A PECULIARIDADE - Igreja em Feira de Santana
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A <strong>PECULIARIDADE</strong>, A GENERALIDADE<br />
E O SENTIDO PRÁTICO<br />
DA VIDA DA IGREJA<br />
WITNESS LEE<br />
The Speciality, Generality, and Practicality of the Church Life<br />
Capítulos<br />
1. O Aspecto Peculiar da Vida da <strong>Igreja</strong> (1)<br />
2. O Aspecto Peculiar da Vida da <strong>Igreja</strong> (2)<br />
3. O Aspecto Geral da Vida da <strong>Igreja</strong> (1)<br />
4. O Aspecto Geral da Vida da <strong>Igreja</strong> (2)<br />
5. O Aspecto Prático da Vida da <strong>Igreja</strong> (1)<br />
6. O Aspecto Prático da Vida da <strong>Igreja</strong> (2)<br />
7. O Aspecto Prático da Vida da <strong>Igreja</strong> (3)
Prefácio<br />
Os capítulos <strong>de</strong>ste livro foram basicamente compilados <strong>de</strong> mensagens dadas num<br />
treinamento, no verão <strong>de</strong> 1971, <strong>em</strong> Los Angeles, Califórnia. Eles abordam a peculiarida<strong>de</strong>, a<br />
generalida<strong>de</strong> o sentido prático da vida da igreja. A peculiarida<strong>de</strong> da vida da igreja é a fé (Ap<br />
14:12; Gl 1:23; 2 Tm 4:7), que é composta das crenças relativas à Bíblia, Deus, Cristo, a obra<br />
<strong>de</strong> Cristo, a salvação e a igreja. Todo cristão verda<strong>de</strong>iro partilha as mesmas crenças com<br />
respeito a essa fé comum (Tt 1:4), a nossa fé cristã. Essa fé é única e é base da unida<strong>de</strong><br />
genuína <strong>de</strong> todos os que crê<strong>em</strong>. Quando o Corpo <strong>de</strong> Cristo está dividido, ele per<strong>de</strong> tudo. Ele<br />
t<strong>em</strong> sido dividido vezes s<strong>em</strong> conta, principalmente <strong>de</strong>vido à ênfase exagerada quanto a<br />
outras crenças que não as que compõ<strong>em</strong> a fé. Crenças que não são as que compõ<strong>em</strong> a fé<br />
contêm muita discórdia e disputa. Essas crenças pod<strong>em</strong> até se tornar ventos <strong>de</strong> doutrinas (Ef<br />
4:14), arrastando-nos para longe da unida<strong>de</strong> da fé (Ef 4:13).<br />
Com respeito à fé, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os ser b<strong>em</strong> específicos e particulares (Jd 3; 1 Tm 6:12). Entretanto,<br />
com respeito às outras coisas, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os seguir o ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> Paulo e ser genéricos, nunca<br />
insistindo <strong>em</strong> que os outros creiam do mesmo modo que nós (Rm 14:1-8). Possuir tal<br />
espírito <strong>de</strong> generalida<strong>de</strong> é a generalida<strong>de</strong> da vida da igreja.<br />
Se formos específicos e insistirmos <strong>em</strong> qualquer coisa além da fé comum, a unida<strong>de</strong><br />
certamente será danificada e ocorrerão divisões.<br />
A coisa primária, a primeira coisa com relação ao sentido prático da vida da igreja é a vida e<br />
o crescimento <strong>de</strong> vida. Para a experiência e <strong>de</strong>sfrute da vida, precisamos alimentar-nos <strong>de</strong><br />
Jesus (Jo 6:35,57). A melhor maneira <strong>de</strong> comer e participar Dele, que é vida, são exercitar<br />
nosso espírito invocando o Seu nome e lendo-orando a Sua Palavra. O sentido prático da vida<br />
da igreja inclui também ministrar ensinamentos saudáveis, isto é, a palavra saudável, e ainda<br />
por parte <strong>de</strong> todos os santos profetizar<strong>em</strong> nas reuniões, praticar o amor fraternal, exercitar a<br />
obediência s<strong>em</strong> nenhum senhorio humano, ser m<strong>em</strong>bros operantes e praticar o sacerdócio<br />
universal. Além disso, inclui transmitir vida a outros para gerá-los como frutos, cuidando<br />
<strong>de</strong>les ao alimentá-los e nutri-los, e espalhar o test<strong>em</strong>unho do Senhor pela migração.<br />
Os que <strong>de</strong>ntre nós estavam nas reuniões quando estas mensagens foram ministradas, jamais<br />
po<strong>de</strong>rão esquecer o quanto foram oportunas e cheias <strong>de</strong> impacto. A visão <strong>de</strong> todos esses<br />
pontos foi profundamente trabalhada <strong>em</strong> nós. Na medida <strong>em</strong> que o Senhor expan<strong>de</strong> Sua<br />
restauração por toda a terra, este livro, cr<strong>em</strong>os, suprirá uma necessida<strong>de</strong> vital e será <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> ajuda prática à igreja <strong>em</strong> todas as cida<strong>de</strong>s. Estamos agra<strong>de</strong>cidos por esta palavra<br />
estar disponível a todos os filhos do Senhor, <strong>em</strong> todos os lugares, nesta época. Também,<br />
oramos para que Ele nos conceda tal realida<strong>de</strong> <strong>em</strong> todas as igrejas.<br />
Benson Phillips<br />
Irving, Texas, Julho <strong>de</strong> 1983
CAPÍTULO 1<br />
O ASPECTO PECULIAR DA VIDA DA IGREJA (1)<br />
Leitura Bíblica: Ef 4:13-16; Gl:23; 2 Tm 4:7; 1 Tm 6:12; Jd 3, 24;At 6:7; 13:8; 14:22; Gl<br />
3:25; 6:10; 1 Tm 1:19; 3:9; 4:1, 6; 5:8; 6:10, 21; 2 Tm3:8; Tt 1:13; Ap 14:12<br />
Neste livro tenho o encargo <strong>de</strong> abordar o aspecto peculiar, geral e prático da vida da igreja. Neste<br />
capítulo, começarei abordando o aspecto peculiar. Todos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> conhecer o que há <strong>de</strong> tão<br />
especial na vida da igreja.<br />
A FÉ<br />
A peculiarida<strong>de</strong> da vida da igreja é a fé. No Novo Testamento, a palavra "fé" é utilizada com dois<br />
significados. Primeiro, ela significa a ação <strong>de</strong> crer (Rm 5:1; Ef 2:8; Hb 11:1). T<strong>em</strong>os fé no Senhor<br />
Jesus, e isso é a ação <strong>de</strong> crer. Esse é o significado subjetivo da palavra fé. Há também o segundo<br />
significado, isto é, o significado objetivo da palavra fé. Fé, usada <strong>de</strong>sta maneira, refere-se às<br />
coisas nas quais cr<strong>em</strong>os, o objetivo da nossa fé, nossa crença (Tt 1:4; Ap 14:12; 2 Tm 4:7). Assim,<br />
quando diz<strong>em</strong>os que a peculiarida<strong>de</strong> da vida da igreja é a fé, referimo-nos ao objeto da nossa<br />
crença. É o que chamamos nossa fé cristã. Como cristãos, t<strong>em</strong>os uma fé única.<br />
Paulo disse que combateu o bom combate e guardou a fé (2 Tm 4:7) e também exortou Timóteo<br />
a combater o bom combate da fé (1 Tm 6:12). Judas nos disse que <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os conten<strong>de</strong>r por a fé<br />
uma vez entregue aos santos (Jd 3). A fé mencionada nesses versículos não significa a nossa ação<br />
<strong>de</strong> crer, mas refere-se às coisas nas quais cr<strong>em</strong>os para a nossa salvação. Todos os versículos<br />
citados no princípio <strong>de</strong>ste capítulo estão relacionados com isso. Assim, a fé é algo único,<br />
específico, peculiar. Por isso, na vida da igreja t<strong>em</strong>os somente uma coisa que é específica ou<br />
peculiar. A fé, a nossa fé cristã, composta das crenças a respeito da Bíblia, Deus, Cristo, a obra <strong>de</strong><br />
Cristo, a salvação e a igreja.<br />
Com Respeito à Bíblia<br />
A Bíblia é a Palavra <strong>de</strong> Deus. Nós cr<strong>em</strong>os que a Bíblia, palavra por palavra, é divinamente<br />
inspirada por Deus (2 Pe 1:21), como o Seu sopro (2 Tm 3:16). Os cristãos genuínos não têm<br />
qualquer dúvida a respeito <strong>de</strong>sse tópico. Dev<strong>em</strong>os crer que a Bíblia é a Palavra infalível <strong>de</strong> Deus.<br />
Com Respeito a Deus<br />
Deus é unicamente um, mas Triúno: o Pai, o Filho e o Espírito (Mt 3:16-17; 28:19; 2 Co 13:13; Ef<br />
2:18; 3:14-16; Ap 1:4-5). A Deida<strong>de</strong> é distintamente três, mas não são três Deuses,<br />
separadamente. No Antigo e no Novo Testamento, a Bíblia nos diz <strong>de</strong>finitivamente que Deus é<br />
um (Dt 4:35, 39; Sl 86:10; 1 Co 8:4; 1 Tm2:5). Entre os cristãos, havia alguns que criam que o Pai<br />
era uma Pessoa, que o Filho era outra Pessoa, mas o Espírito era apenas um po<strong>de</strong>r. Outros crê<strong>em</strong><br />
que os Três da Deida<strong>de</strong> - o Pai, o Filho, e o Espírito - são três Deuses separados. Esses conceitos,<br />
rigorosamente falando, são heréticos. Todos têm <strong>de</strong> crer que, <strong>de</strong> acordo com a revelação divina<br />
da Palavra Santa, nosso Deus é unicamente um.<br />
Nós t<strong>em</strong>os somente um único Deus, que é Triúno. Ainda assim, somos incapazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>fini-Lo<br />
totalmente porque o nosso raciocínio é muito limitado. Na verda<strong>de</strong>, não pod<strong>em</strong>os n<strong>em</strong> mesmo<br />
<strong>de</strong>finir a nós mesmos muito b<strong>em</strong>. Sab<strong>em</strong>os que t<strong>em</strong>os espírito, alma, coração etc., mas é difícil<br />
<strong>de</strong>fini-los. Como, então, po<strong>de</strong>ríamos <strong>de</strong>finir o Deus Triúno tão completamente? Só pod<strong>em</strong>os crer<br />
no que está claramente revelado na Palavra Santa, isto é: Deus é um, mas também Triúno. Esse é<br />
o segundo it<strong>em</strong> da nossa fé cristã.<br />
Com Respeito a Cristo<br />
Cristo era o próprio Deus na eternida<strong>de</strong> (Jo1:1) e tornou-se um hom<strong>em</strong> no t<strong>em</strong>po (Jo 1:14). Sua<br />
Deida<strong>de</strong> é completa e Sua humanida<strong>de</strong> é perfeita. Assim, Ele é ambos: Deus e Hom<strong>em</strong> (Jo 20:28;<br />
Rm 9:5; Jo 19:5; 1 Tm 2:5), possuindo tanto a divinda<strong>de</strong> como a humanida<strong>de</strong>.
Como um hom<strong>em</strong>, Ele foi ungido por Deus com Espírito (Mt 3:16; Jo 1:32-33; Lc 4:18-19) para<br />
levar a cabo o propósito eterno <strong>de</strong> Deus. Por isso, Ele é o Cristo, o Ungido (Mt 16:16; Jo 20:31).<br />
Ele é o Filho <strong>de</strong> Deus (Jo 20:31), o qual é a imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> Deus (Cl 1:15), o resplendor da glória <strong>de</strong><br />
Deus e a imag<strong>em</strong> expressa da Sua substância (Hb 1:3), subsistindo na forma <strong>de</strong> Deus e sendo<br />
igual a Deus (Fp 2:6; Jo 5:18); toda a plenitu<strong>de</strong> da divinda<strong>de</strong> habita corporalmente Nele (Cl 2:9).<br />
Assim, Ele é o próprio Deus (Hb 1:8).<br />
Como Filho <strong>de</strong> Deus, Ele veio <strong>em</strong> carne com (gr. pará: <strong>de</strong> com) o Pai (Jo 6:46) e no nome do Pai<br />
(Jo 5:43); por isso Ele é chamado <strong>de</strong> Pai (ls 9:6). Ele estava com Deus e era Deus na eternida<strong>de</strong><br />
passada (Jo 1:1-2), não apenas coexistindo, mas sendo também coinerente com o Pai o t<strong>em</strong>po<br />
todo (Jo 14:10a, 11a; 17:21). Mesmo enquanto Ele estava <strong>em</strong> carne, na terra, o Pai estava com Ele<br />
(Jo 16:32). Por isso, Ele e o Pai eram um (Jo 10:30), trabalhando <strong>em</strong> nome do Pai e com o Pai (Jo<br />
10:25; 14:10b), fazendo a vonta<strong>de</strong> do Pai (Jo 6:38; 5:30), falando a palavra do Pai (Jo 3:34a;<br />
14:24), buscando a glória do Pai (Jo 7:18) e expressando o Pai (Jo 14:7-9).<br />
Como o Deus eterno, Ele é o Criador <strong>de</strong> todas as coisas (Hb 1:10; Jo 1:3; Cl 1:16) e, como hom<strong>em</strong><br />
que veio <strong>em</strong> carne (1 Jo 4:2) com sangue e carne físicos (Hb 2:14), Ele é uma criatura, o<br />
Primogênito <strong>de</strong> toda a criação (Cl 1:15b). Por isso, Ele é tanto Criador como criatura.<br />
Como Aquele que envia e que dá o Espírito (Jo 15:26; 16:7; 3:34b), a qu<strong>em</strong> o Pai enviou <strong>em</strong> Seu<br />
nome (no do Filho - Jo 14:26), o filho sendo o último Adão na carne, tornou-se o Espírito que dá<br />
vida, mediante a morte e ressurreição (1Co 15:45b; Jo 14:16-20), o qual recebeu tudo o que é do<br />
Filho (Jo 16:14-15) para testificar a respeito do Filho e glorificar o Filho (Jo 15:26; 16:14), sendo<br />
o sopro do Filho (Jo 20:22). Por isso, Ele é também o Espírito (2 Co 3:17) para residir coexistente<br />
e coinerent<strong>em</strong>ente com o Filho e o Pai naqueles que crê<strong>em</strong> (Jo 14:17,23; Rm 8:9-11), a fim <strong>de</strong> ser<br />
o Deus Triúno que é Espírito (Jo 4:24) mesclado com os que crê<strong>em</strong>, como um só espírito (1 Co<br />
6:17) no espírito <strong>de</strong>les (Rm 8:16; 2 Tm 4:22). Por fim, Ele se tornou os sete Espíritos <strong>de</strong> Deus (Ap<br />
1:4; 4:5), que são os sete olhos do Filho, o Cor<strong>de</strong>iro (Ap 5:6).<br />
Como Deus que se fez hom<strong>em</strong>, Ele é o nosso Salvador (Lc 2:11; Jo 4:42) chamado Jesus - Jeová,<br />
nosso Salvador, nossa Salvação (Mt 1:21). Como o Cor<strong>de</strong>iro <strong>de</strong> Deus, morto na cruz e que<br />
<strong>de</strong>rramou o Seu sangue físico pelo nosso pecado e por nossos pecados, Ele é o nosso Re<strong>de</strong>ntor<br />
(Jo 1:29; 1 Pe 2:24; Hb 9:26, 28; 1 Pe 1:18-19). Como o Cristo ascendido, Ele é o Senhor <strong>de</strong> todos<br />
(At 2:36; 10:36), Cabeça <strong>de</strong> todas as coisas (Ef 1:22), Cabeça da igreja (Cl 1:18) e Senhor dos<br />
senhores e Rei dos reis (Ap 19:16).<br />
Em ressurreição, Ele é a nossa vida (Cl 3:4), Aquele que vive <strong>em</strong> nós (Gl 2:20) e o po<strong>de</strong>r e<br />
sabedoria <strong>de</strong> Deus para nós, para ser a nossa justiça, santificação e re<strong>de</strong>nção (1 Co 1:24,30).<br />
Assim, Nele todos os atributos <strong>de</strong> Deus tornam-se nossas virtu<strong>de</strong>s, e Ele é o conteúdo, o tudo <strong>em</strong><br />
todos, do novo hom<strong>em</strong> (Cl 3:11).<br />
Assim, v<strong>em</strong>os que Cristo é tudo: Deus, hom<strong>em</strong>, o Criador, a criatura, o Pai, o Filho, o Espírito, o<br />
Salvador, o Re<strong>de</strong>ntor, Senhor, Cabeça <strong>de</strong> todos, Cabeça da igreja, o Senhor dos senhores e Rei dos<br />
reis. Como tal, Ele é a nossa vida, justiça, santificação, re<strong>de</strong>nção e tudo <strong>em</strong> todos. Louvado seja<br />
Ele!<br />
Com respeito à Obra <strong>de</strong> Cristo<br />
Cristo, primeiro, tornou-se um hom<strong>em</strong> na encarnação (Jo 1:14) e morreu na cruz para a nossa<br />
re<strong>de</strong>nção (1 Pe 2:24; Ap 5:9). Depois, Ele ressuscitou dos mortos para nossa regeneração (1 Pe<br />
1:3), ascen<strong>de</strong>u aos céus para ser o Senhor <strong>de</strong> todos (At 2:33, 36; 10:36) e voltará como o Noivo<br />
para a igreja (Jo 3:29; Ap 19:7) e Rei dos reis para todas as nações (Ap 19:16). Esses são os<br />
principais aspectos da obra <strong>de</strong> Cristo. Esses aspectos inclu<strong>em</strong> Sua encarnação, crucificação,
essurreição, ascensão e volta. Nenhum cristão genuíno t<strong>em</strong> qualquer argumentação contra<br />
esses aspectos da obra <strong>de</strong> Cristo.<br />
Com respeito à Nossa Salvação<br />
Um pecador <strong>de</strong>ve arrepen<strong>de</strong>r-se para com Deus (At 2:38; 26:20) e crer <strong>em</strong> Cristo (Jo 3:16; At<br />
16:31) para obter perdão dos pecados (At 10:43), para re<strong>de</strong>nção (Rm 3:24), justificação (At<br />
13:39) e regeneração (Jo 3:6), a fim <strong>de</strong> ter a vida eterna (Jo 3:36), tornar-se filho <strong>de</strong> Deus (Jo<br />
1:12) e m<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> Cristo (1 Co 12:27). Essa é a nossa salvação por Deus, por meio da fé (Ef 2:4-<br />
9).<br />
Com respeito à <strong>Igreja</strong><br />
A igreja, composta <strong>de</strong> todos os genuínos crentes <strong>em</strong> Cristo, como o Corpo <strong>de</strong> Cristo (Ef 1:22-23;<br />
Cl 1:24), é universalmente uma só (Ef 4:4); e a igreja numa cida<strong>de</strong>, como a expressão do Corpo <strong>de</strong><br />
Cristo, é localmente uma - uma cida<strong>de</strong>, uma igreja (Ap 1:11).<br />
A <strong>PECULIARIDADE</strong> DA VIDA DA IGREJA<br />
Esses são os seis itens principais da fé cristã a<strong>de</strong>quada. Todos os verda<strong>de</strong>iros cristãos não têm<br />
qualquer controvérsia acerca <strong>de</strong>sses itens. Alguns pod<strong>em</strong> discordar do it<strong>em</strong> "uma cida<strong>de</strong>, uma<br />
igreja", mas, como cristãos corretos, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os crer que a igreja é uma só tanto universalmente<br />
como <strong>em</strong> cada cida<strong>de</strong>. Como o Corpo <strong>de</strong> Cristo, a igreja é universalmente uma; como a expressão<br />
do Corpo <strong>de</strong> Cristo, a igreja é uma <strong>em</strong> cada cida<strong>de</strong>. Isto não quer dizer, entretanto, que um<br />
verda<strong>de</strong>iro crente <strong>em</strong> Cristo que não concorda com "uma cida<strong>de</strong>, uma igreja" não seja salvo. Ele<br />
ainda é salvo, porém algo está faltando, não para a salvação, mas para a vida a<strong>de</strong>quada da igreja.<br />
A fé é a peculiarida<strong>de</strong> da vida da igreja. Isso é algo muito específico, muito peculiar. Com respeito<br />
a esses tópicos da nossa fé cristã, não <strong>de</strong>ve haver discussão. Se formos lutar por algo, ter<strong>em</strong>os <strong>de</strong><br />
lutar por isso. Não há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lutar por outras coisas. T<strong>em</strong>os <strong>de</strong> combater o bom combate<br />
<strong>de</strong> tal fé (1 Tm 6:12). T<strong>em</strong>os <strong>de</strong> conten<strong>de</strong>r por tal fé (Jd 3). T<strong>em</strong>os <strong>de</strong> ensinar e pregar tal fé.<br />
OS VENTOS DE DOUTRINA<br />
Quando Paulo, então chamado Saulo, perseguia a igreja, ele tentava <strong>de</strong>struir essa fé. Entretanto, o<br />
Senhor o capturou e ele, então, tornou-se pregador da fé que antes <strong>de</strong>struía (Gl 1:23). Nossa luta<br />
<strong>de</strong>ve ser por essa fé. T<strong>em</strong>os <strong>de</strong> diferenciar essa fé <strong>de</strong> outros tipos <strong>de</strong> doutrina. Efésios 4:13 diz:<br />
"Até que todos chegu<strong>em</strong>os à unida<strong>de</strong> da fé" e, então, no versículo 14, encontramos os ventos <strong>de</strong><br />
doutrina. Nesses dois versículos há fé e há doutrina. Guardar o sábado e a circuncisão são<br />
doutrinas. Ensinamentos sobre o véu é um tipo <strong>de</strong> doutrina; lavar os pés é outro; aspersão ou<br />
imersão é outro. Há também o comer e beber <strong>de</strong> Cristo, o orar-ler, o falar <strong>em</strong> línguas e a cura<br />
divina, assim como outros tipos <strong>de</strong> doutrinas e práticas. Não <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os pensar que essas<br />
doutrinas ou práticas estão incluídas na peculiarida<strong>de</strong> da vida da igreja.<br />
A que horas <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os ter a mesa do Senhor: pela manhã ou à noite? Isso é outro tipo <strong>de</strong> doutrina.<br />
Quantas vezes <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os ter a mesa do Senhor: uma vez por s<strong>em</strong>ana ou todos os dias? Isso<br />
também é um tipo <strong>de</strong> doutrina. Dev<strong>em</strong>os usar pão levedado ou pão s<strong>em</strong> fermento? Isso é outro<br />
tipo <strong>de</strong> doutrina. Quando uma pessoa ora, <strong>de</strong>ve fechar os olhos ou levantá-los para o céu? Isso é<br />
também um tipo <strong>de</strong> doutrina. Tudo isso são doutrinas e dão marg<strong>em</strong> a discussões.<br />
DIVIDIDOS POR DOUTRINAS<br />
Nos últimos cinco séculos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a época <strong>de</strong> Martinho Lutero e da Reforma, os cristãos têm sido<br />
divididos por todo tipo <strong>de</strong> doutrinas. As divisões são resultantes, quase que totalmente, da<br />
ênfase exagerada às doutrinas. John Nelson Darby, por ex<strong>em</strong>plo, tomou a iniciativa <strong>em</strong> dizer que<br />
todos os dons miraculosos ou sobrenaturais, dispensacionalmente tiveram fim, mas os<br />
pentecostais e carismáticos <strong>de</strong> hoje crê<strong>em</strong> que esses dons ainda permanec<strong>em</strong>. Mesmo entre eles<br />
há crenças diferentes. Uns diz<strong>em</strong> que uma pessoa po<strong>de</strong> ser regenerada, mas jamais po<strong>de</strong> ser
atizada no Espírito Santo s<strong>em</strong> falar <strong>em</strong> línguas.<br />
Outros diz<strong>em</strong> até que uma pessoa não po<strong>de</strong> ser regenerada s<strong>em</strong> falar <strong>em</strong> línguas.<br />
Sobre a questão da cura divina, há várias escolas <strong>de</strong> opinião. Alguns, como George Müller, crê<strong>em</strong><br />
na cura divina, não segundo os dons, mas segundo a graça. Em sua autobiografia, ele nos diz que<br />
era muito fraco quando jov<strong>em</strong>, entretanto, viveu noventa e três anos. Ele experimentou a cura do<br />
Senhor pela graça, mas os carismáticos ou pentecostais diz<strong>em</strong> que a cura é pelos dons.<br />
Até mesmo a questão <strong>de</strong> <strong>em</strong> que nome batizar as pessoas t<strong>em</strong> escolas <strong>de</strong> opinião. Alguns diz<strong>em</strong><br />
que <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os batizar as pessoas no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; outros diz<strong>em</strong> que é<br />
<strong>em</strong> nome do Senhor Jesus Cristo.<br />
Com respeito ao arrebatamento, há diversas escolas <strong>de</strong> ensinamento, tais como o arrebatamento<br />
pré-tribulação, pós-tribulação e arrebatamento parcial. Isso são doutrinas; nenhuma <strong>de</strong>las é um<br />
it<strong>em</strong> da fé.<br />
T<strong>em</strong> existido ensinamentos e mais ensinamentos e todos os cristãos foram divididos pelas<br />
diferentes doutrinas e ainda o são. Entre os Irmãos Unidos, hoje, há centenas <strong>de</strong> divisões. Eles<br />
começaram a partir <strong>de</strong> 1828 ou 1829 e, por volta <strong>de</strong> 1919, segundo um relato que l<strong>em</strong>os naquela<br />
época, as estatísticas mostravam que, naqueles noventa anos, os Irmãos Unidos foram divididos<br />
<strong>em</strong> cento e cinqüenta divisões, principalmente por causa <strong>de</strong> tantos ensinamentos diferentes.<br />
IMPORTAR-SE APENAS COM A FÉ<br />
Todos os cristãos são iguais na fé, mas pod<strong>em</strong>os ser muitíssimo diferentes nas doutrinas. Você<br />
crê que todos ser<strong>em</strong>os iguais nas doutrinas? Quando isso ocorrerá?<br />
Dificilmente posso acreditar que dois <strong>de</strong> nós venham a ser algum dia absolutamente iguais <strong>em</strong><br />
doutrina. Então, que <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os enfatizar? Dev<strong>em</strong>os enfatizar as doutrinas? Nesse caso, tornarnos-<strong>em</strong>os<br />
facciosos e, por fim, ser<strong>em</strong>os divididos.<br />
Não <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os enfatizar as doutrinas, mas somente a nossa fé cristã. Pod<strong>em</strong>os enfatizá-la porque<br />
contra ela não há argumento. Na fé não t<strong>em</strong>os probl<strong>em</strong>as. Somos todos iguais.<br />
A NECESSIDADE DE CRESCER<br />
Entretanto, todos fomos infectados, influenciados, estragados, distraídos e até divididos por todo<br />
tipo <strong>de</strong> doutrina. Portanto, precisamos crescer e, à medida que crescermos, chegar<strong>em</strong>os à<br />
unida<strong>de</strong> da fé (Ef 4: 13). Quanto mais cresc<strong>em</strong>os, menos enfatizamos as doutrinas. Todas as<br />
doutrinas são como brinquedos. Quanto mais infantis formos, mais gostar<strong>em</strong>os <strong>de</strong> brincar com<br />
os brinquedos da doutrina. Um varão crescido, principalmente um avô, não t<strong>em</strong> interesse <strong>em</strong><br />
brinquedos. Quanto mais maduros somos, menos brinquedos t<strong>em</strong>os. Assim, todos precisamos<br />
crescer, até que chegu<strong>em</strong>os à unida<strong>de</strong> única da fé.
