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Um Guia para a Sabedoria Oculta da Cabala - Kabbalah.info

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<strong>Um</strong> <strong>Guia</strong><br />

<strong>para</strong> a<br />

<strong>Sabedoria</strong> <strong>Oculta</strong><br />

<strong>da</strong> <strong>Cabala</strong><br />

Terceira Edição


<strong>Um</strong> <strong>Guia</strong><br />

<strong>para</strong> a<br />

<strong>Sabedoria</strong> <strong>Oculta</strong><br />

<strong>da</strong> <strong>Cabala</strong><br />

Terceira Edição<br />

LAITMAN<br />

KABBAKLAH PUBLISHERS<br />

Rav Michael Laitmn, PhD


UM GUIA PARA A SABEDORIA OCULTA DA CABALA<br />

Copyright © 2008 por MICHAEL LAITMAN<br />

Todos os direitos reservados<br />

Publicado por Laitman <strong>Kabbalah</strong> Publishers<br />

www.kabbalah.<strong>info</strong> <strong>info</strong>@kabbalah.<strong>info</strong><br />

1057 Steeles Avenue West, Suite 532, Toronto, ON, M2R 3X1, Cana<strong>da</strong><br />

Bnei Baruch USA, 2009 85th Street #51, Brooklyn, New York, 11214, USA<br />

Impresso no Cana<strong>da</strong><br />

Nenhuma parte deste livro pode ser usa<strong>da</strong> ou reproduzi<strong>da</strong><br />

de nenhuma maneira sem a permissão por escrito <strong>da</strong> Editora,<br />

exceto no caso de breves referências incorpora<strong>da</strong>s<br />

em artigos críticos ou revisões<br />

Library of Congress Cataloging-in-Publication Data<br />

Laitman, Michael.<br />

A guide to the hidden wisdom of <strong>Kabbalah</strong> / Michael Laitman. — 3rd<br />

ed.<br />

p. cm.<br />

Publicado anteriormente com o título: The hidden wisdom of <strong>Kabbalah</strong>.<br />

ISBN 978-1-897448-16-8. 1. <strong>Cabala</strong>. I. Title.<br />

BM525.L249 2009<br />

296.1’6—dc22 2008049181<br />

Copy Editor: Michael R. Kellog<br />

Layout: Baruch Khovov<br />

Capa: Ole Færøvik, Therese Vadem<br />

Impressão e pós-produção: Uri Laitman<br />

Editor Executivo: Chaim Ratz<br />

TERCEIRA EDIÇÃO: OUTUBRO DE 2009<br />

FIRST PRINTING


ÍNDICE<br />

InTRODUÇÃO..................................................................................................... . 11<br />

PARTE I - CABALA MITOS E VERDADES ..................................................15<br />

Capítulo 1: Tirando a Limpo................................................................ . 17<br />

Capítulo 2: Fun<strong>da</strong>mentos..................................................................... 23<br />

Capítulo 3: Conferindo a Reali<strong>da</strong>de..................................................... . 31<br />

Capítulo 4: A História dos Desejos...................................................... .41<br />

Capítulo 5: <strong>Cabala</strong>—Sua História e Pessoas Importantes................... .49<br />

Capítulo 6: Baal HaSulam................................................................... .59<br />

PARTE II – AnTES qUE ExISTISSE O TEMPO............................................. 65<br />

Capítulo 7: Para Baixo e <strong>para</strong> Cima na Esca<strong>da</strong>................................. .. 67<br />

Capítulo 8: Montando o Palco <strong>para</strong> o Homem.................................. .. 79<br />

Capítulo 9: Desven<strong>da</strong>ndo a Linguagem <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>........................... ..89<br />

Capítulo 10: Quando Letras e Palavras Acrescentam .........................101<br />

Capítulo 11: Corpo e Alma .................................................................113<br />

Capítulo 12: Tornando-se um Aluno de <strong>Cabala</strong> ..................................123<br />

Capítulo 13: Deixe a Música Falar .....................................................135<br />

PARTE III - CABALA HOjE ...............................................................................141<br />

Capítulo 14: Na Era Global ...............................................................143<br />

Capítulo 15: O Diagnóstico é Meia Cura ............................................155<br />

Capítulo 16: A Correção Começa Comigo......................................... . 167<br />

Capítulo 17: Todos Juntos Agora....................................................... .177<br />

APênDICE.................................................................................................. . 187<br />

5


COnTEúDO DETALHADO<br />

INTRODUçãO ....................................................................................................... 11<br />

O Que Você Encontrará Neste Livro .............................................................................. 12<br />

Barras Laterais.......................................................................................................... ..... 13<br />

PARTE I - CABALA MITOS E VERDADES................................. ............................15<br />

CAPÍTULO 1: TIRANDO A LIMPO.............................................. ................... 7<br />

Em Foco................................................................................ .................................... 17<br />

De Pequenos Grupos à Exposição Em Massa................................................. ...... 18<br />

Quebrando a Parede de Ferro......................................................................... .... 19<br />

<strong>Cabala</strong>—Porquê Agora Precisamos Dela........................................................ .......... 19<br />

A <strong>Sabedoria</strong> Certa <strong>para</strong> o Seu Tempo.......................................................... ........ 20<br />

<strong>Cabala</strong> e o Vale-Tudo........................................................................... .................... 21<br />

CAPÍTULO 2: FUNDAMENTOS...................................................................... 23<br />

A Ver<strong>da</strong>de Sobre a Reali<strong>da</strong>de........................................................................... ......... 23<br />

Receber—Descubra a Força de Doar................................................ ........................ 24<br />

A Reali<strong>da</strong>de como um Bor<strong>da</strong>do...................................................................... ..... 24<br />

O Sentido Latente.................................................................................. ............. 25<br />

O Criador Tem que Doar; Nós Temos Que Receber........................................ .......... 26<br />

Egoístas até os Ossos................................................................................ ................ 27<br />

O Desejo Mais Egoísta: Ser Altruísta......................................... .......................... 27<br />

CAPÍTULO 3: CONFERINDO A REALIDADE ...................................................... ...31<br />

Isto é Tudo Que Existe?................................................................................... .............. 32<br />

Além dos cinco Sentidos......................................................................... ........... 32<br />

Do Outro Lado <strong>da</strong> Barreira................................................................................. . 33<br />

A Única Reali<strong>da</strong>de Está Dentro de Nós................................................................ 34<br />

Na Procura <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong>de............................................................................... ........... 34<br />

Falsa Liber<strong>da</strong>de........................................................................................ ............ 35<br />

O Princípio do Prazer e <strong>da</strong> Dor........................................................... ................. 37<br />

Quatro Fatores (Cama<strong>da</strong>s) De Nosso Faz de Conta..................................... ............. 38<br />

CAPÍTULO 4: A HISTóRIA DOS DESEjOS.............................................. . 41<br />

Cinco Níveis de Desejos................................................................................ ........... 42<br />

O Reconhecimento do Mal e a Revelação do Bem............................. ...................... 42<br />

Sentindo-se Bem e Depois Melhor Ain<strong>da</strong>............................. ............................... 44<br />

<strong>Um</strong>a situação ganhadora........................................................................ .............45<br />

Quando o Sexo, Poder, e Conhecimento Não Bastam........................... .................... 45<br />

O ponto no Coração......................................................................... ................... 45<br />

Analisando o “porquê””............................................................................ ................ 46<br />

Acoplando com o Criador................................................................... ................. 46


CAPÍTULO 5: CABALA—SUA HISTóRIA E PESSOAS IMPORTANTES...... 49<br />

Do primeiro Pensamento ao Primeiro Homem..................................................... 49<br />

Adão...................................................................................................................... 51<br />

Abrão..................................................................................................................... 52<br />

Moisés.................................................................................................................... 53<br />

Rashbi (Rabbi Shimon Bar Yochai)....................................................................... 54<br />

Na Caverna...................................................................................................... 54<br />

Reaparições Anteriores.................................................................................... 55<br />

Rabbi Isaac Luria (O Ari)..................................................................................... . 55<br />

<strong>Um</strong> Método Adequado Para o Seu Tempo...................................................... 56<br />

CAPÍTULO 6: BAAL HASULAM..................................................................... . 59<br />

O Objetivo <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>........................................................................................... . 60<br />

O Que os Livros de <strong>Cabala</strong> Podem Fazer por você , e o que não podem............. . 60<br />

Raízes—de Cima <strong>para</strong> Baixo........................................................................... 61<br />

O Maior Comentador........................................................................................... . 62<br />

O Chamado <strong>para</strong> o Tempo Certo.................................................................... . 63<br />

PART II – AnTES qUE ExISTISSE O TEMPO........................................... 65<br />

CAPÍTULO 7: PARA BAIXO E PARA CIMA NA ESCADA.................... . 67<br />

Os Cinco Degraus <strong>da</strong> Esca<strong>da</strong>............................................................................... . 68<br />

Cinco Fases ou Cinco Sefirot........................................................................... 68<br />

A Tela (E o Exemplo Improvável)........................................................................ . 70<br />

5×5×5................................................................................................................. . 70<br />

O Quinto Nível e a Barreira............................................................................ . 72<br />

O Início <strong>da</strong> Escala<strong>da</strong>............................................................................................. . 73<br />

Em Direção à Alma Comum...................................................................... ...... 74<br />

Subindo a Esca<strong>da</strong> ................................................................................................... 74<br />

De Volta ao Futuro........................................................................................... 75<br />

Tudo o Que Vai, Volta ........................................................................................... 76<br />

CAPÍTULO 8: MONTANDO O PALCO PARA O HOMEM...................... 77<br />

Cinco Mundos e Nenhum Real............................................................................. 79<br />

No Topo <strong>da</strong> Esca<strong>da</strong>................................................................................................ 80<br />

Iguais porém Opostos ....................................................................................... 81<br />

Breve Relato <strong>da</strong> Criação....................................................................... ............ 81<br />

Apenas Para O Seu Prazer......................................................................... ............ 83<br />

Os Operários de Construção........................................................................... . 84<br />

Adão e Eva Nascem (e Caem)........................................................................ ...... 84<br />

Caindo no pecado............................................................................................ . 85<br />

Pecado—A Saí<strong>da</strong> do Mal....................................................................................... 86<br />

Pequenas Moe<strong>da</strong>s de Ouro .................................................................................... 87


CAPÍTULO 9: DESVENDANDO A LINGUAGEM DA CABALA ........... 89<br />

Como Raízes e Ramos.................... ..........................................................................90<br />

Igual mas Oposto..................... ...........................................................................91<br />

O Significado Oculto <strong>da</strong> Bíblia ................................................................................91<br />

Por trás do Monitor ..................................................................................................92<br />

A História <strong>da</strong> Maçã ............................................................................................93<br />

Abraão—entre Egito e Israel............................ ..................................................93<br />

O Cabo de Guerra entre Moisés e o Faraó....... ..................................................94<br />

A História de Esther. (O Clássico Final Feliz).... ................................................95<br />

O Zohar—Não Sem a Realização............................ ..........................................96<br />

O Condutor de Asnos ..............................................................................................97<br />

A Noite <strong>da</strong> Noiva ..........................................................................................................97<br />

O Começo <strong>da</strong> última Geração .................................................................................98<br />

O Estudo dos Dez Sefirot .........................................................................................98<br />

CAPÍTULO 10: QUANDO LETRAS E PALAVRAS ACRESCENTAM ...101<br />

As Ligações entre Letras, Palavras e Números ......................................................102<br />

<strong>Um</strong> Mapa <strong>da</strong> Espirituali<strong>da</strong>de ............................................................................102<br />

Pontos e Linhas.................................................................................................103<br />

Preto no Branco ................................................................................................104<br />

Letras e Mundos ...............................................................................................105<br />

<strong>Um</strong>, Dez, Cem e Mais Além .............................................................................106<br />

Se Deus = Natureza, e Natureza = Desejo, então ..........................................108<br />

Os Blocos Construtores <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong> ............................................................................109<br />

Abrão Tomou a Tarefa <strong>para</strong> Si (você também pode) ............................................ 110<br />

Descubra sua Raiz, Descubra Seu Nome. ..............................................................110<br />

CAPÍTULO 11: CORPO E ALMA ...............................................................113<br />

Seu Corpo— O envolucro <strong>para</strong> sua alma ...................................................................114<br />

Recicle-se até estar maduro e no ponto ................................................................114<br />

O Porque <strong>da</strong>s Reaparições Repeti<strong>da</strong>s? ..............................................................115<br />

A Semente <strong>da</strong> Alma .........................................................................................115<br />

Quando e o que é a Alma? ....................................................................................116<br />

<strong>Um</strong>a Camisa <strong>para</strong> a Alma ................................................................................116<br />

Não Há Tempo na Espirituali<strong>da</strong>de ...................................................................117<br />

Perguntas e Respostas ............................................................................................117<br />

Quem Fui Eu? ...................................................................................................118<br />

Podemos Identificar Pessoas do Passado? .........................................................118<br />

Posso Reencarnar em um Animal? ...................................................................119<br />

Quantas vezes Eu Tenho que Reencarnar? ......................................................119<br />

Posso Lembrar-me de Vi<strong>da</strong>s Passa<strong>da</strong>s? ..............................................................120<br />

O Que Resta <strong>da</strong>s Vi<strong>da</strong>s Passa<strong>da</strong>s? .....................................................................120<br />

Como Posso Afetar Positivamente Minhas Próximas Vi<strong>da</strong>s? ...........................121


Descendo e Subindo a Esca<strong>da</strong><br />

CAPÍTULO 12: TORNANDO-SE UM ALUNO DA CABALA .............. 123<br />

Todo Dia é Dia de Portas Abertas ....................................................................... 124<br />

Estu<strong>da</strong>ndo com a Intenção Correta ............................................................... 125<br />

Não Há Coerção na Espirituali<strong>da</strong>de ............................................................... 126<br />

Sem Eremitas .................................................................................................. 129<br />

A Trin<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> .......................................................................................... 127<br />

Livros: Nossos <strong>Guia</strong>s Turísticos Espirituais..................................................... 127<br />

Textos na Linguagem dos Ramos ................................................................... 128<br />

Livros que Lhe Aju<strong>da</strong>m a Alcançar seu Objetivo .......................................... 129<br />

Encontrando o Professor Certo ........................................................................... 129<br />

Deixe Seu Coração Decidir ............................................................................ 130<br />

Estudo em Grupo ................................................................................................. 131<br />

Unindo os Desejos........................................................................................ .. 131<br />

Deixando a Luz Fluir em Você......................................................... .............. 132<br />

Estu<strong>da</strong>r <strong>Cabala</strong> a Longa Distância.......................................................... ............. 132<br />

CAPÍTULO 13: DEIXE A MÚSICA FALAR ............................................. 135<br />

Não só Com Palavras....................................................................... ................... 135<br />

Música— Alcança Onde os Textos não Conseguem......... ............................ 136<br />

Banhando-se na Luz........................................................ ............................... 137<br />

Melodias dos Mundos Vindouros............................................... ......................... 138<br />

Afinando Seu Instrumento Interior....................................... ......................... 138<br />

Harmonia Espiritual..................................... .................................................. 138<br />

PARTE III - CABALA HOjE ....................................................................... 141<br />

CAPÍTULO 14: NA ERA GLOBAL ........................................................... 143<br />

Nossa Bola de Gude Azul............................................................... ..................... 144<br />

Seja O Que For........................................... .................................................... 144<br />

Assumindo Responsabili<strong>da</strong>de................................................... ...................... 144<br />

Como <strong>Um</strong>a Uni<strong>da</strong>de...................................................................... ...................... 145<br />

Tempo de União....................................................... ...................................... 146<br />

<strong>Um</strong> Pouco de Mim em Você, <strong>Um</strong> Pouco de Você em Mim.... ............................. 147<br />

Salvando a Nós Mesmos e Tudo o Mais… .................... ..................................... 148<br />

O Espírito Sobre a Matéria.................................................. ........................... 149<br />

Na Seqüência do Desejo - ................................................. ................................. 149<br />

Desejos Correndo à Solta........................................... .................................... 150<br />

A Tecnologia Quebrou sua Promessa................... .......................................... 150<br />

<strong>Um</strong> Grande Potencial...................................................................... .................... 151<br />

Desejando a Mão <strong>da</strong> Filha do Rei....................... ........................................... 151<br />

Egoístas Ao Extremo............................................. ......................................... 152<br />

Como Começar a Mu<strong>da</strong>nça.......................... ................................................. 152


CAPÍTULO 15: O DIAGNóSTICO é METADE DA CURA................. .... 155<br />

Entendendo a Natureza.................................................................. ..................... 156<br />

Dar ou Não Dar....................................................................... ...................... 156<br />

Fun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong> Natureza .............................................................................. 157<br />

O que Você Vê é Quem Você é............................................................. ........... . 157<br />

Mais Para Mim, Menos Para Você............................................................. .......... 158<br />

A Necessi<strong>da</strong>de de Luxo............................................................. ..................... 160<br />

Como Desejos “Disfarçados” nos Enfraquecem ................................. ........... 161<br />

<strong>Um</strong>a Pirâmide Harmoniosa.................................................................. ............... 162<br />

Espirituali<strong>da</strong>de: um Desejo Humano Único....................................... ............ 162<br />

O Ponto Deste Mundo............................................................... .................... 164<br />

CAPÍTULO 16: A CORREçãO COMEçA COMIGO ........................ ...... 167<br />

Descobrindo a Estrutura Unifica<strong>da</strong>............................................... ...................... 168<br />

Vivendo Num Barco sem o Criador.............................................. .................. 168<br />

A Salvação na União dos Egoístas................................................... .............. 169<br />

<strong>Um</strong>a Cadeia de Almas................................................................................. ........ 171<br />

Pelos os Olhos Dele...................................................................... .................. 172<br />

Meu Egoísmo é Minha Própria Ruína........................................................ .... 173<br />

Todos Cresceram............................................................................... ............. 174<br />

Dois Caminhos Para Cima...................................................................... ............. 174<br />

Pegue o Caminho Mais Curto, Ele é Rápido e Fácil.................... .................. 175<br />

CAPÍTULO 17: AGORA TODOS jUNTOS................................. ................. 177<br />

A Altura <strong>da</strong> Criação................................................................. ........................... 177<br />

O Efeito Dominó................................................................. ........................... 178<br />

Concordemos em Doar........................................................ ........................... 178<br />

O Poder do Apreço <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de.............................. .................................... 180<br />

Denuncie o Egoísmo e Exalte o Altruísmo............................. ....................... 181<br />

Entendendo a Torre de Babel................................................... ........................... 182<br />

Percepção Aumenta<strong>da</strong> ......................................................................................... 184<br />

Além <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong> e <strong>da</strong> Morte......................................................... ...................... 185<br />

APêNDICE................................................................................... ................187<br />

Glossário.................................................................................................... ................ 191<br />

Sobre o Bnei Baruch............................................................................... .................. 194


In t r o d u ç ã o<br />

Durante muitos séculos, a <strong>Cabala</strong> tem sido um tema “proibido”. Examine<br />

a lista (parcial) dos requisitos prévios que existiam anteriormente e cujas<br />

respostas deveriam ser afirmativas <strong>para</strong> que fosse possível estu<strong>da</strong>r <strong>Cabala</strong>:<br />

o aluno deveria ser judeu, do sexo masculino, casado, com mais de 40<br />

anos, e proficiente em outros estudos ju<strong>da</strong>icos. Então, como a <strong>Cabala</strong><br />

está sendo ensina<strong>da</strong> abertamente e estu<strong>da</strong><strong>da</strong> em qualquer lugar? Porque<br />

a proibição foi suprimi<strong>da</strong>?<br />

Cabalistas como Rav Yehu<strong>da</strong> Ashlag, Vilna Gaon (GRA), e muitos<br />

outros proeminentes Cabalistas afirmaram que o final do século 20 marca<br />

uma mu<strong>da</strong>nça fun<strong>da</strong>mental na história <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>. Agora está aberta<br />

<strong>para</strong> todos.<br />

Como vamos mostrar no livro, as proibições existiram por um motivo.<br />

Mas é exatamente pela mesma razão que elas agora foram retira<strong>da</strong>s. A<br />

humani<strong>da</strong>de no século XXI, está pronta <strong>para</strong> ver a <strong>Cabala</strong> como ela<br />

realmente é, um método científico, testado, empírico <strong>para</strong> alcançar a<br />

espirituali<strong>da</strong>de enquanto vivendo aqui neste mundo.<br />

Estu<strong>da</strong>r <strong>Cabala</strong> é uma fascinante viagem. Ela mu<strong>da</strong> sua perspectiva<br />

sobre o mundo e as pessoas à sua volta, e revela partes em você cuja existência<br />

lhe era desconheci<strong>da</strong>. é uma viagem de descobertas acontecendo<br />

dentro de nós, afetando todos os níveis <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>: a nossa relações com os<br />

nossos parentes, amigos e colegas de trabalho. A <strong>Cabala</strong> afirma muito<br />

simplesmente que, quando você souber como se conectar ao Criador<br />

diretamente, sem quaisquer intermediários, você encontrará sua bússola<br />

interior. E este é o objetivo <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> - lhe aju<strong>da</strong>r a fazer, e a manter, o<br />

contato direto com o Criador. E quando você o fizer não precisará mais<br />

de nenhuma orientação. Então, bem-vindo ao <strong>Guia</strong> <strong>para</strong> a <strong>Sabedoria</strong><br />

<strong>Oculta</strong> <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>.<br />

11


12<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta d a ca b a l a<br />

O qUE VOCê EnCOnTRARá<br />

nESTE LIVRO<br />

Este livro está dividido em três partes e três apêndices. Você aprenderá<br />

que a <strong>Cabala</strong> é uma ciência que descreve as leis do mundo espiritual. Na<br />

Parte 1, “Mitos e Ver<strong>da</strong>des <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>” falaremos sobre os princípios básicos<br />

<strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> e contaremos um pouco sobre como a <strong>Cabala</strong> começou.<br />

Continuaremos nossa jorna<strong>da</strong> espiritual na Parte 2, “Antes que<br />

Existisse o Tempo,” que começa com o ciclo de reali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>,<br />

explicando como fomos criados, o que fazemos aqui, e como e em que<br />

ponto começou nossa ascensão ao Mundo Superior. Discutiremos como<br />

o mundo foi criado, como a <strong>Cabala</strong> explica o que está errado em nosso<br />

mundo atualmente, e o que precisa ser feito <strong>para</strong> consertá-lo.<br />

Nesta parte também falaremos como você pode se tornar um estu<strong>da</strong>nte<br />

de <strong>Cabala</strong> e como você poderá usar este conhecimento diariamente<br />

<strong>para</strong> seu benefício. Vamos explicar como diferenciar o professor certo<br />

do professor errado, Como usar os livros e a Internet em seus estudos<br />

<strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>, e até mesmo o papel <strong>da</strong> música no seu desenvolvimento<br />

espiritual<br />

A <strong>Cabala</strong> está diretamente relaciona<strong>da</strong> ao estado em que o mundo se<br />

encontra hoje. Na Parte 3, “<strong>Cabala</strong> Hoje” exploraremos, sob a perspectiva<br />

<strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>, a crise global e discutiremos os caminhos <strong>para</strong> a cura.<br />

Finalmente, terminaremos com um tour rápido sobre como a <strong>Cabala</strong><br />

afetará seu futuro.<br />

Você também encontrará um apêndice muito útil <strong>para</strong> incrementar<br />

sua viagem e lhe apontar a direção correta caso deseje aprender mais.<br />

O apêndice contém um glossário, uma lista de recursos adicionais, e<br />

algumas <strong>info</strong>rmações sobre nossa organização.


BARRAS LATERAIS<br />

Introdução<br />

Incluímos cinco tipos de barras laterais por todo o texto, <strong>para</strong> aprendizado<br />

e entretenimento:<br />

Informações<br />

Você sabia que poucos livros sobre<br />

<strong>Cabala</strong> foram escritos antes de 1980?, E que<br />

a maioria foi escrita depois de 2000? Verifique<br />

nessas barras <strong>info</strong>rmações ver<strong>da</strong>deiras sobre<br />

a <strong>Cabala</strong><br />

Centelhas Espirituais<br />

Referências inspiradoras e poemas selecionados<br />

de grandes Cabalistas, refletindo o<br />

assunto em discuçao no capítulo.<br />

Cabalição<br />

Definições de termos cabalísticos<br />

com os quais você pode não estar<br />

familiarizado<br />

Fora do Rumo<br />

Estas barras esclarecem os mitos e lhe<br />

avisam sobre o que devem evitar enquanto<br />

estu<strong>da</strong>m a <strong>Cabala</strong>.<br />

No Rumo<br />

Dicas úteis <strong>para</strong> por em prática os<br />

pontos assinalados no texto<br />

13


I<br />

<strong>Cabala</strong><br />

Mitos<br />

e<br />

Ver<strong>da</strong>des


A<br />

lista de celebri<strong>da</strong>des estu<strong>da</strong>ndo <strong>Cabala</strong><br />

parece mais uma lista de quem é quem<br />

em Hollywood. Mas a <strong>Cabala</strong> é mais do<br />

que um modismo popular. Nesta seção explicaremos<br />

a populari<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> e <strong>da</strong>remos uma<br />

visão geral do que você encontrará se pesquisar a<br />

<strong>Cabala</strong>. Discutiremos o que é, e o que não é <strong>Cabala</strong>,<br />

e lhe contaremos um pouco de como a <strong>Cabala</strong><br />

começou.<br />

Após ler estes capítulos, você entenderá a razão<br />

<strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> ter se tornado tão na mo<strong>da</strong>. Você verá<br />

que ela não é mais um modismo passageiro, mas<br />

uma ciência empírica que explica o mundo de uma<br />

maneira que as ciências tradicionais não podem.


1<br />

O POnTO PRInCIPAL<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

tI r a n d o a LIm p o<br />

<strong>Cabala</strong> sai do esconderijo<br />

A mu<strong>da</strong>nça está chegando<br />

Porque agora e não antes<br />

A <strong>Cabala</strong> e o espírito do “vale tudo”<br />

O Livro do Zohar, o mais importante livro <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>, afirma que A <strong>Cabala</strong><br />

aparecerá e prosperará até o final dos dias. Com a populari<strong>da</strong>de atual <strong>da</strong><br />

<strong>Cabala</strong>, parece que o final dos tempos está aqui.<br />

A <strong>Cabala</strong> ilumina e descreve as leis do mundo espiritual. Não é religião.<br />

é uma ciência espiritual, e por mais de 2.000 anos ficou envolta<br />

em mistério.<br />

EM fOCO<br />

A <strong>Cabala</strong> foi tradicionalmente fecha<strong>da</strong> <strong>para</strong> todos a não ser <strong>para</strong> poucos<br />

e seletos estu<strong>da</strong>ntes. Não mais. Como nunca antes a <strong>Cabala</strong> tem se<br />

tornado chique, moderna, na mo<strong>da</strong>. E mais, Cabalistas, que previamente<br />

hesitavam em abrir seus segredos ao público, tornaram-se as peças chaves<br />

na disseminação.<br />

17


18<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

DE PEqUEnOS GRUPOS à ExPOSIÇÃO EM MASSA<br />

Mas a <strong>Cabala</strong> não foi sempre tão popular e os Cabalistas não eram nem<br />

de longe tão abertos. Por mais de 2,000 anos, a <strong>Cabala</strong> foi manti<strong>da</strong><br />

em segredo, escondi<strong>da</strong> dos olhos do público, e poucos Cabalistas meticulosamente<br />

selecionavam seus alunos e lhes ensinavam em pequenos<br />

grupos.<br />

Por exemplo, no século XVIII o Grupo Ramchal, dos alunos do Rabbi<br />

Moshe Chaim Luzzato, tornaram especialmente difícil a entra<strong>da</strong> de novos<br />

alunos. Associar-se requeria a aceitação de um pacto rigoroso de estilo<br />

de vi<strong>da</strong> e estudo que deveria ser levado adiante todos os dias no período<br />

em que o aluno permanecesse como membro.<br />

Outros grupos como o Grupo Kotzk (batizado com o nome de uma<br />

ci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Polônia), costumavam vestir-se com roupas surra<strong>da</strong>s e tra-<br />

Informações<br />

Procurando por “<strong>Cabala</strong>” no Amazon.com, a pesquisa<br />

retorna com mais de cinco mil livros, quase<br />

nenhum deles escrito antes de 1980. Muito poucos<br />

foram escritos antes de 1990, e apenas um pouco<br />

mais foram escritos antes <strong>da</strong> vira<strong>da</strong> do século. A<br />

grande maioria dos livros sobre <strong>Cabala</strong> foram escritos<br />

após o ano de 2000. Nos últimos anos, a <strong>Cabala</strong><br />

foi realmente exposta em massa!<br />

jejum. Naturalmente a maioria <strong>da</strong>s pessoas os repelia.<br />

tavam as pessoas que não eram<br />

membros com cinismo ofensivo.<br />

Eles delibera<strong>da</strong>mente se distanciaram<br />

dos outros, por aparentarem<br />

desobedecer ao mais sagrado<br />

costume ju<strong>da</strong>ico como o Yom<br />

Kipur. Membros do grupo espalhavam<br />

migalhas de pão em suas<br />

barbas <strong>para</strong> parecer que tinham<br />

acabado de comer neste dia de<br />

No entanto, os mesmos Cabalistas que esconderam essa sabedoria<br />

também se esforçaram <strong>para</strong> escrever livros que permanecem como pilares<br />

<strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> até os dias de hoje. Rabbi Isaac Luria (O Santo Ari) que<br />

primeiramente, ensinava a apenas um aluno, afirmou que de seu tempo<br />

em diante, o estudo do O Livro do Zohar (O Zohar, <strong>para</strong> encurtar) estava<br />

permitido <strong>para</strong> todos que quisessem.<br />

Por essa razão, durante sua vi<strong>da</strong>, o Ari ensinou um grupo de alunos,<br />

mas por volta de sua morte ele ordenou que todos <strong>para</strong>ssem de estu<strong>da</strong>r,<br />

com exceção do Rav Chaim Vital. O Ari disse que somente Chaim Vital<br />

entendeu a maneira de ensinar adequa<strong>da</strong>mente, e ele temia que sem um<br />

professor adequado, o resto se desviaria.


qUEBRAnDO A PAREDE DE fERRO<br />

Tirando a Limpo<br />

No final <strong>da</strong> última déca<strong>da</strong> do século vinte a <strong>Cabala</strong> realmente começou<br />

seu advento no palco central <strong>da</strong> consciência pública. A figura única e<br />

dominante na disseminação <strong>para</strong> o mundo <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> é sem dúvi<strong>da</strong> Rav<br />

Yehu<strong>da</strong> Ashlag, conhecido como Baal HaSulam (O Dono <strong>da</strong> Esca<strong>da</strong>)<br />

por seu Sulam (Esca<strong>da</strong>), comentário sobre O Livro do Zohar. Ele não<br />

foi apenas o primeiro Cabalista a falar em favor <strong>da</strong> disseminação, mas<br />

realmente fazê-la.<br />

Baal HaSulam publicou a<br />

revista ha-<strong>Um</strong>a (A Nação),em<br />

5 de junho de, 1940. Ele também<br />

tentou convencer David<br />

Ben-Gurion e outros líderes<br />

do assentamento judeu na<br />

Palestina (hoje, Israel) a incorporar<br />

princípios cabalísticos no sistema de<br />

Centelhas Espirituais<br />

No início <strong>da</strong>s minhas palavras, tenho uma grande<br />

ncessi<strong>da</strong>de de quebrar uma parede de ferro que tem<br />

nos se<strong>para</strong>do <strong>da</strong> sabedoria <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> desde a ruína<br />

do Templo até esta geração. Encontra-se fortemente<br />

em nós e suscita o medo de ser esqueci<strong>da</strong>.<br />

- Rav Yehu<strong>da</strong> Ashlag.<br />

“Introdução ao Estudo dos Dez Sefirot”<br />

educação. Baal HaSulam afirmou também que no futuro pessoas de to<strong>da</strong>s<br />

as religiões estu<strong>da</strong>riam a <strong>Cabala</strong> mesmo que mantendo sua religião de<br />

nascença sem que houvesse choque entre ambas.<br />

Estas afirmações e o ato de disseminar a <strong>Cabala</strong> pareciam tão não<br />

ortodoxas e inaceitáveis naquele tempo que A Nação foi fecha<strong>da</strong> depois<br />

de apenas uma edição pelo Man<strong>da</strong>to Britânico na Palestina. Em justificativa,<br />

o Man<strong>da</strong>to Britânico disse que havia recebido a <strong>info</strong>rmação que<br />

Ashlag estava promovendo o comunismo.<br />

CABALA - POR qUE AGORA PRECISAMOS<br />

DELA<br />

A <strong>Cabala</strong> tem apenas um propósito: oferecer uma abor<strong>da</strong>gem que aju<strong>da</strong><br />

a responder a pergunta “Qual é o sentido <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong>?”<br />

Hoje, mais do que nunca,as pessoas estão se perguntando sobre o<br />

significado e o propósito de suas vi<strong>da</strong>s. Com as necessi<strong>da</strong>des materiais<br />

supri<strong>da</strong>s – e em alguns casos mais do que podemos imaginar – as pessoas<br />

ain<strong>da</strong> sentem um vazio em suas vi<strong>da</strong>s. A <strong>Cabala</strong> é uma disciplina que<br />

invoca introspecção e novas perspectivas na vi<strong>da</strong>, que por sua vez fornecem<br />

plenitude espiritual. Está é a chave <strong>para</strong> sua populari<strong>da</strong>de.<br />

No Estudo dos dez Ten Sefirot, um comentário extenso sobre os<br />

19


20<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

trabalhos do grande Ari, Baal HaSulam escreveu que você está pronto<br />

<strong>para</strong> a <strong>Cabala</strong> se às vezes…<br />

•<br />

•<br />

•<br />

Você se questiona sobre o significado de sua vi<strong>da</strong>.<br />

Pondera por que você e to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong> existem.<br />

Questiona o por que <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> as vezes ser muito difícil.<br />

A SABEDORIA CERTA PARA O SEU TEMPO<br />

No ciclo perfeito de vi<strong>da</strong>, ca<strong>da</strong> parte tem a sua função designa<strong>da</strong>.<br />

Nenhuma parte <strong>da</strong> criação é livre <strong>para</strong> fazer o que quer porque o bemestar<br />

de ca<strong>da</strong> parte depende do bem-estar de to<strong>da</strong>s as outras partes <strong>da</strong><br />

criação. A lei de interdependência <strong>da</strong> Natureza garante que nenhuma<br />

criatura vai se sobrepor a outras criaturas porque destruir as outras criaturas<br />

significaria destruir a si próprio.<br />

Os seres humanos não são exceção a esta regra, mas muitos - se não<br />

a maioria, não apreciam esta idéia e de uma maneira ou de outra atuam<br />

de formas que machucam outras pessoas e, portanto, a eles próprios.<br />

Ao controlar os outros ou o nosso ambiente, pensamos que podemos<br />

manipular e mol<strong>da</strong>r o mundo ao nosso gosto. Mas uma rápi<strong>da</strong> olha<strong>da</strong> nas<br />

notícias nos faz refletir sobre os resultados; tudo o que temos alcançado é<br />

infelici<strong>da</strong>de <strong>para</strong> nós e <strong>para</strong> os outros. No entanto, como mostraremos na<br />

parte 3, na<strong>da</strong> é criado sem um motivo, nem sequer a capaci<strong>da</strong>de humana<br />

de destruir.<br />

Hoje, parece que a nossa capaci<strong>da</strong>de de destruir está causando grande<br />

infelici<strong>da</strong>de <strong>para</strong> as pessoas e ameaçando o nosso meio ambiente. Por<br />

isso, não é de surpreender que as pessoas estejam começando a fazer<br />

perguntas sobre a vi<strong>da</strong>, e que a sabedoria <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> pode nos aju<strong>da</strong>r,<br />

ou seja, se não responder completamente, pelo menos aju<strong>da</strong> a explorar<br />

mais profun<strong>da</strong>mente.<br />

Quanto mais as pessoas estão começando a perceber que maior riqueza,<br />

mais sexo, e mais poder, não as tornam mais felizes, eles já não<br />

estão fazendo perguntas do tipo “Como fazer?” mas perguntas, do tipo<br />

“Para quê?” Nesse momento, qualquer doutrina que possa nos aju<strong>da</strong>r a<br />

responder as perguntas do tipo “Para quê?” tem uma boa chance de ser<br />

popular.


Tirando a Limpo<br />

Porque a <strong>Cabala</strong> especificamente explora questões sobre o sentido <strong>da</strong><br />

vi<strong>da</strong>, não é de surpreender que muitas pessoas a achem atraente. Isso,<br />

juntamente com a publici<strong>da</strong>de gera<strong>da</strong> pelas celebri<strong>da</strong>des que se tornaram<br />

adeptas <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>, tem chamado a atenção de todos que tem essas<br />

perguntas, em todos os lugares.<br />

CABALA E O VALE-TUDO<br />

No espírito do “vale tudo” de nosso mundo de hoje, tudo se mescla com<br />

todo o resto : ciência com religião, rock & roll com Beethoven. Tem<br />

até sorvete de sushi (aposto que não sabia disso). Seguindo a mo<strong>da</strong>, a<br />

<strong>Cabala</strong> foi associa<strong>da</strong> a mais doutrinas e ensinamentos do que guarnições<br />

<strong>para</strong> pizza.<br />

Mas há um motivo mais sério <strong>para</strong> a súbita emergência dessa antiga<br />

disciplina. A <strong>Cabala</strong> sempre teve uma reputação de possuir um discernimento<br />

<strong>da</strong>s forças superiores <strong>da</strong> natureza, dos mundos espirituais e <strong>da</strong><br />

natureza de Deus. Como resultado, as pessoas sempre quiseram associar<br />

os termos cabalísticos a to<strong>da</strong> espécie de ensinamentos.<br />

O problema com essa associação é que ela questiona o poder <strong>da</strong><br />

<strong>Cabala</strong> no entendimento <strong>da</strong>s nossas naturezas humana e espiritual. Isso<br />

é afinal de contas, o ponto principal de interesse desse ensinamento<br />

hoje em dia, e a razão pela qual a <strong>Cabala</strong> foi desenvolvi<strong>da</strong>.<br />

Então, <strong>para</strong> esclarecer qualquer concepção erra<strong>da</strong>, <strong>da</strong>remos uma olha<strong>da</strong><br />

ao o que não é <strong>Cabala</strong>. Não é e não tem na<strong>da</strong> a ver com religião,<br />

mágica, misticismo, adivinhação, cultos, medicina holística, meditação,<br />

filosofia, teosofia, psicologia ou <strong>para</strong>psicologia, PES, telepatia, interpretação<br />

de sonhos, cartas de tarô, yoga, fitas vermelhas, agua benta, bençãos,<br />

regressões às vi<strong>da</strong>s passa<strong>da</strong>s, numerologia, reiki, channeling, astrologia,<br />

projeções e viagens astrais, comunicação com os mortos, experiências<br />

extra-corporais, vudu, franco-maçonaria, reflexologia, UFO, e outros<br />

ismos.<br />

A <strong>Cabala</strong> esteve presente por muito , muito tempo e somente agora<br />

está tomando seu lugar na consciência geral do publico. Aqueles que a<br />

adotam como última mo<strong>da</strong>, irão talvez procurar outra coisa, Mas aqueles<br />

que se aprofun<strong>da</strong>m em seus princípios irão provavelmente encontrar o<br />

suficiente <strong>para</strong> mantê-los por uma vi<strong>da</strong> inteira.<br />

21


22<br />

EM RESUMO<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

A <strong>Cabala</strong> é um método que responde à pergunta: “Qual é o<br />

significado <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong>?”<br />

A <strong>Cabala</strong> ficou oculta até que as perguntas <strong>para</strong> as quais ela tem as<br />

respostas surgissem.<br />

A <strong>Cabala</strong> tem sido erroneamente associa<strong>da</strong> à muitas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des de<br />

ensinamentos espirituais.<br />

A <strong>Cabala</strong> não é uma mo<strong>da</strong> passageira, mas é um método pratico que<br />

desafia o tempo, que permite entender a natureza humana e a<br />

natureza do Criador.


2<br />

O POnTO PRInCIPAL<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

FU n d a m e n t o S<br />

A reali<strong>da</strong>de real<br />

A porta do “sexto sentido” se abre<br />

Conhecendo o que queremos<br />

No coração do egoísmo existe a ver<strong>da</strong>deira doação.<br />

Agora que já esclarecemos concepções errôneas comuns em relação à<br />

<strong>Cabala</strong>, vejamos do que realmente se trata. Este capítulo apresenta brevemente<br />

os conceitos básicos <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>. Os termos que apresentamos e<br />

discutimos nesse capitulo introduzem a linguagem <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> que usamos<br />

no livro.<br />

A VERDADE SOBRE A REALIDADE<br />

Em Hebraico, a palavra <strong>Kabbalah</strong> significa “recepção”. Mas <strong>Cabala</strong><br />

não é apenas isso - recepção. E uma disciplina de estudo, um método<br />

que ensina você como receber. A <strong>Cabala</strong> lhe aju<strong>da</strong> a saber onde você<br />

realmente se encontra em relação a onde você pensa que está. Mostra<br />

as limitações dos nossos cinco sentidos e desven<strong>da</strong> a parte que eles não<br />

23


24<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

conseguem revelar aju<strong>da</strong>ndo você a desenvolver um “sexto sentido”.<br />

Cabalição<br />

Esse sexto sentido não somente enriquece sua vi<strong>da</strong> com<br />

uma nova dimensão, mas abre<br />

uma porta <strong>para</strong> um “corajoso<br />

No seu ensaio “A Essência <strong>da</strong> <strong>Sabedoria</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>Cabala</strong>”, Baal Hasulam define a <strong>Cabala</strong> <strong>da</strong> seguinte<br />

maneira: “Essa sabedoria não é mais e nem menos<br />

do que uma seqüência de raízes, que descendem<br />

por meio de causa e conseqüência, com regras fixas<br />

e determina<strong>da</strong>s, combina<strong>da</strong>s num único e exaltado<br />

objetivo descrito como “a revelação <strong>da</strong> Sua Divin<strong>da</strong>de<br />

às Suas criaturas nesse mundo’.<br />

mundo novo”. Não há morte<br />

nesse mundo, nem aflição e<br />

nem dor. E o melhor de tudo<br />

é que você não tem que desistir<br />

de na<strong>da</strong> <strong>para</strong> isso: você não<br />

precisa morrer <strong>para</strong> chegar lá,<br />

você não precisa jejuar ou se<br />

reprimir de nenhuma maneira.<br />

Em resumo, a <strong>Cabala</strong> não lhe<br />

se<strong>para</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, ela acrescenta<br />

um novo significado e força a tudo aquilo que acontece. é isso mesmo,<br />

os Cabalistas vivem uma vi<strong>da</strong> plena.<br />

RECEBER - DESCUBRA A<br />

fORÇA DE DOAR<br />

Para entender o tipo de prazer que o Cabalista recebe, é essencial entender<br />

um conceito básico <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>. Em to<strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de, existe apenas<br />

uma única força - a força <strong>da</strong> doação. E, por essa força ser de doação,<br />

ela cria “algo” <strong>para</strong> receber aquilo que ela doa. “A força de doação <strong>da</strong><br />

<strong>Cabala</strong> é chama<strong>da</strong> “Criador”, e aquilo que ela cria é chamado” criação”.<br />

O ser criado somos nós, a humani<strong>da</strong>de como um todo e ca<strong>da</strong> um de nós<br />

pessoalmente.<br />

Essa criatura passa por um processo de aprendizado e desenvolvimento<br />

e no final descobre a grandeza e a beleza do seu Criador. Baal HaSulam<br />

explica que esta revelação do Criador <strong>para</strong> a criatura é a essência e o<br />

propósito de to<strong>da</strong> a criação.<br />

A REALIDADE COMO UM BORDADO<br />

Agora falemos um mais um pouco sobre revelar o Criador. Quando Baal<br />

HaSulam descreve o objetivo como - a revelação <strong>da</strong> Divin<strong>da</strong>de <strong>para</strong><br />

suas criaturas nesse mundo, - ele quer dizer que a essência <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>


Fun<strong>da</strong>mentos<br />

(- recepção -) é descobrir o Criador porque isso é que nos <strong>da</strong> o maior<br />

prazer.<br />

Mais não é só isso - a <strong>Cabala</strong> explica que descobrir o Criador significa<br />

descobrir a lei que governa a Natureza. De fato o Criador é Natureza.<br />

Ao revelar essa lei <strong>da</strong> natureza, a <strong>Cabala</strong> pretende revelar a reali<strong>da</strong>de<br />

inteiramente, em to<strong>da</strong> a sua escala, revelando porque as coisas nos<br />

acontecem e como nos, não apenas podemos prevê-las, mas também<br />

mudá-las <strong>para</strong> o nosso beneficio.<br />

Também, se você pode entender to<strong>da</strong>s as facetas <strong>da</strong> natureza, você<br />

pode alcançar muito além <strong>da</strong>s limitações dos nossos cinco sentidos, como<br />

se alguém tivesse removido a ven<strong>da</strong> de seus olhos e permitido que você<br />

visse a ver<strong>da</strong>deira vastidão e beleza do mundo.<br />

Como isso funciona e o que você realmente recebe? A reali<strong>da</strong>de é<br />

como um bor<strong>da</strong>do. Quando você olha <strong>para</strong> um bor<strong>da</strong>do, você vê uma<br />

imagem coerente. Mas quando você olha por trás do bor<strong>da</strong>do, <strong>para</strong><br />

aqueles fios que fizeram a imagem, você encontra um amontoado de fios<br />

e cor<strong>da</strong>s, os quais você não é capaz de decidir onde começam e onde<br />

terminam e a que parte eles pertencem. A <strong>Cabala</strong> aju<strong>da</strong> você a entender<br />

os fios por trás <strong>da</strong> imagem <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de, e nos ensina como, nós mesmos,<br />

podemos nos tornar um bor<strong>da</strong>dor <strong>para</strong> que possamos construir uma imagem<br />

de acordo com nosso gosto.<br />

O SEnTIDO LATEnTE<br />

A recepção em <strong>Cabala</strong> é a percepção do mundo espiritual. é um mundo<br />

invisível aos nossos cinco sentidos, mas um que certamente experimentamos.<br />

Se tudo o que buscamos depende de nossos sentidos, então é lógico<br />

que <strong>para</strong> sentirmos o mundo espiritual precisamos de um sentido especial<br />

<strong>para</strong> percebê-lo. Em outras palavras, não precisamos procurar na<strong>da</strong> fora<br />

de nós mesmos, mas sim cultivar uma percepção que já existe dentro de<br />

nos e que está adormeci<strong>da</strong>. Na <strong>Cabala</strong>, essa percepção é chama<strong>da</strong> “sexto<br />

sentido.”<br />

De fato, o título “sexto sentido” é um pouco enganador; não é um<br />

“sentido” no significado fisiológico <strong>da</strong> palavra. Mas por ele permitir que<br />

percebamos algo que de outra maneira não poderíamos, os Cabalistas<br />

resolveram chamar à essa maneira diferente de percepção de “o sexto<br />

25


26<br />

sentido.”<br />

Cabalição<br />

Em hebraico, o nome “A<strong>da</strong>m” vem <strong>da</strong><br />

palavra Dome La Elyon (similar ao Criador), como<br />

descrito no verso, “Eu serei como o Mais Elevado”<br />

(Isaías 14:14).<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

Aqui está a chave de tudo:<br />

nossos cinco sentidos são “programados”<br />

<strong>para</strong> servir nossos interesses<br />

pessoais, por isso, tudo que<br />

percebemos é aquilo que serve<br />

aos nossos interesses. Se, por outro<br />

lado, nossos sentidos fossem<br />

programados <strong>para</strong> servir aos interesses do mundo inteiro, então é isso que<br />

perceberíamos. Dessa maneira, ca<strong>da</strong> um de nós seria capaz de perceber<br />

aquilo que to<strong>da</strong> outra pessoa, animal, planta ou mineral no universo,<br />

percebe. Nós nos tornaríamos criaturas de percepção ilimita<strong>da</strong>.<br />

Em tal estado desligado, os cinco sentidos seriam usados de maneira<br />

muito diferente. Em vez de se concentrarem sobre interesses pessoais,<br />

eles serviriam de meio de comunicação com os outros. Isso é o motivo<br />

pelo qual o sexto sentido, que nos permite perceber o mundo espiritual,<br />

não é um sentido no mesmo sentido <strong>da</strong> palavra. é a intenção com a qual<br />

usamos os nossos sentidos. A intenção é um conceito critico na <strong>Cabala</strong><br />

que nos exploraremos mais em detalhes no Capítulo 4.<br />

No Rumo<br />

O CRIADOR TEM qUE DOAR;<br />

Basicamente, a intenção é o “objetivo”<strong>para</strong><br />

o qual agimos. Se quisermos nos beneficiar, apenas<br />

vemos a nós mesmos e a tudo que criamos. Mas se<br />

quisermos beneficiar ao Criador, veremos o mundo<br />

do Criador e tudo o que Ele criou.<br />

nÓS TEMOS qUE<br />

RECEBER<br />

A <strong>Cabala</strong> é realmente muito simples,<br />

uma vez que a conheçamos.<br />

Ela explica que o Criador é benevolente<br />

e que Ele quer nos outorgar<br />

prazer infinito sem <strong>para</strong>r.<br />

Porque o Criador é benevolente,<br />

Ele nos criou com um desejo infinito e ilimitado de receber prazer. Ele<br />

quer outorgar. Na <strong>Cabala</strong>, isso é chamado “a vontade de receber.”<br />

Na sua “Introdução ao Livro do Zohar,” Baal HaSulam explica a necessi<strong>da</strong>de<br />

do Criador de criar a vontade de receber (criaturas):<br />

Como o Pensamento <strong>da</strong> Criação era outorgar às Suas criaturas,<br />

Ele tinha que criar nas almas uma grande medi<strong>da</strong> de


Fun<strong>da</strong>mentos<br />

desejo de receber o que Ele pensou em <strong>da</strong>r-lhes... Assim sendo,<br />

o Pensamento <strong>da</strong> Criação por si, necessariamente, dita a<br />

criação de um desejo excessivo de receber nas almas, <strong>para</strong> se<br />

ajustar ao imenso prazer que o Todo Poderoso pensou doar<br />

às almas.<br />

Em outras palavras, temos a capaci<strong>da</strong>de, o potencial e até mesmo o<br />

desejo inconsciente de nos conectar com o Criador e receber Seus prazeres<br />

aumentando nossa alegria de viver.<br />

EGOíSTAS ATé OS OSSOS<br />

Mas na pratica, existem conseqüências <strong>para</strong> tamanha vontade de receber.<br />

Baal HaSulam descreve a complexi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> condição humana no<br />

seu ensaio “Paz no Mundo”.:<br />

todo e ca<strong>da</strong> individuo se sente, no mundo do Criador, como<br />

único soberano, e que todos os outros foram criados somente<br />

<strong>para</strong> facilitar e melhorar sua vi<strong>da</strong>, sem que <strong>para</strong> isso ele<br />

sinta qualquer obrigação em retribuir.<br />

Em poucas palavras, somos egoístas até os ossos. Porem, quando corrigidos,<br />

esse extremo egoísmo se torna o mais alto grau de altruísmo e<br />

benevolência.<br />

O DESEjO MAIS EGOíSTA: SER ALTRUíSTA<br />

O fato de termos nascidos egoístas não significa que continuaremos a ser<br />

Centelas Espirituais<br />

Existe um remédio precioso e maravilhoso<br />

àqueles que estu<strong>da</strong>m a <strong>Sabedoria</strong> <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>...<br />

[Eles atraem sobre eles as Luzes que envolvem<br />

suas almas.... A luz que recebe a ca<strong>da</strong> vez e<br />

mais vezes durante seus estudos atrai sobre eles<br />

a Graça Divina, uma abundância sem igual de<br />

santi<strong>da</strong>de e pureza, que aproxima a pessoa <strong>da</strong><br />

perfeição.<br />

-Baal HaSulam ,<br />

“Introdução ao Estudo dos Dez Sefirot”<br />

egoístas <strong>para</strong> sempre. Lembre-se<br />

que o Criador e benevolente; Ele<br />

não tem na<strong>da</strong> em sua mente a não<br />

ser outorgar. Conseqüentemente,<br />

Ele criou criaturas que somente<br />

querem receber. Essas criaturas<br />

começam a receber aquilo que<br />

Ele outorga, mais, mais e mais<br />

ain<strong>da</strong> sem fim.<br />

Enquanto a vontade de receber<br />

se desenvolve nas criaturas,<br />

27


28<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

uma transformação quase mágica acontece. Elas não querem somente<br />

aquilo que o Criador outorga, mas elas também querem ser de fato<br />

Criadores. Pense em como ca<strong>da</strong> criança quer se tornar como seus pais.<br />

Pense também que a base do aprendizado do pequeno é seu desejo de<br />

crescer. Os Cabalistas dizem que a vontade <strong>da</strong> criança de ser um adulto<br />

nasce do desejo <strong>da</strong> criatura de se assemelhar ao seu Criador.<br />

Se seus pais são seus modelos, você estu<strong>da</strong>ria suas ações e se esforçaria<br />

<strong>para</strong> igualá-los e ser um<br />

No Rumo<br />

Outra maneira de pensar na idéia de altruísmo<br />

é lembrar que a <strong>Cabala</strong> nos lembra que não<br />

somos se<strong>para</strong>dos, mas partes do nosso mundo.<br />

Altruísmo significa ser um com todos, unidos a eles.<br />

Nessa percepção, altruísmo é uma maneira inteligente<br />

de vigiarmos o nosso próprio bem estar.<br />

também um adulto. Da mesma<br />

maneira, se o Criador é seu modelo,<br />

você estu<strong>da</strong>ria o Criador<br />

<strong>para</strong> se assemelhar a Ele. Se o<br />

Criador que você estu<strong>da</strong>r é todo<br />

doação, todo benevolência,<br />

você pode ver como o egoísmo<br />

extremo de querer ser “Como<br />

o Criador” pode se tornar em<br />

altruísmo (que nós exploraremos mais ain<strong>da</strong> nos próximos capítulos)<br />

porque é o que Ele é. Na <strong>Cabala</strong>, a capaci<strong>da</strong>de de ser como o Criador é<br />

chama<strong>da</strong> “atingindo o atributo de outorgar.”<br />

A implicação, pode parecer antagônica, mas o desejo mais egoísta de<br />

uma pessoa é ser como o Criador: totalmente altruísta.


