Bradesco: história contada pela tecnologia - Termo de Uso
Bradesco: história contada pela tecnologia - Termo de Uso
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AGO 2010 nº 30<br />
<strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong>: <strong>história</strong><br />
<strong>contada</strong> <strong>pela</strong> <strong>tecnologia</strong><br />
Luiz Carlos Trabuco Cappi explica<br />
como TI foi vital para instituição<br />
Re<strong>de</strong>s sociais<br />
Bancos querem enten<strong>de</strong>r<br />
os novos canais <strong>de</strong> comunicação<br />
Digitalização<br />
Será o fim do papel?
21 E 22 DE OUTUBRO<br />
a p r e s e n t a m :<br />
Hotel Tivoli Mofarrej Alameda Santos, 1437 · Sala Jardins, SP<br />
Um encontro para discutir a Educação Financeira num cenário<br />
<strong>de</strong> crescimento e <strong>de</strong> emergência <strong>de</strong> uma nova classe média.<br />
RICARDO MARINO<br />
Presi<strong>de</strong>nte da FELABAN<br />
ALEXSANDRO BROEDEL<br />
Diretor da CVM - Comissão <strong>de</strong> Valores<br />
Mobiliários (CVM)<br />
JOSÉ MIGUEL DOMÍNGUEZ CAMACHO<br />
Subdiretor <strong>de</strong> Enlace e Cultura Financeira,<br />
Associação <strong>de</strong> Bancos do México, México<br />
MARISA EBOLI<br />
Professora da USP - Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />
SILVIA SINGER SOCHET<br />
Diretora-Geral, Museu Interativo<br />
<strong>de</strong> Economia, México<br />
CASSIA D´AQUINO<br />
Especialista em Educação Financeira,<br />
Corresponding Member, IACSEE ·<br />
International Association for Citizenship,<br />
Social and Economics Education<br />
JOSÉ ALEXANDRE VASCO<br />
Superinten<strong>de</strong>nte da CVM -<br />
Comissão <strong>de</strong> Valores Mobiliários<br />
JULIETA DE GUARIN<br />
Gestora <strong>de</strong> Finanças para Cambio,<br />
Divi<strong>de</strong>ndo por Colômbia<br />
WANDA ENGEL<br />
Superinten<strong>de</strong>nte do Instituto Unibanco<br />
GIOVANNA PRIALÉ<br />
Responsável <strong>pela</strong> Gerência <strong>de</strong> Produtos<br />
e Serviços ao Usuário da Superintendência<br />
<strong>de</strong> Banca, Seguros e Administradoras<br />
<strong>de</strong> Fundos e Pensões do Peru<br />
ENRIQUE BELTRAN DÁVILA<br />
Diretor da Associação <strong>de</strong> Bancos do Peru<br />
MARA LUQUET<br />
Jornalista da rádio CBN e<br />
da editora Letras & Lucros<br />
p a t r o c í n i o m a s t e r p a t r o c í n i o d i a m a n t e<br />
a p o i o<br />
RICARDO HUMBERTO ROCHA<br />
Professor <strong>de</strong> Finanças, Insper –<br />
Instituto <strong>de</strong> Ensino e Pesquisa<br />
LORETO GARCÍA MURIEL<br />
Diretora do Programa <strong>de</strong> Educação Financeira,<br />
BANAMEX, “Saber Cuenta (México)<br />
FÁBIO MORAES<br />
Diretor <strong>de</strong> Educação Financeira da FEBRABAN<br />
Boris Buvinic Guerovich, Gerente Geral, Banco<br />
Itaú - Chile<br />
URIEL GALICIA NEGRETE<br />
Diretor do programa <strong>de</strong> Educação Financeira,<br />
BBVA Bancomer, “A<strong>de</strong>lante con tu futuro”<br />
(México)<br />
CARLOS ALBERTO SARDENBERG<br />
Jornalista, rádio CBN, jornal<br />
O Estado <strong>de</strong> S. Paulo, TV Globo
os bAncos<br />
e As re<strong>de</strong>s sociAis<br />
Executivos <strong>de</strong> Marketing do <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong>, HSBC e Itaú Unibanco falaram das experiências<br />
mais recentes <strong>de</strong>ssas instituições com os novos canais <strong>de</strong> comunicação.<br />
digitAlizAção <strong>de</strong><br />
documentos<br />
Parece mesmo que o uso do papel está com<br />