CAPÍTULO 2<br />
O ASPECTO PECULIAR DA VIDA DA IGREJA (2)<br />
Leitura Bíblica: Jo 17:21-23; Ef 4:3; Rm 15:5-6; 1 Co 1:10-3;11:19; Gl 5:20; Tt 3:10<br />
No capítulo anterior, vimos que a peculiarida<strong>de</strong> da vida da igreja é a nossa fé cristã. Nossa fé<br />
cristã é composta das crenças a respeito da Bíblia, Deus, Cristo, a obra <strong>de</strong> Cristo, a salvação e a<br />
igreja. Segundo a Bíblia, esses pontos compreend<strong>em</strong> a fé fundamental e saudável. Nada <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os<br />
tirar <strong>de</strong>la ou acrescentar a ela. Se lhe tirarmos algo, certamente ser<strong>em</strong>os facciosos, e se lhe<br />
acrescentarmos algo, também ser<strong>em</strong>os facciosos. Os cristãos são iguais apenas nessa fé. Para nos<br />
guardar <strong>de</strong> ser facciosos <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os apegar-nos apenas a essa fé e nada mais.<br />
Por isso, a nossa fé cristã é a base da unida<strong>de</strong> genuína <strong>de</strong> todos os que crê<strong>em</strong>. Na última noite <strong>em</strong><br />
que o Senhor Jesus esteve na terra, Ele fez uma oração única (Jo 17). Sua oração revelou a<br />
importância da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos os crentes. Nada é tão importante como a unida<strong>de</strong>. Quando a<br />
igreja é dividida, essa unida<strong>de</strong> se per<strong>de</strong>. Satanás também sabe que a unida<strong>de</strong> é a questão crucial,<br />
o ponto estratégico. Ele também sabe que, enquanto pu<strong>de</strong>r manter os cristãos divididos, ele será<br />
b<strong>em</strong>- sucedido.<br />
A DEGRADAÇÃO DA IGREJA<br />
Os primeiros apóstolos ministraram a <strong>Igreja</strong> a incumbência recebida do Senhor. Todavia, não<br />
tardou muito para que as coisas que eles tinham passado para a igreja começass<strong>em</strong> a ser<br />
perdidas. No princípio, a igreja recebeu todas as coisas corretas. Mas, a partir da última parte do<br />
primeiro século, ela começou, gradualmente, a perdê-las. Por um lado, por volta do século XIV,<br />
quase tudo o que Deus tinha dado e confiado ao Corpo fora perdido. Por outro lado, naqueles mil<br />
e quatrocentos anos, a assim chamada igreja tinha assimilado muitas coisas heréticas, obscuras<br />
e pecaminosas. Tudo o que ela per<strong>de</strong>ra era algo dado pela Cabeça, e tudo o que ela assimilara<br />
era algo injetado por Satanás. Assim, esse período, como a história nos mostra, foi a época mais<br />
tenebrosa.<br />
A RESTAURAÇÃO DO SENHOR<br />
Então, <strong>em</strong> princípios do século XVI, o Senhor levantou Martinho Lutero. Antes <strong>de</strong>le, alguns já<br />
haviam sido levantados. (Na verda<strong>de</strong>, nos catorze séculos anteriores, houve alguns santos fiéis<br />
levantados pelo Senhor para restaurar as verda<strong>de</strong>s perdidas.) Eles pavimentaram o caminho<br />
para a Reforma. Foi nessa época que o Senhor começou a Sua restauração e restaurou o primeiro<br />
it<strong>em</strong>: a justificação pela fé. Des<strong>de</strong> então, muitas coisas foram restauradas, tais como a<br />
santificação pela fé, a santida<strong>de</strong> pela fé, viver pela fé, vitória pela fé e muitos outros itens.<br />
OS IRMÃOS DA MORÁVIA<br />
No século <strong>de</strong>zoito, alguns dos queridos santos que estavam na restauração do Senhor<br />
começaram a prestar atenção à vida da igreja. Como resultado, nessa época, houve muitos tipos<br />
<strong>de</strong> reuniões <strong>de</strong> irmãos na Europa. No século <strong>de</strong>zoito, alguns mudaram-se para a Boêmia para<br />
estar com o Con<strong>de</strong> Zinzendorf. Sob a sua li<strong>de</strong>rança, eles começaram a praticar a vida da igreja e<br />
esta, até certo ponto, era correta e também muito maravilhosa. John Wesley, após ter ido à<br />
Boêmia e ficado com esses irmãos por algum t<strong>em</strong>po, disse que se ele não tivesse encargo pela<br />
Inglaterra, teria ficado com eles pelo resto <strong>de</strong> sua vida.<br />
OS IRMÃOS UNIDOS DA INGLATERRA<br />
A prática da vida da igreja pelos irmãos na Boêmia era boa, mas <strong>em</strong> 1828 e 1829, alguns irmãos<br />
na Inglaterra, sob a li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> John Nelson Darby, começaram a se reunir. Sua prática da vida<br />
da igreja foi uma gran<strong>de</strong> melhora. D. M. Panton, um gran<strong>de</strong> escritor <strong>de</strong> cinqüenta anos atrás,<br />
disse que esse movimento foi maior do que a Reforma. Foi muito po<strong>de</strong>roso e extr<strong>em</strong>amente<br />
influente.
Antes da reforma, como a história nos mostra, a Bíblia fora fechada pela <strong>Igreja</strong> Católica Romana.<br />
Por meio <strong>de</strong> Martinho Lutero e da Reforma, ela foi liberada. Todavia, por meio dos Irmãos<br />
Unidos, ela foi aberta. Houve vários estudiosos e mestres <strong>em</strong>inentes da Bíblia entre eles -John<br />
Nelson Darby, Benjamin Newton, C. H. Mackintosh, William Kellye outros. Por meio <strong>de</strong>les, a<br />
Bíblia se tornou não apenas um livro liberado, mas também aberto. A teologia fundamentalista<br />
<strong>de</strong> hoje está baseada principalmente nos ensinamentos dos Irmãos.<br />
Porque esses irmãos eram tanto pelas doutrinas, estas se tornaram fonte <strong>de</strong> muitas divisões. A<br />
primeira ocorreu pouco <strong>de</strong>pois do começo <strong>de</strong>les <strong>em</strong> 1828. Ela aconteceu por causa <strong>de</strong> conceitos<br />
diferentes mantidos por John Nelson Darby e Benjamin Newton. Eles tiveram uma gran<strong>de</strong><br />
disputa, principalmente a respeito da segunda vinda do Senhor. A partir daquela primeira<br />
divisão, centenas <strong>de</strong> divisões ocorreram entre eles, todas <strong>de</strong>vidas a conceitos diferentes sobre<br />
ensinamentos.<br />
No princípio, os Irmãos Unidos eram muito bons na questão da vida, mas, mais tar<strong>de</strong>, foram<br />
<strong>de</strong>sviados da vida para a doutrina. Por esse motivo, como a história nos mostra, o Senhor foi<br />
forçado a reagir.<br />
A VIDA INTERIOR<br />
Devido à falta <strong>de</strong> vida das igrejas reformadas e dos Irmãos Unidos, o Senhor reagiu nas seguintes<br />
questões. Primeiro, Ele levantou alguns queridos santos na questão da vida interior. Um <strong>de</strong>les foi<br />
Madame Guyon. Ela estava entre os católicos e era profunda na vida interior. Então, no século<br />
XIX, foi fundada a Convenção Keswick e todos nela estiveram na linha da vida interior. William<br />
Law, Andrew Murray e Mrs. Penn-Lewis também estiveram nessa linha.<br />
EVANGELISMO<br />
Em sua reação, o Senhor também levantou evangelistas. Especialmente no último século, houve<br />
gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> evangelistas gigantes. Nos E.U.A. houve D. L. Moody, Charles Finney e R. A.<br />
Torrey. Na Inglaterra houve C. H. Spuorgeon e Hudson Taylor, o fundador da Missão para o<br />
Interior da China. Houve também William Cary, que foi para a Índia. Muitos dos evangelistas<br />
fundaram algum tipo <strong>de</strong> missão para enviar o evangelho. Tudo isso aconteceu fora dos Irmãos<br />
Unidos.<br />
O MOVIMENTO PENTECOSTAL<br />
Além da linha da vida interior e da linha do evangelismo, começando a partir <strong>de</strong> meados do<br />
século XIX, houve o movimento pentecostal, também proveniente da Inglaterra. Porque os<br />
Irmãos Unidos eram tão dogmáticos e legalistas, levantou-se um grupo <strong>de</strong> pessoas que não se<br />
importavam com nenhum legalismo. No movimento pentecostal havia os que dançavam, os que<br />
rolavam, os que riam.<br />
Os Irmãos Unidos pod<strong>em</strong> ter dito que essas coisas não eram bíblicas, mas muitas pessoas foram<br />
salvas e reavivadas por meio do movimento pentecostal. Na China, vi alguém que fumara ópio<br />
por quarenta anos. Ninguém podia ajudá-lo a se libertar do vício. Como resultado <strong>de</strong> pular por<br />
algum t<strong>em</strong>po, ele se abriu ao Senhor e foi salvo. Um ladrão que o próprio governo não conseguia<br />
<strong>de</strong>ter caiu e rolou por cinco minutos. Como resultado, ele também foi salvo. Eu conversei<br />
pessoalmente com essa pessoa e ele me contou a história. Ele não fora ajudado por nenhuma<br />
pregação eloqüente ou belo sermão, mas pelas coisas inusitadas. Tudo isso - a vida interior, o<br />
evangelismo, o movimento pentecostal- foram reações do Senhor aos rituais mortos e às<br />
doutrinas mortas.
A VIDA ADEQUADA DA IGREJA<br />
Até o começo do século vinte, muitas coisas foram restauradas: o conhecimento da Bíblia, a vida<br />
interior, o evangelismo e os dons pentecostais. Entretanto, ainda não fora restaurada, <strong>de</strong><br />
maneira plena, uma vida a<strong>de</strong>quada da igreja. Então, <strong>em</strong> 1920, o Senhor fez uma coisa<br />
maravilhosa ao levantar a restauração da vida a<strong>de</strong>quada da igreja, na China, principalmente pela<br />
li<strong>de</strong>rança do irmão Watchman Nee. De 1920 até hoje, cinqüenta e um anos se passaram e, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
então, tenho estado nela por quarenta e sete anos. Dia após dia tenho visto coisas acontecer<strong>em</strong> e<br />
o que estou agora passando para vocês é algo da minha percepção, como resultado <strong>de</strong> ter visto<br />
todas essas coisas.<br />
Não dê<strong>em</strong> ouvidos, por favor, a nenhuma conversa sobre o irmão Nee. Eu estive com ele todos os<br />
anos, e ele teve comigo muitas conversas longas e bastante sinceras. Hoje, as pessoas espalham<br />
todo tipo <strong>de</strong> boatos <strong>de</strong> que Witness Lee é diferente <strong>de</strong> Watchman Nee, particularmente no que<br />
diz respeito à igreja. Por favor, não dê<strong>em</strong> ouvidos a esses rumores. São mentiras.<br />
Eu documentei todos os capítulos do livro Palestras Adicionais Sobre a Vida da <strong>Igreja</strong>, dando o<br />
dia, o mês, o ano e o lugar <strong>em</strong> que o irmão Nee <strong>de</strong>u as mensagens, porque houve um boato <strong>de</strong> que<br />
ele mudou o seu conceito sobre a vida da igreja após a Segunda Guerra Mundial. Mas todas<br />
aquelas mensagens foram liberadas a partir <strong>de</strong> 1948<br />
e após essa data.<br />
Eu jamais encontrei outro hom<strong>em</strong> que fosse tanto pela igreja. Em 1932, ele foi convidado pelos<br />
Batistas do Sul, na minha província, para dar uma conferência <strong>de</strong> verão. Depois daquela época,<br />
até a sua prisão <strong>em</strong> 1952, ele nunca foi convidado por nenhuma <strong>de</strong>nominação, na China, para<br />
falar. Por quê? Por causa da questão da igreja. Seu encargo e ministério eram muito pela igreja,<br />
mas a maioria dos missionários, missões e <strong>de</strong>nominações não podiam tolerá-lo porque os seus<br />
ensinamentos anulavam a base facciosa <strong>de</strong> todas as <strong>de</strong>nominações. Hoje, muitos cristãos lê<strong>em</strong> e<br />
apreciam os livros do irmão Nee, mas algumas das livrarias cristãs neste país não incluirão<br />
nenhum dos seus escritos sobre a igreja. Ainda assim, o encargo do irmão Nee pela igreja era<br />
gran<strong>de</strong>.<br />
Tenho contatado vários lí<strong>de</strong>res cristãos e lido muitos livros. Todavia, jamais encontrei alguém<br />
ou li os escritos <strong>de</strong> qualquer pessoa que conhecesse o Senhor tão profundamente e fosse tanto<br />
pela igreja como Watchmam Nee. Essa é a razão <strong>de</strong> eu ter sido e ainda ser um com ele. Percebi<br />
que ele era a pessoa levantada pelo Senhor para o Seu propósito específico <strong>de</strong> restaurar a vida<br />
a<strong>de</strong>quada da igreja.<br />
A restauração da vida a<strong>de</strong>quada da igreja, enfatizada pelo irmão Nee, é a restauração da única<br />
unida<strong>de</strong> e realida<strong>de</strong> da igreja. No livro Palestras Adicionais Sobre a Vida da <strong>Igreja</strong>, ele <strong>de</strong>spen<strong>de</strong>u<br />
muito esforço para ilustrar e mostrar-nos a unida<strong>de</strong> genuína da igreja. O capítulo quatro <strong>de</strong>sse<br />
livro ilustra quatro tipos <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>, das quais apenas uma é a unida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada e genuína da<br />
igreja. Esse capítulo é clássico. Ele também ministrou muito <strong>de</strong> Cristo como a realida<strong>de</strong> e<br />
conteúdo da igreja.<br />
A ÚNICA INTENÇÃO DE DEUS<br />
A intenção <strong>de</strong> Deus é ter uma igreja, ter um Corpo para Cristo. Sua intenção não é ter<br />
simplesmente várias pessoas salvas, tampouco é ter meramente várias pessoas espirituais.<br />
Também não é Sua intenção ter meramente alguns cristãos fervorosos e piedosos. A Sua única<br />
intenção é ter uma igreja, um Corpo. Todos os itens anteriores da restauração são para esse it<strong>em</strong><br />
máximo e final. A restauração da vida da igreja <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> basicamente da restauração da unida<strong>de</strong><br />
e da realida<strong>de</strong> da igreja. É por isso que a unida<strong>de</strong> é a restauração final e máxima do Senhor. S<strong>em</strong><br />
unida<strong>de</strong> não há base a<strong>de</strong>quada para a vida da igreja.