EM RESUMO<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

Fun<strong>da</strong>mentos<br />

A <strong>Cabala</strong> oferece um método que ensina a receber.<br />

O desejo primário do Criador é outorgar prazer, por isso Ele<br />

impregna suas criações com o desejo de receber esse prazer.<br />

O “sexto sentido” permite a pessoa perceber os Mundos Espirituais<br />

Superiores.<br />

O objetivo <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> é a revelação do Criador enquanto ain<strong>da</strong> vive -<br />

mos neste mundo.<br />

Os maiores egoístas querem ser como o Criador: altruístas.<br />

29


3<br />

POnTO PRInCIPAL<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

co n F e r i n d o a re a l i d a d e<br />

A reali<strong>da</strong>de não é o que os olhos vêem.<br />

Os limites <strong>da</strong> nossa percepção subjetiva<br />

Somos feitos de quatro fatores (cama<strong>da</strong>s), e podemos mu<strong>da</strong>r uma,<br />

<strong>para</strong> mu<strong>da</strong>r to<strong>da</strong>s as livre-escolhas<br />

O livre arbítrio não é realmente livre com a exceção <strong>da</strong> escolha do<br />

ambiente.<br />

Agora que temos uma compreensão básica de como a <strong>Cabala</strong> se desenvolveu<br />

e o que ela é, chegou a hora de <strong>da</strong>r uma olha<strong>da</strong> mais profun<strong>da</strong><br />

no que ela faz <strong>para</strong> você. Esse capítulo se estende sobre os conceitos<br />

introduzidos no Capitulo 2, <strong>para</strong> mostrar como os Cabalistas entendem<br />

o Criador e o que o Criador deseja <strong>para</strong> você.<br />

Esse capítulo também explora de forma mais completa a natureza <strong>da</strong><br />

reali<strong>da</strong>de e o que você percebe ou não sobre ela. Você também aprende<br />

o poder <strong>da</strong> livre escolha e como concentrar sua mente sobre aquilo que<br />

lhe aju<strong>da</strong> a mu<strong>da</strong>r sua vi<strong>da</strong> <strong>para</strong> melhor.<br />

31


32<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

ISSO é TUDO qUE ExISTE?<br />

Olhe em sua volta. O que vê? O que ouve? Você já se perguntou se<br />

tem algo ai fora que não pode ser detectado pelos seus cinco sentidos?<br />

Talvez existam outras criaturas dentro do espaço que Você não percebe<br />

- mundos que são transparentes e irreconhecíveis segundo nosso ponto<br />

de vista?<br />

Para um Cabalista, nos vivemos na escuridão,incapazes de ver a maior<br />

reali<strong>da</strong>de, mesmo ela estando aí. Ignorando a outra, tomamos essa visão<br />

do mundo como a única possível<br />

reali<strong>da</strong>de. Mas pense na <strong>Cabala</strong><br />

como uma maneira de iluminar o<br />

todo <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de de forma a poder<br />

vê-la. <strong>Um</strong>a vez que isso acontece<br />

e que nos a aceitamos, nossa percepção<br />

<strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de mu<strong>da</strong>. Não<br />

podemos mais agir <strong>da</strong> mesma maneira<br />

como antes, quando estáva-<br />

mos ain<strong>da</strong> na escuridão; e isso é <strong>para</strong> o nosso beneficio mútuo e dos<br />

demais.<br />

ALéM DOS CInCO SEnTIDOS<br />

Centelhas Espirituais<br />

Nossos cinco sentidos e nossa imaginação<br />

não nos oferecem mais do que a conclusão<br />

<strong>da</strong>s ações <strong>da</strong> Essência, mas não a Essência em<br />

si. Por exemplo, o sentido <strong>da</strong> vista nos oferece<br />

somente sombras <strong>da</strong> Essência visível, de acordo<br />

como elas são forma<strong>da</strong>s em oposição à luz.<br />

- Rav. Yehu<strong>da</strong> Ashlag<br />

“Prefácio do Livro do Zohar”<br />

Você jamais se sentiu estranho porque sua mão tem apenas 5 dedos?<br />

Provavelmente não. Apesar de podermos expandir o alcance que nossos<br />

cinco sentidos percebem, não podemos realmente imaginar quais são<br />

as percepções que nos faltam. é impossível reconhecer a ver<strong>da</strong>deira<br />

reali<strong>da</strong>de porque não é algo do qual sentimos falta do mesmo jeito que a<br />

falta de um sexto sentido.<br />

Visto que a imaginação é um produto de nossos cinco sentidos, nunca<br />

poderemos ver um objeto ou criatura que não nos seja familiar. Pense no<br />

mais criativo dos ilustradores de livros infantis ou na maioria dos artistas<br />

abstratos que você conhece. Será que seus desenhos se parecem com<br />

coisas que existem no mundo físico? Experimente imaginar a coisa mais<br />

esquisita, mesmo assim, você terá criado algo já conhecido ou algo que<br />

você subtraiu <strong>da</strong> sua reali<strong>da</strong>de quotidiana.


Conferindo a Reali<strong>da</strong>de<br />

Ir além dos cinco sentidos não acontece literalmente. é mais uma maneira<br />

de descrever um sentido de percepção superior, onde entendemos a<br />

interconexão de tudo e o nosso lugar nessa reali<strong>da</strong>de interconecta<strong>da</strong>.<br />

é possível, que você e eu recebamos muitas sensações de objetos externos.<br />

Mas porque os nossos sentidos não tem as mesmas quali<strong>da</strong>des<br />

<strong>da</strong>queles objetos, não os percebemos. Percebemos somente a parte do<br />

Centelhas Espirituais<br />

Por isso, você tem que entender e perceber<br />

que todos os nomes, apelações e todos os mundos,<br />

Superior e Inferior são todos uma simples Luz, única<br />

e unifica<strong>da</strong>. No Criador, a Luz que se expande, o<br />

Pensamento, a Operação e o Operador e tudo aquilo<br />

que o coração pode pensar e contemplar são <strong>Um</strong> ou<br />

a mesma coisa.<br />

-Rav Yehu<strong>da</strong> Ashlag – O Estudo dos Dez Sefirot<br />

objeto que lembra quali<strong>da</strong>des<br />

que já possuímos. Para uma<br />

percepção completa de qualquer<br />

coisa, precisamos antes<br />

estar interiormente completos.<br />

Em outras palavras, precisamos<br />

estar conscientes de to<strong>da</strong>s as<br />

formas de reali<strong>da</strong>de que existem<br />

em nós, e então, a nossa imagem<br />

<strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de será completa.<br />

Como, então, alcançar o sexto sentido que aumenta a nossa percepção<br />

além <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de convencional? De fato ele existe em todos, mas está<br />

oculto. Lembra <strong>da</strong> intenção no capitulo anterior? Com ela, podemos<br />

ativar esse sentido adormecido e torná-lo ativo.<br />

Com persistência e estudo, começamos a adquirir a percepção do<br />

mundo do Criador – o mundo <strong>da</strong> doação. Na <strong>Cabala</strong>, esse mundo é<br />

chamado de “O Mundo Superior”. Com estudo e o desenvolvimento<br />

do sexto sentido, nos começamos gradualmente a sentir e a entender o<br />

Mundo Superior.<br />

DO OUTRO LADO DA BARREIRA<br />

Nossa percepção do Mundo Superior varia dependendo do nosso estado<br />

espiritual. No inicio, não podemos perceber o Mundo Superior porque<br />

nossas quali<strong>da</strong>des são opostas às do Criador. Em tal estado, podemos<br />

somente perceber o mundo material no qual vivemos, e tudo aquilo<br />

que imaginamos ser o mundo espiritual é apenas invenção <strong>da</strong> nossa<br />

imaginação.<br />

Mas, a partir do momento que adquirimos a primeira quali<strong>da</strong>de espiritual,<br />

o primeiro bocado de altruísmo, adquirimos também a habili<strong>da</strong>de<br />

33


34<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

de ver o espiritual tal como é realmente. Os Cabalistas o chamam<br />

“Atravessar a barreira”, <strong>Um</strong>a vez que atravessemos a barreira, podemos<br />

progredir até sem professor, porque nesse estado estaremos sob a orientação<br />

do Criador. Ain<strong>da</strong>, na maioria dos casos, os Cabalistas continuam<br />

estu<strong>da</strong>ndo com um professor até após atravessarem a barreira, mas seu<br />

relacionamento com seus professores mu<strong>da</strong>m drasticamente: o professor<br />

não precisa mais conduzir um cego pela mão, mas os dois an<strong>da</strong>m juntos<br />

lado a lado num caminho encantado de descoberta.<br />

Além <strong>da</strong> barreira, a pessoa aprende de sua própria alma, observando-a<br />

e à sua relação com o Criador. Para compreender esse processo de aprendizagem,<br />

pense em como escutamos. O mecanismo <strong>da</strong> escuta reage a uma<br />

certa pressão de fora trabalhando <strong>da</strong> mesma maneira como a pressão,<br />

mas em direção oposta, pressionando de dentro. Dessa maneira, ele se<br />

mantém em equilíbrio, permitindo-nos medir, nesse caso, o volume e o<br />

grau de um som. Mas aí está o obstáculo: <strong>para</strong> que ocorra esse tipo de<br />

pressão, tem que haver um elemento de união entre aquele que percebe<br />

e o objeto de percepção. No caso <strong>da</strong> nossa escuta, é o tímpano.<br />

Mas, qual é a força de união que pode ligar a nossa percepção ao<br />

Criador? Talvez o que precisamos seja um “tímpano espiritual”, que<br />

teria a mesma quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>quela <strong>da</strong><strong>da</strong> pelo Criador? Bem, tal “tímpano“<br />

existe; é a intenção introduzi<strong>da</strong> no Capítulo 2. Qualquer coisa que você<br />

faça com a intenção de doar é considerado “doação” na espirituali<strong>da</strong>de.<br />

O problema é saber onde está a sua intenção de receber e transformá-la<br />

em intenção de doar. Mais detalhes serão <strong>da</strong>dos a respeito no capítulo<br />

12: Tornando-se um Aluno <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>.<br />

A únICA REALIDADE ESTá DEnTRO DE nÓS.<br />

Nossa compreensão está basea<strong>da</strong> nos genes que her<strong>da</strong>mos, na nossa experiência,<br />

nossa socialização e o que já aprendemos. é tudo totalmente<br />

subjetivo. Independentemente do que os nossos sentidos captam o que<br />

eventualmente entendemos e como agimos em consequência, é muito<br />

pessoal<br />

Por exemplo se fossemos surdos, deixariam de existir sons a nossa<br />

volta? Não teria música e o som de aviões a jato rugindo sobre nossas<br />

cabeças? Será que os passarinhos deixariam de cantar só porque não<br />

podemos ouvi-los? Para nos, sim. Não há como descrever <strong>para</strong> um surdo,


Conferindo a Reali<strong>da</strong>de<br />

o som de um rouxinol. Outrossim, não há duas pessoas que ao ouvir o<br />

mesmo som tenham a mesma experiência.<br />

Tudo aquilo que você e eu acreditamos existir fora de nós, são na<br />

reali<strong>da</strong>de, experiências que sentimos dentro de nos. Não temos meios<br />

de dizer como elas realmente são por dentro ou por fora. Então, quando<br />

pensamos na reali<strong>da</strong>de, nós de fato estamos pensando naquilo que vemos<br />

como objetivo através <strong>da</strong>s lentes de nossa própria percepção.<br />

nA PROCURA DA LIBERDADE<br />

Comecemos esta parte com uma alegoria do Baal HaSulam: Era uma vez<br />

um rei que queria saber quem dos seus súditos lhe era fiel. Ele anunciou<br />

que qualquer pessoa que quisesse vir trabalhar <strong>para</strong> ele seria recompensa<strong>da</strong><br />

por uma refeição festiva, digna de reis. Quando as pessoas chegaram<br />

não havia ninguém nos portões, apenas um cartaz indicando <strong>para</strong> onde<br />

se dirigir e o que fazer, mas sem guar<strong>da</strong>s <strong>para</strong> vigiar as chega<strong>da</strong>s. Aqueles<br />

que trabalharam nas áreas designa<strong>da</strong>s estavam expostos a um pó mágico,<br />

e aqueles que se dirigiram à outro lugar, não o foram. De noite quando<br />

todos se sentaram à mesa, aqueles que trabalharam segundo a indicação<br />

do cartaz gostaram muito <strong>da</strong> refeição, mas <strong>para</strong> aqueles que não seguiram<br />

o cartaz, a comi<strong>da</strong> era a pior que eles jamais haviam provado. Assim sendo,<br />

somente aqueles que escolheram seguir o rei foram recompensados<br />

em sentir o mesmo prazer que o rei sentiu.<br />

já foi dito, há muito tempo, que as pessoas são realmente felizes se eles<br />

estão livres de escravidão, de opressão, e livres <strong>para</strong> tomar suas próprias<br />

decisões. Da mesma maneira, as pessoas se perguntam como reconciliar<br />

o conceito de livre escolha com a existência de um poder maior, e no<br />

caso dos Cabalistas - o Criador.<br />

O único desejo do Criador é <strong>para</strong> que você e eu nos sintamos realizados<br />

e felizes. Esse estado só pode ocorrer quando chegarmos ao estado do<br />

Criador, ao Seu nível. Isso somente pode ocorrer quando o nosso desejo<br />

se igualar ao desejo do Criador de <strong>da</strong>r prazer. Se isso parece redun<strong>da</strong>nte,<br />

pois assim é: é a reciproci<strong>da</strong>de que mais nos aproxima <strong>da</strong> perfeição e do<br />

desejo do Criador <strong>para</strong> conosco. Então, como podemos reconciliar essa<br />

idéia de livre arbítrio com aquilo que o Criador deseja <strong>para</strong> nos.<br />

35


36<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

Aqui está, passo a passo, a lógica do Cabalista:<br />

1.<br />

2.<br />

3.<br />

O Criador é absolutamente benevolente.<br />

Assim sendo, ele quer nos <strong>da</strong>r prazer absoluto.<br />

Prazer absoluto significa estar no estado Dele: onisciente,<br />

onipotente e benevolente.<br />

4. Nós, então teremos que chegar a sentir que Seu estado é o estado de<br />

absoluta bon<strong>da</strong>de. Em outras palavras, temos que fazer essa escolha de<br />

nossa própria vontade.<br />

5. O livre arbítrio só pode se acontecer com a condição de que o<br />

Criador não nos force, <strong>para</strong> que possamos ser independentes Dele.<br />

6. Por isso Ele está oculto e nos deu a existência nesse mundo, onde<br />

não sentimos o Criador de maneira vivi<strong>da</strong> e tangível como os objetos<br />

físicos.<br />

7. Sem senti-Lo nem como sendo terrível ou bondoso, mas a partir de um<br />

estado completamente “neutro”, podemos decidir que ser como Ele<br />

é a bon<strong>da</strong>de absoluta.<br />

fALSA LIBERDADE<br />

A <strong>Cabala</strong> nos ensina que mesmo o Criador querendo se relacionar com<br />

a Sua criação, Ele se ocultou de nós <strong>para</strong> nos <strong>da</strong>r a impressão de livre<br />

arbítrio. Nessas condições, parece que podemos agir, pensar e escolher,<br />

completamente independentes <strong>da</strong> presença do Criador. Nossas escolhas<br />

parecem ter sido feitas do nosso próprio querer e vontade; não vemos ou<br />

detectamos uma mão invisível conduzindo nossas ações e podemos até<br />

dizer que nossas escolhas são realmente livres.<br />

Pense nisso dessa maneira: O Criador planejou to<strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>, até<br />

detalhes como o que você vai almoçar hoje. Mas se o Criador planeja de<br />

antemão to<strong>da</strong>s as nossas decisões e movimentos, será que o livre arbítrio<br />

é realmente livre? A resposta é que as nossas escolhas são livres quando<br />

vistas <strong>da</strong> nossa perspectiva. O fato de que o Criador sabe aquilo que<br />

decidiremos não significa na<strong>da</strong> <strong>para</strong> nós, enquanto ain<strong>da</strong> não sabemos o<br />

que escolheremos.


O PRInCIPIO DO PRAzER E DA DOR<br />

Conferindo a Reali<strong>da</strong>de<br />

Como acabamos de explicar, o único desejo do Criador é que nós nos<br />

sintamos plenos de alegria. Reconhecer essa ver<strong>da</strong>de é essencial ao nosso<br />

caminho <strong>da</strong> perfeição. Não é nenhum segredo que todos nós desejamos<br />

ter prazer e que <strong>para</strong> isso fazemos de tudo <strong>para</strong> achá-lo.<br />

Mas, se a intenção do Criador é <strong>para</strong> que possamos buscar e experimentar<br />

prazer, onde a dor encaixa nessa equação? Você e eu não tomamos<br />

nenhuma ação a menos que acreditemos que, de alguma maneira,<br />

nos fará sentir bem ou, pelo menos, melhor. Ca<strong>da</strong> uma de nossa ações<br />

é o resultado de um cálculo de<br />

que elas aumentarão a nossa<br />

felici<strong>da</strong>de. Desse jeito, você e<br />

eu nos colocamos, de maneira<br />

consciente em situações dolorosas<br />

<strong>para</strong> gozar de mais prazer.<br />

Centelhas Espirituais<br />

Seres vivos não têm liber<strong>da</strong>de... <strong>para</strong> escolher<br />

dor ou rejeitar prazer. E a vantagem do homem<br />

sobre os demaiis é porque ele pode almejar um<br />

objetivo remoto, a aceitar a uma certaintensi<strong>da</strong>de<br />

de dor, <strong>para</strong> ter um beneficio ou prazer futuro conseguido<br />

após algum tempo...E, às vezes acontece<br />

que somos atormentados por que consideramos o<br />

prazer tangível como sendo um acréscimocom<strong>para</strong>do<br />

a agonia que sofremos, assim, estamos em<br />

déficit,exatamente como os mercadores fazem.-<br />

Baal HaSulam, “A Liber<strong>da</strong>de”<br />

Certas situações dolorosas nos<br />

levam a reavaliar o que nos acreditamos<br />

serem as causas de nossa<br />

felici<strong>da</strong>de e os gradua de acordo<br />

com a sua importância. Digamos<br />

que você tem um relógio Rolex,<br />

e o fato de lhe pertencer lhe causa<br />

grande prazer - o que ele representa como realização, o que ele mostra<br />

a respeito de seu status, e quem sabe o que mais, algum dia um ladrão<br />

aponta uma arma <strong>para</strong> seu peito e lhe pede seu amado relógio, ou até....<br />

A maioria <strong>da</strong>s pessoas sãs aceitariam um ato doloroso (nesse caso entregar<br />

um item que lhe é caro) <strong>para</strong> evitar um ato ain<strong>da</strong> mais doloroso (uma<br />

espécie de ferimento ou pior)<br />

Pense nisso como se fosse uma espécie de sistema de gra<strong>da</strong>ção. As<br />

pessoas podem calcular que qualquer desconforto no presente vale ter<br />

prazer no futuro.. Em outros termos, a presente dor é vali<strong>da</strong> <strong>para</strong> obter<br />

algum prazer no futuro.<br />

37


38<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

qUATRO fATORES (CAMADAS) DE nOSSO<br />

fAz DE COnTA<br />

A <strong>Cabala</strong> afirma que 4 fatores determinam o estado <strong>da</strong> pessoa a todo<br />

ca<strong>da</strong> momento:<br />

1. Fonte: Isso é um ponto de parti<strong>da</strong>, o bolo espiritual de genes. Mas<br />

não é uma tela em branco. Pense nisso como sendo uma parede que foi<br />

pinta<strong>da</strong> e repinta<strong>da</strong> muitas vezes. As cama<strong>da</strong>s prévias de tinta estão<br />

debaixo <strong>da</strong> superfície. Talvez elas não possam ser vistas ou distingui<strong>da</strong>s,<br />

mas elas fazem parte <strong>da</strong> composição <strong>da</strong> parede, sempre o ponto de inicio<br />

<strong>para</strong> o próximo, como quando pintamos uma parede, a cama<strong>da</strong> atual é<br />

sempre a subcama<strong>da</strong> <strong>para</strong> a próxima demão.<br />

2. Vias de desenvolvimento que não mu<strong>da</strong>m sob a influência de fatores<br />

externos. Esse fator li<strong>da</strong> com a maneira que evoluímos como resultado<br />

de nossos genes. Essas vias podem se referir a coisas que temos tendência<br />

a gostar ou desgostar, a nossos talentos e outros traços hereditários.<br />

No Rumo<br />

Por que é que a sua atitude, qualquer que<br />

seja ela, mu<strong>da</strong> o ambiente? A resposta é que<br />

você não é se<strong>para</strong>do, mas uma outra parte do<br />

ambiente. Isso visto, uma questão importante a<br />

ser pergunta<strong>da</strong> seria:<br />

Que atitude eu deveria tomar <strong>para</strong> tornar meu<br />

ambiente melhor?<br />

3. Vias de desenvolvimento que<br />

mu<strong>da</strong>m sob a influência de fatores<br />

externos. Isso é nossa atitude<br />

em relação ao ambiente externo.<br />

Digamos que você recebeu uma<br />

critica ruim de seu chefe no trabalho.<br />

Você pode ficar transtornado<br />

e zangado, e sentir que o feedback<br />

não é justo, ou você pode decidir<br />

que o seu chefe se importa com você e lhe diz o que você tem que fazer<br />

<strong>para</strong> vencer. De qualquer maneira, o evento externo <strong>da</strong> critica do seu<br />

chefe o afetará com certeza e o mu<strong>da</strong>rá.<br />

4. Vias de Desenvolvimento dos Próprios Fatores Externos. O quarto<br />

fator é o ambiente externo e sua contínua evolução. Para continuar o<br />

exemplo anterior, se optar por trocar o seu patrão (talvez, trocando de<br />

trabalho), isto o exporia a um novo conjunto de influências, mas estas<br />

seriam influências que você escolheu.<br />

Como mostram os quatro fatores, a confluência <strong>da</strong> origem de uma<br />

pessoa , sua natureza interna, e as forças externas imutáveis e mutáveis,


Conferindo a Reali<strong>da</strong>de<br />

to<strong>da</strong>s contribuem <strong>para</strong> a nossa construção interior. No entanto, de todos<br />

os quatro elementos, o único elemento que podemos modificar é o quarto,<br />

o nosso ambiente. Mas, porque os elementos se afetam mutuamente,<br />

ao mu<strong>da</strong>r o nosso ambiente, podemos mol<strong>da</strong>r, em última instância, todos<br />

os outros elementos dentro de nós.<br />

EM RESUMO<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

Aquilo que percebemos como nosso mundo é uma imagem subjetiva<br />

do que o Criador nos deu.<br />

O Criador quer somente lhe outorgar, e quando você recebe, você vai<br />

querer ser como o Criador e lhe doar em retôrno.<br />

Quatro fatores determinam o nosso estado a qualquer momento:<br />

Fonte, vias de desenvolvimento que não mu<strong>da</strong>m e que<br />

derivam <strong>da</strong> natureza <strong>da</strong> pessoa, vias de desenvolvimento que<br />

mu<strong>da</strong>m sob a influência de fatores externos e vias de<br />

desenvolvimento dos fatores externos em si.<br />

Se quiser mu<strong>da</strong>r seus desejos e direção na vi<strong>da</strong>, você deve assumir o<br />

controle do ambiente no qual vive.<br />

39


4<br />

SOMEnTE O ESSEnCIAL<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

a HiStória d o S de S e j o S<br />

Cinco graus de desejo.<br />

Reconhecimento do mal como condição <strong>para</strong> descobrir o Criador.<br />

O “ponto no coração”.<br />

A intenção é a força decisiva <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

A história <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de está em equivalência com a história dos desejos<br />

humanos e como eles se desenvolveram. A busca de maneiras de<br />

satisfazer os nossos desejos determina a veloci<strong>da</strong>de e direção <strong>da</strong> evolução<br />

de uma civilização e define como ela mede seu progresso.<br />

Este capítulo explora o desenvolvimento dos desejos humanos, <strong>da</strong>s<br />

necessi<strong>da</strong>des básicas até o nível mais alto: a necessi<strong>da</strong>de pela espirituali<strong>da</strong>de.<br />

Você só pode começar um estudo sério <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> depois de você<br />

ter adquirido essa necessi<strong>da</strong>de, essa é a chave <strong>para</strong> compreender a função<br />

do Criador e a nossa própria função no mundo.<br />

41


42<br />

CInCO níVEIS DE DESEjOS<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

A lista dos sucessos <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de é <strong>para</strong>lela à lista de seus desejos. O<br />

desejo humano de transportar mercadorias a um passo mais veloz acelerou<br />

a invenção <strong>da</strong> ro<strong>da</strong>. E o desejo humano de governar e conquistar<br />

foram a força motriz que levou a invenção do canhão na I<strong>da</strong>de Média.<br />

À medi<strong>da</strong> que o desejo coletivo cresce, as civilizações progridem. A<br />

<strong>Cabala</strong> divide o complexo inteiro de desejos humanos em cinco graus:<br />

Nível 1. Satisfazendo desejos naturais básicos, tais como comi<strong>da</strong>,<br />

abrigo e sexo<br />

Nível 2. Lutando <strong>para</strong> enriquecer.<br />

Nível 3. Necessi<strong>da</strong>de de poder e fama.<br />

Nível 4. Sede por Instrução.<br />

Nível 5. O desejo <strong>para</strong> a espirituali<strong>da</strong>de<br />

<strong>Um</strong>a vez o desejo imediato satisfeito, mesmo assim uma sensação de<br />

“vazio” se manifesta. Quanto mais o processo se repete, mais a pessoa<br />

é leva<strong>da</strong> a questionar o benefício desse processo de vazio-satisfaçãovazio.<br />

Quando desistimos de satisfazer os nossos desejos de certo nível,<br />

tentamos novamente no próximo nível. E quando os desejos dos primeiros<br />

quatro níveis terem provado ser todos ineficientes em nos <strong>da</strong>r<br />

uma satisfação duradoura, começamos a perguntar: “Existe algo mais na<br />

vi<strong>da</strong> do que correr atrás de bens materiais e posição social? Quando isso<br />

acontece, começamos a querer espirituali<strong>da</strong>de. Na <strong>Cabala</strong>, esse estado é<br />

chamado “o aparecimento do ponto no coração”. Mais sobre isso abaixo,<br />

nesse capítulo.<br />

O RECOnHECIMEnTO DO MAL E A<br />

REVELAÇÃO DO BEM<br />

No capítulo anterior, falamos do reconhecimento do mal, isto é, o reconhecimento<br />

do que somos egoístas, agindo somente <strong>para</strong> o nosso benefício.<br />

Dissemos que se considerarmos nosso estado como totalmente<br />

Mal, e o estado do Criador como totalmente desejável, atravessaremos<br />

a barreira e entraremos no mundo espiritual. A questão que permanece<br />

aberta é qual é a maneira mais rápi<strong>da</strong> e menos dolorosa de reconhecermos<br />

o Mal. Isso é onde a <strong>Cabala</strong> entra. A vantagem na <strong>Cabala</strong> é que<br />

ela ensina sobre a natureza humana sem ter que experimentar o Mal


A História dos Desejos<br />

fisicamente. Por isso é que os Cabalistas dizem que não precisamos sofrer,<br />

mas estu<strong>da</strong>r em vez de sofrer.<br />

Cabalição<br />

Na cabala, correto se refere à correção.<br />

Ninguém vai lhe dizer quem você é ou se o que<br />

você faz é correto ou incorreto. Mas se você utilizou<br />

um desejo <strong>para</strong> ser “Como o Criador”, então você<br />

fez a coisa certa. Para os cabalistas, correção quer<br />

dizer tornar a intenção com a qual usamos um desejo<br />

de “<strong>para</strong> mim” em “<strong>para</strong> o Criador”.<br />

Nesse sentido, os humanos terminam<br />

a criação do Criador, quer<br />

dizer que eles a corrigem. Por que<br />

os humanos têm a habili<strong>da</strong>de de se<br />

assemelhar ao Criador, o Criador<br />

passa <strong>para</strong> eles a liderança <strong>da</strong> criação,<br />

tão logo eles se corrigijam.<br />

Então o bom propósito do mal se<br />

realiza só se o egoísmo se torna a força motriz em direção ao Criador. Do<br />

contrario, o mal é mal é mal. E ele produz o mal, como os atos egoístas,<br />

através <strong>da</strong> história, o demonstram.<br />

O Criador nos pressiona mais <strong>para</strong> que nos controlemos. Esse é o<br />

porquê do mundo parecer ca<strong>da</strong> vez mais hostil. O Criador assim o fez<br />

<strong>para</strong> que você e eu comecemos a corrigir o mundo e nós mesmos. Se Ele<br />

não tivesse agido assim, você e eu estaríamos sentados sob uma arvore<br />

<strong>para</strong> nos bronzear. Apesar disso parecer ótimo, não o levaria nem perto<br />

de se assemelhar ao Criador, que é o motivo por que Ele nos criou em<br />

primeiro lugar.<br />

O Criador quer que participemos <strong>da</strong> nossa própria criação. Se você<br />

se lembrar disto, todos os seus cálculos deixam de ser passivos. Ao contrario,<br />

eles se tornam instrumentos com os quais você contata o Criador<br />

e O experimenta . Ca<strong>da</strong> atributo negativo ou mal em você se torna um<br />

meio <strong>para</strong> um fim.<br />

Na <strong>Cabala</strong> não existe nenhum outro meio de contatar o Criador – senão<br />

após nos <strong>da</strong>rmos conta de que nossos atributos são negativos. Em outras<br />

palavras, o reconhecimento do mal é o começo <strong>da</strong> revelação do bem.<br />

Essa explicação do objetivo do Criador deixa uma pergunta em aberto:<br />

Se Ele quer nos <strong>da</strong>r prazer como os Cabalistas dizem, o que há de errado<br />

em se bronzear, se isso nos dá prazer? Bem, não há na<strong>da</strong> de errado nisso,<br />

se é realmente o que você quer. Mas se você tem uma pergunta na cabeça<br />

que está lhe perturbando (enquanto está deitado na praia), e você não<br />

consegue mais ter prazer em se bronzear, aí talvez você precise de algo<br />

mais, e talvez esse algo mais seja a <strong>Cabala</strong>. Baal HaSulam coloca assim:<br />

A <strong>Cabala</strong> é <strong>para</strong> aqueles que perguntam (mesmo inconscientemente),<br />

43


44<br />

“Qual é o significado <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong>?”<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

SEnTInDO-SE BEM E DEPOIS MELHOR AInDA<br />

Por trás de todos os nossos desejos está a procura pela satisfação. A<br />

<strong>Cabala</strong> explica que a vi<strong>da</strong> está basea<strong>da</strong> num só desejo: se sentir bem,<br />

independendo dessa sensação ser a obtenção de um novo emprego, um<br />

novo carro, um cônjuge, ou crianças bem sucedi<strong>da</strong>s.<br />

Quando você começa a sentir a espirituali<strong>da</strong>de, ela mu<strong>da</strong> sua escala de<br />

prazer. Você poderá começar a perceber que alguns desejos se tornaram<br />

mais importante e outros menos. Você começa a examinar a sua vi<strong>da</strong><br />

não mais de acordo com o que seu corpo físico vê no momento, mas de<br />

acordo com uma escala muito mais ampla. Você começa a ver o que lhe<br />

é vantajoso e o que não é por futuras gerações. Como resultado, você<br />

mu<strong>da</strong> a maneira de avaliar seu ambiente.<br />

Quando você se der conta que você é parte de uma só alma e que<br />

todos na humani<strong>da</strong>de são também partes dessa alma, você começa a<br />

pensar que talvez seja do seu interesse ajudá-los. Em resumo, a <strong>Cabala</strong><br />

lhe lembra a olhar <strong>para</strong> a grande imagem.<br />

Ironicamente, contudo, quanto mais você quer espirituali<strong>da</strong>de, mais<br />

você quer também prazeres mun<strong>da</strong>nos. <strong>Um</strong> Cabalista não é uma pessoa<br />

sem desejos <strong>para</strong> comi<strong>da</strong>, sexo, dinheiro, poder e conhecimento, pelo<br />

contrário, um Cabalista tem desejos mun<strong>da</strong>nos ain<strong>da</strong> mais fortes que a<br />

maioria <strong>da</strong>s pessoas, mas também um desejo pela espirituali<strong>da</strong>de ain<strong>da</strong><br />

maior do que todos os maiores desejos mun<strong>da</strong>nos juntos.<br />

O processo de intensificação é feito <strong>para</strong> que você desenvolva um<br />

desejo tão grande por espirituali<strong>da</strong>de que você seria capaz de fazer qualquer<br />

coisa <strong>para</strong> atingi-lo, inclusive anulando todos os desejos que não são<br />

<strong>para</strong> a espirituali<strong>da</strong>de. Mas <strong>para</strong> que desista desses desejos, você deve<br />

antes vivê-los. Isso é por que os Cabalistas explicam que quanto maior<br />

o seu nível espiritual, quanto maior é o desejo de prazeres mun<strong>da</strong>nos e<br />

em segui<strong>da</strong> recebendo a consciência que existe algo que é ain<strong>da</strong> melhor<br />

e maior que todos os prazeres combinados.<br />

Na espirituali<strong>da</strong>de, como no nosso mundo, seus desejos mu<strong>da</strong>m à<br />

medi<strong>da</strong> que você cresce. Os primeiros desejos que você teve se parecem<br />

com brinquedos com<strong>para</strong>dos com as coisas que você busca agora.<br />

Essa busca finalmente leva ao bem absoluto – ao contato direto com o


A História dos Desejos<br />

Criador, realizado através <strong>da</strong> equivalência <strong>da</strong> forma com Ele. Em sendo<br />

semelhante a Ele.<br />

UMA SITUAÇÃO GAnHADORA<br />

Mas se o Criador fez um<br />

mundo <strong>para</strong> outorgar Sua<br />

abundância aos seres criados,<br />

então por que está<br />

errado querer tudo “<strong>para</strong><br />

si”? Por que é visto como mal ou egoísmo? Por que era necessário criar<br />

um mundo tão imperfeito e uma criação tão corrupta que devem ser<br />

corrigidos?<br />

A <strong>Cabala</strong> explica que o Criador recebe prazer ao <strong>da</strong>r prazer aos seres<br />

que criou – nós. Se nos deleitamos pelo fato que nossa recepção agra<strong>da</strong><br />

ao Criador, então as nossas quali<strong>da</strong>des e desejos coincidem com as do<br />

Criador. Dessa maneira, todos pensam no próximo, não em si mesmos<br />

ou em si mesmas, e todos recebem prazer <strong>da</strong> mesma forma,<br />

qUAnDO SExO, PODER, E COnHECIMEnTO<br />

nÃO BASTAM<br />

Quando desejos de prazeres mun<strong>da</strong>nos, comi<strong>da</strong>, sexo, família, riqueza,<br />

poder e conhecimento, falham em manter sua promessa de felici<strong>da</strong>de<br />

duradoura, “o ponto no coração“ começa a se desenvolver. é um desejo<br />

de algo superior, aparecendo quando todos os desejos mun<strong>da</strong>nos se<br />

exauriram.<br />

O POnTO nO CORAÇÃO<br />

Cabalição<br />

<strong>Cabala</strong> distingue o desejo pelo Criador de todos<br />

os outros desejos. Desejos pelos prazeres deste mundo são<br />

chamados de “o coração do homem” enquanto que o<br />

desejo pelo Criador é chamado de “ponto no coração”.<br />

O ponto no coração, o desejo pela Luz – O Criador – é despertado dentro<br />

dos desejos egoístas, que uma pessoa não pode preencher. Confrontados<br />

com a impossibili<strong>da</strong>de de satisfazer o desejo pelo Criador através de meios<br />

mun<strong>da</strong>nos, a pessoa chega ao estado final <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong> vontade de<br />

receber.<br />

Quando isto acontece, a pessoa sente muitas vezes a escuridão dentro<br />

de si. Mas isto não é porque ele ou ela tenha piorado. Ao contrário, é<br />

porque essa pessoa tornou-se mais corrigi<strong>da</strong>, atraiu mais Luz, em novos<br />

lugares de sua alma. Mas como esses lugares ain<strong>da</strong> não foram corrigidos,<br />

45


46<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

eles dão o sentimento de “escuridão”. Quando aparecem trevas, é um<br />

sinal claro de que você fez progressos e que a Luz certamente virá a<br />

seguir.<br />

Na “Introdução ao Estudo dos Dez Sefirot”, Baal HaSulam escreve<br />

que é como se o Criador aparecesse <strong>para</strong> uma pessoa saindo de uma<br />

fen<strong>da</strong> na parede e oferecesse esperança de uma paz futura. Em <strong>Cabala</strong>,<br />

isto é chamado de “colocar a mão na boa sorte.”<br />

AnALISAnDO O “PORqUê”<br />

O ver<strong>da</strong>deiro trabalho começa quando o ponto no coração se abre. Na<br />

Centelhas Espirituais<br />

O homem olha <strong>para</strong> a aparência externa,<br />

mas o Criador olha <strong>para</strong> o coração.<br />

- Samuel 1, 16:7<br />

<strong>Cabala</strong>, o ponto focal é a intenção.<br />

Os desejos criam nossos pensamentos,<br />

mas, as intenções lhes<br />

dão sentido. Isto, por sua vez, cria<br />

as nossas ações e finalmente to<strong>da</strong><br />

a nossa reali<strong>da</strong>de. Com o estudo <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>, você pode se concentrar em<br />

desenvolver intenções que afetam a reali<strong>da</strong>de de maneira tal que acabam<br />

por elevar você ao Mundo Superior, ao Criador.<br />

Na ciência <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> o pensamento é a intenção, pois é o seu progenitor.<br />

Na vi<strong>da</strong> normal, pensamentos são as considerações feitas pelo desejo<br />

de receber. O desejo de receber por si só não é ruim – foi assim que você<br />

e eu fomos criados e quando usado corretamente, é benéfico <strong>para</strong> nós e<br />

<strong>para</strong> o Criador. A intenção na qual usamos nosso desejo é onde devemos<br />

focar nossa atenção.<br />

Em outras palavras, devemos estar cientes do porque fazemos o que<br />

fazemos, que proveito queremos tirar disso, e a quem queremos agra<strong>da</strong>r<br />

ao receber prazer – a nós ou ao Criador? Essa intenção criará um plano<br />

de trabalho,um pensamento, e os pensamentos determinarão to<strong>da</strong><br />

reali<strong>da</strong>de. Então, a única parte que deve ser corrigi<strong>da</strong> na reali<strong>da</strong>de são<br />

nossas intenções. é por isso que os Cabalistas dizem que não importa<br />

o que você faz, mas sim o que você quer alcançar através do que faz.<br />

Desenvolveremos este assunto a seguir.<br />

ACOPLAnDO COM O CRIADOR<br />

O objetivo do Criador desde o início era tornar o desejo completo.<br />

Entretanto, isto acontece somente quando o seu objetivo, por livre


A História dos Desejos<br />

vontade, se assemelha ao atributo de doação do Criador. Isto requer transformar<br />

seu desejo de auto-satisfação <strong>para</strong> o desejo de agra<strong>da</strong>r ao Criador.<br />

E o Criador fica satisfeito quando você adquire Suas quali<strong>da</strong>des.<br />

Quando você adquirir essa intenção, a sua vontade de sentir prazer<br />

se torna igual ao desejo do Criador de doar. Você traz a si mesmo <strong>para</strong><br />

um estado de perfeição pela correta utilização de seu único atributo: a<br />

recepção de prazer. Esta é uma mu<strong>da</strong>nça de intenção, uma mu<strong>da</strong>nça no<br />

objetivo de suas ações e não em suas ações propriamente ditas. Alterando<br />

a intenção de um desejo envolve três fases:<br />

1. Evitar o uso de desejo em sua forma original.<br />

2. Isolar a partir do seu desejo de desfrutar apenas os desejos que<br />

você pode usar a fim de agra<strong>da</strong>r ao Criador.<br />

3. Corrigir a intenção dos desejos dignos e tornar-se parecido<br />

com o Criador nestes desejos. Em <strong>Cabala</strong>, isso é chamado de “união com<br />

o Criador”, ou “descobrir o Criador”.<br />

Na espirituali<strong>da</strong>de, você se afasta <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de com a qual nasceu. Em<br />

vez disso, você começa a conhecer as forças que pintaram o quadro. Você<br />

começa a conhecer o artista. Você adquirirá a capaci<strong>da</strong>de <strong>para</strong> se conectar<br />

com as forças que criam a imagem e, em última instância, governar<br />

essas forças. Você começa a entender como a reali<strong>da</strong>de é feita.<br />

Isso acontece <strong>para</strong> a socie<strong>da</strong>de como um todo, bem como <strong>para</strong> ca<strong>da</strong><br />

indivíduo. Hoje, muitos de nós já concluíram os Níveis 1-4 e estão agora<br />

embarcando <strong>para</strong> o Nível 5, o nível espiritual. Este é um tempo em que as<br />

pessoas vão querer saber <strong>para</strong> que estão vivendo. Nosso próximo capítulo<br />

irá explorar pontos-chave na evolução <strong>da</strong> cabala e sua congruência com<br />

a história <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de.<br />

EM RESUMO<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

Existem cinco níveis de desejo: comi<strong>da</strong> e sexo, riqueza, poder, conheci<br />

mento e espirituali<strong>da</strong>de. O único desejo que nos satisfaz é o último.<br />

A história é realmente um conto de desejos exacerbados, insaciáveis.<br />

Seus atributos negativos acabarão por levá-lo a conhecer o Criador.<br />

O desejo de mais coisas mun<strong>da</strong>nas necessariamente conduz a um<br />

maior vazio, porque a nosso ver<strong>da</strong>deiro desejo (inconsciente) é<br />

47


•<br />

conhecer o Criador.<br />

Intenção é a força que impulsiona os resultados <strong>da</strong> ações, o objetivo<br />

por trás do ato.


EM fOCO<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

A reali<strong>da</strong>de evoluiu a partir do pensamento, à matéria, ao homem.<br />

Adão e O Anjo do Segredo de Deus<br />

Abraão e O Livro <strong>da</strong> Criação<br />

Moisés, e A Torá<br />

• Shimon Bar Yochai e O Livro do Zohar<br />

•<br />

5<br />

ca b a l a S U a HiStória e<br />

Pe S S o a S im P o rta n t e S<br />

O Ari e A Árvore <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong><br />

A <strong>Cabala</strong> não fala sobre a existência física do universo, mas o que ela diz<br />

sobre a espirituali<strong>da</strong>de tem uma parte correspondente no mundo físico.<br />

Neste capítulo, você aprenderá sobre a história <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> e as pessoas<br />

que contribuíram <strong>para</strong> a sua posição como uma peça-chave no drama<br />

humano.<br />

49


50<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

DO PRIMEIRO PEnSAMEnTO AO PRIMEIRO<br />

HOMEM<br />

A história <strong>da</strong> cabala corresponde à história <strong>da</strong> criação. O Pensamento<br />

<strong>da</strong> Criação fez com que a criação acontecesse. O Pensamento <strong>da</strong> Criação<br />

é a chama<strong>da</strong> Root Zero ou Fase Zero. A Fase Zero gerou mais quatro fases<br />

que depois geraram o Mundo Raiz, que ain<strong>da</strong> é um mundo spiritual, não<br />

um mundo físico. Este Mundo Raiz é chamado de A<strong>da</strong>m Kadmon (O<br />

Primeiro Homem), e gerou outros quatro mundos, chamados Atzilut,<br />

Beria, Yetzira, e Assiya. Estes também são mundos espirituais e não<br />

físicos.<br />

Abaixo de Assiya havia um ponto negro chamado “o ponto deste<br />

mundo,” que se materializou no que você e eu chamamos de “universo”<br />

Dentro de nosso universo há uma galáxia chama<strong>da</strong> Via Láctea, e nesta<br />

galáxia há um pequeno planeta chamado Terra .<br />

A evolução <strong>da</strong> Terra <strong>da</strong> lava ardente ao esfriamento marítimo, do<br />

No Rumo<br />

Quando falamos <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça de inanimados<br />

<strong>para</strong> vegetativos, e <strong>da</strong>í <strong>para</strong> animados<br />

e <strong>para</strong> humanos, automaticamente pensamos<br />

em Darwin, ou a explicação <strong>da</strong> criação que se<br />

adequa ao nosso sistema de crenças. Mas você<br />

deve saber que, segundo a <strong>Cabala</strong>, a única razão<br />

<strong>para</strong> o aparecimento <strong>da</strong> próxima etapa <strong>da</strong><br />

criação ou de qualquer outra coisa, é a conclusão<br />

<strong>da</strong> etapa anterior.<br />

os primeiros animais apareceram.<br />

aparecimento de montanhas ao<br />

desmembramento <strong>da</strong> terra em continentes<br />

continuou por muitos milhões<br />

de anos. é o <strong>para</strong>lelo físico <strong>da</strong><br />

Fase Raiz espiritual. Quando a terra<br />

esfriou, começou a vi<strong>da</strong> vegetativa,<br />

que reinou no mundo durante vários<br />

milhões de anos.<br />

A Vi<strong>da</strong> na Terra continuou a<br />

evoluir, até que, em algum ponto,<br />

O último animal a evoluir , você adivinhou, foi o homem Os seres<br />

humanos surgiram várias dezenas de milhares de anos atrás. Eles viveram<br />

como animais no princípio, se servindo de qualquer alimento que<br />

estivesse disponível.<br />

Gradualmente, os seres humanos evoluíram e se tornaram a primeira<br />

espécie a perguntar sobre a origem de sua própria existência. O nome <strong>da</strong><br />

primeira pessoa a perguntar de onde ela veio foi Adão. Sim, aquele Adão.<br />

Esta é a razão pela qual Adão é considerado, pelos Cabalistas, como<br />

sendo a primeira pessoa a chegar na espirituali<strong>da</strong>de, <strong>para</strong> descobrir a


<strong>Cabala</strong> Sua História e Pessoas Importantes<br />

fonte de sua própria existência, e a de vocês também.<br />

Se você olhar <strong>para</strong> esta curta história <strong>da</strong> evolução, notará que sempre<br />

há cinco fases antes que uma mu<strong>da</strong>nça maior ocorra. Os Cabalistas descrevem<br />

cinco fases, cinco mundos espirituais e cinco estágios no mundo<br />

físico: inanimado, vegetativo, animado, humano e espiritual.<br />

ADÃO<br />

Adão, companheiro de Eva e residente temporário do jardim do éden,<br />

marca o começo <strong>da</strong> fase final <strong>da</strong> evolução: a fase spiritual. Em <strong>Cabala</strong><br />

Adão é considerado a Fase Raiz. Por isso é chamado de A<strong>da</strong>m ha Rishon,<br />

O Primeiro Homem.<br />

Adão foi também a primeira pessoa a escrever um livro de <strong>Cabala</strong><br />

HaMalaach Raziel (O Anjo do<br />

Fora de Rumo<br />

Os livros de <strong>Cabala</strong> estão cheios de vívi<strong>da</strong>s<br />

descrições de coisas como, por exemplo,<br />

duas pessoas caminhando e conversando com<br />

seu burro ou torres voadoras. Como resultado, a<br />

pessoa pode ser facilmente conduzi<strong>da</strong> a pensar<br />

que há mundos onde estas coisas acontecem<br />

em um plano físico. Não é ver<strong>da</strong>de. To<strong>da</strong>s as<br />

histórias em <strong>Cabala</strong> descrevem a conexão com<br />

o Criador, nosso nível de altruísmo, e nossos esforços<br />

<strong>para</strong> nos tornarmos um. Por isso é tão importante<br />

estu<strong>da</strong>r com um professor que possa<br />

fornecer as explicações corretas, o que lhe faz<br />

“ficar com os pés no chão.”<br />

Segredo de Deus), um pequeno<br />

livro que incluía alguns desenhos<br />

e tabelas. (vale mencionar que<br />

apesar dos Cabalistas atribuírem<br />

este trabalho à Adão, não existe<br />

prova escrita que ele é realmente<br />

o autor). O nome HaMalaach<br />

Raziel vem <strong>da</strong>s palavras Hebraicas<br />

Malaach (anjo), Raz (segredo),<br />

and El (Deus). Assim, HaMalaach<br />

Raziel revela a nós os segredos do<br />

Criador.<br />

A tradição Cabalistica afirma que Adão escreveu The Angel of God’s<br />

Secret a mais de 5,769 anos. Adão usou alegorias e metáforas <strong>para</strong> nos<br />

contar como ele sentia que vivia em dois mundos, no terreno e no espiritual.<br />

Ele sentia a Existência Superior completamente, mas não conseguia<br />

descrever isso de maneira que possamos identificar hoje. Ele alcançou a<br />

compreensão através de seus sentimentos e assim a retratou <strong>da</strong> melhor<br />

maneira que pode.<br />

Se você pesquisar O Anjo do Segredo de Deus, fica evidente que o<br />

autor não é um incivilizado, um ignorante caçador de mamutes. Adão<br />

foi um Cabalista de um grau muito elevado que descobriu os segredos<br />

fun<strong>da</strong>mentais <strong>da</strong> criação, em sua jorna<strong>da</strong> espiritual. Ele estudou o Mundo<br />

51


52<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

Superior, onde as nossas almas vagam antes <strong>da</strong> sua desci<strong>da</strong> à Terra, quando<br />

nascemos, e onde as almas regressam após a morte. Adão nos diz como<br />

estas almas irão se agrupar em uma só alma e construir o que chamamos<br />

de “homem”, do qual somos fragmentos. Você lerá mais sobre como isso<br />

funciona no capítulo 8.<br />

ABRAÃO<br />

Abraão veio 20 gerações após Adão e foi o primeiro a conduzir estudos<br />

organizados <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>. Ele viu as maravilhas <strong>da</strong> existência humana e fez<br />

perguntas ao Criador, e assim descobriu Os Mundos Superiores.<br />

Abraão passou o conhecimento e o método que ele usou <strong>para</strong> alcançar<br />

os Mundos Superiores <strong>para</strong> as gerações seguintes a ele. Desta forma, a<br />

<strong>Cabala</strong> foi transferi<strong>da</strong> de professor a estu<strong>da</strong>ntes durante muitos séculos.<br />

Ca<strong>da</strong> Cabalista acrescentava a sua experiência única e sua personali<strong>da</strong>de<br />

a este corpo de conhecimento acumulado.<br />

Abraão vivia na Mesopotâmia (hoje Iraque), e, como todos os habitantes,<br />

adorava o sol, a lua, as pedras, e as árvores. Mas um dia ele<br />

começou a perguntar, “Como o mundo foi criado?”, ” Porque é que tudo<br />

“gira” em torno de nós?” e “Qual o significado <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>?” Na ver<strong>da</strong>de, deve<br />

haver algum significado <strong>para</strong> a vi<strong>da</strong>, pensou, um começo, fim, causa e<br />

efeito. Deve existir uma força que coloca tudo em movimento! Abraão<br />

perguntou-se sobre essas questões e, eventualmente, através <strong>da</strong> imagem<br />

do nosso mundo, sentiu e viu o mesmo que Adão, que viveu em dois<br />

mundos de uma só vez, o espiritual e o material.<br />

Sim, estas são as mesmas perguntas que trouxeram a <strong>Cabala</strong> <strong>para</strong> o<br />

foco na socie<strong>da</strong>de de hoje.<br />

Como os Cabalistas que vieram depois dele, Abraão escreveu sobre as<br />

sua descobertas. Seu livro, Sefer Yetzira (O Livro <strong>da</strong> Criação), é o próximo<br />

texto importante após HaMalaach Raziel. Ao contrário dos longos livros<br />

de <strong>Cabala</strong>, Sefer Yetzira tem apenas algumas dezenas de páginas.<br />

O propósito de Abraão ter escrito este livro não foi <strong>para</strong> ensinar como<br />

alcançar o Mundo Superior, mas apenas <strong>para</strong> marcar algumas <strong>da</strong>s principais<br />

leis que ele descobriu sobre o mundo espiritual, como se estivesse<br />

fazendo um esboço.<br />

Os Cabalistas consideram este um livro difícil de estu<strong>da</strong>r corretamente


<strong>Cabala</strong> Sua História e Pessoas Importantes<br />

porque ele foi escrito <strong>para</strong> pessoas que viveram há milhares de anos atrás.<br />

Naqueles dias, as almas <strong>da</strong>s pessoas não eram tão espêssas como as de<br />

hoje. Eles podiam entender o texto mesmo sendo escrito de forma sucinta.<br />

Hoje necessitamos de um texto muito mais detalhado <strong>para</strong> poder<br />

nos relacionarmos com o conteúdo. é por esta razão que Baal HaSulam<br />

escreveu seus comentários sobre O Livro de Zohar e A Árvore <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong>.<br />

Quando Abraão descobriu a espirituali<strong>da</strong>de, ele imediatamente começou<br />

a divulgar o seu conhecimento. é por isso que está escrito que ele se<br />

sentava à porta de sua ten<strong>da</strong> e convi<strong>da</strong>va as pessoas <strong>para</strong> entrar. E assim,<br />

ensinava o que ele havia aprendido sobre o espiritual. Desta maneira,<br />

esses estu<strong>da</strong>ntes que Abraão convi<strong>da</strong>va <strong>para</strong> a sua ten<strong>da</strong> se tornaram o<br />

primeiro grupo de estudo <strong>da</strong> história <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>.<br />

MOISéS<br />

O nome Moshe (Moisés) vem <strong>da</strong> palavra hebraica Moshech (puxando),<br />

como em puxar <strong>para</strong> fora desta mundo. Moisés foi diferente do outros<br />

Cabalistas pois, <strong>para</strong>lelamente às revelações recebi<strong>da</strong>s, lhe foi ordenado<br />

divulgá-las por escrito e estabelecer centros de aprendizagem.<br />

Moisés tinha 70 discípulos, e Yehoshua Ben Nun (josué, o filho de<br />

Nun), foi quem lhe sucedeu. Moisés fez mais do que uma pesquisa do<br />

Mundo Superior. Ele tratou <strong>da</strong> realização prática do entendimento do<br />

espiritual em nosso mundo, como o êxodo do Egito. Com a sabedoria<br />

que adquiriu <strong>da</strong>s Forças Superiores, que ele recebeu de cima, ele guiou o<br />

povo de Israel <strong>para</strong> fora do exílio.<br />

Sua próxima tarefa foi a de escrever um livro com o qual qualquer<br />

pessoa pudesse “conquistar” o Mundo Superior. Com este livro, a pessoa<br />

poderia sair do Egito espiritual e <strong>para</strong>r de adorar ídolos, o sol, e outros<br />

falsos deuses. A eles seria garantido a entra<strong>da</strong> ao Israel espiritual - Atzilut,<br />

um mundo de eterni<strong>da</strong>de e plenitude.<br />

Moisés criou um método em seu livro, A Torah (Pentateuco), a partir<br />

<strong>da</strong> palavra Ohr (Luz). Ele contém instruções sobre como usar a luz como<br />

um meio <strong>para</strong> avançar no mundo espiritual. To<strong>da</strong>s as pessoas podem<br />

descobrir a imagem completa <strong>da</strong> criação; Elas podem alcançar o resultado<br />

desejado e atingir a meta final, se apenas puderem ler e compreender<br />

53


54<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

as instruções corretamente. O método de Moisés, a Torah, a<strong>da</strong>ptado às<br />

almas de hoje, permite a qualquer pessoa atingir o grau de espirituali<strong>da</strong>de<br />

denominado - Moisés.<br />

RASHBI<br />

(RABBI SHIMOn BAR YOCHAI )<br />

O Livro do Zohar (O Livro <strong>da</strong> Luz), foi o próximo grande trabalho em<br />

<strong>Cabala</strong> e talvez o mais célebre deles. Foi escrito pelo Rabino Shimon Bar<br />

Yochai, “o Rashbi,” por volta do ano 150 EC. Rashbi foi um discípulo de<br />

Rabi Akiva (40 EC-135 EC), que ficou famoso principalmente pela sua<br />

ênfase sobre a regra, “Ama a teu próximo como a ti mesmo.”<br />

Rabbi Akiva entretanto não teve um destino parecido. Ele e muitos de<br />

seus discípulos foram torturados e mortos pelos romanos, que se sentiam<br />

ameaçados pelos ensinamentos <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>. Eles esfolaram sua pele e seus<br />

ossos foram despojados com um<br />

raspador de ferro (como a car<strong>da</strong><br />

de hoje) utilizados <strong>para</strong> a limpeza<br />

dos seus cavalos.<br />

Antes disso, uma praga matou<br />

quase todos os 24.000 alunos de<br />

Rabbi Akiva, apenas poucos restaram,<br />

entre eles estava Rabbi<br />

Shimon Bar-Yochai. Cabalistas<br />

viram esta praga como resultado<br />

do seu grande egoísmo, que os<br />

conduziu ao ódio. Este era exatamente<br />

o oposto <strong>da</strong> regra de seu<br />

professor: “ama ao teu próximo como a ti mesmo”<br />

Informações<br />

Acadêmicos e Cabalistas diferem sobre a<br />

questão de onde e quando O Livro do Zohar foi escrito.<br />

Cabalistas remontam O Zohar ao Rabbi Shimon<br />

e os acadêmicos <strong>para</strong> Rabbi Moshe de Leon do<br />

décimo terceiro - século na Espanha. Baal HaSulam<br />

claramente afirma que O Zohar foi escrito a partir<br />

do grau mais elevado possível na espirituali<strong>da</strong>de.<br />

Segundo ele, apenas uma alma tão eleva<strong>da</strong> como<br />

de Rabbi Shimon poderia ter escrito isso, e não um<br />

Cabalista do nível de Moshe De Leon, embora este<br />

seja um respeitado Cabalista. Baal HaSulam mesmo<br />

disse que O Zohar foi escrito a partir de um grau tão<br />

elevado que não seria surpresa se descobrisse que<br />

Moisés, ele próprio o escreveu.<br />

Após a morte dos 24.000 discípulos de Rabbi Akiva, Rashbi foi autorizado<br />

por Rabbi Akiva e Rabbi Yehu<strong>da</strong> Ben Baba <strong>para</strong> ensinar <strong>Cabala</strong><br />

