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A Gênese - Evangelho no Lar

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44<br />

Capítulo I<br />

instruções a seus fi lhos, se eles não as seguem? Por que Deus faria me<strong>no</strong>s que<br />

um pai de família? Por que ele não enviaria aos homens, de tempos em tempos,<br />

mensageiros especiais encarregados de lhes lembrar os deveres, de os reconduzir<br />

ao bom caminho, quando dele se afastam? de abrir os olhos da inteligência aos que<br />

os trazem fechados, assim como os homens mais adiantados enviam missionários<br />

aos selvagens e aos bárbaros?<br />

Os espíritos só ensinam a moral do Cristo, pela simples razão de que não há<br />

outra melhor. Mas, então, de que serve o seu ensi<strong>no</strong>, se eles apenas dizem o que sabemos?<br />

O mesmo se poderia afi rmar da moral do Cristo que foi ensinada, quinhentos<br />

a<strong>no</strong>s antes dele, por Sócrates 21 e Platão 22 e em termos quase idênticos; e de todos os<br />

moralistas que repetem a mesma coisa em todos os tons e sob todas as formas. Pois<br />

bem! os espíritos vêm, muito simplesmente, aumentar o número dos moralistas, com<br />

a diferença de que, manifestando-se por toda parte, fazem-se ouvir tanto na choupana<br />

como <strong>no</strong> palácio, tanto pelos ig<strong>no</strong>rantes como pelos instruídos.<br />

O que o ensi<strong>no</strong> dos espíritos acrescenta à moral do Cristo é o conhecimento<br />

dos princípios que tornam a ligar os mortos e os vivos, que completam as <strong>no</strong>ções<br />

vagas que ele tinha dado da alma, do seu passado e do seu futuro, e que dão por<br />

sanção à sua Doutrina as próprias leis da natureza. Com o auxílio das <strong>no</strong>vas luzes<br />

trazidas pelo Espiritismo e pelos espíritos, o homem compreende a solidariedade<br />

que une todos os seres; a caridade e a fraternidade tornam-se uma necessidade<br />

social; ele faz por convicção o que só fazia por dever, e o faz melhor.<br />

No momento em que os homens praticarem a moral do Cristo, e somente aí, é<br />

que poderão dizer que não precisam mais de moralistas encarnados ou desencarnados,<br />

mas, então, Deus também não os enviará mais.<br />

57. Uma das questões mais importantes, dentre as colocadas <strong>no</strong> início deste<br />

capítulo, é a seguinte: Qual a autoridade da revelação espírita, já que ela emana de<br />

seres de limitadas luzes e que não são infalíveis?<br />

A objeção seria grave se essa revelação só consistisse <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> dos espíritos,<br />

se devêssemos recebê-la exclusivamente deles e aceitá-la de olhos fechados.<br />

Porém, ela fi ca sem valor, desde o momento em que o homem participa dessa<br />

revelação com o concurso da sua inteligência e do seu julgamento, e os espíritos<br />

se limitam a dar indicações das deduções que ele pode tirar da observação dos<br />

fatos. Ora, as manifestações, e suas inúmeras modalidades, são fatos; o homem<br />

os estuda para lhes encontrar a lei, sendo auxiliado nesse trabalho por espíritos de<br />

todas as categorias que são antes colaboradores que reveladores, <strong>no</strong> sentido usual<br />

da palavra. O homem submete as declarações dos espíritos ao controle da lógica e<br />

do bom senso, dessa maneira ele se benefi cia dos conhecimentos especiais que os<br />

espíritos devem à posição que ocupam, sem abdicar do uso da sua própria razão.<br />

21 Sócrates: ilustre fi lósofo grego (Ática, 470 - Atenas, 399 a.C.), dedicou-se ao estudo moral do homem.<br />

Acusado de impiedade, foi preso e condenado a envenenar-se bebendo cicuta. (N.T.)<br />

22 Platão: fi lósofo grego, discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles (Atenas, 428 ou 427 a.C. - idem,<br />

348 ou 347 a.C.). Escreveu os Diálogos, através dos quais os dados a respeito da personalidade e da fi losofi a<br />

de Sócrates chegaram até nós. (N.T.)

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