strong> AA 18<br />

8<br />

Mecanismos<br />

Manifestações<br />

Gastrintestinais<br />

Cutâneas<br />

Respiratórias<br />

Mediados por IgE Mistos Não mediados por IgE<br />

Síndrome <strong>de</strong><br />

alergia oral<br />

Anafi laxia<br />

gastrintestinal<br />

Angioe<strong>de</strong>ma<br />

Urticária<br />

Eritema morbiliforme<br />

Flushing<br />

Rinoconjuntivite agu<strong>da</strong><br />

Broncoespasmo agudo<br />

Generaliza<strong>da</strong>s Anafi laxia<br />

A<strong>da</strong>ptado <strong>de</strong> Sampson, 1999 18<br />

castanhas, peixe, crustáceos13 . Entre<br />

esses, o LV é o mais freqüente, já que<br />

constitui o primeiro alimento oferecido<br />

à criança após o <strong>de</strong>smame e contém<br />

muitas proteínas alergênicas. Por todos<br />

esses fatores, a <strong>Alergia</strong> às Proteínas do<br />

Leite <strong>de</strong> Vaca (APLV) merece enfoque<br />

especial na faixa etária pediátrica, sendo<br />

necessário o conhecimento <strong>da</strong>s suas<br />

peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>s e <strong>da</strong> prevalência nesta<br />

população. Vários autores <strong>de</strong>stacam<br />

que a APLV afeta aproxima<strong>da</strong>mente<br />

2,5% <strong>da</strong>s crianças abaixo <strong>de</strong> 3 anos <strong>de</strong><br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong>14-17 ; portanto, o reconhecimento<br />

e o tratamento <strong>de</strong>ssa alergia são fun<strong>da</strong>mentais,<br />

inclusive para o médico não<br />

especialista.<br />

Várias manifestações clínicas estão<br />

associa<strong>da</strong>s à AA, conforme <strong>de</strong>scrito<br />

no quadro 1.<br />

Doenças<br />

eosinofílicas<br />

do TGI<br />

Dermatite<br />

atópica<br />

Asma<br />

Enterocolite e proctite<br />

induzi<strong>da</strong>s por proteínas<br />

Enteropatia induzi<strong>da</strong><br />

por proteínas<br />

Dermatite <strong>de</strong> contato<br />

Dermatite herpetiforme<br />

Síndrome <strong>de</strong> Heiner<br />

induzi<strong>da</strong> por alimentos<br />

Nestlé Nutrition Institute


O diagnóstico acurado <strong>da</strong> AA é uma<br />

tarefa difícil, pois os sintomas clínicos<br />

são comuns a várias outras doenças.<br />

Conhecer os mecanismos imunológicos<br />

envolvidos, ou seja, saber se são mediados<br />

ou não por IgE, torna a investigação<br />

diagnóstica mais objetiva.<br />

O diagnóstico baseia-se em história,<br />

exame físico e exames laboratoriais,<br />

entre eles: teste cutâneo <strong>de</strong> hipersensibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

imediata (prick test), pesquisa<br />

<strong>de</strong> IgE específi ca sérica (ImmunoCAP ® )<br />

e teste <strong>de</strong> provocação oral. Há três<br />

formas <strong>de</strong> teste <strong>de</strong> provocação oral: o<br />

aberto, o simples-cego e o duplo-cego<br />

placebo-controlado (TPODCPC). Este<br />

último é consi<strong>de</strong>rado o método padrão<br />

ouro para o diagnóstico <strong>de</strong> AA.<br />

O tratamento <strong>da</strong> AA faz parte <strong>da</strong>s estratégias<br />

<strong>de</strong> prevenção terciária e será<br />

discutido posteriormente.<br />

PREVENÇÃO DAS<br />

DOENÇAS ALÉRGICAS<br />

Com o aumento <strong>da</strong> prevalência <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s<br />

as doenças alérgicas, incluindo a AA,<br />

muitas tentativas <strong>de</strong> prevenção têm sido<br />

planeja<strong>da</strong>s. As doenças alérgicas resultam<br />

<strong>da</strong> interação <strong>da</strong> genética com os<br />

fatores ambientais e dietéticos. Como a<br />

intervenção na herança genética não é<br />

acessível até o momento, as estratégias<br />

se restringem aos fatores ambientais e<br />

à interferência na dieta. Estas ações<br />

po<strong>de</strong>m ser realiza<strong>da</strong>s em vários períodos<br />

<strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, inclusive durante a gravi<strong>de</strong>z.<br />

Com tais intervenções se preten<strong>de</strong><br />

reverter o aumento <strong>de</strong> prevalência <strong>da</strong>s<br />

Nestlé Nutrition Institute<br />

doenças alérgicas, com benefícios à<br />

população.<br />

As medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> prevenção po<strong>de</strong>m ser<br />

dividi<strong>da</strong>s em:<br />

prevenção primária, quando a intervenção<br />

é realiza<strong>da</strong> na fase anterior<br />

ou durante a exposição aos alérgenos<br />

(prevenção <strong>da</strong> sensibilização);<br />

prevenção secundária, entre a sensibilização<br />

e o <strong>de</strong>senvolvimento dos<br />

sintomas alérgicos; e<br />

prevenção terciária, que se refere<br />

ao tratamento <strong>da</strong>s doenças alérgicas<br />

após sua instalação.<br />

A prevenção primária dirigi<strong>da</strong> para<br />

grupos <strong>de</strong> risco é <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental<br />

importância, já que po<strong>de</strong> interferir no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> doença e será aqui<br />

discuti<strong>da</strong> com <strong>de</strong>talhes, em <strong>de</strong>corrência<br />

<strong>de</strong> novas propostas em atualizações<br />

recentes.<br />

PREVENÇÃO PRIMÁRIA<br />

DA ALERGIA ALIMENTAR<br />

Para prevenção <strong>da</strong> AA, vários estudos<br />

<strong>de</strong> prevenção primária têm tentado<br />

estabelecer meios <strong>de</strong> indução <strong>de</strong> TO,<br />

seja na gravi<strong>de</strong>z, seja no primeiro ano<br />

<strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> criança. Embora se trate<br />

<strong>de</strong> um tema <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> interesse, até o<br />

momento existem dúvi<strong>da</strong>s em relação<br />

às medi<strong>da</strong>s preventivas que <strong>de</strong>vem<br />

ser adota<strong>da</strong>s para a prevenção <strong>da</strong> AA.<br />

O primeiro ponto a ser discutido é a<br />

<strong>de</strong>fi nição <strong>de</strong> grupo <strong>de</strong> risco, já que as<br />

medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> prevenção seriam dirigi<strong>da</strong>s<br />

a esse grupo <strong>de</strong> crianças. Na tentativa<br />

<strong>de</strong> melhor caracterização <strong>de</strong>sse grupo,<br />

9


foram avaliados muitos marcadores <strong>de</strong><br />

atopia. A gran<strong>de</strong> maioria <strong>de</strong>les não se<br />

aplica à prática clínica, sendo importante<br />

distinguir aqueles que representam<br />

um instrumento útil na <strong>de</strong>fi nição <strong>da</strong><br />

criança <strong>de</strong> risco. Este é um ponto sobre<br />

o qual existe um consenso na literatura.<br />

Embora muitas sugestões tenham sido<br />

feitas para tal <strong>de</strong>fi nição, atualmente<br />

foi adotado o critério <strong>de</strong> crianças que<br />

apresentam no mínimo um parente <strong>de</strong><br />

primeiro grau (pais ou irmãos) com<br />

doença alérgica documenta<strong>da</strong> (asma,<br />

rinoconjuntivite, <strong>de</strong>rmatite atópica ou<br />

AA). A presença <strong>de</strong> história familiar<br />

<strong>de</strong> doença atópica diagnostica<strong>da</strong> tem<br />

sido consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> um dos fatores mais<br />

sensíveis na caracterização <strong>da</strong> criança<br />

<strong>de</strong> risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> AA19 .<br />

Vários estudos têm mostrado que, no<br />

que se refere ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

doença alérgica, o risco para a população<br />

geral é <strong>de</strong> 15% a 20%. Esse<br />

risco aumenta para 50% se um dos<br />

pais ou um irmão apresentar doença<br />

alérgica e para 70% se ambos os pais<br />

forem alérgicos20 . A prevalência <strong>de</strong> AA<br />

em crianças nasci<strong>da</strong>s em famílias com<br />

história <strong>de</strong> atopia em um ou ambos<br />

os pais é cerca <strong>de</strong> quatro vezes mais<br />

eleva<strong>da</strong> que a prevalência espera<strong>da</strong> na<br />

população sem estes antece<strong>de</strong>ntes21 . Em<br />

relação à alergia ao amendoim, gêmeos<br />

monozigóticos apresentam alta concordância<br />

para esta patologia (64%), sendo<br />

que em gêmeos dizigóticos a taxa é<br />

<strong>de</strong> 7%. O antece<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> irmãos com<br />

doença eleva o risco para <strong>de</strong>z vezes<br />

em relação à população geral22 . Estes<br />

10<br />

<strong>da</strong>dos mostram que a história familiar<br />

<strong>de</strong> atopia e, mais importante ain<strong>da</strong>, <strong>de</strong><br />