às futures gerações como lhe havia sido ensina<strong>da</strong>. Sentiram que apenas<br />

aqueles que não caíram no ódio infun<strong>da</strong>do sobreviveram e escreveram o<br />

próximo grande capitulo <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>, O Livro do Zohar.


nA CAVERnA<br />

<strong>Cabala</strong> Sua História e Pessoas Importantes<br />

Rashbi e quatro outros foram os únicos a sobreviver a praga e a ira dos romanos,<br />

que mataram seu professor. Seguindo à captura e prisão do Rabbi<br />

Akiva, Rashbi escapou com seu filho, Rabbi Elazar, <strong>para</strong> uma caverna.<br />

Depois de treze anos, eles ouviram que os romanos não mais os procuravam<br />

e saíram <strong>da</strong> caverna. já fora <strong>da</strong> caverna, Rashbi juntou mais<br />

oito homens, e os dez (Rashbi, seu filho e os homens) foram <strong>para</strong> uma<br />

pequena caverna em Meron, uma vila ao norte de Israel. Com a aju<strong>da</strong><br />

de seu filho e dos outros oito, Rabbi Shimon escreveu o pináculo dos<br />

livros de <strong>Cabala</strong>, O Livro do Zohar, <strong>para</strong> ser escondido logo após ter sido<br />

escrito.<br />

Rashbi não escreveu O Zohar ele mesmo, ele ditou o livro <strong>para</strong> Rabbi<br />

Informações<br />

O Zohar desapareceu por centenas de<br />

anos até que foi descoberto por árabes, que utilizaram<br />

suas páginas de papel <strong>para</strong> pre<strong>para</strong>r peixes<br />

<strong>para</strong> o mercado. Foi mais tarde descoberto por um<br />

Cabalista faminto.<br />

Aba, que o escreveu de tal maneira<br />

que apenas aqueles que fossem<br />

merecedores seriam capazes de<br />

entendê-lo .<br />

Depois de sua escrita, quando<br />

Rabino Shimon e seus discípulos<br />

viram que a sua geração não estava pronta <strong>para</strong> o seu conteúdo, Eles o<br />

esconderam até que o tempo passasse e as pessoas estivessem prontas.<br />

Muitos proeminentes Cabalistas dizem que este tempo é o nosso tempo<br />

e, na ver<strong>da</strong>de, O Zohar está mais em deman<strong>da</strong> hoje do que nunca.<br />

REAPARIÇõES AnTERIORES<br />

O livro foi descoberto há pouco, no entanto, puramente por acidente.<br />

Ele caiu nas mãos do Cabalista, Rabbi Moshe De Leon, que o manteve<br />

e o estudou em segredo. Quando ele morreu, sua esposa vendeu o livro<br />

porque ela tinha muitas despesas, já que seu marido morreu, e provavelmente<br />

ele não disse na<strong>da</strong> à ela sobre sua importância. Esta é a razão<br />

pela qual a re<strong>da</strong>ção do Zohar é muitas vezes atribuí<strong>da</strong> a Moisés De Leon,<br />

mesmo que o próprio Moshé De Leon a atribuía ao Rashbi.<br />

O Zohar afirma que é escrito <strong>para</strong> uma época em que a falta de pudor<br />

crescia e em que o rosto <strong>da</strong> geração era como o rosto de um cão.<br />

Quando Cabalistas proeminentes, como o Vilna Gaon, Baal HaSulam, e<br />

outros olharam <strong>para</strong> o futuro, eles declararam que a atual geração é a que<br />

55


56<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

O Zohar se refere. Obviamente, não se trata de nenhum elogio.<br />

RABBI ISAAC LURIA<br />

(O ARI )<br />

Esta etapa no desenvolvimento <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> é extremamente importante<br />

<strong>para</strong> a <strong>Cabala</strong> <strong>da</strong> nossa geração. Este é o período de “O Ari“, Rabbi Isaac<br />

Luria. O Ari proclamou o início de um período de abertura do estudo <strong>da</strong><br />

<strong>Cabala</strong> às massas.<br />

Até a chega<strong>da</strong> do Ari, o método predominante de estudo foi a do<br />

Ramak (Rabbi Moshe Cordovero) de Safed. Era um método em que<br />

um Cabalista simplesmente experimentava o Mundo Superior, quase<br />

intuitivamente.<br />

Quando o Ari chegou a Safed, no entanto, ficou claro que os tempos<br />

tinham mu<strong>da</strong>do. Próximo a 1500, o mundo estava caminhando <strong>para</strong> a<br />

i<strong>da</strong>de <strong>da</strong> ciência e <strong>da</strong> indústria. O Ari percebeu que o estudo <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong><br />

requeria um novo e mais sistemático modo de satisfazer os termos de<br />

uma nova e mais científica era. Nem todos concor<strong>da</strong>ram de forma entusiasma<strong>da</strong>,<br />

mas o próprio Ramak, até então o Cabalista predominante<br />

de seu tempo, abandonou o seu próprio método e sentou-se <strong>para</strong> aprender<br />

a nova forma com o novo professor, o Ari. Muitas questões foram<br />

levanta<strong>da</strong>s nesta fase, mas Ari, que tinha 36 anos sabia o que a geração<br />

precisava, e Ramak reconheceu isso.<br />

UM MéTODO ADEqUADO PARA O SEU TEMPO<br />

Rabbi Isaac Luria nasceu em jerusalém em 1534. Era criança quando<br />

seu pai morreu, sua mãe levou-o <strong>para</strong> o Egito, onde cresceu na casa do<br />

seu tio. Durante a sua vi<strong>da</strong> no Egito, ele fez sua vi<strong>da</strong> no comércio, mas<br />

dedicou a maior parte do seu tempo <strong>para</strong> estu<strong>da</strong>r <strong>Cabala</strong>. Diz a len<strong>da</strong><br />

que ele passou 7 anos em isolamento na ilha de Ro<strong>da</strong>, no Nilo, onde ele<br />

estudou o Zohar, os livros escritos pelos primeiros cabalistas, e os escritos<br />

do Ramak.<br />

O Ari chegou em Safed, Israel, em 1570. Apesar de ser jovem, ele<br />

imediatamente começou a ensinar a <strong>Cabala</strong>. Por um ano e meio, seu discípulo,<br />

Rav Chaim Vital, colocava no papel as respostas <strong>para</strong> muitas <strong>da</strong>s<br />

questões que surgiram durante seus estudos. De fato, o Ari não escreveu<br />

na<strong>da</strong> sozinho. “Os escritos do Ari” são, na reali<strong>da</strong>de, as notas que Chaim


<strong>Cabala</strong> Sua História e Pessoas Importantes<br />

Vital tomou enquanto estu<strong>da</strong>va com seu mestre.<br />

As obras importantes do Ari incluem A Árvore <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong>, Mavo She’arim<br />

(Entra<strong>da</strong> <strong>para</strong> os Portões), Sha’ar HaKavanot (A Porta <strong>da</strong>s Intenções), e<br />

Sha’ar HaGilgulim (A Porta <strong>da</strong> Reencarnação). A parte única do método<br />

do Ari é a sua ordem sistemática, que foi adequa<strong>da</strong> <strong>para</strong> aproximação<br />

na época <strong>da</strong> base científica e <strong>da</strong> revolução industrial. Hoje, o seu método,<br />

chamado de “<strong>Cabala</strong> Luriânica,” é o principal método de estudo<br />

<strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>, já que é a<strong>da</strong>ptado às almas <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de de hoje. O Ari<br />

morreu de uma súbita doença em 1572, ain<strong>da</strong> jovem.<br />

Os escritos de <strong>Cabala</strong> derramam uma luz única sobre a história e podese<br />

dizer que compõem a história <strong>da</strong> Luz do Criador. Durante a maior parte<br />

deste tempo, porém, a <strong>Cabala</strong> estava escondi<strong>da</strong>, estu<strong>da</strong><strong>da</strong> no escuro,<br />

longe dos olhos do público. Era um assunto privado e, <strong>para</strong> a maior parte<br />

dos casos, até mesmo secreto.<br />

Com as profecias do Zohar e o trabalho do Ari, A <strong>Cabala</strong> teve como<br />

objetivo lançar a sua luz sobre todos. O caminho em que a <strong>Cabala</strong> derrama<br />

sua luz publicamente continua com o trabalho de Rabbi Yehu<strong>da</strong><br />

Ashlag, que, como o próximo capítulo mostra, abriu o estudo <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong><br />

<strong>para</strong> mais pessoas como nunca antes.<br />

EM RESUMO<br />

•<br />

A Criação é constituí<strong>da</strong> por cinco fases de acordo com a <strong>Cabala</strong> .<br />

• Adão foi o primeiro Cabalista e se fala que é o autor do livro O Anjo<br />

dos Segredos de Deus.<br />

•<br />

•<br />

Abraão começou o primeiro” grupo de <strong>Cabala</strong> “ através do seu ensino<br />

e escreveu O Livro <strong>da</strong> Criação.<br />

Moisés é a força que nos puxa <strong>para</strong> fora do egoísmo <strong>para</strong> dentro <strong>da</strong><br />

espirituali<strong>da</strong>de. Ele escreveu a Thorá (Pentateuco).<br />

• O Livro do Zohar, o livro seminal em <strong>Cabala</strong>, previu o seu próprio<br />

ressurgimento no final dos tempos. Os Cabalistas dizem<br />

que o final dos tempos é o nosso tempo.<br />

•<br />

O Ari criou um método científico <strong>para</strong> ensinar <strong>Cabala</strong> que é o método<br />

predominante hoje. O livro que o deixou famoso é A Árvore <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong>.<br />

57


O POnTO PRInCIPAL<br />

•<br />

•<br />

O objetivo <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong><br />

O benefício dos livros de <strong>Cabala</strong><br />

• Baal HaSulam e seus comentários sobre O Zohar e os escritos do Ari<br />

•<br />

•<br />

6<br />

ba a l HaSU l a m<br />

A missão de Baal HaSulam<br />

A urgência em revelar <strong>Cabala</strong><br />

A <strong>Cabala</strong> nem sempre foi tão popular como é hoje. Quando começou,<br />

era o alvo de interesse de apenas um pequeno número de pessoas, que<br />

pesquisavam o sentido de suas vi<strong>da</strong>s. Estes primeiros Cabalistas continuaram<br />

a desenvolvê-la através <strong>da</strong>s gerações, a<strong>da</strong>ptando-a <strong>para</strong> os novos<br />

tempos e assim, a <strong>Cabala</strong> tornou-se mais científica, como requer nossa<br />

geração. Este capítulo apresenta a forma como os textos cabalísticos funcionam<br />

e como tem se desenvolvido ao longo dos séculos <strong>para</strong> fazer sua<br />

sabedoria mais disponível e acessível a todos.<br />

Em particular, este capítulo abor<strong>da</strong> o trabalho do mais “universal” de<br />

todos os cabalistas: Rav Yehu<strong>da</strong> Ashlag. Rav Ashlag afirmou claramente<br />

59


60<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

que o estudo <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> está aberto <strong>para</strong> todos, que a <strong>Cabala</strong> pode ser<br />

divulga<strong>da</strong>, distribuí<strong>da</strong> e ensina<strong>da</strong> a todos, sem qualquer consideração de<br />

i<strong>da</strong>de, raça, sexo ou religião.<br />

O OBjETIVO DA CABALA<br />

O objetivo <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> é criar um método <strong>para</strong> que as pessoas tornem-se<br />

espiritualmente satisfeitas. Como você já sabe, <strong>Cabala</strong> significa “recepção”.<br />

A finali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> neste mundo é que uma pessoa alcance o mais<br />

elevado nível de espirituali<strong>da</strong>de.<br />

Segundo a <strong>Cabala</strong>, as almas voltam repeti<strong>da</strong>mente a este mundo até<br />

que esta meta seja atingi<strong>da</strong>. O objetivo espiritual é diferente <strong>da</strong>s aspirações<br />

criativas ou intelectuais. Como descrito no capítulo 4, a busca<br />

<strong>da</strong> espirituali<strong>da</strong>de é a fase final do desenvolvimento humano. A <strong>Cabala</strong><br />

orienta e oferece um caminho <strong>para</strong> esta satisfação espiritual .<br />

O qUE OS LIVROS DE CABALA PODEM fAzER POR VOCê,<br />

E O qUE nÃO PODEM<br />

Escritores Cabalistas descrevem suas experiências e propõe recomen<strong>da</strong>-<br />

Fora de Rumo<br />

O uso de palavras mun<strong>da</strong>nas em <strong>Cabala</strong>,<br />

como beber, sentar, acasalar, e nomes de animais,<br />

leva à falsas concepções e conclusões erra<strong>da</strong>s, pois<br />

nos faz pensar em objetos físicos como tendo qualquer<br />

mérito espiritual. E eles não o fazem. Eles apenas simbolizam<br />

estados espirituais. Por isso, a <strong>Cabala</strong> proíbe<br />

imaginar uma ligação entre os nomes usados no nosso<br />

mundo e as suas raízes espirituais. Este é considerado<br />

o erro mais grosseiro em <strong>Cabala</strong>.<br />

ções <strong>para</strong> que outros possam seguir<br />

em seu caminho. Os livros<br />

de <strong>Cabala</strong> são relatos de suas<br />

viagens no Mundo Superior.<br />

Os livros de <strong>Cabala</strong> também<br />

tem desenhos que ilustram conceitos<br />

e eventos espirituais. é<br />

importante lembrar que as formas<br />

nos desenhos não são objetos<br />

reais, mas imagens utiliza<strong>da</strong>s<br />

<strong>para</strong> explicar estados espirituais no que se refere ao seu relacionamento<br />

com o Criador.<br />

Mas os livros de <strong>Cabala</strong> não lhe mostram o quadro completo. Para<br />

realmente saber o que são os mundos espirituais e senti-los, você tem que<br />

esperimentá-los por si próprio. Cabalistas pensam em si próprios como<br />

guias turísticos cujo trabalho é leva-lo até um lugar e deixá-lo admirar<br />

por si mesmo.


Baal HaSulam<br />

Por isso os textos que foram escritos <strong>para</strong> ensinar as descrições são parciais,<br />

expondo apenas o que é necessário saber <strong>para</strong> chegar à espirituali<strong>da</strong>de<br />

por você mesmo. Estes textos “didáticos” são O Livro do Zohar do<br />

Rashbi, A Árvore <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong> do Ari e O Estudo dos Dez Sefirot do Yehu<strong>da</strong><br />

Ashlag<br />

RAízES - DE CIMA PARA BAIxO<br />

A <strong>Cabala</strong> explica que as raízes do nosso mundo são raízes espirituais, que<br />

vem de Cima, e não de baixo. As Raízes vem a partir <strong>da</strong> fonte, que está<br />

Acima deste mundo. Imagine raízes crescendo a partir do exterior de<br />

uma bolha. Porque você está na bolha, a área de criação, as raízes vêm<br />

<strong>para</strong> você. Elas podem ser considera<strong>da</strong>s como cordões coloridos de festa<br />

pendurados a partir de cima.<br />

O principal objetivo desta sabedoria é possibilitar a revelação do<br />

Criador <strong>para</strong> suas criaturas (que somos nós). Ca<strong>da</strong> raiz tem seu próprio<br />

ramo neste mundo, e tudo neste mundo, é um ramo de alguma raíz<br />

na espirituali<strong>da</strong>de. Desta forma,os Cabalistas “usam” este mundo <strong>para</strong><br />

se comunicar com o Criador e <strong>para</strong> aprender seus caminhos, <strong>para</strong> que<br />

possam se tornar como ele.<br />

Para evitar “uma comunicação erra<strong>da</strong>” com o Criador, você precisará<br />

saber que ramo se relaciona com que raiz. A chega<strong>da</strong> do Ari e, em maior<br />

medi<strong>da</strong>, a do Rav Ashlag, marcou a mu<strong>da</strong>nça <strong>para</strong> uma nova e mais<br />

clara terminologia na <strong>Cabala</strong>. Os Cabalistas descrevem suas experiências<br />

internas e entendimentos usando metáforas e linguagem adequa<strong>da</strong> <strong>para</strong><br />

as almas de seu tempo. De tempos em tempos a linguagem torna-se não<br />

clara devido ao desenvolvimento <strong>da</strong>s almas e requer novas explicações.<br />

Isto requer que sucessivos Cabalistas escrevam interpretações <strong>para</strong> tornar<br />

esta viagem espiritual mais clara e mais acessível <strong>para</strong> nós. Por isso Rav<br />

Ashlag escreveu seu comentário sobre A Árvore <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong>, publicado em<br />

seu maior trabalho O Estudo dos Dez Sefirot.<br />

Os comentários do Rav Ashlag sobre A Árvore <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong> detalha os<br />

estágios, eventos e formas <strong>da</strong> criação <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, originalmente descritos<br />

pelo Ari. Ashlag fez uma coisa semelhante com O Livro do Zohar de<br />

Rashbi: ele pegou o texto do Rashbi e o esclareceu em um comentário<br />

que ele chamou de HaSulam (A Esca<strong>da</strong>). Por isso Rabbi Yehu<strong>da</strong> Ashlag<br />

é também conhecido como Baal HaSulam (O Dono <strong>da</strong> Esca<strong>da</strong>).<br />

61


62<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

O MAIOR COMEnTADOR<br />

Nascido em 1884 em Varsóvia, na Polónia, Baal HaSulam estudou<br />

<strong>Cabala</strong> com Rabbi Yehoshua de Porsov, e absorveu a lei escrita e oral.<br />

Ele se tornou um juiz e professor em Varsóvia quando tinha 19 anos. Em<br />

1921, ele emigrou <strong>para</strong> Israel (então chamado Palestina) com sua família<br />

(incluindo o seu primeiro filho, Baruch, que o sucederia mais tarde) e<br />

tornou-se o rabino de Givat Shaul em jerusalém. Enquanto escrevia<br />

muitas outras importantes obras, tais como O Estudo <strong>da</strong>s Dez Sefirot, ele<br />

também começou a escrever O Sulam, Comentário sobre O Zohar em<br />

1943. Ele terminou apenas 10 anos mais tarde, em 1953. Ele morreu no<br />

ano seguinte e foi enterrado em jerusalém.<br />

Baal HaSulam é o único que conseguiu compor os comentários do<br />

Zohar por completo (e atualizado) e dos escritos do Ari, uma vez que<br />

foram escritos primeiro. Seus livros permitem que os Cabalistas estudem<br />

textos antigos, em linguagem moderna e são ferramentas indispensáveis<br />

<strong>para</strong> aqueles que aspiram a alcançar espirituali<strong>da</strong>de.<br />

Em seu artigo “Tempo de Agir”, Baal HaSulam conta que antes <strong>da</strong>s<br />

impressões gráficas existirem, quando escribas estavam em voga, ninguém<br />

se incomo<strong>da</strong>va em dobrar suas costas <strong>para</strong> copiar um livro com euforia já<br />

que não valeria a pena,<br />

o tempo gasto, os custos<br />

e as velas de cera. Com<br />

o avanço <strong>da</strong> confecção<br />

de livros, teorias e conexões<br />

<strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> foram<br />

reforça<strong>da</strong>s pelos autores,<br />

que começaram a publicar<br />

facilmente.<br />

Fora de Rumo<br />

Atualmente, a <strong>Cabala</strong> atingiu um tipo de populari<strong>da</strong>de<br />

e notarie<strong>da</strong>de muitas vezes atribuí<strong>da</strong> à modismos. Se<br />

for esse a razão de seu estudo, você provavelmente ficará<br />

decepcionado por duas razões. Não fornece respostas fáceis,<br />

e <strong>para</strong> abordá-la como a novi<strong>da</strong>de mais recente é<br />

equivocar-se completamente sobre o que ela trata, Por outro<br />

lado, se você estudá-la com um desejo sincero de entrar em<br />

contacto com a sua natureza espiritual, é provável que você<br />

fique completamente satisfeito com este estudo. No entanto,<br />

mesmo se você estiver procurando por respostas fáceis e<br />

algo ressoa aqui, é também <strong>para</strong> o bem.<br />

Com muitas pessoas<br />

tentando defini-la, uma<br />

atmosfera de frivoli<strong>da</strong>de desenvolveu-se em torno <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>. Portanto,<br />

o objetivo de Ashlag em sua re<strong>da</strong>ção era a de revelar o que pudesse <strong>da</strong><br />

ver<strong>da</strong>deira essência <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>.<br />

Na sua “Introdução ao Livro de Zohar,” Ashlag diz que ele deve escrever<br />

livros de <strong>Cabala</strong> porque ca<strong>da</strong> geração tem as suas próprias necessi<strong>da</strong>des<br />

e, portanto, seus próprios livros. A nossa geração, também precisa


Baal HaSulam<br />

de todos os livros que possamos compreender. <strong>Um</strong>a vez que os livros do<br />

Ari foram escritos centenas de anos atrás, e O Livro do Zohar foi escrito<br />

quase 2000 anos atrás, ele tomou sobre si a interpretação deles <strong>para</strong><br />

nós. Desta forma, podemos chegar a saber o que estes antigos Cabalistas<br />

sabiam, e experimentar os mundos espirituais por nós mesmos.<br />

A CHAMADA PARA O TEMPO CERTO<br />

Mas a propagação <strong>da</strong> cabala está acontecendo hoje não apenas como o<br />

resultado do aparecimento de livros incorretos e imprecisos. Ashlag explica<br />

na sua “Introdução ao Livro do Zohar” e em muitos de seus ensaios,<br />

que a propagação <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> é um dever hoje. Ele explica que agora é<br />

o tempo em que Profeta jeremias se referia quando disse, “porque eles<br />

todos deverão Me conhecer, do menor até o maior deles. “<br />

Podemos tomar o nosso tempo e deixar que isso aconteça naturalmente,<br />

mas Ashlag afirma que essa decisão irá custar-nos muito, porque<br />

seremos compelidos a evoluir na espirituali<strong>da</strong>de pela própria natureza.<br />

Ele diz que a outra opção é a de estu<strong>da</strong>r o que a natureza quer de nós e<br />

fazê-lo.<br />

Isto, de acordo com Ashlag, irá não só evitar o sofrimento do qual<br />

falava, mas vai nos mostrar como receber os prazeres que o Criador quer<br />

nos <strong>da</strong>r. Cabalistas antigos chamam estas duas opções de “em seu devido<br />

tempo” ou “acelerar o tempo.”<br />

Hoje, de acordo com Ashlag, já não é simplesmente uma “boa ideia “<br />

a de compartilhar o conhecimento, é o apelo <strong>da</strong> hora. Por isso, sem mais<br />

delongas vamos mergulhar no coração <strong>da</strong> sabedoria e seus conceitos.<br />

EM RESUMO<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

A <strong>Cabala</strong> fornece um método <strong>para</strong> atingir plenitude espiritual.<br />

Rav Yehu<strong>da</strong> Ashlag é creditado por tornar textos antigos e<br />

difíceis de ler <strong>da</strong> cabala em textos mais fáceis de interpretar.<br />

A <strong>Cabala</strong> evoluiu <strong>para</strong> um método de estudo sistemático e<br />

científico.<br />

A sabedoria <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> desaparece e reaparece quando o tempo fica<br />

maduro <strong>para</strong> a sua percepção, e agora chegou o momento.<br />

63


II<br />

Antes Que<br />

Existisse<br />

o<br />

Tempo


Curioso sobre a razão pela qual fomos criados?<br />

Perguntas sobre o significado <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e o porque<br />

de estarmos aqui, foram feitas desde o início<br />

dos tempos, assim junte-se ao resto do mundo<br />

em sua busca. Mas as respostas podem ser mais<br />

facilmente compreensíveis do que se pensava.<br />

Os cabalistas procuram compreender as questões<br />

<strong>da</strong> finali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, e tudo o que é preciso <strong>para</strong><br />

começar o seu próprio entendimento é perguntar.<br />

Nesta seção, você aprenderá algum conhecimento<br />

puro <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> e encontrará algumas <strong>da</strong>s<br />

respostas a esses antigos mistérios.


7<br />

POnTOS PRInCIPAIS<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

de S c e n d o e SU b i n d o<br />

a eS c a d a<br />

<strong>Um</strong>a esca<strong>da</strong> foi cria<strong>da</strong> enquanto descíamos; agora podemos usá-la<br />

<strong>para</strong> subir de volta.<br />

Os 125 níveis espirituais.<br />

As Reshimot— nosso banco de <strong>da</strong>dos espiritual — e o que você pode<br />

fazer com elas.<br />

O livre-arbítrio e a escolha de nossos amigos.<br />

Em seu livro “Introdução ao Livro do Zohar”, o Baal HaSulam apresenta<br />

três estados pelos quais as almas atravessam. O primeiro é o princípio <strong>da</strong><br />

criação, que contém tudo o que irá, mais tarde, evoluir na alma, como<br />

uma semente, que contém a planta que se desenvolverá. O segundo é o<br />

nascimento <strong>da</strong> alma, um pouco como as fases de crescimento <strong>da</strong> semente.<br />

O terceiro é quando a alma alcança seu potencial de forma plena,<br />

atinge o nível do Criador, e se une a Ele. No terceiro estado, a alma<br />

retorna ao primeiro estado, mas desta vez por meio de um ato consciente<br />

e maduro.<br />

<strong>Um</strong>a outra maneira de imaginar estes estágios é observando o<br />

67


68<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

desenvolvimento de uma criança: no primeiro estágio ela está na altura<br />

de sua mãe, que a segura próxima ao seu peito. No segundo, a criança<br />

fica em pé e começa a crescer de baixo <strong>para</strong> cima. No terceiro e último<br />

estágio, a criança se desenvolveu plenamente, alcançando mais uma vez<br />

o nível <strong>da</strong> mãe, mas desta vez como um adulto consciente e maduro.<br />

A ESCADA DE CInCO DEGRAUS<br />

O ciclo <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de espiritual é como uma esca<strong>da</strong>. Provavelmente, esta<br />

esca<strong>da</strong> não esteja disponível na loja de ferragem <strong>da</strong> sua ci<strong>da</strong>de, mas você<br />

pode perguntar. A Luz Espiritual está no topo <strong>da</strong> esca<strong>da</strong>. é o ponto de<br />

parti<strong>da</strong>, o zero, ou a Raiz na linguagem Cabalística. O ponto de parti<strong>da</strong> é<br />

a Fase Zero, introduzi<strong>da</strong> no Capítulo 5, mas aqui nos referimos a ele como<br />

o início do círculo, <strong>da</strong>í o nome diferente. Muitas vezes, os Cabalistas<br />

utilizam nomes diferentes <strong>para</strong> o mesmo estado espiritual, <strong>para</strong> enfatizar<br />

uma função diferente <strong>da</strong> mesma enti<strong>da</strong>de ou grau espiritual.<br />

A Luz desce em quatro níveis: 1, 2, 3, 4. Como o ciclo começa na<br />

raiz ou zero, a esca<strong>da</strong> <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> tem cinco estágios e quatro níveis. <strong>Um</strong>a<br />

barreira no final <strong>da</strong> Fase 4 interrompe a Luz espiritual, com exceção de<br />

uma fração <strong>da</strong> Luz que se desenvolve até o nosso universo.<br />

Observe a analogia com os cinco níveis do desejo humano apresentado<br />

no capítulo 4. A <strong>Cabala</strong> é um sistema onde os ciclos num aspecto<br />

<strong>da</strong> existência, correspondem a ciclos no outro. Os cinco níveis do desejo<br />

em nosso mundo correspondem aos cinco ciclos na reali<strong>da</strong>de espiritual<br />

dos Mundos Superiores. Como você verá ao longo deste capítulo, o<br />

número 5 reaparece na <strong>Cabala</strong> de diferentes maneiras, descrevendo aspectos<br />

diferentes de uma jorna<strong>da</strong> Cabalística completa <strong>para</strong> a realização<br />

espiritual.<br />

A fração <strong>da</strong> Luz que atravessa a barreira continuou a evoluir, e a Terra<br />

foi forma<strong>da</strong>. O planeta esfriou e a vi<strong>da</strong> vegetal surgiu, segui<strong>da</strong> dos animais<br />

e, finalmente, dos seres humanos, que atingiram o último grau de evolução<br />

— o desejo <strong>da</strong> espirituali<strong>da</strong>de. Assim, o Criador “desceu” a esca<strong>da</strong><br />

até a Terra, e a <strong>Cabala</strong> nos aju<strong>da</strong> a seguir o mesmo caminho “subindo” a<br />

esca<strong>da</strong> até o Criador, a qual o Criador tomou <strong>para</strong> “descer” até nós.<br />

AS CInCO fASES OU CInCO SEfIROT<br />

Como o Criador começou tudo com o ato de doar, esse é o fun<strong>da</strong>mento


Descendo e Subindo a Esca<strong>da</strong><br />

<strong>para</strong> o relacionamento com o Criador, assinalado pelas cinco fases do<br />

desenvolvimento espiritual. O ponto de parti<strong>da</strong> <strong>para</strong> você e eu implica<br />

no ato de receber. O Criador dá, e nós recebemos.<br />

Assim, a Fase Zero no ciclo <strong>da</strong> espirituali<strong>da</strong>de é o Criador, o desejo de<br />

<strong>da</strong>r, e a Fase 1 é o desejo de receber com satisfação. Mas o Criador deu<br />

aos seres humanos mais do que um mero desejo de desfrutar. Ele nos deu<br />

o desejo de nos tornarmos como Ele, porque o que poderia ser melhor do<br />

ser como Ele? Porque ser como o Criador é ain<strong>da</strong> melhor do que apenas<br />

receber. A Fase 2 é querer <strong>da</strong>r, e neste caso, isso significa quer devolver<br />

ao Criador.<br />

Na fase 3, nós (seres humanos) compreendemos que o único meio<br />

de <strong>da</strong>r ao Criador é fazer aquilo que Ele quer, porque não podemos <strong>da</strong>r<br />

na<strong>da</strong> mais a Ele. Porque Ele quer que recebamos, e é isso que fazemos na<br />

Fase 3. Mas veja a diferença: isso não é como o recebimento <strong>da</strong> Fase 1.<br />

Aqui, na Fase 3, recebemos porque Ele quer <strong>da</strong>r, e não porque queremos<br />

receber. A nossa intenção mudou de “recebermos <strong>para</strong> nós mesmos” <strong>para</strong><br />

“recebermos <strong>para</strong> o Criador”. Na <strong>Cabala</strong>, isso é considerado como o ato<br />

de <strong>da</strong>r.<br />

A Fase 3 poderia ter sido o fim do processo se não fosse por essa pequena<br />

questão chama<strong>da</strong> “o terceiro estágio”. já havíamos dito previamente<br />

que o nosso objetivo não se limita a nos unirmos ao Criador, mas sim<br />

nos tornarmos como Ele. Isso só poderá acontecer quando possuirmos<br />

Seus pensamentos, quando soubermos e realmente participarmos do<br />

Pensamento <strong>da</strong> Criação. Por isso, a Fase 4 introduz um novo estímulo: o<br />

desejo de compreender o ver<strong>da</strong>deiro Pensamento <strong>da</strong> Criação. Aqui você<br />

quer compreender <strong>para</strong> que serve<br />

Cabalição<br />

To<strong>da</strong> a questão <strong>da</strong>s Sefirot pode soar confusa,<br />

mas não se lembrarmos que elas representam desejos.<br />

Keter é o desejo do Criador de <strong>da</strong>r Luz (prazer); Hochma<br />

é a nossa recepção do prazer; Bina representa o nosso<br />

desejo de <strong>da</strong>r ao Criador; ZA é o nosso desejo de receber<br />

com o propósito de <strong>da</strong>r ao Criador; e Malchut é<br />

o nosso puro desejo de receber, a ver<strong>da</strong>deira raiz <strong>da</strong>s<br />

criaturas - nós.<br />

o ato de <strong>da</strong>r, o que torna prazeroso,<br />

por quê ele cria tudo, e<br />

que sabedoria ele concede.<br />

As quatro fases e sua raiz<br />

têm um segundo nome. A<br />

Fase Zero é também chama<strong>da</strong><br />

Keter, a Fase 1 - Hochma, a<br />

Fase 2 - Bina, a Fase 3 - Tiferet<br />

ou Zeir Anpin (ZA), e a Fase<br />

4 - Malchut. Estes novos nomes são chamados Sefirot (Safiras), porque<br />

69


70<br />

brilham como safiras.<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

A TELA (E O ExEMPLO IMPROVáVEL)<br />

Entretanto, o Criador não infundiu em nós o desejo de ser como Ele.<br />

Na fase 4, você decide que receberá apenas se compreender por quê o<br />

Criador quer <strong>da</strong>r — até que você compreen<strong>da</strong> o que há nela <strong>para</strong> Ele.<br />

Por exemplo, imagine que você se ofereça <strong>para</strong> levar seus filhos ao<br />

shopping center, <strong>para</strong> comprar o que eles quiserem. Concessão improvável.<br />

Agora, imagine que eles lhe dizem: “Por que você está sugerindo<br />

isso? O que lhe interessa isso? Se não compreendemos por qual motivo<br />

você está nos <strong>da</strong>ndo, não estamos interessados nos presentes”. Ain<strong>da</strong><br />

No Rumo<br />

É importante tentar compreender os cinco mundos,<br />

porque o próprio esforço lhe atrai <strong>para</strong> mais perto<br />

deles, assim como nos sentimos naturalmente próximos<br />

de uma pessoa que quer ser como nós. Além disso,<br />

mesmo que não os compreen<strong>da</strong> ao estu<strong>da</strong>r, você os<br />

compreenderá quando subir a esca<strong>da</strong> espiritual, porque<br />

descobrirá que esses mundos já existem dentro de você.<br />

Eles fazem parte de sua composição espiritual, assim<br />

como fazem parte <strong>da</strong> composição <strong>da</strong> criação.<br />

.<br />

mais improvável. Esta condição<br />

de não receber <strong>para</strong> si mesmo é<br />

chama<strong>da</strong> Tzimtzum (restrição).<br />

é a primeira coisa que fazemos<br />

<strong>para</strong> nos tornarmos não egoístas,<br />

e o mecanismo que permite o<br />

Tzimtzum é chamado de Masach<br />

(tela).<br />

Ao adquirirmos a Masach começamos<br />

a calcular se podemos,<br />

e quanto podemos, receber se focarmos no prazer de nossos pais, ao invés<br />

do nosso próprio. Quando adquirirmos esta capaci<strong>da</strong>de, considera-se que<br />

temos um Partzuf (face) completo.<br />

5×5×5<br />

As cinco fases do desenvolvimento espiritual correspondem aos cinco<br />

mundos espirituais, e ca<strong>da</strong> mundo espiritual inclui cinco Partzufim (faces).<br />

Para continuar a metáfora <strong>da</strong> esca<strong>da</strong>, os mundos começam no topo<br />

<strong>da</strong> esca<strong>da</strong>, próximo do Criador, e continuam descendo. Os mundos, de<br />

cima <strong>para</strong> baixo, são: Adão Kadmon, Atzilut, Beria, Yetzira, e Assiya. O<br />

mundo mais próximo <strong>da</strong> Luz e do Criador, Adão Kadmon, é também o<br />

mais espiritual. Os outros mundos vão decrescendo, tornando-se mais<br />

“materiais” e menos “espirituais” à medi<strong>da</strong> que descem.<br />

A nossa tarefa é atingir o nível mais elevado em nosso avanço em


Descendo e Subindo a Esca<strong>da</strong><br />

direção ao Criador. Há 125 degraus na esca<strong>da</strong> espiritual que nos levam<br />

através destes cinco mundos. Por que o número 125? Porque existem 5<br />

mundos, 5 Partzufim em ca<strong>da</strong> mundo, e 5<br />

Sefirot (Keter–Malchut) em ca<strong>da</strong> Partzuf.<br />

Por isso, 5×5×5 igual a 125. (Você deve<br />

ter notado que os Cabalistas tem alguma<br />

coisa com os números).<br />

Cabalição<br />

Dois elementos constituem um nível<br />

espiritual: um desejo por algo e a intenção<br />

de usá-lo <strong>para</strong> o Criador.<br />

Note que o nosso mundo não conta como nível espiritual. Os níveis<br />

começam Acima do nosso mundo e sobem. Assiya é o mundo espiritual<br />

mais próximo do nosso e o ponto de parti<strong>da</strong> <strong>da</strong> realização espiritual.<br />

O avanço de um nível <strong>para</strong> o outro ocorre apenas quando a pessoa<br />

vivencia a maior quanti<strong>da</strong>de possível do desejo no nível atual, com a<br />

intenção pura de <strong>da</strong>r ao Criador. <strong>Um</strong> nível mais elevado se caracteriza<br />

por um desejo maior de prazer e uma intenção maior de <strong>da</strong>r este prazer<br />

ao Criador.<br />

O menor elemento na espirituali<strong>da</strong>de é chamado Sefira, porque ele<br />

brilha como uma safira. Nós já dissemos que existem cinco Sefirot básicas:<br />

Keter, Hochma, Bina, Zeir Anpin, e Malchut. No entanto, Zeir Anpin (ZA)<br />

possui seis Sefirot internas: Hesed, Gevura, Tifferet, Netzah, Hod, e Yesod.<br />

Assim, se falarmos cinco Sefirot—Keter, Hochma, Bina, ZA, e Malchut—,<br />

ou 10 Sefirot—Keter, Hochma, Bina, Hesed, Gevura, Tifferet, Netzah, Hod,<br />

Yesod, e Malchut—, estaremos nos referindo à mesma estrutura básica <strong>da</strong>s<br />

10 Sefirot.<br />

Ca<strong>da</strong> cinco Sefirot constituem um Partzuf (face), e cinco Partzufim contituem<br />

um Olam (mundo). Interessantemente, a palavra Olam vem <strong>da</strong><br />

palavara hebraica Ha’alama, que significa “ocultamento”. Quanto mais<br />

elevado o Olam, menor o Ha’alama (do Criador). Assim, quando você<br />

atingir os Mundos Superiores, você também saberá onde está, olhando à<br />

sua volta e com<strong>para</strong>ndo com o “guia turístico”— os livros Cabalísticos.<br />

<strong>Um</strong> dos mecanismos desta progressão e deste desenvolvimento é o<br />

conceito de Tzimtzum (restrição), que já mencionamos anteriormente.<br />

Funciona assim: se você tem um desejo pelo objeto A, mas um desejo muito<br />

mais forte pelo objeto B, então o seu desejo pelo objeto A é Tzimtzumado<br />

(restringido). Por exemplo, digamos que você está muito cansado e quer<br />

dormir. Você se enfia e se aconchega debaixo de um cobertor quente.<br />

De repente, alguém bate à sua porta, grita que há um incêndio, e que é<br />

71


72<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

melhor você correr <strong>para</strong> salvar a sua vi<strong>da</strong>. Naturalmente, o seu desejo<br />

de se salvar é mais forte que o seu desejo de dormir. Naquele momento a<br />

fadiga desaparece como se nunca tivesse existido. Na ver<strong>da</strong>de, ela existe,<br />

e você a sentirá de novo quando o perigo passar, mas o desejo de viver a<br />

restringe e a encobre totalmente.<br />

Voltando ao nosso tema, <strong>para</strong> passar do nível x <strong>para</strong> o nível x+1,<br />

precisamos desejar o nível x+1mais do que o nível x atual.<br />

No Estudo <strong>da</strong>s Dez Sefirot, o Baal HaSulam afirma que embora<br />

Malchut, a Sefira que representa o nosso futuro, quizesse muito receber a<br />

Luz do Criador, ela não podia. Malchut não sabia como receber a Luz com<br />

a intenção de <strong>da</strong>r (lembre o exemplo anterior do shopping center neste<br />

capítulo). Sem a intenção de <strong>da</strong>r, ela se tornaria diferente do Criador<br />

e, portanto, se<strong>para</strong><strong>da</strong> Dele. Como ela não quiz se se<strong>para</strong>r do Criador,<br />

ela restringiu seu desejo de receber, de forma que pudesse ficar perto do<br />

Criador.<br />

é por isso a primeira coisa que você deve aprender ao adentrar o<br />

mundo espiritual é como restringir seus desejos egoístas. Se você não<br />

consegue fazer isso, as portas <strong>para</strong> a espirituali<strong>da</strong>de permanecem fecha<strong>da</strong>s,<br />

o que nos leva à Barreira.<br />

O qUInTO níVEL E A BARREIRA<br />

O único propósito de tudo o que acontece no nosso mundo é fazê-lo<br />

atravessar a barreira entre o nosso mundo e o mundo espiritual. Assim<br />

que atravessá-la, você começará a avançar na espirituali<strong>da</strong>de.<br />

De onde vem essa barreira? Você recor<strong>da</strong>rá que o contato com o<br />

Criador só pode existir se você, como Ele, tiver a intenção de <strong>da</strong>r. Como<br />

Ele criou você sem a intenção de <strong>da</strong>r, você está afastado Dele. Esta se<strong>para</strong>ção<br />

é chama<strong>da</strong> de barreira porque se<strong>para</strong> você do contato direto com<br />

Ele. A boa notícia é que você pode atravessar a barreira e encontrar o<br />

Criador “frente a frente” simplesmente desejando a intenção de <strong>da</strong>r.<br />

A <strong>Cabala</strong> tem muitas divisões: Sefirot, mundos, e níveis de vitali<strong>da</strong>de.<br />

Tanto a vi<strong>da</strong> espiritual como a corporal é dividi<strong>da</strong> em cinco níveis de<br />

vitali<strong>da</strong>de:<br />

1. Imóvel (inanimado)


2. Vegetal<br />

3. Animal (vivo)<br />

4. Falante (humano)<br />

Descendo e Subindo a Esca<strong>da</strong><br />

5. Espiritual (ponto no coração)<br />

Todo ser tem os cinco níveis, mas o nível predominante determina sua<br />

categoria. Os animais, por exemplo, possuem algumas características que<br />

são tipicamente humanas, tais como a capaci<strong>da</strong>de de se programar <strong>para</strong> o<br />

futuro, mas essa não é sua principal característica. O ser humano também<br />

tem características animais, mas ain<strong>da</strong> somos basicamente diferentes dos<br />

animais.<br />

Cabalição<br />

A evolução voluntária e consciente no nível<br />

humano é o que chamamos “liber<strong>da</strong>de de escolha”.<br />

A livre escolha nos torna semelhante ao Criador porque<br />

decidimos ser como Ele.<br />

O que faz com que as pessoas<br />

se tornem seres humanos no<br />

sentido espiritual é sua capaci<strong>da</strong>de<br />

de experimentar um estado<br />

humano único: o desejo de<br />

ser espiritual (como o Criador), o ponto do coração. Este é o estágio mais<br />

elevado, onde você pode atravessar a barreira <strong>para</strong> o reino espiritual.<br />

Atingir este estágio envolve outros fatores além dos quatro primeiros<br />

níveis de vitali<strong>da</strong>de, que são baseados em fatores biológicos. Os níveis<br />

1–4 evoluem por intermédio <strong>da</strong>s pressões <strong>da</strong> natureza, que impulsionam<br />

a evolução de modo inconsciente. Mas a evolução <strong>para</strong> o quinto nível<br />

é voluntária e consciente, feita fora de nossa própria livre escolha. O<br />

desejo por ele é o primeiro passo <strong>para</strong> atravessar a barreira. é o desejo<br />

mencionado no início deste livro, o desejo de perguntar “<strong>para</strong> que serve<br />

a vi<strong>da</strong>”, o desejo sobre o qual a própria <strong>Cabala</strong> é basea<strong>da</strong>.<br />

O IníCIO DA SUBIDA<br />

No degrau mais baixo <strong>da</strong> esca<strong>da</strong> espiritual, onde você e eu começamos,<br />

estamos desconectados do Criador. Aqui, a tarefa é de renovar o<br />

nosso desejo pela espirituali<strong>da</strong>de e torná-lo um veículo que nos leve mais<br />

uma vez <strong>para</strong> cima na esca<strong>da</strong> espiritual.<br />

To<strong>da</strong>s as almas começaram uni<strong>da</strong>s com o Criador. De certo modo,<br />

você e eu nos desenvolvemos e nos renovamos por milhares de anos. No<br />

âmbito <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>, os últimos 6.000 anos têm sido o ápice deste processo.<br />

Agora o processo está chegando ao fim, num momento em que to<strong>da</strong> a<br />

73


74<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

humani<strong>da</strong>de está se tornando espiritual. Então vamos analisar o processo<br />

e ver como a <strong>Cabala</strong> mostra a maneira de se atravessar esse processo<br />

espiritual.<br />

EM DIREÇÃO à ALMA COMUM<br />

A <strong>Cabala</strong> fornece um método <strong>para</strong> a correção espiritual, e especifica<br />

uma rota de 6.000 fases, referi<strong>da</strong> na literatura como “6.000 anos.” Após<br />

a correção completa, to<strong>da</strong>s as almas se reunem numa alma comum e<br />

começam a trabalhar como um sistema unificado. A construção desta<br />

alma comum liga as almas individuais, de modo que ca<strong>da</strong> uma delas sente<br />

o que as outras sentem. Esta é a conquista de uma realização absoluta,<br />

denomina<strong>da</strong> “Fim <strong>da</strong> Correção”.<br />

O único pré-requisito <strong>para</strong> embarcar nesta jorna<strong>da</strong> espiritual é o desejo<br />

de fazer isso. Não pode haver nenhum progresso espiritual se você<br />

não desejá-lo antecipa<strong>da</strong>mente. No nível espiritual, a evolução deve ser<br />

consciente e voluntária.<br />

Questões como “Por que estou sofrendo?”, “De onde vem a dor e o que<br />

ela quer de mim?”, “Existe alguma razão <strong>para</strong> o sofrimento?” e “Tudo isso<br />

vale a pena?” são úteis se as incertezas lhe derem motivo <strong>para</strong> solicitar<br />

orientações sobre a forma de evoluir. Eles são ain<strong>da</strong> mais úteis se você<br />

utilizá-las <strong>para</strong> aumentar seu desejo pela espirituali<strong>da</strong>de. Quando você<br />

começa a se fazer essas perguntas, é um claro sinal de que você começou<br />

sua ascenção na esca<strong>da</strong> espiritual.<br />

SUBInDO A ESCADA<br />

O desejo de se tornar espiritual é o primeiro passo na subi<strong>da</strong> <strong>da</strong> esca-<br />

Informações<br />

O ambiente pode lhe acelerar, mas também<br />

pode lhe retar<strong>da</strong>r. Se você se cercar de pessoas,<br />

livros, e meios de comunicação que não apreciam a<br />

espirituali<strong>da</strong>de (ou seja, de altruísmo), você também<br />

não a desejará. <strong>Um</strong>a vez que você se coloca numa<br />

determina<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de, você não pode escolher seus<br />

pensamentos; você os absorve subconscientemente<br />

do ambiente. A liber<strong>da</strong>de de escolha que realmente<br />

temos, no entanto, está no próprio ambiente. Escolher<br />

o ambiente correto nos levará <strong>para</strong> a espirituali<strong>da</strong>de,<br />

e determina a nossa veloci<strong>da</strong>de.<br />

<strong>da</strong>. Você começa querendo realizar<br />

este desejo, e o conquistará<br />

simplesmente pedindo (em seu<br />

coração). “Pedindo <strong>para</strong> ser mais<br />

espiritual” é chamado de “elevar<br />

a MAN” (aramaico: Mayin Nukvin<br />

— Água <strong>da</strong> Mulher). Elevar a<br />

MAN também é chama<strong>da</strong> de<br />

“oração”. A MAN, ou desejo de<br />

ser mais espiritual, vem de duas


Descendo e Subindo a Esca<strong>da</strong><br />

origens: a primeira é a sua própria estrutura espiritual, as Reshimot. Estas<br />

são as recor<strong>da</strong>ções inconscientes <strong>da</strong> alma de seus estágios anteriores. A<br />

segun<strong>da</strong> origem é o ambiente, o meio (amigos, livros, filmes, e outros<br />

meios de comunicação), que permite e acelera a MAN que as Reshimot<br />

evocam.<br />

DE VOLTA AO fUTURO<br />

Se você se lembra no início do capítulo, declaramos que a Raiz era o<br />

princípio, o topo <strong>da</strong> esca<strong>da</strong>. Embora possa parecer uma contradição, é<br />

importante lembrar isso, porque significa que você e eu temos as sementes<br />

<strong>da</strong> Raiz dentro de nós — as sementes do Criador, se você desejar.<br />

Assim, a Raiz é tanto o início do ciclo <strong>da</strong> espirituali<strong>da</strong>de quanto o<br />

nosso objetivo final. Ao “caírmos”, você e eu procuramos recuperar o<br />

topo, ou corrigir a nós mesmos. Isso exige subir a esca<strong>da</strong> espiritual, desde<br />

o mundo terrestre de volta à Raiz. Para compreender como retornar à<br />

sua Raiz, você precisa conhecer a sua raiz e como você desceu de lá (as<br />

Reshimot). Como você saberia retornar, se já não estivesse estado lá de<br />

algum modo? O surgimento de novos desejos, novas Reshimot, indica que<br />

você está progredindo, o quão rápido está progredindo, e se você está<br />

na melhor e mais rápi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s vias. No final, todos chegaremos ao final <strong>da</strong><br />

correção, mas o uso correto <strong>da</strong>s Reshimot pode nos poupar dificul<strong>da</strong>des,<br />

tempo e esforço.<br />

Você avança na esca<strong>da</strong> a ca<strong>da</strong> vez que aumenta seu desejo de se tornar<br />

espiritual. À medi<strong>da</strong> que você se<br />

torna mais espiritual, você constrói<br />

sobre o nível anterior de espirituali<strong>da</strong>de<br />

<strong>para</strong> atingir o próximo nível.<br />

Ca<strong>da</strong> vez que você aumenta a sua<br />

necessi<strong>da</strong>de, o seu nível espiritual<br />

futuro responde elevando você até<br />

Fora do Rumo<br />

A <strong>Cabala</strong> explica que o caminho espiritual<br />

é predeterminado, mas isto não significa<br />

que você não tenha livre escolha. O caminho<br />

será o mesmo mas o seu progresso rápido ou<br />

lento, agradável ou sofrido dependerá <strong>da</strong> sua<br />

participação.<br />

ele. O ciclo se repete, fazendo com que você se torne mais semelhante<br />

ao Criador.<br />

Tendo examinado todos os seus desejos egoístas no nível egoísta, chamado<br />

“este mundo”, surge um novo desejo. Este novo desejo é especial.<br />

é o seu primeiro desejo com uma intenção não-egoísta. Este evento na<br />

vi<strong>da</strong> de um Cabalista, embora seja uma evolução natural <strong>da</strong> emergência<br />

75


76<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

dos desejos (Reshimot), é tão radical que é conhecido como “A Passagem<br />

<strong>da</strong> Barreira”, ou “a entra<strong>da</strong> <strong>para</strong> o mundo espiritual”.<br />

Em qualquer estágio que esteja sua alma, a Reshimo (singular de<br />

Reshimot) é predetermina<strong>da</strong>. Se você tem um desejo de manifestar a<br />

Reshimo, este desejo vem do seu interior. Mas se você utilizar o ambiente<br />

<strong>para</strong> reforçar o seu desejo e acelerar a revelação <strong>da</strong> Reshimo, isso não<br />

apenas reduz o período de desenvolvimento, mas também eleva a experiência<br />

ao nível espiritual, tornando-a ousa<strong>da</strong> e excitante.<br />

TUDO qUE VAI VOLTA<br />

A vi<strong>da</strong> nos mostra que não podemos sobreviver sem um número suficiente<br />

de pessoas à nossa volta <strong>para</strong> servir e aju<strong>da</strong>r a prover nossas necessi<strong>da</strong>des.<br />

As pessoas são seres sociais,<br />

No Rumo<br />

e a socie<strong>da</strong>de é como uma máquina<br />

Na <strong>Cabala</strong>, o grupo coletivo e o indivíduo<br />

são tratados igualmente. O que é bom <strong>para</strong> o grupo<br />

é bom <strong>para</strong> o indivíduo e vice-versa. Assim, uma<br />

socie<strong>da</strong>de negativa prejudica o indivíduo e uma<br />

socie<strong>da</strong>de positiva o beneficia,<br />

onde ca<strong>da</strong> indivíduo é como uma<br />

ro<strong>da</strong>, liga<strong>da</strong> a outras ro<strong>da</strong>s. <strong>Um</strong>a<br />

única ro<strong>da</strong> não pode avançar sozinha.<br />

No entanto, ela une o movimento<br />

de to<strong>da</strong>s as outras ro<strong>da</strong>s e<br />

contribui <strong>para</strong> que a máquina cumpra a sua finali<strong>da</strong>de.<br />

Se a ro<strong>da</strong> quebra, o problema não é <strong>da</strong> ro<strong>da</strong>, mas sim de to<strong>da</strong> a máquina,<br />

porque a ro<strong>da</strong> quebra<strong>da</strong> impede a a máquina de se mover. Acontece<br />

que não somos avaliados pelo que ou quem somos, mas sim pelo tipo<br />

de serviço que prestamos à socie<strong>da</strong>de. <strong>Um</strong>a pessoa “má” é apenas má à<br />

medi<strong>da</strong> que ele ou ela prejudica o público, e não porque ele ou ela não<br />

atingiu o nível de algum valor abstrato de bon<strong>da</strong>de.<br />

Bons e maus atributos ou ações são bons ou maus conforme beneficiam<br />

ou não o público. Se uma parte do grupo não contribui com a sua<br />

parte, esses indivíduos não apenas prejudicam o coletivo, mas também<br />

são prejudicados. é por isso que uma socie<strong>da</strong>de pessimista prejudica o<br />

indivíduo.<br />

Da mesma forma, uma socie<strong>da</strong>de boa beneficia o indivíduo. As pessoas<br />

são parte do todo, e o todo não vale mais do que a soma <strong>da</strong>s pessoas. Na<br />

<strong>Cabala</strong>, o coletivo e o individual são como uma mesma coisa.<br />

<strong>Um</strong>a <strong>da</strong>s idéias principais <strong>para</strong> entender a <strong>Cabala</strong> é que as pessoas<br />

perceberão que o seu próprio benefício e o benefício do coletivo são os


Descendo e Subindo a Esca<strong>da</strong><br />

mesmos. À medi<strong>da</strong> que as pessoas entenderem isso, o mundo estará mais<br />

próximo de sua plena correção.<br />

A <strong>Cabala</strong> explica que as nossas experiências são pessoais, mas elas são<br />

descritas em termos gerais que se aplicam a todo e qualquer indivíduo.<br />

Por exemplo, todos nós concor<strong>da</strong>mos que o sangue é vermelho quando<br />

olhamos <strong>para</strong> ele, mas ca<strong>da</strong> experiência é diferente. Algumas pessoas<br />

desmaiam diante do sangue, algumas dizem “Legal!”, e há quem diga<br />

“Ugh!”.<br />

EM RESUMO<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

No ciclo espiritual, as nossas almas começaram sendo como o Criador.<br />

Então elas desceram a esca<strong>da</strong>, e agora precisamos subir e nos tornar -<br />

mos de novo como Ele.<br />

Atravessar a barreira <strong>para</strong> o reino espiritual só acontece atra vés de um<br />

desejo de ser como o Criador.<br />

A <strong>Cabala</strong> destina 6.000 anos <strong>para</strong> que to<strong>da</strong>s as almas alcancem a<br />

correção, os quais podem ser vivenciados como uma jorna<strong>da</strong> alegre e<br />

excitante ou como um suplício.<br />

Se quisermos atingir a espirituali<strong>da</strong>de, temos de escolher um<br />

ambiente espiritualmente favorável, composto por amigos,<br />

livros, e todos os tipos de meios de comunicação.<br />

Tudo o resto é determinado pelas<br />

• Reshimot, exceto a escolha do<br />

ambiente.<br />

77


8<br />

POnTOS PRInCIPAIS<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

Pr e Pa r a n d o o ca m i n H o<br />

Pa r a o Ho m e m<br />

Os cinco mundos e o mundo sem fim<br />

A vontade do Criador em nos criar<br />

Adão, Eva, e sua relação com o Criador<br />

Várias pessoas, uma alma, uma correção<br />

Esse capítulo é o coração do livro, o centro <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>. Aqui, focamos<br />

mais no progresso do indivíduo e menos nos níveis, mundos, e Partzufim.<br />

Quando você estudá-lo, compreenderá a essência <strong>da</strong> caminha<strong>da</strong><br />

Cabalística em direção à espirituali<strong>da</strong>de, e como a <strong>Cabala</strong> fornece um<br />

caminho <strong>para</strong> a humani<strong>da</strong>de corrigir a si mesma <strong>para</strong> o bem de todos.<br />

CInCO MUnDOS, E nEnHUM REAL<br />

Como mencionamos no Capítulo 7, existem cinco mundos espirituais:<br />

A<strong>da</strong>m Kadmon, Atzilut, Beria, Yetzira, e Assiya. A única coisa ver<strong>da</strong>deira<br />

é o mundo de Ein Sof (Sem Fim). Também explicamos que a<br />

palavra Olam (Mundo) vem <strong>da</strong> palavra Ha’alama (ocultamento). Assim,<br />

os mundos são aspectos incompletos do Criador. O único lugar onde<br />

79


80 <strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

Ele está completamente revelado<br />

é o mundo de Ein Sof, onde não<br />

há limitações, por isso o nome Ein<br />

Sof, sem fim à nossa percepção do<br />

Criador.<br />

Os Mundos Superiores afetam<br />

os objetos nos mundos inferiores, pois todos os mundos são basicamente<br />

a mesma reali<strong>da</strong>de — aquela de Ein Sof. Por exemplo, se você pensasse<br />

em fazer alguma coisa, e tivesse certeza que este pensamento se realizaria,<br />

então o seu plano seria vivenciado como se existisse em você, mesmo<br />

antes do pensamento ter sido realmente realizado. O nosso corpo conhece<br />

este processo muito bem; é por isso que o estômago produz sucos<br />

digestivos antes que a comi<strong>da</strong> chegue realmente lá. Nesse sentido, o<br />

pensamento de comer é um mundo superior, que cria o mundo inferior<br />

onde ocorre a refeição. Mas, em ambos os mundos, o evento (substância)<br />

é o mesmo — a refeição. Como o nosso pensamento não é limitado,<br />

pode-se dizer que ele está no mundo de Ein Sof, e o nosso corpo está num<br />

dos mundos inferiores.<br />

Lembre-se que, embora a <strong>Cabala</strong> fale dos mundos espirituais, ela usa<br />

exemplos físicos, como comer, <strong>para</strong> explicá-los. Embora os exemplos sejam<br />

usados <strong>para</strong> entender como as coisas funcionam na espirituali<strong>da</strong>de,<br />

não se ilu<strong>da</strong> pensando que existe refeição física (como no último exemplo)<br />

na espirituali<strong>da</strong>de.<br />

nO TOPO DA ESCADA<br />

Centelhas Espirituais<br />

Todos os mundos, Superiores e inferi-<br />

ores, estão contidos no Interior.<br />

-Rav Yechu<strong>da</strong> Ashlag.<br />

“Introdução ao Prefácio <strong>da</strong> <strong>Sabedoria</strong> <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>”<br />

Anteriormente, definimos a <strong>Cabala</strong> como uma seqüência de causas e<br />

conseqüências que descem <strong>da</strong> raiz ao ramo, e cuja finali<strong>da</strong>de é a revelação<br />

do Criador às criaturas. Mas como os Cabalistas sabem disso? À<br />

medi<strong>da</strong> que alcançam o topo <strong>da</strong> esca<strong>da</strong> espiritual, eles descobrem duas<br />

coisas: que a criação é feita de um desejo puro de receber prazer, e que o<br />

Criador é feito de um desejo puro de dá-lo à criação.<br />

Isso levanta outra questão: Se o único desejo do Criador é doar, de<br />

onde vem o desejo puro <strong>da</strong> criação de receber? Os Cabalistas explicam<br />

que o Criador teve que nos criar; caso contrário, Ele não teria ninguém<br />

<strong>para</strong> doar. Este é o princípio de tudo.