No passado, o Senhor usou diversas pessoas para restaurar muitos itens; todavia, o triste é que<br />
quase todos esses itens causaram divisão. Todos os itens da restauração <strong>de</strong>veriam ser para a<br />
igreja, mas as pessoas que foram usadas pelo Senhor para restaurar esses itens edificaram<br />
alguma divisão com os respectivos itens restaurados. Os opositores da restauração da igreja não<br />
são cristãos indiferentes, mas pessoas <strong>de</strong>dicadas ao conhecimento da Bíblia, à vida interior, ao<br />
evangelismo e às coisas pentecostais, carismáticas.<br />
O alvo da maior parte da oposição é a unida<strong>de</strong> como a base da vida da igreja. Satanás faz s<strong>em</strong>pre<br />
o máximo para <strong>de</strong>struir essa unida<strong>de</strong>. Todos os dardos se voltarão contra aquele que é por essa<br />
unida<strong>de</strong>. Hoje, Satanás, o inimigo sutil, dificilmente ataca espiritualida<strong>de</strong>, santida<strong>de</strong> ou coisas<br />
carismáticas; ele ataca principalmente uma coisa: a unida<strong>de</strong> genuína como a base da igreja, que é<br />
a restauração da vida prática da igreja.<br />
OS ENSINAMENTOS E AS PRÁTICAS PENTECOSTAIS E CARISMÁTICAS<br />
Eu não me oponho aos dons pentecostais, n<strong>em</strong> à ênfase a certas doutrinas; entretanto, não sou a<br />
favor <strong>de</strong> nenhum <strong>de</strong>les. Não me oponho a nada que seja genuíno. Então, por que não sou a favor<br />
<strong>de</strong>ssas coisas? Deix<strong>em</strong>-me ilustrar. Suponha que uma fábrica tenha, à escolha, diversos<br />
materiais para usar na fabricação <strong>de</strong> seu produto. Cada um dos vários materiais po<strong>de</strong> ser bom,<br />
mas o encarregado sabe, por experiência, qual material fará o melhor produto. Da mesma<br />
maneira, como resultado <strong>de</strong> experiência, posso dizer-lhes que a melhor maneira <strong>de</strong> edificar uma<br />
igreja numa cida<strong>de</strong> é ajudar os santos a perceber seu espírito humano e a exercitá-lo para<br />
contatar o Senhor. Dessa maneira eles experienciarão e <strong>de</strong>sfrutarão o Senhor, terão crescimento<br />
<strong>em</strong> vida e serão preservados na unida<strong>de</strong> como a base da vida da igreja. Isso não quer dizer que<br />
não haja outra maneira <strong>de</strong> edificar a igreja. Há outras maneiras, mas nenhuma tão boa e<br />
a<strong>de</strong>quada como essa.<br />
A igreja numa cida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser edificada por ensinamento, mas se usar isso como a maneira<br />
básica <strong>de</strong> edificá-la, você sofrerá alguma perda. Uma igreja po<strong>de</strong>, também, ser edificada pelas<br />
práticas pentecostais e carismáticas, mas se você as usar como a maneira básica <strong>de</strong> edificá-la,<br />
você sofrerá perdas ainda maiores.<br />
TESTEMUNHO PESSOAL<br />
Há aproximadamente trinta e sete anos, um querido irmão, que era muito a favor <strong>de</strong> falar <strong>em</strong><br />
línguas, veio e teve uma conversa <strong>de</strong>finitiva comigo. Nessa comunhão, mostrei-lhe a verda<strong>de</strong>ira<br />
situação na China. Naquela época, entre os cristãos ali havia alguns que eram mais pro<strong>em</strong>inentes,<br />
mas nenhum dos pregadores e ministros cristãos pro<strong>em</strong>inentes falava <strong>em</strong> línguas. Watchman<br />
Nee nunca falou <strong>em</strong> línguas. Ele <strong>de</strong>finitivamente discordava do ensinamento <strong>de</strong> que línguas é a<br />
única manifestação do batismo do Espírito. Entretanto, hoje <strong>em</strong> dia, os ensinamentos do irmão<br />
Nee tornaram-se muito importantes, não apenas entre os cristãos <strong>de</strong> língua chinesa, mas<br />
também por todo o mundo. Outro pregador pro<strong>em</strong>inente na China, Dr. John Sung, o evangelista,<br />
também nunca falou <strong>em</strong> línguas. Ele era categoricamente contra qualquer prática pentecostal.<br />
Depois, compartilhei um segundo ponto com ele. Naquela época, dois condados na China<br />
estavam cheios <strong>de</strong> cristãos. Um condado, localizado na Província <strong>de</strong> Che-Kiang, era fort<strong>em</strong>ente<br />
contra o pentecostalismo. Outro condado, que ficava <strong>em</strong> minha província natal, era muito a favor<br />
das coisas pentecostais. Todavia, na época da nossa conversa, aquela obra pentecostal estava<br />
quase totalmente seca, e a obra <strong>em</strong> Che-Kiang, que era contra qualquer it<strong>em</strong> pentecostal,<br />
prevalecia. Eu disse ao irmão que não queria dizer que as coisas pentecostais são inúteis, mas<br />
aquela situação provava que há algo melhor.<br />
Então, finalmente, enfatizei ao irmão que seu grupo pentecostal <strong>em</strong> nossa cida<strong>de</strong> já se reunia há<br />
vários anos, mas ainda não tinha mais que c<strong>em</strong> pessoas. Nosso local <strong>de</strong> reunião era muito<br />
próximo ao <strong>de</strong>les; todavia, o número crescia s<strong>em</strong>pre. Ele era um crente fiel e, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> eu ter
falado com ele, acrescentou que percebia também que os que se reuniam com ele viviam uma<br />
vida <strong>de</strong>scuidada e mundana, mas os que se reuniam conosco se <strong>de</strong>dicavam muito ao Senhor.<br />
Hoje, <strong>em</strong> Taiwan, nenhuma outra obra se tornou tão prevalecente como a obra das igrejas locais.<br />
Em Taiwan há s<strong>em</strong>inários, pessoas com doutorado, missionários, pessoas fundamentalistas e<br />
pentecostais, mas nenhuma obra cristã jamais se tornou tão prevalecente como as igrejas locais.<br />
A ATITUDE DOS ESCRITORES DO NOVO TESTAMENTO COM RESPEITO AOS DONS<br />
No Novo Testamento v<strong>em</strong>os os dons, mas t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar todo o Novo Testamento. No livro<br />
dos Atos, v<strong>em</strong>os que Paulo era po<strong>de</strong>roso na cura divina no início do seu ministério (At 14:9-10;<br />
19:11-12), <strong>em</strong>bora não enfatizasse isso. Todavia, posteriormente, quando seu filho espiritual,<br />
Timóteo, teve uma enfermida<strong>de</strong> no estômago, ele apenas lhe disse que não bebesse água, mas<br />
bebesse um pouco <strong>de</strong> vinho (1 Tm 5:23). Também, a intenção <strong>de</strong> Paulo ao escrever 1 Coríntios<br />
era restringir um pouco os santos ou, pelo menos, ajustá-los, para que usass<strong>em</strong> a<strong>de</strong>quadamente<br />
o falar <strong>em</strong> línguas (1 Co 14:6-11, 18-19).<br />
Em Efésios, o livro sobre a igreja, Paulo não diz nada sobre os dons miraculosos. No capítulo<br />
quatro, os dons são pessoas. Ele sabia que a melhor maneira <strong>de</strong> edificar a igreja não era com<br />
ensinamentos n<strong>em</strong> com os dons, mas pelo Espírito com vida.<br />
Em todos os seus livros posteriores, 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito, Paulo não diz nada sobre os<br />
dons miraculosos. Além disso, n<strong>em</strong> Pedro n<strong>em</strong> João diz<strong>em</strong> qualquer coisa <strong>em</strong> seus livros a<br />
respeito dos dons espirituais. Paulo, Pedro e João foram pessoas cheias <strong>de</strong> experiência; todavia,<br />
nenhum <strong>de</strong>les enfatizou os dons pentecostais.<br />
O CAMINHO DA VIDA<br />
O caminho da vida pelo Espírito é o caminho proveitoso. Ele avança vagarosamente, mas é firme<br />
e constante. A longo prazo, nada po<strong>de</strong> vencer esse caminho. Ele prossegue ano após ano e vai <strong>de</strong><br />
um lugar a outro. Torna-se também cada vez mais forte e fica cada vez mais sólido. É lento, mas, a<br />
longo prazo, é o caminho mais rápido. É como cultivar um pomar. As árvores frutíferas, cresc<strong>em</strong><br />
muito lentamente, mas, a longo prazo, isso não é vagaroso. Por fim, o caminho da vida pelo<br />
Espírito produz algo que nada po<strong>de</strong> abalar ou <strong>de</strong>struir.<br />
Não nos <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os opor a nada que seja genuinamente da Bíblia. As igrejas locais <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser todoinclusivas.<br />
Entretanto, quer <strong>em</strong> ensinamento, quer na prática, é sábio usar as coisas que são<br />
melhores. Quando chegarmos à generalida<strong>de</strong> e ao aspecto prático da vida da igreja nos próximos<br />
capítulos, isso ficará cada vez mais claro. Muitas coisas não se inclu<strong>em</strong> no âmbito da<br />
peculiarida<strong>de</strong> - a nossa fé cristã - mas na esfera do aspecto prático. Um ex<strong>em</strong>plo é o ler-orar. Nós<br />
não insistimos nisso, porque não é um it<strong>em</strong> da nossa fé cristã, mas algo para a nossa prática.<br />
Creio que, por compartilhar <strong>de</strong>ssa maneira, todos nós ficar<strong>em</strong>os cada vez mais esclarecidos a<br />
esse respeito.
CAPÍTULO 3<br />
O ASPECTO GERAL DA VIDA DA IGREJA (1)<br />
Leitura Bíblica: Rm 14:1-7,12-21; 15:3-5; 1Co 8:4-13; 10:25-29;9:20-22;7:7-8,25-26; 1 Tm 5:14<br />
Neste capítulo, começar<strong>em</strong>os a ver o aspecto geral da vida da igreja. Na vida da igreja todos<br />
<strong>de</strong>v<strong>em</strong>os ser gerais. Entretanto, antes <strong>de</strong> ser gerais, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os ser peculiares. Com relação aos seis<br />
itens da nossa fé cristã, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os ser muito específicos, muito peculiares. Se formos gerais a esse<br />
respeito, estar<strong>em</strong>os errados; todavia, esse é apenas um lado. Precisamos <strong>de</strong> equilíbrio.<br />
O ASPECTO GERAL PRATICADO POR PAULO<br />
Uma vez que tenhamos lançado o sólido fundamento da fé, ou seja, da peculiarida<strong>de</strong>, pod<strong>em</strong>os<br />
ser bastante, muito gerais. O apóstolo Paulo foi tal pessoa. Ele era geral a tal ponto que, segundo<br />
o registro <strong>em</strong> Atos 21, quando foi a Jerusalém pela última vez, <strong>de</strong>ixou-se persuadir a ir<br />
novamente ao t<strong>em</strong>plo e até mesmo guardar alguns dos regulamentos do judaísmo. Em Romanos<br />
e Gálatas, ele já havia falado ousadamente contra o judaísmo; todavia, quando foi a Jerusalém<br />
pela última vez, <strong>de</strong>ixou-se persuadir a ir novamente ao t<strong>em</strong>plo.<br />
Já que Paulo era uma pessoa fiel e forte, como pô<strong>de</strong> ele aceitar o conselho <strong>de</strong> voltar ao judaísmo<br />
e aos seus sacerdotes, pagando até a <strong>de</strong>spesa <strong>de</strong> outros quatro? Ele estava praticando a<br />
generalida<strong>de</strong>. S<strong>em</strong> dúvida, admito que Paulo, nessa ocasião, foi um pouco longe d<strong>em</strong>ais; ele<br />
estava até mesmo <strong>de</strong>sequilibrado e, por isso, cometeu um erro. Equilíbrio d<strong>em</strong>asiado ainda é<br />
<strong>de</strong>sequilíbrio. Ele tolerou a situação, mas, <strong>de</strong>ssa vez, o Senhor não tolerou. Se Paulo tivesse<br />
conseguido passar por aqueles sete dias s<strong>em</strong> nenhum probl<strong>em</strong>a, isso provaria que o que ele fez<br />
foi correto. Mas o Senhor não quis tolerar isso, para manter clara a verda<strong>de</strong> do evangelho às<br />
gerações vindouras. Entretanto, esse caso mostra que Paulo era uma pessoa que queria ser<br />
muito geral na vida da igreja.<br />
COMER COISAS SACRIFICADAS AOS ÍDOLOS<br />
Segundo o ensinamento <strong>de</strong> Paulo - o ensinamento do Novo Testamento - <strong>de</strong>veríamos nós, como<br />
cristãos, comer sacrifícios oferecidos aos ídolos ou não? Se você disser que não, eu diria que sua<br />
resposta está errada. Se disser que sim eu ainda diria que sua resposta está errada. Tenho alguns<br />
versículos que me dão base para dizer sim (1 Co 8:4-8; 10:25-27) e tenho também alguns<br />
versículos,que me dão base para dizer não (1 Co 8:9-13;10:28-29). No Novo Testamento não há<br />
nenhuma resposta <strong>de</strong>finitiva a respeito <strong>de</strong>sse assunto.<br />
Há cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos é que entrei no espírito do escritor <strong>de</strong> todos esses versículos. Então<br />
comecei a enten<strong>de</strong>r o seu significado. Não é uma questão <strong>de</strong> sim ou não; é uma questão <strong>de</strong><br />
generalida<strong>de</strong>. Dizer, <strong>de</strong>finitivamente, que alguém <strong>de</strong>ve ou não comer algo oferecido a ídolos<br />
causará probl<strong>em</strong>as. Isso excluirá vários m<strong>em</strong>bros. Entretanto, dizer sim também causará<br />
dificulda<strong>de</strong>. Irá causar mais dano. Por isso, Paulo era geral.<br />
Todos t<strong>em</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a ser equilibrados. Você po<strong>de</strong> sentir que t<strong>em</strong> liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> comer<br />
qualquer coisa. Você sente que os ídolos nada significam (1 Co 8:4-6), e que todos os ídolos<br />
foram colocados <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> seus pés Você po<strong>de</strong> até comer as coisas oferecidas ao ídolo, diante<br />
do ídolo. Mas será que você percebe que sua liberda<strong>de</strong> e ousadia <strong>de</strong>struirão alguns que são mais<br />
fracos? Eles nunca terão comunhão com você porque pensam que você está associado aos<br />
ídolos. Por isso, <strong>em</strong> algumas ocasiões, Paulo diria que <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os comer e, <strong>em</strong> outras, diria que não<br />
<strong>de</strong>v<strong>em</strong>os. As duas coisas estão corretas.<br />
PRATICAR A GENERALIDADE<br />
Suponha que eu esteja agora tendo comunhão e participando da mesa do Senhor com certo<br />
grupo <strong>de</strong> crentes, e todos eles sejam b<strong>em</strong> fortes na consciência. Eles pod<strong>em</strong> dizer: "Não nos
importamos com os ídolos; eles nada significam". Eu concordarei com eles: "Sim, louvado seja o<br />
Senhor, comam! Comam das coisas sacrificadas aos ídolos. Elas nada significam". Eu digo sim<br />
para eles. Mas quando estou com outro grupo, on<strong>de</strong> os queridos irmãos são fracos na<br />
consciência, t<strong>em</strong>erosos <strong>de</strong> se associar com qualquer coisa relacionada a ídolos, eles pod<strong>em</strong> dizer<br />
que não têm liberda<strong>de</strong> para comer as coisas oferecidas aos ídolos. Então você po<strong>de</strong> me<br />
repreen<strong>de</strong>r, dizendo que sou uma pessoa com duas faces, porque você me ouviu dizer sim para<br />
um grupo e não para outro. Nunca po<strong>de</strong>r<strong>em</strong>os experimentar e praticar isso s<strong>em</strong> o espírito da<br />
generalida<strong>de</strong>. S<strong>em</strong> tal espírito, causar<strong>em</strong>os divisão. Não será possível guardar a unida<strong>de</strong>.<br />
A ATITUDE GERAL DE ROMANOS 14<br />
Essa é a razão <strong>de</strong> Paulo ter tomado uma atitu<strong>de</strong> geral <strong>em</strong> Romanos 14. Ele disse que alguns<br />
com<strong>em</strong> <strong>de</strong> tudo. Entretanto, outros, que são mais fracos, com<strong>em</strong> apenas vegetais (vs. 2-3). Para<br />
os mais fracos, todos os animais são imundos e apenas os vegetais são limpos. Suponha que<br />
alguém entre nós insista <strong>em</strong> comer apenas vegetais. Que <strong>de</strong>veríamos fazer? Provavelmente<br />
conten<strong>de</strong>ríamos pela "verda<strong>de</strong>" <strong>de</strong> que hoje é o dia da graça e pod<strong>em</strong>os comer <strong>de</strong> tudo.<br />
Insistiríamos para que ele comesse algum animal morto todos os dias, pois isso representa que o<br />
Senhor morreu pelos nossos pecados. Todavia, esse irmão querido diria: "Eu creio na re<strong>de</strong>nção<br />
do Senhor. Agra<strong>de</strong>ço a Ele por ter sido crucificado pelos meus pecados, mas minha consciência<br />
não me permite comer nenhuma carne". Esse é o probl<strong>em</strong>a hoje. Os cristãos estão divididos<br />
porque lhes falta um espírito <strong>de</strong> generalida<strong>de</strong>.<br />
Em Romanos 14 também há a questão <strong>de</strong> guardar dias (vs. 5-6). Alguns consi<strong>de</strong>ram um dia<br />
especial. Eles consi<strong>de</strong>ram o sétimo dia o mais elevado dos dias. Entretanto, alguns consi<strong>de</strong>ram<br />
todos os dias da mesma maneira. Para estes, todos os dias são iguais. Quando jov<strong>em</strong>, eu pensava<br />
que Paulo estava sacrificando a verda<strong>de</strong>. Eu dizia comigo mesmo: "Paulo, como você po<strong>de</strong><br />
receber as pessoas que sent<strong>em</strong> que hoje têm <strong>de</strong> guardar o sábado? Por que você não nos diz,<br />
<strong>de</strong>finitivamente, que guardar o sábado é errado? Hoje é o dia da graça. Não há necessida<strong>de</strong><br />
alguma <strong>de</strong> guardar o sábado. Como po<strong>de</strong> você dizer que isso está b<strong>em</strong>?<br />
Suponha que um irmão dos Adventistas do Sétimo Dia comece a se reunir conosco e insista <strong>em</strong><br />
guardar o sábado. Que você faria? Todos t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r o espírito <strong>de</strong> Paulo <strong>em</strong> Romanos 14.<br />
Aprendi essa lição <strong>de</strong> maneira dura. Quando era jov<strong>em</strong>, tive o melhor ensinamento sobre<br />
imersão. Por causa disso, s<strong>em</strong>pre que me encontrava com outro cristão, a primeira pergunta que<br />
fazia era: "De que maneira você foi batizado?" Se ele dissesse que o foi por imersão, eu ficava<br />
contente; se dissesse que foi por aspersão, eu expressaria minha reprovação.<br />
Também, nos meus primeiros dias, quando encontrava um cristão, eu ia conferir com ele: "Você<br />
crê na volta do Senhor Jesus?" Se ele respon<strong>de</strong>sse que sim, então eu perguntaria quando ele seria<br />
arrebatado. Se ele dissesse algo <strong>em</strong> <strong>de</strong>sacordo comigo, eu lhe mostraria muitos versículos<br />
provando que o que eu cria era preciso. Em certo aspecto, aqueles ensinamentos, aos quais eu<br />
era tão apegado, eram os meus brinquedos.<br />
MUITOS NEGLIGENCIAM ROMANOS 14<br />
Hoje, muitos cristãos estão falando sobre o Corpo <strong>em</strong> Romanos 12, mas quase todos têm<br />
negligenciado Romanos 14. S<strong>em</strong> Romanos 14, jamais po<strong>de</strong>r<strong>em</strong>os ter a vida do Corpo. A maioria<br />
dos que estão falando sobre a vida do Corpo não a têm; eles apenas têm divisão. A restauração do<br />
Senhor, hoje, é principalmente da unida<strong>de</strong>. Se quisermos ter a unida<strong>de</strong>, t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> nos tornar<br />
bastante gerais. Quando v<strong>em</strong> um irmão que é Adventista do Sétimo Dia e insiste <strong>em</strong> guardar o<br />
sétimo dia, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os dizer-lhe: "Irmão, se você gosta <strong>de</strong> guardar o sábado, faça-o. Se tivermos<br />
t<strong>em</strong>po, vir<strong>em</strong>os para estar com você. Não t<strong>em</strong>os nenhum probl<strong>em</strong>a com você e não t<strong>em</strong>os<br />
argumentação contrária". Esta é a atitu<strong>de</strong>, o espírito tomado por Paulo <strong>em</strong> Romanos 14. Mas isso<br />
não quer dizer que Paulo não tivesse clareza a respeito da doutrina do sábado. Ele tinha muito<br />
clareza, mas não insistiu. Ele nos diz claramente, <strong>em</strong> Colossenses 2, que o sábado era uma
sombra do Cristo que havia <strong>de</strong> vir. O sábado era uma sombra e, agora que o Corpo veio, a sombra<br />
teve fim. Entretanto, <strong>em</strong> Romanos 14, Paulo ainda o tolerava.<br />
Também, quando v<strong>em</strong> um irmão e insiste <strong>em</strong> comer apenas vegetais, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os dizer-lhe que não<br />
t<strong>em</strong>os probl<strong>em</strong>as com isso. Quando ele come apenas vegetais, nós com<strong>em</strong>os vegetais com ele.<br />
Outra vez, isso não quer dizer que Paulo não tinha clareza a respeito da doutrina sobre<br />
alimentos. Ele tinha muita clareza, mas não insistiu. Será que nós pod<strong>em</strong>os ser tão gerais assim?<br />
O PROBLEMA DO CASAMENTO<br />
Agora chegamos a outro ponto. Em 1 Coríntios 7, com respeito ao casamento, a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Paulo<br />
foi <strong>de</strong> que era melhor que os santos não se casass<strong>em</strong>, mantivess<strong>em</strong> a virginda<strong>de</strong> (vs. 7-8) e, se<br />
eles não tivess<strong>em</strong> esposa, permanecess<strong>em</strong> como estavam (v. 27). Ele também disse no versículo<br />
26: "Acho, pois, que é bom, por causa da instante necessida<strong>de</strong>, que a pessoa fique como está".<br />
Esta foi a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Paulo <strong>em</strong> 1 Coríntios. Mas se você for aos seus escritos posteriores, ele diz,<br />
<strong>em</strong> 1 Timóteo 5:14: "Quero, portanto, que as viúvas mais novas se cas<strong>em</strong>, cri<strong>em</strong> filhos, sejam<br />
boas donas <strong>de</strong> casa e não dê<strong>em</strong> ao adversário ocasião favorável <strong>de</strong> maledicência". Em 1 Coríntios<br />
7, ele <strong>de</strong>sencoraja as pessoas <strong>de</strong> se casar; entretanto, <strong>em</strong> 1 Timóteo 5, ele encoraja as mulheres<br />
jovens a se casar, a criar filhos e a administrar a casa. Se Paulo estivesse aqui, po<strong>de</strong>ríamos<br />
perguntar-lhe: "Irmão Paulo, que posição você toma? Você está com 1 Coríntios 7 ou com 1<br />
Timóteo 5?"<br />
Paulo estava errado? Não pod<strong>em</strong>os afirmar isso. Depen<strong>de</strong> das circunstâncias. Se as<br />
circunstâncias são tais que é bom que você seja solteiro e ame o Senhor com tudo o que você é,<br />
isso é a<strong>de</strong>quado. Todavia, às vezes, as circunstâncias não permit<strong>em</strong> isso. Ao contrário, você<br />
precisa <strong>de</strong> uma esposa ou marido, com uma família. Se é esse o caso, então as jovens <strong>de</strong>v<strong>em</strong><br />
casar-se. Em princípio, é igual à questão <strong>de</strong> comer comidas sacrificadas aos ídolos. Não se trata<br />
<strong>de</strong> sim ou não. É uma questão que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das circunstâncias. Você não <strong>de</strong>veria dizer sim, n<strong>em</strong><br />
<strong>de</strong>veria dizer não. Não há nada <strong>de</strong>finido ou legalizado. Não <strong>de</strong>ve ser como o que é praticado na<br />
