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A Gênese - Evangelho no Lar

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O Bem e o Mal 65<br />

O instinto é a força oculta que incita os seres orgânicos a atos espontâneos e<br />

involuntários, tendo em vista a sua conservação. Nos atos instintivos não há nem<br />

refl exão, nem intenção, nem premeditação. É assim que a planta busca o ar, se<br />

volta para a luz e dirige suas raízes para a água e para a terra nutriente; que a fl or<br />

se abre e se fecha alternadamente, conforme necessário; que as plantas trepadeiras<br />

se enroscam em tor<strong>no</strong> do apoio, ou se prendem com suas gavinhas. É pelo<br />

instinto que os animais são advertidos do que lhes é útil ou <strong>no</strong>civo; que se dirigem,<br />

conforme as estações, para os climas propícios; que constroem, sem receberem<br />

nenhum ensinamento, com mais ou me<strong>no</strong>s arte, segundo as espécies, leitos macios<br />

e abrigos para as suas crias, armadilhas para prender a presa de que se nutrem. É<br />

assim também que manejam habilmente as armas ofensivas e defensivas de que<br />

são providos. É ainda pelo instinto que os sexos se aproximam, que a mãe protege<br />

seus fi lhotes e que estes procuram o seio mater<strong>no</strong>.<br />

No homem, o instinto domina exclusivamente <strong>no</strong> começo da vida; é por instinto<br />

que a criança faz seus primeiros movimentos, que agarra seu alimento, que<br />

grita para exprimir as suas necessidades, que imita o som da voz, que tenta falar e<br />

andar. No próprio adulto, certos atos são instintivos, como os movimentos espontâneos<br />

para evitar um risco, para fugir a um perigo, para manter o equilíbrio, ou ainda<br />

o piscar das pálpebras para regular o brilho da luz, o abrir automático da boca para<br />

respirar, etc.<br />

12. A inteligência se revela por atos voluntários, refl etidos, premeditados e<br />

calculados, segundo a oportunidade das circunstâncias. É incontestavelmente um<br />

atributo exclusivo da alma.<br />

Todo ato maquinal é instintivo, aquele que de<strong>no</strong>ta refl exão e intenção é inteligente.<br />

Um é livre, o outro não é.<br />

O instinto é um guia seguro, que não se engana jamais. A inteligência, só<br />

porque é livre, está, por vezes, sujeita ao erro.<br />

Se o ato instintivo não tem o caráter do ato inteligente, ele revela, não obstante,<br />

uma causa inteligente, essencialmente previdente. Se admitirmos que o instinto<br />

procede da matéria, é preciso admitir que a matéria é inteligente, por certo mais<br />

inteligente e previdente do que a alma, uma vez que o instinto não se engana, mas<br />

a inteligência sim.<br />

Se considerarmos o instinto uma inteligência rudimentar, como explicar que,<br />

em certos casos, ele seja superior à inteligência que raciocina? Que ele dê a possibilidade<br />

de executar coisas que ela não pode realizar?<br />

Se ele é atributo de um princípio espiritual especial, que vem a ser esse princípio?<br />

Visto que o instinto desaparece, esse princípio seria então destruído? Se os<br />

animais são dotados apenas de instinto, seu desti<strong>no</strong> é sem solução; seus sofrimentos<br />

não têm nenhuma compensação, o que estaria em desacordo com a justiça e<br />

com a bondade de Deus.<br />

13. Segundo uma outra teoria, o instinto e a inteligência teriam um único e<br />

mesmo princípio. Atingindo um certo grau de desenvolvimento, esse princípio, que

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