os dias contados nos bancos. Casos como da Caixa<br />
e HSBC mostram que a aposta é a digitalização.<br />
ÍnDiCE<br />
10<br />
Atendimento eficAz<br />
Software livre, automação <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos e<br />
segurança em ATMs são exemplos <strong>de</strong> recursos utilizados<br />
pelos bancos para conquistar e manter os clientes.<br />
20<br />
22<br />
Editorial .......................................................................................................................................... 4<br />
Tecnologia no <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong> ............................................................................................................... 6<br />
Re<strong>de</strong>s sociais nos bancos ........................................................................................................... 10<br />
IBM e a nova comunicação ...................................................................................................... 14<br />
Banco do futuro .......................................................................................................................... 16<br />
História da TI bancária ............................................................................................................... 18<br />
Soluções <strong>de</strong> Atendimento .........................................................................................................20<br />
Digitalização contra o papel .....................................................................................................22<br />
Tecnologia e a crise ....................................................................................................................24<br />
revista<br />
Comissão Organizadora 2010<br />
Presi<strong>de</strong>nte<br />
Alexandre <strong>de</strong> Barros - Itaú Unibanco<br />
Membros<br />
Gustavo Roxo - Santan<strong>de</strong>r<br />
Jorge Vacarini - Santan<strong>de</strong>r<br />
Jorge Fernando Krug Santos - Banrisul<br />
Keiji Sakai - J. P. Morgan<br />
Odair Garcia - Banco do Brasil<br />
Paulo César Duarte Cherberle - <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong><br />
Wilson Inácio Nunes - Banco do Brasil<br />
Diretora <strong>de</strong> Eventos da FEBRABAn<br />
Nair Macedo<br />
Diretor Técnico da FEBRABAn<br />
Wilson Antonio Salmeron Gutierrez<br />
Diretor <strong>de</strong> Comunicação Social<br />
da FEBRABAn<br />
William Thomazzi Salasar<br />
Assessores Técnicos da FEBRABAn<br />
Nilton Cesar Gratão<br />
Reinaldo Castanheira<br />
Assessora <strong>de</strong> Eventos<br />
Hilda Nishijima Solera<br />
Gerente <strong>de</strong> Relacionamento<br />
Marcelo Assumpção<br />
Consultor<br />
Luis Marques <strong>de</strong> Azevedo<br />
Edição<br />
Danilo Vivan (MTB 46.219)<br />
Colaborador<br />
Van<strong>de</strong>rlei Campos<br />
Projeto Gráfico e Editoração<br />
Felici Design Estratégico e Comunicação<br />
Pautas, Reportagens e Textos<br />
ABCE Comunicação<br />
Fotos<br />
Rafael Rezen<strong>de</strong>/Assunto Digital<br />
Se<strong>de</strong><br />
Av. Briga<strong>de</strong>iro Faria Lima, 1485<br />
15º andar - Torre Norte - Pinheiros<br />
01452-921 - São Paulo - SP<br />
ESTA É UMA PUBLICAÇÃO<br />
DA FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE<br />
BANCOS - FEBRABAN<br />
COPYRIGHT 2010 · AGOSTO<br />
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS<br />
www.febraban.org.br<br />
Ago 2010 | nº 30
4<br />
É<br />
maior realizado.<br />
incrível a vitalida<strong>de</strong> que o Ciab FEBRABAN<br />
apresenta nestes 20 anos. Chegamos, em<br />
