Cooperativismo de Crédito: realidades e perspectivas - Cecremef
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Da operacionalida<strong>de</strong><br />
Ao início das ativida<strong>de</strong>s, contava-se com o apoio das empresas on<strong>de</strong> a cooperativa<br />
era constituída, facilitando o <strong>de</strong>sconto em folha na formação <strong>de</strong> capital e<br />
amortização <strong>de</strong> empréstimos. A empresa também colaborava na divulgação <strong>de</strong><br />
programas da cooperativa (distribuição <strong>de</strong> material educativo, exposição <strong>de</strong> cartazes,<br />
palestras admissionais etc.) e na liberação <strong>de</strong> parte do horário do presi<strong>de</strong>nte da<br />
entida<strong>de</strong> para comparecer a algum encontro do movimento. O corpo diretivo se reunia<br />
após o expediente.<br />
Estágios da Operacionalida<strong>de</strong><br />
Manual, operado por apenas um funcionário, em cooperativas <strong>de</strong> até 500 associados,<br />
com liberação <strong>de</strong> empréstimos quinzenais ou mensais e amortização <strong>de</strong> três<br />
a <strong>de</strong>z meses; semi-mecanizada, quando liberando crédito semanais, com empréstimos<br />
emergenciais e amortizações <strong>de</strong> 30 dias; e informatizada, com estrutura <strong>de</strong><br />
médio e gran<strong>de</strong> porte, com serviços diversificados, como atendimento médico,<br />
poupança etc.<br />
Do <strong>de</strong>senvolvimento ao retrocesso<br />
Nos primeiros anos, até meados da década <strong>de</strong> 70, a maioria das cooperativas <strong>de</strong><br />
economia e crédito mútuo teve um crescimento real, praticando os princípios cooperativos<br />
– e não apenas financeiros – e atuando com juros módicos, pois a formação<br />
permanente <strong>de</strong> capital e a inflação <strong>de</strong> 14% a 20% ao ano permitiam essa prática.<br />
Houve mudanças na or<strong>de</strong>m econômica do país, mas a maioria das li<strong>de</strong>ranças<br />
cooperativistas não se adaptou às novas regras. O milagre econômico camuflava a<br />
realida<strong>de</strong> e, por outro lado, as empresas cerceavam o crescimento das cooperativas,<br />
que tinham dificulda<strong>de</strong>s em aten<strong>de</strong>r o número crescente <strong>de</strong> associados (e empréstimos),<br />
com espaço e pessoal reduzidos.<br />
Com isso, as entida<strong>de</strong>s passaram a adotar normas rígidas <strong>de</strong> atendimento, liberando<br />
empréstimos baseados no capital e não por finalida<strong>de</strong>s. A essa altura, o Banco<br />
Central havia <strong>de</strong>terminado o fim do Conselho <strong>de</strong> <strong>Crédito</strong>, que <strong>de</strong>veria ser substituído<br />
por uma Comissão <strong>de</strong> <strong>Crédito</strong>, não eleita, mas escolhida pelos Conselhos remanescentes.<br />
Diante <strong>de</strong> tantos fatos novos, algumas cooperativas cresceram, ampliaram seus<br />
serviços <strong>de</strong> crédito e sociais – com programas educativos, assistenciais e <strong>de</strong> lazer –<br />
não esquecendo seus objetivos nem a prática cooperativista, que coloca econômico<br />
a serviço do ser humano.<br />
Outras confundiram o social com o econômico, praticando administrações suicidas.<br />
Não se ajustaram aos novos tempos, não buscaram o crescimento econômico,<br />
nem adotaram taxas mais compatíveis com a realida<strong>de</strong>. A capitalização perma-