AA tem alto valor discriminante para<br />

<strong>de</strong>terminação do grupo <strong>de</strong> risco para<br />

AA. Este <strong>da</strong>do, <strong>de</strong> fácil obtenção, <strong>de</strong>ve<br />

ser sempre enfatizado na história clínica,<br />

pois está relacionado a alto grau <strong>de</strong><br />

suspeição <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> AA.<br />

Defi nido o grupo em que as medi<strong>da</strong>s<br />

preventivas serão aplica<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>stacamse<br />

aquelas mais recentes e passíveis <strong>de</strong><br />

aplicação ao grupo <strong>de</strong> risco.<br />

DIETA MATERNA NA<br />

GRAVIDEZ E NA LACTAÇÃO<br />

Vários estudos têm analisado o papel<br />

<strong>da</strong> dieta materna na prevenção <strong>da</strong> AA<br />

em crianças, durante a gravi<strong>de</strong>z e a<br />

lactação. Tais estudos avaliam a restrição<br />

alimentar nesses períodos e o papel <strong>da</strong><br />

ingestão <strong>de</strong> frutas e vegetais, ácidos<br />

graxos e probióticos ingeridos pela mãe.<br />

Apesar dos muitos trabalhos publicados,<br />

ain<strong>da</strong> persistem dúvi<strong>da</strong>s sobre várias<br />

<strong>de</strong>ssas intervenções.<br />

Em relação à dieta durante a gravi<strong>de</strong>z,<br />

Venter et al. realizaram estudo recente<br />

com mulheres na 12ª semana <strong>de</strong> gestação<br />

e aplicaram questionário <strong>de</strong> ingestão<br />

alimentar por até 36 semanas. As<br />

crianças eram avalia<strong>da</strong>s durante os três<br />

primeiros anos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> em relação ao<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> doenças alérgicas.<br />

Nesse estudo não se observou efeito<br />

protetor contra o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

alergia com a intervenção na gravi<strong>de</strong>z<br />

ou na lactação23 . A recomen<strong>da</strong>ção atual,<br />

com base em número signifi cante <strong>de</strong><br />

Nestlé Nutrition Institute


trabalhos publicados, é não manter<br />

restrição <strong>da</strong> dieta materna na gravi<strong>de</strong>z,<br />

conforme sumarizado na revisão <strong>da</strong><br />

Cochrane publica<strong>da</strong> em 200624 . Em<br />

relação à dieta restrita na lactação, a<br />

mesma revisão concluiu que a evidência<br />

para essa prática é insufi ciente, exceto<br />

na <strong>de</strong>rmatite atópica. Porém, como os<br />

resultados são <strong>de</strong> curto período <strong>de</strong> observação,<br />

sugere-se que novos estudos<br />

sejam avaliados, com maior tempo <strong>de</strong><br />

seguimento <strong>de</strong>ssas crianças24 .<br />

No que se refere à suplementação <strong>de</strong><br />

óleo <strong>de</strong> peixe na gravi<strong>de</strong>z e na lactação,<br />

alguns estudos apontam benefícios<br />

sobre o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> alergia nas<br />

crianças, sendo proposta uma relação<br />

entre ácidos graxos e alergia. Entre esses<br />

ácidos graxos estão o ϖ-6 PUFA e o<br />

ϖ-3 PUFA, ambos presentes no óleo <strong>de</strong><br />

peixe. O aumento <strong>da</strong> relação ϖ-6/ϖ-3<br />

PUFA po<strong>de</strong> estar associado ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> doenças alérgicas. Os<br />

estudos <strong>de</strong> prevenção <strong>de</strong> alergias tentam<br />

restabelecer a relação ϖ-6/ϖ-3 PUFA<br />

para redução <strong>da</strong> sensibilização alérgica.<br />

A hipótese é que a redução <strong>da</strong> relação<br />

ϖ-6/ϖ-3 PUFA, durante a gravi<strong>de</strong>z ou<br />

no primeiro ano <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> criança,<br />

diminui o risco <strong>de</strong> sensibilização alérgica.<br />

Furuhjelm et al. suplementaram<br />

a dieta materna na gravi<strong>de</strong>z e lactação<br />

com óleo <strong>de</strong> peixe25 . Comparando-se<br />

o grupo teste em relação ao placebo,<br />

observou-se menor prevalência <strong>de</strong> AA,<br />

assim como <strong>de</strong> eczema, no primeiro<br />

ano <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s crianças. Calvani<br />

et al. <strong>de</strong>senvolveram estudo sobre a<br />

ingestão materna <strong>de</strong> peixe, margarina<br />

Nestlé Nutrition Institute<br />

e manteiga durante a gestação e a<br />

relação com positivi<strong>da</strong><strong>de</strong> do prick test<br />

nas crianças. Estes autores observaram<br />

uma tendência entre o consumo <strong>de</strong><br />

peixe e a redução <strong>da</strong> sensibilização<br />

aos alimentos evi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong> pela redução<br />

<strong>da</strong> positivi<strong>da</strong><strong>de</strong> do prick test para estes<br />

alimentos26 . Salam et al. <strong>de</strong>senvolveram<br />

inquérito sobre consumo <strong>de</strong> alimentos<br />

durante a gravi<strong>de</strong>z por mães <strong>de</strong> crianças<br />

asmáticas e não asmáticas e observou<br />

que nas crianças <strong>de</strong> mães asmáticas<br />

que ingeriram óleo <strong>de</strong> peixe na gravi<strong>de</strong>z<br />

houve proteção <strong>da</strong> criança em<br />

relação ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> asma27 .<br />

A comparação entre estes estudos não<br />

é possível, pois o período <strong>de</strong> administração<br />

é variável entre eles.<br />

Há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> novos estudos que<br />

comprovem a associação <strong>da</strong> redução<br />

<strong>da</strong> relação ϖ-6/ϖ-3 PUFAS e doenças<br />

alérgicas.<br />

LEITE MATERNO<br />

Várias características do LM o tornam o<br />

alimento mais importante para a criança,<br />

em especial no primeiro ano <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

Suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s bioquímicas e imunológicas<br />

o fazem o alimento mais indicado<br />

para o lactente. Os benefícios para a<br />

saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> criança são mais evi<strong>de</strong>ntes em<br />

países em <strong>de</strong>senvolvimento, sendo sua<br />

interferência inversamente proporcional<br />

ao nível socioeconômico <strong>da</strong> população.<br />

Recentemente, em 2009, um comentário<br />

do Comitê <strong>de</strong> Nutrição <strong>da</strong> European<br />

Society for Paediatric Gastroenterology,<br />

Hepatology and Nutrition (ESPGHAN)<br />

11


essalta essas características e revê as<br />

recomen<strong>da</strong>ções relativas à duração do<br />

tempo <strong>de</strong> aleitamento materno28 .<br />

Antes <strong>de</strong> 2001, a World Health Organization<br />

(WHO) recomen<strong>da</strong>va que<br />

crianças <strong>de</strong>veriam receber LM exclusivo<br />

por quatro a seis meses, introduzindo-se<br />

a alimentação complementar posteriormente.<br />

Em 2001, na 54a Assembleia<br />

<strong>da</strong> WHO, foi recomen<strong>da</strong>do que o LM<br />

<strong>de</strong>veria ser exclusivo até 6 meses <strong>de</strong><br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong>, quando se introduziria alimentação<br />

complementar segura e a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong><br />

nutricionalmente, mantendo-se o aleitamento<br />

até pelo menos 2 anos.<br />

A American Aca<strong>de</strong>my of Pediatrics<br />

(AAP) recomen<strong>da</strong> LM por no mínimo<br />

um ano29 . Atualmente, o comitê <strong>da</strong><br />

ESPGHAN faz a seguinte recomen<strong>da</strong>ção:<br />

“O aleitamento materno por seis<br />

meses é o objetivo <strong>de</strong>sejável. Em crianças<br />

exclusiva ou parcialmente aleita<strong>da</strong>s<br />

ao seio, a alimentação complementar<br />

não <strong>de</strong>veria ser introduzi<strong>da</strong> antes <strong>de</strong><br />

