A Reforma Protestante de Martinho Lutero - IFCS

numa perspectiva mais ampla. Esses elementos teológicos e doutrinários podem ser
examinados dessa forma, como o fez Ernst Bloch 27 , uma vez que, apesar da filosofia
humanista e da exaltação da razão, era impossível, naquele momento, se imaginar um mundo
sem Deus.
Com um mundo impregnado por Deus, mas constituido por homens, não podemos
analisar a religião como uma relação entre os fiéis e a entidade divina, e sim como uma
relação entre os próprios homens 28 . A Reforma Protestante não foi um tribunal que julgou e
condenou a Igreja Católica em uma defesa de Deus e do puro Evangelho. Foi antes de tudo,
uma possibilidade criada para se reorganizar o mundo e para reformular a moral que o regia.
27 BLOCH, Ernst. Thomas Müntzer, teólogo de la Revolución. Madrid: La balsa de la Medusa, 2002.
28 FEBVRE, Lucien. Une question mal posée: les origines de la Réforme Française et le problème des causes de
la Réforme. In Au Coeur Réligieux du XVIe siècle. Paris: École des Hautes Études em Sciences Sociales, 1983,
p. 7-95.
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