IGUAL PORéM OPOSTO<br />

Pre<strong>para</strong>ndo o Caminho <strong>para</strong> o Homem<br />

Os Cabalistas chamam o desejo de “fazer o bem às criaturas” (nós), o<br />

Pensamento <strong>da</strong> Criação. Se nos lembrarmos disso, será fácil aprender a<br />

sabedoria <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>.<br />

Fora de Rumo<br />

Discutir sobre o que o Criador deseja<br />

é perigoso, porque isso pode nos levar a pensar<br />

sobre o Criador, em vez <strong>da</strong> nossa própria<br />

correção, que é o que precisamos fazer se<br />

quisermos ser como Ele. O que os Cabalistas<br />

descobrem ao atingirem o nível do Criador<br />

não está escrito em parte alguma, mas nós,<br />

também, podemos chegar lá e descobrir por<br />

nós mesmos.<br />

Se eu quero doar, como o<br />

Criador, não há na<strong>da</strong> que possa<br />

me limitar, porque você não pode<br />

“trancar” um desejo num determinado<br />

local ou tempo. é claro<br />

que nós, seres humanos, também<br />

somos ilimitados — só queremos<br />

receber, e esse desejo é tão ilimitado<br />

quanto o desejo de doar. Nesse<br />

sentido, somos iguais porém opos-<br />

tos ao Criador: a nossa orientação é <strong>para</strong> receber, e a Dele é <strong>para</strong> doar.<br />

Outro elemento que se torna mais claro quando compreendemos o<br />

Pensamento <strong>da</strong> Criação é por que razão é preciso <strong>da</strong>r <strong>para</strong> criar. Quando<br />

queremos <strong>da</strong>r, estamos procurando exteriormente, <strong>para</strong> ver onde podemos<br />

fazer o bem. Mas quando queremos receber, nos concentramos em<br />

nós mesmos, e só queremos receber <strong>da</strong>quilo que já existe. Agora, vamos<br />

<strong>da</strong>r uma olha<strong>da</strong> nas fases <strong>da</strong> criação.<br />

UM BREVE RELATO DA CRIAÇÃO<br />

A história <strong>da</strong> criação começou com uma raiz, uma origem (o desejo Dele<br />

em fazer o bem à Suas criações), e se expandiu em quatro fases. Esta é<br />

a origem <strong>da</strong> Árvore <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong>, sua raiz inicial, se assim desejarmos. Na<br />

fase 4, a criação restringiu a si mesma, realizou um Tzimtzum, e rejeitou<br />

to<strong>da</strong> a Luz (prazer) que o Criador quis <strong>da</strong>r. Tal ato parece contradizer o<br />

Pensamento <strong>da</strong> Criação, mas é um passo necessário <strong>para</strong> a determinação<br />

<strong>da</strong> criação como uma enti<strong>da</strong>de independente do Criador<br />

A força através <strong>da</strong> qual a criação parou de receber a Luz é um tipo<br />

muito especial de vergonha, a origem de to<strong>da</strong>s as desgraças, denomina<strong>da</strong><br />

“o pão de vergonha”. Os Cabalistas explicam que a vergonha é a força<br />

mais poderosa que nos guia.<br />

81


82<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

Agora segure firme, porque estamos prestes a mergulhar profun<strong>da</strong>mente<br />

no coração do homem: o pão <strong>da</strong> vergonha é a mãe de to<strong>da</strong>s as<br />

vergonhas. é uma experiência como nenhuma outra neste mundo. é uma<br />

sensação de queimadura que tem apenas um nome apropriado <strong>para</strong> ela:<br />

o Inferno. Mas não se preocupe, na <strong>Cabala</strong> nenhum mal vem sem a sua<br />

compensação e recompensa logo a seguir.<br />

A principal diferença entre a nossa vergonha (mun<strong>da</strong>na) e o pão (espiritual)<br />

<strong>da</strong> vergonha é que no nosso mundo ficamos envergonhados<br />

em não atingir os padrões <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de, e na espirituali<strong>da</strong>de ficamos<br />

envergonhados em não atingir os padrões do Criador.<br />

Imagine que você subitamente descobrisse que todo o universo, desde<br />

o Big Bang até o final dos tempos, fosse bom, generoso, e doador. Parece<br />

incrível? Agora imagine que você também descobrisse que existe apenas<br />

um elemento nele que é egoísta, e que quer se aproveitar de tudo e de<br />

todos. Pois bem, este deve ser o diabo. Agora imagine que você descobrisse<br />

que este diabo é você. O que você faria?<br />

Certamente, ninguém suportaria isso. Então, <strong>para</strong> piorar ain<strong>da</strong> mais,<br />

você descobre que o mal não está no seu corpo, e sim na sua alma, nos<br />

seus desejos, de modo que mesmo que você se suicide, você ain<strong>da</strong> estará<br />

no mal, porque nenhuma arma é capaz de pôr fim a sua alma.<br />

Naturalmente, quando você descobrir isso, a última coisa que desejará<br />

é continuar a ser você mesmo, e a coisa que você mais desejará é<br />

ser um doador como o Criador. E no momento que desejar isso, você<br />

conseguirá.<br />

Agora você já sabe que o Tzimtzum não é uma restrição imposta sobre<br />

você. é o resultado do seu próprio esforço em se auto-conhecer. é<br />

também um acontecimento muito gratificante e prazeroso, porque é a<br />

primeira vez que você tem a capaci<strong>da</strong>de de ser realmente uma outra<br />

coisa. Você pode escolher não só entre duas opções neste mundo, mas<br />

também entre dois tipos totalmente diferentes de natureza. Quando você<br />

escolher um, os seus sentidos lhe mostrarão o nosso mundo; e quando<br />

você escolher o outro, os seus sentidos lhe mostrarão o mundo espiritual.<br />

Mas você será capaz de escolher entre eles, e até mesmo saltar de um<br />

<strong>para</strong> outro quando quiser.


Pre<strong>para</strong>ndo o Caminho <strong>para</strong> o Homem<br />

APEnAS PARA O SEU PRAzER<br />

No capítulo 7, explicamos que os mundos, de cima <strong>para</strong> baixo, são:<br />

Adão Kadmon, Atzilut, Beria, Yetzira, e Assiya. Nós também dissemos<br />

que ca<strong>da</strong> mundo é formado de cinco elementos interiores chamados<br />

Partzufim. Agora vamos falar sobre a forma como eles são feitos e como<br />

funcionam.<br />

No Rumo<br />

Nao deixe que todos os nomes na <strong>Cabala</strong><br />

lhe confun<strong>da</strong>m; eles se referem tanto à doação<br />

quanto à recepção. Criador, Luz, Doador,<br />

Pensamento <strong>da</strong> Criação, Fase Zero, Origem, Fase<br />

<strong>da</strong> Raiz, Bina e outros, descrevem o desejo de <strong>da</strong>r.<br />

Criatura, Kli, receptores, Fase <strong>Um</strong> e Malchut, são<br />

alguns exemplos do desejo de receber. Existem<br />

vários nomes devido às diferenças sutis em ca<strong>da</strong><br />

um. Mas, no final, todos se referem à doação ou<br />

à recepção.<br />

<strong>Um</strong>a vez que a Fase 4, chama<strong>da</strong><br />

Malchut, experimentou o pão de<br />

vergonha, sua oposição ao Criador,<br />

ela estabeleceu uma condição<br />

diante Dele: “Se você quer que eu<br />

desfrute, conce<strong>da</strong>-me a capaci<strong>da</strong>de<br />

de fazer isso <strong>para</strong> o seu prazer, e não<br />

<strong>para</strong> o meu, porque eu não consigo<br />

desfrutar sendo um egoísta”. Assim,<br />

o Criador deu a ela a Masach, a<br />

tela, <strong>para</strong> resistir à entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> Luz. Então, ela disse a Ele: “Obrigado,<br />

agora me dê a capaci<strong>da</strong>de de decidir o que receber e o que não receber.<br />

Eu sei que eu não posso receber algo e, ao mesmo tempo, ficar pensando<br />

no seu prazer; então, vamos começar com pequenas porções <strong>da</strong> Luz”. Ele<br />

também deu a ela essa capaci<strong>da</strong>de.<br />

Malchut começou a receber a Luz em cinco categorias primárias. Tal<br />

como a Luz visível é feita de três cores básicas — vermelha, verde, e<br />

azul—, a Luz espiritual é feita de cinco Luzes básicas — Nefesh, Ruach,<br />

Neshama, Haya, e Yechi<strong>da</strong>. Nefesh é a menor e Yechi<strong>da</strong> a maior.<br />

Tão logo Malchut recebe a capaci<strong>da</strong>de de se<strong>para</strong>r a Luz em cinco<br />

No Rumo<br />

A <strong>Cabala</strong> atribui um gênero sexual a ca<strong>da</strong> elemento<br />

<strong>da</strong> espirituali<strong>da</strong>de; um elemento não pode ser<br />

neutro, mas pode “trocar” de sexo. Em geral, todo<br />

aquele que dá é considerado masculino e todo<br />

aquele que recebe é considerado feminino. Além<br />

disso, ca<strong>da</strong> enti<strong>da</strong>de contém elementos masculinos<br />

e femininos dentro dela, e os utiliza de acordo com<br />

a necessi<strong>da</strong>de. Assim, embora tudo tenha seu gênero<br />

fun<strong>da</strong>mental, pode funcionar como seu oposto<br />

quando for necessário.<br />

partes, ela começa a receber<br />

ca<strong>da</strong> uma delas, mas somente<br />

enquanto pode fazer isso pensando<br />

no Criador. Ca<strong>da</strong> vez<br />

que ela recebe uma <strong>da</strong>s cinco<br />

Luzes, constrói um Partzuf especial<br />

<strong>para</strong> recebê-la. Assim,<br />

ela completa a sua capaci<strong>da</strong>de<br />

de sentir o Criador num certo<br />

nível, explorando as cinco<br />

83


84<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

luzes tanto quanto ela consegue fazê-lo sem pensar em si mesma. E, como<br />

existem cinco Luzes, ca<strong>da</strong> mundo espiritual contém cinco Partzufim.<br />

Agora você também compreende porque ca<strong>da</strong> fase é chama<strong>da</strong> Olam<br />

(mundo), que significa ocultamento. Este é o nível no qual Malchut pode<br />

se beneficiar do prazer do Criador sem pensar em si mesma. Naturalmente,<br />

quanto mais elevado o mundo, maior é a capaci<strong>da</strong>de de Malchut em<br />

desfrutar a Luz do Criador. Esta é a grande recompensa que surge ao se<br />

atingir o mundo de Ein Sof (Sem Fim) — não há limitações à recepção<br />

dos prazeres do Criador.<br />

OS OPERáRIOS DA COnSTRUÇÃO<br />

Os mundos espirituais têm o que poderia se chamar um mecanismo de<br />

ensino construído dentro deles. Eles podem nos ensinar de que forma<br />

devemos direcionar o nosso desejo de <strong>da</strong>r ao Criador. Apesar de funcionarem<br />

no “piloto automático”, o que significa que eles se desenvolvem<br />

como um processo de causa e efeito, o princípio diretor em ca<strong>da</strong> um deles<br />

é: “Eu não receberei se não for <strong>para</strong> o Criador”. Quando uma pessoa<br />

adentra os mundos espirituais, é isso que eles ensinam: como pensar mais<br />

no Criador e menos em si mesma.<br />

Nesse sentido, a relação entre os mundos e a criatura é semelhante a<br />

um grupo de trabalhadores <strong>da</strong> construção ensinando um principiante o<br />

que fazer. Eles ensinam ca<strong>da</strong> tarefa demonstrando-a. Pouco a pouco, as<br />

Cabalição<br />

Os Mundos Superiores e Inferiores não se referem<br />

à posições ou locais, mas sim ao valor dos desejos.<br />

Os desejos superiores são simplesmente mais<br />

altruístas do que os desejos inferiores, que são mais<br />

egoístas.<br />

criaturas (nós) podem começar<br />

a “consertar seus desejos”, e<br />

transformar a sua recepção do<br />

Criador num ato de doação.<br />

nASCEM ADÃO E EVA (E CAEM)<br />

No capítulo 7, dissemos que a última fase (e o maior desejo) é conhecer<br />

o Pensamento <strong>da</strong> Criação. Para compreender o Pensamento <strong>da</strong> Criação,<br />

era necessário criar um Partzuf especial, que existiria num mundo especial,<br />

onde este Partzuf poderia estu<strong>da</strong>r o Pensamento <strong>da</strong> Criação por sua<br />

própria escolha. é assim que o Partzuf de Adão ha Rishon foi formado.


Pre<strong>para</strong>ndo o Caminho <strong>para</strong> o Homem<br />

Embora Adão ha Rishon não tenha nascido no nosso mundo físico, ele<br />

foi rapi<strong>da</strong>mente trazido <strong>para</strong> cá (ou devemos dizer, caiu aqui?), e recebeu<br />

o nome de Adão, após a sua missão, <strong>para</strong> ser Domeh (semelhante) ao<br />

Altíssimo, o Criador.<br />

Se vocês se estão se perguntando onde está a Eva nesta situação, ela<br />

está muito presente. Na <strong>Cabala</strong>, Adão e Eva são duas partes do mesmo<br />

Partzuf. Quando os Cabalistas querem enfatizar a recepção neste Partzuf,<br />

eles se referem a ela como Eva, e quando querem se concentrar na sua<br />

capaci<strong>da</strong>de de <strong>da</strong>r, chamam Adão.<br />

CAInDO AO PECADO<br />

Adão nasceu nos mundos de Beria, Yetzira, e Assiya, mas foi rapi<strong>da</strong>mente<br />

elevado por eles a Atzilut, onde todos os desejos são corrigidos e funcionam<br />

apenas <strong>para</strong> <strong>da</strong>r ao Criador. No mundo de Atzilut, Adão trabalhou<br />

(recebeu) com pequenos desejos, aqueles que ele tinha certeza que poderia<br />

usar altruisticamente, com a intenção de <strong>da</strong>r ao Criador. O Criador<br />

disse que ele poderia fazer qualquer coisa, desde que não comesse <strong>da</strong><br />

Árvore do Conhecimento, que representa os desejos mais fortes, aqueles<br />

que Adão não podia usar com a intenção de <strong>da</strong>r ao Criador.<br />

Neste momento, Adão era considerado sagrado, um santo. Mas ele<br />

não tinha conhecimento dos seus próprios desejos não-corrigidos. O que<br />

Adão não sabia era que ele fora colocado no jardim do éden e autorizado<br />

a trabalhar com seus pequenos desejos, apenas como um exemplo de<br />

como ele deveria trabalhar com os seus desejos mais grosseiros. Assim,<br />

quando eles surgiram pela primeira vez, ele não sabia como li<strong>da</strong>r com<br />

eles, e pecou.<br />

Quando Adão finalmente decidiu tentar receber com a intenção de<br />

<strong>da</strong>r ao Criador, ele falhou, e quis receber <strong>para</strong> si próprio. Ele descobriu<br />

que era completamente egoísta nestes desejos, e essa (pão <strong>da</strong>) vergonha<br />

fez com que ele se cobrisse. Em termos Cabalísticos, Adão descobriu<br />

que estava nu, sem a Masach (tela) <strong>para</strong> cobrir seus desejos desnudos<br />

(egoístas).<br />

Mas espirituali<strong>da</strong>de é um mecanismo à prova de erros. Sempre que<br />

uma correção é feita, não se pode violá-la. Como conseqüência do erro<br />

de Adão, o Tzimtzum foi restituído, e to<strong>da</strong> a Luz saiu do Partzuf Adão ha<br />

85


86<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

Rishon, deixando Adão e Eva fora do jardim do éden. No entanto, eles<br />

não estavam totalmente sozinhos; eles tinham suas memórias (Reshimot)<br />

do estado corrigido e as Reshimot do seu egoísmo. As duas recor<strong>da</strong>ções,<br />

aparentemente más, são as ferramentas mais valiosas <strong>para</strong> qualquer pessoa<br />

que deseja descobrir o Criador e corrigir a relação que existia entre<br />

Adão e o Criador, e descobrir a Sua glória.<br />

O PECADO – A SAíDA DO MAL<br />

Na versão Cabalística, a história do pecado original tem algumas reviravoltas<br />

que você pode não saber. Adão recebeu ordens <strong>para</strong> não comer <strong>da</strong><br />

Árvore do Conhecimento, de modo que não se confundisse com desejos<br />

que não pudesse li<strong>da</strong>r. Mas a sua parte feminina, Eva, disse-lhe que se<br />

ele comesse, seria capaz de <strong>da</strong>r ain<strong>da</strong> mais ao Criador, do que se não<br />

comesse.<br />

Ela também tinha razão, porque fazendo isso, ele estaria usando<br />

desejos ain<strong>da</strong> maiores <strong>para</strong> receber com a intenção de <strong>da</strong>r ao Criador.<br />

Mas o que Eva não sabia era que, <strong>para</strong> <strong>da</strong>r ao Criador com esses desejos<br />

poderosos, era preciso ter uma<br />

Fora de Rumo<br />

Este é um bom lugar <strong>para</strong> relembrar que<br />

tudo o que a Tora (os Cinco Livros de Moisés) e a<br />

<strong>Cabala</strong> descrevem ocorre no mundo espiritual, e<br />

não no nosso mundo.<br />

Masach muito forte <strong>para</strong> li<strong>da</strong>r com<br />

eles. E Adão não tinha isso. Você<br />

deve estar justamente se perguntando:<br />

“Porque o Criador não disse<br />

ao Adão que ele não podia li<strong>da</strong>r<br />

com esses desejos? Ele queria que<br />

o Adão falhasse? Que tipo de Criador generoso permite que sua criação<br />

sofra?”.<br />

Para entender por que razão o Criador fez isso ao Adão, devemos recor<strong>da</strong>r<br />

o Pensamento <strong>da</strong> Criação, e é isso o que o Adão realmente queria.<br />

Para ensinar ao Adão sobre seus próprios desejos, o Criador teve que<br />

revelá-los a ele. Como podemos expor um desejo a alguém sem deixar<br />

que ele experimente o que é sentir aquele desejo?<br />

Do ponto de vista do Criador, nenhum mal foi feito pelo pecado de<br />

Adão, porque este é apenas mais um passo <strong>para</strong> ensinar a criação a receber<br />

tudo o que Ele pretende <strong>da</strong>r. O maior dom que o Criador pode nos<br />

<strong>da</strong>r é o Seu Pensamento, e é isso que Ele tinha <strong>para</strong> nos mostrar. Agora<br />

que temos essa memória em nossas Reshimot podemos começar a nos


Pre<strong>para</strong>ndo o Caminho <strong>para</strong> o Homem<br />

corrigir e aprender como receber.<br />

PEqUEnAS MOEDAS DE OURO<br />

O primeiro passo na correção <strong>da</strong> alma de Adão foi dividi-la em partes<br />

“digeríveis”, pequenas porções de desejo que não fossem tão difíceis de<br />

corrigir. é por isso que sua alma quebrou em na<strong>da</strong> menos que 600.000<br />

partes. Ela continuou a quebrar e se despe<strong>da</strong>çar, e hoje temos tantas partes<br />

desta alma quanto pessoas na Terra. Sim, você entendeu bem. Somos<br />

todos partes <strong>da</strong> mesma alma. Na parte 3 falaremos sobre os aspectos<br />

práticos disso.<br />

Petiscos<br />

A divisão ocorreu <strong>da</strong> seguinte<br />

forma: quando todos os desejos<br />

em Adão ha Rishon tinham<br />

uma intenção comum de <strong>da</strong>r ao<br />

Criador, eles estavam unidos.<br />

Quanto mais egoístas nos tornamos, mais<br />

difícil é corrigir ca<strong>da</strong> parte <strong>da</strong> alma, e maior a<br />

nossa divisão e a multiplicação.<br />

-Rav Michael Laitman.<br />

“Introdução ao Prefácio <strong>da</strong> <strong>Sabedoria</strong> <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>”<br />

Quando a intenção nos desejos foi reverti<strong>da</strong> <strong>para</strong> o propósito de autosatisfação,<br />

ca<strong>da</strong> desejo se sentiu se<strong>para</strong>do dos outros, e a alma comum se<br />

dividiu. To<strong>da</strong>s as almas, portanto, são extensões <strong>da</strong> alma geral de Adão<br />

ha Rishon (literalmente traduzido como “o primeiro homem”).<br />

Eis uma alegoria do Baal HaSulam que explica o princípio <strong>da</strong> divisão:<br />

<strong>Um</strong> rei precisava enviar uma grande quanti<strong>da</strong>de de moe<strong>da</strong>s de ouro a<br />

seu filho que vivia no exterior. Ele não tinha mensageiros a quem pudesse<br />

confiar uma grande soma. Então, ele dividiu as moe<strong>da</strong>s de ouro<br />

e as enviou por meio de vários mensageiros. Ca<strong>da</strong> mensageiro decidiu<br />

que não valia a pena roubar um lote tão insignificante e o entregou.<br />

Quando as moe<strong>da</strong>s chegaram a seu destino, foram reuni<strong>da</strong>s na grande<br />

soma original.<br />

Da mesma forma, muitas almas, diariamente, podem resgatar os fragmentos<br />

após o incidente <strong>da</strong> maçã. To<strong>da</strong>s as peças se unem <strong>para</strong> completar<br />

com sucesso a tarefa original de receber to<strong>da</strong> a Luz com a intenção de<br />

<strong>da</strong>r ao Criador. A nossa função é corrigir as nossas porções individuais,<br />

as raízes (origens) <strong>da</strong>s nossas próprias almas.<br />

87


88<br />

EM RESUMO<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

• Existem cinco mundos – Adão Kadmon, Atzilut, Beria, Yetzira, e<br />

Assiya – mas o único mundo ver<strong>da</strong>deiro é Ein Sof.<br />

•<br />

•<br />

Os nossos desejos são tão fortes quanto os do Criador, mas as<br />

nossas intenções são opostas às Dele.<br />

Adão e Eva tiveram de ser induzidos ao pecado.<br />

• Adão nasceu nos mundo de Beria, Yetzira e Assiya, elevou-se à<br />

Atzilut, e depois caiu rapi<strong>da</strong>mente no nosso mundo.<br />

• Eva é a parte feminina do Partzuf Adão ha Rishon.<br />

• To<strong>da</strong>s pessoas são partes <strong>da</strong> alma comum de Adão ha Rishon.


9<br />

POnTOS PRInCIPAIS<br />

•<br />

•<br />

•<br />

de S v e n d a n d o a li n G U a G e m<br />

d a ca b a l a<br />

Tudo são forças<br />

Entendendo a Linguagem dos Ramos<br />

Novos significados <strong>para</strong> velhas histórias<br />

• Desmistificando a linguagem do O Zohar<br />

Para entender os textos Cabalísticos, você deve entender sua linguagem.<br />

Não, você não precisa aprender hebraico, mas precisa entender o modo<br />

como os textos Cabalísticos usam histórias <strong>para</strong> apresentar idéias. As<br />

histórias sobre as pessoas e o mundo tornam-se metáforas <strong>para</strong> conceitos<br />

e idéias dos Mundos Superiores.<br />

A linguagem cabalística descreve como as forças dos Mundos<br />

Superiores atuam sobre os objetos deste mundo. As histórias e as idéias<br />

por trás dela mostram como o universo está estruturado. Lido dessa maneira,<br />

as histórias sobre este mundo (por exemplo, as histórias Bíblicas)<br />

assumem novos significados.<br />

89


Neste capítulo, você começará a decifrar o conhecimento Cabalístico,<br />

e perceberá que as raízes e os ramos <strong>da</strong> linguagem Cabalística revelam-se<br />

mais nas histórias do que parece à primeira vista.<br />

COMO RAízES E RAMOS<br />

Como explicamos nos Capítulos 7 e 8, os mundos foram criados por uma<br />

seqüência de causas e efeitos. Portanto, as “raízes” referem-se às forças<br />

espirituais que criaram o nosso mundo e as pessoas. Elas existem nos<br />

mundos espirituais, muito além deste mundo material, porém influenciando<br />

e guiando-o.<br />

As raízes são como vários dedos invisíveis amassando e mol<strong>da</strong>ndo um<br />

pe<strong>da</strong>ço de argila —nossa existência— numa determina<strong>da</strong> forma. Elas<br />

mol<strong>da</strong>m a existência guiando os objetos. Estes objetos guiados pelas forças<br />

espirituais, ou raízes, são os “ramos”. Os ramos existem neste mundo.<br />

Todo objeto deste mundo, incluindo você e eu, é um ramo de alguma<br />

raiz espiritual.<br />

Como seus nomes indicam, as raízes e os ramos estão conectados.<br />

Como numa árvore, um deles é visível e o outro não, mas ambos estão<br />

conectados.<br />

Cabalição<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

Na <strong>Cabala</strong>, to<strong>da</strong> causa é considera<strong>da</strong><br />

uma raiz, e to<strong>da</strong> consequência desta causa é considera<strong>da</strong><br />

um ramo. As raízes também são chama<strong>da</strong>s<br />

de “pais”, e os ramos são considerados seus<br />

“filhos”. <strong>Um</strong> conceito fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> é: o<br />

que ocorre nas raízes, ocorrerá nos ramos.<br />

<strong>Um</strong>a árvore ou planta não existe<br />

sem suas raízes. Coisas que acontecem<br />

às raízes aparecem nas plantas.<br />

Se as raízes não recebem água<br />

suficiente, a planta murcha. Se as<br />

raízes são aduba<strong>da</strong>s, a planta cresce<br />

ain<strong>da</strong> mais.<br />

A <strong>Cabala</strong> descreve o mesmo mecanismo nas pessoas. No universo<br />

descrito pela <strong>Cabala</strong>, o que ocorre nas raízes, aparece nos ramos. Assim<br />

como uma planta é afeta<strong>da</strong> pela condição de suas raízes, as forças nos<br />

mundos espirituais influenciam as pessoas e os objetos deste mundo.<br />

No capítulo 8, dissemos que os elementos, em todos os mundos, são<br />

idênticos, e que a única diferença entre eles está no seu nível espiritual:<br />

os mundos mais elevados contêm elementos e acontecimentos mais altruístas.<br />

Assim, os objetos de ca<strong>da</strong> mundo se relacionam com os objetos<br />

Acima ou abaixo dele. As forças de um mundo surgem no próximo, e<br />

assim por diante, embora de um modo novo. O nível mais elevado, a<br />

90


Na Era Global<br />

Raiz ou a Fonte, cria e controla os acontecimentos em todos os mundos,<br />

descendo até os “ramos” no nosso mundo.<br />

IGUAL PORéM OPOSTO<br />

Para indicar a diferença na quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> substância de ca<strong>da</strong> mundo, os<br />

mesmos elementos recebem nomes diferentes em ca<strong>da</strong> um deles. No<br />

Mundo Superior, por exemplo, existem anjos, enquanto que no nosso<br />

mundo existem animais. Isso não significa que os animais sejam anjos.<br />

Mas, se tivermos em mente o conceito de um mundo dentro de outro<br />

mundo do capítulo anterior, lembraremos que ca<strong>da</strong> elemento contém, na<br />

reali<strong>da</strong>de, cinco níveis: de 0 a 4. O nível 3 do desejo de receber no mun-<br />

do espiritual é denominado “anjos”,<br />

e o mesmo nível no mundo físico é<br />

denominado “animais”.<br />

Informações<br />

A <strong>Cabala</strong> explica que no final <strong>da</strong> correção,<br />

quando todos os nossos desejos<br />

forem corrigidos, até mesmo o anjo <strong>da</strong> morte se<br />

tornará um anjo sagrado. Isso significa que quando<br />

formos corrigidos, veremos que to<strong>da</strong>s as forças<br />

que julgávamos más, na ver<strong>da</strong>de são boas, mas<br />

que se apresentavam como más <strong>para</strong> nos levar<br />

à correção.<br />

A correspondência entre os sistemas<br />

Superior e inferior é como termos<br />

um objeto, que possamos afun<strong>da</strong>r<br />

na cêra, na areia, no gesso, no<br />

cimento, ou na massa. O resultado<br />

final é diferente devido às diferentes substâncias. A forma, no entanto, é<br />

a mesma. Embora a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> matéria ou o seu comportamento seja<br />

diferente, a forma final corresponde à forma que a fez.<br />

Mas a matéria é sempre oposta à forma. Se você pressionar contra a<br />

areia uma tábua lisa com uma pequena cúpula, obterá uma superfície<br />

plana com uma pequena cratera. Da mesma forma, o Criador é a forma,<br />

e nós a matéria. Porque Ele é o Doador, e nós os recebedores.<br />

Tal como a cúpula e a cratera, o nosso desejo de receber é exatamente<br />

oposto ao Seu desejo de <strong>da</strong>r. Ele contém todos os elementos que existem<br />

Nele, mas de uma forma inverti<strong>da</strong>: o que é bom Nele, em nós é mal. E<br />

como Ele é somente bon<strong>da</strong>de, nós somos somente.... você já entendeu.<br />

O SIGnIfICADO OCULTO DA BíBLIA<br />

A Bíblia (ou Tora) é sublime e espiritual, mas, francamente, ela pode ser<br />

uma história um pouco longa com suas listas de relacionamentos. Lemos<br />

sobre casamentos, divórcios, traições, e assassinatos. <strong>Um</strong>a pergunta justa<br />

poderia ser: o que há de tão espiritual nisso?<br />

91


<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

Para a <strong>Cabala</strong>, a Bíblia não conta histórias sobre pessoas. Pelo contrário,<br />

ela mostra as relações entre as forças espirituais.<br />

A Bíblia mostra o processo de correção <strong>da</strong>s almas através <strong>da</strong>s forças<br />

Centelhas Espirituais<br />

Inicialmente, você deve saber que<br />

quando li<strong>da</strong>mos com temas espirituais que não<br />

têm qualquer preocupação com tempo, espaço,<br />

e movimento, e especialmente quando<br />

li<strong>da</strong>mos com a Divin<strong>da</strong>de, não temos palavras<br />

<strong>para</strong> expressá-los e contemplá-los. … Por esse<br />

motivo, os sábios <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> optaram por uma<br />

linguagem especial, que podemos chamar “a<br />

linguagem dos ramos”.<br />

-Baal HaSulam, O Estudo <strong>da</strong>s Dez Sefirot<br />

superiores. Isso conduz as almas em<br />

seu caminho de ascensão, na medi<strong>da</strong><br />

em que elas aumentam sua capaci<strong>da</strong>de<br />

de doação. Personagens como Adão,<br />

Noé, e Abraão não são vistos como<br />

aqueles que viveram em certo lugar e<br />

an<strong>da</strong>ram (ou flutuaram) a esmo. Eles<br />

são considerados forças que operam<br />

sobre os desejos a serem corrigidos,<br />

dentro de ca<strong>da</strong> um de nós. Por exemplo, a his-<br />

tória do êxodo dos escravos hebreus do Egito não representa a sua liber<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> escravidão física, mas a aquisição <strong>da</strong> primeira Masach (tela), a<br />

travessia <strong>da</strong> barreira.<br />

Algumas histórias podem parecer sem sentido ou santi<strong>da</strong>de. Quando<br />

você as ler, lembre-se que não são eventos, mas sim histórias sobre<br />

forças. Elas não devem ser compreendi<strong>da</strong>s ou justifica<strong>da</strong>s em termos<br />

mun<strong>da</strong>nos.<br />

POR TRáS DO MOnITOR<br />

A Linguagem dos Ramos é a expressão <strong>da</strong>s forças superiores que operam<br />

em nosso mundo. Ela é expressa em objetos e em tudo o que acontece.<br />

De onde ela vem? é como um monitor de computador: se olhássemos<br />

Centelhas Espirituais<br />

Não há uma folha de grama abaixo<br />

que não tenha uma marca Acima, que a golpeie<br />

e diga: “cresça”.<br />

—Midrash Rabba<br />

atrás dele, não veríamos a imagem - veríamos<br />

os aparelhos eletrônicos que o<br />

constroem.<br />

Digamos que exista uma imagem na<br />

tela, uma praia. Por trás <strong>da</strong> tela não há<br />

uma praia, mas sim um conjunto de impulsos<br />

elétricos, forças e energias que criam a imagem na tela. A imagem<br />

é o “ramo”, e as forças elétricas que criam essa imagem são suas “raízes”.<br />

A ligação que há entre as forças eletrônicas (raiz) e a imagem (ramo), é<br />

chama<strong>da</strong> Linguagem dos Ramos.<br />

Eis como algumas histórias na Bíblia são explica<strong>da</strong>s usando a Linguagem<br />

92


dos Ramos.<br />

A HISTÓRIA DA MAÇÃ<br />

Na Era Global<br />

Vamos falar sobre a história Bíblica <strong>da</strong> criação. O desejo de receber existente<br />

na alma comum (nós) é denominado “Eva”. O desejo de <strong>da</strong>r, de<br />

outorgar, é chamado “Adão”. O egoísmo - o desejo de receber com a<br />

intenção de receber - é denominado “a serpente”, e nós o chamamos de<br />

“ego”. O ego quer assumir todos os nossos desejos e nos empurrar <strong>para</strong> o<br />

egoísmo. Isto é considerado como a serpente vindo até Eva - o desejo de<br />

receber - e dizendo: “Quer saber? Você pode usar o seu desejo de receber<br />

de uma boa maneira”. Então, Eva foi até o Adão - o desejo de <strong>da</strong>r - e<br />

disse: “Quer saber? Nós temos a oportuni<strong>da</strong>de de subir até os mundos<br />

mais elevados. Além disso, é isso que o Criador quer, e é por isso que Ele<br />

nos fez recebedores”.<br />

E ela comeu. O desejo de receber, unido à serpente (egoísmo), comeu<br />

a maçã. Como eles gostaram, pensaram: “Porque não arrastar o Adão (as<br />

forças de doação) nisso?”. E foi isso que fizeram. Como resultado, todo o<br />

corpo de A<strong>da</strong>m ha Rishon (a alma comum), todos os seus desejos, foram<br />

corrompidos pela intenção <strong>da</strong> serpente em receber, no que se tornou o<br />

pecado original.<br />

ABRAÃO – EnTRE O EGITO E ISRAEL<br />

Abrão nasceu na Mesopotâmia (hoje Iraque), imigrou <strong>para</strong> Israel, e<br />

em segui<strong>da</strong>, devido à fome, desceu ao Egito. Esta viagem tem um significado<br />

espiritual, porque estes locais são graus ou forças. Eles realmente<br />

contam a história <strong>da</strong> correção do nosso desejo.<br />

A Mesopotâmia é o ponto de parti<strong>da</strong>,<br />

quando os desejos de Abrão são egoístas,<br />

como os seus e os meus. A terra de Israel,<br />

chama<strong>da</strong> “desejo de outorgar”, é o desejo<br />

de <strong>da</strong>r. O Egito é chamado Malchut, o<br />

desejo de receber, e consiste em desejos<br />

egoístas, com o Faraó sendo o ápice do<br />

egoísmo.<br />

Informações<br />

Na <strong>Cabala</strong>, Israel não é um pe<strong>da</strong>ço<br />

de terra. O seu nome vem de duas palavras:<br />

Yashar (diretamente a), El (Deus, Criador).<br />

Por isso, <strong>para</strong> um Cabalista, qualquer pessoa<br />

com um forte desejo de ser como o Criador<br />

é considerado uma parte de Israel.<br />

Quando Abrão alcançou a sua correção, mudou seu nome <strong>para</strong><br />

93


<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

Abraão, decomposto como Av (pai) ha Am (a nação) - os enormes desejos<br />

de receber que surgiram dele. Para combinar com tais desejos, ele<br />

tinha um desejo de <strong>da</strong>r, o que assegurou que os desejos fossem finalmente<br />

corrigidos. Ca<strong>da</strong> vez que Abraão aumentava seu desejo de <strong>da</strong>r, ele ia <strong>para</strong><br />

Israel, e ca<strong>da</strong> vez que aumentava seu desejo de receber, ia <strong>para</strong> o Egito.<br />

é também por este motivo que a migração <strong>para</strong> Israel é considera<strong>da</strong> uma<br />

subi<strong>da</strong>, e a migração <strong>para</strong> o Egito é considera<strong>da</strong> uma deci<strong>da</strong>.<br />

O desejo de <strong>da</strong>r, sozinho, é ineficaz. Você só pode realmente <strong>da</strong>r ao<br />

Criador recebendo Dele. Então, Abraão perguntou: “Como eu saberei<br />

que alcançarei o mesmo nível de doação do Criador?”. Abraão não podia<br />

receber porque estava numa situação de doação. O Criador colocou a<br />

sua semente no Egito e disse que ele receberia a medi<strong>da</strong> plena do desejo<br />

de receber. Abraão estava feliz. Após o exílio, quando o povo se misturar<br />

aos Egípcios e absorver seus desejos, o povo será corrigido e saberá como<br />

receber com o objetivo de <strong>da</strong>r. Este é o padrão de realização <strong>para</strong> todos,<br />

e que leva ao fim <strong>da</strong> correção.<br />

A Bíblia diz que Abraão desceu ao Egito devido à fome. A fome era<br />

espiritual porque ele queria outorgar, mas não tinha na<strong>da</strong> <strong>para</strong> <strong>da</strong>r. Para<br />

Abraão, uma situação na qual ele não podia <strong>da</strong>r era chama<strong>da</strong> de fome,<br />

ausência de desejos de receber. À medi<strong>da</strong> que uma pessoa adquire progressivamente<br />

um desejo maior de receber, isso é considerado como se<br />

ela experimentasse o exílio no Egito. Quando ela sai <strong>da</strong> experiência com<br />

grande quanti<strong>da</strong>de de vasos de recepção, ela pode começar a corrigi-los<br />

<strong>para</strong> que eles trabalhem com o objetivo de outorgar.<br />

O CABO-DE-GUERRA EnTRE MOISéS E O fARAÓ<br />

A próxima história-chave <strong>da</strong> Bíblia, sob a perspectiva Cabalista, é a história<br />

de Moisés. O Faraó escravizando os judeus tem um significado mais<br />

profundo que o registro histórico.<br />

O Faraó sonhou que haveria sete anos de riqueza, seguido por sete<br />

anos de fome. A riqueza é quando você primeiro descobre um grande desejo<br />

pela espirituali<strong>da</strong>de e sente grande felici<strong>da</strong>de. Isto porque você acha<br />

que pode atingir a espirituali<strong>da</strong>de usando o seu ego. Você está pronto<br />

<strong>para</strong> ler e aprender, e a fazer todos os tipos de coisas. A fome acontece<br />

quando você vê que não pode atingir a espirituali<strong>da</strong>de, a menos que abra<br />

mão do seu ego e ganhe o atributo de <strong>da</strong>r. Mas você não pode <strong>da</strong>r, apesar<br />

94


Na Era Global<br />

de querer. Você está na cor<strong>da</strong> bamba. Este é o Egito.<br />

Para produzir a transformação, o seu “Faraó” cresce. O seu Faraó é<br />

o seu ego. Ele começa a lhe mostrar coisas más sobre o estado atual. Se<br />

isso for muito mau, você deseja escapar ou fugir <strong>para</strong> a espirituali<strong>da</strong>de.<br />

Você deseja ir, mesmo que não haja na<strong>da</strong> interessante ou atraente nela.<br />

Quando o seu ego mostra o qunto ele é mal, você desejará mu<strong>da</strong>r.<br />

O nome Moisés vem <strong>da</strong> palavra Moshech (atração). Este é o ponto<br />

que nos tira do Egito, como o Messias, que também se origina <strong>da</strong> mesma<br />

palavra. Moisés é o sentimento dentro <strong>da</strong> pessoa que se opõe ao ego e<br />

diz: “Eu realmente acredito que devemos fugir”. A grande força que<br />

impulsiona é o Faraó. A pequena força que puxa é Moisés. Essa atração<br />

é o início <strong>da</strong> sua espirituali<strong>da</strong>de, o ponto do coração.<br />

A HISTÓRIA DE ESTER (O CLáSSICO fInAL fELIz)<br />

Esta história descreve a correção final do desejo de receber, denominado<br />

Hamã. Mordecai (o desejo de <strong>da</strong>r) e Hamã compartilham um cavalo.<br />

Hamã cavalga primeiro, e depois deixa Mordecai cavalgar, enquanto<br />

acompanha a cavalo. Isso demonstra como o nosso desejo de receber<br />

finalmente se rende diante do nosso desejo de <strong>da</strong>r e entrega as rédeas.<br />

Ester — <strong>da</strong> palavra hebraica Hester (ocultamento) — é o Reino<br />

dos Céus, que está oculto. Ela está oculta, juntamente com Assuero, o<br />

Criador, que, aparentemente, não é bom nem mau. A pessoa que passa<br />

por isso não sabe quem está certo, e se o Criador é bom ou mau.<br />

Ester também é parenta de Mordechai, o desejo de <strong>da</strong>r. Mordechai,<br />

como Moisés num estágio espiritual diferente,<br />

é o ponto de Bina em nossa alma,<br />

que nos atrai rumo à Luz.<br />

Quando surge o desejo de <strong>da</strong>r, às vezes<br />

ele não pode ser percebido. Por vezes, ele<br />

está oculto, como a Rainha Ester. Você<br />

pode não saber se a ação é realmente<br />

doadora. No entanto, se Mordechai está<br />

cavalgando, seu desejo de receber pode<br />

corrigir a si mesmo.<br />

Informações<br />

O feriado mais alegre do calendário<br />

ju<strong>da</strong>ico é o Purim, quando é conta<strong>da</strong> a<br />

história de Hamã e Mordechai. Este feriado<br />

representa o fim <strong>da</strong> correção, e pede que<br />

se beba até não podermos se<strong>para</strong>r Hamã<br />

de Mordechai, o egoísmo do altruísmo. Isso<br />

porque, no final <strong>da</strong> correção, todos os desejos<br />

são corrigidos e trabalham a fim de <strong>da</strong>r<br />

ao Criador; assim, não importa com qual<br />

desejo trabalhamos, ele sempre será com a<br />

intenção de <strong>da</strong>r.<br />

95


96 <strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

O zOHAR – nÃO SEM A REALIzAÇÃO<br />

Tudo aquilo que O Zohar fala, até mesmo suas len<strong>da</strong>s, é sobre as 10<br />

Sefirot - Keter, Hochma, Bina, Hesed, Gevura, Tifferet, Netzah, Hod, Yesod,<br />

e Malchut - e suas interações. Para um Cabalista, as introduções e suas<br />

diversas combinações são suficientes <strong>para</strong> revelar todos os mundos<br />

espirituais.<br />

O rabino Shimon Bar-Yochai (Rashbi), autor do O Zohar, teve um<br />

grande problema. Ele estava discutindo consigo mesmo sobre a forma de<br />

transmissão do conhecimento Cabalístico <strong>para</strong> as gerações futuras. Ele<br />

não queria expor as pessoas ao conteúdo do Livro do Zohar prematuramente.<br />

Ele tinha receio que isso serviria apenas <strong>para</strong> confundir e desviar<br />

as pessoas do caminho <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de.<br />

Para evitar confusões, ele confiou a escrita ao rabino Aba, que sabia<br />

como escrever de forma especial, de modo que somente os que fossem dignos<br />

compreenderiam. Devido à linguagem especial do O Zohar, somente<br />

aqueles que já se encontram na esca<strong>da</strong> dos níveis espirituais entendem<br />

o que está escrito. O Zohar é apenas <strong>para</strong> aqueles que já atravessaram a<br />

barreira e adquiriram algum grau de espirituali<strong>da</strong>de. São eles que podem<br />

entender o livro, segundo o seu nível espiritual.<br />

Atualmente, a maioria <strong>da</strong>s almas é muito materialista e egoísta <strong>para</strong><br />

entender O Zohar. Elas precisam de ferramentas que as levem primeiro<br />

à “zona” espiritual. é como uma nave espiritual, que necessita de um<br />

grande empurrão antes de poder continuar com seu próprio motor. <strong>Um</strong><br />

ambiente favorável, um professor, e livros corretos dão o “impulso” <strong>para</strong><br />

nossa compreensão espiritual.<br />

Existem diferentes estilos de escrita no O Zohar. Ele foi escrito em<br />

diversas linguagens, dependendo <strong>da</strong> forma como eles queriam expressar<br />

estados espirituais específicos. Algumas vezes, as diversas linguagens<br />

criam confusão. Quando o livro fala sobre leis, as pessoas podem pensar<br />

que O Zohar esta pregando moral. Quando ele narra histórias, as pessoas<br />

podem vê-las como fábulas. Sem a realização espiritual, é difícil de entender<br />

do que realmente consiste O Zohar.<br />

<strong>Um</strong>a parte do O Zohar está escrita na linguagem <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>, e outra<br />

parte está escrita na linguagem <strong>da</strong>s len<strong>da</strong>s. Abaixo estão alguns exemplos<br />

de duas dessas len<strong>da</strong>s.


O COnDUTOR DE ASnOS<br />

Na Era Global<br />

O Zohar contém uma bela história sobre um condutor de asnos, um homem<br />

que conduz os asnos de homens importantes, <strong>para</strong> que eles possam<br />

an<strong>da</strong>r despreocupa<strong>da</strong>mente e falar sobre seus negócios. Mas o condutor<br />

de asnos no O Zohar é uma força que aju<strong>da</strong> a pessoa que já tem sua<br />

própria alma.<br />

Na história, dois homens falam sobre questões espirituais, à medi<strong>da</strong><br />

que an<strong>da</strong>m de um lugar <strong>para</strong> outro. Sempre que chegam a um dilema que<br />

não conseguem resolver, o condutor de asnos, “milagrosamente”, lhes dá<br />

a resposta. À medi<strong>da</strong> que avançam (graças às respostas do condutor),<br />

eles descobrem que seu simples condutor de asnos é, na ver<strong>da</strong>de, um<br />

anjo enviado do céu, que existe <strong>para</strong> esse propósito: ajudá-los a avançar.<br />

Quando avançam até o último nível, eles descobrem que o seu condutor<br />

já está lá, esperando-os.<br />

A interpretação Cabalística: o asno é o nosso desejo de receber, o<br />

nosso egoísmo. Todos nós temos um condutor de asnos, esperando-nos<br />

<strong>para</strong> entrar no mundo espiritual, de modo que êle possa nos guiar. Porém,<br />

como na len<strong>da</strong>, só descobriremos quem ele realmente é quando atingirmos<br />

o seu nível, no final <strong>da</strong> nossa correção.<br />

A nOITE DA nOIVA<br />

Antes do final <strong>da</strong> correção, existe um estado especial denominado “a<br />

noite <strong>da</strong> noiva”. A história no O Zohar fala sobre a pre<strong>para</strong>ção <strong>da</strong> noiva<br />

<strong>para</strong> a cerimônia de casamento. A noiva é o conjunto de to<strong>da</strong>s as almas.<br />

é um Kli (vaso) que está pronto <strong>para</strong> de unir ao Criador.<br />

Quando você atinge este estado, sente que seu Kli está pre<strong>para</strong>do,<br />

sustentado e pronto <strong>para</strong> a união espiritual. O noivo é o Criador. Ele é<br />

chamado “noite” porque a Dvekut (união) não está ain<strong>da</strong> aparente, e<br />

a Luz ain<strong>da</strong> não brilha nos vasos. A noite significa que os vasos ain<strong>da</strong><br />

sentem a escuridão, a falta de uni<strong>da</strong>de.<br />

Quando a noite se transforma em dia, a abundância do final <strong>da</strong> correção<br />

é prometi<strong>da</strong>, mas O Zohar não nos diz exatamente porque ela é<br />

boa—apenas que é plena, Luz, e paz.<br />

97


O IníCIO DA úLTIMA GERAÇÃO<br />

A obra A Árvore <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong> do Ari, marca o início <strong>da</strong> última fase na evolução<br />

<strong>da</strong>s almas. O Ari afirma que a sua fase é a última geração. Desde o<br />

seu tempo, a sabedoria Cabalística começou a emergir do ocultamento,<br />

embora isso ain<strong>da</strong> dure séculos. Com ele, começou um novo processo<br />

qualitativo.<br />

<strong>Um</strong> Cabalista pode sentir que sua fase é a última antes <strong>da</strong> correção,<br />

porque ele sabe que precisa de apenas um pouco de MAN (oração pela<br />

correção) <strong>para</strong> revelar tudo, e pôr um fim aos problemas do nosso mundo.<br />

Faltam apenas alguns centímetros <strong>para</strong> fazer contato. Atravessar essa<br />

lacuna depende de nós, e é por isso que os Cabalistas tentam disseminar<br />

seu conhecimento de forma que mais almas sejam corrigi<strong>da</strong>s. Eles sentem<br />

que estamos muito próximos de concluir a nossa correção.<br />

O ESTUDO DAS DEz SEfIROT<br />

As palavras do rabino Shimon Bar-Yochai foram escritas no O Livro do<br />

Zohar por seu aluno, o rabino Aba. As palavras do Ari foram escritas<br />

por seu aluno, Chaim Vital. Mas, diferentemente de seus antepassados<br />

espirituais, o Rabino Yehu<strong>da</strong> Ashlag, conhecido como Baal HaSulam<br />

(Mestre <strong>da</strong> Esca<strong>da</strong>) por seu Sulam (esca<strong>da</strong>), um comentário sobre O Livro<br />

do Zohar, escreveu seus livros sozinho.<br />

A “emblemática” do seu trabalho é o seu comentário sobre a obra do<br />

Ari, conhecido como Talmude Eser Sefirot (O Estudo <strong>da</strong>s Dez Sefirot).<br />

Em seis volumes, e mais de 2.000 páginas, o Baal HaSulam explica <strong>para</strong><br />

almas ignorantes dos séculos vinte e vinte um o que o Ari realmente quis<br />

dizer quando escreveu A Árvore <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong>. O Baal HaSulam escreveu o<br />

seu livro especificamente <strong>para</strong> as pessoas que desejam a espirituali<strong>da</strong>de<br />

e na<strong>da</strong> mais. Em sua “Introdução ao Estudo <strong>da</strong>s Dez Sefirot”, ele afirma<br />

que sua platéia são aqueles que perguntam: “Qual o significado <strong>da</strong> minha<br />

vi<strong>da</strong>?”.<br />

EM RESUMO<br />

•<br />

•<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

To<strong>da</strong>s as coisas deste mundo são ramos <strong>da</strong>s raízes que surgem primeiro<br />

no mundo espiritual.<br />

A Bíblia foi escrita na linguagem dos ramos, usando nomes e termos<br />

98


Na Era Global<br />

mun<strong>da</strong>nos, <strong>para</strong> indicar processos espirituais.<br />

• As histórias <strong>da</strong> Bíblia e do O Zohar não se referem à pessoas – são so<br />

bre forças que agem nas almas.<br />

O livro escrito com o objetivo <strong>da</strong> nossa correção é<br />

• O Estudo <strong>da</strong>s Dez<br />

Sefirot do Baal HaSulam.<br />

99


10<br />

8<br />

POnTOS PRInCIPAIS<br />

•<br />

•<br />

•<br />

QU a n d o le t r a S e Pa l av r a S<br />

ac r e S c e n ta m<br />

Entendendo as letras, palavras e números hebraicos<br />

A conexão Criador-criação-desejo<br />

A forma como números, palavras e letras refletem a nossa própria<br />

correção<br />

O idioma hebraico, e o modo como é escrito, é o resultado direto <strong>da</strong><br />

comunicação com os Mundos Superiores. A combinação <strong>da</strong>s letras e<br />

as pincela<strong>da</strong>s de tinta que as criam são ata<strong>da</strong>s com o conhecimento<br />

espiritual.<br />

Da mesma forma, as letras, palavras e números, que normalmente são<br />

coisas se<strong>para</strong><strong>da</strong>s, estão intrinsecamente unidos na <strong>Cabala</strong>. Entender as<br />

suas relações dá maior significado espiritual a ca<strong>da</strong> um deles. Ca<strong>da</strong> letra,<br />

e as palavras que elas formam, tem sua própria história espiritual <strong>para</strong><br />

contar. Então, vamos começar a falar delas.<br />

101


102<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

AS LIGAÇõES EnTRE LETRAS,<br />

PALAVRAS E núMEROS<br />

Na língua hebraica, ca<strong>da</strong> letra corresponde a um número. Como resultado,<br />

qualquer palavra ou nome pode se tornar uma série de números.<br />

Os números podem ser tomados um de ca<strong>da</strong> vez, ou somados juntos. As<br />

letras são resultados <strong>da</strong>s sensações espirituais. A direção <strong>da</strong>s linhas e <strong>da</strong>s<br />

formas numa letra têm um significado espiritual.<br />

Como resultado, as letras hebraicas também são códigos <strong>para</strong> as sensações<br />

que o escritor recebe do Criador. Quando uma letra ou palavra é<br />

escrita, o autor está nos <strong>da</strong>ndo sua percepção consciente do Criador. O<br />

Criador está agindo nelas à medi<strong>da</strong> que são escritas.<br />

A cor também é uma pista <strong>para</strong> o modo como a criação (tinta preta)<br />

trabalha de mãos <strong>da</strong><strong>da</strong>s com o Criador (livro branco). Sem isso, você<br />

não pode entender a escrita ou a história <strong>da</strong> criação, e o que ela significa<br />

<strong>para</strong> você.<br />

UM MAPA DA ESPIRITUALIDADE<br />

A Tora é o texto principal do ju<strong>da</strong>ísmo, o “Velho Testamento” no<br />

Cristianismo, bem como um texto Cabalístico. Suas letras mostram to<strong>da</strong><br />

a <strong>info</strong>rmação que irradia do Criador. Nas letras hebráicas há dois tipos<br />

básicos de linhas, representando dois tipos de Luz. As linhas verticais<br />

representam a Luz <strong>da</strong> sabedoria ou do prazer. As linhas horizontais representam<br />

a Luz <strong>da</strong> misericórdia ou <strong>da</strong> correção. (Existem também diagonais<br />

e linhas circulares que têm significados específicos em ca<strong>da</strong> letra, mas isso<br />

está além do alcance deste livro).<br />

Os códigos são oriundos <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças na Luz, à medi<strong>da</strong> que ela desenvolve<br />

o nosso Kli (desejo). A Luz amplia o nosso desejo. Quando ela<br />

entra no nosso Kli, é chama<strong>da</strong> Taamim (sabores) e quando sai, chama-se<br />

Nekudot (pontos). As memórias ou recor<strong>da</strong>ções <strong>da</strong> entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> Luz são<br />

chama<strong>da</strong>s Tagin (caracteres), e as recor<strong>da</strong>ções <strong>da</strong> saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> Luz são Otiot<br />

(letras).<br />

To<strong>da</strong>s as letras começam com um ponto. <strong>Um</strong> ciclo completo de um<br />

estado espiritual contém: a entra<strong>da</strong>, a saí<strong>da</strong>, as recor<strong>da</strong>ções <strong>da</strong> entra<strong>da</strong>,<br />

e as recor<strong>da</strong>ções <strong>da</strong> saí<strong>da</strong>. O quarto e último elemento cria as letras.