17 meses” 28 .<br />

To<strong>da</strong>s as recomen<strong>da</strong>ções relaciona<strong>da</strong>s<br />

ao LM são feitas com base no benefício<br />

relacionado à proteção anti-infecciosa<br />

para a população geral, já que as doenças<br />

infecciosas, como a diarréia, eram<br />

causa importante <strong>de</strong> morbimortali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

em crianças nos primeiros anos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

Ressalte-se que essas recomen<strong>da</strong>ções<br />

são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para a população<br />

geral, em especial <strong>de</strong> países<br />

em <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Os benefícios imediatos do LM são<br />

bastante conhecidos, <strong>de</strong>stacando-se a<br />

prevenção <strong>da</strong>s infecções, os benefícios<br />

12<br />

nutricionais e o fortalecimento do vínculo<br />

mãe-fi lho. Mais recentemente, vários<br />

benefícios tardios do LM se tornaram<br />

conhecidos, entre eles a proteção contra<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> doenças crônicas,<br />

tais como a doença celíaca. Observa-se<br />

que a introdução precoce do trigo na<br />

alimentação do lactente, enquanto em<br />

aleitamento materno, po<strong>de</strong>ria proteger a<br />

criança do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> doença<br />

celíaca30 . Tal observação se repete em<br />

relação à alergia ao amendoim, pois<br />

estudos confi rmam que a população<br />

que ingere amendoim mais precocemente<br />

(aos 3-4 meses) e em pequenas<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolve menos frequentemente<br />

alergia a este alimento que<br />

aqueles que o introduzem tardiamente<br />

na dieta31 . Estas observações nos alertam<br />

para o papel do LM como indutor <strong>de</strong><br />

TO, quando o alimento alergênico é<br />

introduzido <strong>de</strong> forma complementar,<br />

em pequenas quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s, durante um<br />

período crítico <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

Outro benefício tardio constatado do<br />

aleitamento materno é a proteção<br />

contra a hipertensão arterial, a doença<br />

cardiovascular e a obesi<strong>da</strong><strong>de</strong> na vi<strong>da</strong><br />

adulta32-33 .<br />

O estudo <strong>de</strong> Prescott et al. também<br />

merece citação, uma vez que introduz<br />

uma visão bastante interessante sobre<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> TO e AA. Esses<br />

autores introduzem um novo conceito<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tolerância, que<br />

seria a presença <strong>de</strong> período crítico, “janela<br />

crítica”, ou critical early window,<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> TO34 . Este<br />

conceito inclui a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> que<br />

Nestlé Nutrition Institute


um alimento introduzido na dieta do<br />

lactente no período entre 4 a 6 meses<br />

<strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, concomitante ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> uma microbiota intestinal<br />

saudável, po<strong>de</strong>ria induzir uma resposta<br />

tolerogênica enquanto na presença <strong>de</strong><br />

LM. A concepção <strong>de</strong> janela crítica para<br />

tolerância não se restringe apenas à<br />

AA, relacionando-se também a doenças<br />

com componentes autoimunes, como<br />

diabetes e doença celíaca.<br />

Alguns estudos se contrapõem a estas<br />

evidências, com resultados sugerindo<br />

que o efeito protetor para alergias<br />

não se sustenta e que po<strong>de</strong> haver um<br />

aumento <strong>da</strong> alergia em lactentes que<br />

usam LM35-36 . Estes estudos, contrastando<br />

com muitos anteriormente publicados,<br />

levaram a controvérsias e discussões.<br />

Um editorial recente do British Medical<br />

Journal concluiu: “...o fato <strong>de</strong> que o<br />

aleitamento materno reduz o risco <strong>de</strong><br />

alergia e asma não é suportado por<br />

evidências” 37 . Uma outra revisão dos<br />

estudos, realiza<strong>da</strong> por Duncan e Sears,<br />

tentou avaliar essas evidências e ressalta<br />

a difi cul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> valorização <strong>de</strong>ssas<br />

pesquisas, já que elas não apresentam<br />

grupo <strong>de</strong> controle pareado, por razão<br />

ética38 . Além disso, muitos fatores interferem<br />

nos resultados, como a época<br />

<strong>da</strong> introdução do alimento, ou mesmo<br />

a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e o potencial alergênico<br />

<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um, características essas que<br />

po<strong>de</strong>m diferir entre os diversos estudos.<br />

Outro importante ponto a ser <strong>de</strong>stacado<br />

é o potencial genético familiar<br />

para <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> alergia. Esse<br />

<strong>da</strong>do é extremamente variável entre os<br />

Nestlé Nutrition Institute<br />

diversos estudos, que citam igualmente<br />

pais com alergia, mas não avaliam se a<br />

mãe é atópica, o que po<strong>de</strong>ria ser mais<br />

signifi cativo.<br />

Todos os pontos acima citados se referem<br />

ao efeito do aleitamento materno<br />

em relação à atopia, porém não po<strong>de</strong>m<br />

ser esquecidos os benefícios já citados<br />

referentes a nutrição, vínculo materno<br />

e doenças crônicas. Por esse fato, a<br />

American Dietetic Association (ADA),<br />

em 2009, elaborou um position paper<br />

reforçando a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> do incentivo<br />

ao aleitamento materno, posição esta<br />

adota<strong>da</strong> pela autora <strong>de</strong>ste texto. O<br />

documento afi rma39 :<br />

“É posição <strong>da</strong> American Dietetic Association<br />

que o aleitamento materno exclusivo<br />

promove ótima proteção nutricional<br />

e à saú<strong>de</strong> nos primeiros 6 meses<br />

<strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e que o aleitamento materno<br />

com alimentação complementar dos 6<br />

até os 12 meses <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> é o padrão<br />

alimentar i<strong>de</strong>al para as crianças <strong>de</strong>sta<br />

faixa etária. O aleitamento materno é<br />

uma importante estratégia <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

pública, melhorando a morbi<strong>da</strong><strong>de</strong> e a<br />

mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> crianças e auxiliando<br />

nos custos em relação aos cui<strong>da</strong>dos<br />

com o controle <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>”.<br />

Avaliando todos esses fatores, concluise,<br />

até o momento, que se <strong>de</strong>ve manter<br />

o incentivo ao aleitamento materno<br />

pelo menos até 6 meses. Isso porque,<br />

embora o potencial protetor do LM contra<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> doença alérgica<br />

seja diferente entre vários estudos<br />

com metodologias distintas, há muitas<br />

evidências sobre os benefícios imediatos<br />

13


e tardios do aleitamento para a população<br />

geral. Um ganho inestimável é<br />

o fortalecimento do vínculo mãe-fi lho,<br />

que merece valorização especial.<br />

USO DE FÓRMULAS<br />

HIDROLISADAS<br />

Fórmulas hidrolisa<strong>da</strong>s são preparações<br />

em que as proteínas sofreram hidrólise<br />

com o objetivo <strong>de</strong> reduzir a alergenici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> seus componentes. Essa hidrólise<br />

po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> graus variados, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />

do objetivo terapêutico ser a prevenção<br />

ou o tratamento. Para tratamento <strong>da</strong><br />

APLV, utilizam-se fórmulas extensamente<br />

hidrolisa<strong>da</strong>s, enquanto para prevenção<br />

po<strong>de</strong>m ser usa<strong>da</strong>s fórmulas parcialmente<br />

hidrolisa<strong>da</strong>s. Existem vários processos<br />

<strong>de</strong> hidrólise, entre eles a clivagem enzimática<br />

e pelo calor. O aquecimento<br />

até 80°C <strong>de</strong>strói a conformação <strong>da</strong><br />

molécula, mas a estrutura <strong>de</strong> epítopos<br />

permanece intacta, enquanto a hidrólise<br />

enzimática consegue <strong>de</strong>struir ambas e é<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> mais efi caz que o aquecimento.<br />

Portanto, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do grau<br />

<strong>de</strong> aquecimento e hidrólise enzimática,<br />

po<strong>de</strong>mos ter fórmulas parcial ou extensamente<br />

hidrolisa<strong>da</strong>s. Estas últimas <strong>de</strong>vem<br />

conter mais <strong>de</strong> 90% dos peptí<strong>de</strong>os com<br />

peso molecular menor que 3.000 Da e<br />

preenchem o critério para fórmulas hipoalergênicas<br />

<strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s ao tratamento <strong>da</strong><br />

APLV, <strong>de</strong>fi ni<strong>da</strong>s como aquelas tolera<strong>da</strong>s<br />

por cerca <strong>de</strong> 90% dos pacientes com<br />

alergia a este alimento40 .<br />

As fórmulas parcialmente hidrolisa<strong>da</strong>s<br />

contêm pequenas quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

14<br />

peptí<strong>de</strong>os menores e uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

signifi cativa <strong>de</strong> peptí<strong>de</strong>os com peso<br />

entre 3.000 e 10.000 Da, que po<strong>de</strong>m<br />

ser potencialmente alergênicos. Por<br />

essa razão, sua indicação se restringe<br />

à prevenção primária <strong>da</strong> APLV em<br />

pacientes <strong>de</strong> risco.<br />

Várias socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s médicas, tais como<br />

