SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES II - deetc
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ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
<strong>SISTEMAS</strong> <strong>DE</strong> <strong>TELECOMUNICAÇÕES</strong> <strong>II</strong><br />
TRANSPARÊNCIAS<br />
2 – PROCESSAMENTO <strong>DE</strong> SINAL NAS TRANSMISSÔES DIGITAIS<br />
Pág. 2-1
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Transmissão dos Sinais Digitais<br />
Existem, na generalidade, dois processos para efectuar a transmissão de sinais<br />
digitais através de um meio qualquer:<br />
1. A transmissão é feita, sobre esse meio, com os sinais sob a forma digital;<br />
2. A transmissão é feita sob a forma de portadoras sinusoidais moduladas de<br />
determinada maneira pelos sinais digitais.<br />
O primeiro tipo é geralmente utilizado quando o meio é constituído por um par<br />
de fios ou por um cabo coaxial e é designado por transmissão digital em<br />
banda base e está ilustrado na fig. seguinte:<br />
Fonte dos<br />
sinais digi-<br />
tais<br />
Equipa-<br />
mento de<br />
interface<br />
(lado TX)<br />
Cabo coaxial<br />
Equipa-<br />
mento de<br />
interface<br />
(lado RX)<br />
Fig. 2.23<br />
Este é caso típico de uma ligação entre o equipamento de multiplex digital e o<br />
equipamento de rádio através de um cabo coaxial.<br />
O equipamento de interface do lado transmissão tem a finalidade de codificar<br />
(se necessário) o sinal a transmitir, de adaptar níveis de potência e impedância e<br />
de inserir (se necessário) impulsos de sincronismo para sincronização dos<br />
equipamentos de emissão e recepção.<br />
Não há aqui, neste tipo de transmissão, nenhum tipo de modulação .<br />
Equipa-<br />
mento<br />
Receptor<br />
O equipamento de interface do lado recepção tem a finalidade de descodificar o<br />
sinal recebido, de adaptar níveis de potência e impedância com a parte receptora<br />
e de regenerar o sinal digital.<br />
O segundo processo é o que nos interessa mais e nele está implícita a função<br />
modulação (modulação digital). Por isso dedicaremos algum tempo ao estudo<br />
dos vários métodos de modulação e dos tipos de modems existentes.<br />
Pág. 2-2
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Modulação Digital<br />
Há uma necessidade imperiosa da utilização dos métodos de modulação digital<br />
pelas seguintes razões fundamentais:<br />
- Maior capacidade de informação;<br />
- Compatibilidade com as comunicações de dados;<br />
- Maior segurança na transmissão das mensagens;<br />
- Melhor qualidade das comunicações;<br />
- Maior rapidez na disponibilidade dos sistemas sob o ponto de vista tecnológico<br />
Há no entanto, certos factores a ponderar como os relativos à potência de<br />
transmissão, ao ruído inerente do sistema e à largura de banda disponível.<br />
No que diz respeito a este último vamos tecer algumas considerações e definir já<br />
alguns parâmetros antes de abordar os processos de modulação propriamente ditos.<br />
Um sistema de transmissão considera-se de melhor custo efectivo se conseguir<br />
transmitir um maior número de bits por segundo.<br />
A velocidade ou taxa de transmissão fb, [b/s] dum sistema, transmitida num<br />
canal com uma largura de banda B, pode ser normalizada para a largura de banda<br />
de 1 Hz. Entao a eficiência do sistema ou eficiência de largura de banda será<br />
caracterizada por bits por segundo por hertz (b/s/Hz).<br />
Os sistemas digitais empregam frequentemente esta caracterização.<br />
Pelo teorema de Nyquist demonstra-se que é possível transmitir fs símbolos<br />
independentes num canal (filtro passa-baixo) tendo uma largura de banda de<br />
[ Hz]<br />
f f 2<br />
B = n = s .<br />
Na transmissão binária cada símbolo contém somente um bit de informação, a<br />
taxa de bits fb é igual à taxa de símbolos fs .Nos sistemas de transmissão M-<br />
estados (M-níveis) cada um dos símbolos transmitidos contém n bits de<br />
informação, sendo n = log2<br />
M . A taxa de símbolos é dada por f s = fb<br />
n . Aliás<br />
isto não é mais do que a velocidade de modulação a que fizémos referência<br />
anteriormente.<br />
Pág. 2-3
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
FILTRO <strong>DE</strong> NYQUIST (1)<br />
sin x<br />
A resposta dum filtro banda limitada ideal a um impulso é da forma<br />
x<br />
1<br />
O filtro acima indicado tem uma frequência de corte f c =<br />
2T<br />
, isto é, igual a<br />
s<br />
metade da frequência simbólica tal como se indica na figura 2.34a<br />
1<br />
f 0<br />
c =<br />
2Ts<br />
4Ts<br />
3Ts 2Ts Ts<br />
Fig. 2.34a Fig. 2.34b<br />
Se pretendermos transmitir um único impulso não haverá qualquer problema, porém<br />
quando pretendemos transmitir uma sequência de impulsos, as caudas causadas pelos<br />
impulsos anteriores podem afectar a resposta principal com interferências intersímbolo.<br />
As interferências intersímbolo podem ser evitadas com um filtro de banda limitada,<br />
sendo a frequência de corte igual a metade da frequência de transmissão dos impulsos<br />
transmitidos, isto é:<br />
f f<br />
c<br />
1<br />
=<br />
s<br />
=<br />
2 2Ts<br />
A resposta do impulso é nula nos pontos ±Ts , ±2Ts , ±3Ts , etc. Assim, nos instantes t<br />
= nTs existem apenas o lóbulo principal de cada um dos impulsos; a resposta do filtro a<br />
todos os outros impulsos é zero naqueles instantes (ver figuras. 2.35a e 2.35b).<br />
t<br />
Pág. 2-4<br />
Fig. 2.33
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Fig. 2.35a<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
FILTRO <strong>DE</strong> NYQUIST (2)<br />
Fig. 2.35b<br />
Fig. 2.35b<br />
Na prática é difícil construir um filtro ideal de modo a permitir uma resposta do tipo<br />
sin x<br />
exigiria um número infinito de secções o que tornava a sua construção<br />
x<br />
impraticável.<br />
Pretende-se um filtro que tenha uma caracteristica de fase linear e que a resposta de<br />
cada um dos impulsos seja 0 nos instantes ±Ts, ±2Ts, ±3Ts, etc., de modo a não permitir<br />
a existência de interferências intersímbolos.<br />
No filtro de Nyquist, como se mostra seguidamente, o corte é feito segundo uma curva<br />
com o formato de um semí-período (meia sinusóide), centrada na frequência de corte fc<br />
do filtro ideal, funciona para todos os efeitos, como um filtro ideal, no sentido de que<br />
não produz interferências intersimbólica<br />
Pág. 2-5
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