Quando Letras e Palavras Acrescentam<br />

Os outros três elementos são escritos como símbolos minúsculos (Taamim)<br />

acima <strong>da</strong>s letras, caracteres (Tagin) dentro <strong>da</strong>s letras e pontos (Nekudot) debaixo<br />

<strong>da</strong>s letras.<br />

Cabalição<br />

Existe o Emanador e o emanado. O<br />

Emanador tem quatro elementos: Fogo, Vento,<br />

Água e Pó, que são as quatro Otiot (letras): Yod,<br />

Hei, Vav, Hei, que são Hochma, Bina, Tifferet e<br />

Malchut. Elas também são: Taamim, Nekudot,<br />

Tagin, Otiot, e eles são Atzilut, Beria, Yetzira,<br />

Assiya.<br />

- O Santo Ari, A Árvore <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong><br />

Com a correta instrução <strong>para</strong> se ler a<br />

Torah, os Cabalistas podem ver o seu passado,<br />

presente e futuro, através <strong>da</strong> contemplação<br />

destes símbolos em ca<strong>da</strong> uma<br />

de suas combinações. Mas <strong>para</strong> isso, não<br />

basta simplesmente ler o texto. Devemos<br />

enxergar os códigos.<br />

Certas combinações de letras podem<br />

ser usa<strong>da</strong>s no lugar <strong>da</strong> linguagem <strong>da</strong>s<br />

Sefirot e dos Partzufim, quando descrevemos ações espirituais. Os objetos<br />

e as ações mostra<strong>da</strong>s nas letras e suas combinações, também podem <strong>da</strong>r<br />

uma descrição do mundo espiritual.<br />

A chave <strong>para</strong> se ler a Torah desta forma é O Zohar. Em essência, o livro<br />

contém comentários sobre as cinco partes <strong>da</strong> Torah, e explica o que está<br />

oculto no texto de Moisés.<br />

As letras representam a <strong>info</strong>rmação sobre o Criador. Mais precisamente,<br />

elas descrevem a experiência do indivíduo sobre o Criador. Os<br />

Cabalistas descrevem o Criador como uma Luz branca, o fundo do papel<br />

onde são escritas as letras e as palavras. As percepções <strong>da</strong> criatura<br />

sobre o Criador enfatizam diferentes sensações que uma pessoa sente<br />

experimentando-O, usando letras e palavras. é por isso que a escritura<br />

hebraica tradicional é feita com letras pretas sobre um fundo branco.<br />

Acontece que as letras hebraicas são como um mapa <strong>da</strong> espirituali<strong>da</strong>de,<br />

descrevendo todos os desejos espirituais. O modo como elas se<br />

conectam nos dá a Torah.<br />

POnTOS E LInHAS<br />

Os pontos e as linhas nas letras hebraicas são formas sobre o papel, que<br />

está em branco e vazio. O papel é a Luz ou o Criador. A tinta preta é a<br />

criação.<br />

<strong>Um</strong>a linha vertical (|) significa que a Luz desce de Cima - do<br />

Criador <strong>para</strong> a criação. <strong>Um</strong>a linha horizontal (-) significa o Criador<br />

103


104<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

está se relacionando com to<strong>da</strong> a existência (como a varredura de uma<br />

paisagem).<br />

A forma <strong>da</strong>s letras hebraicas vem <strong>da</strong> combinação de Malchut (representa<strong>da</strong><br />

em preto) e Bina (representa<strong>da</strong> em branco). O ponto preto é<br />

Malchut. Quando o ponto se conecta à Luz, isso expressa o modo como<br />

ele recebe a Luz através de todos os tipos de formas e aspectos. As formas<br />

mostram os diferentes modos que a criação (tinta preta) reage ao Criador<br />

(o fundo branco).<br />

Ca<strong>da</strong> letra representa uma combinação de forças. A sua estrutura e o<br />

modo como as letras são pronuncia<strong>da</strong>s expressa as quali<strong>da</strong>des do Criador.<br />

Nós expressamos as quali<strong>da</strong>des espirituais que alcançamos através <strong>da</strong>s<br />

formas.<br />

PRETO nO BRAnCO<br />

As letras hebraicas também representam Kelim (vasos). O Zohar nos<br />

diz que as letras compareceram uma por uma diante do Criador, e pediram<br />

<strong>para</strong> serem seleciona<strong>da</strong>s <strong>para</strong> servi-Lo na Criação do universo.<br />

Simplificando, as letras pediram <strong>para</strong> receber Sua bênção e entregá-la<br />

à criação, como um Kli (vaso) recebe água e a derrama <strong>para</strong> fora. <strong>para</strong><br />

manter a vi<strong>da</strong>.<br />

O branco simboliza a Luz<br />

(<strong>da</strong>r), e o preto simboliza a escuridão<br />

(receber). Por isto, as<br />

proprie<strong>da</strong>des do Criador são<br />

totalmente brancas, simboliza<strong>da</strong>s<br />

pelo livro branco. O preto<br />

é a criação, simboliza<strong>da</strong> pela<br />

tinta preta. Sozinhos, Criador<br />

e criação não podem ser compreendidos.<br />

juntos, produzem<br />

letras e símbolos que podem<br />

ser lidos e compreendidos.<br />

Fora do Rumo<br />

Mesmo se tomássemos a palavra mais sutil que<br />

possa ser usa<strong>da</strong>... as palavras “Luz Superior” ou até mesmo<br />

“Luz Simples”, ain<strong>da</strong> são deriva<strong>da</strong>s ou empresta<strong>da</strong>s<br />

<strong>da</strong> luz solar, ou luz <strong>da</strong> vela, ou uma luz de satisfação que<br />

a pessoa sente ao solucionar alguma dúvi<strong>da</strong> importante.<br />

…Como nós podemos utilizá-las no contexto espiritual<br />

e Sagrado? … É exatamente assim quando precisamos<br />

achar alguma lógica nessas palavras, que nos ajude em<br />

relação à habitual negociação na busca <strong>da</strong> sabedoria.<br />

Aqui, devemos ser muito rigorosos e precisos usando descrições<br />

definitivas.<br />

—Baal HaSulam, “A Essência <strong>da</strong> <strong>Sabedoria</strong> Cabalística”<br />

Pense nisso: sem uma criação, podemos realmente chamar o Criador<br />

de “Criador?” Para ser Criador, Ele precisa criar. Este dualismo Criadorcriação<br />

é a base de tudo aquilo que existe. Nós só podemos falar de


Quando Letras e Palavras Acrescentam<br />

criaturas, nós não experimentamos a Luz, a menos que ela bata em algo.<br />

Para sentir a Luz, a mesma deve ser interrompi<strong>da</strong> por algo, como a retina<br />

e o Criador. Elas não são apenas linhas pretas; elas formam formas níti<strong>da</strong>s<br />

porque representam relações corrigi<strong>da</strong>s entre a criação e o Criador.<br />

Essa união é construí<strong>da</strong> em cima do contraste e <strong>da</strong> colisão. Como<br />

criaturas, nós não experimentamos a Luz, a menos que ela bata em algo.<br />

Para sentir a Luz, a mesma deve ser interrompi<strong>da</strong> por algo, como a retina<br />

em nosso olho. A superfície de um objeto (som, luz ou qualquer tipo de<br />

on<strong>da</strong>) colide com nossa percepção. Isto impede que o objeto continue,<br />

e nos permite senti-lo.<br />

Porque o papel é como a Luz, e deve ser contido com linhas pretas (letras).<br />

Isso permite que a pessoa sinta a Luz e apren<strong>da</strong> com ela. As linhas<br />

pretas <strong>da</strong>s letras são vistas como uma barreira <strong>para</strong> a Luz. Isto porque o<br />

preto (a cor) é o oposto <strong>da</strong> Luz. A Luz bate contra a Masach <strong>da</strong> criatura;<br />

ela quer entrar no Kli e <strong>da</strong>r prazer. Ao invés de desviá-la, a luta entre a<br />

rejeição <strong>da</strong> Masach e o golpe <strong>da</strong> Luz cria uma poderosa ligação. é nessa<br />

colisão que se baseia a relação entre a Luz e as letras.<br />

Deste modo, as linhas pretas <strong>da</strong>s letras limitam ou restringem a Luz.<br />

Quando a Luz “bate” numa linha, é força<strong>da</strong> a <strong>para</strong>r e, então, o Kli pode<br />

estudá-la. Acontece que o único modo de aprender algo a respeito do<br />

Criador é <strong>para</strong>ndo a Sua Luz — restringindo e estu<strong>da</strong>ndo-a. Ironicamente,<br />

exatamente quando contemos o Criador é que aprendemos a ser tão livres<br />

quanto Ele. De certo modo, a Masach é como um prisma: a rejeição <strong>da</strong><br />

Luz quebra a mesma nos elementos que a compõem, e isto nos (criaturas)<br />

permite estudá-la e decidir o quanto de ca<strong>da</strong> “cor” queremos usar.<br />

LETRAS E MUnDOS<br />

O alfabeto hebraico é formado por 22 letras. As primeiras nove letras, de<br />

Alef à Tet, representam a parte inferior de Bina. As nove letras seguintes,<br />

de Yod à Tzadik, representam Zeir Anpin, e as últimas quatro, de Kof à<br />

Tav, representam Malchut, a própria criatura.<br />

Além <strong>da</strong>s letras “regulares”, há cinco letras finais na língua hebraica.<br />

Se olharmos <strong>para</strong> a ilustração seguinte, veremos que elas não são letras<br />

novas; elas utilizam os mesmos nomes que as 22 letras originais. Há uma<br />

boa razão <strong>para</strong> isso.<br />

To<strong>da</strong>s as 22 letras originais estão no mundo de Atzilut, o mais elevado<br />

105


106<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

dos cinco mundos introduzidos no Capítulo 7. Como as 22 letras originais<br />

estão no mundo mais próximo do Criador, elas descrevem uma conexão<br />

corrigi<strong>da</strong> entre a criação e o Criador. As cinco letras finais fazem o contato<br />

entre o estado corrigido (Mundo de Atzilut) e os mundos do estado<br />

não corrigido, Beria, Yetzira e Assiya (BYA). Como há cinco fases na<br />

criação, deve haver cinco formas finais de contato entre Atzilut e BYA;<br />

conseqüentemente, as cinco letras finais.<br />

A letra Bet é a primeira <strong>da</strong> Torah e a segun<strong>da</strong> no Alfabeto Hebraico.<br />

Ela é a primeira <strong>da</strong> Torah porque Bet representa a conexão corrigi<strong>da</strong> entre<br />

Bina e Malchut, chama<strong>da</strong> Beracha (benção). <strong>Um</strong>a bênção é recebi<strong>da</strong><br />

quando Malchut (a criação, nós) consegue se conectar à Bina (o Criador).<br />

Nós só nos conectamos a Ele quando queremos ser como Ele, e esse é o<br />

significado de uma “conexão corrigi<strong>da</strong>”. Quando Malchut pede <strong>para</strong> ser<br />

como Bina — isto é, quando você e eu queremos ser como o Criador — é<br />

chama<strong>da</strong> benção (Beracha) de “uma conexão corrigi<strong>da</strong>”.


Quando Letras e Palavras Acrescentam<br />

UnIDADES, DEzEnAS, CEnTEnAS E MAIS ALéM<br />

As letras são dividi<strong>da</strong>s em três categorias numéricas: uni<strong>da</strong>des, dezenas<br />

e centenas.<br />

• O nível de Bina corresponde<br />

às uni<strong>da</strong>des: Aleph, Bet, Gimel, Dalet,<br />

Hey, Vav, Zayin, Het, Tet. Essas<br />

são as nove (1–9) Sefirot de Bina.<br />

• O nível de ZA corresponde às<br />

dezenas: Yod, Chaf, Lamed, Mem,<br />

Nun, Samech, Ayin, Peh, Tzadik. Essas<br />

são as nove (10–90) Sefirot de ZA.<br />

•<br />

O nível de Malchut correspon-<br />

No Rumo<br />

Nós estu<strong>da</strong>mos as quali<strong>da</strong>des do<br />

Criador do mesmo modo que determinamos<br />

as cores de um objeto. Quando vemos uma<br />

bola vermelha, significa que a bola refletiu a<br />

cor vermelha; é por isso que podemos vê-la.<br />

Da mesma forma, quando rejeitamos (refletimos)<br />

um fragmento <strong>da</strong> Luz do Criador, sabemos<br />

exatamente o que rejeitamos. É por isso<br />

que o único modo de conhecermos o Criador<br />

é rejeitando primeiro to<strong>da</strong> a Sua Luz. Só então<br />

podemos decidir o que queremos fazer com<br />

ela.<br />

de às centenas: Kof, Reish, Shin, Tav. Essas são<br />

as quatro (100–400) Sefirot de Malchut.<br />

<strong>Um</strong>a pergunta óbvia vem à mente: e os números acima de 400? A<br />

resposta é que o hebraico é uma língua espiritual, e não matemática.<br />

Tudo nele representa estados espirituais, e nenhum outro número a mais<br />

é necessário <strong>para</strong> descrever a estrutura do mundo de Atzilut (a “casa” <strong>da</strong>s<br />

letras). Em outras palavras, com essas 22 letras, podemos descrever tudo,<br />

do princípio <strong>da</strong> criação até o infinito.<br />

Então, o que acontece quando queremos expressar números complicados,<br />

como 248? Usamos três letras: Reish (200), Mem (40), e Het (8). E se<br />

quisermos escrever um número maior que 400, como 756? Usamos mais<br />

de três letras: Tav (400) + Shin (300) + Nun (50) + Vav (6) = 756.<br />

é óbvio que podemos alcançar este número usando muitas combinações<br />

diferentes, mas é importante lembrar que, se duas palavras somarem<br />

o mesmo número, elas são sinônimas do ponto de vista espiritual, e têm<br />

o mesmo significado espiritual.<br />

Vejamos agora como esta discussão sobre números tem relação com a<br />

evolução do desejo espiritual, explica<strong>da</strong> na <strong>Cabala</strong>. Quando os números<br />

representam o tamanho do nosso Kli, quanto maiores os números, mais<br />

Luz entra neles. Se forem apenas uni<strong>da</strong>des em nosso desejo, isto é, se<br />

tivermos um desejo pequeno, uma quantia pequena de Luz está presente.<br />

Se forem adiciona<strong>da</strong>s dezenas e aumentarmos o nosso desejo, mais Luz<br />

107


108<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

entra. Se centenas forem adiciona<strong>da</strong>s e o nosso desejo alcançar o nível<br />

máximo, a Luz simboliza<strong>da</strong> pelas letras preenche nosso Kelim espiritual.<br />

Porém, as coisas se complicam, à medi<strong>da</strong> que a <strong>Cabala</strong> tem uma exceção.<br />

Os números também podem representar a Luz, e não só os desejos.<br />

Neste caso, as uni<strong>da</strong>des (Luzes pequenas) estão em Malchut, as dezenas<br />

estão em ZA, e as centenas estão em Bina. Isto se deve a uma relação<br />

inversa entre a Luz e o Kli (desejo). Isto pode parecer confuso, mas é<br />

porque a Luz mais eleva<strong>da</strong> do Criador só entra no nosso Kli quando<br />

ativamos nossos desejos mais baixos.<br />

Aqui estão os valores numéricos de ca<strong>da</strong> nível, expressos em termos<br />

<strong>da</strong> Luz que representam, e o nível no qual preenchem seus vasos:<br />

• Bina—<br />

Luz (100); Kli (1)<br />

• ZA—<br />

Luz (10); Kli (10)<br />

• Malchut — Luz (1); Kli (100)<br />

SE DEUS = nATUREzA, E A<br />

nATUREzA = DESEjO, EnTÃO ...<br />

Eis outra coisa a se pensar: se calcularmos os valores numéricos <strong>da</strong>s letras<br />

nas palavras HaTeva (a natureza), elas somam 86. Depois, se calcularmos<br />

o valor <strong>da</strong>s letras na palavra Elokim (Deus), elas somam 86. E, finalmente,<br />

se calcularmos o valor <strong>da</strong>s letras na palavra Kos (copo, xícara), elas<br />

também somam — vocês adivinharam — 86. Isso mostra a equivalência<br />

entre Deus, copo e natureza na <strong>Cabala</strong>, que observamos no Capítulo 2.<br />

Eis como funciona.<br />

Nós já dissemos que se duas palavras somarem o mesmo número, ambas<br />

têm o mesmo significado espiritual. Então, a declaração que a <strong>Cabala</strong><br />

faz abaixo é muito interessante (ain<strong>da</strong> que um pouco complexa):<br />

•<br />

A Natureza e o Criador são a mesma coisa. O fato de não os vermos<br />

assim não torna isso menos ver<strong>da</strong>deiro, assim como o fato de não per<br />

cebermos uma bactéria a olho nu não impede que ela afete nossos<br />

corpos.<br />

Na <strong>Cabala</strong>, uma xícara representa um<br />

• Kli, ou seja, um desejo de rece<br />

ber. Portanto, a natureza e o nosso Kli são a mesma coisa. Também<br />

aqui, o fato de não os sentirmos não significa que isso não seja


Quando Letras e Palavras Acrescentam<br />

ver<strong>da</strong>de, mas o fato de ambos terem os mesmos valores significa que<br />

temos a oportuni<strong>da</strong>de de corrigir (transformar) nossos desejos <strong>para</strong><br />

combinarem com a estrutura <strong>da</strong> natureza.<br />

• Quando combinamos nossos desejos ( Kli) com os <strong>da</strong> natureza, também<br />

os combinamos com o Criador (porque a natureza e o Criador são<br />

sinônimos). Em palavras simples, quando igualarmos nosso Kli com a<br />

natureza, descobriremos o Criador.<br />

Em termos de uma equação, é como: Se A = B, e B = C, então A =<br />

C.<br />

OS BLOCOS COnSTRUTORES DA VIDA<br />

O nome de todos estes “passatempos” que os Cabalistas fazem com as<br />

letras e os números chama-se Gematria. Antigos Cabalistas aperfeiçoa-<br />

ram a Gematria a tal ponto que<br />

pudessem (e puderam) descrever<br />

o conjunto <strong>da</strong> criação, e a relação<br />

Criador-criação usando a<br />

Gematria, como demonstram as<br />

próximas seções.<br />

Informações<br />

Nós já dissemos que não há mal na <strong>Cabala</strong>;<br />

é tudo uma questão de como nos relacionamos às<br />

situações que nos encontramos. O Faraó é considerado<br />

uma força má. Mas os Cabalistas inverteram<br />

as letras hebraicas do nome Faraó, e descobriram<br />

que, na ver<strong>da</strong>de, ele significa Oref H (a face posterior<br />

do Criador). Em outras palavras, o Faraó é o Criador,<br />

forçando-nos duramente a progredir em direção à<br />

espirituali<strong>da</strong>de, porque não estamos nos esforçando<br />

o suficiente. Se nos esforçarmos bastante, descobriremos<br />

que o Faraó é realmente o nosso amigo.<br />

A Gematria é uma expressão<br />

do estado de um Kli que descobre<br />

o Criador dentro de sua própria<br />

estrutura. O Kli é composto<br />

de 10 Sefirot, dividi<strong>da</strong>s na ponta<br />

do Yod, e nas letras Yod, Hey, Vav, e Hey novamente. Esta estrutura de<br />

quatro letras é conheci<strong>da</strong> como tetragrammaton (em grego), HaVaYaH<br />

(em hebreu) e Iavé, IHVH ou Jeová em português).<br />

A primeira Sefira (Keter) pertence à extremi<strong>da</strong>de superior do Yod; a<br />

segun<strong>da</strong> Sefira (Hochma) ao Yod; e a terceira Sefira (Bina) ao Hey. A<br />

próxima Sefira (ZA) contém seis Sefirot internas: Hesed, Gevura, Tifferet,<br />

Netzah, Hod e Yesod. To<strong>da</strong>s essas Sefirot estão conti<strong>da</strong>s na letra Vav. O<br />

último Hey é Malchut, que também é a última Sefira.<br />

De fato, HaVaYaH não é apenas a estrutura de um Kli; é a estrutura<br />

de todo Kli— e de tudo que foi, é, e será. é o elemento fun<strong>da</strong>mental<br />

<strong>da</strong> existência. Como um holograma, quanto menor você cortá-lo, sempre<br />

terá uma estrutura completa de 10 Sefirot, conti<strong>da</strong> em HaVaYaH. é<br />

109


110<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

também por isso que estas quatro letras incluem a palavra havayah (um<br />

termo genérico que em hebraico significa existência, ser).<br />

ABRÃO TOMOU A TAREfA PARA SI (VOCE TAMBéM PODE)<br />

é importante entender que há uma relação entre as letras, Sefirot e o Kli,<br />

porque na <strong>Cabala</strong> o nome de uma pessoa representa o seu Kli espiritual.<br />

Por exemplo, Abraão representa um tipo muito específico de relação entre<br />

o Criador e a criação. Abraão representa uma alma que fez certo tipo<br />

de correção. Quando nasceu, o seu nome era Abrão. Mas, depois que se<br />

corrigiu, transformando seus desejos egoístas em altruístas, ele mudou o<br />

seu nome <strong>para</strong> Abraão. O a (letra hey em hebraico) que foi acrescentado<br />

em seu nome representa o Hey de Bina, a quali<strong>da</strong>de altruísta do Criador.<br />

Isto indica que ele se elevou àquele nível espiritual.<br />

DESCUBRA SUA RAIz,<br />

DESCUBRA SEU nOME<br />

To<strong>da</strong>s as letras existem dentro de nós e em nenhuma outra parte. Elas<br />

são Kelim espirituais, experiências que ca<strong>da</strong> um de nós sentiu e sentirá<br />

novamente, à medi<strong>da</strong> que nos desenvolvemos espiritualmente.<br />

Os Kelim percebem o Criador, e quando aprendermos o ver<strong>da</strong>deiro significado<br />

<strong>da</strong>s letras, encontraremos dentro de nós to<strong>da</strong>s as linhas, pontos<br />

e círculos que simbolizam nossa conexão com o mundo espiritual. Todo<br />

indivíduo tem algo chamado “a raiz <strong>da</strong> alma.” À medi<strong>da</strong> que subimos a<br />

esca<strong>da</strong> espiritual e descobrimos as letras, as palavras e os números dentro<br />

de nós, nos aproximamos gradualmente de nossos ver<strong>da</strong>deiros egos.<br />

O Criador só criou uma criação. Essa criação foi dividi<strong>da</strong> em 600.000<br />

partes, que se partiram nas bilhões de almas que temos hoje no mundo.<br />

À medi<strong>da</strong> que subimos a esca<strong>da</strong>, percebemos que somos um corpo, e<br />

descobrimos nosso lugar nele. Esta é a raiz <strong>da</strong> nossa alma.<br />

Ca<strong>da</strong> raiz tem seu próprio nome, e quando alcançarmos a raiz <strong>da</strong> nossa<br />

alma, descobriremos nosso lugar no sistema de criação e quem realmente<br />

somos. E descreveremos isso com um nome que é exatamente o nosso<br />

próprio.


EM RESUMO<br />

•<br />

•<br />

Quando Letras e Palavras Acrescentam<br />

As letras hebraicas descrevem a relação de um Cabalista com o<br />

Criador.<br />

As letras hebraicas carregam valores numéricos. Valores numéricos<br />

semelhantes indicam semelhança espiritual, e valores idênticos<br />

demonstram sinonímia espirtual.<br />

• Deus = natureza, e natureza = desejo ( Kli). Conseqüentemente, Deus<br />

= desejo.<br />

•<br />

À medi<strong>da</strong> que subimos a esca<strong>da</strong> spiritual, descobrimos as letras em<br />

nosso interior, conforme o nosso estágio espiritual. é assim que<br />

descobrimos o nosso ver<strong>da</strong>deiro nome.<br />

111


11<br />

POnTOS PRInCIPAIS<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

co r P o e al m a<br />

A explicação Cabalística <strong>da</strong> reincarnação<br />

O significado do corpo aos olhos <strong>da</strong> alma<br />

O jantar festivo mais demorado<br />

Perguntas e Respotas <strong>da</strong> Alma<br />

A Reencarnação é normalmente lembra<strong>da</strong> como um evento onde uma<br />

pessoa vive e morre várias vezes. Mas a noção de renascer numa identi<strong>da</strong>de<br />

diferente não é a única forma de reencarnação. Na <strong>Cabala</strong>, uma reencarnação<br />

ocorre to<strong>da</strong> vez que <strong>da</strong>mos um passo no crescimento espiritual.<br />

Por exemplo, se nos corrigirmos intensamente, podemos experimentar<br />

muitas vi<strong>da</strong>s em alguns minutos. Por outro lado, quando continuamos<br />

sem nos corrigir, podemos nunca experimentar uma única encarnação.<br />

113


114<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

é assim que a reencarnação é defini<strong>da</strong> pela <strong>Cabala</strong>.<br />

O SEU CORPO – UM EnVÓLUCRO<br />

PARA A SUA ALMA<br />

A <strong>Cabala</strong> reconhece as pessoas através <strong>da</strong>s características espirituais.<br />

Quando os textos Cabalísticos dizem que uma nova pessoa é cria<strong>da</strong>, não<br />

estão falando de braços e pernas, e sim de objetivos e desejos. Quando a<br />

quali<strong>da</strong>de dos nossos desejos é transforma<strong>da</strong> <strong>para</strong> melhor, diríamos, sob<br />

a perspectiva Cabalista, que uma nova pessoa, um “eu” mais espiritual,<br />

foi criado. O corpo é somente um recipiente biológico. Por exemplo, os<br />

órgãos podem ser substituídos com os transplantes. A <strong>Cabala</strong> vê o corpo<br />

como um veículo que a alma pode tra-<br />

Centelhas Espirituais<br />

Essa vi<strong>da</strong> não é eterna... por si mesma;<br />

é mais como um suor de vi<strong>da</strong>.<br />

-Baal HaSulam, “Introdução à Árvore de Vi<strong>da</strong>”<br />

balhar. Para corrigirmos nossa alma, o<br />

corpo deve estar presente e ativo.<br />

As almas só têm um desejo durante<br />

sua existência nos corpos físicos. Elas<br />

desejam voltar à sua fonte, ao nível que<br />

estavam antes <strong>da</strong> sua que<strong>da</strong>. O corpo físico, com seu desejo de receber,<br />

arrasta as almas <strong>para</strong> este mundo. O desejo de sermos espirituais aju<strong>da</strong><br />

as almas a voltarem a suas raízes espirituais.<br />

RECICLE-SE ATé qUE<br />

ESTEjA MADURO E PROnTO<br />

As almas descem à terra e depois sobem novamente, como um ciclo.<br />

Elas se unem aos corpos, voltam à Fonte – outro termo Cabalístico <strong>para</strong><br />

o Criador –, e repetem o processo. Elas continuam retornando até completarem<br />

sua correção.<br />

Nós experimentamos muitas encarnações, ou novas almas, de várias<br />

maneiras. Pode ser através de uma experiência preocupante, que nos<br />

torna dispostos a questionarmos nossos objetivos ou buscar novas respostas.<br />

Pode ser através do estudo <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>. Quando estamos maduros<br />

<strong>para</strong> a espirituali<strong>da</strong>de, por exemplo, podemos descobrir “<strong>Um</strong> <strong>Guia</strong> Para<br />

a <strong>Sabedoria</strong> <strong>Oculta</strong> <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>”. Este livro pode ser o começo de nossas<br />

encarnações conscientes.<br />

As encarnações que fluem através de nós retornam à Fonte. A nossa


Corpo e Alma<br />

“missão” na Terra é atravessarmos tantas encarnações quanto forem possíveis,<br />

de forma que nossa alma descubra sua última correção.<br />

qUAL A RAzÃO DAS APARIÇõES REPETIDAS?<br />

A reencarnação é o conjunto de aparições repeti<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s almas dentro<br />

dos corpos deste mundo. Isto ocorre até que ca<strong>da</strong> alma alcance o fim de<br />

sua correção.<br />

A correção completa é uma tarefa que possui vários níveis - uma alma<br />

pode não completar sua tarefa, não retornando à Raiz num único ciclo.<br />

Em sua próxima encarnação, por causa do progresso feito, ela reencarna<br />

mais adiante no caminho espiritual.<br />

O Criador quer que sejamos preenchidos com prazer espiritual, <strong>para</strong><br />

sermos completos. Isso só é possível através de um grande desejo. Somente<br />

com um desejo corrigido podemos alcançar o mundo espiritual.<br />

Nós já dissemos que um desejo só é considerado corrigido quando tem<br />

a intenção correta. Isso não é automático; a intenção “correta” é adquiri<strong>da</strong><br />

com o estudo. Isso é um processo contínuo, e não algo imediato.<br />

A propósito, o próprio estudo não é suficiente hoje em dia <strong>para</strong> nos<br />

conduzir à espirituali<strong>da</strong>de. Nós precisamos de um grupo de amigos que<br />

nos apoie, precisamos aju<strong>da</strong>r que os outros atinjam a correção. Assim,<br />

unimo-nos aos seus desejos pela espirituali<strong>da</strong>de (ponto no coração), mesmo<br />

quando eles ain<strong>da</strong> não estão conscientes disso.<br />

SEMEnTE DA ALMA<br />

O propósito <strong>da</strong> correção <strong>da</strong>s nossas almas é muito mais do que apenas<br />

<strong>para</strong> suas próprias necessi<strong>da</strong>des. O quadro é muito maior! A correção<br />

de nossas almas afeta to<strong>da</strong>s as almas, porque to<strong>da</strong>s estão conecta<strong>da</strong>s.<br />

Quando vimos pela primeira vez a este mundo, a nossa alma é chama<strong>da</strong><br />

um “ponto”. Lembrem-se que somos partes de um vaso espiritual ou Kli,<br />

chamado Adão ha Rishon (o Primeiro Homem). Lembrem-se também que<br />

a alma de Adão ha Rishon foi dividi<strong>da</strong> em 600,000 almas, que desceram<br />

a este mundo. Este mundo tem um grande número de corpos, ca<strong>da</strong> um<br />

com sua própria alma.<br />

Se não construirmos um Kli espiritual fora deste ponto enquanto vivemos<br />

neste mundo, a nossa alma retorna à sua raiz em Adão ha Rishon.<br />

115


116<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

é como uma semente que não evoluiu, inconsciente e sem vi<strong>da</strong>. A nossa<br />

meta é retornar extamente à mesma raiz em Adão ha Rishon, <strong>da</strong> qual<br />

descemos.<br />

OnDE ESTá E O qUE é UMA ALMA?<br />

A noção de lugar, como eu e você imaginamos, no tempo e no espaço,<br />

não existe nos Mundos Superiores. O que acontece quando a alma<br />

retorna à Fonte? Na ver<strong>da</strong>de, a alma volta a sua raiz, em Adão ha Rishon.<br />

A “raiz <strong>da</strong> alma” é o lugar <strong>da</strong> alma no sistema de Adão ha Rishon. Este é<br />

um local espiritual que está muito próximo <strong>da</strong> Fonte, o Criador. Você não<br />

consegue descobrir este local espiritual com os cinco sentidos físicos.<br />

<strong>Um</strong>a alma é uma força espiritual. Na <strong>Cabala</strong>, as almas estão organiza<strong>da</strong>s<br />

numa pirâmide, sobre-<br />

No Rumo<br />

Os Cabalistas fazem uma distinção entre<br />

o que eles chamam de “alma animal” e “alma”.<br />

A alma animal é aquela com a qual nascemos: o<br />

caráter, os gostos e desgostos, as emoções e as tendências.<br />

Mas quando os Cabalistas falam <strong>da</strong> alma,<br />

estão se referindo a algo bem diferente: o desejo de<br />

receber, corrigido com uma Masach, que permite<br />

que ela receba <strong>para</strong> <strong>da</strong>r ao Criador.<br />

postas conforme seus desejos. Os<br />

desejos terrestres estão embaixo<br />

e os desejos espirituais estão no<br />

topo.<br />

Na base <strong>da</strong> pirâmide estão<br />

muitas almas com pequenos desejos<br />

(comi<strong>da</strong>, sexo, sono e abrigo).<br />

Estes são desejos animais.<br />

No próximo nível estão aquelas<br />

que desejam a riqueza, algo além <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des básicas. No próximo<br />

nível está o desejo de controlar os outros, pela força ou poder. Aqui, há<br />

ain<strong>da</strong> menos almas. O nível seguinte é o do conhecimento – essas almas<br />

estão ocupa<strong>da</strong>s com descobertas. No topo <strong>da</strong> pirâmide estão pouquíssimas<br />

almas, que se esforçam em conquistar o mundo espiritual. Todos<br />

estes níveis compõem a pirâmide.<br />

Esta pirâmide também está dentro de nós. Nós temos o potencial<br />

<strong>para</strong> agir em todos estes níveis. A pressão dos mundos inferiores deve se<br />

render ao desejo mais puro: o infinito desejo pela ver<strong>da</strong>de. Aqui, preferimos<br />

depositar os esforços e a energia, aumentando o nosso desejo pela<br />

espirituali<strong>da</strong>de, ao invés dos desejos terrestres e egoístas. Não devemos<br />

fazer tudo sozinhos - isso é alcançado através do estudo, em grupos,<br />

disseminando-se o conhecimento aos outros.


UMA CAMISA PARA A ALMA<br />

Corpo e Alma<br />

O corpo é a cobertura <strong>para</strong> a alma.<br />

Podemos pensar em nosso corpo<br />

como uma camisa <strong>para</strong> a alma. A<br />

nossa alma nos conecta com to<strong>da</strong>s as<br />

outras almas e o Mundo Superior, e<br />

esta conexão permanece depois que<br />

o nosso corpo físico morre.<br />

Se cultivarmos o altruísmo e pensarmos<br />

mais na uni<strong>da</strong>de <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de,<br />

e menos em nós, nossos esforços<br />

se tornarão um Kli espiritual. <strong>Um</strong><br />

Kli percebe o mundo espiritual, fora<br />

do alcance dos nossos cinco sentidos.<br />

Sentimos a Força Superior em nossa<br />

alma, e não em nosso corpo.<br />

Quando atingimos a percepção espiritual, não sentimos a vi<strong>da</strong> física<br />

e a morte. Isto porque a nossa alma está no reino espiritual. Focando no<br />

desenvolvimento <strong>da</strong> alma, podemos transcender as influências biológicas<br />

(terrestres) a ponto de não sermos afetados por elas.<br />

O Rav Baruch Ashlag dizia que a morte e o renascimento <strong>para</strong> um<br />

Cabalista são tão insignificantes quanto tirarmos nossa camisa suja e<br />

vestirmos uma limpa. Quando perguntaram a seu pai, o Rav Yehu<strong>da</strong><br />

Ashlag, onde ele queria ser enterrado, este murmurou com evidente indiferença:<br />

“Eu não dou a menor importância onde você esvazia meu saco<br />

de ossos”.<br />

nÃO Há TEMPO nA ESPIRITUALIDADE<br />

Centelhas Espirituais<br />

Em nosso mundo, não há almas novas<br />

<strong>da</strong> forma como os corpos são renovados, mas<br />

somente uma certa quantia de almas, que encarnam<br />

na ro<strong>da</strong> <strong>da</strong> transformação <strong>da</strong> forma,<br />

porque a ca<strong>da</strong> vez elas vestem um novo corpo<br />

e uma nova geração.<br />

Portanto, em relação às almas, to<strong>da</strong>s as gerações<br />

desde o início <strong>da</strong> Criação até o fim <strong>da</strong><br />

correção, são como uma única geração que<br />

expandiu sua vi<strong>da</strong> por milhares de anos, até que<br />

se desenvolveu e foi corrigi<strong>da</strong> como deveria ser.<br />

E o fato de que, enquanto isso, ca<strong>da</strong> um mudou<br />

seu corpo milhares de vezes é completamente<br />

irrelevante, porque a essência do eu corporal,<br />

chamado “a alma”, não sofre na<strong>da</strong> com estas<br />

mu<strong>da</strong>nças.<br />

— Baal HaSulam, “A Paz”<br />

O tempo é a percepção que temos <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças que sofremos, à medi<strong>da</strong><br />

que nossa alma se desenvolve. Quando nossos pensamentos e desejos<br />

mu<strong>da</strong>m lentamente, sentimos que o tempo “se arrasta”. Quando mu<strong>da</strong>m<br />

depressa, sentimos que tempo está “voando”.<br />

Tempo só é sentido quando experimentarmos mu<strong>da</strong>nças. Quando nosso<br />

vazio espiritual está cheio, não há nenhuma mu<strong>da</strong>nça. é por isso que<br />

se diz que não existe tempo na espirituali<strong>da</strong>de.<br />

117


118<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

PERGUnTAS E RESPOSTAS<br />

To<strong>da</strong>s as almas na Terra estiveram aqui em ocasiões anteriores. é como<br />

uma festa de jantar, onde os convi<strong>da</strong>dos entram e saem. To<strong>da</strong> vez que eles<br />

retornam, aprendem algo, partem, e então levam <strong>para</strong> a próxima festa,<br />

que acontece numa casa (pessoa) nova. To<strong>da</strong>s as experiências de festas<br />

anteriores são aplica<strong>da</strong>s na atual visita. Do mesmo modo, to<strong>da</strong> a vez que<br />

a alma faz uma visita, seus desejos se fortalecem e evoluem por causa do<br />

seu desenvolvimento na festa anterior (vi<strong>da</strong>).<br />

qUEM fUI EU?<br />

No artigo “A Liber<strong>da</strong>de”, o Baal HaSulam escreve que ca<strong>da</strong> geração<br />

contém as mesmas almas <strong>da</strong> geração anterior, mas em novos corpos. A<br />

alma que está uni<strong>da</strong> ao nosso corpo pode ter estado em várias pessoas,<br />

mas não há como saber, porque ela só esta foca<strong>da</strong> no presente.<br />

To<strong>da</strong>s as nossas recor<strong>da</strong>ções estão conecta<strong>da</strong>s entre si. Tudo que experimentamos<br />

permanece dentro de nós; na<strong>da</strong> desaparece. Porém, não<br />

podemos usar isso como um fichário, retirando pensamentos específicos.<br />

As recor<strong>da</strong>ções passa<strong>da</strong>s surgem por si mesmas, <strong>para</strong> se entender o<br />

presente.<br />

To<strong>da</strong>s as almas estão conecta<strong>da</strong>s dentro <strong>da</strong> alma comum de Adão ha<br />

Rishon. Como elas estão conecta<strong>da</strong>s, a memória é compartilha<strong>da</strong>. Como<br />

uma gota d’água num balde, as almas não mantêm suas identi<strong>da</strong>des<br />

terrestres.<br />

PODEMOS IDEnTIfICAR AS PESSOAS DO PASSADO?<br />

Podemos sim. As almas <strong>da</strong>s pessoas retornam à Terra. Os Cabalistas<br />

vêem a mesma alma reencarna<strong>da</strong> em Adão, Abraão, Moisés, Rabino<br />

Shimon, o Ari, e Yehu<strong>da</strong> Ashlag (todos<br />

escritores Cabalistas). é como se a<br />

mesma alma se cobrisse num Cabalista<br />

contemporâneo to<strong>da</strong> vez que surgisse<br />

em nosso mundo. Isto permite que<br />

ca<strong>da</strong> geração conheça a <strong>Cabala</strong> de<br />

modo exclusivo.<br />

Porém, o Baal HaSulam não nasceu<br />

No Rumo<br />

Quando a <strong>Cabala</strong> fala de uma pessoa<br />

que está neste mundo, está se referindo<br />

ao desejo de receber <strong>da</strong> pessoa, num estado<br />

de ocultação desde o Criador, sem intenção<br />

de <strong>da</strong>r a Ele. Em outras palavras, antes de<br />

atravessarmos a barreira que estamos neste<br />

mundo. Depois de atravessá-la, estamos no<br />

mundo seguinte.


Corpo e Alma<br />

com a alma do Ari. Ele nasceu e viveu em seu corpo como todo o mundo,<br />

com seu próprio potencial espiritual. Além disso, contudo, ele recebeu o<br />

potencial, a Luz, a quali<strong>da</strong>de de outorgar chama<strong>da</strong> “Ari”. Esta é a força<br />

espiritual do Ari. Assim, ele continuou desenvolvendo-a com o método<br />

<strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>.<br />

Nós também podemos tentar obter to<strong>da</strong>s as almas uni<strong>da</strong>s dentro de<br />

nós. Nesse estado, teremos outras almas além <strong>da</strong> nossa. <strong>Um</strong>a destas almas<br />

adicionais será chama<strong>da</strong> “o condutor de burros”, a alma que nos guia ao<br />

longo do nosso caminho espiritual, menciona<strong>da</strong> no Capítulo 9.<br />

EU POSSO REEnCARnAR COMO UM AnIMAL?<br />

No que diz respeito às almas, a <strong>Cabala</strong><br />

faz uma distinção entre os animais e os<br />

seres humanos. Os animais são seres<br />

animados, enquanto os humanos são<br />

animados e espirituais. Como humanos,<br />

temos a capaci<strong>da</strong>de de retribuir<br />

ao Criador.<br />

Centelhas Espirituais<br />

A reencarnação ocorre em todos os<br />

objetos <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de tangível, e todo objeto<br />

vive, à sua própria maneira, a vi<strong>da</strong> eterna.<br />

— Baal HaSulam, “A Paz”<br />

O livro, Juntos Para Sempre, conta a história de um mágico solitário<br />

que cria coisas <strong>para</strong> lhe fazer companhia. Ele cria um cachorro, que é<br />

muito leal e bom de tomar conta, mas o cachorro não pode retribuir o<br />

cui<strong>da</strong>do especial que o mágico lhe dá.<br />

Ser capaz de retribuir ao Criador é o dom <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de. Assim,<br />

a reencarnação e a evolução <strong>da</strong>s almas referem-se apenas aos corpos<br />

humanos.<br />

qUAnTAS VEzES EU REEnCARnO?<br />

Em seu artigo, “Que Nível a Pessoa Deveria Alcançar?”, o Rav Baruch<br />

Ashlag – filho de Yehu<strong>da</strong> Ashlag e grande Cabalista – pergunta: “Qual<br />

é o grau que a pessoa deveria alcançar, <strong>para</strong> que não tenha que reencarnar?”.<br />

Ele responde que a alma continua voltando até completar a sua<br />

correção e retornar à sua raiz. Nós não precisamos corrigir mais ninguém,<br />

mas deveríamos tentar <strong>da</strong>r às pessoas os meios <strong>para</strong> fazerem isso. Se nos<br />

corrigirmos totalmente, e fizermos tudo que pudermos <strong>para</strong> os outros,<br />

não continuaremos reencarnando.<br />

119


120<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

O número de almas no sistema universal é de 600.000, e ele é imutável.<br />

Foram <strong>da</strong>dos 6.000 anos <strong>para</strong> que to<strong>da</strong>s as almas alcancem a realização.<br />

A partir de 2009, restam 231 anos.<br />

Até quando as almas continuarão voltando à Terra depende do<br />

progresso feito em direção às suas correções.<br />

Podemos pensar nisso como se<br />

nossa alma estivesse numa caminha<strong>da</strong>,<br />

e fossemos o guia <strong>da</strong> trilha. Se conduzirmos<br />

os peregrinos (almas) à sua meta,<br />

eles não terão que voltar no próximo<br />

ano <strong>para</strong> a Trilha <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong>, ou voltarão<br />

mais fortes e prontos <strong>para</strong> progredir ain<strong>da</strong> mais. Qualquer progresso é<br />

um bom progresso.<br />

A meta é levar to<strong>da</strong>s as almas ao topo <strong>da</strong> montanha espiritual, onde a<br />

correção completa é alcança<strong>da</strong>. Elas se tornam mais corrigi<strong>da</strong>s à medi<strong>da</strong><br />

que sobem. Até que to<strong>da</strong>s as almas alcancem o topo, elas continuarão<br />

voltando aos nossos corpos terrestres, de modo que possamos ajudá-las<br />

a subir. Estu<strong>da</strong>r a <strong>Cabala</strong> acelera este progresso.<br />

EU POSSO ME LEMBRAR DAS VIDAS PASSADAS?<br />

Nós não conseguimos sentir as vi<strong>da</strong>s passa<strong>da</strong>s com nossos sentidos corporais.<br />

Nós atravessamos várias fases em nossa vi<strong>da</strong>: infância, adolescência,<br />

juventude – tudo que conduz até nós hoje. O “Nós hoje” não consegue<br />

ver “o nós <strong>da</strong> semana passa<strong>da</strong>”, porque o “nós hoje” ocultou-lhe. To<strong>da</strong>s as<br />

fases estão lá, mas nós só conseguimos ver o estado atual: “nós hoje.”<br />

O ponto mais avançado no passado de nossa alma é o nosso ponto de<br />

parti<strong>da</strong> nesta vi<strong>da</strong>. Se alcançarmos um nível elevado <strong>da</strong> espirituali<strong>da</strong>de, a<br />

próxima pessoa que se une à nossa alma terá um ponto de parti<strong>da</strong> ain<strong>da</strong><br />

melhor.<br />

O qUE fICA DAS VIDAS<br />

PASSADAS?<br />

<strong>Um</strong>a vi<strong>da</strong> anterior também pode<br />

afetar a atual, geralmente de forma<br />

positiva. Somente por existir, já há<br />

Informações<br />

<strong>Um</strong> famoso provérbio chinês diz: “Dê<br />

um peixe a um homem e você o alimentará por<br />

um dia. Ensine um homem a pescar e você o<br />

alimentará por to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong>”. Isto é semelhante<br />

ao que fazemos quando aju<strong>da</strong>mos os outros a<br />

estu<strong>da</strong>r o conhecimento Cabalístico, auxiliando<br />

na correção de suas almas.<br />

Fora do Rumo<br />

Nós não queremos progredir através <strong>da</strong><br />

dor. Não é assim que se faz. A dor só nos faz<br />

pensar que somos mártires, deixando-nos orgulhosos<br />

e nos afastando <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de nos<br />

tornarmos como o Criador. A única coisa boa<br />

em relação à dor é que ela indica que não<br />

estamos na direção correta.


Corpo e Alma<br />

alguma correção. Isto porque, em todo ciclo de vi<strong>da</strong>, experimentamos<br />

o sofrimento. Nisso, não somos diferente do resto <strong>da</strong> criação. Este sofrimento<br />

leva ao progresso espiritual, à medi<strong>da</strong> que nos questionamos e<br />

buscamos mu<strong>da</strong>nças.<br />

Nós podemos acelerar a correção nos esforçando em sermos espirituais.<br />

Quando fazemos isso, sentimos dor conscientemente e descubrimos a<br />

sua causa. Então, decidimos mu<strong>da</strong>r nossas intenções <strong>para</strong> nos libertarmos<br />

<strong>da</strong> dor. é assim que o passado afeta o presente. Isto é importante porque<br />

há uma necessi<strong>da</strong>de de se renovar constantemente as uniões entre as<br />

almas. Isso corrige suas conexões em vigor e torna possível a unificação<br />

de to<strong>da</strong>s as almas. Isto é chamado de “a correção <strong>da</strong> alma coletiva”.<br />

COMO POSSO AfETAR POSITIVAMEnTE A MInHA PRÓxIMA VIDA?<br />

Quanto mais próximo do Criador conduzirmos nossa alma nesta vi<strong>da</strong>,<br />

melhor será na próxima. Com a correção que alcançarmos, nossa alma<br />

estará espiritualmente “mais adiante” na próxima visita.<br />

A proximi<strong>da</strong>de que alcançarmos com o Criador nesta vi<strong>da</strong> torna mais<br />

fácil a “viagem de regresso” <strong>da</strong> nossa alma na próxima vi<strong>da</strong>, porque ela<br />

estárá mais adiante no caminho <strong>da</strong> correção completa. As pessoas se<br />

dirigem à correção tanto intencionalmente quanto pela via <strong>da</strong> dor.<br />

Tudo que adquirimos (atributos, quali<strong>da</strong>des, conhecimento) neste<br />

mundo morre, exceto as mu<strong>da</strong>nças em nossa alma. é como uma semente<br />

que crescerá na próxima estação chuvosa. Quando a planta morre,<br />

sua semente cai e germina outro broto. O que permanece é a energia <strong>da</strong><br />

planta. A energia espiritual que permanece em nós é a alma.<br />

A <strong>Cabala</strong> ensina que a última medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> nossa vi<strong>da</strong> está na diferença<br />

entre a alma que recebemos no nascimento, e a alma que temos agora.<br />

Isto mede até que ponto elevamos espiritualmente a nossa alma.<br />

Em Resumo<br />

• As almas continuam voltando à Terra até alcançarem a correção<br />

completa.<br />

•<br />

A reencarnação só inclui a alma humana, e não a alma animal (cará-<br />

121


122<br />

•<br />

•<br />

•<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

ter, gostos e desgostos, emoções e tendências).<br />

O progresso espiritual feito nas vi<strong>da</strong>s passa<strong>da</strong>s é o nosso ponto de par<br />

ti<strong>da</strong> nessa vi<strong>da</strong>.<br />

Se quisermos saber como éramos, primeiro devemos descobrir quem<br />

somos, descobrindo a raiz <strong>da</strong> nossa alma.<br />

Nós não podemos mu<strong>da</strong>r nossa forma ou mesmo nosso gênero entre os<br />

ciclos de vi<strong>da</strong>.


12<br />

POnTOS PRInCIPAIS<br />

to r n a n d o-Se U m<br />

al U n o d e ca b a l a<br />

• Transformando a forma de aprender: de quartos pouco iluminados,<br />

<strong>para</strong> aulas online abertas e gratuitas<br />

• Saiba quais livros devemos ler <strong>para</strong> o nosso progresso espiritual<br />

• Encontre o professor certo e apren<strong>da</strong> como tirar o máximo proveito<br />

do estudo<br />

• O poder e a prática dos grupos Cabalísticos<br />

• Estudo Cabalístico online<br />

O estudo <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> mudou drasticamente ao longo dos anos, e não<br />

apenas na abertura dessa sabedoria, anteriormente misteriosa e secreta,<br />

<strong>para</strong> as massas. Os Cabalistas estão conectados através dos meios mais<br />

avançados de tecnologia e mídia. Como resultado, os livros, os professores<br />

e os grupos, necessários <strong>para</strong> se tirar o máximo proveito do estudo<br />

Cabalístico, são fáceis de serem encontrados hoje em dia.<br />

Atualmente, podemos ler os textos autênticos <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> em nossa<br />

própria casa, e no nosso próprio idioma. Podemos até mesmo encontrar<br />

123


124<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

um professor e um grupo virtual quando atingimos esse ponto em nosso<br />

desenvolvimento espiritual. Neste capítulo, aprenderemos a usar o estudo<br />

e vivenciar a <strong>Cabala</strong> na forma moderna, permanecendo ao mesmo<br />

tempo fiéis à sabedoria dos textos tradicionais.<br />

TODO DIA é DIA DE PORTAS ABERTAS<br />

Desde os primeiros Cabalistas (Adão e Abraão), passando pela escrita do<br />

“O Zohar” até a I<strong>da</strong>de Média, a <strong>Cabala</strong> foi principalmente transmiti<strong>da</strong><br />

oralmente. Os Cabalistas compartilhavam suas experiências espirituais<br />

entre si, à medi<strong>da</strong> que descobriam os Mundos Superiores.<br />

Ao mesmo tempo, os Cabalistas proibiram o estudo <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> <strong>para</strong><br />

aqueles que não estavam pre<strong>para</strong>dos. Eles cui<strong>da</strong>vam de seus estu<strong>da</strong>ntes<br />

com cui<strong>da</strong>do, assegurando-se que estu<strong>da</strong>vam <strong>da</strong> maneira apropria<strong>da</strong>, e<br />

limitando intencionalmente o seu número.<br />

Embora sustentemos que o estudo <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> seja aberto a todos, não<br />

dissemos quão importante é o seu estudo hoje. Para os Cabalistas, na<br />

reali<strong>da</strong>de, a ampla disseminação <strong>da</strong> sabedoria Cabalística é imperativa.<br />

Isso justifica, mais do que qualquer outra coisa, o atual e grande interesse<br />

pela <strong>Cabala</strong>.<br />

A razão pela qual a disseminação é imperativa, é que a <strong>Cabala</strong> se baseia<br />

na necessi<strong>da</strong>de de to<strong>da</strong>s as almas se corrigirem, e dá grande importância<br />

ao coletivo. Quanto maior o número de pessoas estu<strong>da</strong>ndo <strong>Cabala</strong>, maior<br />

o efeito global. Quando várias pessoas estu<strong>da</strong>m, a própria quanti<strong>da</strong>de melhora<br />

a quali<strong>da</strong>de do estudo. Estu<strong>da</strong>ndo à noite por meia ou uma hora é<br />

suficiente, porque milhões, se não bilhões, de outras pessoas está fazendo<br />

o mesmo. To<strong>da</strong>s elas se tornam espiritualmente conecta<strong>da</strong>s, mesmo que<br />

Centelhas Espirituais<br />

A pessoa aprende no lugar que o<br />

seu coração deseja.<br />

- Antiga máxima Cabalística<br />

não sintam, e a multidão tem efeito no<br />

mundo inteiro. Até mesmo minúsculas<br />

mu<strong>da</strong>nças em milhares de pessoas produzem<br />

grandes mu<strong>da</strong>nças positivas na socie<strong>da</strong>de como um todo (mais sobre<br />

isso na Parte 3).<br />

Como resultado, o método atual do estudo Cabalístico dirige-se às<br />

massas, e não apenas a alguns estu<strong>da</strong>ntes ultra-dedicados que estu<strong>da</strong>m<br />

de madruga<strong>da</strong>.


