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Astro<strong>no</strong>mia Geral 101<br />
também, e sobretudo, ao estado moral de habitação desses mundos e ao grau que<br />
ocupam na hierarquia universal dos seres. Ali a criação se mostra em toda a sua<br />
majestade, criando e propagando em tor<strong>no</strong> de todo o mundo solar — e em cada<br />
um dos sistemas que o rodeiam de todas as partes — as manifestações da vida e<br />
da inteligência.<br />
35. Dessa forma, conhece-se a posição ocupada pelo <strong>no</strong>sso Sol ou pela Terra<br />
<strong>no</strong> mundo das estrelas. Essas considerações ainda ganharão maior peso se<br />
refl etirmos sobre a situação da própria Via Láctea que, na imensidão das criações<br />
siderais, não representa mais do que um ponto insensível e inapreciável, vista de<br />
longe, uma vez que ela não é mais que uma nebulosa estelar, como as que existem<br />
aos milhões <strong>no</strong> Espaço! Se ela <strong>no</strong>s parece mais vasta e mais rica do que as outras,<br />
é pela única razão de que ela <strong>no</strong>s rodeia, e se desenvolve em toda a sua extensão<br />
sob os <strong>no</strong>ssos olhos, enquanto que as outras, perdidas nas profundezas insondáveis,<br />
mal se deixam entrever.<br />
36. Ora, sabendo-se que a Terra não é nada, ou quase nada <strong>no</strong> sistema solar;<br />
que este também não é nada, ou quase nada na Via Láctea; que esta, por sua<br />
vez, não é nada, ou quase nada na universalidade das galáxias e que esta própria<br />
universalidade é bem pouca coisa dentro do imenso infi nito, começaremos a compreender<br />
o que é o globo terrestre.<br />
As estrelas fi xas<br />
37. As estrelas de<strong>no</strong>minadas fi xas, e que constelam os dois hemisférios do<br />
fi rmamento, não estão afastadas, como geralmente se supõe, de qualquer infl uência<br />
gravi tacional; ao contrário, todas elas pertencem a um mesmo agrupamento de<br />
astros estelares. Este agrupamento não é outro senão a grande nebulosa da qual<br />
fazemos parte, cujo pla<strong>no</strong> equatorial, projetado <strong>no</strong> céu, recebeu o <strong>no</strong>me de Via<br />
Láctea. Todos os sóis que a constituem são solidários, suas múltiplas infl uências<br />
reagem perpetuamente umas sobre as outras e a gravitação universal os reúne em<br />
uma mesma família.<br />
38. Entre esses diversos sóis, a maioria está, como o <strong>no</strong>sso, cercada de mundos<br />
secundários, que eles iluminam e fecundam pelas mesmas leis que presidem<br />
a vida <strong>no</strong> <strong>no</strong>sso sistema planetário. Uns, como Sírio, são milhares de vezes mais<br />
magnífi cos em tamanho e em riquezas que o <strong>no</strong>sso, e o papel que desempenham<br />
<strong>no</strong> Universo é muito mais importante, do mesmo modo são cercados por planetas<br />
em grande número e superiores aos <strong>no</strong>ssos. Outros são muito diferentes por suas<br />
funções astrais. É assim que um certo número desses sóis, verdadeiros gêmeos da<br />
ordem sideral, são acompanhados pelos seus irmãos da mesma idade, e formam,<br />
<strong>no</strong> espaço, sistemas binários, aos quais a natureza deu funções inteiramente diversas<br />
das que cabem ao <strong>no</strong>sso Sol. Lá, os a<strong>no</strong>s não são medidos pelos mesmos<br />
períodos, nem os dias pelos mesmos sóis, e esses mundos, iluminados por uma<br />
dupla luz, receberam em partilha condições de existência inimagináveis para os que<br />
ainda não saíram deste pequeni<strong>no</strong> mundo terrestre.