Baixar - Circuito de Alta Decoração

curto circuito 02 OK.qxp 26/2/2007 17:50 Page 40
circuitoconceito
Tem baiano na
Casa Cor Sªo Paulo
Sidney Quintela estréia no maior evento
de arquitetura e decoração do país
ANA PORTELLA
Olugar não poderia ser mais
apropriado para se comemorar
os vinte anos de Casa Cor do
que o Jóquei Clube de São Paulo, um dos
endereços mais tradicionais da cidade. O
espaço abrigou, do dia 30 de maio a 9 de
julho, a maior mostra de arquitetura e decoração
do País em uma área com mais
de 2 mil m², cercada por grandes jardins.
A Casa Cor foi dividida em duas alas
com 64 ambientes assinados por profissionais
como Benedito Abbud, Jóia Bergamo,
João Armentano, Roberto Migotto,
Bya Barros e Sig Bergamin. Entre eles, estava
o baiano Sidney Quintela, marcando
sua estréia no evento paulistano.
De todas as novidades, um dos pontos
que mais chamaram a atenção do arquiteto
foi o menor número de ambientes em
relação à edição de 2005, que na,
ocasião contou com 87. "Dessa forma se
selecionou melhor e ficou menos cansativo
para os visitantes, que demoravam
mais em cada espaço", avalia.
Sidney notou também que estava em alta
o uso de madeira escura de demolição e materiais
recicláveis em muitos objetos decorativos;
a aplicação das cores bege e chocolate
e a tendência ao monocromatismo.
A Casa Cor São Paulo teve áreas de
entretenimento como restaurante, cafeteria,
livraria e galerias de arte. E houve ainda
uma preocupação em relação ao
conforto de deficientes físicos e visuais.
Uma inovação este ano foi o Salão de
Festas, que ficou exposto até o último dia
15 de agosto, projeto do arquiteto José
Antonio de Castro Bernardes. O amplo
espaço foi construído com o intuito de
criar diversos tipos de eventos, desde
cafés-da-manhã até coquetéis, com capacidade
para até mil pessoas. As paredes
de vidro possibilitavam ainda uma
bonita vista da cidade.
FF O T OO :: L U C AA S SS II L V A
Dos ambientes em exposição na Casa
Cor, o Fumoir de Sidney Quintela foi um dos
que mais chamaram a atenção, tanto da
imprensa quanto dos visitantes. Único
profissional baiano a participar do evento, o
arquiteto fez uma releitura dos fumoirs,
muito apreciados pelos nobres franceses
do século XIX.
Mas ao invés dos tradicionais livros,
jornais e revistas que eram encontrados
nesses espaços pelos amantes do fumo,
ele criou um espaço moderno, com jeito de
instalação de arte. Todo em vermelho e
acrílico, o ambiente trazia ainda a tecnologia
atual, com a exibição de imagens de vídeoarte
refletidas em cadeiras de vidro.
De acordo com Sidney, que há um ano
abriu escritório na capital paulista, sua
inspiração surgiu a partir do desenho de um
cubo vermelho que aparece na embalagem
de uma marca de cigarros. "Pensei em um
ambiente conceitual que impactasse, que
fosse provocativo e que causasse tanto
emoções positivas quanto negativas. Por
isso que foi tão comentado em jornais
como a Folha e o Estadão", explica.