2010, à 20ª edição e o evento se mostrou o<br />
Registramos aumento no número <strong>de</strong> expositores (129),<br />
muito superior ao das edições anteriores. Ultrapassamos,<br />
também, os 16 mil visitantes da exposição. Foram 1,5 mil<br />
congressistas, representando 23 países. Tivemos, ainda,<br />
23 empresas estrangeiras que adotaram o evento como<br />
primeira plataforma <strong>de</strong> negócios no País.<br />
Além do Brasil, estiveram presentes <strong>de</strong>legações da Alemanha,<br />
Angola, Argentina, Austrália, Bélgica, China,<br />
Chile, Colômbia, Equador, Espanha, EUA, França, Israel,<br />
Índia, Itália, Japão, México, Paraguai, Peru, Singapura,<br />
Taiwan, Uruguai e Venezuela.<br />
Nesse aspecto temos a convicção <strong>de</strong> que, mantendo-se<br />
a perspectiva <strong>de</strong> crescimento do PIB nacional e intensificando-se<br />
os investimentos em infraestrutura para a<br />
os dois maiores eventos esportivos mundiais, a Copa do<br />
Mundo e a Olimpíada, a internacionalização será um caminho<br />
inexorável para o Ciab.<br />
Voltando ao evento, celebramos os 20 anos do Ciab<br />
com um jantar que reuniu mais <strong>de</strong> mil pessoas e a li<strong>de</strong>rança<br />
do setor com homenagens aos ex-presi<strong>de</strong>ntes do<br />
<strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong>, Amador Aguiar, e do Itaú, Olavo Setúbal, personagens<br />
capitais para o <strong>de</strong>senvolvimento da <strong>tecnologia</strong><br />
bancária nacional.<br />
AGOSTO · 2010<br />
O maiOr<br />
Ciab FeBrABAn<br />
Da HiSTÓria<br />
Alexandre <strong>de</strong> Barros<br />
Presi<strong>de</strong>nte da Comissão Organizadora Ciab FEBRABAN 2010<br />
Um motivo para o crescimento do evento foi o tema central,<br />
a geração Y. Consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> extrema importância,<br />
discutiu-se nos três dias a preparação dos bancos nacionais<br />
e internacionais para a hegemonia <strong>de</strong>ssa geração<br />
(com seus hábitos e novo modo <strong>de</strong> pensar) na produção<br />
<strong>de</strong> renda mundial.<br />
Esta 30ª edição da revista do Ciab po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada<br />
especial. Estamos retratando os três dias do evento<br />
e inaugurando as discussões que ajudarão a compor a<br />
pauta do Ciab 2011 – marcado para os dias 15, 16 e 17<br />
<strong>de</strong> junho.<br />
Iniciamos pelo que foi, talvez, o painel <strong>de</strong> maior impacto:<br />
a conferência do presi<strong>de</strong>nte do <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong>, Luiz Carlos Trabuco<br />
Cappi, que abordou a importância da <strong>tecnologia</strong> no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta que é uma das mais importantes<br />
instituições financeiras do mundo. Depois, reportamos o<br />
uso das re<strong>de</strong>s sociais em três gran<strong>de</strong>s bancos (Itaú Unibanco,<br />
<strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong> e HSBC) e na IBM.<br />
Todas as matérias têm, evi<strong>de</strong>ntemente, um objetivo: incentivar<br />
a continuida<strong>de</strong> das discussões sobre temas importantes<br />
para o <strong>de</strong>senvolvimento do setor. Mantendo<br />
viva a discussão, faremos um Ciab FEBRABAN 2011 ainda<br />
maior e mais importante para todos. Por fim, manteremos<br />
o site www.ciab.org.br atualizado com temas que possam<br />
contribuir para a agenda <strong>de</strong> discussões. Afinal, nesta Era<br />
da <strong>tecnologia</strong>, a informação está em todos os canais.<br />
Muito obrigado e boa leitura.