FILTRO <strong>DE</strong> NYQUIST (3)<br />
As frequências limites da curva que define o corte do filtro estão localizadas de forma<br />
simétrica em relação à frequência de corte f c , sendo expressas por fc − Δf<br />
e fc + Δf<br />
.<br />
A relação c f f Δ , geralmente designada por ‘roll off’ (α), define as propriedades de um<br />
filtro deste tipo, conhecido como filtro de Nyquist.<br />
Os símbolos transmitidos a uma taxa de fs por segundo por um filtro de Nyquist teórico,<br />
tendo uma largura de banda, fs/2 [Hz] , atingem o máximo valor nos instantes de<br />
amostragem, não degradando o sinal com interferências intersímbolo.<br />
Representam-se seguidamente as características de filtros de Nyquist para diferentes<br />
‘roll-off’ (α):<br />
A<br />
Filtro Ideal<br />
fc − Δf<br />
c f fc − Δf<br />
c fc + Δf<br />
f fc + Δf<br />
Fig. 2.36<br />
Filtro de Nyquist<br />
Pág. 2-6
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Amplitude<br />
1.0<br />
0.9<br />
0.8<br />
0.7<br />
0.6<br />
0.5<br />
0.4<br />
0.3<br />
0.2<br />
0.1<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
α=0<br />
α=0.3<br />
α=0.5<br />
α=1.0<br />
FILTRO <strong>DE</strong> NYQUIST (4)<br />
0 0.5 1 1.5 2.0<br />
Frequência normalizada (f/fNyquist)<br />
Fig. 2.37 Características do filtro. f Nyquist= fs /2 (fs=taxa de símbolos)<br />
O valor de α=0 corresponde ao caso do filtro ideal. Um valor mais prático<br />
de α é 0.3 que significa que se necessita de uma faixa superior em 30% à<br />
largura de banda de Nyquist.Neste caso (α=0.3) em vez, por exemplo, de se<br />
ter idealmente uma eficiência de largura de banda de 2b/s/Hz, ter-se-á uma<br />
eficiência de 2/1.3=1.54b/s/Hz.<br />
Portanto, a largura de banda ocupada é<br />
B = 0.5fs (1+α)<br />
Por isso se chama a α o factor de largura de banda em excesso.<br />
Ainda no que respeita ao “roll-off”, se α for igual a 1, verifica-se que a largura de banda<br />
duplica em relação à ideal.<br />
Os valores típicos de α estão entre 0.35 e 0.5, embora alguns sistemas de vídeo usem<br />
um α muito baixo da ordem de 0.11 a que corresponde naturalmente uma muito maior<br />
complexidade do filtro.<br />
Pág. 2-7
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
Os “correspondentes” digitais das modulações AM, FM e PM são, respectivamente<br />
ASK (“Amplitude Shift Keying”), FSK (“Frequency Shift Keying”) e PSK (“Phase<br />
Shift Keying”). Há ainda um quarto processo de modulação, bastante importante, que<br />
é uma modulação combinada em amplitude e fase, e a que chamamos modulação<br />
QAM (“Quadrature Amplitude Modulation”) ou, em português, modulação por<br />
quadratura, em amplitude.<br />
1. Modulação ASK<br />
Há dois tipos possíveis de modulação ASK:<br />
1.1 Modulação por um sinal binário – BASK (Binary Amplitude Shift Keying)<br />
v(t)<br />
Sinal BASK (Fig 2.38)<br />
Um caso particular da modulação BASK é o caso em que a profundidade de<br />
modulação é m=1. O sinal produzido é o de uma sinusóide interrompida e é<br />
o mais simples pois equivale a cortar ou estabelecer o sinal para cada<br />
alteração de bit.<br />
Chama-se modulação OOK ( On-Off Keying)<br />
v(t)<br />
t<br />
t<br />
Sinal OOK (Fig 2.39)<br />
Pág. 2-8
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
1.2 Modulação por um sinal multinível – MASK (Multilevel Amplitude Shift<br />
Keying) – ver fig. seguinte.<br />
v(t)<br />
Espectro do sinal ASK<br />
Fig. 2.40 Sinal MASK<br />
Consideremos um sinal BASK e admitamos que o sinal binário modulante é o<br />
representado na fig. 2.41<br />
Amplitude<br />
σ<br />
Fig. 2.41<br />
O espectro de frequências é o que se indica na fig. 2.42 onde f=1/(2σ)<br />
0<br />
f<br />
2f 3f 4f<br />
6f 7f 8f<br />
5f<br />
Frequência<br />
t<br />
Fig 2.42<br />
Pág. 2-9
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
Ora, sendo a portadora, que suporemos de frequência fc, modulada pelo sinal<br />
representado na fig. 2.42, conduziria a um espectro como o representado na figura<br />
seguinte.<br />
A faixa mínima necessária à transmissão (já o dissémos anteriormente) do sinal<br />
digital da fig. 2.41 é de f Hertz.<br />
Filtrando o sinal antes da modulação com um filtro passa-baixo de 0 a f Hz ou após a<br />
modulação com um filtro de banda de fc-f a fc+f limitaremos a banda do sinal<br />
BASK (ou MASK) a 2f.<br />
2. Modulação FSK<br />
Também aqui temos 2 tipos de modulação FSK, consoante o sinal é binário ou<br />
multinível<br />
2.1 Modulação BFSK (Binary Frequency Shift Keying)<br />
2.44<br />
fc-8f<br />
fc -7f<br />
fc-6f<br />
fc-5f<br />
fc-4f<br />
fc-3f<br />
fc-2f<br />
fc fc+f<br />
Se o sinal modulante for o da fig.2.44, na fig. 2.45 representa-se a portadora<br />
σ<br />
τ = 2σ<br />
f1<br />
f1<br />
f0<br />
f1<br />
f0<br />
fc-f<br />
2f<br />
fc+2f<br />
fc+3f<br />
fc+4f<br />
fc+5f<br />
fc+6f<br />
fc+7f<br />
fc+8f<br />
t<br />
Frequência<br />
Fig 2.43<br />
t<br />
Fig.<br />
Fig. 2.45<br />
Pág. 2-10
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
modulada em frequência que não é mais do que uma sucessão de sinusóides<br />
alternadamente de frequências f1 e f0.<br />
O sinal da fig. 2.45 pode mesmo ser considerado como a sobreposição de 2 sinais do<br />
tipo OOK (On-Off Keying) como pode ser visto através das figuras 2.46a e 2.46b.<br />
f1<br />
f0<br />
f1<br />
t<br />
Fig. 2.46a<br />
t<br />
Fig. 2.46b<br />
Cada sinal destes não se distingue do sinal ASK tipo OOK, e deste já vimos que<br />
necessita de uma largura de banda 2f.<br />
Assim o sinal da fig.2.46a necessita se uma largura de banda ou faixa de largura<br />
2f centrada em f1 enquanto o da fig.2.46b precisa de uma faixa, também de 2f,<br />
centrada em f0. Claro que f é igual a 1/(2σ) sendo σ a base de tempo do sinal<br />
binário modulante.<br />
f 1 + f 0<br />
Podemos pensar numa portadora virtual do sinal BFSK de frequência<br />
(ver fig. 2.47):<br />
2<br />
f0-f<br />
f0<br />
f0+f<br />
f +<br />
2<br />
1 f 0<br />
2fd<br />
f0<br />
f1-f<br />
f1<br />
f1<br />
f1+f<br />
Fig. 2.47<br />
Pág. 2-11
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
Chamaremos desvio fd da modulação BFSK ao afastamento que têm as<br />
frequêncas f0 e f1 dessa portadora virtual e que é:<br />
Assim a faixa em Hz necessária para a transmissão em BFSK é<br />
B=2(fd+f)<br />
2.2 Modulação MFSK (Multilevel Frequency Shift Keying)<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
0<br />
fd<br />
=<br />
f<br />
1<br />
−<br />
f 1 +<br />
2<br />
f<br />
