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O Maranhão Histórico - Instituto Geia

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– 35 –<br />

O <strong>Maranhão</strong> <strong>Histórico</strong><br />

do deles que se lhe associassem na exploração deste privilégio.<br />

Em todo o século XVII não conhecemos transação outra, entre<br />

católicos e protestantes, mais leal e desinteressada: foi, na verdade,<br />

uma empresa digna de contar em si o padre Ivo d’Evreux, tão<br />

sincero como justo.<br />

E dos holandeses, poderemos nós dizer outro tanto?<br />

Governava o <strong>Maranhão</strong> Bento Maciel Parente, quando, a 25<br />

de novembro de 1641, apresentou-se inopinadamente na barra poderosa<br />

esquadra holandesa, forte de dezoito velas, com cerca de dois<br />

mil homens de desembarque, a qual, recebida a princípio com salvas,<br />

como sói acontecer entre nações amigas, e logo em seguida com<br />

artilharia das baterias portuguesas, por mostrar intenções hostis, foi<br />

altaneiramente, transpondo o ancoradouro, dar fundo na Ponta do<br />

Desterro, no rio Bacanga.<br />

Aí, desembarcando metade de suas tropas, dispunha-se<br />

Lichthart a investir contra a fortaleza, quando Maciel por um emissário<br />

lhe fez notar a perfídia com que procurava senhorear-se de um<br />

território que só pertencia a El-Rei seu amo.<br />

Iludindo o velho governador com promessas falaces de um ajuste<br />

de tréguas, até que recebesse resposta dos Estados Gerais, a quem ia<br />

consultar nesse sentido, dirigiu-se João Cornelles à testa dos seus soldados<br />

para a fortaleza, que encontrou indefesa, e, prendendo a Bento<br />

Maciel, fez abater o pavilhão português e arvorar o holandês.<br />

Dar-se-á caso de maior perfídia?<br />

Colhida esta tão fácil vitória, entregaram-se os holandeses a<br />

toda a sorte de depredações, não respeitando sagrado nem profano.<br />

Pilharam as casas e os templos, levando mão sacrílega às imagens,<br />

que despedaçaram.<br />

Aterrados com este espetáculo, fugiram espavoridos os moradores<br />

para os matos, abandonando suas casas, ficando assim em pouco<br />

tempo a pequena cidade quase deserta; e não satisfeito ainda, fez<br />

João Cornelles prender a cento e cinqüenta dos mais importantes,

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