Um instigante <strong>de</strong>bate sobre as mais recentes<br />
mudanças ocorridas nos mercados <strong>de</strong> cartões e meios<br />
eletrônicos <strong>de</strong> pagamento.<br />
· Presença <strong>de</strong> especialistas brasileiros e internacionais<br />
· Exposição com as principais empresas do setor<br />
Contato: Diretoria <strong>de</strong> Eventos<br />
APOIO MÍDIA OFICIAL<br />
20 e 21 <strong>de</strong> Outubro<br />
Centro Fecomércio <strong>de</strong> Eventos<br />
Rua Plínio Barreto, 285, Bela Vista-SP<br />
Telefone (11) 3244.9860 | eventos@febraban.org.br | www.febraban.org.br<br />
PATROCÍNIO DIAMANTE PATROCÍNIO OURO<br />
PATROCÍNIO PRATA
6<br />
A TECnOlOGiA BAnCáRiA:<br />
<strong>história</strong> financeira do Brasil<br />
A<br />
o longo <strong>de</strong> 41 anos <strong>de</strong> trabalho no Bra<strong>de</strong>s-<br />
co – on<strong>de</strong> iniciou a carreira como escriturá-<br />
rio – o executivo Luiz Carlos Trabuco Cappi já<br />
testemunhou um sem número <strong>de</strong> ciclos econômicos, do<br />
‘milagre econômico’ dos anos 1970 à estabilização pós Plano<br />
Real. Testemunhou, ainda, a evolução tecnológica do<br />
banco nesses anos resultado, em gran<strong>de</strong> parte, dos ciclos<br />
econômicos, mas fruto, também, <strong>de</strong> uma visão estratégica<br />
<strong>de</strong> seus lí<strong>de</strong>res, marcada, sobretudo, <strong>pela</strong> percepção <strong>de</strong> que<br />
a inclusão bancária po<strong>de</strong>ria ser, sim, uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
crescimento. No dia 9 <strong>de</strong> junho, Trabuco, presi<strong>de</strong>nte da instituição,<br />
expôs, no Ciab FEBRABAN 2010, análise histórica<br />
do <strong>de</strong>senvolvimento do <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong>. De maneira <strong>de</strong>scontraída,<br />
mas bastante fundamentada, Trabuco apresentou um banco<br />
pioneiro na área tecnológica, que, ao longo das últimas<br />
décadas, soube se antecipar às mudanças ocorridas na economia<br />
e nos hábitos da população brasileira.<br />
AGOSTO · 2010<br />
Luiz Carlos Trabuco<br />
Cappi no Ciab<br />
FEBRABAN 2010<br />
Um banco com 67 anos, mais <strong>de</strong> 20 milhões <strong>de</strong> clientes e<br />
212 milhões <strong>de</strong> transações por dia, presente em todos os<br />
5.564 municípios do Brasil. Eis um perfil do <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong>. Seu<br />
presi<strong>de</strong>nte, Luiz Carlos Trabuco Cappi, o quarto na <strong>história</strong><br />
da instituição (os três anteriores são Amador Aguiar,<br />
fundador; Lázaro <strong>de</strong> Mello Brandão e Márcio Cypriano)<br />
apresentou, no primeiro dia do Ciab FEBRABAN, a <strong>história</strong><br />
e as ‘<strong>história</strong>s’ do banco.<br />
A <strong>tecnologia</strong>, peça fundamental nessa evolução, não<br />
apenas sustentou o crescimento, mas também tem sido<br />
adotada num estilo alinhado à visão macroeconômica e<br />
à ousadia dos lí<strong>de</strong>res do negócio. “A chegada do primeiro<br />
computador – um IBM 1401, com 4 Kb <strong>de</strong> memória, em<br />
1962 – foi conseqüência da visão <strong>de</strong> Lázaro Brandão sobre<br />
a tendência <strong>de</strong> urbanização e crescimento da população”,<br />
lembrou Trabuco.