0<br />
=<br />
f 1 +<br />
2<br />
f<br />
0<br />
−<br />
f<br />
0<br />
=<br />
f 1 −<br />
2<br />
f<br />
0<br />
Fig.2.48a<br />
Fig.2.48b<br />
Pág. 2-12
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
3. Modulação PSK (“Phase Shift Keying”)<br />
Este é o tipo de maior utilização, especialmente em rádio digital.<br />
Tal como os anteriores, podemos distinguir dois sub-tipos, ambos consistindo na<br />
alteração (discreta) da fase da portadora consoante o valor do símbolo do sinal<br />
modulante:<br />
3.1 Modulação BPSK (Binary Phase Shift Keying)<br />
Neste caso (modulação por sinal binário) os dois estados da portadora modulada<br />
diferenciam-se porque assumem, consoante um ou outro valor, do sinal<br />
modulante, 2 valores diferentes para a fase.<br />
O caso mais importante é aquele em que estes 2 valores estão em oposição de<br />
fase (ilustrado a seguir) e a este tipo de modulação chama-se PRK (“Phase<br />
Reversal Keying”) ou Modulação por Inversão de Fase.<br />
vm<br />
vc<br />
σ<br />
τ = 2σ<br />
Vamos, através de uma analogia simples, verificar qual a banda mínima<br />
necessária para a transmissão de um sinal PRK.<br />
t<br />
Fig. 2.49a<br />
t<br />
Fig. 2.49b<br />
Pág. 2-13
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
Para isso consideremos um sinal binário unipolar (fig 2.50a) modulando em<br />
amplitude uma portadora sinusoidal de frequência fc, dando origem a um sinal<br />
BASK que se representa na fig. 2.50b juntamente com o seu diagrama fasorial.<br />
vm<br />
V1<br />
σ<br />
V0<br />
Fig. 2,50a<br />
Fig. 2.50b<br />
Se o sinal binário modulante, em vez de unipolar, fosse bipolar (fig. 2.51a) o<br />
resultado da modulação BASK seria o da fig 2.51b (veja-se também o diagrama fasorial)<br />
V1 -V1<br />
V1<br />
V0<br />
t<br />
t<br />
t<br />
-V1<br />
t<br />
•<br />
V0<br />
Fig. 2.51a<br />
180°<br />
•<br />
Fig. 2.51b<br />
V1<br />
Pág. 2-14<br />
V1
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
Ora, este sinal BASK não se distingue do sinal PRK.<br />
Portanto, tal como para o BASK, a largura de banda mínima necessária à transmissão<br />
do sinal PRK ou de qualquer sinal BPSK será igual a 2f (em torno da frequência<br />
portadora fc) sendo f=1/2σ.<br />
Convém passarmos a usar terminologias mais utilizadas no que respeita à modulação<br />
PSK. Chamaremos, em vez de BPSK, 2-PSK significando com isto que se trata de uma<br />
modulação de 2 níveis.<br />
3.2 Modulação 4-PSK<br />
O próximo tipo de modulação é o 4-PSK também definido como QPSK (“Quaternary<br />
Phase Shift Keying”) ou (“ Quadrature Phase Shit Keying”).<br />
Como se indica na fig. seguinte o sinal de entrada (binário) é dividido, através de um<br />
conversor série-paralelo, em duas séries de impulsos ( a série dos bits “a” e a série dos<br />
bits ”b”)<br />
a b a b a b a<br />
bits “a”<br />
CONVERSOR<br />
S / P<br />
10<br />
180°<br />
a=1<br />
11<br />
I<br />
bits “b”<br />
Q<br />
b=0<br />
90°<br />
Modulador<br />
2-PSK<br />
Δφ=π/2<br />
Modulador<br />
2-PSK<br />
270°<br />
b=1<br />
180°<br />
00<br />
a=0<br />
0°<br />
01<br />
Σ<br />
90°<br />
270°<br />
0°<br />
Saída<br />
4-PSK<br />
Fig 2.52 Modulador 4-PSK<br />
Pág. 2-15
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
O sinal constituído pelos impulsos “a” vai modular uma portadora dando origem<br />
a um sinal tipo PRK com fasores representativos a 0° e 180° (0° é a fase de<br />
referência).<br />
De igual modo o sinal constituído pelos impulsos “b” vai modular uma portadora<br />
desfasada de 90° dando origem a outro sinal PRK com fasores a 90° e 270°,<br />
portanto em quadratura com os anteriores.<br />
A soma destes dois sinais PRK origina o sinal 4-PSK ou QPSK com fasores a<br />
45°, 135°, 225° e 315°.<br />
A um modulador deste tipo chama-se Modulador-I-Q (“I-Q Modulator”) porque<br />
é formado pela sobreposição de sinais em fase (In-phase) e em quadratura<br />
(Quadrature) relativamente à fase de referência.<br />
As próprias sequências de impulsos “a” e as sequências de im pulsos “b”<br />
designam-se respectivamente por sequência de impulsos I e por sequência de<br />
impulsos Q.<br />
No domínio do tempo, o sinal 4-PSK será da forma:<br />
v(t)<br />
00<br />
Fig.2.53 Sinal 4-PSK<br />
É comum fazer a representação dos eixos I e Q e dos pontos extremidades dos<br />
vectores nesse plano I-Q e a isso chamamos diagrama de constelação ou,<br />
simplesmente, constelação do sinal 4-PSK.<br />
Q<br />
10<br />
11<br />
01<br />
10<br />
00<br />
01<br />
I<br />
11<br />
Fig.2.54 Constelação 4-PSK<br />
t<br />
Pág. 2-16
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
Outro esquema, ligeiramente mais elaborado, para o modulador QPSK ou<br />
4-PSK é o que a seguir se apresenta na fig. 2.55<br />
Claro que o sinal de entrada é dividido em dois (alternadamente os bits são<br />
“a locados” às secções superior e inferior do modulador) ficando, portanto,<br />
cada um desses sinais com metade da velocidade em baud do sinal de<br />
entrada.<br />
As filtragens Nyquist que se seguem, arredondam os impulsos antes de<br />
estes atacarem os moduladores nas secções I e Q.<br />
A composição dos dois sinais PRK resultantes origina origina o diagrama<br />
de constelação indicado, onde se observa que as fases estão rodadas de 45°<br />
relativamente aos sinais PRK individuais.<br />
Conversor série-<br />
-paralelo<br />
Modulador QPSK<br />
Fig 2.55<br />
Pág. 2-17
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
A eficiência de largura de banda teórica para a modulação 4-PSK é de 2b/s/Hz<br />
enquanto que para 2-PSK é de 1b/s/Hz.<br />
Modulação 8-PSK<br />
Esta é uma modulação em que existem 8 estados e em que, portanto, há que<br />
proceder a uma codificação do sinal digital em tribits .<br />
Primeiramente (ver fig. seguinte) formam-se 2 sequências, -V1 em paralelo, de dibits,<br />
que através de 2 moduladores balanceados vão dar origem a 2 sinais do tipo ASK<br />
de 4 níveis, estando os fasores de um em quadratura<br />
com os do outro.<br />
4 estados<br />
a b c a b c a<br />
CONVERSOR<br />
S / P<br />
bits “a”<br />
t bits “c”<br />
011<br />
001<br />
-V1<br />
bits “b”<br />
010<br />
000<br />
-V0<br />
Codificador<br />
em dibits<br />
c<br />
Inversor<br />
c<br />
Codific<br />
ador<br />
110 em<br />
dibits<br />
V´1<br />
-V´0<br />
-V´1<br />
V´0<br />
V<br />
100<br />
Portadora<br />
V1<br />
Cada conjunto de 3 bits do sinal digital pode assumir 8 valores distintos (de 000 a<br />
