Cooperativismo de Crédito: realidades e perspectivas - Cecremef
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<strong>de</strong>senvolvimento do cooperativismo alcance todos os segmentos, é fundamental<br />
que haja uma conscientização maior em relação ao que ele representa, além <strong>de</strong> um<br />
trabalho permanente <strong>de</strong> aperfeiçoamento do sistema.<br />
Este livro terá algum enfoque histórico, abordando o papel da cooperativa <strong>de</strong><br />
crédito, seus organismos <strong>de</strong> 2° e 3° graus, suas instituições internacionais e principalmente<br />
sua expressivida<strong>de</strong> econômica.<br />
Origens<br />
O cooperativismo <strong>de</strong> crédito surgiu para combater a usura – prática tolerada pelas<br />
leis do século XIX – que escravizava lavradores e trabalhadores urbanos. Junto<br />
à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se extirpar esse mal, era preciso investir uma or<strong>de</strong>m mais justa,<br />
que priorizasse a concessão <strong>de</strong> créditos mais compatíveis com a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas<br />
pessoas.<br />
As origens do crédito mútuo não têm fundamento absoluto no quadro geral <strong>de</strong><br />
mudanças da socieda<strong>de</strong>, como as socieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> consumo, em meados do século<br />
XIX. As cooperativas <strong>de</strong> crédito foram, <strong>de</strong> certa forma, respostas a necessida<strong>de</strong>s<br />
específicas, expressas em momentos <strong>de</strong>terminados.<br />
Numa época marcada pelo confronto <strong>de</strong> teorias antagônicas relativas à economia<br />
e ao lucro, que só faziam alimentar um permanente sistema <strong>de</strong> usura, o crédito<br />
mútuo dava seus primeiros passos, durante a segunda meta<strong>de</strong> do século XIX.<br />
Era fruto do sofrimento e do esforço <strong>de</strong> homens <strong>de</strong> boa vonta<strong>de</strong>, que juntos buscavam<br />
saídas para a situação primitiva e crucial <strong>de</strong> que eram vítimas.<br />
Ninguém imaginava que o progresso surpreen<strong>de</strong>nte do século XIX fosse acompanhado<br />
<strong>de</strong> um assustador estado <strong>de</strong> miséria para gran<strong>de</strong> parte da humanida<strong>de</strong>.<br />
Na área rural, os camponeses eram levados a endividar-se com empréstimos a juros<br />
altos, por causa das <strong>de</strong>spesas anuais com a agricultura. Esses empréstimos geralmente<br />
eram obtidos <strong>de</strong> negociantes, que estipulavam condições <strong>de</strong>sonestas <strong>de</strong> pagamento,<br />
obrigando os lavradores a ven<strong>de</strong>r os produtos da safra a preços baixos.<br />
Com isso, eles viviam à beira da miséria, cada vez mais endividados para aten<strong>de</strong>r<br />
aos financiamentos da produção.<br />
É próprio do homem <strong>de</strong>scobrir alternativas para situações intoleráveis.<br />
E foi através da ajuda mútua e solidarieda<strong>de</strong> que aqueles lavradores conseguiram<br />
potencializar o crédito, fortalecendo-o e dando à humanida<strong>de</strong> instrumentos<br />
para uma vida mais digna.<br />
Herman Schulze c, principalmente, Friedrich Wilhelm Raiffeisen, na Alemanha;<br />
Ludovic <strong>de</strong> Besse e Louis Durand, na França, foram os pioneiros <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong><br />
empresas que mudaram a situação existente, estabelecendo as primeiras ações e