o começo<br />
O Brasil não é pobre, é <strong>de</strong>sigual.<br />
E a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> vai ser reduzida transformando<br />
O <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong> foi fundado em 1943, em Marília, interior <strong>de</strong><br />
São Paulo. Naquele ano, um grupo <strong>de</strong> profissionais, que<br />
incluía o então gerente Amador Aguiar, o contador Laudo<br />
Natel (que <strong>de</strong>pois seria governador <strong>de</strong> São Paulo) e um<br />
caixa iniciante chamado Lázaro <strong>de</strong> Mello Brandão resolveram<br />
criar uma instituição diferente das existentes na<br />
época. “Ser diferente é estar perto dos clientes. Isso não<br />
é mero jogo <strong>de</strong> palavras. Em 1943, isso era fazer inclusão<br />
bancária possível às pessoas sem acesso a serviços”.<br />
Nascido na mesma cida<strong>de</strong> em que o banco foi fundado,<br />
Trabuco lembrou que uma <strong>de</strong> suas inspirações profissionais<br />
era o atual diretor-geral da FEBRABAN, Wilson Levorato<br />
(e mediador do painel), também natural <strong>de</strong> Marília.<br />
Ainda nos anos 1940, também foi necessário o uso mais<br />
intensivo <strong>de</strong> telegrafia, quando o <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong> foi o primeiro<br />
banco a chegar numa das regiões que mais crescia no País,<br />
o norte do Paraná (região <strong>de</strong> Londrina). Na década seguinte,<br />
as máquinas Ruff e as autenticadoras Borroughs<br />
foram incorporadas ao ferramental do banco.<br />
Na avaliação <strong>de</strong> Trabuco, o período <strong>de</strong> 1958 a 1962 marcou<br />
a primeira fase <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> econômica no Brasil, que<br />
só ocorreu novamente no início <strong>de</strong>ste século. “No milagre<br />
econômico, <strong>de</strong> 1969 a 1973, o Brasil incluiu território, mas<br />
não incluiu pessoas. A própria expressão milagre é incômoda,<br />
porque significa efeito sem causa”, observou.<br />
as pessoas carentes em consumidores”.<br />
tempos voláteis<br />
Evi<strong>de</strong>ntemente, os estrategistas do <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong> não chegaram<br />
a prever a que ponto iria a <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m monetária<br />
no pós-milagre. No entanto, uma <strong>de</strong>cisão tomada em<br />
1966 <strong>de</strong>ixou a instituição mais bem preparada para a<br />
aceleração inflacionária do final dos anos 1970. A criação<br />
da BIT (<strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong> Informações via Telex) capacitou<br />
a instituição a captar floating em todo território em<br />
que estava presente, transformando esses recursos<br />
em rentabilida<strong>de</strong>. “Um dos segredos da organização e<br />
do crescimento é que não somos um banco sobrevivente<br />
entre os 600 bancos que já existiram no Brasil.<br />
Somos vencedores do processo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento<br />
e consolidação do sistema bancário”, <strong>de</strong>finiu. O floating,<br />
vale lembrar, consistia na captação <strong>de</strong> recursos<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos à vista (conta corrente) e aplicação, no<br />
mesmo dia, em títulos com vencimento <strong>de</strong> um dia, o<br />
chamado overnight, numa operação que rendia gran<strong>de</strong>s<br />
recursos às instituições.<br />
umA bAgunçA<br />
7<br />
Na década <strong>de</strong> 1980, em que a pressão macroeconômica<br />
acelerou a automação do sistema financeiro, o <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong><br />
criou a primeira re<strong>de</strong> privada <strong>de</strong> satélite – período em que<br />
se ia ao supermercado após as 17h para ganhar 1% no<br />
overnight. “Tarifas bancárias eram inexistentes, porque a<br />
receita vinha do floating e <strong>de</strong> operações <strong>de</strong> crédito. Era<br />
um sistema que combinava o ‘samba do crioulo doido<br />
AGOSTO · 2010
8<br />
com Guerra nas Estrelas’ como <strong>de</strong>finiu, na época, um<br />
jornalista do Financial Times”. De 1978 a 1994, o Brasil<br />
teve 18 unida<strong>de</strong>s monetárias, entre moedas e dinheiro<br />
in<strong>de</strong>xado.<br />
