DE 4771 : Plano 48 : 1 : P.gina 1 - Diário Económico
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Augusto Mateus,<br />
professor<br />
catedrático<br />
do ISEG<br />
“Somos um país que não cresce<br />
há dez anos e para voltar a<br />
crescer é preciso investir, mas o<br />
país precisa de investimento com<br />
prioridades. Os investimentos de<br />
paixão puseram-nos a fazer os<br />
estádios de futebol.”<br />
Pedro de Almeida<br />
Gonçalves,<br />
CEO da Soares<br />
da Costa<br />
“As dificuldades de estruturação<br />
edeexecuçãodoscontratos<br />
de parcerias público-privadas não<br />
são técnico-jurídicas,<br />
técnico-económicas<br />
ou técnico-financeiras. Não.<br />
São ideológicas.”<br />
João Paulo Dias<br />
Rui Horta e Costa,<br />
CEO da Astérion,<br />
Consórcio<br />
Português<br />
de Aeroportos<br />
“O aeroporto do Porto fez um<br />
investimento que não conseguiria<br />
fazer sozinho, graças à subsidiação<br />
cruzada. Foi ajudado pelos ‘irmãos’<br />
de Lisboa e de Faro. É necessário<br />
rentabilizar esse investimento e<br />
fazer uma cidade aeroportuária.”<br />
Quinta-feira 3 Dezembro 2009 <strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong> 7<br />
Construção do<br />
novo aeroporto<br />
já está atrasada<br />
CEO do Astérion critica falta<br />
de avanços no processo.<br />
Nuno Miguel Silva<br />
nuno.silva@economico.pt<br />
Estão a ser queimados todos os<br />
prazos para que a construção do<br />
novo aeroporto internacional de<br />
Lisboa fique concluída na data<br />
prevista – em 2017.<br />
O alerta foi ontem dado por<br />
Rui Horta e Costa, CEO do Astérion,<br />
consórcio concorrente a<br />
esta infra-estrutura integrado<br />
pela Brisa, Mota-Engileagrande<br />
maioria dos bancos nacionais.<br />
“Começamos a estar atrasados<br />
para construir o aeroporto. Um<br />
projecto deste tipo demora seis<br />
anos a construir, com almofadas,<br />
no mínimo cinco anos e meio,<br />
sem qualquer almofada”, avisou<br />
Rui Horta e Costa.<br />
Se se iniciasse já em Janeiro, o<br />
novo aeroporto estaria operacional<br />
entre meados de 2015 e início<br />
de 2016, mas ainda faltam muitas<br />
peças para chegar a essa fase, nomeadamente<br />
a publicação do<br />
quadro tarifário, do contrato de<br />
concessão e do regulamento do<br />
concurso, onde ficarão definidas<br />
questões essenciais como a partilhaderiscos,operímetrodeenvolvimento<br />
dos privados, a parcela<br />
da ANA a privatizar e o universo<br />
de aeroportos a incluir no<br />
pacote. Depois disso, tem ainda<br />
de ser percorrida a via do próprio<br />
concurso público que, nestes casos,<br />
nunca é inferior a um ano.<br />
Assim, as obras nunca irão arrancar<br />
antes de 2011 e cada mês sem<br />
decisões é meio caminho andado<br />
para falhar a meta de ter o novo<br />
aeroporto a funcionar em 2017.<br />
“Lisboa tem de decidir se quer<br />
continuar a ser uma cidade regional<br />
ou se quer ser um ‘hub’<br />
para a América Latina, do Sul,<br />
para a Ásia e África. Se é isso que<br />
quer, tem de se despachar”, sublinhouRuiHortaeCosta.Oadministrador<br />
executivo do Astérion,<br />
insurgiu-se contra a falta de<br />
avanços neste ‘dossier’. “O processo<br />
do aeroporto é tranquilo<br />
porque não se passa nada. Não é<br />
Luís Nobre Guedes,<br />
sócio da Cremades<br />
Calvo-Sotelo,<br />
Siqueira Castro &<br />
Nobre Guedes<br />
“Não podemos admitir<br />
que esta decisão demore<br />
um ano. Isto tem que demorar<br />
um mês. É necessário ter<br />
presente que o Tribunal de<br />
Contas debate-se hoje<br />
em dia com falta de meios.”<br />
necessariamente bom. Espantame<br />
que o assunto em que há menos<br />
controvérsia, é onde não se<br />
avança nada”, criticou.<br />
Sobre a Portela, Rui Horta e<br />
Costa foi cáustico: “Hoje, temos<br />
uma estação de autocarros onde<br />
aterram aviões”. Quanto ao conceito<br />
“Portela+1”, disse que “é<br />
uma ideia interessante, mas que<br />
não faz sentido nenhum”. Defendendo<br />
que a Portela deve fechar<br />
no dia em que abrir o novo<br />
aeroporto, Rui Horta e Costa resumiu<br />
os objectivos previstos<br />
paraonovoaeroporto:“Temosde<br />
aumentar as receitas de nãoaviação,<br />
como o retalho, o estacionamento,<br />
‘rent-a-car’”.<br />
“O que defendo é a criação de<br />
uma cidade aeroportuária onde<br />
as empresas beneficiem de condições<br />
logísticas como não têm<br />
em mais lado nenhum”, sublinhou<br />
aquele responsável. Horta e<br />
Costa adiantou que “o mais urgente<br />
é determinar se se quer fazer<br />
um novo aeroporto ou não e<br />
se se inclui ou não o aeroporto do<br />
Porto. A forma como se faz o<br />
novo aeroporto é uma segunda<br />
questão derivada da primeira”.<br />
“O privado é flexível. Se for<br />
um investimento público, encaramo-lonaópticadaconstrução<br />
da infra-estrutura. Se<br />
for uma privatização da ANA,<br />
também encaramos isso”, concluiu.<br />
■ com A.B.<br />
AEROPORTO DO PORTO<br />
Gestão separada<br />
A possibilidade de autonomizar a<br />
gestão do aeroporto Sá Carneiro,<br />
no Porto, também foi criticada<br />
por Rui Horta e Costa. “O Porto<br />
perde mais com a separação do<br />
que o resto do sistema<br />
aeroportuário nacional. Mas, se<br />
decidirem separar o aeroporto do<br />
Porto, levem também o passivo”.<br />
Sérgio Monteiro<br />
director-<br />
-coordenador<br />
da Caixa Banco<br />
de Investimento<br />
“O Banco Europeu de Investimento<br />
é um financiador importante no<br />
regime de Parceria Público Privada<br />
(PPP) e o actual presidente tem<br />
conseguido captar fundos para os<br />
projectos. Portugal está sempre<br />
acima da quota europeia de PPP.”