111) e, a cada um deles corresponderá um fasor como se indica na figura e que<br />
resulta da soma dos valores dos fasores em quadratura dos 2 sinais ASK que se<br />
constituiram, conforme tabela da fig. 2.57.<br />
I<br />
Q<br />
111<br />
Modulador<br />
balanceado<br />
Δφ=π/2<br />
Modulador<br />
balanceado<br />
4 estados<br />
101<br />
Σ<br />
V´0<br />
Sinal ASK (Q)<br />
Fig.256 Modulador 8-PSK<br />
-V0 V V1<br />
Sinal ASK(I)<br />
V´1<br />
-V´0<br />
-V´1<br />
Pág. 2-18<br />
Saída<br />
8-PSK
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Dibits<br />
a c<br />
00<br />
01<br />
10<br />
11<br />
Dibits<br />
b c<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
ASK (I)<br />
(dibits ac)<br />
ASK (Q)<br />
(dibits bc)<br />
ASK de 8 estados<br />
tribit a b c Fase<br />
01 -V´1 000 247.5°<br />
11<br />
- V0<br />
V´1 010 112.5°<br />
00 -V´0 001 202.5°<br />
10<br />
- V1<br />
V´0 011 157.5°<br />
01 -V´1 100 292.5°<br />
11<br />
V0<br />
V´1 110 67.5°<br />
00 -V´0 101 337.5°<br />
10<br />
V1<br />
V´0 111 22.5°<br />
De modo a que o sinal 8-PSK tenha uma distribuição regular das fases, isto é,<br />
para que entre 2 fasores consecutivos dos 8 fasores haja sempre o mesmo ângulo,<br />
correspondente ao desvio de fase de 45° (45°x8=360°) é necessário escolher uma<br />
determinada relação entre os módulos de V0 e V1 (respectivamente iguais aos<br />
módulos de V´0 e V´1) que terá de ser tal que<br />
arc tg |V´0| / |V1| = 22.5°<br />
daqui resultando que |V´0| = |V0| = 0.41 |V1|.<br />
A constelação para o sinal 8-PSK é a seguinte:<br />
Q<br />
Fig. 257 Tabela de<br />
codificação<br />
I<br />
Fig. 2.58 Constelação 8-PSK<br />
Pág. 2-19
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
A eficiência espectral teórica para a modulação 8-PSK é, como seria de esperar,<br />
3b/s/Hz.<br />
O próximo tipo de modulação PSK é o 16-PSK.<br />
Outros tipos, com mais estados (32-PSK, 64-PSK, etc) regem-se pelos mesmos<br />
princípios dos que estudámos.<br />
Convém contudo esclarecer que quanto mais níveis estivermos a utilizar mais<br />
difícil, na recepção se torna a tarefa de identificação dos símbolos pois a adição<br />
de ruído origina uma constelação imperfeita.<br />
Refiramos um pequeno exemplo comparando as modulações 4-PSK e 8-PSK e<br />
admitamos que estamos a usar a mesma amplitude para as portadoras.<br />
Mas antes examinemos a fig.2.59 que nos elucida como uma portadora se pode<br />
desviar da sua posição ideal por ser modulada pelo ruído originando o que<br />
chamamos círculo de indecisão :<br />
Portadora na sua<br />
posição ideal<br />
Resultante<br />
ϕmax<br />
Ruído<br />
Fig. 2.59 Efeito do ruído na<br />
modulação PSK<br />
A resultante da adição da portadora e do ruído origina um erro máximo de fase<br />
que designámos por ϕmax e que é naturalmente função das amplitudes da<br />
portadora e do ruído. Admitindo a probalidade do ruído máximo ter, em 99.9%<br />
do tempo, uma determinada amplitude, pode desenhar-se um círculo à volta da<br />
extremidade do fasor da portadora a que já chamámos círculo de indecisão.<br />
De facto, sendo a amplitude e a fase do ruído aleatórias, a extremidade da<br />
resultante portadora+ruído localiza-se no interior daquele círculo de forma<br />
também aleatória.<br />
Não poderá haver, na constelação do sinal, sobreposição dos círculos de<br />
indecisão<br />
Para que haja condições de reconhecimento na recepção do símbolo que<br />
realmente está a ser recebido num determinado instante.<br />
Logo, quanto mais afastados estiverem os círculos, menor será a probabilidade de<br />
erros na detecção.<br />
Pág. 2-20
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
Consideremos então (fig. 2.60) um sinal 4-PSK e outro 8-PSK com as mesmas<br />
amplitudes de portadora.<br />
É evidente verificar que os círculos de indecisão estão muito mais próximos no<br />
sinal 8-PSK do que no sinal 4-PSK o que mostra uma maior vulnerabilidade ao<br />
ruído deste último tipo de modulação.<br />
Q<br />
I I<br />
Constelação 4-PSK Constelação 8-PSK Fig. 2.60<br />
Modulação OQPSK (“Offset Quadrature Phase Shift Keying”)<br />
O ruído não é a única causa dos erros que se observam em transmissão digital.<br />
Consideremos o caso de uma modulação QPSK “standard”.<br />
O seu diagrama de constelação é o seguinte:<br />
Q<br />
(-1,1) (1,1)<br />
•<br />
(-1,-1) • • (1,-1)<br />
•<br />
I<br />
Q<br />
Fig. 2.61<br />
Pág. 2-21
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
Se a portadora tiver uma amplitude<br />
1<br />
2<br />
então podemos concluir que o posicionamento dos quatro pontos da constelação são os<br />
indicados, isto é, (1,1), (1,-1), (-1,1) e (-1,-1).<br />
Ora, quando, há uma variação simultânea em I e Q por forma a que se passe, por<br />
exemplo, de (1,1) para (-1,-1), a trajectória do sinal passa pela origem [o valor de I-Q<br />
igual a (0,0)].<br />
Portanto, instantâneamente a portadora passa por um valor igual a 0, tem uma amplitude<br />
nula.<br />
Mas se só se altera o valor de I (mantendo Q constante) ou, vice-versa, não há uma<br />
variação tão grande na amplitude e a portadora não passa pela origem.<br />
Numa situação em que se possam verificar transições de símbolos que originem grandes<br />
variações de amplitude e transições de símbolos com pequenas variações de amplitude,<br />
o circuito de recuperação do relógio (de que falaremos adiante) tem que lidar com estas<br />
“incertezas” se utilizar variação de amplitude para sincronizar os relógios de<br />
transmissão e recepção.<br />
Há ainda outro ponto importante a salientar que diz respeito à não linearidade dos<br />
amplificadores: se a amplitude da portadora tem uma trajectória maior, passando pela<br />
origem (centro da constelação), as não linearidades dos amplificadores originam maior<br />
distorsão no sinal, que se devem evitar.<br />
Logo, há que “impedir” que as transições entre os símbol os passem pela origem.<br />
Isso consegue-se com a modulação OQPSK.<br />
Enquanto em QPSK as sequências de bits I e Q, são estabelecidas simultâneamente, em<br />
OQPSK introduz-se um atraso de um período equivalente à duração de um bit (metade<br />
do período de um símbolo) entre as duas sequências.<br />
Comparemos o que se passa partindo do mesmo sinal vs(t), vendo o que sucede num e<br />
noutro caso:<br />
Pág. 2-22
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
vs(t)<br />
+1<br />
-1<br />
vI(t)<br />
+1<br />
vQ(t)<br />
+1<br />
-1<br />
-1<br />
b0 b1<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