Tornando-se um Aluno de <strong>Cabala</strong><br />

ESTUDAnDO COM A InTEnÇÃO CORRETA<br />

Apenas duas coisas são necessárias <strong>para</strong> se estu<strong>da</strong>r corretamente a <strong>Cabala</strong>:<br />

um desejo de melhorarmos nossa vi<strong>da</strong> e encontrarmos o seu significado, e<br />

uma instrução correta. A instrução correta é alcança<strong>da</strong> por três meios:<br />

•<br />

•<br />

•<br />

Os livros corretos<br />

O grupo correto<br />

O instrutor correto<br />

<strong>Um</strong>a pessoa que estu<strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> do jeito correto, progride sem imposição.<br />

Não pode haver nenhuma coerção na espirituali<strong>da</strong>de.<br />

O objetivo do estudo é descobrir a conexão entre o estu<strong>da</strong>nte e o que<br />

está escrito nos livros. Essa é a razão pela qual os Cabalistas descreveram<br />

o que experimentaram e alcançaram. Não o fizeram <strong>para</strong> transmitir o<br />

conhecimento de como a reali<strong>da</strong>de é construí<strong>da</strong> ou funciona, como na<br />

ciência. O propósito dos textos Cabalísticos é criar uma compreensão,<br />

assimilação e sensação <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de espiritual.<br />

Se a pessoa abor<strong>da</strong> os textos <strong>para</strong> conquistar a espirituali<strong>da</strong>de, eles se<br />

tornam uma fonte de Luz, uma força de correção. Mas se ela os abor<strong>da</strong>r<br />

<strong>para</strong> conquistar conhecimento, eles <strong>da</strong>rão <strong>info</strong>rmação, e na<strong>da</strong> mais. A<br />

medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> interna determina a quanti<strong>da</strong>de de força que a pessoa<br />

colhe e o ritmo <strong>da</strong> sua correção.<br />

Se a pessoa estu<strong>da</strong>r <strong>da</strong> maneira correta, cruzará a barreira entre este<br />

mundo e o mundo espiritual, ingressando num local de revelação interna.<br />

Se ela não conseguir, é um sinal de que o esforço é insuficiente em<br />

quali<strong>da</strong>de ou quanti<strong>da</strong>de. Não é uma questão <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong>de de estudo,<br />

mas sim do foco <strong>da</strong>s intenções do estu<strong>da</strong>nte. Claro que o cruzamento <strong>da</strong><br />

barreira não ocorre <strong>da</strong> noite <strong>para</strong> o dia, mas deve ser o resultado final<br />

do estudo.<br />

Avançar na <strong>Cabala</strong> não significa evitar prazeres, de forma a não incitar<br />

o desejo na pessoa. Da mesma forma, é um erro acreditar que se formos<br />

educados e polidos alcançaremos a espirituali<strong>da</strong>de. A correção não vem<br />

<strong>da</strong> falsa pretensão de correção.<br />

nÃO Há COERÇÃO nA ESPIRITUALIDADE<br />

A <strong>Cabala</strong> rejeita qualquer forma de coerção. Se experimentarmos<br />

125


126<br />

qualquer pressão externa, regras ou<br />

regulamentos obrigatórios, é sinal<br />

de que a ação não tem como objetivo<br />

os Mundos Superiores, mas sim o<br />

ego de alguém.<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

O estudo Cabalístico aumenta<br />

o nosso desejo pela espirituali<strong>da</strong>de,<br />

fazendo-nos preferir isto ao materialismo.<br />

Portanto, em relação a nossa<br />

espirituali<strong>da</strong>de, nós purificamos<br />

nossos desejos. Como resultado, nós<br />

fugimos ou não <strong>da</strong>s coisas materiais, dependendo<br />

de nossa atração ou necessi<strong>da</strong>de por elas.<br />

SEM EREMITAS<br />

A <strong>Cabala</strong> não mudou apenas no modo como escolhe quem pode ou<br />

não estu<strong>da</strong>r, mas também em suas práticas. Recor<strong>da</strong>ndo o Capítulo 5,<br />

alguns dos primeiros Cabalistas, como Rabino Shimon Bar-Yochai, foram<br />

essencialmente eremitas. Mas isso não aconteceu porque eles escolheram<br />

esse estilo de vi<strong>da</strong>; eles foram perseguidos ou proibidos de exercer a<br />

<strong>Cabala</strong>. Por exemplo, o Ari era um<br />

comerciante rico quando chegou a<br />

Safed como Cabalista. Os reis Davi e<br />

Salomão também não eram nem pobres<br />

nem ermitões, como sabemos,<br />

mas eram grandes Cabalistas.<br />

No Rumo<br />

Os desejos materiais surgem de forma<br />

progressiva, e não de uma só vez. Se<br />

sentirmos desejo por dinheiro, não significa<br />

que não o sentiremos amanhã novamente.<br />

Provavelmente sim, e até mais forte. Mas o fato<br />

do desejo por dinheiro surgir, desaparecer e reaparecer,<br />

demonstra que estamos trabalhando<br />

corretamente, e que o ressurgimento é a<br />

revelação de uma nova Reshimo, de um novo<br />

nível. Indica que terminamos nosso trabalho no<br />

nível anterior, limpando assim o caminho <strong>para</strong><br />

que surja um novo nível de desejo.<br />

Informação<br />

Por que a <strong>Cabala</strong> é tradicionalmente<br />

estu<strong>da</strong><strong>da</strong> antes do amanhecer, na madruga<strong>da</strong>?<br />

Quando as pessoas dormem, a “área do<br />

pensamento” está mais silenciosa, e há menos<br />

perturbações resultantes dos pensamentos <strong>da</strong>s<br />

pessoas. Os Cabalistas também estu<strong>da</strong>m nestas<br />

horas porque têm que trabalhar pela manhã,<br />

como todo mundo. É ve<strong>da</strong>do a um ver<strong>da</strong>deiro<br />

Cabalista se retirar <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> mun<strong>da</strong>na.<br />

O Rav Ashlag, por exemplo, acreditou<br />

no trabalho manual. Quando<br />

chegou a Israel, vindo <strong>da</strong> Polônia, trouxe consigo máquinas <strong>para</strong> processamento<br />

de couro. Ele queria começar uma fábrica de couro, trabalhando<br />

de dia e estu<strong>da</strong>ndo à noite. Ele também criou seus filhos desta maneira.<br />

Quando seu filho primogênito, o Baruch Ashlag – que o sucedeu – alcançou<br />

18 anos, o Rav Ashlag lhe enviou <strong>para</strong> trabalhar como operário<br />

de construção. Ele também trabalharia de dia e estu<strong>da</strong>ria à noite.


Tornando-se um Aluno de <strong>Cabala</strong><br />

No entanto, há uma contradição que quem segue a <strong>Cabala</strong> enfrenta.<br />

Por um lado, a vi<strong>da</strong> terrena não tem sentido, e um Cabalista sério não dá<br />

nenhuma importância a ela. Por outro lado, <strong>para</strong> a <strong>Cabala</strong> é fun<strong>da</strong>mental<br />

viver dentro do corpo e senti-lo.<br />

Muitas doutrinas e religiões no mundo falam sobre a abstinência.<br />

Quanto mais a pessoa diminui os prazeres corporais, mais ela se isola,<br />

e melhor a sua ascensão espiritual. A <strong>Cabala</strong> sugere o contrário: deixe<br />

as coisas mun<strong>da</strong>nas e terrestres como elas são, pare de implicar com seu<br />

corpo e seus hábitos, e só se preocupe com o ponto no coração. Ao invés<br />

de pensar em diminuir seus desejos, a <strong>Cabala</strong> sugere que você os deixe<br />

em paz, porque restringir desejos físicos não corrigirá sua alma.<br />

A TRInDADE CABALíSTICA<br />

A correção não ocorre sem estudo. Por isso, o Criador nos enviou a<br />

Trin<strong>da</strong>de Cabalística: os livros, os professores e os grupos de estudo. O<br />

restante deste capítulo descreve ca<strong>da</strong> uma dessas ferramentas do estudo<br />

Cabalístico - livros, professores e grupos – e devemos trabalhar com<br />

eles.<br />

LIVROS: nOSSOS GUIAS ESPIRITUAIS<br />

A espirituali<strong>da</strong>de pode ser alcança<strong>da</strong> através do estudo dos livros corretos,<br />

ou seja, livros escritos por um ver<strong>da</strong>deiro Cabalista. Ler livros corretos<br />

é como ser conduzido por um guia de excursão num país estrangeiro.<br />

Com a aju<strong>da</strong> do guia, o viajante fica orientado e entende melhor seu<br />

novo <strong>para</strong>deiro.<br />

Nós precisamos de livros que sejam a<strong>da</strong>ptados a nossas almas, escritos<br />

por Cabalistas mais próximos a nossa geração. Isto porque, diferentes<br />

almas descem em ca<strong>da</strong> geração, e ca<strong>da</strong> geração requer diferentes métodos<br />

de ensino.<br />

Há uma força especial nos livros Cabalísticos: qualquer pessoa que<br />

os estu<strong>da</strong>, sob uma orientação correta, pode atingir o grau espiritual<br />

do autor. Os estu<strong>da</strong>ntes que seguem as vias expostas pelos escritores<br />

de livros autênticos <strong>da</strong> sabedoria podem se unir ao mundo espiritual.<br />

Mergulhando num texto <strong>da</strong> sabedoria, eles sobem gradualmente ao nível<br />

espiritual do autor.<br />

127


128<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

Sempre que lemos os trabalhos do justo, unimo-nos diretamente a<br />

eles através <strong>da</strong> Luz Circun<strong>da</strong>nte (veja Apêndice). Desta forma, somos<br />

iluminados, e nossos vasos de recepção são purificados e preenchidos<br />

com o espírito do Criador.<br />

Vivendo neste mundo, absorvemos várias imagens e impressões. Por<br />

isso, podemos descrever o que sentimos. Mas os livros Cabalísticos descrevem<br />

as experiências de uma pessoa que sente o mundo espiritual. Eles<br />

descrevem os sentimentos do escritor sobre um mundo que a maioria de<br />

nós não sente.<br />

é por isso que os livros e escritores Cabalísticos são únicos. <strong>Um</strong> professor<br />

de <strong>Cabala</strong> não é apenas uma pessoa que sente o Mundo Superior,<br />

mas também uma pessoa que pode descrever emoções numa linguagem<br />

clara, <strong>para</strong> que outros possam sentir e compreender. Estu<strong>da</strong>ndo os livros<br />

dos Cabalistas, cultivamos os sentidos que estão ausentes em nós, os que<br />

devem ser desenvolvidos, a fim de sentirmos o Mundo Superior.<br />

OS TExTOS nA LInGUAGEM DOS RAMOS<br />

Na <strong>Cabala</strong>, há vários livros escritos com estilos e formas diferentes, e<br />

escritos por Cabalistas que alcançaram diferentes graus de realização.<br />

Por isso, é crucial que saibamos quais livros estu<strong>da</strong>r.<br />

Quando um Cabalista atinge a espirituali<strong>da</strong>de,<br />

ele a sente experimentalmente,<br />

<strong>da</strong> mesma maneira como<br />

experimentamos as ocorrências e<br />

incidências deste mundo físico com<br />

nossos sentidos e sentimentos. Como<br />

os objetos no mundo espiritual são<br />

totalmente diferentes dos objetos<br />

de nosso mundo físico, é difícil <strong>para</strong><br />

os Cabalistas acharem as palavras<br />

certas.<br />

No Rumo<br />

Não fique frustrado se o que parecia<br />

claro ontem se torna obscuro no dia seguinte.<br />

Dependendo do nosso humor e estado<br />

spiritual, o texto pode parecer cheio de significados<br />

profundos ou completamente sem<br />

sentido quando estivermos lendo. Não desista<br />

se ele parecer vago, estranho ou sem sentido.<br />

A <strong>Cabala</strong> é estu<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>para</strong> nos aju<strong>da</strong>r a ver<br />

e perceber, e não <strong>para</strong> ganharmos conhecimento<br />

técnico.<br />

Isso também acontece em nosso mundo. Nós nem sempre conseguimos<br />

explicar nossos sentimentos, e, às vezes, acabamos usando palavras<br />

e gestos vagos.<br />

é por isso que os livros Cabalísticos são difíceis de entender. Até que


Tornando-se um Aluno de <strong>Cabala</strong><br />

tenhamos uma conexão com a espirituali<strong>da</strong>de, o que lemos são apenas<br />

palavras, sem qualquer compreensão do significado por trás delas.<br />

Lembre-se também, que a <strong>Cabala</strong> usa a linguagem dos ramos, descrita<br />

no Capítulo 9. O mundo espiritual e nosso próprio mundo são <strong>para</strong>lelos.<br />

Não há um só objeto, fenômeno ou força neste mundo que não seja uma<br />

conseqüência do Mundo Superior.<br />

Portanto, os Cabalistas usam nomes<br />

retirados do nosso mundo <strong>para</strong> descrever<br />

objetos espirituais, pois estes objetos<br />

são as raízes do nosso mundo.<br />

<strong>Um</strong>a pessoa normal, ain<strong>da</strong> sem<br />

uma “tela espiritual”, identifica-se<br />

com os livros Cabalísticos como uma<br />

espécie de conto de fa<strong>da</strong>s que acontecem em nosso mundo. Mas quem<br />

já é Cabalista não fica confuso com as palavras, porque sabe exatamente<br />

de quais “ramos” elas se originam, e a que se refere, em nosso mundo, a<br />

“raiz” no mundo espiritual.<br />

LIVROS qUE nOS AjUDAM A ALCAnÇAR A META<br />

Fora do Rumo<br />

<strong>Um</strong> dos erros mais comuns cometido<br />

pelos principiantes é atribuir forças espirituais aos<br />

ramos, em vez de se concentrarem nas raízes.<br />

Por exemplo, como temos um estado espiritual<br />

chamado “água” (Hassadim, misericórdia),<br />

também temos água em nosso mundo. Mas<br />

isso não significa que ao bebermos água nos<br />

tornaremos misericordiosos..<br />

Nem todos os livros, mesmo os autênticos, têm a mesma capaci<strong>da</strong>de de<br />

nos estimular em direção ao mundo espiritual. Da mesma forma, é importante<br />

revisarmos os livros que lemos com uma abor<strong>da</strong>gem cui<strong>da</strong>dosa,<br />

pois a <strong>Cabala</strong> acumulou várias associações em seu desenvolvimento (a<br />

maioria delas inadequa<strong>da</strong>s, como descrito no Capítulo 1). Hoje, a mesma<br />

precaução se aplica aos sites de Internet.<br />

Para tornar essa tarefa fácil, os principais Cabalistas recomen<strong>da</strong>m que<br />

abandonemos todos os livros Cabalísticos, exceto O Zohar, os escritos do<br />

Ari, e os escritos do Baal HaSulam. Essa pode ser a melhor abor<strong>da</strong>gem<br />

<strong>para</strong> o estu<strong>da</strong>nte de <strong>Cabala</strong> sério e persistente. Entretanto, a maioria <strong>da</strong>s<br />

pessoas deve procurar livros introdutórios sobre esses escritos, como os<br />

listados no Apêndice. Este livro oferece uma introdução às fontes originais,<br />

de forma que os leitores possam fazer escolhas esclareci<strong>da</strong>s <strong>para</strong> um<br />

estudo aprofun<strong>da</strong>do.<br />

129


130<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

PROCURAnDO O PROfESSOR CERTO<br />

Qual é a forma correta de estu<strong>da</strong>r, e como teremos certeza que o fazemos<br />

corretamente? Aqueles que estu<strong>da</strong>m corretamente trabalham em si mesmos,<br />

internamente, e são guiados por um professor.<br />

Experimentar o Criador exige um professor. O professor guia o estu<strong>da</strong>nte,<br />

à medi<strong>da</strong> que este ascende ao nível espiritual do professor e se une<br />

à sua sabedoria e pensamentos.<br />

Na reali<strong>da</strong>de, hoje em dia, um indivíduo sozinho não consegue adentrar<br />

o mundo espiritual. Isto seria como se ele começasse a desenvolver<br />

to<strong>da</strong> a física ou a química e, em segui<strong>da</strong>, desenvolvesse a tecnologia <strong>para</strong><br />

aplicá-las. Seria semelhante a viver como um homem <strong>da</strong>s cavernas, sem<br />

usar tudo aquilo que a humani<strong>da</strong>de conquistou até agora. Em outras<br />

palavras, seria um absurdo.<br />

é por isso que um principiante precisa de um professor que já tenha<br />

atingido o Mundo Superior e possa mostrar a ele como realizar ca<strong>da</strong> passo<br />

em direção ao Mundo Superior. O professor acompanha o estu<strong>da</strong>nte<br />

até a espirituali<strong>da</strong>de, mas este só compreenderá completamente a sua<br />

conexão com o professor depois de atingir o Mundo Superior de forma<br />

independente.<br />

A união com o professor acontece nas fases preliminares, porque ambos<br />

estão no nível mun<strong>da</strong>no. Mas a união com o Criador só é possível<br />

quando experimentamos o Mundo Superior. O professor é nosso líder<br />

naquela jorna<strong>da</strong>. O contato e a união com um professor conduzem ao<br />

contato e a união com o Criador.<br />

DEIxE SEU CORAÇÃO DECIDIR<br />

Centelhas Espirituais<br />

Quando eu perguntei ao meu professor,<br />

o Rav Baruch Ashlag, se ele poderia provar<br />

que era o professor certo, ele respondeu: “Eu<br />

não tenho nenhuma resposta <strong>para</strong> você. É<br />

algo que você terá que responder com seu<br />

próprio coração. Você não deveria acreditar<br />

em ninguém. Eu realmente o encorajo a ir e<br />

procurar em outro lugar, e se você achar um lugar<br />

melhor <strong>para</strong> você, é aí que deveria ficar”.<br />

Como encontramos esse professor?<br />

A <strong>Cabala</strong> tem uma resposta<br />

muito simples: Estude onde seu coração<br />

quer, onde sinta que faça parte.<br />

O professor certo não nos convence<br />

a pensar isto ou aquilo. A <strong>Cabala</strong> é<br />

uma sabedoria onde aprendemos por<br />

nossa própia vontade e livre escolha.<br />

O desenvolvimento espiritual não


pode ocorrer de outra maneira.<br />

Tornando-se um Aluno de <strong>Cabala</strong><br />

Quando nos livrarmos de persuasões,<br />

de coisas externas, de<br />

nossa educação, e de tudo o que<br />

ouvimos a vi<strong>da</strong> inteira; quando<br />

sentirmos em nosso coração que<br />

encontramos um professor e o lo-<br />

cal de estudo, é lá que devemos ficar. Esse é o único teste válido, e na<strong>da</strong><br />

mais importa.<br />

Como o Rav Baruch Ashlag disse: “Critiquem e duvidem de tudo. O<br />

objetivo mais importante é nos livrarmos do pré-julgamento,<strong>da</strong> educação,<br />

e <strong>da</strong> opinião pública. Livrem-se de qualquer coisa estranha e tentem<br />

absorver o modo como nossa índole nos fala. Isso seria o mais ver<strong>da</strong>deiro,<br />

porque qualquer educação ou opinião externa é coerção.”<br />

O GRUPO DE ESTUDO<br />

Todos os grandes Cabalistas estu<strong>da</strong>ram em grupos. O rabino Shimon Bar<br />

Yochai teve um grupo de estu<strong>da</strong>ntes, bem como o Ari. O grupo é vital<br />

<strong>para</strong> progredirmos. é a ferramenta básica <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>, e todos os membros<br />

são medidos conforme sua contribuição no grupo.<br />

<strong>Um</strong>a pessoa que estu<strong>da</strong> sozinha só pode usar seu próprio vaso <strong>para</strong> receber<br />

a Luz do Criador. Aqueles que estu<strong>da</strong>m num grupo criam um vaso espiritual<br />

composto por todos os participantes, e todos desfrutam de sua iluminação.<br />

Da mesma forma, no mundo <strong>da</strong> alta tecnologia em que vivemos, um<br />

grupo não precisa se encontrar num local físico. Pode ser um grupo de<br />

pessoas com idéias afins que compartilhem uma meta comum (espiritual),<br />

e que possam se encontrar via Internet. Tal grupo pode ser contatado<br />

neste e-mail: <strong>info</strong>@kabbalah.<strong>info</strong> (em inglês).<br />

UnInDO OS DESEjOS<br />

Fora do Rumo<br />

Na <strong>Cabala</strong>, o papel do professor é muito<br />

sutil. Ele deve orientar o estu<strong>da</strong>nte <strong>para</strong> longe de si<br />

mesmo, em direção ao Criador. Não há como evitar<br />

a atenção e admiração que os estu<strong>da</strong>ntes demonstram<br />

a um professor, a menos que este já tenha<br />

transcendido o ego e entrado no Mundo Superior. E<br />

como saberemos que é o professor certo? Deixemos<br />

nosso coração decidir!<br />

O grupo fornece a força. Todos têm apenas um pequeno desejo pela<br />

espirituali<strong>da</strong>de. O caminho <strong>para</strong> aumentar o desejo pela espirituali<strong>da</strong>de<br />

é através de desejos em comum. Vários estu<strong>da</strong>ntes juntos estimulam a<br />

Luz e fornecem um campo de força unificado, que é mais forte em sua<br />

131


132<br />

totali<strong>da</strong>de que individualmente.<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

Isso porque somos todos parte <strong>da</strong> mesma alma (lembra-se de Adão?).<br />

Misturando as partes, recriamos o vaso coletivo e atraímos mais Luz até<br />

nós. Esta Luz afeta ca<strong>da</strong> pessoa do grupo e, assim, todos os membros do<br />

grupo são corrigidos tanto individual como coletivamente.<br />

<strong>Um</strong> grupo é como uma parceria. Podemos cair e não ficarmos com<br />

na<strong>da</strong> do estado espiritual anterior, mas o grupo continuará existindo,<br />

mantendo nosso desejo. A nossa cota no grupo continua existindo, apesar<br />

do nosso estado atual.<br />

DEIxAnDO A LUz fLUIR EM VOCE<br />

O rabino Yehu<strong>da</strong> Ashlag disse que devemos pensar nos membros do<br />

grupo como se fossem grandes (espiritualmente falando). Isto nos aju<strong>da</strong>rá<br />

a absorver seus poderes espirituais, quando estivermos num descenso pessoal.<br />

Isto é semelhante à lei dos vasos comunicantes, onde a água sempre<br />

flui <strong>para</strong> o local mais baixo. Se pensarmos na Luz, ou poder espiritual,<br />

como a água, então tudo que precisamos fazer é nos sentirmos inferiores<br />

a nossos amigos. A Luz deles fluirá em nós e, conseqüentemente, mais<br />

Luz fluirá sobre eles Do Alto.<br />

No Rumo<br />

A <strong>info</strong>rmação deste livro constrói as<br />

bases <strong>para</strong> nossa jorna<strong>da</strong> em direção às forças<br />

espirituais dos Mundos Superiores. Isso é<br />

só o começo. Nas fases posteriores de nossa<br />

ascensão, o progresso só pode ser feito com<br />

a aju<strong>da</strong> de um professor e um grupo, tanto<br />

pessoalmente como on-line.<br />

Isso cria uma evolução contínua<br />

em todo o grupo. Embora os membros<br />

possam mu<strong>da</strong>r os papéis de acordo<br />

com seus estados espirituais pessoais,<br />

a evolução do grupo é infinita, e sempre<br />

em direção a uma espirituali<strong>da</strong>de<br />

mais eleva<strong>da</strong>.<br />

Como tiramos o máximo proveito<br />

do estudo em grupo? Por um meio muito simples: absorvemos do grupo<br />

o seu apreço pela meta de unir-se ao Criador. é a isso que se refere o<br />

verso “Amai ao próximo como a si mesmo “; é isso o que os fazem nossos<br />

amigos.<br />

Se os escutarmos, e tivermos apreço pelos amigos do grupo, absorveremos<br />

a mensagem <strong>da</strong> grandeza do Criador, a grandeza <strong>da</strong> doação. Então,<br />

poderemos nos tornar um grupo de Cabalistas.


Tornando-se um Aluno de <strong>Cabala</strong><br />

ESTUDAnDO CABALA à DISTânCIA<br />

Os Cabalistas estão a postos.... é quase como um call center dos dias de<br />

hoje. O público em geral não pode ter um professor ao seu lado, mas os<br />

professores estão disponíveis à qualquer pessoa, em qualquer lugar.<br />

Comunicações avança<strong>da</strong>s conectam os grupos com os professores.<br />

Tudo se desenvolve de acordo com aquilo que é necessário <strong>para</strong> a correção<br />

final; é por isso que a comunicação se desenvolveu dessa forma. As<br />

redes sociais, o aprendizado eletrônico, a Internet rápi<strong>da</strong> e barata, tudo<br />

isso torna o estudo <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> acessível a todos.<br />

O Baal HaSulam, o Rabino Kook, e outros grandes Cabalistas, perceberam<br />

que o ensino deve ser adequado <strong>para</strong> o mundo de hoje. A Internet<br />

oferece um maneira ideal <strong>para</strong> se estu<strong>da</strong>r a <strong>Cabala</strong>. Podemos assistir as<br />

lições ao vivo ou baixá-las à vontade. Podemos participar de reuniões<br />

mundiais on-line e conferências de estu<strong>da</strong>ntes, e algumas vezes por ano<br />

viajar <strong>para</strong> encontros regionais de amigos, de modo a reforçar a nossa<br />

conexão com eles. Por exemplo, o site do Bnei Baruch, www.kab.<strong>info</strong>,<br />

oferece to<strong>da</strong>s essas possibili<strong>da</strong>des on-line, sem nenhum custo.<br />

EM RESUMO<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

Atualmente, a <strong>Cabala</strong> não só está aberta, como a disseminação<br />

é man<strong>da</strong>tória.<br />

Não há qualquer coação na espirituali<strong>da</strong>de; estude onde seu coração desejar.<br />

A Trin<strong>da</strong>de Cabalística é forma<strong>da</strong> pelos livros (corretos), o professor<br />

(correto), e o grupo (correto).<br />

Atualmente, aprender com um grupo virtual é tão efetivo quanto<br />

aprender com um grupo físico.<br />

133


13<br />

POnTOS PRInCIPAIS<br />

de i x e a mú S i c a Fa l a r<br />

• Quando as palavras falham, a música triunfa.<br />

• Os dois estilos (e humores) <strong>da</strong> música Cabalística.<br />

• A Música e o Mundo Vindouro.<br />

Os Cabalistas sempre escreveram músicas como parte de sua expressão<br />

espiritual. Elas são parte inseparável de sua espirituali<strong>da</strong>de e resultam<br />

diretamente do grau espiritual em que se encontram.<br />

Como não existem palavras nos Mundos Superiores, a música preenche<br />

essa falha. Para um estu<strong>da</strong>nte sensível à música, ela pode ser tão<br />

benéfica e poderosa quanto qualquer livro – às vezes, até mais.<br />

nÃO SÓ COM PALAVRAS<br />

Quando o Cabalista começa a perceber o Mundo Superior, ele entra<br />

numa outra dimensão. <strong>Um</strong> mundo inteiro se revela diante dele em to<strong>da</strong><br />

sua grandeza e riqueza. é algo que não existe neste mundo.<br />

O Cabalista percebe uma imagem totalmente diferente: as forças<br />

135


136<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

colocam em ação o nosso mundo, e as almas que não estão liga<strong>da</strong>s aos<br />

corpos. é o passado, presente e futuro diante do Cabalista, no tempo presente.<br />

Ele experimenta tudo isso, e vive preenchido com uma sensação<br />

Centelhas Espirituais<br />

Quando os seres inferiores começam<br />

suas vi<strong>da</strong>s com a música.... os seres Superiores<br />

lhes dão mais poder, de modo que possam<br />

atingir a Luz Superior <strong>da</strong> <strong>Sabedoria</strong> que foi revela<strong>da</strong><br />

em ZON do Mundo de Atzilut e nos anjos<br />

que o precedem. Deste modo, os seres inferiores<br />

aumentam as forças e a luminescência <strong>da</strong><br />

sabedoria nos Mundos Superiores.<br />

- Rav Yehu<strong>da</strong> Ashlag,<br />

O Sulam, Comentário sobre O Zohar<br />

eterna e perfeita, um sentimento que<br />

engloba todo o universo.<br />

Palavras não são suficientes <strong>para</strong><br />

expressar esta profun<strong>da</strong> experiência<br />

emocional. Como podemos descrever<br />

algo que não pode ser visto ou tocado?<br />

Os mundos Cabalísticos devem<br />

ser “sentidos” pelo Cabalista.<br />

Quando as palavras falham, a música<br />

pode proporcionar discernimentos<br />

além de nossa compreensão habitual. A música tem o poder de nos<br />

“mover” e nos fazer sentir coisas que vão além <strong>da</strong>s palavras.<br />

A MúSICA – ALCAnÇA OnDE OS TExTOS nÃO COnSEGUEM<br />

Os Cabalistas usam textos <strong>para</strong> explicar os níveis espirituais alcançados.<br />

Entretanto, em seus escritos, eles só nos aconselham sobre como atingir<br />

a impressão, a sensação e a descoberta desta reali<strong>da</strong>de. Eles descrevem o<br />

tipo de ação que devemos executar em nosso interior, com nossos desejos,<br />

telas e Reshimot – com tudo isso dentro de nossa alma.<br />

Na reali<strong>da</strong>de, os livros dizem: “Executem certas ações e descobrirão<br />

certas coisas”. Porém, eles não descrevem o que sentiremos, porque é<br />

impossível transmitir o sentimento em palavras.<br />

é como oferecer um novo alimento a alguém e dizer: “Experimente, e<br />

você sentirá o seu gosto!”. Se ele é amargo ou doce, nós só teremos um<br />

palpite sobre o que a pessoa sentirá ou como ela experimentará a sensação.<br />

Mesmo assim, a própria sensação só é experimenta<strong>da</strong> pela pessoa<br />

que recebe a oferta, e por mais ninguém.<br />

é por isso que é difícil <strong>para</strong> os Cabalistas transmitirem o que sentem<br />

e enfrentam, o que lhes é revelado: de que modo o mundo oculto se<br />

parece. De certa forma, somente um meio pode expressar as impressões<br />

e prazeres de uma pessoa, diante de quem o Mundo Superior se revelou,<br />

e esse meio é a música. Essa é a razão pela qual os Cabalistas


Deixe a Música Falar<br />

que , além de escreverem artigos e<br />

materiais muito profundos e complicados,<br />

também escrevem melodias<br />

e canções. é mais uma forma de expressar<br />

as sensações de um Cabalista<br />

de uma maneira mais concisa, franca,<br />

por meio de melodias, sem palavras,<br />

de forma que possam penetrar<br />

nossos corações e nos transformar<br />

de algum modo, ajustando-nos, <strong>para</strong><br />

que percebamos o Mundo Superior.<br />

BAnHAnDO-SE nA LUz<br />

Fora do Rumo<br />

Até mesmo a música não consegue<br />

transmitir as impressões do Mundo Superior<br />

de forma precisa, porque nós não temos os<br />

mesmos Kelim (vasos), os mesmos órgãos<br />

sensoriais ou atributos internos dos Cabalistas<br />

que atingem e sentem os Mundos Superiores.<br />

A música nos dá uma impressão dos Mundos<br />

Superiores, uma sensação semelhante, embora<br />

seja uma réplica frágil..<br />

A música Cabalística expressa os estados espirituais do Cabalista. As<br />

melodias são compostas <strong>para</strong> descrever a experiência de duas fases antagônicas<br />

na espirituali<strong>da</strong>de. A primeira é a agonia, resultado do distanciamento<br />

do Criador. A sensação de distanciamento do Criador produz uma<br />

música triste, expressa por uma oração que suplica pela aproximação.<br />

A segun<strong>da</strong> é o prazer, senti<strong>da</strong> como resultado <strong>da</strong> aproximação com o<br />

Criador. Essa sensação de proximi<strong>da</strong>de com o Criador produz uma música<br />

alegre, expressa por uma oração de agradecimento. Se escutarmos a<br />

música Cabalística, ouviremos e sentiremos os dois estados distintos de<br />

ânimo.<br />

Os dois estados de ânimo expressam a relação do Cabalista, e sua<br />

união, com o Criador. Embora a melodia possa levar a pessoa às lágrimas,<br />

ela ama ouví-la, porque a melodia expressa a angústia abor<strong>da</strong><strong>da</strong>, e que foi<br />

soluciona<strong>da</strong> satisfatoriamente. Na <strong>Cabala</strong>, isso é chamado “refinamento<br />

dos julgamentos.”<br />

A música banha o ouvinte com uma Luz maravilhosa. Nós não precisamos<br />

saber na<strong>da</strong> sobre ela antes de ouví-la, porque ela é mu<strong>da</strong>; contudo,<br />

o seu efeito em nossos corações é direto e rápido. Ouví-la várias vezes é<br />

uma experiência especial.<br />

Se sentirmos a música, não precisaremos imaginar as formas nos mundos<br />

espirituais descritas nos livros. Estas formas só existem dentro de<br />

nós e, assim, nos enganam. O que há de tão especial na música é que<br />

todos podem entendê-la, mesmo se não alcançarem o nível espiritual do<br />

137


138<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

compositor. Ouvir uma música composta por Cabalistas nos dá a oportuni<strong>da</strong>de<br />

de experimentar seus sentimentos espirituais.<br />

MELODIAS DO MUnDO VInDOURO<br />

As melodias Cabalísticas poderiam ser descritas como melodias do<br />

“Mundo Vindouro”, pois servem ao propósito de trazer os Mundos<br />

Superiores a este mundo. Cantando, evocamos bençãos do Alto, que se<br />

manifestam em todos os mundos inferiores.<br />

Nas palavras do Rabino Elazar Azikri (1533-1600): “Aqueles que aspiram<br />

devem cantar louvores às alturas espirituais, aos Seres Superiores<br />

e inferiores, unindo todos os mundos com o laço <strong>da</strong> fé.” (Para a <strong>Cabala</strong>,<br />

“fé” significa alcançar o Criador.)<br />

AfInAnDO nOSSO InSTRUMEnTO InTERnO (InTERIOR)<br />

Para entendermos o que o compositor Cabalista quer expressar na melodia,<br />

só precisamos escutá-la, e nossa compreensão funcionará automaticamente.<br />

Escutando as melodias de um Cabalista, teremos a oportuni<strong>da</strong>de<br />

de sermos afetados, num certo grau, por suas impressões dos mundos<br />

espirituais.<br />

Centelhas Espirituais<br />

Quando uma pessoa adquire a quali<strong>da</strong>de<br />

de Bina (misericórdia), ela se sente<br />

tranqüila e serena. O Rabino Baruch Ashlag<br />

expressou isto em sua suave melodia às palavras<br />

dos Salmos (116): “Porque tu livraste a<br />

minha alma”.<br />

Há uma alma em ca<strong>da</strong> um de nós,<br />

e a alma de um Cabalista se assemelha<br />

a um instrumento musical que toca e<br />

sente corretamnte, como o violino bíblico<br />

do Rei Davi. Esse não é um violino<br />

comum, mas o Kli interno (vaso/<br />

instrumento) <strong>da</strong> alma de um Cabalista. Assim, ele sente a reali<strong>da</strong>de de<br />

certo modo e pode expressá-la em melodias.<br />

HARMOnIA ESPIRITUAL<br />

Podemos usar melodias Cabalísticas <strong>para</strong> nos conectarmos às raízes espirituais,<br />

de onde elas foram escritas, sem termos que trabalhar duro. é só<br />

relaxarmos e escutarmos a música.<br />

No entanto, existem <strong>info</strong>rmações nas próprias notas musicais. Na<br />

<strong>Cabala</strong>, elas não estão dispostas aleatoriamente ou de “forma vaga”. Sua<br />

harmonia é construí<strong>da</strong> sobre regras Cabalísticas, e as notas são escolhi<strong>da</strong>s


Deixe a Música Falar<br />

de acordo com a forma como a alma é construí<strong>da</strong>. Elas são um meio <strong>para</strong><br />

se escalar a esca<strong>da</strong>. Você (o ouvinte) as sente penetrando profun<strong>da</strong>mente<br />

dentro de sua alma, desobstruí<strong>da</strong>. Isto ocorre devido à conexão direta<br />

entre sua alma e as raízes <strong>da</strong>s notas.<br />

Volte ao Capítulo 10 e pense sobre a natureza espiritual <strong>da</strong>s letras<br />

hebraicas e sua representação numérica. A coisa mais importante na<br />

música Cabalística não são as notas, mas to<strong>da</strong>s as nuanças sutis que<br />

existem entre elas.<br />

Só <strong>para</strong> termos uma noção disso,<br />

no Capítulo 10 dissemos que existem<br />

Taamim (sabores), Nekudot (pontos<br />

sob, dentro, e sobre as letras),<br />

Tagin (caracteres sobre as letras) e<br />

Otiot (letras). Eles representam as<br />

nuanças forma<strong>da</strong>s pela impressão<br />

<strong>da</strong> Luz - impressões, por exemplo,<br />

<strong>da</strong>s Reshimot partindo e reingressando no vaso espiritual.<br />

O mesmo ocorre com as melodias. Raros são os músicos que compreendem<br />

a forma de tocar as melodias Cabalísticas. A diferença entre aquele<br />

que toca bem e aquele que toca corretamente reside em compreender<br />

onde as coisas importantes estão. O mais importante não reside nos sons,<br />

mas nos pequenos símbolos, em como o som começa e termina.<br />

Eu tive um estu<strong>da</strong>nte maravilhoso que tocava o violino. “Eu estou<br />

pronto <strong>para</strong> tocar somente com a condição de que você segure minha<br />

mão”, ele me dizia. E ele estava certo – a música Cabalística consiste em<br />

transmitir o sentimento certo, e não a nota precisa.<br />

EM RESUMO<br />

•<br />

•<br />

•<br />

Cabalição<br />

Cantar é o apelo <strong>da</strong> alma, ... a música,<br />

<strong>para</strong> a qual despertam os Seres Superiores e o<br />

inferiores em todos os mundos. A música é como<br />

uma fonte do Alto, um repouso do Superior, a misericórdia<br />

Divina. A música adorna o Santo Nome<br />

Celeste, Malchut, o receptáculo do Criador. É por<br />

isso que ele é o Santo dos Santos.<br />

—Rav Yehu<strong>da</strong> Ashlag<br />

O Sulam, Comentário sobre O Zohar<br />

A música é outro meio <strong>para</strong> os Cabalistas expressarem seus estados<br />

espirituais.<br />

A música Cabalística faz com que sintamos o que os livros expressam<br />

sob a forma de texto.<br />

As músicas Cabalísticas expressam a interação de dois estados de<br />

espírito: a angústia, quando nos afastamos do Criador, e a alegria,<br />

quando nos aproximamos Dele.<br />

139


140<br />

•<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

No fim, tudo que precisamos fazer é relaxar, escutar a música e tentar<br />

sermos absorvidos pelas emoções que os Cabalistas revelam em suas<br />

músicas.


III<br />

A<br />

<strong>Cabala</strong><br />

Hoje


Você já sabe o que é a <strong>Cabala</strong> e como ela começou. Porém, de<br />

que modo ela se relaciona com o mundo atual? Nesta seção,<br />

exploraremos as razões por trás <strong>da</strong>s crises globais que estamos<br />

enfrentando, do ponto de vista Cabalístico.<br />

Você deve estar se perguntando: “O que eu vou ganhar com<br />

isso?”. Veja bem, também discutiremos o nosso papel no quadro<br />

global, e como podemos curar a nós mesmos, o ambiente<br />

em que vivemos, e o mundo como um todo.<br />

Lembre-se, somos todos uma única alma. O que acontece<br />

comigo afeta você diretamente; assim, temos a capaci<strong>da</strong>de<br />

de influenciar alguém no outro lado do mundo. Esta seção<br />

final nos aju<strong>da</strong>rá a entender como usaremos a <strong>Cabala</strong> <strong>para</strong><br />

tornar o mundo um lugar melhor.


14<br />

POnTOS PRInCIPAIS<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

na er a Gl o b a l<br />

Como nos afetamos mutuamente<br />

Unidos venceremos, se<strong>para</strong>dos perderemos<br />

No limite <strong>da</strong> seqüência do desejo<br />

O potencial (e o perigo) nos grandes desejos<br />

Quão egoístas podemos ser<br />

As notícias de que o mundo está em crise não são boas. E o pior de tudo,<br />

é que isso não significa que hoje não sejamos tão felizes ou seguros como<br />

antigamente, mas sim a sensação de que perdemos o controle. Parece<br />

ca<strong>da</strong> vez mais difícil tornarmos o nosso futuro melhor. E essa é a crise<br />

ver<strong>da</strong>deira.<br />

<strong>Um</strong> ditado médico diz que um diagnóstico preciso é metade <strong>da</strong> cura;<br />

todo o processo curativo depende disso. Neste capítulo, exploramos as<br />

raízes de nossa crise, e como curá-la. Ele introduz os conceitos, e os capítulos<br />

seguintes discutem mais detalha<strong>da</strong>mente as idéias apresenta<strong>da</strong>s<br />

aqui e a sua implementação na prática.<br />

143


144<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

nOSSA BOLA DE GUDE AzUL<br />

Quando os mineiros escavam carvão na China, o ar na Califórnia fica<br />

poluído. Quando as emissões de carros americanos se dissolvem no ar, o<br />

gelo na Groenlândia derrete. E quando o gelo na Groenlândia derrete, o<br />

nível do mar se eleva, e os Países Baixos afun<strong>da</strong>m.<br />

Tudo se resume a isso: somos parte <strong>da</strong> aldeia global, e nossas ações nos<br />

afetam mutuamente.<br />

SEjA O qUE fOR<br />

De todos os valores que apreciamos, um dos mais valorizados é a privaci<strong>da</strong>de.<br />

Todos gostam de ter um pe<strong>da</strong>ço de proprie<strong>da</strong>de priva<strong>da</strong>.<br />

Voltando ao Capítulo 5, dissemos que existem cinco níveis do desejo:<br />

inanimado, vegetativo, animado, humano e espiritual. Também dissemos<br />

que havia uma só alma, chama-<br />

Centelhas Espirituais<br />

To<strong>da</strong> essa reali<strong>da</strong>de, Superior e inferior,<br />

é una ... e foi emana<strong>da</strong> e cria<strong>da</strong> por um Único<br />

Pensamento. Esse Pensamento Único é a essência<br />

de to<strong>da</strong>s as operações, a finali<strong>da</strong>de. Ele é, por si só,<br />

a perfeição plena, o “Uno, Único, e Unificado”.<br />

<strong>da</strong> Adão, que foi quebra<strong>da</strong> em<br />

inúmeras partes, as quais foram<br />

revesti<strong>da</strong>s por corpos físicos em<br />

nosso mundo. é por isso que existem<br />

tantas pessoas na Terra.<br />

Mas não importa quão distante<br />

nos sintamos uns dos outros,<br />

nós ain<strong>da</strong> somos aquela alma<br />

simples, Adão. Se uma célula cerebral não tem consciência de uma célula<br />

sangüínea, não significa que possa viver sem ela. Sem as células sangüíneas,<br />

que levam alimento e oxigênio ao cérebro, as células cerebrais<br />

morreriam – bem como as células sangüíneas. E nós também.<br />

—Rabino Yehu<strong>da</strong> Ashlag, O Estudo <strong>da</strong>s Dez Sefirot<br />

Seja o que for, unidos venceremos e se<strong>para</strong>dos perderemos, porque já<br />

estamos unidos.<br />

ASSUMInDO A RESPOnSABILIDADE<br />

Considere isso: um recém-nascido não é responsável por na<strong>da</strong>. Como<br />

pode ser? Como ele não consegue pensar nas coisas e processá-las,<br />

como não entende o mundo que experimenta, o bebê não pode ser<br />

responsabilizado.


Na Era Global<br />

Mas uma criança maior já é responsável por algo, mesmo seja só <strong>para</strong><br />

lembrar de pôr o sanduíche na merendeira ou levar o cachorro <strong>para</strong><br />

passear no final do dia. <strong>Um</strong> adolescente já é responsável por mais coisas<br />

e, de um adulto jovem, já se espera que assuma a responsabili<strong>da</strong>de total<br />

de sua vi<strong>da</strong>.<br />

Quando crescemos e temos filhos, também nos tornamos responsáveis<br />

por outros. Mas, e se fôssemos responsáveis por todo ser humano<br />

na Terra? O que aconteceria se essa responsabili<strong>da</strong>de não fosse apenas<br />

pelas pessoas que estão vivas, mas também por to<strong>da</strong>s as pessoas, animais,<br />

plantas e minerais que já viveram, desde o princípio <strong>da</strong> criação até a<br />

eterni<strong>da</strong>de? Este é o significado <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong>de espiritual.<br />

Portanto, esta responsabili<strong>da</strong>de pode parecer um fardo pesado. Mas, e<br />

se ela não fosse uma conseqüência de algum professor malvado querendo<br />

atormentar seus estu<strong>da</strong>ntes com uma tarefa que eles não pudessem executar?<br />

O que aconteceria se ela fosse simplesmente resultado do amor?<br />

Nós amamos nossos filhos. Portanto, a responsabili<strong>da</strong>de pelo bemestar<br />

deles não apenas é natural, como bem-vin<strong>da</strong>. E se sentíssemos<br />

o mesmo tipo de amor e cui<strong>da</strong>do que sentimos por nossos filhos, pelo<br />

mundo inteiro e tudo que há nele — em relação a to<strong>da</strong>s as criaturas<br />

que já viveram, que estão vivas, e que viverão, não importa quando, no<br />

futuro? Esse imenso amor é a felici<strong>da</strong>de espiritual. A <strong>Cabala</strong> nos aju<strong>da</strong> a<br />

experimentar esse imenso amor, e o torna inato em nossa natureza.<br />

Informações<br />

Eis a explicação Cabalística <strong>para</strong> a<br />

superpopulação em nosso planeta. O nosso<br />

egoísmo continua crescendo, ficando ca<strong>da</strong><br />

vez mais difícil corrigi-lo. O único modo de corrigi-lo<br />

é “dividindo-o” em pe<strong>da</strong>cinhos. Para que<br />

o egoísmo seja corrigido, ele precisa “revestir”<br />

um corpo físico. Assim, o número de pessoas<br />

no mundo é o número de fragmentos <strong>da</strong> alma<br />

comum (Adão) que atualmente precisamos<br />

corrigir.<br />

COMO UMA UnIDADE<br />

Vocês se lembram como éramos no início?<br />

Primeiro havia Adão, uma única<br />

alma. Adão era uma alma boa, que só<br />

queria <strong>da</strong>r ao Criador. Mas ele julgou<br />

mal a sua capaci<strong>da</strong>de de <strong>da</strong>r ao Criador,<br />

e esse erro lhe custou muito – e, conseqüentemente,<br />

<strong>para</strong> nós. Ele quebrou.<br />

Sua alma quebrou em 600.000 pe<strong>da</strong>ços,<br />

que ain<strong>da</strong> hoje continuam quebrando<br />

nos bilhões de pessoas que habitam o<br />

nosso mundo. To<strong>da</strong>s elas são minúsculos fragmentos <strong>da</strong> alma original.<br />

A beleza de tudo isso é que ca<strong>da</strong> um de nós é tanto uma alma particular,<br />

145


146<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

como um pe<strong>da</strong>ço no quebra-cabeça de Adão ha Rishon. Dentro de nós<br />

estão todos os pe<strong>da</strong>ços dessa primeira alma, <strong>da</strong> mesma maneira que ca<strong>da</strong><br />

célula em nosso corpo contém to<strong>da</strong> a <strong>info</strong>rmação genética <strong>para</strong> se criar<br />

um novo corpo, idêntico; ou, como uma parte de um holograma contém<br />

a imagem inteira.<br />

Mas, <strong>para</strong> percebermos que somos uma só alma, devemos querer nos<br />

sentir assim. Esta regra simples funciona em to<strong>da</strong> a <strong>Cabala</strong> e na espirituali<strong>da</strong>de:<br />

nenhuma coerção. Em outras palavras, você não recebe o que<br />

você não quer receber.<br />

As células em nossos corpos não “pensam” sobre o modo como trabalham<br />

juntas. Elas apenas agem como uma uni<strong>da</strong>de. Nós não sobreviveríamos<br />

depois <strong>da</strong> primeira semana de gestação, se não fosse assim. De fato,<br />

a biologia fornece um modelo perfeito <strong>para</strong> aquilo que a <strong>Cabala</strong> descreve<br />

como a alma comum.<br />

Quando um bebê cresce no útero materno, as minúsculas células começam<br />

a se diferenciar, e algo maravilhoso acontece – elas começam<br />

a se comunicar e a cooperarem mutuamente. Quanto mais se tornam<br />

diferencia<strong>da</strong>s, mais são força<strong>da</strong>s a cooperarem. <strong>Um</strong>a célula hepática não<br />

pode fazer o que uma célula renal faz. Assim, o rim limpa as toxinas que<br />

o fígado não consegue, e o fígado cria as células novas que o rim não<br />

consegue. Deste modo, ambas são diferentes, mas trabalham juntas, e o<br />

corpo se beneficia como um todo.<br />

O TEMPO DE UnIÃO<br />

Como os nossos corpos, nossas almas podem trabalhar juntas. Podemos<br />

viver como uni<strong>da</strong>des se<strong>para</strong><strong>da</strong>s, <strong>da</strong> mesma forma que existem criaturas<br />

unicelulares, embora saibamos que criaturas unicelulares estão na base<br />

<strong>da</strong> pirâmide <strong>da</strong> natureza. As criaturas que estão no topo <strong>da</strong> pirâmide são<br />

multicelulares. Ca<strong>da</strong> célula em seus corpos executa uma só função, e<br />

to<strong>da</strong>s colaboram <strong>para</strong> sustentar o organismo.<br />

Os Cabalistas do passado atingiram a espirituali<strong>da</strong>de sozinhos, porque<br />

eram almas especiais com missões especiais e, portanto, tiveram conquistas<br />

grandiosas. Mas hoje é diferente. Agora que a <strong>Cabala</strong> é aberta a todos<br />

e estu<strong>da</strong><strong>da</strong> por muitos, é certo que a maioria de nós não atingirá na<strong>da</strong><br />

individualmente. Como uma uni<strong>da</strong>de, porém, podemos ir muito mais


Na Era Global<br />

além do que já fora anteriormente alcançado.<br />

é por isso que os Cabalistas contemporâneos enfatizam a importância<br />

de se disseminar o conhecimento Cabalístico. Eles querem que o mundo<br />

conheça, <strong>para</strong> que mais “células” se juntem ao trabalho coletivo <strong>da</strong> alma,<br />

o corpo espiritual.<br />

UM POUCO DE MIM EM VOCê,<br />

UM POUCO DE VOCê EM MIM<br />

Muitos desdobramentos surgem do fato de que viemos de uma única<br />

alma quebra<strong>da</strong>. <strong>Um</strong> deles é que se eu me corrigir, também corrijo minha<br />

parte em você. E vice-versa. Se você se corrigir, você também corrige seu<br />

“você” em mim.<br />

Para sermos mais práticos, tomemos três pessoas se<strong>para</strong><strong>da</strong>s como exemplo:<br />

joão, Tiago e Maria. Certo dia, joão começa a sentir seu ponto no<br />

coração, e a se corrigir. Ele tem um pe<strong>da</strong>cinho do Tiago e um pe<strong>da</strong>cinho<br />

<strong>da</strong> Maria dentro dele, e os outros dois também têm pe<strong>da</strong>cinhos dos outros<br />

em si mesmos. Eles são “células” no mesmo corpo espiritual, e ca<strong>da</strong> célula<br />

contém to<strong>da</strong> a <strong>info</strong>rmação genética <strong>para</strong> criar um corpo inteiro.<br />

Quando o joão se corrige, o joão no Tiago e o joão na Maria também<br />

são corrigidos. Logicamente, os outros dois não sentem isso, porque<br />

eles não são o joão. Entretanto, inconscientemente, o joão dentro deles<br />

começa a enconrajará-los a iniciarem a análise deste novo conceito de<br />

espirituali<strong>da</strong>de.<br />

Deste modo, o joão, inconscientemente, os inspira a analisarem por<br />

si mesmos. A sua transformação serve como um modelo <strong>para</strong> eles. Isso<br />

porque a estrutura básica de todo ser humano é a mesma. Todos nós<br />

Fora de Rumo<br />

Se convivermos num ambiente<br />

com pessoas de mentali<strong>da</strong>de negativa - <strong>para</strong><br />

a socie<strong>da</strong>de ou <strong>para</strong> elas mesmas – começaremos,<br />

inevitavelmente, a pensar como elas.<br />

Para termos certeza de que progredimos na<br />

direção positiva, devemos nos cercar de pessoas<br />

que estão nessa direção.<br />

temos pontos no coração, e não precisamos<br />

recebê-los de ninguém. Nós só<br />

precisamos escutar de modo sincero, e<br />

nosso ponto no coração se abrirá. Nós<br />

já falamos nos Capítulos 3 e 7 sobre<br />

a importância <strong>da</strong> influência <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de<br />

na determinação <strong>da</strong> direção do<br />

nosso crescimento. Se quisermos ficar<br />

ricos, devemos nos cercar de pessoas que querem dinheiro. Se queremos<br />

147


148<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

nos tornar advogados, nos cercarmos de juízes e defensores, e escutamos<br />

o que eles dizem.<br />

Falando com pessoas que desejamos imitar, aprendemos mais do que<br />

simples técnicas. Nós absorvemos o espírito dessas pessoas. Absorver o<br />

espírito é a coisa mais importante em tudo que fazemos; é a diferença<br />

entre o sucesso e a mediocri<strong>da</strong>de, ou mesmo o fracasso total.<br />

O mesmo acontece com o tornar-se espiritual. A melhor maneira de<br />

faze-lo é se acercar de pessoas que desejam a espirituali<strong>da</strong>de. Todos nós<br />

temos mais desejos egoístas dentro de nós do que qualquer outra coisa, e<br />

só uma minúscula parte de espirituali<strong>da</strong>de (ver<strong>da</strong>deiro altruísmo) – um<br />

ponto no coração.<br />

Portanto, se várias pessoas falarem comigo sobre a espirituali<strong>da</strong>de, eu<br />

fico inspirado e penso que todo mundo, menos eu, tem um monte de<br />

espirituali<strong>da</strong>de. Obviamente, isso não é ver<strong>da</strong>de, mas tem o efeito de<br />

me fazer desejar a espirituali<strong>da</strong>de mais intensamente, acelerando assim<br />

o meu progresso. Em troca, o meu progresso também acelera o progresso<br />

dos outros, e a espirituali<strong>da</strong>de fictícia deles se torna uma reali<strong>da</strong>de.<br />

SALVAnDO A nÓS MESMOS<br />

E TUDO O MAIS<br />

Hoje, muitos já percebem que o homem é o único elemento destrutivo<br />

na natureza. A razão <strong>para</strong> isso, é que nós realmente não fazemos parte <strong>da</strong><br />

natureza. Nossos corpos pertencem ao reino animal, mas nossas mentes<br />

não. Nossas mentes são o reflexo do nosso eu espiritual, mais elevado,<br />

que ain<strong>da</strong> está oculto de nós.<br />

Os animais não precisam ser ensinados a se comportarem, porque seu<br />

comportamento está embutido neles, transcrito em seus genes antes do<br />

nascimento. Se fôssemos feitos só <strong>da</strong> parte animal, seríamos iguais. Mas<br />

nós não somos, e é aí que reside o problema.<br />

Quando os bebês aprendem a engatinhar, devemos cui<strong>da</strong>r <strong>para</strong> que<br />

não se machuquem, porque seus corpos podem fazem coisas que suas<br />

mentes não conseguem monitorar. Para que as crianças evitem problemas,<br />

elas não precisam desenvolver mais os seus corpos; elas precisam<br />

desenvolver suas mentes, de modo que as mentes saibam o que fazer com<br />

seus corpos.