<strong>Igreja</strong> Católica Romana. Eles estabelecer<strong>em</strong> um regulamento <strong>em</strong> que todas as freiras, fra<strong>de</strong>s e<br />
sacerdotes não <strong>de</strong>v<strong>em</strong> casar-se. Isto é d<strong>em</strong>asiadamente legalista.<br />
Todos t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> perceber, a partir <strong>de</strong>stes casos, que, numa igreja, no que diz respeito a todas as<br />
doutrinas, não <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os ser tão específicos, mas gerais. Entretanto, no que se refere à nossa fé<br />
cristã, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os ser específicos. Com respeito à fé, t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finidos, mas, quanto à<br />
doutrina, como imersão, aspersão, véu, lavar os pés, comida, guardar dias, casamento e muitas<br />
outras coisas <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os ser gerais. Se não formos gerais, certamente ser<strong>em</strong>os facciosos.<br />
PRATICAR A GENERALIDADE PARA COM A IGREJA EM OUTRAS CIDADES<br />
Esse não é um princípio apenas para indivíduos; é também o princípio para a igreja <strong>em</strong> todas as<br />
cida<strong>de</strong>s. Dev<strong>em</strong>os não apenas ser gerais para com indivíduos, mas também para com as outras<br />
igrejas. Não <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os ser tão estritos ou tão rígidos. A igreja numa cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve apren<strong>de</strong>r a seguir<br />
a igreja <strong>em</strong> todas as outras cida<strong>de</strong>s. Por ex<strong>em</strong>plo, a igreja <strong>em</strong> Los Angeles, seguiu a igreja <strong>em</strong> São<br />
Francisco na questão <strong>de</strong> orar-cantar. N<strong>em</strong> o orar-ler começou <strong>em</strong> Los Angeles. A igreja <strong>em</strong> Los<br />
Angeles, como uma igreja que também segue as d<strong>em</strong>ais, apren<strong>de</strong>u a orar-ler com a igreja <strong>em</strong><br />
Taipé e a orar-cantar com a igreja <strong>em</strong> São Francisco.<br />
Não sab<strong>em</strong>os o que acontecerá amanhã na igreja <strong>em</strong> Seattle, ou, na próxima s<strong>em</strong>ana na igreja <strong>em</strong><br />
Moses Lake. Po<strong>de</strong> haver algo novo <strong>em</strong> Moses Lake que também será útil à igreja <strong>em</strong> todas as<br />
cida<strong>de</strong>s. Se assim for, todas as igrejas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> segui-lo. Todos t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a ser gerais. Não<br />
<strong>de</strong>v<strong>em</strong>os dizer que <strong>de</strong>terminada maneira é a melhor maneira <strong>de</strong> se praticar a vida da igreja, ou<br />
que <strong>de</strong>terminada maneira é a melhor maneira <strong>de</strong> se ter a igreja numa cida<strong>de</strong>. Atualmente, eu e<br />
muitos outros sentimos que exercitar o espírito e cuidar da vida interior lendo-orando e
alimentando-se do Senhor Jesus é a maneira mais proveitosa para termos a vida a<strong>de</strong>quada da<br />
igreja, mas estamos abertos para o Senhor. Não sab<strong>em</strong>os até on<strong>de</strong> o Senhor prosseguirá. Todos<br />
t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> admitir que ainda há um gran<strong>de</strong> campo para explorar. Po<strong>de</strong> ser que, após dois anos,<br />
algo novo seja <strong>de</strong>scoberto. Não <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os ser tão estritos, tão rígidos. Dev<strong>em</strong>os ser abertos e<br />
gerais.<br />
AS MELHORES COISAS PARA SE EDIFICAR A IGREJA NUMA CIDADE<br />
Nos dois capítulos anteriores, enfatizei que ensinamentos não são tão bons para a edificação da<br />
igreja numa cida<strong>de</strong>. Também afirmei que os dons não são tão bons. Há algo melhor - o exercitar<br />
do espírito, o crescimento <strong>em</strong> vida, ler-orar e o alimentar-se do Senhor. Essas são as melhores<br />
coisas para a edificação da igreja numa cida<strong>de</strong>. Não quero dizer que ensinamentos são<br />
totalmente inúteis; n<strong>em</strong> quero dizer que os dons são totalmente inúteis. Vimos que um bom<br />
número <strong>de</strong> pessoas foi levantado pelos dons e que um bom número <strong>de</strong> santos foi edificado pelos<br />
ensinamentos. Dizer que os ensinamentos e os dons são totalmente inúteis é errado. Entretanto,<br />
edificar a igreja numa cida<strong>de</strong> com vida, com crescimento <strong>de</strong> vida e com unida<strong>de</strong>, é a melhor<br />
maneira. Nada po<strong>de</strong> suplantar a maneira da vida, a maneira <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfrutar Cristo para o<br />
crescimento, e a maneira da unida<strong>de</strong>.<br />
Jamais <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os tentar ajustar ou corrigir as outras igrejas. Se a igreja que você visita estivesse<br />
sob a sua direção, você po<strong>de</strong>ria fazer as coisas <strong>de</strong> maneira diferente. Mas quando ela não está<br />
sob a sua direção, você não <strong>de</strong>ve fazer nada. É o mesmo que dirigir ou andar <strong>de</strong> automóvel.<br />
Quando você é o passageiro, você não <strong>de</strong>ve dizer nenhuma palavra. O carro é <strong>de</strong>le e está sob a<br />
direção <strong>de</strong>le. Mas se o carro fosse entregue a você, você po<strong>de</strong>ria dirigi-lo <strong>de</strong> outra maneira.<br />
Nunca <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os ser um motorista do banco <strong>de</strong> passageiros.<br />
O probl<strong>em</strong>a, todavia, é que, quando visitamos a igreja <strong>em</strong> outra cida<strong>de</strong>, pod<strong>em</strong>os dizer aos santos<br />
dali que a prática na igreja <strong>em</strong> nossa cida<strong>de</strong> é a prática correta. Pod<strong>em</strong>os tentar fazer da igreja<br />
<strong>em</strong> outra cida<strong>de</strong> a igreja da nossa cida<strong>de</strong>. Não <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os fazer isso. Nunca <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os dizer que a<br />
maneira da nossa igreja é a maneira normal. É totalmente incorreto corrigir os outros <strong>de</strong>ssa<br />
forma. Sua maneira po<strong>de</strong>ria ser a pior. Mas mesmo que seja a melhor, não é necessário que você<br />
tente convencer os outros a tomá-la. Tentar convencer os outros <strong>de</strong> que sua maneira é a melhor<br />
somente causará divisão. Se você acha que sua maneira é a melhor - e se s<strong>em</strong> dúvida ela for à<br />
melhor os outros irão vê-la e apren<strong>de</strong>r <strong>de</strong>la. Se os outros não se importam <strong>em</strong> apren<strong>de</strong>r, é<br />
probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong>les.<br />
Nunca fique aborrecido com algo diferente do seu conceito. Se você t<strong>em</strong> o conceito <strong>de</strong> que as<br />
reuniões <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser quietas e vai a uma reunião barulhenta, não se perturbe. Você t<strong>em</strong> <strong>de</strong><br />
apren<strong>de</strong>r a ser geral e a ser um com isso. Se o seu conceito é ter uma reunião barulhenta, uma<br />
reunião que é cheia <strong>de</strong> louvor e v<strong>em</strong> para uma reunião calma, não fique perturbado. Fique calmo<br />
com eles. Seja geral.<br />
T<strong>em</strong>os <strong>de</strong> guardar a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todas as maneiras. Não torne nada <strong>de</strong>finitivo. Não torne nada<br />
específico. Não tenha nada <strong>de</strong> maneira rígida. Dev<strong>em</strong>os ser abertos, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os ser gerais e<br />
<strong>de</strong>v<strong>em</strong>os estar apren<strong>de</strong>ndo o t<strong>em</strong>po todo.
CAPÍTULO 4<br />
O ASPECTO GERAL DA VIDA DA IGREJA (2)<br />
Leitura Bíblica: Mt 18:17; Rm 16:17; 2 Ts 3:6,14; 1 Co 5:9-13; Tt 3:10; 2 Jo 9, 10, 11, 7<br />
No capítulo anterior vimos que, para a prática da vida da igreja na unida<strong>de</strong>, o apóstolo Paulo<br />
tomou uma posição geral com respeito às doutrinas e práticas. Quanto ao comer, se um cristão<br />
come isso e outro come aquilo, nenhum <strong>de</strong>ve criticar o outro. Quanto ao guardar dias, o<br />
princípio é o mesmo. Se um cristão guarda um dia e o consi<strong>de</strong>ra especial e outro consi<strong>de</strong>ra<br />
todos os dias iguais, nenhum <strong>de</strong>ve criticar o outro. Todos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser gerais.<br />
Quanto ao comer coisas sacrificadas aos ídolos, Paulo não disse sim ou não; ele apenas se<br />
importou com a consciência dos outros. Também, se alguém <strong>de</strong>ve ou não se casar, é difícil dizer<br />
sim ou não. Depen<strong>de</strong> das circunstâncias. Se alguém po<strong>de</strong> suportar todo tipo <strong>de</strong> situação, po<strong>de</strong> ser<br />
melhor que não se case. Caso contrário, é melhor que se case. Isso é geral. Paulo conhecia todas<br />
as doutrinas apropriadas, mas, na prática da vida da igreja, ele era b<strong>em</strong> geral. Todos t<strong>em</strong>os <strong>de</strong><br />
apren<strong>de</strong>r que, para guardar a unida<strong>de</strong> do Corpo, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os praticar essa generalida<strong>de</strong>. Se formos<br />
peculiares, se formos estritos e específicos <strong>em</strong> qualquer outra coisa que não a nossa fé,<br />
certamente a unida<strong>de</strong> será danificada. A unida<strong>de</strong> será ferida e, então, estar<strong>em</strong>os divididos. A<br />
causa principal para as divisões entre os cristãos é a negligência <strong>em</strong> importar-se com a<br />
generalida<strong>de</strong> da vida da igreja.<br />
O EQUILÍBRIO PARA SER GERAL<br />
Agora precisamos ver outro equilíbrio. Já vimos que a peculiarida<strong>de</strong> é equilibrada pela<br />
generalida<strong>de</strong>. A generalida<strong>de</strong> também t<strong>em</strong> <strong>de</strong> ser equilibrada por algo. Nós, como seres<br />
humanos, facilmente nos tornamos unilaterais e vamos a um extr<strong>em</strong>o. No Antigo Testamento, no<br />
livro <strong>de</strong> Oséias, há um versículo no qual o Senhor comparou Efraim a um pão não virado (Os<br />
7:8). Pães assados num forno ou numa panela precisam ser virados várias vezes. Se os pães não<br />
for<strong>em</strong> virados, um lado ficará queimado e o outro permanecerá cru. Alguns israelitas eram, aos<br />
olhos do Senhor, como um pão não virado. Eles eram s<strong>em</strong>pre unilaterais e esse é ainda o<br />
probl<strong>em</strong>a com os filhos do Senhor, hoje. Tantos cristãos são como pães não virados. É por isso<br />
que tiv<strong>em</strong>os <strong>de</strong> ver o equilíbrio para a peculiarida<strong>de</strong> no último capítulo e, neste capítulo,<br />
precisamos ver outro equilíbrio. Num capítulo posterior, ver<strong>em</strong>os ainda um terceiro equilíbrio.<br />
Precisamos ser s<strong>em</strong>pre virados. Então ser<strong>em</strong>os o melhor "pão". A peculiarida<strong>de</strong> precisa da<br />
generalida<strong>de</strong> para equilibrá-la; a generalida<strong>de</strong> precisa <strong>de</strong> algo para equilibrá-la. No princípio<br />
<strong>de</strong>ste capítulo, relacionei todos os versículos no Novo Testamento a respeito das pessoas que<br />
não pod<strong>em</strong> e não <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser recebidas na vida da igreja. Não pense que a igreja t<strong>em</strong> <strong>de</strong> ser geral<br />
ao ponto <strong>de</strong> ter <strong>de</strong> receber todo tipo <strong>de</strong> pessoa. Não, absolutamente não. Dev<strong>em</strong>os, sim, ser<br />
gerais, mas ainda há <strong>de</strong>terminadas pessoas com as quais não pod<strong>em</strong>os n<strong>em</strong> <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os ser gerais.<br />
AQUELE QUE NEGLIGENCIA OUVIR A IGREJA<br />
Em Mateus pod<strong>em</strong>os ver a serieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se negligenciar ouvir a igreja (Mt 18:15-17). Pensamos<br />
que se alguém per<strong>de</strong> a calma, isso é algo sério, ou, se alguém comete algo imoral, é ainda mais<br />
sério. Todavia, se alguém negligencia ouvir a igreja, consi<strong>de</strong>ramos insignificante, porque não<br />
t<strong>em</strong>os percepção do que é a igreja. Entretanto, o Senhor Jesus disse que t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar<br />
impura tal pessoa. Na Bíblia, uma pessoa impura é pior do que um pecador. O Senhor Jesus disse<br />
também que t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar tal pessoa como publicano, um cobrador <strong>de</strong> impostos. Não<br />
<strong>de</strong>v<strong>em</strong>os consi<strong>de</strong>rá-lo um irmão fraco, n<strong>em</strong> nos condoer com ele. Não ouvir a igreja é algo sério.<br />
A igreja Católica Romana exerceu d<strong>em</strong>asiada autorida<strong>de</strong> sobre os santos; assim, um it<strong>em</strong> da<br />
Reforma foi atacar o exercício exagerado <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>. Dessa maneira, a maioria dos cristãos é
muito liberal com relação à igreja. Quase ninguém a respeita hoje. Quando falamos sobre<br />
respeitar a igreja, algumas pessoas nos con<strong>de</strong>nam, dizendo que isso é catolicismo e que é<br />
estabelecer um papa. Ter um papa certamente é errado. Exercer muita autorida<strong>de</strong> sobre os<br />
santos é também um erro grave, no entanto, isso não significa que a igreja não tenha autorida<strong>de</strong>,<br />
n<strong>em</strong> significa que não <strong>de</strong>vamos estar conscientes acerca do significado da igreja.<br />
Deixe-me ilustrar esse ponto. Suponha que tenhamos um irmão que é agradável <strong>em</strong> muitos<br />
aspectos, mas fez algo a outro irmão, o qual é ru<strong>de</strong> e n<strong>em</strong> um pouco agradável. Por fim, três<br />
irmãos são forçados a falar à igreja a esse respeito. Os presbíteros, então, iriam aconselhá-lo a se<br />
arrepen<strong>de</strong>r e a pedir <strong>de</strong>sculpas ao irmão que é ru<strong>de</strong>. Mas ele não quer dar ouvidos, pelo<br />
contrário, diz que o irmão ru<strong>de</strong> estava errado. De acordo com o conceito do cristianismo <strong>de</strong> hoje,<br />
isso não é sério. Alguns pod<strong>em</strong> até dizer que fora uma falta do irmão ru<strong>de</strong> e não do que é gentil.<br />
Outros pod<strong>em</strong> até condoer-se <strong>de</strong>le, baseados no fato que ele foi s<strong>em</strong>pre tão gentil.<br />
Que <strong>de</strong>veríamos fazer <strong>em</strong> tal caso? Você concordaria <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rá-lo impuro e publicano? Creio<br />
que a maioria dos cristãos não tomaria isso como algo sério. Alguns se posicionariam ao lado do<br />
irmão gentil e diriam que não <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os criar caso. Outros diriam: "Que o t<strong>em</strong>po vindique.<br />
Provavelmente, daqui a duas s<strong>em</strong>anas tudo estará b<strong>em</strong>, e eles estarão reconciliados um com o<br />
outro. Esqueçam isso por hora." Essas atitu<strong>de</strong>s são tomadas pela maioria dos cristãos, porque<br />
não têm consciência do que é a igreja. Eles não consi<strong>de</strong>ram que negligenciar ouvir a igreja é algo<br />
extr<strong>em</strong>amente sério. Embora na vida da igreja <strong>de</strong>vamos ser gerais, <strong>de</strong>terminadas pessoas, <strong>em</strong><br />
algumas coisas, pod<strong>em</strong> não respeitar a igreja, n<strong>em</strong> ouvi-Ia. Nessa questão não pod<strong>em</strong>os ser<br />
gerais. Isso é algo totalmente relacionado com a unida<strong>de</strong> da igreja. Dev<strong>em</strong>os estar cônscios da<br />
unida<strong>de</strong>.<br />
AQUELES QUE CAUSAM DIVISÕES<br />
Romanos 16:17 diz: "Rogo-vos, irmãos, que noteis b<strong>em</strong> aqueles que provocam divisões e<br />
escândalos, <strong>em</strong> <strong>de</strong>sacordo com a doutrina que apren<strong>de</strong>stes; e afastai-vos <strong>de</strong>les". Esse versículo<br />
somente po<strong>de</strong> ser aplicado on<strong>de</strong> a vida da igreja é apropriada. Se um grupo cristão já é faccioso,<br />
ele não t<strong>em</strong> base para usá-lo. Deve-se praticar a vida da igreja com os ensinamentos a<strong>de</strong>quados e<br />
equilibrados do apóstolo Paulo - os ensinamentos t<strong>em</strong>perados, não os ensinamentos cruz. Para<br />
usar esse versículo, a igreja numa cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser a<strong>de</strong>quadamente equilibrada. De outra<br />
maneira, o que ela ensina não será a<strong>de</strong>quado, e será difícil para um crente ouvir aquela igreja. A<br />
igreja <strong>em</strong> cada cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser muito cuidadosa <strong>em</strong> não enfatizar exageradamente nada que<br />
esteja fora da esfera da fé.<br />
Deix<strong>em</strong>-me ilustrar esse ponto. Suponha que uma igreja enfatize exageradamente a questão do<br />
véu, dizendo a todos que o véu é algo específico na vida da igreja e que todas as irmãs <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ter<br />
a cabeça coberta. Se isso for feito, algumas irmãs pod<strong>em</strong> tornar-se dissi<strong>de</strong>ntes. Então, alguém<br />
po<strong>de</strong> dizer: "Apliqu<strong>em</strong>os a elas Romanos 16:17". Esta seria uma aplicação errada porque a igreja<br />
está errada <strong>em</strong> enfatizar exageradamente a questão do véu. A ênfase exagerada do véu é que<br />
causou a dissensão.<br />
Agora, consi<strong>de</strong>r<strong>em</strong>os outro ponto. Suponha que uma igreja enfatize a unida<strong>de</strong>. Ela enfatiza uma<br />
"cida<strong>de</strong>, uma igreja" o t<strong>em</strong>po todo. "Uma cida<strong>de</strong>, uma igreja" torna-se até o l<strong>em</strong>a da igreja. Como<br />
resultado, alguns dos santos se tornam dissi<strong>de</strong>ntes e até mesmo pod<strong>em</strong> solapar a igreja indo <strong>de</strong><br />
m<strong>em</strong>bro a m<strong>em</strong>bro e dizendo: "Isso já é d<strong>em</strong>ais; a igreja aqui é uma facção que só promove 'uma<br />
só igreja <strong>em</strong> cada cida<strong>de</strong>'. É uma facção da igreja local". Se esse for o caso, Romanos 16:17 t<strong>em</strong> <strong>de</strong><br />
ser aplicado aos santos dissi<strong>de</strong>ntes. É igual, <strong>em</strong> princípio, quanto à nossa fé cristã ao dizer que a<br />
Bíblia é a palavra <strong>de</strong> Deus, divinamente inspirada, palavra por palavra. Não importa o quanto<br />
diz<strong>em</strong>os, isso não quer dizer que estamos enfatizando exageradamente. A cada dia pod<strong>em</strong>os<br />
repetir isso, e ainda não estamos enfatizando d<strong>em</strong>ais porque isto é algo específico na nossa fé<br />
cristã. Mas se alguém diz: "Diga apenas que a palavra da Bíblia é inspirada por Deus. Não
enfatize: palavra por palavra. Tome a Bíblia apenas <strong>de</strong> uma maneira geral. A Bíblia é boa, mas,<br />
provavelmente alguns dos versículos - pelo menos algumas das palavras - não são inspiradas por<br />
Deus. Algumas são faladas pelos próprios escritores". Em tal caso, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os aplicar Romanos<br />
16:17.<br />
Dev<strong>em</strong>os ter clareza e ser extr<strong>em</strong>amente equilibrados. De acordo com a história, ser<br />
<strong>de</strong>sequilibrado, enfatizando d<strong>em</strong>ais <strong>de</strong>terminadas coisas é a causa <strong>de</strong> todas as divisões. O<br />
ensinamento do apóstolo Paulo era muito equilibrado, por isso, ele podia dizer que <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os<br />
evitar os que causam divisão, <strong>em</strong> <strong>de</strong>sacordo com o ensinamento <strong>de</strong>le; e não só isso, mas também<br />
que nos afast<strong>em</strong>os <strong>de</strong>les e os not<strong>em</strong>os. Entretanto, <strong>em</strong> algumas das assim chamadas igrejas, esse<br />
versículo jamais <strong>de</strong>veria ser aplicado porque eles não têm base para aplicá-lo. Eles já são uma<br />
facção. Para aplicar esse versículo, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os ser absolutamente não facciosos. Dev<strong>em</strong>os ser<br />
totalmente a igreja genuína e a<strong>de</strong>quada numa cida<strong>de</strong>, com muito equilíbrio.<br />
Em 2 Tessalonicenses 3:6,14, o princípio é o mesmo que <strong>em</strong> Romanos 16:17. Paulo diz que<br />
alguns andavam <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nadamente e não segundo a tradição que receberam <strong>de</strong>le. E também diz<br />
que <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os notar alguém que não obe<strong>de</strong>ce a sua palavra nessa epístola, e não nos associar com<br />
ele. Dev<strong>em</strong>os notar essas pessoas, afastar-nos <strong>de</strong>las e não nos associar a elas. Associar-se com<br />
elas fortaleceria o seu espírito faccioso. Isso irá ajudá-las a causar mais dissensão. Somente uma<br />
igreja a<strong>de</strong>quada, genuína e normal numa cida<strong>de</strong> t<strong>em</strong> a posição para aplicar versículos como<br />
Romanos 16:17 e 2 Tessalonicenses 3:6, 14.<br />
AQUELE QUE É PECAMINOSO<br />
Consi<strong>de</strong>r<strong>em</strong>os agora 1 Coríntios 5. Esses versículos abordam coisas pecaminosas, tais como<br />
idolatria, fornicação, injúria, <strong>em</strong>briaguez e extorsão. Todas essas coisas são extr<strong>em</strong>amente<br />
malignas e ou insultam a divinda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus ou danificam a humanida<strong>de</strong>. A idolatria é algo que<br />
blasf<strong>em</strong>a contra a Pessoa <strong>de</strong> Deus. Fornicação, injúria, <strong>em</strong>briaguez e extorsão <strong>de</strong>stro<strong>em</strong> a<br />
humanida<strong>de</strong>. Deus se importa muito com Sua Pessoa divina. Ele é um Deus ciumento. Ele<br />
também se importa com a humanida<strong>de</strong>. Assim, Ele não tolerará nenhuma <strong>de</strong>ssas coisas. Ninguém<br />
que pratica a idolatria ou que é fornicador <strong>de</strong>ve ser tolerado na vida da igreja. A igreja numa<br />