AAP, European Society for Paediatric<br />

Allergology and Clinical Immunology<br />

(ESPACI) e ESPGHAN, recomen<strong>da</strong>m preferencialmente<br />

as fórmulas extensamente<br />

hidrolisa<strong>da</strong>s também para prevenção primária,<br />

nas crianças com impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> aleitamento materno. Isto se justifi ca<br />

pelo fato <strong>de</strong>ssas fórmulas apresentarem<br />

alergenici<strong>da</strong><strong>de</strong> muito reduzi<strong>da</strong>, evitando<br />

uma resposta imune41 . Essas mesmas<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s também admitem que as<br />

fórmulas parcialmente hidrolisa<strong>da</strong>s têm<br />

um efeito preventivo em potencial para<br />

prevenção <strong>da</strong> alergia ao leite e reconhecem<br />

que uma alergenici<strong>da</strong><strong>de</strong> residual<br />

po<strong>de</strong>ria contribuir para a indução <strong>de</strong><br />

tolerância, conforme <strong>de</strong>monstrado em<br />

animais <strong>de</strong> experimentação42 .<br />

Embora existam inúmeros estudos na<br />

literatura sobre o papel <strong>da</strong>s fórmulas<br />

hidrolisa<strong>da</strong>s na prevenção <strong>da</strong> AA, na<br />

revisão <strong>da</strong> Cochrane <strong>de</strong> 2006 apenas 14<br />

estudos preenchem os critérios <strong>de</strong> randomização<br />

ou quase randomização, comparando-se<br />

o uso <strong>de</strong>ssas fórmulas com<br />

o do LM ou <strong>de</strong> fórmula à base <strong>de</strong> proteínas<br />

intactas do leite <strong>de</strong> vaca43 . É importante<br />

ressaltar que não há estudos <strong>de</strong><br />

longa evolução que comparam LM com<br />

fórmulas hidrolisa<strong>da</strong>s, por questões éticas.<br />

Portanto, não existem evidências <strong>de</strong> qual<br />

Nestlé Nutrition Institute


<strong>da</strong>s duas opções é mais a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> para<br />

prevenção <strong>de</strong> doenças atópicas.<br />

Quanto ao uso <strong>de</strong> fórmulas parcialmente<br />

hidrolisa<strong>da</strong>s na redução <strong>da</strong> ocorrência<br />

<strong>de</strong> AA em crianças <strong>de</strong> risco, apenas três<br />

estudos apresentavam as características<br />

necessárias para avaliação44-46 . Apesar<br />

<strong>de</strong> dois estudos não terem <strong>de</strong>monstrado<br />

resultados satisfatórios, um <strong>de</strong>les apresentou<br />

redução <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 50% <strong>da</strong><br />

chance <strong>de</strong> alergia em relação à fórmula<br />

à base <strong>de</strong> proteínas intactas do LV.<br />

O German Infant Nutritional Intervention<br />

Study (GINI) iniciou-se com cerca<br />

<strong>de</strong> 2.000 crianças e tinha o objetivo<br />

<strong>de</strong> analisar o papel dos hidrolisados na<br />

prevenção <strong>da</strong>s doenças alérgicas. Foram<br />

incluí<strong>da</strong>s para análise várias fórmulas:<br />

hidrolisado parcial <strong>de</strong> proteínas do<br />

soro, fórmula extensamente hidrolisa<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> proteínas do soro e uma fórmula<br />

extensamente hidrolisa<strong>da</strong> <strong>de</strong> caseína.<br />

To<strong>da</strong>s elas foram compara<strong>da</strong>s com uma<br />

fórmula padrão <strong>de</strong> LV, em crianças<br />

com risco <strong>de</strong> atopia até a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 6<br />

anos47 . Aos 3 anos, observou-se que a<br />

fórmula extensamente hidrolisa<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

caseína e a parcialmente hidrolisa<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> proteínas do soro exerciam efeito<br />

protetor mais evi<strong>de</strong>nte, em especial na<br />

prevenção do eczema atópico. Outro<br />

achado interessante é que, em relação à<br />

asma, não foi constatado nenhum efeito<br />

preventivo. Como conclusão, o estudo<br />

GINI mostrou que diferentes hidrolisados<br />

po<strong>de</strong>m ter diferentes efeitos na<br />

prevenção <strong>da</strong>s doenças atópicas. Novos<br />

estudos são necessários para avaliar esse<br />

efeito protetor a longo prazo.<br />

Nestlé Nutrition Institute<br />

Assim, conclui-se que, até o momento,<br />

as fórmulas hidrolisa<strong>da</strong>s mostram<br />

benefícios na prevenção <strong>da</strong>s doenças<br />

alérgicas em vários estudos, principalmente<br />

quando utiliza<strong>da</strong>s por pacientes<br />

<strong>de</strong> risco para atopia. O efeito é mais<br />

evi<strong>de</strong>nte em relação à prevenção do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> eczema atópico.<br />

Embora essas intervenções geralmente<br />

sejam dirigi<strong>da</strong>s para pacientes do grupo<br />

<strong>de</strong> risco para atopia, Von Berg salienta<br />

que programas <strong>de</strong> prevenção primária<br />

po<strong>de</strong>riam ser <strong>de</strong>senvolvidos não só<br />

para grupo <strong>de</strong> risco para atopia mas<br />

também para crianças <strong>da</strong> população<br />

geral, já que cerca <strong>de</strong> 50% <strong>da</strong>s crianças<br />

alérgicas são <strong>de</strong> famílias sem história<br />

<strong>de</strong> atopia ou nas quais o risco genético<br />

não é avaliado48 .<br />

Em relação às fórmulas <strong>de</strong> aminoácidos<br />

para prevenção <strong>de</strong> alergia, não há<br />

estudos que avaliam esses aspectos.<br />

Quanto à fórmula <strong>de</strong> soja, é consenso<br />

que esta não <strong>de</strong>ve ser recomen<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

para prevenção <strong>de</strong> AA em crianças<br />

<strong>de</strong> risco49 .<br />

INTRODUÇÃO DA<br />

ALIMENTAÇÃO<br />

COMPLEMENTAR<br />

Em relação à introdução <strong>da</strong> alimentação<br />

complementar na prevenção <strong>da</strong><br />

doença atópica, muitos estudos têm<br />

preconizado que essa <strong>de</strong>ve ocorrer <strong>de</strong><br />

forma tardia, após os 6 meses <strong>de</strong> vi<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> criança. A European Aca<strong>de</strong>my of<br />

Allergology and Clinical Immunology<br />

(EAACI) recomen<strong>da</strong> que se retar<strong>de</strong> a in-<br />

15


trodução <strong>da</strong> alimentação complementar<br />

para até 4 a 6 meses <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, tanto<br />

em crianças amamenta<strong>da</strong>s ao seio como<br />

naquelas que usam fórmula à base <strong>de</strong><br />

leite28 . A American Pediatric Association<br />

(APA) também recomen<strong>da</strong> essa<br />

época para introdução <strong>da</strong> alimentação<br />

complementar, orientando que o leite<br />

<strong>de</strong> vaca total <strong>de</strong>ve ser introduzido só<br />

aos 12 meses <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>29 . Além disso,<br />

a APA também orienta para crianças<br />

com risco para atopia o retardo <strong>da</strong><br />

introdução <strong>de</strong> alimentos alergênicos,<br />

<strong>da</strong> seguinte forma: ovo após 2 anos <strong>de</strong><br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong>; castanhas, amendoim e peixe<br />

após 3 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Essa orientação é basea<strong>da</strong> em estudos<br />

que apresentam limitações. Des<strong>de</strong> então,<br />

outros estudos têm avaliado tais<br />

condutas, com diferentes resultados.<br />

No estudo <strong>de</strong> Kajosaari o retardo <strong>da</strong><br />

introdução <strong>de</strong> sólidos até 6 meses <strong>de</strong><br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong> não mostrou efi cácia sobre a incidência<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatite atópica ou AA no<br />

seguimento <strong>de</strong> cinco anos50 . Em outro<br />

estudo prospectivo com crianças <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o nascimento até 2 a 4 anos, havia<br />

mais <strong>de</strong>rmatite atópica e não asma<br />

em crianças que recebiam quatro ou<br />

mais alimentos sólidos, em comparação<br />

com nenhum sólido antes dos 4 meses<br />

<strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>51 . Essa diferença se manteve<br />

