JUIZ SUSPEITO - NULIDADE. É nula a sentença proferida no ...
JUIZ SUSPEITO - NULIDADE. É nula a sentença proferida no ...
JUIZ SUSPEITO - NULIDADE. É nula a sentença proferida no ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Acórdão<br />
1a Turma<br />
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL<br />
JUSTIÇA DO TRABALHO<br />
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO<br />
Gab Des Mery Bucker Caminha<br />
Av. Presidente Antonio Carlos,251 6o andar - Gab.49<br />
Castelo Rio de Janeiro 20020-010 RJ<br />
PROCESSO: 0001378-28.2010.5.01.0053 - RO<br />
<strong>JUIZ</strong> <strong>SUSPEITO</strong> - <strong>NULIDADE</strong>. <strong>É</strong><br />
<strong>nula</strong> a <strong>sentença</strong> <strong>proferida</strong> <strong>no</strong><br />
período compreendido entre a data<br />
que o próprio julgador declarou<br />
sua suspeição e a respectiva<br />
reconsideração.<br />
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de Recurso Ordinário,<br />
em que figuram como recorrente, JOS<strong>É</strong> GERALDO REIS SANTOS, e como<br />
recorridos, I) PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. PETROBRÁS, II) FUNDAÇÃO<br />
PETROBRÁS DE SEGURIDADE SOCIAL - PETROS.<br />
Inconformado com a r. <strong>sentença</strong> <strong>proferida</strong> pela MM. 53ª Vara do<br />
Trabalho do Rio de Janeiro, da lavra da ilustre Juíza JULIANA RIBEIRO<br />
CASTELLO BRANCO, às fls.913/916, complementada às fls. 948/949, que julgou<br />
improcedente o pedido, interpõe o reclamante recurso ordinário às fls. 953/1035.<br />
Argui, preliminarmente, a nulidade da decisão por cerceio de defesa<br />
ante o indeferimento da prova pericial. Aduz, ainda, que a <strong>sentença</strong> é <strong>nula</strong><br />
porquanto proferido por juiz que se declara suspeito em relação à advogada do autor<br />
e, também, por negativa da prestação jurisdicional, por entender que as omissões<br />
contidas na <strong>sentença</strong> não foram sanadas, apesar da oposição de embargos de<br />
declaração.<br />
No mérito, sustenta, em síntese, que a primeira reclamada<br />
implementou pla<strong>no</strong> de<strong>no</strong>minado de repactuação que consistia, em apertada síntese,<br />
na alteração de artigos do Regulamento do Pla<strong>no</strong> de Benefícios bisando equacionar<br />
deficits que poderiam levar a PETROS a estado de insolvência.<br />
Alega que as alterações não foram explicitamente divulgadas e que o<br />
Sindicato do Rio de Janeiro não participou do processo de repactuação.<br />
Reitera que os participantes não tiveram conhecimento do Termo de<br />
20319 1
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL<br />
JUSTIÇA DO TRABALHO<br />
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO<br />
Gab Des Mery Bucker Caminha<br />
Av. Presidente Antonio Carlos,251 6o andar - Gab.49<br />
Castelo Rio de Janeiro 20020-010 RJ<br />
PROCESSO: 0001378-28.2010.5.01.0053 - RO<br />
Re-Ratificação, do Acordo de Obrigações Recíprocas e da transação judicial<br />
realizada pela FUP (Federação Única dos Petroleiros) .<br />
Argumenta que a principal alteração promovida pela re-pactuação foi a<br />
troca do indexador do reajuste de benefício global (INSS + suplementação da<br />
Petros) que deixaria de ser reajustado pelos mesmos índices dos empregados da<br />
ativa e passariam a ser corrigidos pelo IPCA. (Indice de Preços ao Consumidor<br />
Amplo).<br />
Pondera que jamais foi informado aos participantes a possibilidade de<br />
adoção unilateral pela PETROS de um <strong>no</strong>vo índice em caso de extinção do IPCA.<br />
Custas recolhidas e comprovadas a fls. 1041.<br />
Contrarrazões da primeira reclamada às fls.1047/1070, sem<br />
preliminares e, <strong>no</strong> mérito, prestigiando a decisão de origem.<br />
Contrarrazões da segunda reclamada às fls. 1071/1082 re<strong>no</strong>vando a<br />
preliminar de incompetência da Justiça do Trabalho, e, se ultrapassada, <strong>no</strong> mérito,<br />
protestando pela manutenção da <strong>sentença</strong> e aplicação da pena por litigância de má-<br />
fé.<br />
<strong>É</strong> o relatório.<br />
V O T O<br />
DO CONHECIMENTO<br />
legais de admissibilidade.<br />
Conheço do recurso do reclamante, por observados os pressupostos<br />
DA PRELIMINAR DE SUSPEIÇÃO<br />
O reclamante alega que a <strong>sentença</strong> é <strong>nula</strong>, porquanto <strong>proferida</strong> por<br />
juíza suspeita em relação à sua advogada.<br />
Assiste razão ao reclamante.<br />
O autor alega que a <strong>sentença</strong> é <strong>nula</strong>, porquanto <strong>proferida</strong> por juíza que<br />
declarou sua suspeição em relação à sua advogada.<br />
Opostos embargos declaratórios às fls. 920/928, foi proferido o<br />
20319 2
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL<br />
JUSTIÇA DO TRABALHO<br />
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO<br />
Gab Des Mery Bucker Caminha<br />
Av. Presidente Antonio Carlos,251 6o andar - Gab.49<br />
Castelo Rio de Janeiro 20020-010 RJ<br />
PROCESSO: 0001378-28.2010.5.01.0053 - RO<br />
respeitável despacho de fls. 929, verso, <strong>no</strong> qual a ilustre juíza declara ter<br />
reconsiderado a suspeição <strong>no</strong> dia 02.05.2011 (vide fls. 930) véspera da data em<br />
que foi protocolizada a peça de embargos de declaração.<br />
Ora, se <strong>no</strong> dia 12.04.2011 (vide fls. 929) a ilustre prolatora da decisão<br />
recorrida declarou sua suspeição em relação à advogada Caroline de Mello Silva<br />
Temo, que patrocina o autor e, em 02.05.2011 reconsiderou tal suspeição, forçoso<br />
concluir que a <strong>sentença</strong> de fls. 913/916, publicada em 27.04.2011, foi <strong>proferida</strong> <strong>no</strong><br />
período em que persistia a suspeição, o que implica na sua nulidade.<br />
Desta forma, acolhe-se a preliminar arguida pelo autor para declarar a<br />
nulidade dos atos decisórios proferidos a partir de fls. 913, inclusive, determinando-<br />
se o retor<strong>no</strong> dos autos à Vara do Trabalho de origem para que seja <strong>proferida</strong> outra<br />
decisão, conforme entender de direito.<br />
Dou provimento.<br />
A C O R D A M os Desembargadores que compõem a Primeira Turma<br />
do Tribunal Regional do Trabalho da Primeira Região, por unanimidade, conhecer<br />
do recurso do reclamante, acolher a preliminar de nulidade da <strong>sentença</strong><br />
<strong>proferida</strong> por juíza que se declarou suspeita em relação à advogada do<br />
reclamante, restando prejudicado o exame das demais questões do recurso,<br />
<strong>no</strong>s termos da fundamentação.<br />
cm/mbc/tcl<br />
Rio de Janeiro, 18 de outubro de 2011.<br />
Desembargadora Federal do Trabalho Mery Bucker Caminha<br />
Relatora<br />
20319 3