cida<strong>de</strong> também não <strong>de</strong>ve tolerar nenhuma pessoa que seja um caluniador, um beberrão, ou um<br />
extorsionário. Todas essas coisas danificam a humanida<strong>de</strong> e também o test<strong>em</strong>unho do Senhor na<br />
terra entre os seres humanos. Por isso, Paulo nos disse que cristãos que pratiqu<strong>em</strong> qualquer<br />
<strong>de</strong>ssas coisas têm <strong>de</strong> ser afastados do meio da igreja (v.13).<br />
Mas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que algo não seja pecaminoso e não esteja relacionado com ídolos ou qualquer tipo<br />
<strong>de</strong> fornicação, <strong>em</strong>briaguez ou extorsão, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os tolerá-la.<br />
AQUELE QUE É FACCIOSO<br />
Tito 3:10, então, diz claramente que um hom<strong>em</strong> que é faccioso, após ter sido admoestado uma ou<br />
duas vezes, t<strong>em</strong> <strong>de</strong> ser rejeitado, porque a divisão danifica o Corpo <strong>de</strong> Cristo. Deus cuida <strong>de</strong> Si<br />
mesmo. Ele também cuida da humanida<strong>de</strong>, b<strong>em</strong> como do Corpo <strong>de</strong> Cristo. Numa igreja, ninguém<br />
<strong>de</strong>ve fazer nada que danifique a Pessoa <strong>de</strong> Deus, a humanida<strong>de</strong> ou o Corpo <strong>de</strong> Cristo. Se alguém<br />
danifica alguma <strong>de</strong>ssas coisas, não pod<strong>em</strong>os continuar a recebê-lo. A igreja t<strong>em</strong> <strong>de</strong> afastá-lo,<br />
rejeitá-lo ou separar-se <strong>de</strong>le. Não pod<strong>em</strong>os continuar a nos associar com tais pessoas.<br />
AQUELE QUE VAI ALÉM DA DOUTRINA DE CRISTO<br />
Segunda João 9 diz: "Todo aquele que ultrapassa a doutrina <strong>de</strong> Cristo e nela não permanece não<br />
t<strong>em</strong> Deus". Isso se refere àqueles que ultrapassam os ensinamentos dos apóstolos a respeito <strong>de</strong><br />
Cristo. Os apóstolos ensinaram que Cristo é o Filho <strong>de</strong> Deus encarnado que se fez um hom<strong>em</strong> e<br />
que Ele é Aquele que nos dá vida eterna. Eles também ensinaram que Ele é o que morreu na cruz<br />
pelos nossos pecados e foi ressuscitado ao terceiro dia. Esses são os itens principais do
ensinamento dos apóstolos. Dar a vida eterna é para a regeneração. Morrer na cruz pelos nossos<br />
pecados é para a re<strong>de</strong>nção. Ressurreição é para transmissão <strong>de</strong> vida.<br />
Até mesmo no primeiro século, alguns que se diziam cristãos, chamados anticristos,<br />
ultrapassaram esses itens. Alguns disseram que Cristo não veio <strong>em</strong> carne (2 Jo 7). Em outras<br />
palavras, eles não reconheciam a encarnação <strong>de</strong> Cristo. Hoje, no mesmo princípio, alguns dos<br />
cristãos mo<strong>de</strong>rnistas, que se auto<strong>de</strong>nominam cristãos, diz<strong>em</strong> que Cristo morreu na cruz como<br />
mártir, sofrendo perseguição, e não morreu ali pelos nossos pecados. Eles diz<strong>em</strong> que a Sua morte<br />
não foi para a re<strong>de</strong>nção, apenas para martírio. Também diz<strong>em</strong> que Cristo jamais ressuscitou. Se<br />
algum <strong>de</strong>les admitir que Cristo ressuscitou, dirá que Ele foi ressuscitado apenas espiritualmente,<br />
e não fisicamente. Todas essas pessoas foram além do que Cristo ensinou.<br />
Não <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os saudar a nenhum <strong>de</strong>sses anticristos ou mo<strong>de</strong>rnistas (2 Jo 9-10). Se os saudamos,<br />
tornamo-nos participantes <strong>de</strong> suas malda<strong>de</strong>s. Muito mais ainda, não <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os recebê-los <strong>em</strong><br />
nossa casa. Alguns pod<strong>em</strong> dizer que, se praticarmos isso, ser<strong>em</strong>os muito peculiares e que<br />
precisamos ser gerais. Mas não pod<strong>em</strong>os ser gerais com esse tipo <strong>de</strong> pessoa. Eles são os que<br />
blasf<strong>em</strong>am <strong>de</strong> Cristo. Não pod<strong>em</strong>os associar-nos com os blasf<strong>em</strong>adores do Senhor. Qualquer um<br />
que blasf<strong>em</strong>e do Senhor Jesus <strong>de</strong>ve ser expulso da igreja. T<strong>em</strong>os <strong>de</strong> nos afastar <strong>de</strong>le.<br />
Espero que essa palavra tenha esclarecido quais são as pessoas com as quais não pod<strong>em</strong>os<br />
associar- nos. Nós, os cristãos, muitas vezes somos peculiares quando o Senhor exige que<br />
sejamos gerais. Também, muitas vezes somos gerais quando o Senhor exige que sejamos<br />
peculiares. Entretanto, creio que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> orar-ler esses versículos algumas vezes, vocês<br />
chegarão ao conceito claro. Na vida da igreja, não importa quão gerais sejamos, há certas pessoas<br />
que não pod<strong>em</strong>os receber. T<strong>em</strong>os <strong>de</strong> ser específicos com esses tipos <strong>de</strong> pessoas. Não pod<strong>em</strong>os<br />
associar-nos com nenhuma <strong>de</strong>las.<br />
IMPORTAR-SE COM A POSIÇÃO<br />
Muitas vezes as pessoas vêm à nossa reunião e ficam agitadas. Elas proclamam que as nossas<br />
reuniões são maravilhosas e que a maneira <strong>de</strong> o Senhor mover-se entre nós é maravilhosa.<br />
Entretanto, alguns dias <strong>de</strong>pois, elas param <strong>de</strong> vir porque ouviram algo com que não concordam.<br />
Esse tipo <strong>de</strong> comportamento mostra que esses amados jamais viram o que é a unida<strong>de</strong> da igreja.<br />
Se tivess<strong>em</strong> visto o que é a igreja e o que é a unida<strong>de</strong> da igreja, não se teriam importado com as<br />
coisas com as quais discordaram. Não se teriam importado com a condição da igreja, mas com a<br />
posição a<strong>de</strong>quada.<br />
Deixe-me ilustrar o cativeiro do povo <strong>de</strong> Israel como um ex<strong>em</strong>plo ou prefiguração. No período<br />
normal <strong>de</strong> sua história, todos os israelitas na terra santa estavam <strong>em</strong> unida<strong>de</strong>, tendo Jerusalém<br />
como seu único centro. Mais tar<strong>de</strong>, eles foram dispersados. Em outras palavras, ficaram<br />
divididos. Primeiro, alguns foram levados para a Síria. Depois, alguns foram levados para o Egito.<br />
Por fim, quase todos os r<strong>em</strong>anescentes foram levados para Babilônia. Esse foi o cativeiro <strong>de</strong>les.<br />
Essa foi também a sua divisão. Após setenta anos <strong>de</strong> cativeiro, o Senhor or<strong>de</strong>nou-lhes que<br />
voltass<strong>em</strong>. Não um gran<strong>de</strong> número, mas apenas um pequeno r<strong>em</strong>anescente voltou.<br />
Ne<strong>em</strong>ias, Esdras e Ageu mostram-nos que os que voltaram estavam <strong>em</strong> péssimas condições.<br />
Alguns tinham se casado com mulheres gentias. Suponha que a maioria dos hebreus que ficaram<br />
<strong>em</strong> Babilônia fosse espiritual, piedosa, tendo até mesmo alguns gigantes espirituais entre eles.<br />
Suponha, também, que tivess<strong>em</strong>' s<strong>em</strong>pre ótimas reuniões. Além disso, suponha que os que<br />
estavam na Síria e no Egito não foss<strong>em</strong> tão bons quanto os que ficaram <strong>em</strong> Babilônia, mas, pelo<br />
menos, eram melhores do que os que voltaram. A minha pergunta agora é a seguinte: "A qual<br />
<strong>de</strong>sses grupos você se uniria?" A maioria das pessoas <strong>em</strong> Babilônia era piedosa, espiritual e<br />
amável, e suas reuniões eram elevadas. Havia, também, muitos gigantes espirituais ali. Você se
uniria a eles lá ou ao grupo dos que voltaram para Jerusalém, cuja condição era tão pobre?<br />
A verda<strong>de</strong>ira situação hoje é que a maioria dos cristãos não se importa com a posição. A maioria<br />
<strong>de</strong>les se importa com a condição. Por que os cristãos gostam <strong>de</strong> se unir a <strong>de</strong>terminado grupo? É<br />
porque os que estão neles são espirituais ou suas reuniões são boas. Entretanto, t<strong>em</strong>os <strong>de</strong><br />
perceber que a posição é muito mais importante do que a condição. A posição nunca po<strong>de</strong> ser<br />
mudada, mas a condição po<strong>de</strong> flutuar. Hoje a reunião po<strong>de</strong> ser maravilhosa, mas amanhã po<strong>de</strong><br />
ser pobre. Não estou dizendo que não <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os dar atenção à nossa condição, mas sim que isso<br />
não é primordial. Não é coisa primária; é secundária. O primordial é a posição. Se vimos o que é a<br />
igreja e o que é restauração da unida<strong>de</strong>, importarnos-e-mos principalmente com a posição e<br />
prestar<strong>em</strong>os apenas alguma atenção à condição.<br />
Gostamos <strong>de</strong> melhorar a nossa condição, mas nosso encargo é pela posição, a base. As pessoas<br />
<strong>em</strong> Babilônia pod<strong>em</strong> ter sido muito espirituais. Elas pod<strong>em</strong> ter tido mestres pro<strong>em</strong>inentes<br />
expondo a lei e ministrando a Palavra <strong>de</strong> maneira apropriada e rica. Contudo, não importa quão<br />
espirituais eram, o quanto conheciam a Palavra, ou quanto se comportavam <strong>de</strong> maneira<br />
a<strong>de</strong>quada. Elas não estavam na unida<strong>de</strong> e não reedificaram o t<strong>em</strong>plo. Elas não realizaram isso<br />
porque não tinham a posição. Podiam até ter a habilida<strong>de</strong> e a capacida<strong>de</strong>, contudo não tinham a<br />
posição. Por isso, não pu<strong>de</strong>ram reedificar o t<strong>em</strong>plo. O <strong>de</strong>sejo principal <strong>de</strong> Deus na terra não é e<br />
espiritualida<strong>de</strong> do Seu povo. Seu <strong>de</strong>sejo principal é a reedificação da Sua casa.<br />
A história nos diz que, pouco <strong>de</strong>pois da volta do cativeiro e da reedificação do t<strong>em</strong>plo, Cristo veio.<br />
Ele nasceu <strong>em</strong> Belém, <strong>de</strong> um <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte da casa <strong>de</strong> Davi. Não importa quão espirituais eram os<br />
que estavam <strong>em</strong> Babilônia, eles não eram o povo com a posição a<strong>de</strong>quada para que Cristo<br />
nascesse <strong>de</strong>les. Cristo nasceu <strong>em</strong> Belém, <strong>de</strong> alguém que era <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte dos que voltaram.<br />
Somente os que voltaram, posicionando-se na base a<strong>de</strong>quada, cumpriram o propósito <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong><br />
reedificar o t<strong>em</strong>plo e trazer Cristo à terra. Se alguém v<strong>em</strong> tomar o caminho das igrejas locais, ser<br />
parte da restauração do Senhor, apenas porque as reuniões são boas, t<strong>em</strong>o que um dia irá<br />
<strong>em</strong>bora, porque a condição das reuniões flutua. Hoje há um céu claro, mas amanhã po<strong>de</strong>rá haver<br />
um céu nublado, e no terceiro dia, um céu t<strong>em</strong>pestuoso. Essa pessoa então será afugentada.<br />
Entretanto, se ela tiver clareza a respeito da posição, não se importará com o t<strong>em</strong>po mutável.<br />
RESUMO<br />
Encorajo-os a levar essas coisas ao Senhor e orar. Você realmente viu a igreja? Você <strong>de</strong> fato viu o<br />
que é a restauração da unida<strong>de</strong>? Em todos estes anos passamos por muitos tipos <strong>de</strong> sofrimentos,<br />
perseguições, ataques e críticas, não do mundo gentio, mas principalmente <strong>de</strong> alguns no<br />
cristianismo. Pela misericórdia do Senhor, jamais fomos abalados. Quanto mais somos atacados,<br />
mais sólidos nos tornamos. O Senhor obteve a vitória.<br />
Nós, os que fomos trazidos <strong>de</strong> volta a "Jerusalém", t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> ter clareza do que estamos fazendo e<br />
<strong>de</strong> on<strong>de</strong> nos firmamos. Hoje, a condição po<strong>de</strong> ser gloriosa, e amanhã po<strong>de</strong> ser digna <strong>de</strong> pena. Mas<br />
não se perturbe com isso. O terceiro dia po<strong>de</strong> ser maravilhoso. Entretanto, precisamos<br />
permanecer num caminho equilibrado. Se não formos equilibrados, causar<strong>em</strong>os probl<strong>em</strong>as.<br />
Per<strong>de</strong>r<strong>em</strong>os o impacto, e até mesmo permitir<strong>em</strong>os que o inimigo ganhe algum terreno. Uma vez<br />
posicionados na base a<strong>de</strong>quada, com equilíbrio <strong>em</strong> tudo, estar<strong>em</strong>os aqui até que o Senhor volte.<br />
Nada po<strong>de</strong> suplantar esse caminho ou esse test<strong>em</strong>unho.
CAPITULO 5<br />
O ASPECTO PRÁTICO DA VIDA DA IGREJA (1)<br />
Leitura Bíblica: Jo 10:10b;6:57,63;21:15; 1Co 3:2,6;15:45b;6:17; Ef 4:13-15;2:21; 1 Pe 2:2-3,5<br />
No capítulo anterior, enfatizamos que Deus visa principalmente a quatro coisas. Primeiro, Ele se<br />
importa Consigo mesmo, com Sua Pessoa divina. Segundo, Ele se importa com a humanida<strong>de</strong>. O<br />
hom<strong>em</strong> foi feito por Ele, à Sua própria imag<strong>em</strong>, para Sua expressão. Terceiro Deus se importa<br />
com Seu Cristo, Seu Filho Jesus Cristo. Finalmente, Deus se importa com o Corpo <strong>de</strong> Cristo.<br />
Deus não tolerará nada que seja blasfêmia ou insulto a Si mesmo. Deus recusa qualquer idolatria<br />
ou qualquer pessoa que adore ídolos. Ele nunca permite que nenhum hom<strong>em</strong> tenha outro Deus.<br />
Ele também se importa muito com o hom<strong>em</strong> que fez para expressar a Si mesmo. Tudo o que<br />
danifica a humanida<strong>de</strong>, tal como fornicação, extorsão e coisas como essas, Ele jamais permitirá.<br />
Assim, tudo o que insulta a Pessoa <strong>de</strong> Cristo ou a obra re<strong>de</strong>ntora <strong>de</strong> Cristo, incluindo Sua<br />
encarnação, crucificação, ressurreição, ascensão, o Seu Senhorio ou Sua volta, Deus jamais<br />
tolerará. O Corpo <strong>de</strong> Cristo, a igreja, é unicamente um; nada <strong>de</strong>ve dividi-lo ou danificá-lo.<br />
Qualquer coisa que o danifique, Deus nunca admitirá. É por isso que o apóstolo disse para<br />
advertir a pessoa facciosa uma vez, ou no máximo duas, e rejeitá-la se não quiser ouvir (Tt 3:10).<br />
Deus é bastante forte com relação a esse ponto, porque ser faccioso danifica o Corpo <strong>de</strong> Cristo.<br />
Deus se importa basicamente com essas quatro coisas.<br />
Alguns cristãos, entretanto, crê<strong>em</strong> e ensinam que Deus se importa muito com o que eles chamam<br />
<strong>de</strong> "gran<strong>de</strong> comissão", isto é, sair, pregar o evangelho e batizar as pessoas por imersão. Outros<br />
crê<strong>em</strong> e ensinam que Deus se importa muito com o falar <strong>em</strong> línguas. Entre essas pessoas,<br />
algumas ensinam que se você não falar <strong>em</strong> línguas, não po<strong>de</strong> receber o batismo do Espírito<br />
Santo. Entretanto, Deus t<strong>em</strong> reagido a esses ensinamentos. Muitos bons santos jamais foram<br />
batizados por imersão. Também, milhares foram salvos e jamais falaram <strong>em</strong> línguas. Muitos até<br />
mesmo se tornaram gigantes espirituais. No último meio século, quase ninguém foi tão<br />
prevalecente como o irmão Watchman Nee, mas ele nunca falou <strong>em</strong> línguas. Muitos outros que<br />
foram usados pelo Senhor, tais como Charles H. Spurgeon, D. L. Moody, R. A. Torrey e George<br />
Müller, o rei da fé, não falaram <strong>em</strong> línguas.<br />
Contudo, isso não significa que falar <strong>em</strong> línguas seja errado. N<strong>em</strong> quer dizer que a imersão é<br />
errada. Eu sou a favor da imersão. O que quero dizer é que Deus não se importa tanto, como<br />
alguns cristãos, com os diversos ensinamentos e práticas.<br />
APRENDER UMA LIÇÃO BÁSICA<br />
Todos <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os apren<strong>de</strong>r uma lição básica. Se uma pessoa é adoradora <strong>de</strong> ídolos, ela jamais<br />
po<strong>de</strong>rá ser usada por Deus. Ao contrário, Deus rejeita todo aquele que adora ídolo. Ele também<br />
rejeita o fornicador. Ele nunca po<strong>de</strong>ria usar tal pessoa. Todavia, você não po<strong>de</strong> dizer que Deus<br />
rejeitará alguém que não concorda com a imersão. Você po<strong>de</strong> estar <strong>de</strong> relações cortadas com ele,<br />
mas Deus não está.<br />
Também não pod<strong>em</strong>os dizer que Deus po<strong>de</strong> usar um mo<strong>de</strong>rnista, alguém que diz que Cristo não<br />
é o Filho <strong>de</strong> Deus, ou que Cristo não morreu na cruz pelos nossos pecados, mas simplesmente<br />
sofreu um martírio. Deus também não po<strong>de</strong> usar alguém que é faccioso. Deus rejeita tais pessoas.<br />
Mas você não po<strong>de</strong> dizer que, se alguém não fala <strong>em</strong> línguas, Deus está <strong>de</strong> relações cortadas com<br />
ele. Você po<strong>de</strong> estar <strong>de</strong> relações cortadas com ele, mas Deus não.<br />
A consi<strong>de</strong>ração primeira <strong>de</strong> Deus é que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que você O ame e adore como seu único Deus,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que você ame a humanida<strong>de</strong> e nada faça para danificá-La, <strong>de</strong> nenhuma maneira, tal como
fornicação, extorsão etc; <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que você honre a Cristo, e O respeite, receba, siga, ame e tome<br />
como seu Re<strong>de</strong>ntor, sua vida, seu Senhor e seu tudo; <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que você ame o Corpo <strong>de</strong> Cristo, a<br />
igreja, e viva por ela, você será uma pessoa a qu<strong>em</strong> Deus usará muito.<br />
Todas as outras coisas são <strong>de</strong> menor importância. Se você gosta <strong>de</strong> usar véu, você po<strong>de</strong> cobrir a<br />
cabeça por amor ao Senhor. Se você gosta do lava-pés, você po<strong>de</strong> praticá-Lo. Se você gosta <strong>de</strong><br />
levar pequenos pedaços <strong>de</strong> pão levedado à mesa do Senhor, faça-o. Se você gosta <strong>de</strong> levar pão<br />
asmo, prepare algum. Não <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os opor-nos a nenhum ensinamento ou prática como essas.<br />
Entretanto, se me fosse pedido que preparasse o pão, eu prepararia s<strong>em</strong> fermento. Eu não insisto<br />
na questão do pão asmo; todavia, eu a pratico. Se eu fosse uma irmã, certamente usaria véu. De<br />
acordo com minha consciência, eu teria <strong>de</strong> cobrir a cabeça, praticaria essas coisas <strong>de</strong>ssa maneira,<br />
todavia não insisto <strong>em</strong> nenhuma maneira. A consi<strong>de</strong>ração e cuidado básicos <strong>de</strong> Deus é apenas<br />
Consigo mesmo, com a humanida<strong>de</strong>, com Cristo e com o Corpo <strong>de</strong> Cristo, a igreja.<br />
VIDA - A COISA PRIMÁRIA NO ASPECTO PRÁTICO DA VIDA DA IGREJA<br />
Chegamos, agora, à última questão: o aspecto prático da vida da igreja. Isso é algo que também<br />
aprend<strong>em</strong>os com a história. Embora nos fosse impossível participar <strong>de</strong> tantas coisas nos últimos<br />
vinte séculos, t<strong>em</strong>os sido capazes <strong>de</strong> estudar a história, incluindo biografias e autobiografias <strong>de</strong><br />
muitas pessoas. Ao ler esses livros, tomamos conhecimento das diversas práticas entre os<br />
cristãos nos últimos mil e novecentos anos. Como resultado, perceb<strong>em</strong>os que, hoje, a melhor<br />
coisa, a coisa primária, a primeira coisa com a qual t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> nos importar no aspecto prático da<br />
vida da igreja é a vida divina.<br />
A história da restauração do Senhor mostra que, nos últimos quatrocentos ou quinhentos anos,<br />
quase todos os ensinamentos foram restaurados. Também os dons foram restaurados ao<br />
máximo e até ao extr<strong>em</strong>o. Entretanto, a vida nunca foi a<strong>de</strong>quadamente restaurada.<br />
A LINHA DA VIDA INTERIOR<br />
Na história da restauração do Senhor, há um aspecto que t<strong>em</strong> sido chamado <strong>de</strong> linha da vida<br />
interior. Começou com os místicos, há aproximadamente trezentos anos. A epístola à igreja <strong>em</strong><br />
Sar<strong>de</strong>s, <strong>em</strong> Apocalipse 3, refere-se profeticamente à igreja no período da Reforma. À igreja <strong>em</strong><br />
Sar<strong>de</strong>s, o Senhor disse: "Tens nome <strong>de</strong> que vives, e estás morto. Sê vigilante e consolida o resto"<br />
(vs. 1-2). Isso quer dizer que o que ainda resta t<strong>em</strong> <strong>de</strong> ser vivificado. Aos olhos do Senhor, a<br />
igreja reformada t<strong>em</strong> nome <strong>de</strong> que vive, mas está morta.<br />
O Senhor reagiu a esse estado <strong>de</strong> morte levantando um grupo <strong>de</strong> crentes que ainda estavam no<br />
Catolicismo. Eles começaram o assim chamado misticismo e nunca <strong>de</strong>ixaram a <strong>Igreja</strong> Católica<br />
Romana. Alguns <strong>de</strong>les foram Madame Guyon, Padre Fenelon e o irmão Lawrence. Embora esse<br />
grupo sequioso estivesse na <strong>Igreja</strong> Católica, eles eram muito a favor da vida interior. Muitos dos<br />
que se importam com a vida interior receberam ajuda <strong>de</strong>sses místicos. Mais tar<strong>de</strong>, William Law,<br />
um irmão inglês, adotou o misticismo e o aperfeiçoou. Então, Andrew Murray recebeu ajuda <strong>de</strong><br />
William Law e tornou-se um gigante da linha da vida interior.<br />
Entretanto, a maioria dos cristãos não dá atenção a<strong>de</strong>quada a essa questão. Os ensinamentos são<br />
manifestados e os dons são visíveis; todavia, a vida interior é misteriosa. É fácil falar sobre<br />
roupas, incluindo os sapatos, meias, calça e camisa. É fácil, também, falar sobre o corpo físico - as<br />
mãos, pés, nariz, olhos e ouvidos. Mas é difícil falar sobre a vida física, porque é misteriosa.<br />
Precisamos <strong>de</strong> roupa e do corpo, mas, s<strong>em</strong> a vida física, simplesmente nos tornamos uma pessoa<br />
b<strong>em</strong> vestida, com corpo bonito, <strong>de</strong>itada num túmulo. Se não tivermos a vida física, ser<strong>em</strong>os um<br />
cadáver. Hoje, a situação no Cristianismo é quase como esta: vestir as pessoas e <strong>em</strong>belezá-las,<br />
estando, contudo, carentes <strong>de</strong> vida.
