Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
ZH FM e possuía uma cadeia de rádios, hoje, ocupadas pela Rede Atlântida e pela <strong>Rádio</strong> Itapema<br />
FM<br />
Com a conformação <strong>do</strong> rádio espetáculo <strong>no</strong> início <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s 1930 a partir <strong>do</strong><br />
trabalho de César Ladeira, primeiro na Record, de São Paulo, e depois na Mayrink Veiga,<br />
<strong>no</strong> Rio de Janeiro, criam-se as possibilidades concretas para que o veículo atenda às<br />
necessidades de divulgação de produtos e serviços de terceiros. A ele, Ortriwa<strong>no</strong> (1985,<br />
p. 17) atribui a criação <strong>do</strong> elenco exclusivo e remunera<strong>do</strong>, base da profissionalização <strong>do</strong><br />
meio que irá permitir o surgimento <strong>do</strong>s programas de auditório, humorísticos e <strong>no</strong>velas,<br />
principais conteú<strong>do</strong>s para o merca<strong>do</strong> anunciante da época. Os indícios existentes levam a<br />
crer, (Tota 1990, p.71), que a compra da Record, em 1931, por um grupo integra<strong>do</strong> por<br />
Paulo Macha<strong>do</strong> de Carvalho, permite à estação “estruturar-se como uma moderna<br />
empresa de comunicação, acompanhan<strong>do</strong> o processo geral de transformações que<br />
caracterizou o <strong>Brasil</strong> <strong>do</strong>s primeiros a<strong>no</strong>s da década de 1930”.<br />
3 – Nasce o rádio comercial brasileiro<br />
No início da década de 1930, a situação havia muda<strong>do</strong> e o rádio se tornara um<br />
veículo mais popular. Em São Paulo (que oferecia os maiores salários <strong>do</strong> país) um<br />
aparelho de rádio custava em tor<strong>no</strong> de 80$000 e o salário médio de uma família de<br />
trabalha<strong>do</strong>res era de 500$000 por mês. Ainda na década de 1930, surge o rádio<br />
comercial, após a emissão de um decreto permitin<strong>do</strong> a inserção publicitária - Decreto nº<br />
21.111, de 1º de março de 1932, que autorizava 10% da programação da rádio a ter<br />
comerciais (atualmente é 25%). Como resulta<strong>do</strong>, a produção erudita passou a ser popular<br />
e os interesses <strong>do</strong>s proprietários passaram de educativos para mercantis. Por outro la<strong>do</strong>,<br />
a competição gerou desenvolvimento técnico, popularidade e status às emissoras. A<br />
década de 30 marcou o apogeu <strong>do</strong> rádio como veículo de comunicação de massa,<br />
refletin<strong>do</strong> as mudanças pelas quais o país passava. O crescimento da eco<strong>no</strong>mia nacional<br />
atraía investimentos estrangeiros, que encontravam <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> um merca<strong>do</strong> promissor. A<br />
indústria elétrica, aliada à indústria fo<strong>no</strong>gráfica, proporcionaram um grande impulso à<br />
expansão radiofônica.<br />
A autorização <strong>do</strong> gover<strong>no</strong> Vargas para a veiculação de publicidade <strong>no</strong> rádio, em<br />
março de 1932, deu ao <strong>no</strong>vo meio um impulso comercial e popular. No mesmo a<strong>no</strong>, o<br />
gover<strong>no</strong> começou a distribuir concessões de canais a indivíduos e empresas privadas.<br />
Ainda <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 1930, aparece a propaganda política. Também surgem os programas de<br />
auditório, com a participação popular. Além disso, a <strong>Rádio</strong> Jornal <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> estabelece em<br />
sua programação o cunho informativo.