quando as crianças foram avalia<strong>da</strong>s<br />

aos 10 anos52 . Além <strong>de</strong>sses estudos,<br />

houve em 2005 a revisão <strong>de</strong> Prescott<br />

e Tang <strong>da</strong>s recomen<strong>da</strong>ções australianas<br />

para prevenção <strong>de</strong> alergia. O estudo<br />

incluía estratégias para evitar inalantes<br />

e alimentos precocemente introduzidos<br />

16<br />

na dieta, com poucas evidências <strong>de</strong><br />

efi cácia53 .<br />

Com base em novas evidências, seria<br />

<strong>de</strong>sejável uma mu<strong>da</strong>nça do tempo <strong>de</strong><br />

introdução <strong>de</strong> alimentos para 4 meses,<br />

mantendo-se o aleitamento materno<br />

durante o período em que esses novos<br />

alimentos são incluídos. Quando o<br />

aleitamento não é possível, o uso <strong>de</strong><br />

fórmulas hidrolisa<strong>da</strong>s parece conferir<br />

um efeito protetor, em comparação<br />

ao leite normal. Assim, até que sejam<br />

disponíveis mais <strong>da</strong>dos que justifi quem<br />

o retardo <strong>da</strong> introdução <strong>de</strong> alimentos,<br />

é muito difícil justifi car esta conduta.<br />

Uma revisão sistemática publica<strong>da</strong> em<br />

2006 concluiu que há difi cul<strong>da</strong><strong>de</strong>s na<br />

avaliação <strong>de</strong> estudos sobre a introdução<br />

precoce <strong>de</strong> alimentação complementar<br />

e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> doenças atópicas,<br />

por problemas metodológicos dos<br />

estudos avaliados54 . Outros fatos que<br />

sugerem a inefi cácia do retardo <strong>da</strong> introdução<br />

<strong>de</strong> alérgenos alimentares na dieta<br />

<strong>da</strong> criança são o aumento <strong>da</strong> alergia ao<br />

amendoim nos países on<strong>de</strong> essa conduta<br />

foi instituí<strong>da</strong>55,56 e os <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> alguns<br />

estudos <strong>de</strong> coorte com seguimento prolongado.<br />

Um <strong>de</strong>les é o estudo alemão<br />

multicêntrico <strong>de</strong>nominado Infl uence of<br />

Life-style Related Factors on the Immune<br />

System and the Development of Allergies<br />

in Childhood (LISA), que analisou<br />

2.073 crianças <strong>de</strong> uma coorte segui<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nascimento e avalia<strong>da</strong> aos 6<br />

anos. O objetivo era avaliar a efi cácia<br />

do retardo <strong>da</strong> introdução <strong>de</strong> sólidos no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> doenças atópicas.<br />

Após a análise, o estudo LISA não en-<br />

Nestlé Nutrition Institute


controu evidências que <strong>de</strong>ssem apoio<br />

a essa associação57 .<br />

Um position paper do ESPGHAN publicado<br />

em 2008 afi rma que é <strong>de</strong>sejável a<br />

manutenção por 6 meses do aleitamento<br />

materno exclusivo e que a alimentação<br />

complementar po<strong>de</strong>ria não ser introduzi<strong>da</strong><br />

antes <strong>de</strong> 17 semanas e to<strong>da</strong>s as<br />

crianças po<strong>de</strong>riam iniciar alimentação<br />

complementar com 26 semanas58 .<br />

O estudo <strong>de</strong> Prescott et al., já comentado<br />

nesta revisão, enfoca o papel <strong>da</strong><br />

introdução <strong>de</strong> alimentos sólidos no período<br />

crítico para indução <strong>de</strong> tolerância,<br />

ressaltando a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção<br />

do aleitamento materno nesse<br />

período <strong>de</strong> inserção <strong>de</strong> novos alimentos.<br />

Tal conduta propiciaria, inclusive, um<br />

estímulo para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

uma fl ora intestinal a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> necessária<br />

para a indução <strong>de</strong> tolerância34 .<br />

Pelas diferenças entre os gui<strong>de</strong>lines,<br />

é fun<strong>da</strong>mental a realização <strong>de</strong> novos<br />

estudos bem controlados para que se<br />

atinja um consenso quanto ao tempo<br />

a<strong>de</strong>quado para introdução <strong>de</strong> sólidos na<br />

alimentação <strong>da</strong> criança e sua relação<br />

com a prevenção <strong>da</strong> AA.<br />

MUDANÇAS NA DIETA DAS<br />

CRIANÇAS PARA PREVENÇÃO<br />

DE DOENÇAS ATÓPICAS<br />

Muitas tentativas têm sido realiza<strong>da</strong>s<br />

com o objetivo <strong>de</strong> prevenir o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> doenças atópicas nas<br />

crianças. O uso <strong>de</strong> ômega 3 e ômega<br />

6 foi analisado no estudo <strong>de</strong> Almmqvist<br />

et al., com o objetivo <strong>de</strong> avaliar se tal<br />

Nestlé Nutrition Institute<br />

conduta po<strong>de</strong>ria alterar a evolução para<br />

doença atópica59 . Neste estudo houve<br />

suplementação <strong>de</strong> ômega 3 com concomitante<br />

redução <strong>de</strong> ômega 6 na dieta<br />

<strong>da</strong>s crianças, avaliando-se a presença<br />

<strong>de</strong> doença atópica aos 5 anos. Ao fi nal,<br />

os autores concluem que essa conduta<br />

não interferiu no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

atopia e asma.<br />

Outra conduta dietética avalia<strong>da</strong> foi o<br />

papel <strong>da</strong> dieta mediterrânea no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> asma e outras doenças<br />

alérgicas. Chatzi et al. avaliaram áreas<br />

rurais <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Creta, incluindo<br />

crianças e adolescentes <strong>de</strong> 7 a 18<br />

anos, quanto à dieta e à presença <strong>de</strong><br />

doenças alérgicas. A dieta nessa região<br />

é bastante rica em frutas, vegetais e<br />

castanhas produzi<strong>da</strong>s localmente. Na<br />

avaliação, os autores concluem que a<br />

dieta mediterrânea aqui <strong>de</strong>scrita po<strong>de</strong>ria<br />

ter um papel na prevenção <strong>de</strong> doenças<br />

alérgicas respiratórias e um dos possíveis<br />

efeitos seria a presença <strong>de</strong> antioxi<strong>da</strong>ntes,<br />

que po<strong>de</strong>riam interferir na expressão <strong>de</strong><br />

doenças alérgicas60 . Há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

estudos bem <strong>de</strong>senhados e controlados<br />

para avaliar a real efi cácia <strong>de</strong> tais dietas<br />

na prevenção <strong>de</strong>stas doenças, em<br />

especial <strong>da</strong> AA.<br />

PROBIÓTICOS E PREBIÓTICOS<br />

A microbiota intestinal parece representar<br />

um importante papel no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>da</strong> TO aos alimentos. Manipulações<br />

<strong>de</strong>ssa microbiota po<strong>de</strong>m constituir<br />

importante intervenção na prevenção e<br />

no tratamento <strong>da</strong> AA61 .<br />

17


Probióticos e prebióticos usados separa<strong>da</strong>mente<br />

ou em associação (simbióticos)<br />

po<strong>de</strong>m auxiliar no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

uma microfl ora tolerogênica, interferindo<br />

assim no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> AA e<br />

mesmo <strong>de</strong> outras doenças alérgicas.<br />

Prebióticos são componentes alimentares<br />

não digeríveis, em geral oligossacarí<strong>de</strong>os,<br />

que benefi ciam o hospe<strong>de</strong>iro<br />

por estimular o crescimento <strong>de</strong> bactérias<br />

não patogênicas <strong>da</strong> microfl ora intestinal.<br />

Revisão sistematiza<strong>da</strong> <strong>da</strong> Cochrane,<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> em 2007, avaliou sete<br />

estudos randomizados ou quase randomizados62<br />

. Moro et al. avaliaram<br />

o uso <strong>de</strong> prebióticos em crianças <strong>de</strong><br />

risco e <strong>de</strong>tectaram redução do eczema<br />

aos 6 meses <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> (RR <strong>de</strong> 0,42) 63 ,<br />

e Ziegler et al. avaliaram crianças não<br />

seleciona<strong>da</strong>s por risco <strong>de</strong> alergia e não<br />

<strong>de</strong>tectaram a efi cácia <strong>de</strong>ssa medi<strong>da</strong> na<br />

redução do eczema aos 4 meses <strong>de</strong><br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong> (RR <strong>de</strong> 1,62) 64 . Uma metanálise<br />