Alguns cristãos chegam até a falar sobre a vida, mas a maioria <strong>de</strong>les não sabe do que está<br />
falando. Não sab<strong>em</strong> o que é vida, não sab<strong>em</strong> qu<strong>em</strong> é vida e não sab<strong>em</strong> como crescer <strong>em</strong> vida. Eles<br />
apenas têm o termo "vida". Quase todos os pregadores, ministros e oradores sab<strong>em</strong> como citar<br />
João 14:6 e 10:10, que diz<strong>em</strong>: "Eu sou o caminho, e a realida<strong>de</strong>, e a vida" e "Eu vim para que<br />
tenham vida e a tenham <strong>em</strong> abundância". Mas, se você conferir com eles perguntando o que é<br />
vida e como pod<strong>em</strong>os crescer <strong>em</strong> vida, a maioria respon<strong>de</strong>rá que não sabe.<br />
Na prática da vida da igreja, a primeira coisa a ser enfatizada é a vida. Às vezes somos solicitados<br />
pelos outros a dizer-lhes o que está errado no meio <strong>de</strong>les, mas nunca <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os fazê-lo. Se uma<br />
pessoa está morta, qual o benefício <strong>de</strong> dizer-lhe que está errada nesse ou naquele assunto?<br />
Mesmo que pu<strong>de</strong>sse perceber, ela não po<strong>de</strong>ria mudar. Mas alguns ainda tentam ajudar os mortos<br />
a mudar. Há trinta anos eu fiz isso no meu ministério, mas hoje, não faço mais.<br />
Naquela época, eu dizia a algumas pessoas que estavam erradas nisso e naquilo e também<br />
tinham <strong>de</strong> mudar. Depois <strong>de</strong> falar-lhes, eu até mesmo as ajudava a ter uma mudança, mas hoje já<br />
não faço isso. Aprendi que isso para nada aproveita. Nossa necessida<strong>de</strong> é ser vivificados. Quando<br />
t<strong>em</strong>os vida, ela cuida <strong>de</strong> tudo. A vida levará as pessoas a perceber que precisam <strong>de</strong> uma virada.<br />
Então, na vida, elas próprias dão essa virada.<br />
Na restauração da vida da igreja pelo Senhor <strong>em</strong> certa cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve haver uma igreja genuína.<br />
Mas, s<strong>em</strong> o aspecto prático da vida, ela estará morta. Po<strong>de</strong> estar certa <strong>em</strong> todos os aspectos, mas<br />
estará morta. O corpo morto, no túmulo, já foi uma pessoa <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, mas agora é uma pessoa<br />
morta. Assim, a coisa principal no aspecto prático da vida da igreja é a vida. Nunca pod<strong>em</strong>os ser<br />
exagerados na questão da vida. Po<strong>de</strong> haver exagero na ênfase <strong>de</strong> outros itens, mas na questão da<br />
vida jamais.<br />
CRESCIMENTO DE VIDA<br />
A coisa mais significativa com a vida é o crescimento. Se não houver crescimento, isso quer dizer<br />
que ou não há vida, ou que algo está errado. Precisamos crescer <strong>em</strong> vida. Em João 6:57, o Senhor<br />
Jesus disse: "Qu<strong>em</strong> Me come, também viverá por causa <strong>de</strong> Mim". Você pensa que se vive s<strong>em</strong><br />
crescer? Olhe para os jovens: eles não estão apenas vivendo, mas também crescendo. Enquanto<br />
se vive, se cresce. Dev<strong>em</strong>os não apenas viver pelo Senhor, mas também crescer por Ele.<br />
O Senhor Jesus também nos disse, <strong>em</strong> João 21:15, que t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> alimentar as ovelhas. Reúna<br />
estes três versículos do livro <strong>de</strong> João. É muito significativo: "Eu vim para que tenham vida, e a<br />
tenham <strong>em</strong> abundância ( ) Qu<strong>em</strong> Me come, também viverá por causa <strong>de</strong> Mim ( ) apascenta os<br />
Meus cor<strong>de</strong>iros". Cresc<strong>em</strong>os pelo que com<strong>em</strong>os e também alimentamos os outros com o que<br />
com<strong>em</strong>os. Nós com<strong>em</strong>os Jesus, portanto, alimentamos os outros com Jesus. Jesus é comida. Ele é<br />
o pasto ver<strong>de</strong>jante, a grama tenra para os Seus cor<strong>de</strong>iros. Servimos Jesus aos Seus cor<strong>de</strong>iros, e<br />
não meros ensinamentos ou doutrinas sobre Jesus. Meros ensinamentos jamais alimentam as<br />
pessoas. Nós alimentamos as pessoas com o el<strong>em</strong>ento, o ingrediente, <strong>de</strong> Jesus.<br />
É por isso que não gostamos <strong>de</strong> ensinar muito as pessoas e preferimos pedir-lhes que invoqu<strong>em</strong><br />
o nome do Senhor. Mães não alimentam os filhos com ensinamentos. Elas não os ensinam a<br />
crescer, mas os ajudam a crescer, alimentando-os. Diariamente, três ou quatro vezes por dia, elas<br />
alimentam os pequeninos. Então, como resultado disso, as crianças ganham algo para seu<br />
crescimento. Elas cresc<strong>em</strong> pelo que com<strong>em</strong>. Na vida da igreja é a mesma coisa. Isso não é a nossa<br />
fé cristã; todavia, para a prática correta e a<strong>de</strong>quada da vida da igreja, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os ter o crescimento<br />
<strong>em</strong> vida.
CRESCIMENTO DE VIDA RESOLVE TODOS OS PROBLEMAS<br />
Se houver alguns probl<strong>em</strong>as entre os santos na igreja numa cida<strong>de</strong>, a melhor maneira <strong>de</strong> resolvêlos<br />
é voltar a atenção dos santos para a alimentação, para o crescimento <strong>em</strong> vida. Os médicos<br />
sab<strong>em</strong> que comida é o melhor r<strong>em</strong>édio. Se a pessoa come a<strong>de</strong>quada e suficient<strong>em</strong>ente, o<br />
nutriente da comida cuidará <strong>de</strong> todos os tipos <strong>de</strong> doenças e fraquezas. Se os santos se<br />
alimentar<strong>em</strong> a<strong>de</strong>quadamente do Senhor Jesus, após certo t<strong>em</strong>po, toda morte será tragada pela<br />
vida. Nunca tente resolver um probl<strong>em</strong>a por meio <strong>de</strong> manobras suas. Em política isso po<strong>de</strong> ser<br />
bom, mas não na igreja. Na igreja, quanto mais se faz política, mais se fica amortecido. Primeiro,<br />
mortificará a si mesmo; <strong>de</strong>pois, os outros. Seja honesto. Seja franco. Seja sincero. E nunca faça<br />
política. A única coisa que funciona é o crescimento <strong>em</strong> vida. Aprenda a ajudar os outros a<br />
crescer.<br />
Às vezes, pessoas fortes tentam influenciar os outros. Isso também nunca <strong>de</strong>ve ser feito. Se você<br />
apren<strong>de</strong>u algo do Senhor ou se t<strong>em</strong> alguma medida <strong>de</strong> crescimento <strong>em</strong> vida, o Espírito da vida<br />
certamente honrará isso e impressionará as pessoas com o que você apren<strong>de</strong>u. Não há<br />
necessida<strong>de</strong> alguma <strong>de</strong> que alguém exerça qualquer influência sobre os outros. Esse tipo <strong>de</strong><br />
comportamento, por fim, criará confusão. Aprenda a ser simples, apenas vivendo no espírito e<br />
ministrando vida.<br />
Exercer influência sobre os outros é uma coisa, e ministrar-lhes vida é outra. Exercer influência<br />
sobre os outros é ainda realização humana. Deix<strong>em</strong>-me ilustrar da seguinte maneira: suponha<br />
que eu tenha a experiência <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> fazer coisas e tenha aprendido a fazê-las o t<strong>em</strong>po todo no<br />
espírito. Tudo o que <strong>de</strong>veria fazer é simplesmente ter comunhão com você a esse respeito,<br />
apresentando o que aprendi e experimentei. Talvez eu pu<strong>de</strong>sse ministrar algo da Palavra,<br />
baseado na minha experiência <strong>de</strong> andar no espírito. Entretanto, se tiver a intenção <strong>de</strong> fazer algo<br />
com uma espécie <strong>de</strong> plano, passo a passo, isso será errado. Po<strong>de</strong>ria ser capaz <strong>de</strong> convencer os<br />
outros a esse respeito. Po<strong>de</strong>ria até soar muito b<strong>em</strong>. Alguns po<strong>de</strong>riam ser convencidos <strong>de</strong> que têm<br />
<strong>de</strong> andar no espírito, mas eles ganhariam apenas a doutrina, e não a experiência genuína <strong>de</strong><br />
andar no espírito. Se assim fosse, eu não estaria ministrando vida; estaria apenas exercendo a<br />
influência da minha experiência sobre eles. Por fim, isso se tornaria uma espécie <strong>de</strong> movimento.<br />
Todos falariam sobre como <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os andar <strong>em</strong> vida, no espírito, mas tais seriam apenas<br />
palavras. Quase não haveria o verda<strong>de</strong>iro andar no espírito. Nas igrejas locais precisamos ter o<br />
genuíno crescimento <strong>em</strong> vida, s<strong>em</strong> nenhuma política e s<strong>em</strong> ninguém exercendo influência sobre<br />
os outros. Nossa necessida<strong>de</strong> é que apenas a vida seja ministrada aos outros.<br />
VIDA E CRESCIMENTO DE VIDA EM 1 CORÍNTIOS<br />
Por que digo que o crescimento <strong>de</strong> vida é primordial no aspecto prático da vida da igreja? Quero<br />
citar 1 Coríntios. As pessoas <strong>em</strong>pregam muito mal esse livro. A coisa principal que os irmãos<br />
Unidos tomaram <strong>de</strong> 1 Coríntios foram as doutrinas. Tomar apenas as doutrinas é uma aplicação<br />
ina<strong>de</strong>quada <strong>de</strong>ssa epístola. A coisa principal que os pentecostais tomaram <strong>de</strong>sse livro foram os<br />
dons. Isso também é um uso incorreto <strong>de</strong> 1 Coríntios.<br />
Paulo disse: "Leite vos <strong>de</strong>i a beber" (1 Co 3:2). Isso é ensinamento? São dons? Ele também disse<br />
<strong>em</strong> 1 Coríntios 13:1: "Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tive amor (a<br />
expressão da vida), serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine (algo que produz<br />
som, mas não t<strong>em</strong> vida)". Paulo ainda disse que, quando foi a Corinto, não foi com palavras<br />
persuasivas <strong>de</strong> sabedoria dos homens ou com ensinamento eloqüente, mas com d<strong>em</strong>onstração<br />
do Espírito (1 Co 2:4). Então, no capítulo catorze, ele disse que quando fosse ter novamente com<br />
eles, se fosse falando <strong>em</strong> línguas, que lhes aproveitaria? (v. 6). Ele também disse que preferia<br />
falar cinco palavras claras do que <strong>de</strong>z mil <strong>em</strong> outra língua (v.19). Esses versículos mostram-nos<br />
claramente que ele não apreciava muitos os ensinamentos ou os dons.
Entretanto, Paulo apreciava muito a vida. Em 1 Coríntios, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> dizer: "Leite vos <strong>de</strong>i <strong>de</strong><br />
beber", ele disse: "Eu plantei, Apolo regou, mas o crescimento veio <strong>de</strong> Deus" (3:6). Ele também<br />
<strong>de</strong>clarou que o último Adão tornou-se Espírito que dá vida (15 :45) e que aquele que se une ao<br />
Senhor é um espírito (6:17). Esses versículos estão totalmente relacionados com a questão da<br />
vida e do crescimento <strong>de</strong> vida. Eles revelam claramente que a prática primordial na igreja numa<br />
cida<strong>de</strong> é o alimentar, o plantar, o regar e o crescer, com a percepção <strong>de</strong> que, hoje, Cristo não é<br />
apenas um distribuidor <strong>de</strong> dons, mas Espírito que dá vida. A vida é o verda<strong>de</strong>iro aspecto prático.<br />
Os ensinamentos são para isso e até mesmo os dons são para isso. Mas, hoje, a maioria dos<br />
cristãos divorciaram da vida todos os ensinamentos e dons. Eles apenas se importam com<br />
ensinamentos e dons, mas não com a vida. A situação normal e a<strong>de</strong>quada é aquela <strong>em</strong> que<br />
precisamos <strong>de</strong> todos os ensinamentos e dons, mas precisamos <strong>de</strong>les para o crescimento <strong>em</strong> vida.<br />
VIDA E CRESCIMENTO DE VIDA PARA A NOSSA PRÁTICA<br />
Vida e crescimento <strong>em</strong> vida não são a nossa fé cristã, mas são necessida<strong>de</strong>s <strong>em</strong> nossa prática. Se<br />
prestarmos atenção apenas aos ensinamentos e dons, ainda ser<strong>em</strong>os a igreja <strong>em</strong> certa cida<strong>de</strong>,<br />
mas, eu lhes afirmo, ser<strong>em</strong>os uma igreja morta ou dissi<strong>de</strong>nte. Primeiramente, nos tornar<strong>em</strong>os<br />
dissi<strong>de</strong>ntes entre nós mesmos, e logo ter<strong>em</strong>os uma ruptura. Ficar<strong>em</strong>os amortecidos e, então,<br />
ter<strong>em</strong>os uma divisão. Apenas a vida e o crescimento <strong>em</strong> vida pod<strong>em</strong> guardar-nos vivos e na<br />
unida<strong>de</strong> o t<strong>em</strong>po todo.<br />
Quando todos nos voltamos ao nosso espírito, percebendo a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, <strong>de</strong><br />
crescimento <strong>em</strong> vida e <strong>de</strong> invocar o nome do Senhor, aí estarão o amor e o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> união. Todos<br />
os ingredientes e el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> Cristo ser-nos-ão doces e nutritivos. Todos crescer<strong>em</strong>os juntos e<br />
ninguém se preocupará <strong>em</strong> discutir doutrinas ou <strong>em</strong> impor dons aos outros. Esse é o caminho<br />
para a prática da vida da igreja.<br />
VIDA E CRESCIMENTO DE VIDA EM EFÉSIOS<br />
Paulo, no livro <strong>de</strong> Efésios, disse: "Até que todos chegu<strong>em</strong>os à (...) perfeita varonilida<strong>de</strong>" (4:13)isso<br />
não se refere a um varão muito culto, mas a um varão plenamente crescido. Paulo então<br />
continuou: "Para que não mais sejamos como meninos (...) mas (...) cresçamos <strong>em</strong> tudo naquele<br />
que é a cabeça, Cristo" (4:14-15). Esse livro também revela que vida e crescimento <strong>de</strong> vida são<br />
tudo o que precisamos. Os ensinamentos e dons são, quando muito, os meios para ministrar o<br />
el<strong>em</strong>ento nutritivo às pessoas, mas não são o próprio el<strong>em</strong>ento. Para cozinhar, há certos<br />
utensílios, mas não servimos os utensílios às pessoas. Servimos o el<strong>em</strong>ento nutritivo. Dons e<br />
ensinamentos têm seu lugar, mas os el<strong>em</strong>entos nutritivos são Cristo, o Espírito e a Palavra viva.<br />
Se praticarmos isso, todos crescer<strong>em</strong>os até chegar à maturida<strong>de</strong>, a ser um varão<br />
plenamente crescido e nenhum <strong>de</strong> nós ainda será bebê. Crescer<strong>em</strong>os Nele <strong>em</strong> todas as coisas.<br />
Assim como Efésios 2:21 diz, todos crescer<strong>em</strong>os para ser santuário, uma verda<strong>de</strong>ira<br />
edificação. Isso não é realizado por ensinamento ou pelo exercício dos dons, mas totalmente pela<br />
vida e pelo crescimento <strong>de</strong> vida.<br />
VIDA E CRESCIMENTO DE VIDA EM 1 PEDRO<br />
Pedro diz que, como crianças recém-nascidas, todos <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os <strong>de</strong>sejar o leite espiritual, ou,<br />
segundo o original, o leite da Palavra para crescer (1 Pe 2:2). Crescer<strong>em</strong>os pelo leite da Palavra e<br />
então nos tornar<strong>em</strong>os pedras vivas, sendo edificados casa espiritual (1 Pe 2:5).<br />
CONCLUSÃO<br />
Espero que todos percebamos que, na vida normal da igreja, a prática a<strong>de</strong>quada é prestar<br />
atenção à vida e ao crescimento <strong>de</strong> vida. De outra maneira, po<strong>de</strong>r<strong>em</strong>os ser a igreja genuína numa<br />
cida<strong>de</strong>; todavia, ser<strong>em</strong>os uma igreja morta, cheia <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as. Que o Senhor seja<br />
misericordioso para conosco. Permanec<strong>em</strong>os na nossa fé cristã, mas praticamos a vida e o<br />
crescimento <strong>em</strong> vida. Esse é o primeiro it<strong>em</strong> do aspecto prático na vida da igreja.
