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CORPOS ASSEADOS, A PESTE MORA AO LADO ... - Itaporanga.net

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9º Sair o menos possível à noite, afim de evitar o ar frio e muitas<br />

vezes humido.<br />

Ora, essas primeiras medidas estão relacionadas diretamente ao corpo, as normas<br />

de conduta dos indivíduos. Os primeiros cuidados diz respeito ao asseio do corpo, ele<br />

deve ser hígido, limpo. Tudo que seja associado a sujeira, a imundície deve ser afastado<br />

de si. É sem dúvida uma ação histórica que esteve presente no processo de higienização<br />

do corpo na Paraíba. Peter Burke (2008) afirma que a história do corpo surge a partir da<br />

história da medicina, portanto, é por meio das doenças que faz-se necessário expurgar a<br />

imundície, afastar de si todas as características que possam representar sinais propícios<br />

para as doenças.<br />

Achamos aqui importante fazer uma interrupção na narrativa para comentar<br />

sobre nosso outro conceito de discussão: o corpo. Há algumas décadas atrás, a história<br />

do corpo seria um “campo de estudo inconcebível, sendo destinada no máximo a<br />

amadores, ou seja, as raras contribuições feitas nesse campo antes de 1970 eram pouco<br />

conhecidas ou consideradas marginais” (PORTER, 1992, p. 94). Até pouco tempo a<br />

história do corpo era negligenciada. Hoje, esse objeto de estudo parece ter recebido<br />

sobre si um zoom, possibilitando uma infinidade de pesquisas nos mais variados<br />

enfoques.<br />

De acordo com Roy Porter (1992), o corpo passou, na última geração, por um<br />

processo desmistificador viabilizado pelas profundas mudanças culturais, que<br />

subverteram a sua puritana e platônica suspeição: a revolução sexual, o capitalismo<br />

consumista, as críticas acumuladas pela contra cultura dos anos 1960, quanto pelo<br />

feminismo de 1970, e assim por diante. O autor aponta “os componentes clássico e<br />

judaico-cristão de nossa herança cultural como o principal motivo para tal abandono,<br />

uma verdadeira visão dualista do homem, entendida como uma aliança muitas vezes<br />

ansiosa da mente e do corpo” (PORTER, 1992, p. 292).<br />

Embora o corpo tenha sido deixado de lado por um longo período, segundo<br />

Peter Burke, a partir da década de 1980,<br />

uma corrente cada vez maior de estudos concentrou-se nos corpos<br />

masculino e feminino, no corpo como experiência e como símbolo,

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