Na Era Global<br />

Há uma lei na <strong>Cabala</strong>: “O geral e o particular são iguais”. Isso significa<br />

que o que é ver<strong>da</strong>de <strong>para</strong> um indivíduo é ver<strong>da</strong>de <strong>para</strong> todos, e vice-versa.<br />

Como o bebê, to<strong>da</strong> a humani<strong>da</strong>de deve desenvolver sua mente, <strong>para</strong> que<br />

o seu corpo – o corpo coletivo <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de –não a prejudique.<br />

Lamentavelmente, somos estu<strong>da</strong>ntes lentos. E é por isso que estamos<br />

prejudicando to<strong>da</strong> criatura e lugar na Terra, extinguindo sua vi<strong>da</strong> e explorando<br />

seus minerais. Nesse processo, também estamos nos prejudicando,<br />

provavelmente mais do que estamos prejudicando qualquer outra<br />

criatura. Observem a atual taxa de doenças degenerativas e verão o que<br />

estamos fazendo a nós mesmos.<br />

Para interromper essa exploração, devemos primeiro corrigir nossas<br />

mentes; e nossas mentes só podem ser corrigi<strong>da</strong>s se corrigirmos o elemento<br />

espiritual em todos nós.<br />

O ESPíRITO SOBRE A MATéRIA<br />

Na <strong>Cabala</strong>, a regra mais básica é chama<strong>da</strong>: “Os níveis superiores man<strong>da</strong>m”.<br />

O espírito está Acima <strong>da</strong> matéria. Provavelmente, não há nenhuma<br />

disputa sobre isso. Assim, <strong>para</strong> mu<strong>da</strong>rmos nosso mundo, devemos ir<br />

ao local que o corrompe, e esse local<br />

Centelhas Espirituais<br />

é a mente humana.<br />

<strong>Um</strong>a vontade no Superior é uma lei<br />

obrigatória no inferior.<br />

—Rav Yehu<strong>da</strong> Ashlag,<br />

O Estudo <strong>da</strong>s Dez Sefirot<br />

Enquanto os humanos eram apenas<br />

animais sofisticados, o mundo<br />

estava bem. Ele não estava em perigo.<br />

Mas quando começamos a querer<br />

controlá-lo, quando começamos a desenvolver o nosso egoísmo, as dificul<strong>da</strong>des<br />

começaram, não só <strong>para</strong> nós, mas <strong>para</strong> todo o mundo.<br />

Se corrigirmos nossos espíritos, nossos corpos agirão naturalmente,<br />

em harmonia com to<strong>da</strong> a natureza, e, conseqüentemente, com o Criador.<br />

Assim, não teremos de nos preocupar em salvar animais virtualmente<br />

extintos. A Natureza fará isso. Afinal de contas, ela tem feito isso por<br />

milhares de anos antes de surgirmos, e muito melhor do que nós.<br />

nA SEqüênCIA DO DESEjO<br />

Há uma lei na <strong>Cabala</strong>: “Aquele que é superior a seu amigo, o seu<br />

desejo é maior do que ele mesmo”. Isso significa que, por exemplo, se<br />

149


150<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

joão possuiu um desejo maior que Tiago, seu desejo é maior do que ele<br />

próprio. Em outras palavras, no processo de correção, nós estamos sempre<br />

um passo atrás de nossos desejos.<br />

Esse é um processo premeditado. Não significa que nossos desejos<br />

cresceram. Eles apenas surgem um por um, do mais leve ao mais pesado.<br />

Quando eu termino de corrigir um desejo, surge o desejo seguinte.<br />

Você se lembra <strong>da</strong>s Reshimot? Elas formam a seqüência do desejo<br />

que leva à esca<strong>da</strong> espiritual. é por isso que joão, que corrigiu seu desejo<br />

anterior, é superior ao Tiago, que não corrigiu esse nível do desejo. Mas o<br />

desejo do joão é maior do que o próprio joão, porque o leva ao próximo<br />

nível. Mais sobre isso num instante.<br />

DESEjOS CORREnDO à SOLTA<br />

Nós já dissemos que os desejos crescem de geração em geração. A nossa<br />

geração tem o pior e mais forte desejo <strong>da</strong> história <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de. Os<br />

Cabalistas demonstram de forma clara o que pensam desta geração com<br />

as seguintes palavras: “A face <strong>da</strong> geração é como a face de um cachorro”.<br />

O desejo corre desenfreado, a ponto <strong>da</strong>s pessoas simplesmente não<br />

encontrarem satisfação em na<strong>da</strong> — <strong>da</strong>í as eleva<strong>da</strong>s taxas de depressão e<br />

violência na socie<strong>da</strong>de atual.<br />

Mas as pessoas desta geração não são simplesmente mais gananciosas<br />

que seus pais o foram. Hoje, pela primeira vez, há um desejo em saber<br />

como as coisas realmente funcionam, <strong>para</strong> controlar a Criação – igualarse<br />

ao Criador! Esse também é o desejo de milhares de pessoas, e não só de<br />

um grupo seleto. <strong>Um</strong> número maior de pessoas não está se conformando<br />

com as respostas <strong>da</strong><strong>da</strong>s pelos meios tradicionais. Elas querem descobrir<br />

por si mesmas, e realmente descobrir. Para elas, tomar a palavra de outra<br />

pessoa, simplesmente já não funciona mais. Essas pessoas precisam de um<br />

método <strong>para</strong> revelar o plano global, e esse método é a <strong>Cabala</strong>.<br />

A TECnOLOGIA qUEBRA SUA PROMESSA<br />

Enquanto não estivermos usando o método que pode satisfazer nosso<br />

desejo mais profundo, <strong>para</strong> conhecermos o projetista do mundo, e aprendermos<br />

com Ele como Ele fez isso e porque, não estaremos felizes. Porém,<br />

como dissemos antes, quanto mais desejamos, mais desenvolvemos nossas


Na Era Global<br />

inteligências <strong>para</strong> que nos forneçam o que queremos.<br />

A tecnologia não vai <strong>para</strong>r só porque temos um novo desejo. Entretanto,<br />

enquanto a ela não for acompanha<strong>da</strong> pelo estudo dos Mundos Superiores,<br />

ela só nos fará sentir mal. Não há na<strong>da</strong> errado com a tecnologia em si. é<br />

que ela ficou satura<strong>da</strong> de esperanças que não pertencem a ela. Achamos<br />

que ela pode nos fazer mais felizes por tornar nossa vi<strong>da</strong> mais rápi<strong>da</strong>, fácil<br />

e excitante. Mas o que ela pode realmente fazer é nos mostrar, de forma<br />

mais fácil e rápi<strong>da</strong>, que estamos interiormente vazios.<br />

Para que o conhecimento nos faça felizes, ele precisa ser usado com<br />

propósitos espirituais. Quando fizermos isso, aquilo que soubermos revelará<br />

novas faces que nos farão ver o nosso mundo numa luz que nunca<br />

sonhamos que existisse. O Mundo Superior não é um lugar diferente; é<br />

uma diferente perspectiva.<br />

UM GRAnDE POTEnCIAL<br />

Levando em conta o que dissemos há pouco sobre os desejos crescentes<br />

e o progresso científico, agora podemos começar a ver nossa situação<br />

atual de um ponto de vista espiritual. No passado, as pessoas não eram<br />

mesquinhas e egoístas como são hoje.<br />

O surgimento gradual <strong>da</strong>s Reshimot é responsável pela mu<strong>da</strong>nça.<br />

Quando as Reshimot dos desejos menores surgem, elas não surgem como<br />

tais desejos mesquinhos. Atualmente, entretanto, estão surgindo as últimas<br />

e mais egoístas Reshimot.<br />

Mas isso não é uma coisa ruim. é uma alavanca <strong>para</strong> maiores realizações.<br />

Se fizermos as coisas direito – se canalizarmos esses desejos ferozes<br />

na única direção construtiva que existe, o céu (ou devemos dizer, <strong>para</strong>íso)<br />

é o limite.<br />

DESEjAnDO A MÃO DA fILHA DO REI<br />

Nós não conseguimos controlar quais desejos emergem, mas podemos<br />

controlar o que fazemos com eles quando eles surgem. As pessoas ain<strong>da</strong><br />

querem dinheiro, poder e conhecimento, mas elas também estão ficando<br />

frustra<strong>da</strong>s e deprimi<strong>da</strong>s, porque sob a superfície, na base de todos esses<br />

desejos, está a espirituali<strong>da</strong>de. As pessoas querem controlar tudo, querem<br />

saber tudo.<br />

151


152<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

Embora a ver<strong>da</strong>de seja que a maioria de nós não sinta esses desejos.<br />

Entretanto, nós os possuímos, porque é <strong>da</strong> natureza humana querer tudo.<br />

A única razão <strong>para</strong> não os sentirmos, é que somos bastante realistas <strong>para</strong><br />

sabermos que nunca os teremos, de modo que os proibimos subconscientemente<br />

de emergirem.<br />

Em termos Cabalísticos, isso é chamado: “<strong>Um</strong> homem não deseja a<br />

mão <strong>da</strong> filha do Rei”. Mesmo assim, sabendo que não posso ter a filha<br />

do rei não significa que, no fundo do coração, eu não gostaria de tê-la.<br />

Assim, surge a frustração.<br />

A ver<strong>da</strong>de é que mesmo que eu tivesse a filha do rei, eu não ficaria<br />

satisfeito. <strong>Um</strong> desejo de tal magnitude realmente tem origem espiritual.<br />

Ele só pode ser totalmente satisfeito por meios espirituais.<br />

Se dirigirmos estes desejos em direção à raiz de onde se originam todos<br />

os desejos e prazeres, experimentaríamos imediatamente a satisfação destes<br />

desejos logo após experimentarmos o próprio desejo. Seríamos como<br />

uma cadeia interminável de desejos e prazeres, unidos <strong>para</strong> sempre.<br />

Então, o que faríamos? Surfaríamos a on<strong>da</strong> com prazer.<br />

EGOíSTA AO ExTREMO<br />

Nós não precisamos nos preocupar sobre os tipos de desejos que surgem<br />

em nós. Profun<strong>da</strong>mente em nosso interior, somos todos criminosos potenciais<br />

<strong>da</strong> pior espécie possível. Porém, isso não significa que temos que<br />

agir de acordo com esses desejos. A maioria de nós não o faz.<br />

Se reconhecermos essas partes em nós mesmos, se pudermos começar<br />

a perceber que somos egoístas, já é um bom começo. Assim, poderemos<br />

realmente iniciar uma transformação em nós mesmos e no mundo à<br />

nossa volta.<br />

jamais uma coisa boa saiu de outra coisa boa. Coisas boas sempre se<br />

originam de crises, porque as crises são oportuni<strong>da</strong>des de mu<strong>da</strong>nça. é um<br />

cálculo simples perceber que, como a crise atual é a pior, a oportuni<strong>da</strong>de<br />

de crescimento e progresso é maior do que nunca.<br />

COMO COMEÇAR A MUDAnÇA<br />

Agora, ficamos com uma só pergunta: “O que eu preciso fazer?”. Essa é


Na Era Global<br />

a beleza <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>. Você não precisa fazer na<strong>da</strong>, você precisa pensar. De<br />

vez em quando, conecte-se com a <strong>Cabala</strong>, leia algo sobre ela, assista uma<br />

lição em vídeo, fale sobre isso com amigos. Isso é suficiente <strong>para</strong> começar<br />

a mu<strong>da</strong>nça.<br />

A Natureza nos criou egoístas, e ela nos transformará. Mas <strong>para</strong> que<br />

a mu<strong>da</strong>nça aconteça, precisamos querer que aconteça. Isso é tudo o que<br />

precisamos nos preocupar — querer mu<strong>da</strong>r.<br />

EM RESUMO<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

Estamos todos conectados, e nos influenciamos uns aos outros,<br />

<strong>para</strong> melhor ou <strong>para</strong> pior.<br />

Está na hora de crescer e assumir responsabili<strong>da</strong>des.<br />

Como estamos todos interrelacionados, como células num corpo,<br />

podemos transformar o todo, transformando as partes.<br />

O desejo em saber como o mundo funciona e entender os segredos<br />

invisíveis é maior do que nunca.<br />

A oportuni<strong>da</strong>de de crescimento e mu<strong>da</strong>nça é maior neste tempo<br />

de crise.<br />

153


15<br />

POnTOS PRInCIPAIS<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

o di a G n ó S t i c o é<br />

m e ta d e d a cU r a<br />

Onde existe livre escolha e quem pode consegui-la?<br />

A constituição básica <strong>da</strong> Natureza<br />

A reali<strong>da</strong>de como reflexo de nossos desejos<br />

O luxo é necessário?<br />

No último capítulo, mostramos os males <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de. Como dissemos<br />

no capítulo 14, <strong>para</strong> curar a crise devemos primeiro diagnosticá-la. Isso<br />

é metade <strong>da</strong> cura. Com isso em mente, neste capítulo começaremos a<br />

olhar o que podemos realmente fazer <strong>para</strong> encontrar a raiz do nosso<br />

problema, e como a <strong>Cabala</strong> nos permite tomar medi<strong>da</strong>s pessoais e sociais.<br />

Também revisamos o que dissemos sobre a nossa percepção <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de,<br />

e mostramos como você pode usar essa <strong>info</strong>rmação. Como você verá, reconhecendo<br />

o mal na socie<strong>da</strong>de e, mais importante, o mal em si mesmo,<br />

você estará no caminho <strong>para</strong> tornar o mundo um lugar melhor.<br />

155


156<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

EnTEnDEnDO A nATUREzA<br />

Como é bastante evidente nos dias de hoje, o nosso mundo está à beira<br />

de uma catástrofe de proporções gigantescas. Para entender a origem <strong>da</strong><br />

crise, vamos analisar os fun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong> própria natureza. Comecemos<br />

com a natureza humana, vista do ponto de vista <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>.<br />

DAR OU nÃO DAR<br />

Em to<strong>da</strong> a natureza, somente os seres humanos se relacionam entre si<br />

com intenções maliciosas. Nenhuma outra criatura prejudica, degra<strong>da</strong><br />

ou explora as demais criaturas, diverte-se com a opressão ou desfruta <strong>da</strong><br />

aflição dos outros.<br />

O uso egoísta dos desejos humanos, com a intenção de se promover à<br />

custa dos outros, leva a um desequilíbrio perigoso com o mundo à nossa<br />

volta. O egoísmo humano é a única força destrutiva com a capaci<strong>da</strong>de de<br />

destruir a própria natureza. O perigo <strong>para</strong> o mundo continuará até que<br />

mudemos nossa abor<strong>da</strong>gem egoística em relação à socie<strong>da</strong>de.<br />

O egoísmo de uma parte leva à morte do todo. Observe do ponto<br />

de vista biológico. Se a célula de um organismo vivo começar a se relacionar<br />

egoisticamente com outras células, ela se torna cancerígena. Tal<br />

célula começa a consumir as células vizinhas, sem ter consciência delas<br />

e <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des do organismo como um todo. A célula se divide e se<br />

multiplica livremente e, finalmente, extingue o corpo todo, inclusive ela<br />

mesma.<br />

O mesmo se aplica ao egoísmo humano em relação à natureza.<br />

Enquanto egoísmo humano se desenvolver por si mesmo, se<strong>para</strong>do do<br />

resto <strong>da</strong> natureza, e não como uma parte integrante dela, levará tudo à<br />

extinção, inclusive ele mesmo.<br />

As células só podem existir, desenvolver-se, e multiplicar-se, interagindo<br />

uma com a outra, como um todo. Esta interação altruísta age em<br />

todos os seres, até mesmo nos corpos humanos, com exceção <strong>da</strong> mente<br />

humana. O Criador nos deu a liber<strong>da</strong>de de escolha <strong>para</strong> que percebamos<br />

de forma plena a necessi<strong>da</strong>de do altruísmo, e <strong>para</strong> que mantenhamos esta<br />

lei abrangente <strong>da</strong> natureza de forma voluntária – ou não.


O Diagnóstico é Metade <strong>da</strong> Cura<br />

Como é bem conhecido nos meios de comunicação, a globalização nos<br />

forçou a vermos o mundo como um todo interdependente. Pode parecer<br />

uma banali<strong>da</strong>de dizer que estamos todos conectados, mas, banal ou não,<br />

é ver<strong>da</strong>de. Também é ver<strong>da</strong>de que muitas <strong>da</strong>s desgraças do mundo se<br />

desenvolveram devido à interconexão <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des. Da mesma forma<br />

se desenvolverão as soluções. Elas só ocorrerão através <strong>da</strong> coexistência<br />

de to<strong>da</strong>s as partes de natureza, em que ca<strong>da</strong> parte trabalha <strong>para</strong> sustentar<br />

o sistema inteiro.<br />

é evidente que o problema <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de é equilibrar os desejos<br />

excessivos de ca<strong>da</strong> pessoa com a natureza, <strong>para</strong> se tornar uma parte integrante<br />

desta e agir como um único organismo. Em termos Cabalísiticos,<br />

a tarefa <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de é se tornar altruísta.<br />

fUnDAMEnTOS DA nATUREzA<br />

O altruísmo é definido como o cui<strong>da</strong>do pelo bem-estar do nosso amigo.<br />

Pesquisas sobre altruísmo revelam que ele não somente existe na natureza,<br />

como é a própria base <strong>para</strong> a existência de to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong>. <strong>Um</strong> organismo<br />

vivo é aquele que recebe de seu ambiente e dá a ele.<br />

Ca<strong>da</strong> organismo engloba uma combinação de células e órgãos que trabalham<br />

juntos e complementam-se uns aos outros, em perfeita harmonia.<br />

Neste processo, as células são obriga<strong>da</strong>s<br />

a conceder, influenciar e aju<strong>da</strong>r umas<br />

às outras. A lei <strong>da</strong> integração entre as<br />

células e os órgãos, conforme o princípio<br />

altruísta do “um por todos”, age em<br />

todo organismo vivo.<br />

Cabalição<br />

Falando sucintamente, o altruísmo<br />

Cabalístico significa trabalhar <strong>para</strong> aumentar<br />

a conexão, as ligações entre as partes do<br />

mundo.<br />

De modo oposto, diferentes elementos naturais, como plantas e animais,<br />

são compostas por diferentes medi<strong>da</strong>s de um desejo a ser preenchido<br />

com poder, vitali<strong>da</strong>de e prazer. A intensi<strong>da</strong>de deste desejo cria os<br />

vários níveis <strong>da</strong> natureza: inanimado, vegetativo, animado e humano.<br />

Não esqueça que todos os níveis — inanimado, vegetativo, animado<br />

e humano — existem dentro de ca<strong>da</strong> elemento <strong>da</strong> natureza. Até mesmo<br />

uma pedra tem uma parte humana nela, bem como as plantas e os animais.<br />

O que determina a aparência exterior é o nível predominante neles.<br />

Nos seres humanos, o nível predominante deve ser o nível humano, que<br />

157


158<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

por ser o mais elevado, controla todos os demais níveis. Assim, podemos<br />

perceber o que acontece quando este nível funciona de forma erra<strong>da</strong>. Na<br />

<strong>Cabala</strong>, o nível humano é aquela parte em nós que tem livre escolha. Se<br />

pudermos desenvolver em nós uma parte que esteja totalmente intacta<br />

do cálculo <strong>da</strong> auto-gratificação, seremos ver<strong>da</strong>deiramente livres — de<br />

nossos egos.<br />

Alcançando a uni<strong>da</strong>de <strong>da</strong> natureza sob o princípio do “um por todos”,<br />

começamos a perceber a singulari<strong>da</strong>de <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de e o seu lugar no<br />

mundo. A peculiari<strong>da</strong>de dos seres humanos, com<strong>para</strong><strong>da</strong> ao resto de natureza,<br />

reside no poder e na natureza dos desejos humanos, e na<br />

evolução contínua destes.<br />

O altruísmo é a conexão <strong>para</strong> um propósito<br />

mais elevado que o elemento individual<br />

no coletivo. Os desejos humanos<br />

são a força motivadora que empurra e<br />

desenvolve a civilização. O truque é usar<br />

a <strong>Cabala</strong> como um meio <strong>para</strong> transformar<br />

os desejos egoístas desenvolvidos, em desejos altruístas.<br />

O qUE VOCê Vê é qUEM VOCê é<br />

Informações<br />

Com o risco de simplificarmos<br />

demais os assuntos, podemos dizer o seguinte:<br />

Para corrigir o mundo, só precisamos<br />

seguir o conselho de Kennedy, tornando-o,<br />

entretanto, mais inclusivo: Não pergunte o<br />

que natureza pode fazer por você, mas sim<br />

o que você pode fazer pela natureza.<br />

Como usamos a <strong>Cabala</strong> <strong>para</strong> transformar o egoísmo em altruísmo? De<br />

um ponto de vista Cabalístico, a primeira coisa a fazer é percebermos que<br />

a corrupção e o egoísmo que vemos no mundo a nossa volta são nossos<br />

reflexos interiores. Vejamos como.<br />

No Capítulo 3, discutimos a natureza <strong>da</strong> percepção. Dissemos que nossos<br />

cinco sentidos não podem perceber tudo, e que a <strong>Cabala</strong> desenvolve<br />

um sexto sentido, ou Kli, que é a intenção de usar o desejo de receber<br />

com a intenção de <strong>da</strong>r ao Criador.<br />

Também mostramos como os sentidos não percebem a coisa propriamente<br />

dita, somente uma interpretação pessoal dessa coisa, conforme<br />

nossas quali<strong>da</strong>des. Com base nisso, sugerimos que aquilo que percebemos<br />

é influenciado, se não determinado, pelo que já conhecemos, e isso que<br />

experimentamos está do lado de dentro, não do lado de fora.<br />

Assim, aquilo que você e eu vemos, na socie<strong>da</strong>de, é realmente um<br />

reflexo de nossos estados internos, e não uma reali<strong>da</strong>de externa. Nós<br />

somos a socie<strong>da</strong>de na qual vivemos. Como veremos no próximo capítulo,


O Diagnóstico é Metade <strong>da</strong> Cura<br />

a melhor coisa que você pode fazer em relação às enfermi<strong>da</strong>des do mundo<br />

é mu<strong>da</strong>r a si mesmo.<br />

Entretanto, antes de nos dirigirmos<br />

naquela direção, precisamos <strong>da</strong>r uma<br />

última olha<strong>da</strong> no desejo humano, <strong>para</strong><br />

esclarecer como o desenvolvimento<br />

do nosso desejo não apenas é parte do<br />

problema, como também <strong>da</strong> solução.<br />

MAIS PARA MIM E MEnOS PARA VOCê<br />

Com exceção dos seres humanos, to<strong>da</strong> natureza consome somente aquilo<br />

que precisa <strong>para</strong> o seu sustento. Os seres humanos almejam mais comi<strong>da</strong>,<br />

sexo e conforto físico do que precisam <strong>para</strong> viver. Este estado é especialmente<br />

ver<strong>da</strong>deiro nos desejos que são exclusivamente humanos, na<br />

perseguição (infinita) por riqueza, poder, honra, fama e conhecimento.<br />

Os desejos por coisas que são necessárias <strong>para</strong> existência não são<br />

considerados egoístas, mas sim naturais, porque surgem como ordens<br />

<strong>da</strong> natureza. Estes desejos estão presentes no inanimado, vegetativo e<br />

animado, e também nos humanos. Somente aqueles desejos humanos<br />

que excedem o que é necessário <strong>para</strong> a existência são egoístas.<br />

Além do fato de que os desejos humanos crescem exponencialmente,<br />

eles incorporam o prazer por humilhar outras pessoas, ou por vê-las sofrerem.<br />

Estes desejos são exclusivos à natureza humana, e são o ver<strong>da</strong>deiro<br />

egoísmo. Nós os experimentamos através de nossas conexões com os<br />

outros, e é por isso que o único modo de corrigir nossos desejos é tra-<br />

balharmos neles com outras pessoas,<br />

como foi discutido no Capítulo 11.<br />

Fora do Rumo<br />

A correção ocorre apenas de dentro<br />

<strong>para</strong> fora. Não podemos cair na armadilha de<br />

pensar que apenas mu<strong>da</strong>ndo nosso ambiente<br />

social e ecológico estaremos fazendo uma<br />

mu<strong>da</strong>nça real. Enquanto não corrigirmos nosso<br />

egoismo, o mundo não pode ser ver<strong>da</strong>deiramente<br />

um lugar melhor.<br />

Centelhas Espirituais<br />

Se não estivéssemos tão interessados<br />

em nós mesmos, a vi<strong>da</strong> seria tão desinteressante<br />

que nenhum de nós seria capaz<br />

de suportá-la.<br />

—Arthur Schopenhauer<br />

(1788–1860), filósofo Alemão.<br />

Nossa contínua submissão àqueles<br />

desejos indica que não completamos<br />

nossa evolução. Porém, todos os desejos<br />

podem ser considerados altruístas<br />

ou egoístas, dependendo <strong>da</strong> finali<strong>da</strong>de<br />

com que são utilizados. Acontece que<br />

o desenvolvimento dos desejos produz tanto o progresso quanto a crise.<br />

159


160<br />

A nECESSIDADE DO LUxO<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

Abra seu refrigerador e veja o que está lá. Você encontrará comi<strong>da</strong> de<br />

vários países. E o que esses países produzem, chega até eles de vários<br />

outros países. Olhe <strong>para</strong> suas roupas, seus sapatos – eles também vêem<br />

do mundo inteiro.<br />

Você precisa ter tudo isso?<br />

A resposta é dupla: não precisamos ter tudo isso, se o que queremos é<br />

sobreviver. Mas se queremos ter uma vi<strong>da</strong> que podemos chamar “vi<strong>da</strong>”,<br />

a resposta definitivamente é “Sim”. Além disso, não podemos controlar<br />

a evolução dos nossos desejos, porque eles são determinados pelas<br />

Reshimot. Isso significa que aqueles dentre nós que já querem mais do<br />

que é necessário <strong>para</strong> sobreviver, não podem simplesmente suprimir seus<br />

desejos. Mesmo que tentemos, e tenhamos sucesso durante algum tempo,<br />

esses desejos ressurgirão e, provavelmente, de uma maneira muito mais<br />

difícil de controlar.<br />

Para a maioria de nós, ter tudo aquilo nos refrigeradores, armários, e<br />

garagens é uma necessi<strong>da</strong>de, não um luxo. Isto será ain<strong>da</strong> mais assim nos<br />

próximos anos, porque nossos desejos continuam crescendo. Na ver<strong>da</strong>de,<br />

se você pensar sobre a finali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> criação – e lembrar que a meta final é<br />

adquirir o pensamento do Criador – então, o que queremos agora parece<br />

bastante pequeno em com<strong>para</strong>ção a ela.<br />

O que importa é que o nosso atual desejo de receber é grande demais<br />

<strong>para</strong> nos contentarmos em prover nosso sustento. Nós queremos muito<br />

mais do que isso. Queremos carros e aviões, queremos ver o mundo.<br />

Queremos tirar férias em resorts, queremos assistir TV. Portanto, não<br />

temos escolha. O único modo de ter<br />

grandes prazeres é ter grandes desejos<br />

por eles.<br />

Centelhas Espirituais<br />

O coração do homem é mau desde<br />

a sua moci<strong>da</strong>de.<br />

— Gênese, 8:21<br />

Agora, façamos outra pergunta: O<br />

que há de errado em querer tudo isso?<br />

A quem estou ferindo ao querer ir ao Havaí <strong>para</strong> umas férias de luxo?<br />

A resposta é que sou eu quem se machuca mais com meus desejos. Isso<br />

não significa que eles sejam maus, somente que não me dão o prazer<br />

ver<strong>da</strong>deiro e duradouro. E quando eles acabam, eu fico duas vezes mais<br />

vazio do que antes.


O Diagnóstico é Metade <strong>da</strong> Cura<br />

O reconhecimento do mal, que mencionamos primeiro no Capítulo 3,<br />

é realmente o reconhecimento de que algo é ruim <strong>para</strong> mim. O que não<br />

é ruim <strong>para</strong> mim, eu nunca definirei como mau. Afinal de contas, ca<strong>da</strong><br />

um de nós nasce totalmente egocêntrico e pode, portanto, definir algo<br />

como ruim somente se for ruim <strong>para</strong> si mesmo.<br />

Mas não se preocupe, pois há uma boa razão <strong>para</strong> todos os nossos<br />

desejos e vontades. Estes desejos existem dentro de nós, não importa<br />

se estejamos cientes ou não. Mas a raiz deles é muito mais profun<strong>da</strong> e<br />

eleva<strong>da</strong> que, digamos, as praias do Havaí, não importa quão belas possam<br />

ser.<br />

PORqUE OS DESEjOS “DISfARÇADOS” nOS EnfRAqUECEM<br />

Nossos desejos por coisas materiais estão enraizados no desejo de receber<br />

prazer, instalado em nós pelo Criador na Fase 1 (como descrito no<br />

Capítulo 7): o prazer de conhecer o Criador, de ser como Ele. Este desejo<br />

é ocultado pela cadeia de Reshimot, à medi<strong>da</strong> que descemos dos mundos<br />

espirituais.<br />

Atualmente, já estamos subindo a esca<strong>da</strong>, expondo novamente as<br />

Reshimot de nossos desejos, mesmo que não tenhamos ciência disso.<br />

Nossa que<strong>da</strong> nos levou a um estado de se<strong>para</strong>ção total do Criador, e<br />

nesse sentido, o nosso egoísmo cumpriu o seu papel. Num mundo onde<br />

o Criador não é sentido de forma palpável, podemos escolher livremente<br />

entre a espirituali<strong>da</strong>de e a corporali<strong>da</strong>de, sem qualquer tentação de escolher<br />

um caminho ou outro, exceto nossa própria experiência.<br />

No Capítulo 7, explicamos que as Reshimot são as lembranças inconscientes<br />

<strong>da</strong> alma de seus estados passados. Agora que chegamos ao final<br />

<strong>da</strong> nossa que<strong>da</strong>, elas estão ressurgindo em nós, e nós estamos experimentando<br />

a intensificação dos desejos tanto pelas coisas materiais como por<br />

mais satisfação espiritual (donde as tendências pela espirituali<strong>da</strong>de e a<br />

Nova Era, especialmente nos países desenvolvidos). Como estes desejos<br />

são, de fato, anseios em experimentar o Criador, “disfarçados” de desejos<br />

por outras coisas (sexo, riqueza, poder, etc.), quando lhes <strong>da</strong>mos essas<br />

outras coisas, não experimentamos satisfação.<br />

O truque – e é aqui que a <strong>Cabala</strong> nos aju<strong>da</strong> – é manter nossas mentes<br />

foca<strong>da</strong>s na meta final: o Criador. Os desejos vêm e vão. Mas, manter<br />

161


162<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

nossas mentes foca<strong>da</strong>s no Criador nos previne de sentirmos desilusão,<br />

quando a satisfação de um desejo “disfarçado” falha em nos satisfazer.<br />

Se você agir pensando assim, questionamentos tais como desejos ruins<br />

ou desejos bons, luxos e necessi<strong>da</strong>des, não lhe aborrecerão. Ao invés<br />

disso, você se preocupará com assuntos mais elevados, com respeito a<br />

sua relação com o Criador. é por isso que os Cabalistas dizem que este<br />

mundo não tem importância. A satisfação só existe na espirituali<strong>da</strong>de,<br />

em nosso contato com o Criador.<br />

De certo modo, os desejos “ruins” são realmente bons, porque nos<br />

mostram que não completamos nosso trabalho, e que ain<strong>da</strong> precisamos<br />

focar nossa atenção no Criador. Quando um desejo surge primeiro, você<br />

não sabe que é um desejo pelo Criador. Você experimenta isso como um<br />

desejo por algo neste mundo.<br />

Só quando você se esforça em focar sua atenção no Criador, apesar<br />

de seus pensamentos mun<strong>da</strong>nos, é que surge a ver<strong>da</strong>deira natureza de<br />

seu desejo (Reshimo). Nesse momento, você descobrirá que o desejo era<br />

de fato outra faceta do seu desejo pelo Criador. é assim que o trabalho<br />

espiritual funciona diariamente.<br />

UMA PIRâMIDE HARMOnIOSA<br />

Se continuarmos focalizando o Criador, e não nossos próprios desejos,<br />

finalmente O descobriremos, ao nos tornarmos como Ele. Quando nos<br />

tornarmos como Ele, descobrimos que to<strong>da</strong> a Natureza já é como Ele,<br />

existindo em constante doação. Ca<strong>da</strong> nível dá ao nível seguinte, e o<br />

mundo todo vive numa pirâmide harmoniosa.<br />

ESPIRITUALIDADE: UM DESEjO ExCLUSIVAMEnTE HUMAnO<br />

Como explicamos no Capítulo 14, é lei <strong>da</strong> natureza que o nível mais<br />

elevado governa os níveis inferiores. Por exemplo, as plantas são mais<br />

eleva<strong>da</strong>s que as pedras, e você poderia defender a tese de que as plantas<br />

aju<strong>da</strong>m a decompor as pedras ao longo do tempo.<br />

Os animais governam o mundo <strong>da</strong>s plantas e, por sua vez, os humanos<br />

governam os animais. De certa forma, os animais vivem à custa do inanimado<br />

e do vegetativo, <strong>da</strong> mesma forma que as vi<strong>da</strong>s vegetativas vivem à<br />

custa do inanimado. Ca<strong>da</strong> um se alimenta de seus níveis inferiores, mas


O Diagnóstico é Metade <strong>da</strong> Cura<br />

mais por necessi<strong>da</strong>de do que <strong>para</strong> si.<br />

As ordens superiores têm desejos maiores e, portanto, poder sobre os<br />

níveis inferiores. Por quê?<br />

<strong>Um</strong>a criatura com desejo menos desenvolvido é como um bebê.<br />

Quando o bebê cresce, quer mais coisas, porque seu desejo evoluiu e<br />

agora pode descobrir mais objetos que são cobiçados. Quando ele se<br />

torna adulto, é um homem ou uma mulher, vai à escola, freqüenta a<br />

facul<strong>da</strong>de, trabalha e ganha dinheiro, e tem uma carreira e família. A<br />

pessoa progride conforme o seu desejo.<br />

Quando os desejos nos empurram, ficamos inquietos e progredimos.<br />

Não temos escolha. Portanto, o desejo é a força motivadora do progresso,<br />

<strong>da</strong>s realizações.<br />

Além disso, o desejo egoísta só nos leva até certo ponto, até que nós<br />

desesperemos por já estarmos satisfeitos e realizados. Esta é a jorna<strong>da</strong> que<br />

descrevemos no início, nos Capítulos 1 e 2. Estes estados não satisfeitos<br />

nos forçam a mu<strong>da</strong>r o método, porque no final todos nós queremos satisfação.<br />

Nesse estado, começamos a desejar a espirituali<strong>da</strong>de, um desejo<br />

exclusivamente humano.<br />

O desejo de receber cresce ain<strong>da</strong><br />

mais. Gradualmente, como aprendemos<br />

a respeito <strong>da</strong> espirituali<strong>da</strong>de, entendemos<br />

que a satisfação não vem só<br />

quando nos beneficiamos diretamente,<br />

mas também quando beneficiamos os<br />

outros. E isso nos dá a satisfação ver<strong>da</strong>deira,<br />

<strong>da</strong> mesma maneira que uma<br />

mãe está mais feliz quando seu filho está feliz.<br />

Cabalição<br />

<strong>Um</strong> animal sente a vi<strong>da</strong> muito mais<br />

que uma planta. Ele está vivo, respira, se<br />

move e tem todos os tipos de sensibili<strong>da</strong>des.<br />

Ele reconhece seu hábitat, sua descendência<br />

e sua família, seu bando. Assim, quanto maior<br />

a criatura, mais sente sua existência, seu egoísmo.<br />

Isso a torna maior e especial.<br />

Em resumo, a única maneira de se ter grandes prazeres é tendo grandes<br />

desejos. Grandes (não satisfeitos) desejos conduzem à sensação de<br />

vazio. Isso, por sua vez, conduz ao reconhecimento do mal – que nossos<br />

desejos são ruins <strong>para</strong> nós. O reconhecimento do mal pode levar a um<br />

desejo por algo completamente diferente, num nível mais elevado. Esse<br />

algo a mais é a capaci<strong>da</strong>de especial de desejar e conhecer o Criador.<br />

163


164<br />

O POnTO DESTE MUnDO<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

Como é que esse desejo de ser semelhante ao Criador influencia o restante<br />

<strong>da</strong> natureza? Nós nunca influenciamos na<strong>da</strong> no nível deste mundo.<br />

Neste mundo, podemos chegar a algumas decisões somente de acordo<br />

com o que está em nós e o que vemos. Não há nenhuma ação em nosso<br />

mundo. Tudo o que fazemos nele é só <strong>para</strong> perguntarmos no final: “Qual<br />

é o propósito principal de tudo isso?”.<br />

Há um nível animal em nós, que quer uma casa, uma família, e tudo<br />

que o corpo necessita. Há um nível humano em nós que quer dinheiro,<br />

honra e conhecimento. E há o Adão em nós, o ponto no coração que tem<br />

um impulso <strong>para</strong> ser como o Criador. E este é o propósito de tudo isso.<br />

Precisamente, quando a pessoa tem um impulso de ser como o Criador,<br />

ela mu<strong>da</strong>. Todos os outros níveis não conseguem mu<strong>da</strong>r a si mesmos, de<br />

forma alguma. Eles não podem fazer na<strong>da</strong>. Eles simplesmente existem<br />

do jeito deles. Somente os seres com um ponto no coração têm livre<br />

escolha. A livre escolha surge no ponto no coração. Quando surge a livre<br />

escolha, se nós a utilizarmos corretamente, nos tornamos semelhantes<br />

ao Criador.<br />

Essa é, realmente, a única escolha que temos: sermos ou não semelhantes<br />

ao Criador. Porque somente os seres humanos têm pontos no<br />

coração, somente eles podem ter livre escolha, e somente eles podem<br />

mu<strong>da</strong>r.<br />

A correção começa quando a pessoa percebe que sua natureza egoísta<br />

é a fonte de mal e o mecanismo <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça. é uma experiência muito<br />

pessoal e poderosa, mas que, invariavelmente, leva a pessoa a querer<br />

mu<strong>da</strong>r, <strong>para</strong> avançar em direção ao altruísmo e se afastar do egoísmo.<br />

EM RESUMO<br />

•<br />

•<br />

•<br />

Os seres humanos são as únicas criaturas com a escolha de <strong>da</strong>r ou<br />

não <strong>da</strong>r.<br />

Se pudermos desenvolver a parte dentro de nós que está totalmente<br />

intoca<strong>da</strong> pelo cálculo de auto-gratificação, seremos realmente livres<br />

de nossos egos.<br />

A reali<strong>da</strong>de reflete quem somos. Quando ela parece corrupta, é


•<br />

porque somos corruptos.<br />

O Diagnóstico é Metade <strong>da</strong> Cura<br />

A finali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> existência deste mundo é o de levar-nos a perguntar:<br />

“Para que serve tudo isso?”<br />

165


16<br />

POnTOS PRInCIPAIS<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

a co r r e ç ã o<br />

co m e ç a co m i G o<br />

Como Ele construiu o mundo perfeito <strong>para</strong> a correção<br />

Do que depende a correção (dica: tem a ver com a união)<br />

Porque a correção completa requer a corrupção completa<br />

O caminho longo e o caminho curto <strong>para</strong> a correção<br />

é fácil olhar <strong>para</strong> os problemas do mundo e dizer: “Não há na<strong>da</strong> que eu<br />

possa fazer...”. Existe sim algo que você e eu possamos fazer.<br />

Até agora, aprendemos os fun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>, e que o ego (ou egoísmo)<br />

é o nosso problema. Os últimos dois capítulos se concentram em<br />

como corrigirmos o nosso egoísmo. é lógico que, <strong>para</strong> termos sucesso na<br />

correção do mundo, devemos primeiro corrigir a nós mesmos, que é o<br />

tópico deste capítulo.<br />

167


168<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

DESCOBRInDO<br />

A ESTRUTURA UnIfICADA<br />

Como já dissemos ao longo deste livro, a <strong>Cabala</strong> oferece um método no<br />

qual percebemos que aquilo que acontece no nosso interior é como experimentamos<br />

o mundo a nossa volta. Também mostramos a interligação<br />

de tudo na criação. Unir estas duas é a chave <strong>para</strong> a correção.<br />

No fim <strong>da</strong>s contas, a sabedoria Cabalística é muito simples: existe um<br />

desejo infinito de <strong>da</strong>r, que criou um desejo infinito de receber. Como o<br />

desejo de receber é infinito, quer receber o seu próprio Criador. To<strong>da</strong> a<br />

“história” <strong>da</strong> criação descreve nossas tentativas de perceber que é realmente<br />

assim que as coisas funcionam. Enquanto nos sentimos se<strong>para</strong>dos<br />

dos demais, devemos nos esforçar <strong>para</strong> experimentar essa estrutura unifica<strong>da</strong><br />

dos desejos. Mas quando estivermos corrigidos, saberemos que<br />

somos uma única criação, e que corrigir a nós mesmos e corrigir a socie<strong>da</strong>de<br />

é a mesma coisa. Então, vamos começar desmontando o processo<br />

de correção em pe<strong>da</strong>ços que consigamos trabalhar.<br />

VIVEnDO nUM BARCO SEM CRIADOR<br />

O que você faz afeta a todos, e vice-versa. <strong>Um</strong>a história Cabalística<br />

do Rabino Shimon Bar Yochai nos convence perfeitamente disso. Duas<br />

pessoas estavam num barco e uma delas começou, de repente, a fazer um<br />

buraco no fundo. Seu amigo perguntou: “Por que você está furando?”. O<br />

outro respondeu: “O que te interessa? Eu estou furando debaixo de mim,<br />

não debaixo de você”.<br />

Como to<strong>da</strong> a humani<strong>da</strong>de está conecta<strong>da</strong> num único sistema, os egoístas<br />

irresponsáveis sujeitam a si e os demais ao sofrimento. A transformação<br />

ativa<strong>da</strong> pela <strong>Cabala</strong> é que nos faz perceber os egoístas irresponsáveis<br />

em nós mesmos, transformando-os em adultos responsáveis e altruístas<br />

em termos Cabalísticos.<br />

Volte ao Capítulo 3 e lembre que o Criador criou uma única alma,<br />

Adão ha Rishon. Depois, no Capítulo 8, aprendemos que Adão caiu e<br />

sua alma se dividiu em 600.000 partes. Desde então, estamos tentando<br />

recompô-las juntas. Mas, <strong>para</strong> que o Adão se torne semelhante ao<br />

Criador, ele deve fazer algo que o tornará semelhante ao Criador: deve<br />

se ocupar <strong>da</strong> doação.


A Correção Começa Comigo<br />

O Adão (você e eu) está numa situação difícil. Se ele doar porque o<br />

Criador o obriga, não é considerado que ele está doando, mas sim que o<br />

Criador o está forçando a fazer isto. Para fazer com que o Adão alcance<br />

um estado em que queira doar, porque a quali<strong>da</strong>de de doar é, em si mesma,<br />

do mais alto valor, sem qualquer pensamento seu, o Criador deve<br />

estar oculto.<br />

Devemos sentir que vivemos num mundo “Sem Criador”, sem o controle<br />

e o governo do Alto. Devemos achar que tomamos to<strong>da</strong>s as decisões<br />

sozinhos, e chegamos a to<strong>da</strong>s as conclusões, inclusive a conclusão de que<br />

a quali<strong>da</strong>de de <strong>da</strong>r é, realmente, a quali<strong>da</strong>de mais valiosa. Nós recebemos<br />

a ocultação do Criador e a sensação de que estamos em contato com outras<br />

pessoas. Como o Criador (a quali<strong>da</strong>de de <strong>da</strong>r) está oculto, nós somos<br />

egoístas e as odiamos, e elas nos odeiam. Mas, ao mesmo tempo, somos<br />

dependentes delas e elas são dependentes<br />

de nós. é exatamente isso que<br />

a globalização tem demonstrado a nós<br />

de forma tão clara nos últimos anos.<br />

Portanto, como podemos reconciliar<br />

nossa atitude <strong>para</strong> com a socie<strong>da</strong>de,<br />

em que por um lado precisamos dos<br />

outros, e por outro os odiamos e queremos<br />

explorá-los?<br />

O Criador nos colocou entre duas forças, onde temos a oportuni<strong>da</strong>de<br />

de observar como escolheremos. Podemos nos desenvolver livremente,<br />

como alguém que dá à socie<strong>da</strong>de, Acima <strong>da</strong> nossa natureza, sem qualquer<br />

consideração por nós mesmos, ou podemos escolher permanecer tão<br />

egoístas quanto somos hoje.<br />

Ao escolhermos <strong>da</strong>r acima do interesse próprio, nos tornamos semelhantes<br />

ao Criador. Na medi<strong>da</strong> em que fazemos isso, o Criador se abre<br />

<strong>para</strong> nós. Ele não precisa mais ficar oculto, porque nos tornamos como<br />

Ele.<br />

A SALVAÇÃO nA UnIÃO DOS EGOíSTAS<br />

Centelhas Espirituais<br />

Quando o homem é convertido no<br />

amar aos outros, ele está em adesão direta,<br />

em equivalência de forma com o Criador, e<br />

com isso, passa do seu mundinho limitado,<br />

cheio de dor e obstáculos, <strong>para</strong> um mundo<br />

eterno de doação ao Senhor e às pessoas.<br />

—Baal HaSulam,<br />

“A Essência <strong>da</strong> Religião e o Seu Propósito”<br />

A propósito, isto explica por que Adão caiu. Primeiro, tivemos que ser<br />

169


170<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

criados como uma criatura única; depois fomos se<strong>para</strong>dos em indivíduos<br />

egoístas, distantes e desprendidos, porque este é o único modo de percebermos<br />

a nossa completa oposição ao Criador.<br />

Existem muitos outros como nós em volta. A alma de Adão, que era<br />

una, dividiu-se numa multidão de almas (ou corpos) <strong>para</strong> <strong>da</strong>r a ca<strong>da</strong> um<br />

de nós a oportuni<strong>da</strong>de de determinarmos a nossa atitude e escolhermos<br />

queremos ser como o Criador.<br />

A alma original era muito pura quando o Criador a criou, com desejos<br />

muito pequenos. Para receber todos os prazeres que o Criador quer <strong>da</strong>r, a<br />

pessoa deve ter um desejo de receber infinito, desproporcional. A alma<br />

original tinha isso, mas inconscientemente. Estes desejos tiveram que se<br />

tornar conscientes e perceptíveis.<br />

Além disso, a criatura teve que sentir que estes desejos eram egoístas,<br />

o que exigiu que ela se quebrasse ou dividisse, por várias razões.<br />

Primeiro, é impossível corrigir um desejo de receber tão poderoso se<br />

houver só uma pessoa. O Criador dividiu o Adão, de forma que ca<strong>da</strong><br />

pessoa pudesse corrigir o pequeno egoísmo interior. E mais, o Adão se<br />

dividiu <strong>para</strong> ter outras pessoas com quem trabalhar. Você e eu precisamos<br />

nos unir com outras pessoas egoístas como nós <strong>para</strong> nos tornarmos<br />

semelhante ao Criador.<br />

Finalmente, num estado de depravação, podemos reconhecer a natureza<br />

insignificante, limita<strong>da</strong> e sem esperança do nosso egoísmo. Podemos<br />

então desenvolver um desejo de união, <strong>para</strong> transformar nossa natureza<br />

no oposto: a natureza altruísta.<br />

Agora que você sabe a explicação Cabalista <strong>da</strong> história de Adão, o<br />

que você faz? Os outros estão lhe tratando do modo como você os trata,<br />

porque eles são reflexos de sua atitude em relação ao mundo. Como exploramos<br />

o mundo e o tratamos mal, pensamos que é assim que o mundo<br />

está nos tratando. O “enredo” <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de em nosso cérebro é negativo.<br />

é por isso que a reali<strong>da</strong>de parece negativa <strong>para</strong> nós. Obviamente, isso faz<br />

com que o nosso mundo pareça ameaçador e inseguro.<br />

Nesse estado, o único meio de restabelecermos a segurança e a confiança<br />

é concor<strong>da</strong>ndo, unanimimente, em corrigirmos nossos desejos<br />

egoístas. é por isso que estamos descobrindo que simplesmente <strong>para</strong> existirmos,<br />

precisamos uns dos outros. Além disso, devemos ser bem tratados


No Rumo<br />

A afirmação Cabalísitca de que somos<br />

uma única alma interconecta<strong>da</strong> não é uma<br />

afirmação filosófica; ela coloca a responsabili<strong>da</strong>de<br />

pela correção diretamente no nosso<br />

colo. Não há qualquer correção <strong>para</strong> o mundo<br />

e <strong>para</strong> nós – em qualquer nível – sem a nossa<br />

participação ativa em mente, coração e<br />

ação.<br />

A Correção Começa Comigo<br />

por todos, ou não seremos capazes de<br />

escapar <strong>da</strong> ameaça de destruição.<br />

Quando percebermos que não temos<br />

nenhuma escolha senão tratarmos bem<br />

uns aos outros, decidiremos que temos<br />

que amar nossos semelhantes, e pediremos<br />

por este poder do Alto. Este poder<br />

virá do Criador, <strong>da</strong> Luz Superior, e alcançaremos<br />

a correção. é nisso que reside o otimismo inato <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>.<br />

UMA CADEIA DE ALMAS<br />

Portanto, estamos todos compartilhando a vi<strong>da</strong> exatamente como as células<br />

do corpo, onde ca<strong>da</strong> uma depende <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> do organismo inteiro. Se<br />

as outras almas pensarem em você, você viverá. Se elas não pensarem<br />

em você, você morrerá. Essa lei é a condição <strong>para</strong> a vi<strong>da</strong> espiritual, como<br />

também <strong>para</strong> a vi<strong>da</strong> física.<br />

Atualmente, somos considerados espiritualmente mortos; nossas almas<br />

atuais são chama<strong>da</strong>s “almas anima<strong>da</strong>s”. A alma anima<strong>da</strong> refere-se a nossas<br />

vi<strong>da</strong>s neste mundo, num estado de se<strong>para</strong>ção do Criador. Tudo que<br />

sentimos e experimentamos nesta vi<strong>da</strong>, contanto que não adquiramos<br />

uma tela e desenvolvamos o primeiro Kli espiritual, é considerado parte<br />

<strong>da</strong> alma anima<strong>da</strong>. Ela existe enquanto vivemos neste mundo, e desaparece<br />

quando morremos. Mas ela está longe <strong>da</strong> alma a que os Cabalistas<br />

se referem, quando escrevem sobre as almas no O Zohar e outros livros.<br />

Para se ter essa alma, devemos primeiro decidir que queremos a nossa<br />

alma, que queremos a vi<strong>da</strong> eterna, e que queremos ser semelhante ao<br />

Criador.<br />

O rabino Yehu<strong>da</strong> Ashlag escreve que to<strong>da</strong>s as pessoas ao longo <strong>da</strong><br />

história são, na ver<strong>da</strong>de, uma grande cadeia de almas. Para perceber<br />

e experimentar esta uni<strong>da</strong>de <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de, você deve ter uma alma<br />

eterna que esteja conecta<strong>da</strong> ao eterno, ao Criador. é desse tipo de alma<br />

que os Cabalistas estão falando.<br />

Agora você percebe porque a sua correção pessoal está tão conecta<strong>da</strong><br />

à correção de todos. To<strong>da</strong>s as almas estão uni<strong>da</strong>s.<br />

Aqui está a nossa própria responsabili<strong>da</strong>de de escolher. Nós temos que<br />

decidir que queremos nossas almas, e devemos construir nossas almas<br />

171


172<br />

sozinhos, junto com as demais almas.<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

Na linguagem Cabalística, dizemos que as almas estão conecta<strong>da</strong>s e<br />

integra<strong>da</strong>s num único corpo. Para que ca<strong>da</strong> alma propicie o que as demais<br />

almas precisam, to<strong>da</strong>s devem se entender mutuamente, e perceber que<br />

estão integra<strong>da</strong>s nos desejos <strong>da</strong>s outras. Em outras palavras, em sua alma,<br />

você deve estar incluído nos outros desejos, <strong>da</strong>s outras pessoas, de modo<br />

Fora do Rumo<br />

Na <strong>Cabala</strong>, há uma diferença entre<br />

o que as pessoas querem e o que elas precisam.<br />

O que elas querem é o que os seus egos<br />

lhes falam que querem. O que elas precisam<br />

é um desejo pela espirituali<strong>da</strong>de, porque este<br />

é um desejo de <strong>da</strong>r, o único desejo duradouro<br />

que pode ser satisfeito eternamente. Tendo um<br />

desejo pela espirituali<strong>da</strong>de, você sente satisfação<br />

eterna, porque sente o desejo e a sua<br />

satisfação simultaneamente.<br />

que você possa lhes proporcionar o que<br />

elas querem. Ca<strong>da</strong> célula do corpo faz<br />

extamente isso; ela sente o que o corpo<br />

exige dela.<br />

Num nível pessoal, você deve saber<br />

o que os outros precisam de você, e fornecer<br />

o que eles precisam. Deste modo,<br />

você se torna como um corpo completo.<br />

Você contém o desejo dos outros dentro<br />

de você, por causa do seu amor por eles,<br />

e você quer o que eles precisam.<br />

Quando você trabalha com os outros dessa maneira, sente que, pessoalmente,<br />

cresceu muito. Assim, você pode <strong>da</strong>r a eles o que eles precisam,<br />

e se torna uma grande criatura, única e unifica<strong>da</strong>, mantendo-se oposta<br />

ao Criador.<br />

PELOS OLHOS DELE<br />

Quando você quer <strong>da</strong>r aos demais o que eles precisam, você se torna<br />

semelhante ao Criador. Quando você dá a alguém o que ela precisa, você<br />

infunde uma parte sua nessa pessoa. À medi<strong>da</strong> que a pessoa recebe, ela<br />

começa a construir no outro a compreensão que <strong>da</strong>r aos demais é bom,<br />

valioso, e – mais importante – prazeroso. Além disso, o doador começa<br />

a sentir que não é a doação aos outros que é prazerosa, mas a própria<br />

doação, o estado de ser um doador.<br />

Se você pensar sobre isso por um momento, perceberá que na<strong>da</strong>, mesmo<br />

no nosso mundo físico, é criado sem o ato de <strong>da</strong>r. Como as criaturas<br />

conseguem nascer sem a doação de seus pais? Os recém-nascidos nascem<br />

porque seus pais os amam e querem <strong>da</strong>r a eles, antes mesmo que eles<br />

venham ao mundo.