CAPÍTULO 6<br />
O ASPECTO PRÁTICO DA VIDA DA IGREJA (2)<br />
Leitura Bíblica: 2 Co 3:17; 2 Tm 4:22; 1:7; 2:22; 3:16a; 4:3; 1:13; Ef 6:17-18; Rm 10:12; 1<br />
Co 12:3, 13b; 14:31-32<br />
No último capítulo, vimos que a vida é a coisa principal no aspecto prático da vida da igreja.<br />
Precisamos <strong>de</strong> vida e crescimento <strong>de</strong> vida e para tanto precisamos comer o Senhor. Comer<br />
resulta <strong>em</strong> crescimento até a plena varonilida<strong>de</strong>. Então, após comer, precisamos alimentar as<br />
ovelhas. O resultado disso tudo é a edificação.<br />
COMER JESUS<br />
Jesus disse: "Eu sou o pão da vida (...) Qu<strong>em</strong> Me come, também viverá por causa <strong>de</strong> Mim (João<br />
6:35, 57). Jesus é o pão da vida, mas como com<strong>em</strong>os esse pão? A maioria dos cristãos sabe que<br />
Jesus é o pão da vida, mas não sab<strong>em</strong> como comê-Lo. Também não sab<strong>em</strong> on<strong>de</strong> Ele está e, ainda<br />
mais, o que Ele é. Se vamos comer algo, primeiramente precisamos conhecer a sua natureza,<br />
el<strong>em</strong>ento, essência. Depen<strong>de</strong>ndo da natureza do alimento, saber<strong>em</strong>os que utensílio usar para<br />
comer. A maneira <strong>de</strong> comer algo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do el<strong>em</strong>ento, da essência, da comida. Portanto,<br />
precisamos conhecer o que é Jesus.<br />
A SUBSTÂNCIA DE JESUS<br />
Que é Jesus? Segunda Coríntios 3:17 diz: "Ora, o Senhor é o Espírito". Esse versículo nos diz não<br />
apenas qu<strong>em</strong> é Jesus, mas também o que Ele é. Jesus é o Espírito. Espírito é a Sua substância, a<br />
Sua essência.<br />
Para comer Jesus, primeiramente <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os saber que Ele é o Espírito. Ele não é apenas Deus,<br />
apenas hom<strong>em</strong>, apenas nosso Re<strong>de</strong>ntor, apenas nosso Salvador, apenas nosso Senhor; Ele é até<br />
mesmo o Espírito. Uns diz<strong>em</strong> que Jesus está agora no céu e opera <strong>em</strong> nós por meio do Espírito.<br />
Outros diz<strong>em</strong> que Ele está no Espírito. Entretanto, é realmente difícil encontrar versículos no<br />
Novo Testamento que digam que Jesus opera <strong>em</strong> nós por meio do Espírito e não há versículos<br />
que digam que Jesus está no Espírito. Mas é fácil encontrar versículos que nos diz<strong>em</strong> que Jesus<br />
hoje é o Espírito (Jo 14: 16-20; 1 Co 15:45; 2 Co 3: 17). Visto que muitos cristãos não têm clareza<br />
<strong>de</strong> que hoje o Senhor é o Espírito, eles não sab<strong>em</strong> como comê-Lo.<br />
Em João 6, quando o Senhor disse ser o pão da vida e que eles <strong>de</strong>viam comê-Lo, os discípulos<br />
ju<strong>de</strong>us ficaram incomodados. Alguns não enten<strong>de</strong>ram. Por isso Ele lhes respon<strong>de</strong>u, dizendo: "O<br />
Espírito é o que dá vida" (v'. 63). Isto indicava que para ser o pão que dá vida, Ele teria <strong>de</strong> ser o<br />
Espírito. Mais tar<strong>de</strong>, Ele foi à cruz, morreu ali e foi ressuscitado, tornando-se Espírito que dá vida<br />
(1 Co 15:45). Que é Jesus? Ele é o Espírito.<br />
ONDE ESTÁ JESUS<br />
Segunda Timóteo 4:22 nos diz claramente on<strong>de</strong> está o Senhor Jesus. Ali diz: "O Senhor seja com<br />
teu espírito". On<strong>de</strong> está o Senhor Jesus hoje? Louvado seja o Senhor por 2 Timóteo 4:22! Nunca<br />
<strong>de</strong>v<strong>em</strong>os esquecer esse versículo. Ele nos diz on<strong>de</strong> está o Senhor Jesus hoje. Está no nosso<br />
espírito. Esses dois espíritos, o Senhor Jesus como o Espírito que dá vida e o nosso espírito,<br />
estão unidos como um único espírito (1 Co 6:17).<br />
UM ESPÍRITO FORTE<br />
Então, t<strong>em</strong>os o terceiro versículo, 2 Timóteo 1:7. O espírito que t<strong>em</strong>os, nosso espírito humano,<br />
não é um espírito <strong>de</strong> covardia. Não é um espírito fraco, mas um espírito <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, e <strong>de</strong> amor, e <strong>de</strong><br />
mo<strong>de</strong>ração, ou mente sóbria.
SEGUIR COM OS QUE INVOCAM O SENHOR<br />
Após perceber que t<strong>em</strong>os tal espírito, que far<strong>em</strong>os nós? Há um quarto versículo, 2 Timóteo 2:22:<br />
"Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, <strong>de</strong> coração puro, invocam o Senhor". Esse<br />
versículo nos diz que <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os buscar as virtu<strong>de</strong>s espirituais invocando-O <strong>de</strong> coração puro.<br />
Assim: 1) o Senhor Jesus é o Espírito; 2) Ele está no nosso espírito; 3) o nosso espírito é um<br />
espírito forte; 4) t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> seguir com os que, <strong>de</strong> coração puro, invocam o Senhor, exercitando o<br />
espírito.<br />
LER-ORAR A PALAVRA<br />
A seguir, t<strong>em</strong>os o quinto versículo, 2 Timóteo 3:16:"Toda Escritura é soprada por Deus" (lit). O<br />
Senhor não é apenas o Espírito <strong>em</strong> nosso espírito. Ele é, também, a Palavra na Escritura. Toda<br />
palavra na Bíblia é Seu sopro. As Escrituras nos ajudam a invocar o Senhor, a inspirar o Senhor.<br />
A palavra grega pneuma, traduzida como Espírito, também significa fôlego, ar ou vento. Portanto,<br />
o Senhor Jesus, como o Espírito é o fôlego <strong>de</strong> vida para nós. Se você sabe que o Senhor Jesus é o<br />
Espírito, o fôlego, fácil é inspirá-Lo. Qu<strong>em</strong> não sabe como respirar po<strong>de</strong> dizer que invocar o<br />
Senhor é muito simples. Para ele, dizer "ó Senhor Jesus! Ó Senhor Jesus!" é simples d<strong>em</strong>ais.<br />
Contudo, se ele não gosta <strong>de</strong> ser tão simples, há sessenta e seis livros que pod<strong>em</strong> ser usados. Ele<br />
po<strong>de</strong> abrir <strong>em</strong> qualquer capítulo, qualquer versículo, qualquer linha e começar a orar. Por<br />
ex<strong>em</strong>plo, ele po<strong>de</strong>ria orar: "No princípio criou Deus. Amém! No princípio, oh! no princípio!<br />
amém! Criou Deus. Criou Deus os céus e a terra. Aleluia!"(Gn 1:1).<br />
A Bíblia é um <strong>de</strong>pósito maravilhoso. Vá às Escrituras e pegue todas as riquezas <strong>de</strong> Cristo (Ef 3:8).<br />
Não vá apenas para ler, exercitando a mente. Isso po<strong>de</strong>rá secá-lo. Juntamente com a leitura, você<br />
<strong>de</strong>ve exercitar o espírito, orando o que lê. Se o fizer, certamente você será enchido do Senhor.<br />
Isso é alimentar-se Dele. Muitos pod<strong>em</strong> testificar que isso é verda<strong>de</strong>. Depois <strong>de</strong> experimentar,<br />
você jamais quererá <strong>de</strong>sistir disso. Entretanto, não insista nisso como se fosse um it<strong>em</strong> essencial<br />
da nossa fé cristã.<br />
INVOCAR E LER-ORAR COMO A MELHOR PRÁTICA<br />
Romanos 10:12 diz: "O mesmo é o Senhor <strong>de</strong> todos, rico para com todos os que o invocam".<br />
Como você po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sfrutar as riquezas <strong>de</strong> Cristo? A melhor maneira é invocá-Lo. O Senhor é rico<br />
para com todos os que O invocam. Em qualquer t<strong>em</strong>po, <strong>em</strong> qualquer situação, simplesmente<br />
invoque: "ó Senhor Jesus! Ó Senhor Jesus!" Não tente livrar-se das situações. Se você não sabe<br />
como respon<strong>de</strong>r a alguém, se não sabe o que fazer, se t<strong>em</strong>e per<strong>de</strong>r a calma, se t<strong>em</strong> medo <strong>de</strong> ser<br />
tentado, invoque o nome do Senhor. Ele é rico para com todos os que O invocam.<br />
Em 1 Coríntios 12:13 diz-se que "a todos nós foi dado beber <strong>de</strong> um só Espírito". Fomos<br />
posicionados para beber, mas como beber<strong>em</strong>os? No mesmo capítulo, versículo 3, é dito que<br />
"ninguém po<strong>de</strong> dizer: Senhor Jesus!, senão pelo Espírito Santo". Em outras palavras, quando você<br />
diz "Senhor Jesus", você o faz no Espírito Santo. Portanto, todos precisamos praticar, dizendo: "ó<br />
Senhor Jesus". Esse é o verda<strong>de</strong>iro invocar ao Senhor. Não é simplesmente orar. Não é<br />
simplesmente pedir. É chamá-Lo.<br />
Lamentações 3:55-56 diz: "Da mais profunda cova, SENHOR, invoquei o teu nome. Ouviste a<br />
minha voz; não escondas o ouvido aos meus lamentos, ao meu clamor". Gosto da palavra: "Da<br />
mais profunda cova invoquei o teu nome". As vezes, nossa querida esposa ou marido é a nossa<br />
mais profunda cova. Da sua mais profunda cova, invoque o nome do Senhor.<br />
A palavra lamentos também po<strong>de</strong> ser traduzida por suspiros, respiração. Assim, esses versículos<br />
também nos mostram que o nosso clamor, o nosso invocar o nome do Senhor é o nosso respirar.<br />
No respirar está o beber, e no beber está o comer. Quando respira, você bebe; quando bebe, você<br />
come. Abra-se a partir do seu espírito e, com a boca, invoque: "ó Senhor Jesus". É tão doce, tão
estaurador, tão confortante e traz tanta luz. Também, fortifica tanto e sacia tanto. Depois, tente<br />
ler-orar.<br />
Essas duas questões são muito práticas para a vida da igreja. Os primeiros cristãos praticavam<br />
invocar o nome do Senhor. Era uma evidência <strong>de</strong> que eram seguidores <strong>de</strong> Jesus como o povo da<br />
igreja (Atos 9:14). E o apóstolo Paulo, <strong>em</strong> Efésios, um livro que fala sobre a igreja, exortou os<br />
crentes a tomar a palavra <strong>de</strong> Deus com toda oração" (6:17-18). Receber a palavra <strong>de</strong> Deus com<br />
oração, ou por meio <strong>de</strong> oração é por meio <strong>de</strong> oração é ler-orar a Palavra. Isso é para que a igreja<br />
seja prevalecente contra o po<strong>de</strong>r maligno <strong>de</strong> Satanás, como mostra Efésios 6.<br />
Ninguém po<strong>de</strong> dizer que o ler-orar não está na Bíblia. Po<strong>de</strong>-se dizer que, na Bíblia, não há o<br />
termo "ler-orar". A palavra "Trinda<strong>de</strong>" também não está na Bíblia, mas o fato da Trinda<strong>de</strong> está. O<br />
fato do ler-orar também está na Bíblia. Portanto, precisamos receber a Palavra <strong>de</strong> Deus com<br />
oração. Mas não pense que estou ensinando isso como parte da nossa fé cristã. Não estou<br />
ensinando invocar o Senhor e ler-orar a Bíblia como itens essenciais da fé cristã, mas estou<br />
recomendando-os como a melhor prática para a vida da igreja.<br />
O ENSINAMENTO SAUDÁVEL<br />
Na leitura bíblica, no começo <strong>de</strong>ste capítulo, incluímos 2 Timóteo 4:3 e 1:13. Esses versículos<br />
diz<strong>em</strong> respeito à palavra saudável, ao ensinamento saudável. Por que, no fim <strong>de</strong> seu ministério, o<br />
apóstolo Paulo disse a Timóteo que cuidasse do ensinamento saudável? Porque, naquela época,<br />
havia ensinamentos que não eram saudáveis. A versão Atualizada diz "sã doutrina" e "sãs<br />
palavras", nesses versículos. Outras traduções usam as palavras "ensinamento fundamental" ou<br />
"palavras fundamentais", mas tanto sã como fundamental não expressam a<strong>de</strong>quadamente o<br />
significado da palavra grega. A melhor tradução é "saudável". Po<strong>de</strong> haver ensinamentos, mas<br />
esses ensinamentos pod<strong>em</strong> não ser saudáveis. Não ministram nenhum nutriente. Dev<strong>em</strong>os<br />
importar-nos com ensinamentos saudáveis.<br />
A saú<strong>de</strong> está relacionada com a nossa vida física. Também precisamos <strong>de</strong> algum ensinamento<br />
saudável relacionado com a nossa vida espiritual. Paulo diz que virá o t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que as pessoas<br />
não tolerarão ensinamentos saudáveis (2 Tm 4:3). Elas serão como o povo <strong>de</strong> Israel no <strong>de</strong>serto,<br />
que consi<strong>de</strong>rava o maná algo muito simples. Eles queriam comer alhos e cebolas do Egito. Não<br />
podiam suportar comida simples. É isso o que Paulo queria dizer quando falou que virá o t<strong>em</strong>po<br />
<strong>em</strong> que as pessoas não suportarão ensinamentos saudáveis. Elas terão coceira nos ouvidos,<br />
amontoando para si mesmas mestres e mais mestres.<br />
Muitos cristãos <strong>de</strong> hoje têm ouvidos coçando para ouvir ensinamentos, mas poucos <strong>de</strong>sses<br />
ensinamentos são saudáveis. Não precisamos <strong>de</strong> ensinamentos que satisfaçam ouvidos com<br />
coceira. Precisamos <strong>de</strong> ensinamentos saudáveis que aliment<strong>em</strong> o nosso espírito. Alguns pod<strong>em</strong><br />
perguntar: "Será que não precisamos <strong>de</strong> alguns ensinamentos?" Sim, precisamos, mas não<br />
precisamos do tipo que satisfaz a coceira dos ouvidos. Precisamos <strong>de</strong> ensinamentos que são<br />
saudáveis, que possam nutrir o nosso espírito.<br />
Os ensinamentos que o Senhor <strong>de</strong>u à Sua restauração são saudáveis, cheios <strong>de</strong> nutrientes. Se a<br />
pessoa não se importa com seus ouvidos coçando, mas apenas com seu espírito faminto, ela<br />
certamente irá apreciar todos esses ensinamentos. O Senhor é o Espírito, o Senhor seja com o<br />
seu espírito, você t<strong>em</strong> um espírito forte, você t<strong>em</strong> <strong>de</strong> exercitar seu espírito ao invocar o Senhor, e<br />
t<strong>em</strong> <strong>de</strong> ler-orar Sua Palavra - esses são ensinamentos saudáveis que o Senhor nos <strong>de</strong>u para a<br />
prática da vida da igreja.
PROFETIZAR NAS REUNIÕES<br />
Enfatizarei, agora, mais uma coisa que também é parte do aspecto prático da vida da igreja.<br />
Quando era jov<strong>em</strong>, foi-me ensinado que não <strong>de</strong>veríamos dizer ou fazer nada numa" reunião, a<br />
não ser que tivéss<strong>em</strong>os a inspiração do Espírito Santo <strong>de</strong> Deus. Mais tar<strong>de</strong>, vim a saber que o<br />
movimento pentecostal dizia às pessoas que orass<strong>em</strong> e esperass<strong>em</strong> até que algo caísse do céu<br />
sobre elas. Mas, <strong>em</strong> 1 Coríntios, no que se refere às reuniões, não há nenhum versículo que nos<br />
diga que t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> ganhar a inspiração do Espírito Santo antes <strong>de</strong> funcionar numa reunião.<br />
Tampouco há um versículo nesse livro que nos diga que t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> esperar até que algo caia do<br />
céu sobre nós. Entretanto, 1 Coríntios 14:31 diz: "Porque todos po<strong>de</strong>reis profetizar, um após<br />
outro". O versículo seguinte diz: "Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos próprios profetas".<br />
Isso significa que nós, como profetas, t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> dar a ord<strong>em</strong> ao nosso espírito. Suponha que você<br />
esteja para andar. Você espera por alguma inspiração? Espera até que algo caia do céu sobre<br />
você? Como pessoas vivas, t<strong>em</strong>os dois pés. Eles estão sujeitos a nós. Quando é hora <strong>de</strong> andar,<br />
simplesmente lhes damos a ord<strong>em</strong>. Quando você v<strong>em</strong> para a reunião, quando está <strong>em</strong> casa ou<br />
quando está <strong>em</strong> outros lugares, diga algo, profetize pelo Senhor. Tome a iniciativa e dê a ord<strong>em</strong><br />
ao seu espírito. Exercite-o e fale algo. Esse é o conceito da Bíblia, mas não é o conceito do hom<strong>em</strong><br />
natural ou do hom<strong>em</strong> religioso. Religiosa e naturalmente, não t<strong>em</strong>os tal conceito. O conceito<br />
religioso e natural é que t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> esperar pela inspiração do Senhor, ou que t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> orar e<br />
esperar até que algo caia do céu sobre nós, <strong>de</strong> maneira sobrenatural, miraculosa. Todavia, o<br />
conceito da Bíblia é que, hoje, o Senhor Jesus, como o Espírito que dá vida, está no nosso espírito<br />
(1 Co 15:45; 2 Tm 4:22) e que t<strong>em</strong>os um espírito forte (2 Tm 1:7). Não apenas t<strong>em</strong>os um espírito<br />
forte, mas também um espírito rico porque o Senhor, que é rico, está <strong>em</strong> nosso espírito. Que<br />
far<strong>em</strong>os agora? Dev<strong>em</strong>os profetizar. Dev<strong>em</strong>os falar algo pelo Senhor. Se cr<strong>em</strong>os que a palavra <strong>em</strong><br />
1 Coríntios 14:31 é a palavra <strong>de</strong> Deus, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os recebê-la e praticá-la. Tome a iniciativa e comece<br />
a dizer algo pelo Senhor. Diga ao seu espírito para seguir você e você terá algo a dizer.<br />
Às vezes, quando chegamos às reuniões um pouco cansados, ou até mesmo um pouco<br />
preguiçosos, gostaríamos <strong>de</strong> pedir ao Senhor que nos dê férias, um <strong>de</strong>scanso <strong>de</strong> falar. Quando<br />
faz<strong>em</strong>os isso, perd<strong>em</strong>os a oportunida<strong>de</strong>. Entretanto, muitas vezes, quando nos sentimos<br />
cansados e t<strong>em</strong>os o sentimento <strong>de</strong> que não pod<strong>em</strong>os falar nada, ainda há uma espécie <strong>de</strong><br />
incitação interior para falarmos algo. Quando acontece isso e falamos, aquela é s<strong>em</strong>pre a melhor<br />
palavra. Em outras ocasiões, você veio para a reunião pensando que tinha uma palavra para falar<br />
e falou-a, mas foi uma palavra pobre. Por quê?<br />
Porque você teve <strong>de</strong> exercitar, pelo menos um pouco, a sua mente para recordar o que recebeu<br />
naquela manhã. Isso se tornou uma distração que o levou do espírito para a mente. Entretanto,<br />
se você sente que não t<strong>em</strong> nada para falar, ainda assim sente-se incitado a falar e o faz, essa será<br />
uma palavra maravilhosa.<br />
T<strong>em</strong>os uma fonte maravilhosa <strong>em</strong> nosso interior. T<strong>em</strong>os tal espírito forte e t<strong>em</strong>os tal Espírito<br />
divino, rico no nosso espírito. Esse é o nosso capital. Para fazer negócios, você precisa <strong>de</strong> capital.<br />
Como cristãos, t<strong>em</strong>os um capital <strong>de</strong> bilhões <strong>de</strong> dólares. Seja forte para usá-lo.<br />
CONCLUSÃO<br />
Não consi<strong>de</strong>re o que apresentei neste capítulo como algo da nossa fé cristã. Esses pontos não são<br />
parte da nossa fé cristã. Entretanto, são o aspecto prático, até mesmo o melhor, o mais<br />
proveitoso aspecto prático da vida da igreja. Não são exigidos para a salvação; são<br />
recomendáveis para a prática da igreja. Espero que todos ponhamos <strong>em</strong> prática esses pontos.