T 2T 3T 4T 5T 6T 7T 8T<br />
d1<br />
b2<br />
b3<br />
b4<br />
b5 b6 b7<br />
2T 4T 6T 8T<br />
d3<br />
d5<br />
Verifica-se haver, nomeadamente em 2T, uma transição de (1,1) para (-1,-1).<br />
A forma de onda do sinal QPSK entre 0 e 8T á a seguir indicada:<br />
vc(t)<br />
d0<br />
2T 4T 6T 8T<br />
2T<br />
d2 d4<br />
4T<br />
Nota-se claramente um salto de 180° no instante 2T e posteriores saltos de 90°<br />
nas outras transições.<br />
Vejamos agora o que sucede cm a modulação OQPSK em que o sinal vQ(t) é<br />
atrasado de meio símbolo em relação ao sinal vI(t).<br />
6T<br />
d6<br />
d7<br />
8T<br />
t<br />
t<br />
t<br />
t<br />
Fig. 2.62a<br />
Fig. 2.62b<br />
Fig. 2.62c<br />
Fig. 2.63<br />
Pág. 2-23
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
vI(t)<br />
+1<br />
-T<br />
-1<br />
vs(t)<br />
+1<br />
-1<br />
vQ(t)<br />
+1<br />
-1<br />
d0<br />
vc(t)<br />
b0 b1<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
T 2T 3T 4T 5T 6T 7T 8T<br />
d1<br />
b2<br />
b3<br />
b4<br />
b5 b6 b7<br />
T 3T 5T 7T<br />
T<br />
d2 d4<br />
2T 4T 6T 8T<br />
2T<br />
d3<br />
3T<br />
4T<br />
Como se vê através da fig. 2.65 na modulação OQPSK são eliminadas as transições<br />
de 180° na fase da portadora, permitindo obter uma eficiência, em termos de potência,<br />
superior à da modulação QPSK “standard”. De facto, podem utilizar -se<br />
amplificadores de potência com menos restrições na sua linearidade.<br />
A eficiência espectral é a mesma da modulação QPSK.<br />
d5<br />
5T<br />
d6<br />
6T<br />
d7<br />
7T<br />
t<br />
t<br />
t<br />
Fig. 2.64a<br />
Fig. 2.64b<br />
Fig. 2.64c<br />
Fig. 2.65<br />
Pág. 2-24
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
No esquema seguinte ilustra-se o processo de modulação OQPSK, cuja vantagem é a<br />
de evitar que haja uma passagem pelo zero no sinal modulado.<br />
Conversor série-<br />
-paralelo<br />
Atraso<br />
=Ts/2<br />
Modulação Offset QPSK<br />
Fig. 2.66<br />
Apresentam-se, na fig. 2.67, diagramas vectoriais comparando as modulações QPSK<br />
e OQPSK.<br />
Fig. 2.67<br />
Pág. 2-25
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
3. Modulação QAM (Quadrature Amplitude Modulation)<br />
Trata-se de um tipo de modulação combinada, em amplitude e fase.<br />
É bastante utilizada, nomeadamente em feixes hertzianos digitais de microondas,<br />
em modems para transmissão de dados, em DVB-C (“Digital Video Broadcast –<br />
Cable”), DVB-T (Digital Video Broadcast – Terrestrial) e noutras aplicações.<br />
A informação é enviada através das variações da fase e/ou amplitude da portadora.<br />
A modulação QAM está naturalmente associada a sinais multinível.<br />
Pode-se, por exemplo, usando o esquema seguinte, modular em amplitude, com a<br />
componente Q, uma onda em forma de seno ao mesmo tempo que se modula,<br />
também em amplitude, uma onda em forma de coseno, com a componente I:<br />
sin 2πft<br />
Se os sinais I e Q resultarem de 2 bits cada, haverá 4 bits por símbolo e,<br />
consequentemente, 16 estados possíveis. Temos uma modulação 16-QAM.<br />
0111<br />
0110<br />
0100<br />
0101<br />
01<br />
0010<br />
00<br />
0000<br />
0011<br />
0001<br />
11<br />
10<br />
00<br />
01<br />
1011<br />
1010<br />
10<br />
1000<br />
1001<br />
ΔΦ=π/2<br />
1111<br />
11<br />
1110<br />
1100<br />
1101<br />
Sinal Q<br />
Sinal I<br />
Fig. 2.69<br />
Neste diagrama temos representados os 16 fasores com 3 amplitudes e 12 fases.<br />
Ao lado está a constelação do sinal 16QAM.<br />
Σ<br />
Sinal QAM<br />
Fig. 2.68<br />
Q<br />
I<br />
Pág. 2-26
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
Um esquema mais completo para o modulador é o que a seguir se apresenta na fig.<br />
2.70.<br />
Aqui, cada portadora (I e Q) apresenta 4 níveis de amplitude, originando 16<br />
combinações possíveis de símbolos à saída do modulador.<br />
O arredondamento dos impulsos é executado por filtragem dos sinais dos símbolos<br />
multi-nível nas secções I e Q do modulador.<br />
Conversor série-<br />
-paralelo<br />
Conversor<br />
de 2 para<br />
4 níveis<br />
Conversor<br />
de 2 para<br />
4 níveis<br />
Modulador 16-QAM<br />
Fig. 2.70<br />
Pág. 2-27
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
COMPROMISSO ESPECTRO/POTÊNCIA<br />
Um dos problemas que se coloca em transmissão digital é a avaliação da potência que<br />
deve ser recebida de modo a conseguir-se uma determinada e especificada taxa de<br />
erros (BER – Bit Error Ratio), isto é, há necessidade de maximizar a eficiência em<br />
termos de potência.<br />
É de esperar que quanto mais complexa for a modulação (quantos mais níveis tiver)<br />
maiores valores sejam necessários para a relação portadora/ruído (C/N – Carrier to<br />
Noise ratio) para obter uma dada taxa de erros.<br />
O gráfico aqui representado indica-nos claramente que aumentando a eficiência<br />
espectral pelo uso de um nível mais alto de modulação implica uma maior relação<br />
portadora/ruído para manter uma boa taxa de erros.<br />
BER<br />
10 -4<br />
10 -5<br />
10 -6<br />
10 -7<br />
10 -8<br />
10 -9<br />
10<br />
2-PSK<br />
4-PSK<br />
8-PSK<br />
16-QAM<br />
16-PSK<br />
15 20<br />
25 30 35<br />
C/N (dB)<br />
64-QAM<br />
256-QAM<br />
Fig. 2.71<br />
A densidade espectral (ou seja, a eficiência de largura de banda) η é, como já se viu,<br />
a relação entre a velocidade de transmissão em bits/s e a largura de banda B.<br />
Pág. 2-28
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Modulação Digital (Cont.)<br />
Para as modulações M-PSK e M-QAM em que M é o número de níveis a<br />
velocidade de transmissão é<br />
sendo 1/Ts a taxa de símbolos em baud.<br />
Portanto,<br />
Ora BTs=1 só na situação do caso teórico ideal de α=0 (filtro não realizável).<br />
A banda total é (recordemos que chamámos a α o factor da largura de banda em<br />
excesso):<br />
(1+ α)/Ts<br />
Um valor prático para α é 0.33 (especificado pelo ETSI – European<br />
Telecommunications Standards Institute) para rádio digital a 4, 6 e 11GHz.<br />
A eficiência espectral é então<br />
E, sendo α=0.33 virá<br />
1<br />
T<br />
s<br />
log<br />
2<br />
η =<br />
η =<br />
M<br />
1<br />
BT<br />
b / s<br />
/ Hz<br />
Assim, para os vários níveis de QAM: 4-QAM : η=1.5 b/s/Hz<br />
s<br />
log<br />
2<br />
1<br />
log<br />
( 1+<br />
α)<br />
M<br />
2<br />
M<br />
η = 0. 75 log2<br />
M<br />
b / s<br />
b / s<br />
/ Hz<br />
/ Hz<br />
16-QAM : η=3.0 b/s/Hz<br />
64-QAM : η=4.5 b/s/Hz<br />
