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Saiba mais - Esab

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gido a componentes de pequena espessura,<br />

que apresentam menor rigidez e, desta<br />

forma, menor propensão para a fratura frágil,<br />

e que podem ser soldados com um baixo<br />

aporte térmico, reduzindo, desta forma, a<br />

degradação das propriedades da solda.<br />

Existe um potencial para se influenciar<br />

de forma positiva e forte o crescimento e a<br />

competitividade do setor de bens de capital<br />

através do domínio da tecnologia de soldagem<br />

das ligas inoxidáveis ferríticas com maior<br />

espessura (acima de cerca de 4 mm). O presente<br />

artigo apresenta um estudo exploratório<br />

sobre a possibilidade de aplicação de aços<br />

inoxidáveis ferríticos em estruturas de maior<br />

espessura. O estudo envolveu tanto a caracterização<br />

do metal base, que foi produzido em<br />

instalações industriais, mas ainda na forma<br />

de teste para o desenvolvimento do produto,<br />

como de juntas soldadas usando o processo<br />

de soldagem com arames tubulares.<br />

2. Materiais e Métodos<br />

Neste projeto, foi estudado um aço da<br />

classe UNS S43932, na espessura de 5<br />

mm, fornecido pela ArcelorMittal Inox Brasil<br />

(Tabela 1). Considerando o caráter exploratório<br />

do presente trabalho e que o material<br />

não é produzido como um produto final na<br />

espessura indicada, foi usada uma chapa<br />

laminada a quente. Este aço tem baixo teor<br />

de carbono, 17% de cromo e é estabilizado<br />

ao titânio (Ti) e ao nióbio (Nb). Segundo a<br />

norma ASTM A 240/A 240M, a formulação<br />

que rege a sua estabilização é:<br />

%(Ti + Nb) > [0,20+4(C+ N)] e<br />

%(Ti+Nb) < 0,75 (1)<br />

O consumível de soldagem foi um arame<br />

tubular “metal cored” ferrítico estabilizado<br />

ao Nb e ao Ti, com 1,2 mm de diâmetro,<br />

fornecido pela ESAB Indústria e Comércio<br />

Ltda. (Tabela 2).<br />

A soldagem dos corpos de prova foi realizada<br />

pelo processo FCAW. Foram realizados<br />

cordões sobre chapa e soldas em chanfro.<br />

O ciclo térmico da soldagem foi monitorado,<br />

e os dados, avaliados. Os testes de soldagem<br />

utilizaram 4 níveis diferentes de energia<br />

(0,4 kJ/mm, 0,6 kJ/mm, 0,8 kJ/mm e 1,2<br />

kJ/mm). Aspectos gerais da microestrutura<br />

do metal base e da ZTA foram analisados,<br />

incluindo a determinação dos constituintes<br />

presentes através de microscopia ótica (MO)<br />

e eletrônica de varredura (MEV), medição<br />

do tamanho de grão ferrítico, caracterização<br />

dos principais precipitados presentes<br />

e avaliação de possível sensitização. Além<br />

disso, as propriedades mecânicas, tração e<br />

impacto, foram avaliadas.<br />

3. Resultados e Discussão<br />

3.1. Metal base<br />

O metal base não estava otimizado para<br />

a aplicação pretendida. Isto pode ser comprovado<br />

a partir da análise de sua microestrutura,<br />

que apresenta granulação grossa<br />

(Figura 1). A microestrutura era composta<br />

por uma matriz de ferrita com precipitados. A<br />

granulação observada do metal base sugere<br />

que este tem baixa tenacidade [3].<br />

O material apresenta precipitados com<br />

formas diversas e dimensões. A Figura 2<br />

apresenta alguns precipitados dourados,<br />

coloração típica do carbonitreto de titânio. A<br />

Figura 3 apresenta imagens obtidas no MEV<br />

com precipitados que foram analisados por<br />

EDS (Tabela 3). Os resultados indicam que<br />

os precipitados escuros são predominantemente<br />

de titânio, possivelmente Ti (C, N), e<br />

os claros são de nióbio, possivelmente Nb<br />

(C, N) ou a fase de Laves (Fe2Nb).<br />

Alguns precipitados apresentavam estrutura<br />

complexa, com uma região externa<br />

clara e um núcleo escuro, por exemplo, o<br />

precipitado P3 da Figura 3(a). A borda deste<br />

precipitado, região <strong>mais</strong> clara, apresenta um<br />

maior teor de nióbio, enquanto a central,<br />

<strong>mais</strong> escura, é rica em titânio. Estes resultados<br />

confirmam a biestabilização do aço<br />

estudado. Além disso, a precipitação de<br />

compostos de nióbio sobre um precipitado<br />

já existente de composto de Ti é razoá-<br />

OUTUBRO Nº 14 2010<br />

Correio Técnico<br />

Elemento C Mn Si Cr Ni Nb Ti N<br />

% 0,01 0,16 0,43 17,1 0,19 0,18 0,13 0,01<br />

Fonte: ArcelorMittal Inox Brasil<br />

Tabela 1: Composição química do metal base (% peso)<br />

Tabela 2: Composição química (% peso) do metal depositado pelo arame tubular<br />

com o gás 98%Ar +2%O2<br />

Elemento C Mn Si Cr Ti Nb<br />

Composição<br />

(%peso)<br />

Fonte: ESAB Indústria e Comércio Ltda.<br />

0,03 0,55 0,45 17,0 0,12 0,60<br />

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