CAPÍTULO 7<br />
O ASPECTO PRÁTICO DA VIDA DA IGREJA (3)<br />
Leitura Bíblica: Jo 15:12,17; Mt 20:25-27; 23:8-11; 1 Pe 5:1-3,5; Rm 12:4-5; Ap 1:5b-6a;<br />
5:9b-10a; Jo 15:5, 8, 16; 21:15b, 16b, 17b; At 8:1; 11:19-22<br />
Nos últimos dois capítulos vimos que a vida é a coisa primordial na prática da vida da igreja. Para<br />
a experiência e <strong>de</strong>sfrute da vida, precisamos alimentar-nos do Senhor Jesus. À medida que<br />
com<strong>em</strong>os, cresc<strong>em</strong>os <strong>em</strong> vida, e o resultado é a edificação. Vimos também o que o Senhor Jesus é,<br />
on<strong>de</strong> Ele está e a maneira <strong>de</strong> comê-Lo. A melhor maneira <strong>de</strong> comê-Lo é invocar o Seu nome e lerorar<br />
a Sua Palavra.<br />
Neste capítulo, abordarei oito pontos adicionais.Eles são muito práticos e estratégicos para a<br />
vida da igreja. Não são itens da nossa fé cristã, mas são coisas necessárias no aspecto prático da<br />
vida da igreja. Para ser prevalecente, a igreja numa cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ter esses itens como partes da<br />
sua prática.<br />
AMOR FRATERNAL<br />
Primeiro, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os praticar o amor fraternal (Jo 15:12,17). O nome "Filadélfia" (Ap 3:7) significa<br />
amor fraternal. T<strong>em</strong>os <strong>de</strong> amar uns aos outros; todavia, o nosso amor não <strong>de</strong>ve ser algo<br />
mundano, <strong>em</strong>ocional ou carnal. Deve ser no espírito, cheio da vida <strong>de</strong> Cristo. Todavia, não<br />
<strong>de</strong>v<strong>em</strong>os espiritualizar nosso amor. T<strong>em</strong>os <strong>de</strong> amar a partir do nosso espírito, mas às vezes<br />
nosso amor t<strong>em</strong> <strong>de</strong> ser material. Se v<strong>em</strong>os uma necessida<strong>de</strong> material, física, <strong>de</strong> um irmão,<br />
<strong>de</strong>v<strong>em</strong>os satisfazê-la; porém, não <strong>de</strong> maneira mundana. Dev<strong>em</strong>os orar e buscar a direção do<br />
Senhor para o que fazer. A maneira mundana é fazer um espetáculo do nosso amor e ter algum<br />
objetivo <strong>de</strong> proveito próprio para ele. Mas o amor fraternal a<strong>de</strong>quado, na vida da igreja, não t<strong>em</strong><br />
nenhum objetivo <strong>de</strong> proveito próprio n<strong>em</strong> faz nenhum espetáculo.<br />
Suponha que um irmão esteja <strong>de</strong>s<strong>em</strong>pregado e não tenha dinheiro. Além disso, ele está doente e<br />
necessitado. Dev<strong>em</strong>os buscar orientação e sabedoria do Senhor quanto a como ministrar algo<br />
para suprir-lhe a necessida<strong>de</strong>. Muitas vezes o Senhor nos guiará a não <strong>de</strong>ixar que ele saiba que<br />
estamos oferecendo algo para suprir-lhe a necessida<strong>de</strong>. Nós o faz<strong>em</strong>os <strong>em</strong> secreto. Dessa<br />
maneira, nosso amor o ajuda e também glorifica o Senhor.<br />
Não ame <strong>de</strong> maneira carnal. Às vezes, quando os jovens não amam alguém, eles simplesmente<br />
não se importam com aquela pessoa. Mas quando começam a amar, amam <strong>de</strong> maneira que causa<br />
dano aos outros. Por ex<strong>em</strong>plo: um irmão po<strong>de</strong> ter vinte e um anos e outro vinte. Eles começam a<br />
amar um ao outro e, como resultado, compartilham até roupas e sapatos. Esse é um tipo <strong>de</strong> amor<br />
carnal. Não há discernimento no espírito e nenhuma limitação ou restrição. Não importa o<br />
quanto nos amenos uns aos outros, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os, ainda, guardar distância <strong>de</strong> discernimento no<br />
espírito e ser restringidos.<br />
Se, por algum motivo, um irmão precisa <strong>de</strong> uma camisa ou um par <strong>de</strong> sapatos, t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> amá-lo e<br />
fazer algo para suprir-lhe a necessida<strong>de</strong>, mas não <strong>de</strong> maneira carnal. Deve ser no espírito.<br />
Quando buscamos o Senhor, exercitando o discernimento <strong>em</strong> nosso espírito, Ele po<strong>de</strong> orientarnos<br />
a colocar uma quantia num envelope e en<strong>de</strong>reçá-la ao irmão. Dentro do envelope pod<strong>em</strong>os,<br />
também, pôr uma anotação, dizendo-lhe que o dinheiro anexo v<strong>em</strong> do Senhor para ele comprar<br />
uma camisa. Então, colocamos o envelope na caixa <strong>de</strong> ofertas s<strong>em</strong> expor <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> veio a oferta.<br />
Talvez us<strong>em</strong>os até letra <strong>de</strong> forma para que ele não saiba qu<strong>em</strong> fez a oferta. O envelope ser-lhe-á<br />
dado pela igreja e, quando ele o abrir e ler para que é <strong>de</strong>signada a oferta, ficará muito tocado pelo<br />
Senhor. Para ele, a quantia é como o maná que veio dos céus. Dessa maneira, jamais<br />
estimular<strong>em</strong>os a gratidão carnal <strong>de</strong> um irmão. Um amor genuíno foi expresso para com o irmão e<br />
isso foi uma glória para o Senhor; todavia, tudo foi oculto <strong>de</strong>le. Materialmente, ele po<strong>de</strong> não<br />
saber qu<strong>em</strong> lhe <strong>de</strong>u a oferta, mas, espiritualmente, percebeu no ofertante o amor do Senhor para
com ele. O que recebe a oferta sente o amor do Senhor daquele que <strong>de</strong>u a oferta. Esse tipo <strong>de</strong><br />
amor é puro, <strong>em</strong>bora oculto. Ele tudo faz para o benefício da igreja e para o benefício do querido<br />
irmão. Ele também glorifica o Senhor e não dá ao inimigo chance <strong>de</strong> vir e danificar algo.<br />
Por outro lado, se estou necessitado, não <strong>de</strong>vo <strong>de</strong>ixar que os outros saibam da minha<br />
necessida<strong>de</strong>. Na China, tiv<strong>em</strong>os uma cooperadora idosa, a mais idosa entre nós. Ela s<strong>em</strong>pre nos<br />
dizia que não tivéss<strong>em</strong>os uma fé que exige o amor dos outros. Ter tal fé <strong>de</strong>clara que tenho fé <strong>em</strong><br />
Deus para o meu viver, mas, <strong>de</strong>ixo você saber o quanto necessito. Não <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os jamais mostrar a<br />
nossa pobreza, mas esforçar-nos ao máximo para trabalhar e ganhar algum dinheiro. Se amamos<br />
os outros, nunca <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os sobrecarregá-los. Alguns santos pensam que, porque t<strong>em</strong>os amor<br />
fraternal, não é necessário que eles trabalh<strong>em</strong> tanto. Isso não é amor fraternal. Amor fraternal<br />
s<strong>em</strong>pre cuida dos outros, nunca os sobrecarrega. Aprenda a cuidar das suas próprias<br />
necessida<strong>de</strong>s trabalhando a<strong>de</strong>quadamente, trabalhando bastante e ganhando algo para os<br />
outros.<br />
Na igreja <strong>em</strong> Taipé, Formosa, todo domingo e até mesmo após algumas reuniões s<strong>em</strong>anais<br />
quando os responsáveis abr<strong>em</strong> a caixa <strong>de</strong> ofertas, há muitos envelopes e <strong>em</strong>brulhos com<br />
dinheiro. Eles são dirigidos a <strong>de</strong>terminada irmã que está doente no hospital, ou a um irmão que<br />
precisa <strong>de</strong> custeio para os estudos, ou para muitos outros que estão com certas necessida<strong>de</strong>s. Ali<br />
há todo tipo <strong>de</strong> <strong>em</strong>brulhos; entretanto, as pessoas que receb<strong>em</strong> a ajuda não sab<strong>em</strong> qu<strong>em</strong> a <strong>de</strong>u.<br />
Somente o Senhor sabe. Esse é um amor básico.<br />
Se esse tipo <strong>de</strong> amor for praticado, ele prova que a igreja <strong>em</strong> que estou ama o Senhor e que os<br />
santos ali levam o Senhor a sério. Esse tipo <strong>de</strong> amor edifica. Ele confirma, fortalece e une. Como<br />
alguém edificado numa igreja como essa, como eu po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong>sviado da igreja? É impossível.<br />
Isso é o amor verda<strong>de</strong>iro. Precisamos <strong>de</strong> um amor como esse, um amor que não é expresso <strong>de</strong><br />
maneira mundana, ou carnal, ou <strong>em</strong>ocional, mas cheia da vida do Senhor e que está<br />
absolutamente na sabedoria do Espírito. Praticamos o amor fraternal; entretanto, não sab<strong>em</strong>os<br />
qu<strong>em</strong> faz isto ou aquilo. Apenas sab<strong>em</strong>os que o Senhor o faz por intermédio dos santos, na igreja.<br />
NÃO EXERCER O SENHORIO<br />
Na igreja, ninguém <strong>de</strong>ve exercer o senhorio. Mateus 20:25-28; 23:8-11 e 1 Pedro 5:1-3, 5<br />
revelam que os governantes das nações exerc<strong>em</strong> senhorio sobre as pessoas, mas, na igreja, não<br />
há nenhum exercício do senhorio. T<strong>em</strong>os senhorio, mas do próprio Senhor. Ninguém, na igreja,<br />
não importa quanta responsabilida<strong>de</strong> tenha, quanta vida ministre aos santos, ou quanta graça<br />
tenha recebido do Senhor para edificação das igrejas locais, jamais <strong>de</strong>ve exercer qualquer<br />
senhorio sobre os outros. Somos todos irmãos (Mt 23:8). Dev<strong>em</strong>os exercer apenas a<br />
fraternida<strong>de</strong>; não exerc<strong>em</strong>os nenhum tipo <strong>de</strong> senhorio.<br />
Os amados que li<strong>de</strong>ram <strong>em</strong> todas as igrejas locais e todos os outros irmãos, jamais <strong>de</strong>v<strong>em</strong><br />
consi<strong>de</strong>rar que <strong>de</strong>ve haver algo como senhorio humano exercido nas igrejas. Não t<strong>em</strong>os<br />
diferentes classes na vida da igreja. T<strong>em</strong>os apenas uma classe: os irmãos. Não há classe alta e<br />
baixa. Digo novamente: alguém po<strong>de</strong> ser muito usado pelo Senhor e ser cheio <strong>de</strong> Sua presença,<br />
da vida do Senhor, do po<strong>de</strong>r do Senhor e, até mesmo, da autorida<strong>de</strong> do Senhor, mas não <strong>de</strong>ve<br />
exercer nenhum senhorio sobre os outros. Exercer senhorio sobre qualquer pessoa é errado. O<br />
Senhor Jesus disse: "Qu<strong>em</strong> quiser tornar-se gran<strong>de</strong> entre vós, será esse o que vos sirva" (Mt<br />
20:26). O maior, nas igrejas locais, é o servo <strong>de</strong> todos os irmãos. Nós não exerc<strong>em</strong>os senhorio,<br />
mas t<strong>em</strong>os escravidão voluntária. Não somos escravizados por ninguém, mas gostamos <strong>de</strong> ser<br />
escravos <strong>de</strong> todos. Isso é maravilhoso e é a vida da igreja. Não t<strong>em</strong>os nenhum mestre humano<br />
(Mt 23:8). T<strong>em</strong>os apenas um mestre divino: o Senhor Jesus.<br />
Também não <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os chamar ninguém <strong>de</strong> pai. Fazer isso contradiz totalmente o ensino do<br />
Senhor <strong>em</strong> Mateus 23:9. T<strong>em</strong>os apenas um pai: nosso Pai no céu. Não há postos na vida da igreja.
Não há pessoas superiores ou inferiores. Todos estão no mesmo nível e todos têm a mesma<br />
patente. Somos todos irmãos.<br />
EXERCITAR A OBEDIÊNCIA<br />
Não exerc<strong>em</strong>os senhorio, mas exercitamos a obediência. Obe<strong>de</strong>c<strong>em</strong>os uns aos outros. Em 1<br />
Pedro 5:5, a Bíblia diz: "Jovens: se<strong>de</strong> submissos aos que são mais velhos". A Bíblia também diz:<br />
"Sujeitando-vos uns aos outros" (Ef 5:21). Não apenas os jovens sujeitam-se aos mais velhos -<br />
até os mais velhos têm <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a submissão. Todos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> submeter-se uns aos outros. Esse<br />
é o equilíbrio. Tráfego <strong>de</strong> uma só mão leva s<strong>em</strong>pre a um extr<strong>em</strong>o. Precisamos <strong>de</strong> um tráfego <strong>em</strong><br />
duas mãos. Por ex<strong>em</strong>plo: às vezes, numa família, os pequeninos equilibram os pais. Os filhos<br />
pod<strong>em</strong> dizer: "Papai, por que você dorme tão tar<strong>de</strong>? Mamãe, está na hora <strong>de</strong> você ir para a cama.<br />
Mamãe, papai, porque vocês falam tanto? Mamãe, por que você gosta tanto <strong>de</strong> si mesma? Por que<br />
você não ama o papai? Papai, você não percebe que meu tio precisa <strong>de</strong> algo?"<br />
Às vezes nossos filhos são usados pelo Senhor para nos dizer algo. Todos nós, os pais,<br />
precisamos do equilíbrio dos filhos. Nunca <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os pensar: "Eu sou o pai; portanto, todos na<br />
família têm <strong>de</strong> me ouvir." Todos precisamos <strong>de</strong> equilíbrio.<br />
Na vida da igreja, os irmãos nunca <strong>de</strong>v<strong>em</strong> forçar as irmãs a se sujeitar a eles. Alguns irmãos, na<br />
igreja <strong>em</strong> certas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>claram às irmãs que, com base <strong>em</strong> 1 Coríntios 11:3, eles são cabeça<br />
das mulheres e que todas as irmãs têm <strong>de</strong> se submeter a eles. Certamente, esse tipo <strong>de</strong><br />
encabeçamento precisa ser equilibrado. Os irmãos precisam do equilíbrio das irmãs. Todos<br />
precisamos apren<strong>de</strong>r algo dos outros. S<strong>em</strong> esse equilíbrio, só haverá tráfego <strong>em</strong> uma direção e<br />
isso s<strong>em</strong>pre leva a um extr<strong>em</strong>o.<br />
Na igreja, eu posso ser um dos presbíteros locais; todavia, ainda preciso estar sujeito a todos os<br />
irmãos - até mesmo às irmãs - e ouvi-los. Todos os presbíteros <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ouvir os conceitos, as<br />
sensações, os sentimentos e as palavras dos outros. Depois <strong>de</strong>v<strong>em</strong> levar o produto <strong>de</strong> toda a<br />
comunhão ao Senhor e buscar a Sua orientação. Talvez a <strong>de</strong>cisão não seja tomada segundo o<br />
sentimento dos presbíteros, mas <strong>em</strong> parte segundo o que sent<strong>em</strong> os irmãos, e <strong>em</strong> parte segundo<br />
a revelação do Senhor. Então a igreja é guardada <strong>em</strong> equilíbrio e po<strong>de</strong> prosseguir <strong>de</strong> maneira<br />
a<strong>de</strong>quada.<br />
EXERCER A FUNÇÃO<br />
Dev<strong>em</strong>os também praticar ser todos, na igreja, m<strong>em</strong>bros funcionantes no Corpo (Rm 12:4-5; 1<br />
Co 14:24-26, 31-32). Não <strong>de</strong>ve acontecer <strong>de</strong> apenas uns poucos ser<strong>em</strong> os m<strong>em</strong>bros funcionantes<br />
e os restantes, passivos. Todos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser m<strong>em</strong>bros ativos. Uma <strong>de</strong>gradação séria entre os<br />
cristãos é que a maioria <strong>de</strong>les é passiva. Portanto, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os exercitar o verda<strong>de</strong>iro ministério do<br />
Corpo. Hoje, quando as pessoas falam sobre o ministério do Corpo, elas consi<strong>de</strong>ram que dois,<br />
três ou quatro ministérios são o ministério do Corpo. Mas o ministério do Corpo é quando todos<br />
os m<strong>em</strong>bros estão funcionando. Se trezentos estão reunidos, todos os trezentos <strong>de</strong>v<strong>em</strong><br />
funcionar.<br />
Nosso corpo t<strong>em</strong> muitas partes. Quando andamos ou pulamos, todas as partes funcionam;<br />
nenhuma parte fica passiva. Todos os santos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ficar encorajados a entrar nessa prática. Se<br />
formos pedir um hino, é melhor ajudar alguém mais jov<strong>em</strong> ou fraco a pedi-lo. Também <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os<br />
ajudar todos os m<strong>em</strong>bros a se levantar e dizer algo. Talvez, alguém possa dizer apenas: "ó<br />
Senhor Jesus"; entretanto, esse po<strong>de</strong> ser o começo do exercício da sua função.<br />
Por outro lado, alguns são ativos d<strong>em</strong>ais. Esses precisam dar oportunida<strong>de</strong> aos outros e tornarse<br />
ativos <strong>em</strong> ajudar os outros a funcionar.
O SACERDÓCIO UNIVERSAL<br />
Precisamos também praticar o sacerdócio universal (Ap 1:6; 5:10), o qual significa que todo<br />
crente é um sacerdote. Na prática da vida da igreja, não <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os ter clérigos e leigos, mas<br />
apenas sacerdotes. No Corpo <strong>de</strong> Cristo somos m<strong>em</strong>bros e, no serviço a Deus Pai, sacerdotes. Por<br />
isso, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os não apenas funcionar nas reuniões; <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os também servir. Na igreja há muitos<br />
serviços, e todos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> tomar parte neles. Seja um sacerdote que serve, não apenas um m<strong>em</strong>bro<br />
funcionante. Todos <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os praticar isso.<br />
ESFORÇAR-SE POR PRODUZIR FRUTO<br />
Na vida da igreja todos precisamos frutificar. O Senhor Jesus disse: "Eu vos escolhi a vós outros, e<br />
vos <strong>de</strong>signei para que va<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>is frutos, e o vosso fruto permaneça" (Jo 15:16). Isso não é ter<br />
unicamente uma expansão pela pregação do evangelho. Também não é apenas "ganhar almas". É<br />
transmitir vida aos outros. Em Mateus 28: 19, Marcos 16:15 e Lucas 24:47, é-nos dito para ir e<br />
pregar, mas, no Evangelho <strong>de</strong> João, é dito para ir e frutificar. O Evangelho <strong>de</strong> João é um livro<br />
sobre a vida; portanto, a pregação, a expansão, nesse livro, é a transmissão <strong>de</strong> vida a outros,<br />
fazendo com que eles se torn<strong>em</strong> frutos.<br />
Nunca diga que números nada significam. Em Atos 11:21, o registro divino diz: "Muitos, crendo,<br />
se converteram". Se números nada significass<strong>em</strong>, o Espírito Santo nunca teria dito isso. Na vida<br />
conjugal precisamos <strong>de</strong> filhos. Se, após um longo período, um casal não t<strong>em</strong> filhos, isso indica<br />
que algo está errado. Gerar filhos é, também, simplesmente para transmitir a vida que t<strong>em</strong>os aos<br />
nossos filhos.<br />
Também precisamos <strong>de</strong> alguns filhos espirituais. Precisamos transmitir nossa vida espiritual aos<br />
nossos filhos espirituais. Se a igreja <strong>em</strong> <strong>de</strong>terminada cida<strong>de</strong> t<strong>em</strong> cinqüenta irmãos este ano,<br />
cinqüenta e um no ano que v<strong>em</strong> e quarenta e cinco no ano subseqüente, ela não <strong>de</strong>ve tentar<br />
justificar-se dizendo não se importar com números, mas apenas com qualida<strong>de</strong>. A igreja numa<br />
cida<strong>de</strong> precisa <strong>de</strong> números. Embora, num aspecto espiritual, alguns m<strong>em</strong>bros gerados possam<br />
ser inválidos, cegos, surdos ou coxos, isso ainda é bom. Na aparência, po<strong>de</strong> ser uma bagunça, mas<br />
é melhor do que nada, e algo surgirá daí. Alguns pais fisicamente coxos geraram filhos muitos<br />
fortes.<br />
Todas as igrejas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> encorajar todos os irmãos a produzir. Todos os santos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> esforçar-se<br />
para gerar fruto, fruto que permaneça. Não se preocupe, pensando que, se gerarmos muitos<br />
filhos, a igreja não po<strong>de</strong>rá cuidar <strong>de</strong>les e alguns morrerão. Talvez isso seja verda<strong>de</strong>, mas alguns<br />
permanecerão e isso é melhor do que nada. Todo casamento normal produz filhos. T<strong>em</strong>os <strong>de</strong><br />
enfatizar isso bastante e pô-lo <strong>em</strong> prática.<br />
ALIMENTAR OS CORDEIROS<br />
O ponto seguinte é alimentar os cor<strong>de</strong>iros (Jo 21:15-17).Dar fruto é uma coisa; alimentar os<br />
cor<strong>de</strong>iros é outra. Se somos a<strong>de</strong>quados, por um lado, trar<strong>em</strong>os muitos incrédulos às reuniões e,<br />
por outro, cuidar<strong>em</strong>os <strong>de</strong> vários recém convertidos. T<strong>em</strong>os <strong>de</strong> dar frutos e t<strong>em</strong>os, também, <strong>de</strong><br />
alimentar os cor<strong>de</strong>iros. Nesses dois aspectos, não <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os ser especiais ou particulares. A igreja<br />
é para todos, incluindo os jovens, os <strong>de</strong> meia-ida<strong>de</strong> e os mais velhos. A igreja é para todo tipo <strong>de</strong><br />
pessoas. Não sab<strong>em</strong>os <strong>de</strong> que direção o Senhor trará pessoas para a igreja. Enquanto Pedro<br />
estava sofrendo perseguição <strong>em</strong> Jerusalém, ele <strong>de</strong>ve ter pensado que Saulo <strong>de</strong> Tarso certamente<br />
iria para o inferno. Mas, superando a expectativa <strong>de</strong> Pedro, o Senhor fez <strong>de</strong> Saulo um apóstolo.<br />
A igreja não é edificada com as pessoas que queríamos ter, mas com as pessoas que Deus<br />
escolheu antes da fundação do mundo (Ef 1:4). Não pod<strong>em</strong>os predizer se nossos filhos, pais,
primos, colegas <strong>de</strong> escola ou vizinhos serão o povo da igreja. Somente o Senhor sabe. Nós tão<br />
somente prosseguimos <strong>de</strong> maneira geral, segundo a orientação do Senhor e damos frutos. Não<br />
faça nada especial, estranho ou peculiar, e não classifique as pessoas. O Senhor po<strong>de</strong> até levantar<br />
alguns bons santos <strong>de</strong>ntre os opositores. Qu<strong>em</strong> será salvo, qu<strong>em</strong> serão os presbíteros, qu<strong>em</strong><br />
serão os espirituais, somente o Senhor sabe. Isso não é da nossa alçada, mas da Dele. Entretanto,<br />
ainda t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> cumprir o nosso <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> dar frutos e alimentar os cor<strong>de</strong>iros. Isso não é obra<br />
sua, n<strong>em</strong> minha, n<strong>em</strong> mesmo nossa; é obra do Senhor.<br />
EXPANDIR POR MEIO DA MIGRAÇÃO<br />
Em Atos 8:1, v<strong>em</strong>os que veio perseguição contra a igreja <strong>em</strong> Jerusalém, dispersando assim os<br />
santos e forçando-os a migrar. Atos 11:19 mostra que os dispersos pregaram o evangelho por<br />
on<strong>de</strong> iam e algumas igrejas foram levantadas. As notícias voltaram à igreja <strong>em</strong> Jerusalém e <strong>de</strong> lá<br />
enviaram Barnabé para ter comunhão com eles (At 11:22). A expansão do evangelho e da vida<br />
da igreja, no primeiro século, começou pela migração dos santos. A saída dos apóstolos começou<br />
a partir <strong>de</strong> Antioquia (At 13:2-3).<br />
Portanto, muitos santos nas igrejas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser migrantes, migrando primeiro <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> <strong>em</strong><br />
cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> estado <strong>em</strong> estado, <strong>de</strong>ntro do país e, <strong>de</strong>pois, migrando para outros países. Por causa da<br />
restauração do Senhor, não <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os ser míopes e ter os olhos postos apenas na cida<strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />
residimos. Precisamos <strong>de</strong> uma visão mais ampla.<br />
Quanto mais uma igreja numa cida<strong>de</strong> entrega pessoas para a migração, mais pessoas ela ganha.<br />
Quanto mais a igreja segura, mais ela per<strong>de</strong>. Não tente segurar as pessoas. Esforce-se ao máximo<br />
para entregá-las à expansão do Senhor. Não seja míope, pensando que per<strong>de</strong>rá algo. Você jamais<br />
per<strong>de</strong>rá. Mesmo que perca nesta terra, certamente ganhará nos céus. Louvado seja o Senhor pelo<br />
caminho da migração!<br />
CONCLUSÃO<br />
Nenhum dos itens <strong>de</strong> que tratamos nos últimos três capítulos são aspectos essenciais da nossa fé<br />
cristã. Entretanto, eles <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser postos <strong>em</strong> prática; <strong>de</strong> outra maneira, a igreja numa cida<strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong>rá ser forte e prevalecente. Se todos esses itens for<strong>em</strong> postos <strong>em</strong> prática, a igreja se tornará<br />
forte e prevalecente. Esses não são itens da nossa fé cristã, mas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> tornar-se parte do<br />
aspecto prático da vida da igreja.