<strong>de</strong>sses estudos não mostrou diferença<br />

no eczema e <strong>de</strong>stacou a heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

entre ambos para análise. Estes<br />

e outros cinco estudos mostraram que<br />

havia insufi ciente evidências para o uso<br />

<strong>de</strong> prebióticos na prevenção <strong>de</strong> doenças<br />

atópicas, já que o único estudo que<br />

mostrou benefício apresentava número<br />

pequeno <strong>de</strong> crianças.<br />

Em relação aos probióticos, trata-se<br />

<strong>de</strong> microorganismos que preenchem a<br />

<strong>de</strong>fi nição sugeri<strong>da</strong> pela reunião conjunta<br />

<strong>de</strong> experts <strong>da</strong> WHO e <strong>da</strong> Food and<br />

Agriculture Organization of the United<br />

Nations (FAO), realiza<strong>da</strong> em 2002, que<br />

consiste em: “Probióticos são organis-<br />

18<br />

mos vivos administrados em quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, os quais conferem um efeito<br />

benéfico à saú<strong>de</strong> do hospe<strong>de</strong>iro” 65 .<br />

Alguns critérios são utilizados para<br />

<strong>de</strong>fi nição <strong>de</strong> um microorganismo como<br />

probiótico66 :<br />

origem humana;<br />

não patogênico;<br />

resitência a processamento;<br />

estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> à secreção áci<strong>da</strong> e biliar;<br />

a<strong>de</strong>são à célula epitelial;<br />

habili<strong>da</strong><strong>de</strong> para persistir no TGI;<br />

habili<strong>da</strong><strong>de</strong> para infl uenciar ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

metabólica local.<br />

Os principais microorganismos bacterianos<br />

consi<strong>de</strong>rados como probióticos<br />

são aqueles dos gêneros Lactobacillus<br />

e Bifi dobacterium, além <strong>de</strong> Escherichia,<br />

Enterococcus e Bacillus. O fungo Saccaromyces<br />

boulardii também tem sido<br />

consi<strong>de</strong>rado como probiótico. Outros<br />

microorganismos frequentemente adicionados<br />

à alimentação infantil – tais<br />

como Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus<br />

thermophilus – não são <strong>de</strong>fi nidos<br />

como probióticos, pois não preenchem<br />

os critérios acima expostos. Apesar<br />

<strong>de</strong>ssa restrição, muitos pesquisadores<br />

os consi<strong>de</strong>ram como probióticos, pois<br />

apresentam efeitos benéfi cos à saú<strong>de</strong><br />

humana67 .<br />

Em relação à quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> para<br />

exercer efeito benéfi co, a dose recomen<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

pelo Natural Health Products<br />

Directorate of Cana<strong>da</strong> é <strong>de</strong> 5 bilhões <strong>de</strong><br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s formadoras <strong>de</strong> colônias por dia<br />

(5 109 UFC/dia), pelo menos utiliza<strong>da</strong><br />

por cinco dias. Embora esta seja a dose<br />

preconiza<strong>da</strong>, os estudos que avaliam<br />

Nestlé Nutrition Institute


efeitos terapêuticos apresentam doses<br />

variáveis, <strong>de</strong> 106 a 109 UFC68 .<br />

O conhecimento <strong>da</strong> importância <strong>da</strong><br />

fl ora intestinal como um mecanismo<br />

ativo <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> processos infecciosos<br />

e <strong>de</strong> modulação <strong>da</strong> resposta<br />

imunológica estimulou a procura por<br />

medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> tratamento e prevenção<br />

<strong>de</strong> doenças baseados na restauração<br />

<strong>da</strong> fl ora intestinal i<strong>de</strong>al69 . Atualmente<br />

já é conhecido que a fl ora <strong>de</strong> crianças<br />

alérgicas difere <strong>da</strong>quela <strong>de</strong> crianças não<br />

alérgicas, e tal observação sugere que<br />

estratégias <strong>de</strong> reestruturação <strong>de</strong>ssa fl ora,<br />

seja através <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> reposição<br />

<strong>de</strong> microorganismos benéfi cos à saú<strong>de</strong>,<br />

seja através <strong>de</strong> substâncias que auxiliam<br />

sua manutenção, po<strong>de</strong>m ser úteis na<br />

prevenção <strong>da</strong>s doenças alérgicas.<br />

O papel dos probióticos na prevenção<br />

<strong>da</strong>s doenças alérgicas, em especial<br />

<strong>da</strong> AA, tem motivado vários estudos,<br />

analisados <strong>de</strong> forma sistemática em<br />

revisão <strong>da</strong> Cochrane <strong>de</strong> 200770 . Nesta,<br />

foram avaliados estudos randomizados<br />

ou quase randomizados, num total <strong>de</strong><br />

aproxima<strong>da</strong>mente 12 trabalhos. Entre<br />

esses, seis avaliaram como resultado a<br />

presença <strong>de</strong> doença alérgica, incluindo<br />

2.080 crianças. Mas os resultados<br />

correspon<strong>de</strong>m a 1.549 crianças, em<br />

consequência <strong>de</strong> várias per<strong>da</strong>s <strong>de</strong> pacientes<br />

durante o seguimento. O fato <strong>de</strong><br />

alguns estudos apresentarem per<strong>da</strong>s signifi<br />

cantes <strong>de</strong> pacientes já compromete a<br />

análise. Em cinco <strong>de</strong>sses estudos, com<br />

um total <strong>de</strong> 1.477 pacientes, observouse<br />

signifi cativa redução do eczema, mas<br />

havia gran<strong>de</strong> heterogeni<strong>da</strong><strong>de</strong> entre os<br />

Nestlé Nutrition Institute<br />

trabalhos analisados. Quando a análise<br />

se restringiu apenas a eczema atópico,<br />

observou-se semelhança em relação ao<br />

eczema em geral.<br />

Em conclusão, não há <strong>da</strong>dos sufi cientes<br />

para a indicação <strong>de</strong> probióticos<br />

na prevenção <strong>de</strong> doenças atópicas,<br />

embora exista a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ação<br />

no que se refere ao eczema. Mesmo<br />

em relação a este possível benefício,<br />

nem todos os estudos apresentaram<br />

resultados convincentes. Há, portanto,<br />

a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> novos estudos para<br />

reprodutibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sse efeito.<br />

Nesta revisão, foram apresentados <strong>da</strong>dos<br />

recentes <strong>da</strong> literatura sobre o estado <strong>da</strong><br />

arte na prevenção <strong>de</strong> doenças alérgicas,<br />

em especial <strong>de</strong> AA. Embora ain<strong>da</strong><br />

haja muito a fazer em termos <strong>de</strong> novos<br />

estudos longitudinais para avaliação <strong>da</strong><br />

efi cácia <strong>de</strong>ssas medi<strong>da</strong>s a longo prazo,<br />

po<strong>de</strong>-se resumir algumas conclusões,<br />

tais como:<br />

Até o momento, não há evidências<br />

<strong>de</strong> que a restrição <strong>da</strong> dieta materna<br />

durante a gravi<strong>de</strong>z tenha algum benefício<br />

na prevenção <strong>da</strong> doença alérgica<br />

<strong>da</strong> criança. A mesma conclusão<br />

se aplica a essa restrição durante a<br />

lactação, com a possível exceção do<br />

eczema atópico, mas há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> confi rmação <strong>de</strong>sses benefícios a<br />

longo prazo.<br />

Para to<strong>da</strong>s as crianças, são indiscutíveis<br />

os benefícios – tanto precoces<br />

quanto tardios – do aleitamento<br />

materno pelo menos até 6 meses <strong>de</strong><br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong> no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> doenças<br />

crônicas do adulto.<br />

19


20<br />

Para crianças <strong>de</strong> risco para doenças<br />

alérgicas, há evidências dos benefícios<br />

do aleitamento materno durante pelo<br />

menos 6 meses <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

<strong>da</strong> associação <strong>de</strong> sólidos<br />

durante esse período.<br />

Nas crianças <strong>de</strong> risco nas quais não<br />

haja possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aleitamento materno,<br />

o uso <strong>de</strong> hidrolisados apresenta<br />

benefícios na prevenção <strong>da</strong> doença<br />

atópica, em especial do eczema atópico,<br />

em comparação às fórmulas à<br />

base <strong>de</strong> proteínas intactas do leite <strong>de</strong><br />

vaca. Estudos comparativos dos hidrolisados<br />

mostraram que nem to<strong>da</strong>s<br />

as fórmulas do gênero têm o mesmo<br />

efeito e apontaram a superiori<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> fórmula extensamente hidrolisa<strong>da</strong><br />