256-QAM : η=6.0 b/s/Hz<br />
512-QAM : η=7.5 b/s/Hz<br />
Pág. 2-29
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
<strong>DE</strong>SMODULAÇÃO DIGITAL<br />
A desmodulação é processo inverso da modulação mas apresenta, contudo, duas<br />
diferenças importantes que residem na recuperação da portadora e do sinal do relógio.<br />
Por exemplo, para um sinal QAM, sendo um sinal com a portadora suprimida, há<br />
necessidade de uma inserção de uma portadora gerada localmente para capturar o sinal<br />
transmitido.<br />
E, neste caso, é essencial haver uma detecção coerente, querendo com isto significar<br />
que a portadora inserida deve ter a mesma fase e frequência da portadora original.<br />
Chamam-se sistemas coerentes aos sistemas de desmodulação que usam este tipo de<br />
detecção.<br />
Um outro processo de desmodulação que dispensa a geração de uma portadora local e<br />
de um PLL (“Phased -Locked Loop”) utiliza a detecção com referência a uma fase<br />
prévia havendo do lado da transmissão uma codificação diferencial.<br />
Aos sistemas que usam este princípio chamam-se sistemas diferenciais.<br />
Consideremos o exemplo de um desmodulador coerente 2-PSK:<br />
Sinal PSK<br />
Multiplicador<br />
de frequência<br />
de Produto<br />
Detector<br />
de Produto<br />
V C O<br />
Multiplicador<br />
de frequência<br />
de Produto<br />
Comparador<br />
de Fase<br />
de Produto<br />
Portadora local coerente<br />
Decisor<br />
Geração de portadora local<br />
(com PLL)<br />
Fig. 2.72<br />
O comparador de fase actua, dentro do anel, como um “amplificador de erro” de modo a<br />
minimizar as diferenças de fase entre as frequências de entrada e de saída produzindo<br />
uma saída cujo valor é proporcional a Δφ.<br />
Pág. 2-30
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
<strong>DE</strong>SMODULAÇÃO DIGITAL (Cont.)<br />
O PLL é considerado “amarrado” (isto é, na condição “locked”) se Δφ é constante com<br />
o tempo, dando origem a frequências iguais â entrada e à saída do módulo de geração<br />
da portadora local.<br />
.<br />
Na condição de amarração (“locked”) todos os sinais naquele anel alcançaram um<br />
estado estacionário e o PLL operará da seguinte maneira:<br />
- O detector de fase produz uma saída cujo valor é proporcional a Δφ;<br />
- O filtro passa-baixo elimina as componentes de alta frequência que possam vir do<br />
detector de fase permitindo que uma tensão DC controle a frequência do VCO<br />
(Voltage-Controlled Oscillator)<br />
- Assim o VCO oscila a uma frequência igual à da entrada e com uma diferença de<br />
fase igual a Δφ;<br />
Se o sinal de entrada tiver a frequência f0 como realizámos uma multiplicação de<br />
frequência por 2 (se se tratasse de um sinal M-PSK multiplicávamos por M) obtemos<br />
uma portadora não modulada porque desaparecem as variações de fase.<br />
Basta olhar para a figura seguinte para constatar este facto.<br />
vm<br />
vc<br />
vc<br />
σ<br />
t<br />
t<br />
t<br />
Multiplicação<br />
por 2<br />
Fig. 2.73a<br />
Fig. 2.73b<br />
Fig. 2.73c<br />
Pág. 2-31
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
Sistemas diferenciais<br />
<strong>DE</strong>SMODULAÇÃO DIGITAL (Cont.)<br />
Nestes sistemas não se utiliza uma portadora de referência global.<br />
O que se faz é utilizar, para cada impulso, a referência de fase do impulso anterior.<br />
Para isso é necessário que do lado do modulador haja uma codificação que consiste em<br />
comparar, em cada instante significativo, o estado do sinal com o mesmo estado no<br />
instante significativo precedente de uma maneira semelhante à ilustrada no esquema<br />
seguinte para o caso 2-PSK:<br />
Sinal binário a<br />
modular<br />
Codificador<br />
diferencial<br />
Circuito de<br />
atraso<br />
Modulador<br />
Neste caso existirá um circuito de atraso ( com o atraso de um bit) e cada 0 ou 1 que<br />
aparece no sinal de entrada é comparado com que foi "armazenado".<br />
Então se cada bit é igual ao anterior é gerado um 1 à saída do codificador mas se é<br />
diferente gera-se um 0. Isto requer um bit suplementar para arranque, de valor<br />
arbitrário.<br />
Nota: Também se pode proceder de modo inverso, quer dizer, se cada bit for igual ao amterior gerar-se um 0 e, se for<br />
diferente, gerar-se um 1.<br />
O codificador diferencial pode ser formado por um circuito como o que se apresenta na<br />
figura anexa.<br />
Sinal binário a<br />
codificar<br />
D<br />
Saída codificada<br />
diferencialmente<br />
CK<br />
Q<br />
Sinal modulado<br />
Fig. 2.74<br />
Sinal codificado<br />
diferencialmente<br />
Fig. 2.75<br />
Pág. 2-32
Sinal 2-PSK<br />
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
<strong>DE</strong>SMODULAÇÃO DIGITAL (Cont.)<br />
A saída do codificador ataca o modulador e este o que faz é fazer corresponder a cada 0<br />
um desfamento de 0° e a cada 1 um desfasamento de 180°.<br />
A tabela seguinte dá uma ideia do princípio de funcionamento:<br />
Entrada do sinal : 0 1 1 1 0 0 1 1 0 1<br />
Saída do codific: 1 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1<br />
Fase à saída do<br />
modulador: 0° 0° 0° 0° 180° 0° 0° 0° 180° 180°<br />
Do lado da recepção o esquema é o inverso, tal como se indica de seguida:<br />
Um circuito simples para o descodificador diferencial é o da figura seguinte:<br />
Sinal binário a<br />
descodificar<br />
Detector de<br />
produto<br />
Circuito de<br />
atraso<br />
D<br />
CK<br />
Q<br />
Decisor<br />
Fig. 2.76<br />
Sinal desmodulado<br />
Sinal descodificado<br />
Fig. 2.77<br />
Os sistemas diferenciais, embora dispensem os circuitos de recuperação da portadora,<br />
apresentam contudo a desvantagem de onerar a parte da transmissão com os circuitos<br />
para a codificação diferencial.<br />
Pág. 2-33
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
<strong>DE</strong>SMODULAÇÃO DIGITAL (Cont.)<br />
Antes de finalizar, esta abordagem aos desmoduladores digitais apresenta-se, a título de<br />
exemplo, na fig. 2.78, o esquema de princípio para um desmodulador QPSK<br />
Neste desmodulador coerente os filtros passa-baixo eliminam o ruído fora da banda e as<br />
interferências dos canais adjacentes.<br />
FPF<br />
÷<br />
PLL<br />
f0<br />
VCO<br />
Tensão de<br />
correcção<br />
I<br />
Detector<br />
Síncron<br />
o<br />
Portadora<br />
local<br />
coerente<br />
Q<br />
Fig. 2.78<br />
A tabela que se segue mostra, por exemplo, que se for “00” o “dibit” correspondente a<br />