A Correção Começa Comigo<br />

Isso nos convence de que: se este mundo existe, significa que o seu<br />

Criador o ama. Se nós também queremos amar o mundo, precisamos<br />

aprender a vê-lo com os olhos Dele, além do nosso egocentrismo. Se você<br />

quer der às pessoas o que elas precisam, você começa a ver o mundo com<br />

os olhos do Criador, e assim, alcança o propósito <strong>da</strong> criação: adquirir o<br />

pensamento do Criador.<br />

Quando você dá porque <strong>da</strong>r é meritoso aos seus olhos, sem qualquer<br />

benefício direto ou indireto <strong>da</strong> doação, considera-se que suas ações são<br />

do seu próprio livre-arbítrio. A doação não é <strong>para</strong> você, mas <strong>para</strong> o<br />

propósito de <strong>da</strong>r.<br />

Logicamente, nenhum ato fica sem recompensa, porque, como explicamos,<br />

o Criador quer <strong>da</strong>r <strong>para</strong> nós. Mas a recompensa por gostar de <strong>da</strong>r<br />

é, aparentemente, se<strong>para</strong><strong>da</strong> <strong>da</strong> doação em si. é a revelação do doador,<br />

o Criador. Em outras palavras, a recompensa por agir como o Criador é<br />

descobrir o Criador, e o motivo no qual<br />

Fora do Rumo<br />

Amar ao próximo como a si mesmo,<br />

ensinado pelo grande Cabalista Rabino<br />

Akiva, é uma máxima adota por quase to<strong>da</strong>s<br />

as religiões e ensinamentos. Mas essa é uma<br />

máxima muito perigosa se vivencia<strong>da</strong> sem o<br />

seu objetivo final – alcançar o Criador. O Baal<br />

HaSulam escreve que é exatamente isso o que<br />

aconteceu com o comunismo na Rússia. Ele<br />

estava condenado a falhar porque usou a lei<br />

do altruísmo <strong>da</strong> natureza sem o seu propósito<br />

final: acançar o Criador através <strong>da</strong> equivalência<br />

de forma com Ele.<br />

Ele faz o que faz. Através disso, você<br />

alcança a correção final, e o propósito<br />

<strong>da</strong> sua criação.<br />

A chave de todo o processo está na<br />

mu<strong>da</strong>nça do pensamento e <strong>da</strong> consciência.<br />

Você não precisa mu<strong>da</strong>r na<strong>da</strong> no<br />

mundo, exceto sua própria atitude <strong>para</strong><br />

com as demais almas, as demais pessoas.<br />

é por isso que a afirmação “Amar ao<br />

próximo como a si mesmo” é suficiente<br />

<strong>para</strong> corrigir o mundo. Não outra maneira<br />

de influenciar e mu<strong>da</strong>r o mundo.<br />

MEU EGOíSMO é MInHA PRÓPRIA RUínA<br />

No capítulo anterior, dissemos que o egoísmo é o motor <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça.<br />

Quanto maior o seu desejo, mais evoluído você é, porque quando quer<br />

mais, também pode receber mais. Você pode ter mais êxito, porque o seu<br />

desejo de receber lhe dirige, e lhe dá a força <strong>para</strong> conseguir o que você<br />

quer. Tal pessoa é mais forte devido a sua força de vontade mais forte.<br />

Como os desejos são naturalmente egoístas, eles são, inicialmente,<br />

173


174<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

mal-intencionados. No final, isso também é ruim <strong>para</strong> você. Se você só<br />

se importa consigo mesmo, você se desconecta dos demais e, assim, não<br />

consegue se realizar. A sensação de auto-realização depende <strong>da</strong> existência<br />

dos outros. Assim, se eu sou egoísta, eu não consigo me conectar<br />

com os demais, e se eu não me conecto com os outros, eu não aproveito.<br />

O meu egoísmo se tornou a minha própria ruína. Isso me deixa pobre,<br />

deficiente e sofrendo. Como eu tenho um grande desejo de receber, estou<br />

constantemente perseguindo prazeres, mas ain<strong>da</strong> estou constantemente<br />

vazio.<br />

Este é o estado que, como dissemos, leva a uma crise espiritual. Você<br />

percebe que não pode continuar vivendo assim, e entende que deve mu<strong>da</strong>r<br />

algo em sua vi<strong>da</strong>. O seu ponto no coração desperta, e nesse estado,<br />

todo o mal em você pode se transformar em bem.<br />

TODOS CRESCERAM<br />

Conseqüentemente, o desejo leva a uma escolha que, na ver<strong>da</strong>de, não<br />

é uma escolha. Se nós somos tão dependentes uns dos outros, devemos<br />

nos importar com eles e cui<strong>da</strong>r deles, mesmo que os odiemos.<br />

Para sobrevivermos e nos corrigirmos, devemos cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong>queles que<br />

odiamos. Se não fizermos isso, sofreremos.<br />

Portanto, o que devemos fazer? Tornarmos-nos adultos. Se nós esti-<br />

No Rumo<br />

Que prazer maior <strong>para</strong> os pais do que<br />

ver seus filhos crescerem e se tornarem adultos<br />

maduros e bem sucedidos? Da mesma forma,<br />

o propósito pelo qual o Criador nos criou é ser<br />

semelhante a Ele. Como resultado, o objetivo<br />

<strong>da</strong>s nossas vi<strong>da</strong>s é descobrir as formas de doar<br />

do Criador, descobrir Seus pensamentos, e nos<br />

tornarmos semelhantes a Ele.<br />

vermos conectados, também somos responsáveis<br />

uns pelos outros. Da mesma<br />

forma que os adultos se responsabilizam<br />

por tudo a sua volta – seu ambiente,<br />

seus filhos, seus amigos, suas ci<strong>da</strong>des<br />

e seus países. Tudo e todos. O Criador<br />

não gostaria de nenhum outro jeito. é<br />

o plano Dele.<br />

DOIS CAMInHOS PARA CIMA<br />

Conforme o plano do Criador, todo o universo deve alcançar o estado de<br />

correção, e o tempo destinado à correção é limitado. O Zohar indica que<br />

a correção deve iniciar seus estágios finais no fim do século XX. A partir<br />

<strong>da</strong>í, a humani<strong>da</strong>de será encoraja<strong>da</strong> a se corrigir através <strong>da</strong> intensificação<br />

dos sofrimentos – leia as notícias e verá um claro exemplo disso.


A Correção Começa Comigo<br />

Reconhecer o propósito <strong>da</strong> criação, e conhecer o método <strong>da</strong> correção,<br />

permitirá com que você se aproxime do objetivo de forma consciente.<br />

Essa é a chave, e ela é mais rápi<strong>da</strong> do que o sofrimento que, de qualquer<br />

forma, nos alcançará por trás. Ao invés do sofrimento, temos a oportuni<strong>da</strong>de<br />

de sentirmos satisfação e inspiração enquanto ain<strong>da</strong> estamos no<br />

caminho <strong>da</strong> correção.<br />

Você se lembra do Capítulo 7, de que modo a <strong>Cabala</strong> fala de um período<br />

de tempo <strong>para</strong> a correção final? O caminho <strong>da</strong> correção final pode<br />

demorar, mas ocorrerá mais cedo ou mais tarde. Além disso, a alma deve<br />

atravessar esse processo.<br />

Nenhuma de suas experiências na vi<strong>da</strong> desaparecem. Elas são armazena<strong>da</strong>s<br />

dentro do seu desejo, e os desejos são eternos; eles passam de uma<br />

geração a outra, de uma encarnação a outra.<br />

Na próxima vez que você nascer, como descrito no Capítulo 11, o seu<br />

desejo guar<strong>da</strong>rá o registro de tudo que você fez em relação ao Criador.<br />

é assim que as Reshimot fazem o seu papel. Tudo aquilo que você fez<br />

dentro do seu desejo egoísta está armazenado numa “caixa”, que eventualmente<br />

lhe dá o “reconhecimento do mal”. Até que essa caixa esteja<br />

completamente cheia, e até que você corrija todo o seu mal, você continuará<br />

retornando a este mundo.<br />

Da próxima vez que você aparecer neste mundo, esta “caixa” conterá<br />

o que você ganhou no ciclo atual. Os pequenos passos que você dá acumulam<br />

e, eventualmente, rendem frutos. No fim <strong>da</strong>s contas, ca<strong>da</strong> passo<br />

leva à elevação espiritual, mas você deve experimentar o caminho de<br />

forma prazerosa e excitante, ou dolorosa e agonizante. Você tem uma<br />

escolha na matéria, e a última seção neste capítulo explicará como.<br />

TOME O CAMInHO CURTO, ELE é RáPIDO E fáCIL<br />

Você pode avançar em direção à compreensão de que o egoísmo é a<br />

raiz do mal através de um longo caminho, ou do caminho mais curto e<br />

prazeroso <strong>da</strong> correção. Além disso, o caminho do sofrimento não é um<br />

caminho, mas sim o espaço de tempo necessário <strong>para</strong> a compreensão de<br />

que você precisa avançar no caminho curto.<br />

Mesmo assim, tão logo uma medi<strong>da</strong> suficiente de sofrimento tenha sido<br />

acumula<strong>da</strong>, você compreende que há uma vantagem maior na correção<br />

175


176<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

do que no sofrimento, e você se esforça em mu<strong>da</strong>r. Ao invés do caminho<br />

longo, há um caminho curto e fácil <strong>para</strong> a correção.<br />

Ambos os caminhos são os mesmos, mas no caminho curto não há<br />

fases de sofrimento, apenas progresso constante. Entretanto, no caminho<br />

longo há sofrimento em quase todos os níveis.<br />

A sabedoria Cabalística é um guia <strong>para</strong> o caminho curto. Ela lhe diz<br />

sobre todos os estados e lhe aju<strong>da</strong> a atravessá-los facilmente, com um<br />

estímulo suave.<br />

Você pode adquirir conhecimento sobre a estrutura do mundo, sua<br />

causali<strong>da</strong>de e propósito, antes que você se depare com a aflição. Através<br />

desse conhecimento, você acelera a compreensão de que o egoísmo é<br />

mal e evita a necessi<strong>da</strong>de de perceber o mal no egoísmo sob a ameaça<br />

de aniquilação.<br />

Embora pareça que estamos livres <strong>para</strong> fazer o que nos agra<strong>da</strong>, na<br />

ver<strong>da</strong>de, seguimos os comandos de nossos gens e aderimos à influência do<br />

ambiente social. Essas influências e comandos determinam todos os nossos<br />

valores, mostrando-nos quão proveitoso é ser poderoso e próspero.<br />

Nós trabalhamos duro to<strong>da</strong> a nossa curta vi<strong>da</strong>, apenas <strong>para</strong> ganharmos<br />

o reconhecimento <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de do quão exitosamente mantemos seus<br />

valores. No fim <strong>da</strong>s contas, não vivemos <strong>para</strong> nós, mas nos esforçamos em<br />

achar graça aos olhos de nossos filhos, nossa família, nossos conhecidos,<br />

e a socie<strong>da</strong>de em geral.<br />

Certamente, o êxito na resolução <strong>da</strong> crise depende <strong>da</strong> transformação<br />

dos valores <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de. Esse é o tópico do próximo capítulo.<br />

EM RESUMO<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

O Criador criou um barco “Sem Criador”, e devemos mantê-lo flutuando.<br />

Somente se nós, egoístas, nos unirmos, sobreviveremos.<br />

O Criador criou o mundo com amor. Ser como o Criador significa amar o<br />

mundo <strong>da</strong> forma que Ele o amou, e vê-lo através dos olhos Dele.<br />

Existem dois caminhos <strong>para</strong> se alcançar a espirituali<strong>da</strong>de: o rápido e prazeroso,<br />

usando a <strong>Cabala</strong>; ou o lento e doloroso, sem a <strong>Cabala</strong>


POnTOS PRInCIPAIS<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

17<br />

aG o r a, to d o S jU n t o S<br />

Como uma pequena correção pode fazer uma grande diferença<br />

O poder dos valores sociais<br />

Onde está a torre de Babel que foi quebra<strong>da</strong>?<br />

Os benefícios do ver<strong>da</strong>deiro altruismo<br />

A <strong>Cabala</strong> engloba aspectos pessoais e sociais. Como discutimos no último<br />

capítulo, todos nós somos partes <strong>da</strong> mesma alma coletiva. O capítulo atual<br />

explica como as correções pessoais apresenta<strong>da</strong>s no capítulo anterior<br />

fluem através de nossas conexões diretamente <strong>para</strong> a socie<strong>da</strong>de. No final,<br />

a correção individual que descrevemos no Capítulo 16 só será completa<br />

quando englobar uma conexão recíproca com to<strong>da</strong> a humani<strong>da</strong>de.<br />

A ALTURA DA CRIAÇÃO<br />

Recorde o Capítulo 15, onde dissemos que a fonte de todo o sofrimento<br />

mundial é resultado de nossa oposição em relação ao restante <strong>da</strong> natureza.<br />

As demais partes <strong>da</strong> natureza – inanimado, vegetativo, e animado<br />

177


178<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

– seguem as ordens <strong>da</strong> natureza de forma instintiva e definitiva. Somente<br />

o comportamento humano nos coloca em contraposição com a natureza<br />

inanima<strong>da</strong>, vegetativa e anima<strong>da</strong>.<br />

Como a humani<strong>da</strong>de está no topo <strong>da</strong> Criação, as demais partes <strong>da</strong><br />

natureza dependem de nós. Através <strong>da</strong> nossa correção, as demais partes<br />

<strong>da</strong> natureza (o universo inteiro) se elevarão ao seu nível inicial e perfeito,<br />

em uni<strong>da</strong>de total com o Criador.<br />

EfEITO DOMInÓ<br />

Como dissemos, o Criador nos trata como um ser único e unificado. Nós<br />

tentamos alcançar nossos objetivos de forma egoísta; porém, nos dias de<br />

hoje, estamos descobrindo que os nossos problemas só serão resolvidos<br />

de forma coletiva e altruísta.<br />

Quanto mais consciente nos tornarmos do nosso egoísmo, mais desejaremos<br />

usar o método <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> <strong>para</strong> mu<strong>da</strong>r a nossa natureza <strong>para</strong> o<br />

altruísmo. Nós não fizemos isso quando a <strong>Cabala</strong> surgiu pela primeira vez,<br />

mas podemos fazer agora, porque agora sabemos que precisamos dela.<br />

Os últimos 5.000 anos de evolução humana têm sido um processo de<br />

se experimentar um método, examinando os prazeres que ele fornece,<br />

esgotando-o, e trocando-o por outro. Os métodos surgiram e desapareceram,<br />

e nós nos desenvolvemos de forma mais próspera, mas não mais<br />

felizes.<br />

Agora que o método <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> surgiu com força, voltado <strong>para</strong> corrigir<br />

o nível mais elevado do egoísmo, já não precisamos mais trilhar o caminho<br />

<strong>da</strong> desilusão. Podemos simplesmente corrigir o nosso egoísmo mais<br />

perverso através <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>, e to<strong>da</strong>s as outras correções surgirão como<br />

um efeito dominó. Durante essa correção, podemos sentir satisfação,<br />

inspiração e alegria.<br />

Para examinar um pouco <strong>da</strong> história apresenta<strong>da</strong> nos Capítulos 5 e 6,<br />

O Livro do Zohar afirma que, desde o final do século vinte, a humani<strong>da</strong>de<br />

alcançará o nível máximo de egoísmo e, ao mesmo tempo, o maior<br />

empobrecimento espiritual. Nesse nível, a humani<strong>da</strong>de precisará de um<br />

novo método <strong>para</strong> sobreviver.


Agora, Todos juntos<br />

Dessa forma, de acordo com O Zohar, será possível revelar a <strong>Cabala</strong>,<br />

como o método <strong>da</strong> ascensão moral <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de até a semelhança com<br />

o Criador. é por isso que a <strong>Cabala</strong> é revela<strong>da</strong> à humani<strong>da</strong>de nos dias de<br />

hoje.<br />

A humani<strong>da</strong>de não é corrigi<strong>da</strong> por todos de uma só vez. Pelo contrário,<br />

a correção <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de ocorre na medi<strong>da</strong> em que ca<strong>da</strong> pessoa percebe<br />

sua crise pessoal e geral, como foi tratado no último capítulo.<br />

A correção começa com um ser humano percebendo que sua natureza<br />

egoísta é a fonte de todo o mal. Depois, transformando os valores <strong>da</strong><br />

socie<strong>da</strong>de, a pessoa é sujeita<strong>da</strong> à influência <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de.<br />

O indivíduo e o seu ambiente social, to<strong>da</strong> a humani<strong>da</strong>de, estão unidos<br />

pela responsabili<strong>da</strong>de coletiva. Em outras palavras, a humani<strong>da</strong>de<br />

quis resolver seu problema egoisticamente e, portanto, individualmente.<br />

Entretanto, ela se viu inevitavelmente obriga<strong>da</strong> a resolver o problema de<br />

forma coletiva e, conseqüentemente, altruísta.<br />

Sobre esse assunto, vale a pena refletir nos quatro fatores do Baal<br />

HaSulam que nos envolvem, explicados por ele em seu ensaio, “A<br />

Liber<strong>da</strong>de”, que introduzimos no Capítulo 3. Para revisar e ampliar, o<br />

primeiro fator é a fonte, a base, nossas características hereditárias, que<br />

não podemos mu<strong>da</strong>r porque as her<strong>da</strong>mos de nossos pais. O segundo é<br />

como essa fonte evolui, e que também somos incapazes de mu<strong>da</strong>r, porque<br />

é determinado pela fonte. O terceiro fator é o ambiente, o qual não<br />

podemos mu<strong>da</strong>r uma vez que estamos nele.<br />

Entretanto, o quarto fator são as mu<strong>da</strong>nças no ambiente, e essas nós<br />

podemos e devemos mu<strong>da</strong>r, escolhendo o ambiente certo <strong>para</strong> nós. O<br />

quarto fator afeta o terceiro, que afeta o segundo, que afeta o primeiro.<br />

Construindo o ambiente certo <strong>para</strong> nossos propósitos espirituais, construimos<br />

uma socie<strong>da</strong>de que não apenas nos transforma <strong>para</strong> a espirituali<strong>da</strong>de,<br />

como também torna mais fácil e rápido o caminho de todos <strong>para</strong><br />

a espirituali<strong>da</strong>de. Agora, vejamos como podemos colocar em prática esta<br />

teoria.<br />

COnCORDEMOS EM DAR<br />

Se todo o mundo pensar que <strong>da</strong>r é bom, então eu também pensarei<br />

que é bom, fora do meu próprio interesse egoísta. Isso ocorre porque o<br />

179


180<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

comportamento altruísta é lucrativo <strong>para</strong> todos.<br />

Por exemplo, o altruísmo rege a educação. As escolas nos ensinam<br />

a sermos altruístas. Dizem que devemos ser honestos, trabalhadores e<br />

respeitosos com os demais, dividirmos com outros o que temos, sermos<br />

amigáveis e amarmos o nosso próximo. Tudo isso porque o altruísmo é<br />

benéfico <strong>para</strong> a socie<strong>da</strong>de.<br />

Centelhas Espirituais<br />

To<strong>da</strong> e qualquer pessoa experiente sabe que existe um assunto no mundo, que é o maior de<br />

todos os prazeres imagináveis, a saber, ser agradável aos olhos <strong>da</strong>s pessoas, pelo qual todo<br />

esforço compensa.<br />

—Rav Yehu<strong>da</strong> Ashlag<br />

Fim Centelhas Espirituais<br />

Além disso, as leis biológicas dos organismos vivos nos ensinam que<br />

a existência de um organismo depende <strong>da</strong> cooperação de to<strong>da</strong>s as suas<br />

partes, como relatado nos Capítulos 15<br />

e 16.<br />

Centelhas Espirituais<br />

To<strong>da</strong> e qualquer pessoa experiente<br />

sabe que existe um assunto no mundo, que<br />

é o maior de todos os prazeres imagináveis,<br />

a saber, ser agradável aos olhos <strong>da</strong>s pessoas,<br />

pelo qual todo esforço compensa.<br />

Da mesma forma, a percepção dos<br />

benefícios do comportamento altruísta<br />

está presente numa socie<strong>da</strong>de humana<br />

egoísta. Ninguém se opõe energicamente<br />

aos atos altruístas. Pelo contrário,<br />

to<strong>da</strong> organização e personali<strong>da</strong>de pública anuncia o seu envolvimento<br />

em ações altruístas e se orgulha delas. Ninguém condena abertamente a<br />

propagação de ideais altruístas.<br />

O PODER DO APREÇO DA SOCIEDADE<br />

O meios <strong>para</strong> mu<strong>da</strong>rmos o nosso comportamento de egoísta <strong>para</strong> altruísta,<br />

encontram-se na mu<strong>da</strong>nça de nossas priori<strong>da</strong>des e na hierarquia<br />

de valores. Nós precisamos nos convencer que <strong>da</strong>r à socie<strong>da</strong>de é muito<br />

mais importante e compensador que receber dela. Em outras palavras,<br />

ca<strong>da</strong> pessoa deve chegar à sentir uma satisfação muito maior ao <strong>da</strong>r à<br />

socie<strong>da</strong>de, do que qualquer aquisição egoísta.<br />

A opinião pública é o único meio <strong>para</strong> facilitar esta meta, porque a<br />

coisa mais importante <strong>para</strong> a pessoa é o apreço <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de. Os seres humanos<br />

são construídos de tal modo, que receber a simpatia <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de


é o propósito de vi<strong>da</strong>.<br />

Agora, Todos juntos<br />

Este elemento é tão intrínseco, que as pessoas tendem a negar que o<br />

propósito de to<strong>da</strong> ação é adquirir o apreço <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de. Nós poderíamos<br />

alegar que somos incentivados pela curiosi<strong>da</strong>de ou mesmo dinheiro,<br />

mas não admitiríamos o ver<strong>da</strong>deiro incentivo: o reconhecimento <strong>da</strong><br />

socie<strong>da</strong>de.<br />

Nós somos construídos de tal modo que o ambiente humano determina<br />

to<strong>da</strong>s as nossas preferências e valores. Nós somos total e involuntariamente<br />

controlados pela opinião pública. é por isso que a socie<strong>da</strong>de<br />

pode impregnar seus membros com qualquer tipo de comportamento e<br />

valor, até mesmo o mais abstrato ou absurdo.<br />

DEnUnCIE O EGOíSMO E ExALTE O ALTRUíSMO<br />

Modificar as obrigações <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de exigirá que se mude os sistemas<br />

de ensino, começando desde muito pequeno, bem como de mu<strong>da</strong>nças<br />

fun<strong>da</strong>mentais em to<strong>da</strong>s as áreas <strong>da</strong> educação e cultura. Todos os meios<br />

de comunicação terão que enaltecer e avaliar os eventos de acordo com<br />

seus benefícios <strong>para</strong> a socie<strong>da</strong>de, criando assim um ambiente de educação<br />

<strong>para</strong> a doação na socie<strong>da</strong>de. Usando todos os meios de comunicação de<br />

massa, anúncios, persuasão e educação, a nova opinião pública deve<br />

denunciar abertamente, e de forma decidi<strong>da</strong>, as ações egoístas, exaltando<br />

as ações altruístas como valor fun<strong>da</strong>mental.<br />

Através <strong>da</strong> influência intencional <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de, todos aspirarão receber<br />

apenas o que é necessário <strong>para</strong> o sustento <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de e não pouparão<br />

esforços <strong>para</strong> beneficiar a socie<strong>da</strong>de, com o propósito de receber o<br />

apreço desta. No início, todos trabalharão <strong>para</strong> beneficiar a socie<strong>da</strong>de<br />

sob estímulo e influência do ambiente. As pessoas se sentirão satisfeitas,<br />

e começaremos a ver o ato de doação na socie<strong>da</strong>de como um valor único<br />

e sem igual, até mesmo sem a recompensa do ambiente por ca<strong>da</strong> ato de<br />

doação.<br />

Não são apenas as instituições sociais que precisam mu<strong>da</strong>r. O mesmo<br />

deve acontecer com a instituição mais prevalente e, de certo modo, mais<br />

“entusiasma<strong>da</strong>”: a família.<br />

Se os meus filhos olharem <strong>para</strong> mim e me valorizarem de acordo com<br />

o apreço <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de por mim, e se eles me valorizarem de acordo com<br />

181


182<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

o quanto eu dou à socie<strong>da</strong>de, então eu tenho maior probabili<strong>da</strong>de de<br />

mu<strong>da</strong>r.<br />

Se meus parentes e colegas de trabalho, e quase todos os demais, só me<br />

valorizam de acordo com o que eu dou à socie<strong>da</strong>de, então eu não terei<br />

Fora de Rumo<br />

Nós devemos ter muito cui<strong>da</strong>do aqui.<br />

Tentativas anteriores de usar a socie<strong>da</strong>de e a família<br />

<strong>para</strong> alterar valores sociais produziram atroci<strong>da</strong>des<br />

terríveis, inclusive os Nazistas e o comunismo<br />

de Stalin. Não é isso que a <strong>Cabala</strong> se refere quando<br />

sugere que usamos a socie<strong>da</strong>de <strong>para</strong> mu<strong>da</strong>r<br />

nossos valores. A <strong>Cabala</strong> somente sugere que encorajemos<br />

todos que <strong>da</strong>r é lucrativo e aprazível.<br />

Assim, quanto mais pessoas acreditarem nisso, eu,<br />

também, acreditarei, mesmo que no princípio eu<br />

estivesse instruindo outros <strong>para</strong> acreditar nisso sem<br />

acreditar.<br />

escolha. Eu terei que contribuir.<br />

Eu terei que me tornar um doador<br />

<strong>para</strong> todos.<br />

To<strong>da</strong> essa ativi<strong>da</strong>de elevará o<br />

nível <strong>da</strong> consciência humana ao<br />

nível de uma nova civilização.<br />

“O rabino Ashlag se comprometeu<br />

apaixona<strong>da</strong>mente àquela visão<br />

social de longo prazo, à medi<strong>da</strong> que<br />

ela emergiu <strong>da</strong> sua compreensão<br />

<strong>da</strong> “tradição Cabalística”, escreve<br />

Micha Odenheimer, na Luminária Moderna: “Ele percebeu a humani<strong>da</strong>de<br />

como uma enti<strong>da</strong>de única, fisica e espiritualmente interdependente,<br />

e acreditou que só um sistema econômico que reconhecesse isso poderia<br />

libertar a humani<strong>da</strong>de e catalisar uma era de esclarecimento coletivo”.<br />

“Desenvolvendo uma comuni<strong>da</strong>de basea<strong>da</strong> no amor entre seus membros,<br />

e uma socie<strong>da</strong>de fun<strong>da</strong><strong>da</strong> na justiça econômica”, Odenheimer escreve,<br />

“a <strong>Cabala</strong> fornece um foco na consciência individual e a correção <strong>da</strong><br />

socie<strong>da</strong>de e do mundo. A contribuição do rabino Ashlag é um conceito<br />

de justiça social baseado na ciência espiritual <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>”.<br />

EnTEnDEnDO<br />

A TORRE DE BABEL<br />

Antigamente, os seres humanos não eram tão egoístas com relação a<br />

oposição à natureza. Eles sentiam a natureza e seus companheiros de<br />

forma recíproca. Esta era a linguagem de comunicação deles, a qual, na<br />

maior parte, era um linguagem silenciosa, semelhante à telepatia, num<br />

certo nível espiritual.<br />

Porém, o egoísmo crescente separou os seres humanos <strong>da</strong> natureza. Em<br />

vez de corrigir a oposição, eles pensaram que poderiam atingir o Criador<br />

egoisticamente, e não pela correção.


Agora, Todos juntos<br />

Como resultado, deixaram de perceber a natureza e os seus companheiros,<br />

deixaram de amar e começaram a se odiar uns aos outros. Isto<br />

nos separou, e, em vez de sermos uma nação, nos dividimos em várias<br />

partes.<br />

O primeiro nível do desenvolvimento egoísta é marcado pelo que<br />

chamamos alegoricamente “construindo a Torre de Babel”. Na história<br />

de Babel, você pode recor<strong>da</strong>r, as pessoas, como resultado do egoísmo<br />

crescente, aspiravam alcançar o Criador, alegoricamente demonstrado<br />

pela construção de uma torre cujo topo alcançasse o céu.<br />

A humani<strong>da</strong>de falhou em dirigir o seu egoísmo crescente <strong>para</strong> a conquista<br />

<strong>da</strong>s forças governantes, porque este método de conquista exigia<br />

que restringíssemos o egoísmo, e nós não fizemos isso.<br />

O crescente egoísmo <strong>da</strong>s pessoas as fez <strong>para</strong>r de sentir umas às outras,<br />

de sentir a conexão espiritual; a telepatia estava quebra<strong>da</strong>. Como elas<br />

conheciam o Criador do nível egoísta anterior delas, agora também queriam<br />

explorá-Lo. Esse é significado de construir uma torre que alcance o<br />

céu. Como resultado do egoísmo, elas deixaram de se entender, e a oposição<br />

delas em relação à Natureza as se<strong>para</strong>ram <strong>da</strong> mesma, e do Criador,<br />

fazendo com que se dispersassem.<br />

Nós podemos ter compensado isto com o desenvolvimento tecnológico.<br />

Mas fazendo isso, só aumentamos a nossa se<strong>para</strong>ção mútua, e o nosso<br />

afastamento <strong>da</strong> Natureza (o Criador). é por isso que agora a humani<strong>da</strong>de<br />

está ficando desiludi<strong>da</strong> por satisfazer o egoísmo somente através do desenvolvimento<br />

social ou tecnológico.<br />

Nós estamos percebendo que os desejos egoístas não podem satisfeitos<br />

em sua forma natural. A própria satisfação de um desejo o anula. Como<br />

resultado, o desejo já não é sentido, <strong>da</strong> mesma maneira que a comi<strong>da</strong><br />

reduz a sensação de fome e, junto com isto, o prazer de comer é gradualmente<br />

extinguido.<br />

Especialmente nos dia de hoje, à medi<strong>da</strong> que reconhecemos a crise e o<br />

beco sem saí<strong>da</strong> do nosso desenvolvimento, pode-se dizer que a confrontação<br />

do egoísmo com o Criador é a real destruição <strong>da</strong> Torre de Babel.<br />

Antigamente, a Torre de Babel foi arruina<strong>da</strong> pela Força Superior. Hoje<br />

está sendo arruina<strong>da</strong> em nossa própria consciência. Nós estamos num<br />

ponto de se<strong>para</strong>ção semelhante ao que aconteceu no tempo de Babel,<br />

183


184<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

com a exceção de que agora estamos conscientes de nossa situação. De<br />

acordo com a sabedoria Cabalística, a crise global é o começo <strong>da</strong> conexão<br />

renova<strong>da</strong> de to<strong>da</strong> a humani<strong>da</strong>de numa civilização nova e uni<strong>da</strong>.<br />

Está na hora dos membros <strong>da</strong> única nação humana se reunirem num<br />

povo unido. A realização espiritual concede um caminho e, quem sabe,<br />

uma ver<strong>da</strong>de inespera<strong>da</strong>.<br />

PERCEPÇÃO AUMEnTADA<br />

Quanto é um mais um? A resposta é Ein Sof (infinito). Ca<strong>da</strong> um de nós<br />

está integrado com todo mundo, e por isto, podemos simular uma socie<strong>da</strong>de<br />

trabalhando somente com uma pessoa. Isto, em termos, simula a<br />

nossa relação com o Criador. A recompensa é enorme.<br />

Realmente, há um bônus especial no altruísmo. Pode parecer que a<br />

única mu<strong>da</strong>nça será colocar outros diante de nós mesmos, mas realmente<br />

há benefícios bem maiores. Quando começamos a pensar nos outros, nos<br />

tornamos integrados com eles e eles conosco.<br />

De fato, ca<strong>da</strong> um de nós é Ein Sof. Porém, sem uma socie<strong>da</strong>de que lhe<br />

ajude a se corrigir, como você sentirá isto? Se você se lembrar de uma <strong>da</strong>s<br />

regras básicas <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>, de que o todo e a parte são os mesmos, sua vi<strong>da</strong><br />

será muito mais fácil. Você será capaz de trabalhar no todo (socie<strong>da</strong>de),<br />

sabendo que está trabalhando realmente em você, e isto tornará muito<br />

mais fácil a sua correção.<br />

Pense deste modo: hoje existem aproxima<strong>da</strong>mente 6,5 bilhões de pessoas<br />

no mundo. E se, em vez de termos duas mãos, duas pernas e um<br />

cérebro <strong>para</strong> controlá-las, você tivesse 13 bilhões de mãos, 13 bilhões de<br />

pernas, e 6,5 bilhões de inteligências <strong>para</strong> controlá-las?<br />

Confuso? Na ver<strong>da</strong>de não, porque todos esses cérebros funcionariam<br />

como um único cérebro, e as mãos funcionariam como um único par de<br />

mãos. A humani<strong>da</strong>de funcionaria como um organismo, cujas capaci<strong>da</strong>des<br />

fossem aumenta<strong>da</strong>s 6,5 bilhões de vezes. Afinal de contas, há muito mais<br />

do que 6,5 bilhões de células em nosso corpo, mas ele ain<strong>da</strong> funciona<br />

como uma uni<strong>da</strong>de. Então, se um único corpo pode fazer isto, por que<br />

não to<strong>da</strong> a humani<strong>da</strong>de?<br />

Além de se tornar um super-homem, aquele que se tornasse altruísta<br />

receberia o presente mais desejável de todos: a omnisciência, ou a


Agora, Todos juntos<br />

recor<strong>da</strong>ção total e o conhecimento pleno. Como o altruísmo é a natureza<br />

do Criador, adquirindo-o igualamos nossa natureza com a Dele, e começamos<br />

a pensar como Ele. Começamos a saber por que tudo acontece,<br />

quando deveria acontecer, e o que fazer se queremos que aconteça de<br />

forma diferente. Na <strong>Cabala</strong>, esse estado é chamado “equivalência de<br />

forma”, e alcançá-lo é o propósito <strong>da</strong> criação.<br />

ALéM DA VIDA E DA MORTE<br />

Este estado de percepção aumenta<strong>da</strong>, de equivalência de forma, é a razão<br />

pela qual fomos originalmente criados. é por isso que fomos criados<br />

unidos e, posteriormente, quebramos – de forma que pudéssemos nos<br />

unir novamente. No processo de união, aprenderemos por que a natureza<br />

faz o que faz, e seremos tão sábios quanto o Pensamento que criou<br />

a natureza.<br />

Quando nos unirmos com a natureza, nos sentiremos eternos e completos<br />

como a natureza. Nesse estado, mesmo quando nossos corpos morrerem,<br />

sentiremos que continuamos existindo na natureza eterna.<br />

A vi<strong>da</strong> física e a morte já não nos afetarão, porque nossa percepção<br />

egocêntrica anterior terá sido substituí<strong>da</strong> pela percepção holística, altruísta.<br />

Nossas próprias vi<strong>da</strong>s terão se tornado a vi<strong>da</strong> de to<strong>da</strong> a natureza.<br />

Mas se você chegou até aqui, não importa o que você possa pensar, é<br />

realmente mais simples do que parece. Você já pode se relacionar com a<br />

Eterni<strong>da</strong>de. Nós já estamos em Ein Sof. Só não temos consciência disso.<br />

Com a sabedoria Cabalísitica, temos um grande guia. Com grandes guias,<br />

nós todos podemos encontrar o nosso caminho.<br />

EM RESUMO<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

Os seres humanos estão no topo <strong>da</strong> criação. Portanto, quando somos<br />

corrigidos, o restante nos seguirá.<br />

A primeira coisa a fazer é concor<strong>da</strong>r que <strong>da</strong>r é bom.<br />

A força mais poderosa, e a motivação por trás de nossas ações, é o<br />

nosso desejo pelo apreço <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de.<br />

Para criar uma mu<strong>da</strong>nça na socie<strong>da</strong>de, deve haver a condenação<br />

aberta do egoismo e exaltação do altruísmo.<br />

185


•<br />

186<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

A Torre de Babel está quebra<strong>da</strong> em nossas mentes, em nossa se<strong>para</strong>ção<br />

mútua. Quando nós a corrigirmos, obteremos não apenas o amor<br />

ao próximo, mas a mente do Criador, e a existência além <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e<br />

<strong>da</strong> morte


Apêndice


GLossárIo<br />

A árvore <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong>: o principal texto do Ari (Rabino Isaac Luria). Esse<br />

texto ain<strong>da</strong> está no coração <strong>da</strong> Cabalá contemporânea. Devido à importância<br />

do livro do Ari, o termo Árvore <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong> se tornou sinônimo de A<br />

<strong>Sabedoria</strong> Cabalísitica.<br />

Abraão: homem nascido na Babilônia, que descobriu a sabedoria<br />

Cabalística, ensinou-a a todos que estavam interessados, e fundou o primeiro<br />

grupo Cabalísitico, que mais tarde se tornou a nação de Israel. O<br />

Sefer Ietsira (O Livro <strong>da</strong> Criação) é atribuído a ele.<br />

Adão: veja Adão ha Rishon.<br />

Adão ha Rishon: nome cabalístico de Adão, a alma original. A quebra<br />

<strong>da</strong> alma de Adão causou a divisão <strong>da</strong> alma em 600.000 almas particulares<br />

ou desejos individuais.<br />

Alma: o desejo de receber com uma Masach, com intenção de doar, é<br />

chamado “alma”. Além disso, Adão ha Rishon é considerado a alma<br />

comum <strong>da</strong> qual viemos. Adão representa a primeira pessoa a ter uma<br />

Masach, e nós somos todos os seus filhos “espirituais”. Veja também Adão<br />

ha Rishon.<br />

Altruísmo: trabalhar <strong>para</strong> a gratificação do sistema <strong>da</strong> criação, sem importar<br />

o desejo <strong>da</strong> própria pessoa.<br />

Bina: Entendimento. Na Cabalá, ele geralmente se refere à contemplação<br />

dos meios de causa e efeito, e à benevolência. Também significa a quali<strong>da</strong>de<br />

de <strong>da</strong>r, Hassadim (Misericórdica), que é quali<strong>da</strong>de do Criador.<br />

<strong>Cabala</strong>: ciência que fornece um método detalhado <strong>para</strong> nos mostrar<br />

como podemos perceber e experimentar os mundos espirituais, que existem<br />

além <strong>da</strong>quilo que percebemos com nossos cinco sentidos. <strong>Cabala</strong><br />

significa “Recepção” em hebraico.<br />

189


190<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

Correção: os Cabalistas se referem à correção como a mu<strong>da</strong>nça na intenção<br />

com a qual usamos um desejo: de “<strong>para</strong> eu”, <strong>para</strong> “<strong>para</strong> o Criador”.<br />

Ninguém lhe dirá que você está corrigido ou não. Porém, se você usou<br />

um desejo <strong>para</strong> se tornar mais “parecido com o Criador”, você fez a coisa<br />

certa.<br />

Doação (outorgamento): quali<strong>da</strong>de do Criador de <strong>da</strong>r sem pensar em<br />

Si. Essa é a quali<strong>da</strong>de que as criaturas (nós) precisam adquirir, com o<br />

propósito de se tornarem semelhantes a Ele e descobrí-Lo.<br />

Egoísmo: trabalhar <strong>para</strong> a auto-gratificação, não importando as necessi<strong>da</strong>des<br />

do sistema <strong>da</strong> Criação.<br />

Equivalência de forma: a forma (quali<strong>da</strong>de) do Criador é a doação (outorgamento);<br />

a forma <strong>da</strong> criatura é a recepção. Quando a pessoa aprende<br />

a receber com a intenção de doar, considera-se que ela igualou sua forma<br />

com o Criador: agora, ambos são doadores.<br />

fé: a quali<strong>da</strong>de de doar; percepção clara do Craidor.<br />

Haman: um dos nomes <strong>da</strong>do ao desejo de receber.<br />

Intenção: a direção na qual um desejo é usado — <strong>para</strong> si ou <strong>para</strong> o<br />

Criador.<br />

Kli (vaso): o sexto sentido; o desejo de receber com uma Masach (tela)<br />

sobre ele.<br />

Lei de Correção: estados em que as primeiras (e mais fáceis) partes<br />

são corrigi<strong>da</strong>s; depois, com a aju<strong>da</strong> delas, as partes mais difíceis são<br />

trabalha<strong>da</strong>s.<br />

Livre-arbítrio: escolha feita sem ser favorável a si próprio. Para ter livrearbítrio,<br />

a pessoa deve estar Acima do seu ego, na espirituali<strong>da</strong>de.<br />

Luz: Prazer, a força de doação que opera e preenche to<strong>da</strong> a reali<strong>da</strong>de.<br />

Luz Circun<strong>da</strong>nte: a Luz que brilha <strong>para</strong> preencher a Criação, bem como<br />

a Luz destina<strong>da</strong> a transformar o desejo egoísta em altuísta.<br />

Masach (tela): a capaci<strong>da</strong>de de rejeitar a Luz do Criador, se não for com<br />

o propósito de devolver a Ele.<br />

Mordechai: o desejo de doar.<br />

Moisés: o maior de todos os Cabalistas, e o grande Cabalista depois de<br />

Abraão. Escreveu a Tora (Pentateuco) e ensinou Cabalá a todos que


Glossário<br />

escutavam. Moisés é o ponto no coração em todos nós, o desejo pela<br />

espirituali<strong>da</strong>de.<br />

Mundo: veja Olam.<br />

nível: Veja Nível Espiritual.<br />

nível espiritual: capaci<strong>da</strong>de de receber uma certa quantia (e tipo) de<br />

prazer com a intenção de doar ao Criador.<br />

125 níveis: entre o Criador e a Criação existem cinco mundos, com<br />

cinco Partzufim em ca<strong>da</strong> mundo, e cinco Sefirot em ca<strong>da</strong> Partzuf. Se você<br />

multiplicar 5 mundos X 5 Patzufim X 5 Sefirot, obterá 125 níveis. Veja<br />

também nível espiritual, Sefirot.<br />

Olam (Mundo): existem cinco mundos entre o Criador e a criação—<br />

Adão Kadmon, Atzilut, Beria, Ietsira, e Assia. A palavra Olam se origina<br />

<strong>da</strong> palavra Haalama (<strong>Oculta</strong>ção). O nome Olam designa uma medi<strong>da</strong><br />

específica <strong>da</strong> ocultação <strong>da</strong> Luz do Criador em relação à Criação (nós).<br />

O Livro do Zohar: escrito por volta do século II d.C. pelo Rabino Shimon<br />

Bar-Yochai e seu grupo. é o livro fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> Cabalá. Ele foi oculatdo<br />

logo após ter sido escrito, e reapareceu no século XIII de posse do rabino<br />

Moshe de Leon. Provavemente por essa razão, existam eruditos que<br />

consideram Moshe de Leon como seu autor, embora o próprio Moshe<br />

de Leon tenha declarado que não escreveu o livro, mas sim o Rabino<br />

Shimon Bar-Yochai.<br />

Oração (prece): qualquer desejo é uma oração. Porém, uma oração respondi<strong>da</strong><br />

é um desejo a ser corrigido, <strong>para</strong> se tornar como o Criador. <strong>Um</strong>a<br />

oração é chama<strong>da</strong> “o trabalho no coração”.<br />

Partzuf (face): um Partzuf é uma estrutura completa de dez Sefirot, com<br />

uma Masach (tela) que pode determinar qual Sefira recebe, ou não, a<br />

Luz.<br />

Pessoa (neste mundo): significa que o desejo de receber está num estado<br />

de ocultação do Criador, sem nenhuma intenção de receber Dele ou de<br />

<strong>da</strong>r a Ele.<br />

Ponto no Coração: o ultimo nível na evolução do desejo humano, o<br />

desejo pela espirituali<strong>da</strong>de.<br />

Propósito <strong>da</strong> Criação: razão pela qual o Criador criou a Criação é <strong>para</strong><br />

que ela receba o prazer supremo: ser semelhante a Ele. Este é o propósito<br />

<strong>da</strong> Criação.<br />

191<br />

quatro fases <strong>da</strong> Luz Direta: os primeiros cinco estágios, raiz


192<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

(0)–4, por meio dos quais o Pensamento <strong>da</strong> Criação criou Malchut (o<br />

desejo de receber), a raiz de to<strong>da</strong>s as criações.<br />

Rabino Isaac Luria (o Santo Ari): grande Cabalista que viveu no século<br />

XVI, em Israel. Autor do livro A Árvore <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong>.<br />

Rabino Shimon Bar-Yochai (Rashbi): Autor do século II d.C., que escreveu<br />

O Livro do Zohar, texto fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> Cabalá. Rashbi foi o<br />

estu<strong>da</strong>nte e successor do Rabino Akiva, o grande Cabalista que ensinou<br />

“Amar ao próximo como a si mesmo”.<br />

Rabino Yehu<strong>da</strong> Ashlag: o último grande Cabalista (1884–1954).<br />

Conhecido como Baal HaSulam (Senhor <strong>da</strong> Esca<strong>da</strong>) por seu Sulam<br />

(Esca<strong>da</strong>), comentário sobre o O Livro doZohar.<br />

Raiz <strong>da</strong> Alma: o local <strong>da</strong> alma no sistema de Adão ha Rishon.<br />

Reali<strong>da</strong>de: parte <strong>da</strong> Luz do Criador que uma pessoa pode perceber, dependendo<br />

de sua estrutura interna. Por causa disso, a reali<strong>da</strong>de é sempre<br />

subjetiva.<br />

Reencarnação: to<strong>da</strong> vez que você dá um passo no crescimento espiritual.<br />

Se você se corrige intensamente, poderá experimentar muitas vi<strong>da</strong>s em<br />

questão de minutos.<br />

Reshimot: lembranças inconscientes dos estágios anteriores <strong>da</strong> alma.<br />

Santi<strong>da</strong>de: estado elevado em que você atribui tudo ao Criador. Você<br />

percebe que não há na<strong>da</strong> além Dele, e que você é como Ele em seus<br />

atributos.<br />

Sefirot: dez quali<strong>da</strong>des básicas <strong>da</strong> espirituali<strong>da</strong>de. Seus nomes são: Keter,<br />

Hochma, Bina, Chesed, Gevura, Tiferet, Netzach, Hod, Iesod, e Malchut.<br />

Algumas vezes, elas são dividi<strong>da</strong>s em cinco: Keter, Hochma, Bina, e Zeir<br />

Anpin, que inclui as Sefirot Chesed, Gevura, Tiferet, Netzach, Hod, e<br />

Iesod. A última Sefira é Malchut.<br />

Tela: veja Masach.<br />

Tetragrammaton: Em Grego, literalmente “palavra de quatro letras”.<br />

Designa o nome sagrado de Deus. Em Hebraico, ele é HaVaYaH (Yod,<br />

Hei, Vav, Hei), ou as Quatro Fases <strong>da</strong> Luz Direta.<br />

Tora: cinco livros de Moisés. A Tora significa “Luz”, bem como “instrução”.<br />

O texto <strong>da</strong> Tora contém as instruções <strong>para</strong> se receber to<strong>da</strong> a Luz do<br />

Criador, se você saber como ler ela corretamente. Atualmente, precisamos<br />

estu<strong>da</strong>r Cabalá <strong>para</strong> podermos compreendê-la corretamente.


Glossário<br />

Vergonha: é a sensação que Malchut tem por sua oposição em relação<br />

ao Criador. Quando Malchut percebe que ela só recebe, e que Ele só doa<br />

(à ela), ela fica tã envergonha<strong>da</strong> que pára de receber, e faz um Tzimtzum<br />

(restrição).<br />

Tzimtzum (Restrição): não receber Luz apesar de desejá-la. Quando<br />

Malchut descobre que ela é oposta ao Criador, a sua vergonha a faz <strong>para</strong>r<br />

de receber Sua Luz, embora ela tenha um grande desejo <strong>para</strong> isso.<br />

Yam Suf: o Mar Vermelho. O Livro do Zohar chama o Mar Vermelho “o<br />

Mar do Fim”, representando a fronteira final do ego. Depois do Yam Suf<br />

começa a espirituli<strong>da</strong>de.<br />

193


so b r e o bn e I ba r u c h<br />

Bnei Baruch é um grupo de Cabalistas em Israel, que dividem a sabedoria<br />

<strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> com todo o mundo. Os materiais de estudo em<br />

mais de 30 idiomas são baseados em textos autênticos de <strong>Cabala</strong><br />

que foram passados de geração a geração.<br />

HISTÓRIA E ORIGEM<br />

Em 1991 após a morte de seu professor, Rav Baruch Shalom HaLevi<br />

Ashlag (O Rabash), Michael Laitman estabeleceu um grupo de estudos<br />

de <strong>Cabala</strong> chamado “Bnei Baruch”. Laitman foi o melhor estu<strong>da</strong>nte do<br />

Rabash e também seu assistente pessoal e é reconhecido como o sucessor<br />

do Rabash em seu método de ensino.<br />

O Rabash era o primeiro filho e sucessor de Baal HaSulam (1884-<br />

1954), o grande Cabalista do Século XX. Baal HaSulam foi o notável<br />

autor do comentário mais compreensível do Livro do Zohar, intitulado de<br />

O Comentário do Sulam (Esca<strong>da</strong>). Ele foi o primeiro a revelar o método<br />

mais completo de ascensão espiritual.<br />

Hoje em dia o Bnei Baruch baseia todos os seus métodos de estudo no<br />

caminho pavimentado por estes dois grandes lideres espirituais.<br />

O MéTODO DE ESTUDO<br />

O inigualável método de estudo desenvolvido por Baal HaSulam e seu<br />

filho, o Rabash, é ensinado e aplicado diariamente pelo Bnei Baruch. Este<br />

método se apoia em recursos <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> autêntica, como o Livro do Zohar<br />

do Rabino Shimon Bar-Yochai, A árvore <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong> do Ari, e O Estudo dos<br />

Dez Sefirot de Baal HaSulam.<br />

Enquanto o estudo se am<strong>para</strong> em recursos <strong>da</strong> autêntica <strong>Cabala</strong>, é


Sobre Bnei Baruch<br />

conduzido em uma linguagem simples e científica com uma abor<strong>da</strong>gem<br />

contemporânea. O desenvolvimento desta abor<strong>da</strong>gem fez do Bnei Baruch<br />

uma organização respeita<strong>da</strong> internacionalmente, tanto em Israel como<br />

em todo o mundo.<br />

Esta união única entre método acadêmico de estudo e experiências<br />

pessoais aumenta as perspectivas dos estu<strong>da</strong>ntes e concede a eles uma<br />

nova perspectiva <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de em que vivem. As ferramentas necessárias<br />

<strong>para</strong> o estudo de si próprio e de sua reali<strong>da</strong>de, são <strong>da</strong><strong>da</strong>s àqueles que estão<br />

no caminho espiritual.<br />

A MEnSAGEM<br />

Bnei Baruch é um movimento diversificado com centenas de milhares<br />

de estu<strong>da</strong>ntes ao redor do mundo. A essência <strong>da</strong> mensagem dissemina<strong>da</strong><br />

pelo Bnei Baruch é universal: a uni<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s pessoas, a uni<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s nações e<br />

o amor ao ser humano.<br />

Por milênios, Cabalistas tem ensinado que o amor ao homem deveria<br />

ser a fun<strong>da</strong>ção de to<strong>da</strong>s as relações humanas. Este amor prevalecia nos<br />

dias de Abraham e o grupo que ele estabeleceu. Se nós criarmos um espaço<br />

<strong>para</strong> este “tempero”, valores ain<strong>da</strong> contemporâneos, nós iremos descobrir<br />

que possuímos o poder de colocar as diferenças de lado e unirmos.<br />

A sabedoria <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>, oculta por milênios, esperou por todo este<br />

tempo até que nós fossemos suficientemente desenvolvidos e aptos a<br />

receber sua mensagem. Agora ela esta emergindo como uma solução<br />

que pode unir diversas facções em to<strong>da</strong>s as partes, nos permitindo, como<br />

indivíduos e como uma socie<strong>da</strong>de, adequar-nos aos desafios dos dias de<br />

hoje.<br />

ATIVIDADES<br />

Bnei Baruch foi cria<strong>da</strong> sob a premissa de que “apenas pela expansão <strong>da</strong><br />

sabedoria <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> <strong>para</strong> o público pode o mundo ser salvo <strong>da</strong> extinção”<br />

(Baal Ha Sulam)<br />

Assim, Bnei Baruch oferece uma varie<strong>da</strong>de de modos pelos quais as<br />

pessoas podem explorar a natureza e suas vi<strong>da</strong>s, fornecendo orientação<br />

195


196<br />

<strong>Um</strong> GU i a Pa r a a Sa b e d o r i a oc U lta<br />

cui<strong>da</strong>dosa <strong>para</strong> ambos os principianres assim como <strong>para</strong> os estu<strong>da</strong>ntes<br />

avançados.<br />

TELEVISÃO<br />

O Bnei Baruch fundou uma empresa de produção, ARI Filmes (www.<br />

arifilms.tv) especializado em produção de programas educacionais <strong>para</strong><br />

TV em todo o mundo, e em várias línguas.<br />

Em Israel, o Bnei Baruch estabelece seu próprio canal, que vai ao ar<br />

através de TV a Cabo e Satélite 24/7. To<strong>da</strong>s as transmissões do canal são<br />

gratuitas. Programas são a<strong>da</strong>ptados <strong>para</strong> todos os níveis, desde iniciantes<br />

até mais avançados.<br />

InTERnET<br />

O website do Bnei Baruch, www.kab.<strong>info</strong>, apresenta a sabedoria <strong>da</strong> autêntica<br />

<strong>Cabala</strong>, usando ensaios, livros e textos originais. Sendo hoje a<br />

maior e mais extensa fonte de material Cabalístico na rede, há uma completa<br />

biblioteca <strong>para</strong> que os leitores possam explorar detalha<strong>da</strong>mente a<br />

sabedoria <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>. Disponível em vários idiomas, inclusive o Português<br />

em www.kabbalah.<strong>info</strong>/brazilkab.<br />

O Centro de Aprendizado online do Bnei Baruch oferece aulas gratuitas<br />

de <strong>Cabala</strong> <strong>para</strong> iniciantes, iniciando os estu<strong>da</strong>ntes em um amplo<br />

campo de conhecimento no conforto de suas casas.<br />

O Canal de TV Bnei Baruch vai ao ar por Internet no www.kab.tv,<br />

oferecendo entre outros programas, as aulas diárias do Prof. Laitman<br />

com textos completos e diagramas. Todos estes serviços são oferecidos<br />

gratuitamente.<br />

LIVROS<br />

Bnei Baruch publica livros autênticos de <strong>Cabala</strong>. Estes livros são essenciais<br />

<strong>para</strong> um completo entendimento <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong> autêntica, explicado<br />

nas aulas do Prof. Laitman.


Sobre Bnei Baruch<br />

Laitman escreve seus livros de uma forma clara, em estilo contemporâneo,<br />

baseados nos conceitos de Baal HaSulam. Estes livros são vitais<br />

<strong>para</strong> uma conexão entre os leitores dos dias de hoje e os textos originais.<br />

Todos estes livros estão disponíveis <strong>para</strong> ven<strong>da</strong> no www.kabalahbooks.<strong>info</strong>,<br />

bem como <strong>para</strong> download gratuito. Alguns já foram traduzidos<br />

<strong>para</strong> o Português e se encontram disponíveis no site<br />

www.kabbalah.<strong>info</strong>/brazilkab.<br />

fUnDOS<br />

O Bnei Baruch é uma organização de ensino e compartilhamento <strong>da</strong><br />

sabedoria <strong>da</strong> <strong>Cabala</strong>. Para manter sua independência e pureza de intenções,<br />

o Bnei Baruch não é financiado e de nenhuma maneira vinculado<br />

à nenhuma organização governamental e ou organização política.<br />

já que o volume de suas ativi<strong>da</strong>des é proporciona<strong>da</strong> gratuitamente,<br />

os recursos primários <strong>para</strong> as ativi<strong>da</strong>des de grupos são doações e dízimos,<br />

contribuições de estu<strong>da</strong>ntes com base voluntária e os livros do Laitman<br />

que são vendidos ao preço de custo.<br />

197

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