em relação à parcialmente hidrolisa<strong>da</strong>.<br />

Há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estudos para<br />

avaliação dos efeitos benéficos a<br />

longo prazo.<br />

Atualmente não há evidências <strong>de</strong> que<br />

o retardo na introdução <strong>de</strong> sólidos<br />

tenha um efeito protetor signifi cante<br />

contra o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> doenças<br />

alérgicas. Alguns estudos sugerem<br />

benefícios <strong>da</strong> introdução <strong>da</strong> alimentação<br />

complementar entre 4 e 6 m<br />

<strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> na vigência do leite materno<br />

para indução <strong>de</strong> tolerância oral. Estudos<br />

posteriores são necessários para<br />

<strong>de</strong>terminar a época i<strong>de</strong>al para introdução<br />

<strong>da</strong> alimentação complementar,<br />

<strong>de</strong> forma a assegurar benefícios contra<br />

o aparecimento <strong>de</strong>ssas doenças. Os<br />

benefícios <strong>da</strong> introdução <strong>de</strong> alimentos<br />

como o trigo entre 4 e 6 meses <strong>de</strong><br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

doenças crônicas po<strong>de</strong> trazer novos<br />

conhecimentos a respeito <strong>da</strong> indução<br />

<strong>de</strong> TO nesse período <strong>de</strong> introdução<br />

<strong>da</strong> alimentação complementar.<br />

Em relação a modifi cações <strong>da</strong> dieta <strong>da</strong><br />

criança com adição <strong>de</strong> antioxi<strong>da</strong>ntes<br />

ou uso <strong>de</strong> ômega 3 e ômega 6, até<br />

o momento não há <strong>da</strong>dos sufi cientes<br />

para adoção <strong>de</strong>stas medi<strong>da</strong>s.<br />

Embora racionalmente os probióticos<br />

e prebióticos possam interferir na<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> microfl ora intestinal,<br />

não há evidências sufi cientes para<br />

a inclusão <strong>de</strong>ssas estratégias na<br />

prevenção <strong>da</strong>s doenças alérgicas.<br />

Novos estudos são necessários para<br />

confi rmar o possível papel dos probióticos<br />

na redução <strong>da</strong> prevalência<br />

<strong>de</strong> eczema em crianças <strong>de</strong> risco para<br />

doenças alérgicas.<br />

PREVENÇÃO<br />

TERCIÁRIA DA<br />

ALERGIA ALIMENTAR<br />

A prevenção terciária <strong>da</strong> AA se refere<br />

ao tratamento <strong>da</strong> doença estabeleci<strong>da</strong><br />

e engloba alguns pontos fun<strong>da</strong>mentais,<br />

que <strong>de</strong>vem ser seguidos para a<strong>de</strong>quado<br />

tratamento do paciente:<br />

Esclarecimento ao paciente, à família e<br />

à escola sobre a doença e os riscos.<br />

Exclusão do alimento <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ante<br />

<strong>de</strong> alergia.<br />

Dieta <strong>de</strong> substituição que seja palatável<br />

e assegure a<strong>de</strong>quado crescimento<br />

e <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Orientação quanto a um plano <strong>de</strong> tratamento<br />

para casos <strong>de</strong> emergência.<br />

Nestlé Nutrition Institute


Nos pacientes anafi láticos, orientação<br />

sobre o uso <strong>de</strong> adrenalina IM.<br />

Conhecimento <strong>de</strong> termos correlatos<br />

ao alimento excluído.<br />

Orientação sobre a leitura <strong>de</strong> rótulos.<br />

A educação do paciente e dos familiares<br />

em relação à doença é <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental<br />

importância, já que auxilia na a<strong>de</strong>são<br />

ao tratamento e possibilita o esclarecimento<br />

<strong>de</strong> dúvi<strong>da</strong>s. Deve ser enfatiza<strong>da</strong><br />

a evolução <strong>da</strong> doença, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

do tipo <strong>de</strong> alimento envolvido. Para<br />

que as orientações acima possam ser<br />

cumpri<strong>da</strong>s, Venter & Meyer71 propõem o<br />

conhecimento <strong>de</strong> vários pontos relativos<br />

à doença, tais como:<br />

Qual nível <strong>de</strong> restrição do alimento<br />

é necessário?<br />

Para isso é preciso conhecer:<br />

– O alimento envolvido.<br />

– O tipo <strong>de</strong> mecanismo imunológico<br />

envolvido na reação.<br />

– As características <strong>da</strong> proteína alergênica.<br />

– A história natural <strong>da</strong> alergia ao alimento.<br />

– O estado nutricional do paciente.<br />

– Compreensão <strong>da</strong> rotulagem dos alimentos.<br />

O tipo <strong>de</strong> alimento envolvido po<strong>de</strong><br />

orientar o médico sobre o risco <strong>de</strong><br />

anafi laxia e a evolução <strong>da</strong> doença. É<br />

bem conhecido o risco apresentado<br />

por alimentos como frutos do mar e<br />

castanhas em relação à anafi laxia, assim<br />

como a não associação com esta<br />

manifestação clínica nos casos não<br />

mediados por IgE. Nos casos anafi láti-<br />

Nestlé Nutrition Institute<br />

cos, a prescrição do uso <strong>da</strong> adrenalina<br />

autoinjetora é essencial, bem como a<br />

orientação dos familiares e pacientes<br />

sobre a forma <strong>de</strong> utilizá-la.<br />

Em relação à leitura <strong>de</strong> rótulos, muitos<br />

familiares não estão atentos aos termos<br />

relacionados ao alimento ofensor, conforme<br />

mostrado por estudo realizado por<br />

Binsfeld et al. em nosso meio72 . Neste<br />

estudo, apesar <strong>de</strong> 79% dos cui<strong>da</strong>dores<br />

apresentarem nível <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> médio<br />

ou superior, apenas cerca <strong>de</strong> 50%<br />

faziam leitura habitual <strong>da</strong> rotulagem e<br />

somente 26% relacionaram a caseína ao<br />

LV. Vale ressaltar que muitos pacientes<br />

eram anafi láticos e que em todos os<br />

retornos eram feitas orientações educacionais<br />

aos cui<strong>da</strong>dores e pacientes.<br />

Quais as possíveis implicações <strong>da</strong><br />

dieta <strong>de</strong> substituição no estado nutricional?<br />

– A<strong>de</strong>quação do consumo <strong>de</strong> nutrientes.<br />

– Interferências dos hábitos nutricionais<br />

familiares.<br />

– Presença <strong>de</strong> nutrientes importantes<br />

no alimento eliminado.<br />

– Substituições a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s quanto aos<br />

nutrientes excluídos.<br />

O conhecimento <strong>da</strong> rotina alimentar<br />

<strong>da</strong> família é <strong>de</strong> extrema importância<br />

na orientação nutricional dos pacientes.<br />

As a<strong>de</strong>quações que impõem restrição<br />

alimentar para os pacientes <strong>de</strong>vem<br />

contemplar substituições agradáveis,<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s nutricionalmente e passíveis<br />

<strong>de</strong> preparo pela família. Também se<br />

<strong>de</strong>ve observar que refeições fora do<br />

21


domicílio po<strong>de</strong>m representar riscos<br />

aos anafi láticos, em conseqüência <strong>de</strong><br />

preparo compartilhado com produtos<br />

lácteos ou mesmo <strong>da</strong> ingestão <strong>de</strong> pequenas<br />

doses do alimento excluído em<br />

outros alimentos.<br />

Durante dietas <strong>de</strong> exclusão, há risco<br />

nutricional a pacientes não a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente<br />

orientados para substituições <strong>de</strong><br />

mesmo valor nutricional73 . Um exemplo<br />

<strong>de</strong>sse risco é a exclusão <strong>de</strong> LV em<br />

pacientes sem o hábito <strong>de</strong> consumo<br />

<strong>de</strong> vegetais, grãos e frutas que po<strong>de</strong>m<br />

auxiliar na reposição do cálcio. Nesses<br />

casos, atenção especial <strong>de</strong>ve ser <strong>da</strong><strong>da</strong> à<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> prescrição medicamentosa<br />

<strong>de</strong>ste elemento, <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong><br />

para sua biodisponibili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Em relação à terapêutica <strong>de</strong> substituição<br />

alimentar, tomaremos como exemplo<br />

a dieta <strong>de</strong> exclusão do LV, já que é a<br />

AA mais comum e necessita orientação<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> do pediatra ou especialista.<br />

TRATAMENTO DIETÉTICO DA<br />

ALERGIA AO LEITE DE VACA<br />

A alergia às proteínas do leite <strong>de</strong> vaca<br />

(APLV) afeta cerca <strong>de</strong> 2,5% <strong>da</strong>s crianças,<br />

e a gran<strong>de</strong> maioria dos pacientes<br />

apresenta sintomas no primeiro ano <strong>de</strong><br />

vi<strong>da</strong>74 . Cerca <strong>de</strong> 10% <strong>de</strong>sses pacientes<br />

po<strong>de</strong>m apresentar sensibilização à<br />

carne bovina, mas apenas 0,1% a 1%<br />

<strong>de</strong>senvolvem alergia a este alimento,<br />

em geral à albumina sérica bovina75 .<br />

Essa proteína é <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo calor,<br />

e quando a carne é bem cozi<strong>da</strong> po<strong>de</strong><br />

ser tolera<strong>da</strong> pelos pacientes.<br />

22<br />

Para a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> escolha do substituto do<br />

