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O Maranhão Histórico - Instituto Geia

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– 19 –<br />

O <strong>Maranhão</strong> <strong>Histórico</strong><br />

São José, e, a 19 de abril, na de São Marcos, se é que estes nomes não<br />

haviam sido anteriormente dados por Diogo de Lepe, em 1500.<br />

Não obstante, porém, todas estas expedições e muitas outras,<br />

encaminhadas para o litoral sul do Brasil, as quais, por não ser isso<br />

do nosso programa, aqui não as mencionamos, trinta longos anos<br />

passaram-se sem que a esta parte do Novo Mundo dispensassem os<br />

monarcas lusitanos a atenção e os cuidados que parecia ela naturalmente<br />

solicitar-lhes, organizando um serviço de colonização sério.<br />

A notícia, porém, de que corsários de diversas nações infestavam<br />

já a terra descoberta, tentando nela estabelecer-se, despertou<br />

afinal a atenção de Dom João III, até então presa nos esplendores do<br />

Oriente, e fê-lo empreender alguma coisa em favor desta parte dos<br />

seus domínios.<br />

Assim pois, dividiu o Brasil em porções desiguais de território,<br />

a que denominou de capitanias, distribuindo-as em seguida por<br />

vassalos beneméritos, sob condição de as povoarem, cultivarem e<br />

civilizarem, concedendo-lhes, demais, todos os poderes reais, exceto<br />

o de cunhar moeda e o de impor pena de morte.<br />

A que recebeu o nome de <strong>Maranhão</strong>, constituída por uma doação<br />

mista de cerca de duzentas e vinte e cinco léguas de costa, coube,<br />

em parte, ao glorioso historiador das Décadas, João de Barros, que<br />

convidou para companheiros na empresa Fernão d’Álvares de<br />

Andrade, tesoureiro-mor do Reino, e Aires da Cunha, formando assim<br />

uma associação trina, e alcançando da Coroa, como doação especial,<br />

o ouro e a prata, que na terra descobrissem, no que tiveram<br />

mais favor que todos os demais donatários.<br />

Organizada a expedição sob o mando do terceiro, que consigo<br />

trazia dois filhos de Barros1 e um delegado de confiança do segundo,<br />

1 Essa versão, corrente na época e durantes anos depois, está hoje contestada por diversas<br />

pesquisas que desfizeram equívocos provavelmente provindos de Gândavo. Da primeira<br />

expedição, ao comando de Aires da Cunha, não participaram os filhos de João de Barros.<br />

Vd., de Rafael Moreira e William M. Thomas, Desventuras de João de Barros, primeiro<br />

colonizador do <strong>Maranhão</strong>; o achado da nau de Aires da Cunha naufragada em 1536.<br />

In Oceanos (Lisboa), p. 101-111. N?. 27, julho/setembro de 1996. JM.

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