Relações de causa e efeito no diagrama da estratégia do ... - ABEPRO
Relações de causa e efeito no diagrama da estratégia do ... - ABEPRO
Relações de causa e efeito no diagrama da estratégia do ... - ABEPRO
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
XXIV Encontro Nac. <strong>de</strong> Eng. <strong>de</strong> Produção - Florianópolis, SC, Brasil, 03 a 05 <strong>de</strong> <strong>no</strong>v <strong>de</strong> 2004<br />
qual seja, explicitar as hipóteses estratégicas na forma <strong>de</strong> relações <strong>causa</strong>is. Elas representam a<br />
intenção estratégica <strong>do</strong> planeja<strong>do</strong>r. Portanto, a discussão <strong>de</strong> <strong>causa</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> proposta por Pace e<br />
Basso (2001), conduzi<strong>da</strong> rigorosamente pelos princípios <strong>da</strong> <strong>causa</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> científica, aponta<br />
falhas <strong>no</strong> mecanismo <strong>de</strong> <strong>causa</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> proposto por Kaplan & Norton (1997) mas não apontam<br />
ausência <strong>de</strong> finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> mesma, pelo contrário, o reconhecem, quan<strong>do</strong> afirmam que a<br />
<strong>causa</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> proposta por Kaplan e Norton é na reali<strong>da</strong><strong>de</strong> uma relação <strong>de</strong> finali<strong>da</strong><strong>de</strong>, usa<strong>da</strong><br />
quan<strong>do</strong> se acredita que uma ação é o meio para atingir o fim, e o fim e aquela crença<br />
provocam a ação. Um <strong>do</strong>s objetivos <strong>do</strong>s mapas estratégicos <strong>do</strong> Balanced Scorecard é<br />
representar graficamente a <strong>estratégia</strong>, ten<strong>do</strong> como objetivo explícito comunicá-la a to<strong>do</strong>s os<br />
níveis <strong>da</strong> organização (KAPLAN e NORTON, 2004) e produzirem o comportamento alinha<strong>do</strong><br />
para a sua implementação.<br />
Olve et al (1999), consi<strong>de</strong>ram que um <strong>do</strong>s mais importantes aspectos <strong>do</strong> <strong>diagrama</strong> <strong>de</strong> <strong>causa</strong> e<br />
<strong>efeito</strong> é o seu papel <strong>de</strong> aprendiza<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>estratégia</strong>, e seu papel na criação <strong>de</strong> uma organização<br />
<strong>de</strong> aprendiza<strong>do</strong>. O próprio Richmond (2001) reconhece a importância <strong>do</strong> digrama <strong>da</strong><br />
<strong>estratégia</strong> <strong>no</strong> cumprimento <strong>de</strong>ste papel <strong>de</strong> organização <strong>de</strong> aprendiza<strong>do</strong>, mas propõe melhorias<br />
na forma <strong>de</strong> representação gráfica <strong>de</strong>stas relações <strong>de</strong> <strong>causa</strong>-<strong>efeito</strong>. Entre as funções <strong>do</strong> mapa<br />
estratégico está implementar conceitos <strong>da</strong> organização <strong>de</strong> aprendiza<strong>do</strong>, pois a utilização <strong>da</strong>s<br />
regras <strong>de</strong> <strong>causa</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> explicitam o conhecimento estratégico e os mo<strong>de</strong>los mentais <strong>do</strong>s<br />
planeja<strong>do</strong>res (Senge, 2000) e permite a discussão e questionamento aberto, geran<strong>do</strong> o<br />
<strong>de</strong>seja<strong>do</strong> aprendiza<strong>do</strong> organizacional (GARVIN, 1993).<br />
O pla<strong>no</strong> estratégico é em última análise um conjunto <strong>de</strong> hipóteses estratégicas na forma <strong>de</strong> um<br />
to<strong>do</strong> coerente e inter-relaciona<strong>do</strong>, que contém relações <strong>de</strong> <strong>causa</strong> e <strong>efeito</strong> explícitas (<strong>no</strong> caso <strong>da</strong><br />
representação <strong>da</strong> <strong>estratégia</strong> em uma forma gráfica como a preconiza<strong>da</strong> pelo BSC) ou<br />
implícitas (quan<strong>do</strong> as relações <strong>de</strong> <strong>causa</strong> e <strong>efeito</strong> não estão representa<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma clara para os<br />
não participantes <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> sua elaboração). O conhecimento <strong>de</strong> quais são as relações <strong>de</strong><br />
<strong>causa</strong> e <strong>efeito</strong> que funcionam e em qual contexto funcionam, representam um patrimônio <strong>de</strong><br />
conhecimentos <strong>do</strong> planeja<strong>do</strong>r, obti<strong>do</strong>s ou pela experiência e vivência profissional, ou através<br />
<strong>de</strong> exemplos <strong>de</strong> referência, ou com base em teorias bem fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong>s. Este acervo <strong>de</strong><br />
conhecimentos <strong>da</strong>s regras e mecanismos <strong>de</strong> <strong>causa</strong> e <strong>efeito</strong> e sua funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> em contextos<br />
varia<strong>do</strong>s constituem a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um gestor estratégico e o reconhecimento <strong>de</strong>sta quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>fine o seu valor <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>.<br />
Um mapa estratégico representa<strong>do</strong> <strong>no</strong>s mol<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s <strong>diagrama</strong>s <strong>da</strong> <strong>estratégia</strong> <strong>do</strong> BSC explicita<br />
conceitos, experiências e crenças <strong>do</strong> estrategista, e a competência <strong>do</strong> estrategista será também<br />
medi<strong>da</strong> pela efetiva implementação <strong>da</strong> <strong>estratégia</strong>, confirman<strong>do</strong> o conceito <strong>de</strong> que<br />
“competência só se me<strong>de</strong> em ação” (RUAS, 2001).<br />
O Balanced Scorecard na reali<strong>da</strong><strong>de</strong> faz uma integração <strong>do</strong> planejamento <strong>de</strong> curto, médio e<br />
longo prazo, pois os objetivos estratégicos representam tipicamente o médio e o longo prazo,<br />
enquanto os processos, projetos e pla<strong>no</strong>s <strong>de</strong> ação representam o curto prazo. De qualquer<br />
forma, a crítica <strong>de</strong> Richmond (2001) viabiliza uma importante melhoria na representação <strong>do</strong><br />
mapa estratégico <strong>do</strong> BSC, qual seja, a exigência <strong>de</strong> um eixo <strong>de</strong> representação temporal. A<br />
presença <strong>de</strong>ste eixo temporal permitiria representar os <strong>de</strong>lay reconheci<strong>da</strong>mente presentes <strong>no</strong>s<br />
<strong>diagrama</strong>s, e assim melhor comunicar a <strong>estratégia</strong>, além <strong>de</strong> ser um importante guia na<br />
elaboração <strong>do</strong> orçamento anual.<br />
Referências<br />
AKAO, Yoji. Des<strong>do</strong>bramento <strong>da</strong>s Diretrizes para o Sucesso <strong>do</strong> TQM. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.<br />
BARTLETT, Gary. Systemic Thinking: a simple technique for gaining systemic focus. International Conference<br />
on Thinking – Breakthroughs 2001.<br />
ENEGEP 2004 <strong>ABEPRO</strong> 3395