uma fase de entrada de 45º , à saída do detector síncrono a portadora modulada e a<br />
portadora local (coerente em fase com a referência de fase no lado da modulação) dão<br />
origem a tensões de polaridade positiva em I e Q e o circuito de decisão associará um<br />
“0” se a polaridade for positiva e um “1” se a pola ridade for negativa (neste caso terá<br />
de associar dois zeros, isto é, exactamente o dibit “00”).<br />
¢¡ £¥¤§¦<br />
Detector<br />
Síncron<br />
o<br />
Decisor e<br />
Conversor<br />
paralelo/série<br />
Sinal<br />
desmodulado<br />
Tabela 2.2<br />
F ase de<br />
D ib it<br />
P o larid ad e de Saída<br />
E n trad a co rrespondente Detector I Detector Q<br />
+45º 00 + +<br />
+135º 10 - +<br />
+225º 11 - -<br />
+315º 01 + -<br />
§<br />
§<br />
Pág. 2-34
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
CÓDIGOS <strong>DE</strong> LINHA<br />
Um sinal binário na forma NRZ ("Non Return to Zero") [ver fig,] é um sinal em<br />
que os impulsos 1´ s regressam a zero só no fim de um período completo do<br />
relógio.<br />
Este tipo de sinal, embora seja o mais cómodo e fácil de utilizar a nível dos<br />
0<br />
V<br />
T<br />
1 0 1 0 1<br />
circuitos pois todos os circuitos lógicos operam sobre o princípio "ON-OFF" e<br />
é, de facto, usado dentro dos equipamentos (multiplexes, rádio digital,<br />
equipamento de linha de fibras ópticas, etc) não é apropriado quando o meio de<br />
transmissão é uma linha física pelas seguintes razões:<br />
- Introdução de componente CC na linha impedindo a utilização de<br />
transformadores de acoplamento (necessários nas unidades de<br />
regeneração e recepção)<br />
- Grande energia associada por os impulsos ocuparem todo o intervalo de<br />
tempo T, causando diafonias<br />
- Possibilidade de, na linha, ocorrerem grandes sequências de 0’s ou de 1’s,<br />
tornando difícil a extracção do sinal do relógio<br />
CLOCK<br />
SINAL NRZ<br />
Podemos (ver fig 2.80) verificar como é o seu espectro de frequências para o<br />
comparar com um sinal do tipo RZ ("Return to Zero") que é um sinal cujos 1´ s<br />
regressam a zero antes de concluído o período do relógio.<br />
t<br />
Fig. 2.79<br />
Pág. 2-35
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
DC<br />
Amplitude<br />
0<br />
f<br />
2<br />
CÓDIGOS de LINHA (Cont)<br />
f 3 f 2 f 5 f 3 f<br />
2<br />
2<br />
Fig 2.80 - Espectro do sinal NRZ<br />
frequência<br />
Observa-se que tem uma componente em DC cujo valor médio vai depender da<br />
relação entre o número de 1´ s e o número de 0´ s (no caso do sinal consistir de<br />
uma sequência 10101010… o seu valor será V/2).<br />
A frequência fundamental é f/2 sendo f a frequência do relógio e os<br />
harmónicos ímpares são nulos.<br />
E aqui está outra séria desvantagem : como a amplitude é zero à frequência do<br />
relógio, torna-se difícil extraír esta frequência no lado da recepcção.<br />
Também, durante a transmissão via cabo se os picos de ruído se somarem num<br />
determinado instante correspondente à transmissão de um 0, esse 0 pode ser<br />
interpretado como um 1 e é impossível detectar o erro.<br />
Consideremos agora um sinal RZ e o seu espectro (fig. 2.81).<br />
Trata-se também de um sinal do tipo "ON-OFF", logo apropriado para os<br />
circuitos dos equipamentos.<br />
Há uma componente DC no seu espectro mas muito menor do que no caso do<br />
sinal NRZ. Terá, evidentemente, de ser sempre menor qualquer que seja a<br />
sequência de 1´ s e 0´ s, dada a menor duração do impulso dentro do período do<br />
sinal.<br />
Agora há só harmónicos ímpares, o que torna mais fácil a extracção da<br />
frequência do "clock" no lado da recepção desde que não haja muitos zeros<br />
consecutivos.<br />
O problema da detecção de erros é igual ao caso NRZ.<br />
Pág. 2-36
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
V<br />
DC<br />
0<br />
Amplitude<br />
T<br />
1<br />
CÓDIGOS de LINHA (Cont)<br />
Os problemas atrás referidos, relacionados com a impropriedade dos sinais RZ e NRZ<br />
para transmissão sobre uma linha contornam-se de duas maneiras:<br />
1ª - Os impulsos transmitidos devem ser "moldados" de modo a que tenham a largura de<br />
banda mínima, em conformidade com a sua frequência de repetição.<br />
2ª - O sinal deve ser codificado de uma maneira que desvie o espectro de energia<br />
de modo a que fique concentrado nas frequências mais baixas.<br />
Por isso se criaram os códigos de linha<br />
0 1 0<br />
1 1 0<br />
0 f 2 f 3 f 4 f 5 f 6 f<br />
Fig 2.81 - Sinal RZ e o seu Espectro .<br />
CLOCK<br />
SINAL RZ<br />
t<br />
Pág. 2-37
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
CÓDIGOS de LINHA (Cont)<br />
Os impulsos binários gerados no transmissor (ou no regenerador) são "moldados"<br />
fazendo-os passar naturalmente por um filtro que selectivamente atenua as altas<br />
frequências harmónicas que são inerentes aos impulsos rectangulares. Esta operação<br />
deve ser feita a níveis baixos, aplicando-se depois uma amplificação para a sua<br />
transmissão.<br />
As características dos filtros são escolhidas de modo a assegurar uma atenuação mínima<br />
no meio de transmissão utilizado.<br />
Consideremos (fig 2.82a) um sinal binário formado por impulsos unipolares com um<br />
"duty cycle" [relação de funcionamento, isto é, relação entre a largura do impulso e a<br />
duração do "time slot" (intervalo de tempo) atribuído a cada impulso, em percentagem]<br />
de 50% .<br />
Consideremos também (fig 2.82.b) o mesmo sinal binário mas formado por impulsos<br />
bipolares, isto é, os 1' s em vez de terem o mesmo sinal variam alternadamente (uma vez<br />
tem uma amplitude positiva e outra a mesma amplitude em valor absoluto mas<br />
negativa).<br />
Como se pode observar através da fig. 2.83 enquanto o sinal unipolar tem componente<br />
DC e relativamente elevadas componentes discretas à frequência de repetição dos<br />
impulsos, o sinal bipolar não tem componentes nem DC nem à frequência de repetição<br />
e concentra grande parte da energia perto da frequência que é metade da frequência de<br />
repetição dos impulsos.<br />
Pág. 2-38
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
V<br />
0<br />
V<br />
0<br />
T<br />
1<br />
CÓDIGOS de LINHA (Cont)<br />
1 1<br />
1<br />
1<br />
MÚLTIPLOS da FREQUÊNCIA <strong>DE</strong> REPETIÇÃO<br />
CLOCK<br />
SINAL<br />
UNIPOLAR<br />
t<br />
SINAL<br />
BIPOLAR<br />
t<br />
Fig 2.82.a<br />
Fig 2.82.b<br />
Pág. 2-39
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
CÓDIGOS de LINHA (Cont)<br />
CÓDIGO AMI<br />
