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Aleister Crowley - Download de livros sobre magia, ocultismo ...

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Contudo, as superstições realmente primitivas não po<strong>de</strong>m ser explicadas com tal<br />

simplicida<strong>de</strong>. Parece mais provável que tenham se originado do hábito não-científico<br />

(extremamente comum entre os homens <strong>de</strong> ciência) <strong>de</strong> generalizar a partir <strong>de</strong> fatos em<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>masiadamente pequena. Po<strong>de</strong>ria acontecer, por acaso, que, em meia dúzia<br />

<strong>de</strong> ocasiões <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um curto período, um caçador, caminhando sob lua cheia, fosse<br />

morto. A velha falácia do post hoc propter hoc viria à tona, e o povoado diria: ‒ “Traz<br />

<strong>de</strong>sgraça ir caçar na lua cheia”. Isto ganharia força ao ser repetido através das gerações<br />

em função da preguiça mental e não sofreria qualquer transtorno porque o tabu tornaria<br />

improvável a recorrência da coincidência original. Se, entretanto, algo similar ocorresse<br />

na lua nova haveria uma nova superstição, e logo haveria um completo nexo do tabu em<br />

relação à lua.<br />

Um caso recente. O falecido Sr. S.L. Mathers publicou em 1898/1899 a tradução<br />

<strong>de</strong> um manuscrito intitulado The Sacred Magic of Abramelin the Mage 18 numa pequena<br />

edição privada. Algumas centenas <strong>de</strong> pessoas o compraram. Um grupo <strong>de</strong> compradores<br />

em especial, sob a observação pessoal <strong>de</strong> Mathers, foi todo, ou quase todo, atingido pela<br />

<strong>de</strong>sgraça. Dentro <strong>de</strong> um ano as pessoas diziam que era terrivelmente perigoso ter o tal<br />

livro na prateleira da estante.<br />

Resistiria esta teoria ao exame estatístico? Quem po<strong>de</strong>ria dizê-lo? Mas,<br />

suficientemente curioso, em 1938 E.V., um exemplar <strong>de</strong>scurado foi retirado <strong>de</strong> seu<br />

escon<strong>de</strong>rijo numa prateleira obscura. Imediatamente, ocorreram <strong>de</strong>sastres à maioria das<br />

pessoas envolvidas, e àquelas com as quais estas estavam em relação estreita. Post hoc<br />

propter hoc. Mas quem po<strong>de</strong> ter certeza?<br />

AS CARTAS DO TARÔ COMO SERES VIVOS<br />

A ciência vitoriana, inflamada com sua vitória <strong>sobre</strong> o <strong>sobre</strong>naturalismo, estava<br />

absolutamente certa ao <strong>de</strong>clarar o incomensurável “fora dos limites”. Tinha o direito<br />

<strong>de</strong> fazê-lo no campo técnico e constituiu uma necessida<strong>de</strong> estratégica <strong>de</strong> sua ofensiva,<br />

mas ela tolheu a si mesma limitando seu alcance. Fez-se vulnerável aos ataques mais<br />

letais da filosofia. Então, especialmente a partir do ângulo da física matemática, suas<br />

próprias generalida<strong>de</strong>s traíram seu dogmatismo. A essência da ciência atualmente é bem<br />

mais misteriosa do que as mais nebulosas especulações <strong>de</strong> Leibnitz, Spinoza ou Hegel;<br />

a mo<strong>de</strong>rna <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> matéria lembra as pessoas irresistivelmente da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong><br />

espírito dada por místicos como Ruysbroek, Boehme e Molinos. A i<strong>de</strong>ia do universo na<br />

mente <strong>de</strong> um matemático mo<strong>de</strong>rno é uma singular reminiscência dos <strong>de</strong>svarios <strong>de</strong><br />

William Blake.<br />

18 O título completo é The Book of the Sacred Magic of Abramelin the Mage, (O Livro da Magia Sagrada<br />

<strong>de</strong> Abramelin, o Mago) publicado no Brasil por esta editora (NT).<br />

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