LV, <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados:<br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong> do paciente;<br />

tipo <strong>de</strong> mecanismo fi siopatológico<br />

envolvido;<br />

manifestações clínicas apresenta<strong>da</strong>s;<br />

estado nutricional do paciente;<br />

aceitação <strong>da</strong> fórmula;<br />

condições socioeconômicas para<br />

aquisição.<br />

PACIENTES COM IDADE MENOR QUE<br />

6 MESES. Nestes pacientes, a recomen<strong>da</strong>ção<br />

dos principais gui<strong>de</strong>lines é <strong>de</strong>:<br />

Crianças em aleitamento materno:<br />

LM com dieta <strong>de</strong> exclusão do LV<br />

por parte <strong>da</strong> mãe.<br />

Crianças com impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

aleitamento materno: fórmula <strong>de</strong><br />

proteínas do LV extensamente hidrolisa<strong>da</strong>,<br />

com seguimento cui<strong>da</strong>doso<br />

para <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> quando <strong>de</strong>cidir pela<br />

reintrodução40,41,76 .<br />

Avaliar frequentemente e em caso<br />

<strong>de</strong> não ganho a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> peso,<br />

consi<strong>de</strong>rar fórmula elementar.<br />

É importante salientar que nesta i<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

não estão indicados:<br />

Leites <strong>de</strong> outros mamíferos, como<br />

cabra, <strong>de</strong>vido ao risco <strong>de</strong> reações<br />

cruza<strong>da</strong>s e ina<strong>de</strong>quação quanto a<br />

folatos77 . Outros mamíferos, como<br />

camela e mula, também não <strong>de</strong>vem<br />

ser indicados, pela diferente composição<br />

do leite em relação aos<br />

humanos78 .<br />

Fórmula à base <strong>de</strong> soja, pelo risco<br />

<strong>de</strong> sensibilização, que po<strong>de</strong> alcançar<br />

cerca <strong>de</strong> 10% dos pacientes com<br />

Nestlé Nutrition Institute


mecanismo mediado por IgE e 60%<br />

<strong>da</strong>queles não mediados por IgE79,80 .<br />

Além disso há ina<strong>de</strong>quação nutricional<br />

<strong>da</strong> soja nesta faixa etária.<br />

PACIENTES COM IDADE MAIOR QUE<br />

6 MESES. Nesta faixa etária, a indicação<br />

é a mesma (fórmula extensamente<br />

hidrolisa<strong>da</strong>), para os casos IgE não<br />

mediados, porém nos casos mediados<br />

por IgE, a soja po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>da</strong>. Nos<br />

casos com reações não media<strong>da</strong>s por<br />

IgE o risco <strong>de</strong> sensibilização à soja é<br />

gran<strong>de</strong>, indicando-se fórmulas extensamente<br />

hidrolisa<strong>da</strong>s ou elementares. Na<br />

presença <strong>de</strong> acometimento <strong>de</strong> estado<br />

nutricional, a fórmula elementar po<strong>de</strong><br />

ser indica<strong>da</strong>.<br />

PACIENTES COM ANAFILAXIA. Este é<br />

um grupo <strong>de</strong> pacientes que necessita<br />

<strong>de</strong> atenção especial. Como mesmo as<br />

fórmulas extensamente hidrolisa<strong>da</strong>s<br />

po<strong>de</strong>m causar reações alérgicas em<br />

alguns pacientes, o gui<strong>de</strong>line australiano<br />

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consi<strong>de</strong>ra que nessas crianças a indicação<br />

<strong>de</strong>veria ser <strong>de</strong> fórmula elementar,<br />

com aminoácidos, para segurança dos<br />

pacientes81 .<br />

Esse mesmo consenso consi<strong>de</strong>ra,<br />

também, a fórmula <strong>de</strong> aminoácidos<br />

para tratamento dietético <strong>de</strong> esofagite<br />

eosinofílica81 .<br />

CONCLUSÃO<br />

O tratamento <strong>da</strong> APLV inclui a dieta <strong>de</strong><br />

restrição, que, embora represente o cerne<br />

do tratamento, se não a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente<br />

elabora<strong>da</strong> po<strong>de</strong> ter sérias conseqüências<br />

à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s crianças e seus<br />

familiares. Na instituição <strong>da</strong> dieta <strong>de</strong><br />

restrição, se possível <strong>de</strong>ve ser feita uma<br />

prescrição conjunta com profi ssionais<br />

<strong>da</strong> nutrição para que se evitem <strong>de</strong>fi ciências<br />

nutricionais, como a <strong>de</strong> cálcio.<br />

O seguimento regular <strong>de</strong>sses pacientes<br />

permite reconhecer o momento a<strong>de</strong>quado<br />

para reavaliação e reintrodução do<br />

leite, durante a evolução.<br />

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27


NOTA IMPORTANTE:<br />

AS GESTANTES E NUTRIZES PRECISAM SER INFORMADAS QUE O LEITE MATERNO É O IDEAL PARA O LACTENTE, CONSTITUINDO-SE A MELHOR NUTRIÇÃO<br />

E PROTEÇÃO PARA ESTAS CRIANÇAS. A MÃE DEVE SER ORIENTADA QUANTO À IMPORTÂNCIA DE UMA DIETA EQUILIBRADA NESTE PERÍODO E QUANTO<br />

À MANEIRA DE SE PREPARAR PARA O ALEITAMENTO AO SEIO ATÉ OS DOIS ANOS DE IDADE DA CRIANÇA OU MAIS. O USO DE MAMADEIRAS, BICOS<br />

E CHUPETAS DEVE SER DESENCORAJADO, POIS PODE TRAZER EFEITOS NEGATIVOS SOBRE O ALEITAMENTO NATURAL. A MÃE DEVE SER PREVENIDA<br />

QUANTO À DIFICULDADE DE VOLTAR A AMAMENTAR SEU FILHO UMA VEZ ABANDONADO O ALEITAMENTO AO SEIO. ANTES DE SER RECOMENDADO O USO<br />

DE UM SUBSTITUTO DO LEITE MATERNO, DEVEM SER CONSIDERADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS FAMILIARES E O CUSTO ENVOLVIDO. A MÃE DEVE ESTAR<br />

CIENTE DAS IMPLICAÇÕES ECONÔMICAS E SOCIAIS DO NÃO ALEITAMENTO AO SEIO – PARA UM RECÉM-NASCIDO ALIMENTADO EXCLUSIVAMENTE COM<br />

MAMADEIRA SERÁ NECESSÁRIA MAIS DE UMA LATA POR SEMANA. DEVE-SE LEMBRAR À MÃE QUE O LEITE MATERNO NÃO É SOMENTE O MELHOR,<br />

MAS TAMBÉM O MAIS ECONÔMICO ALIMENTO PARA O LACTENTE. CASO VENHA A SER TOMADA A DECISÃO DE INTRODUZIR A ALIMENTAÇÃO POR<br />

MAMADEIRA É IMPORTANTE QUE SEJAM FORNECIDAS INSTRUÇÕES SOBRE OS MÉTODOS CORRETOS DE PREPARO COM HIGIENE RESSALTANDO-<br />

SE QUE O USO DE MAMADEIRA E ÁGUA NÃO FERVIDAS E DILUIÇÃO INCORRETA PODEM CAUSAR DOENÇAS. OMS – CÓDIGO INTERNACIONAL DE<br />

COMERCIALIZAÇÃO DE SUBSTITUTOS DO LEITE MATERNO. WHA 34:22, MAIO DE 1981. PORTARIA Nº 2.051 – MS DE 08 DE NOVEMBRO DE 2001,<br />

RESOLUÇÃO Nº 222 – ANVISA – MS DE 05 DE AGOSTO DE 2002 E LEI 11.265/06 DE 04.01.2006 – PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA – REGULAMENTAM A<br />

COMERCIALIZAÇÃO 28 DE ALIMENTOS PARA LACTENTES E CRIANÇAS DE PRIMEIRA INFÂNCIA E TAMBÉM A DE PRODUTOS Nestlé Nutrition DE PUERICULTURA Institute CORRELATOS.<br />

PUBLICAÇÃO DESTINADA EXCLUSIVAMENTE AO PROFISSIONAL DE SAÚDE. IMPRESSO NO BRASIL.

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