No código AMI ("Alternate Mark Inversion") consiste em representar os impulsos 1' s<br />
alternadamente, com a mesma amplitude, mas ora com polaridade negativa ora com<br />
polaridade positiva,<br />
Na passagem do código NRZ para AMI (ver fig. 2.85) distinguem-se as seguintes fases:<br />
1 - Conversão do sinal NRZ em RZ, diminuindo o tempo de duração do impulso de T<br />
para T/2<br />
2 - Inversão dos bits pares do código RZ, de maneira que quando um bit par é 0 é<br />
substituído por 1 e, quando é 1, é substituido por 0; assim se evita a existência<br />
sobre a linha, de sequências longas de 0' s ou de 1´ s.<br />
3 - Passagem ao código AMI, onde é invertida a polaridade de um em cada dois<br />
impulsos consecutivos.<br />
Amplitude<br />
f 3 f<br />
f 2 f<br />
2<br />
2<br />
Fig 2.84 Espectro do Sinal AMI<br />
frequência<br />
O código AMI é recomendado pela UIT-T (Rec.G.703) para o interface de 1.544<br />
Mbps.<br />
Outras versões modificadas do AMI são usadas noutros interfaces, nomeadamente nos<br />
2.048 Mbps, como o HDB3 de que iremos falar seguidamente.<br />
Pág. 2-40
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
CLOCK<br />
N R Z<br />
R Z<br />
INVERSÂO<br />
DOS BITS<br />
PARES<br />
A M I<br />
CÓDIGOS de LINHA (Cont)<br />
Conversão NRZ - AMI<br />
N U M E R A Ç Ã O<br />
D O S B I T S<br />
7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8<br />
Fig. 2.85<br />
Pág. 2-41
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
CÓDIGOS de LINHA (Cont)<br />
CÓDIGO HDB3<br />
HDB3 significa "High Density Bipolar code with 3 zeros maximum toterance prior zero<br />
substitution", isto é, código bipolar de alta densidade em que apenas se tolera a<br />
existência de zeros consecutivos até um máximo de 3 zeros.<br />
O principal objectivo do código HDB3 é o de limitar a existência na linha de grandes<br />
sequências de zeros consecutivos para, evidentemente, facilitar a extracção do "clock"<br />
na recepção.<br />
As regras para codificação HDB3 (ver fig. 2.87) são as seguintes:<br />
1 - Inverter alternadamente cada “1” que seja transmitido.<br />
2 - Se o número de zeros consecutivos exceder 3, introduzir um impulso V de violação<br />
na posição do quarto zero. Esta violação quer dizer que se trata de um impulso que<br />
não respeita a regra AMI, isto é em vez de alternar a polaridade com o impulso<br />
anterior fica com a mesma polaridade.<br />
3 - Os impulsos V de violação devem alternadamente mudar de polaridade. Se perante<br />
uma determinada série de 0' s isto não for possível introduz-se um impulso B na<br />
posição do primeiro zero da série. Este impulso B segue a regra AMI, isto é,<br />
alterna a polaridade em relação à do impulso precedente.<br />
O espectro do sinal HDB3 está representado na fig. seguinte.<br />
Amplitude<br />
0 0 , 5f<br />
f 1 , 5f<br />
2 f<br />
Fig 2.86 - Espectro do Sinal HDB3<br />
Este código é recomendado pela UIT-T (Rec. G.703) para transmissão a 2, 8 e 34<br />
Mbps.<br />
Pág. 2-42
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
CLOCK<br />
N R Z<br />
R Z<br />
HDB3<br />
CÓDIGOS de LINHA (Cont)<br />
Conversão NRZ – HDB3<br />
HDB3 - High Density Bipolar with 3 zero maximum tolerance prior to zero<br />
substitution<br />
N U M E R A Ç Ã O D O S B I T S<br />
0<br />
7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8<br />
1 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 1 0 0<br />
V – Impulso de violação da regra AMI<br />
V<br />
Fig. 2.87<br />
B<br />
V<br />
Pág. 2-43
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
CÓDIGOS de LINHA (Cont)<br />
CÓDIGO CMI<br />
CMI significa "Coded Mark Inversion".<br />
Trata-se de um código de linha em que os bits 1 são representados alternadamente<br />
por impulsos positivos e negativos e em que os 0´ s são representados por um impulso<br />
positivo na primeira metade do intervalo do bit (do "time slot" destinado a cada bit) e<br />
por um impulso negativo na segunda metade desse intervalo<br />
CLOCK<br />
N R Z<br />
CMI<br />
N U M E R A Ç Ã O<br />
D O S B I T S<br />
7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8<br />
1 0 1 1 0 0 1 0 0 0 1 0 1 1 1 0 0<br />
Fig. 2.88<br />
A codificação CMI é recomendada pela UIT-T para o interface de sinais a<br />
139.264 Mbps e também para o interface de sinais SDH a 155.52 Mbps.<br />
Pág. 2-44<br />
1
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
CÓDIGOS de LINHA (Cont)<br />
CÓDIGO MANCHESTER<br />
É um código bifásico que, embora não esteja associado com os multiplexers, se utiliza<br />
nas LAN´ s (redes locais Ethernet e token-ring) e também em certos equipamentos para<br />
transmissão óptica.<br />
Nesta codificação os 0' s são representados por impulsos que são negativos na primeira<br />
metada da duração do bit e positivos na segunda metade enquanto que os 1' s são<br />
representados por impulsos positivos na primeira metade e negativos na segunda (ver<br />
fig. seguinte)<br />
As vantagens deste código é que tem sempre transições a meio do intervalo de bit<br />
tornando fácil a extracção do relógio.<br />
As desvantagens são as de que por um lado tem um espectro de frequências mais largo<br />
e, por outro, tal como o NRZ, não é apropriado para a detecção de erros.<br />
1 0 1 1 0 0 1 1 0 0 0 1<br />
0<br />
Amplitude<br />
Fig. 2.89 Sinal MANCHESTER e seu espectro<br />
f<br />
2 f<br />
Frequência<br />
CLOCK<br />
Manchester<br />
Pág. 2-45
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
CONVERSÃO CÓDIGO <strong>DE</strong> LINHA / CÓDIGO EQUIPAMENTO<br />
(CMI/NRZ)<br />
A primeira função a ser realizada é a conversão do código de linha para NRZ, formato<br />
adequado para que o equipamento possa proceder ao processamento digital do sinal.<br />
Vejamos o caso da conversão CMI/NRZ.<br />
Um circuito que pode converter o sinal de entrada CMI no código NRZ é o que se<br />
indica na figura seguinte.<br />
CMI<br />
1 0 1 1 0 0 1 1 0 0 0 1<br />
CMI<br />
ATRASO ½ BIT<br />
EX-OR<br />
Fig. 2.91<br />
A<br />
D<br />
CK<br />
Q<br />
NRZ<br />
CLOCK<br />
Fig. 2.90<br />
Sinal CMI<br />
a ser<br />
codificado<br />
em NRZ<br />
Pág. 2-46
ISEL ST<strong>II</strong><br />
2 - Processamento do sinal nas transmissões digitais<br />
CMI<br />
CMI<br />
atrasado<br />
CMI<br />
Invertido<br />
A<br />
CLOCK<br />
NRZ<br />
Conversão CMI - NRZ<br />
N U M E R A Ç Ã O<br />
D O S B I T S<br />
7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8<br />
1 1 0 0 0 0 1 0 0 1 1 1 1 1 0 1 1 0<br />
Fig. 2.92<br />
Pág. 2-47