Com a estabilização monetária e seus <strong>de</strong>sdobramentos<br />
na distribuição <strong>de</strong> renda, o eixo da estratégia para a <strong>tecnologia</strong><br />
bancária se <strong>de</strong>slocou para viabilizar produtos e<br />
serviços personalizados, transações interpessoais e interempresariais,<br />
e microcrédito para reduzir <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s.<br />
“A <strong>tecnologia</strong> dos bancos <strong>de</strong> varejo tem o <strong>de</strong>safio formidável<br />
<strong>de</strong> inclusão das populações”, afirmou.<br />
personAlizAção<br />
“O produto da <strong>tecnologia</strong> tem <strong>de</strong> trazer personalização.<br />
O cliente <strong>de</strong> baixo po<strong>de</strong>r aquisitivo quer consumir produtos<br />
com características do público acima <strong>de</strong>le”, enfatizou.<br />
Trabuco avaliou, ainda que, diferentemente do ocorrido<br />
no hemisfério norte, a mo<strong>de</strong>rnização tecnológica no sistema<br />
financeiro do Brasil foi impulsionada <strong>pela</strong> base da<br />
pirâmi<strong>de</strong> econômica. “O computador sempre esteve no<br />
cerne da massificação”.<br />
A capacida<strong>de</strong> das classes populares <strong>de</strong> lidar com produtos<br />
com <strong>tecnologia</strong> agregada – o que hoje parece óbvio<br />
quando vemos trabalhadores nos trens urbanos mexendo<br />
em seus celulares – foi fortemente questionada quando o<br />
<strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong> apostou nisso. “Em 1986, no Congresso Nacional<br />
<strong>de</strong> Bancos, em Feira <strong>de</strong> Santana (BA), houve um duro<br />
<strong>de</strong>bate sobre estratégia <strong>de</strong> distribuir cartões a todos os tipos<br />
<strong>de</strong> correntistas. Muitos <strong>de</strong>fendiam que não era viável<br />
distribuir cartões para pessoas <strong>de</strong> baixa renda”.<br />
Na prática, o banco constatou, e sinalizou ao mercado,<br />
o êxito da abordagem brasileira <strong>de</strong> “automação <strong>de</strong><br />
baixo para cima”, como <strong>de</strong>finiu Trabuco. “É mais fácil<br />
educar a população ágrafa a usar a assinatura eletrônica”,<br />
diz. Des<strong>de</strong> 2006, o <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong> utiliza a <strong>tecnologia</strong><br />
<strong>de</strong> autenticação biométrica por mapa <strong>de</strong> artérias, uma<br />
técnica confortável, com alto índice <strong>de</strong> segurança e fácil<br />
<strong>de</strong> usar (a <strong>tecnologia</strong> já foi apresentada na revista do<br />
Ciab, na edição 09).<br />
AGOSTO · 2010<br />
Como evolução <strong>de</strong>sse sistema (que ainda utiliza duas<br />
senhas, sendo uma a partir <strong>de</strong> um token ou cartão<br />
<strong>de</strong> senhas), já há um piloto, em Osasco (cida<strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />
atualmente fica a se<strong>de</strong> do banco), <strong>de</strong> um ATM em que não<br />
é necessária qualquer digitação <strong>de</strong> senha.<br />
Depois <strong>de</strong> adotar o primeiro sistema a cartão (datado <strong>de</strong><br />
1968) o <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong> inovou na área <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> pagamento<br />
criando a Companhia Nacional <strong>de</strong> Cartões <strong>de</strong> Compra,<br />
em 1971. Agora com o mesmo nome (Elo) e em parceria<br />
com o Banco do Brasil, o cartão ressurge como ban<strong>de</strong>ira<br />
brasileira aberta a várias instituições.<br />
diA e noite<br />
Em 1981, foi lançado o <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong> Instantâneo. “É o momento<br />
em que computador vai para a mão do cliente”,<br />
lembrou o presi<strong>de</strong>nte. Em 1985, foi iniciada a operação<br />
do <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong> Dia e Noite. No entanto, Trabuco reconheceu<br />
que, naquele momento, as metas foram mais ambiciosas<br />
que as possibilida<strong>de</strong>s. “Eu era responsável pelo<br />
marketing e me apaixonei <strong>pela</strong> idéia <strong>de</strong> um banco volante,<br />
que iria aos estádios e às feiras. Tiramos no segundo<br />
ano, porque não funcionou, por falta <strong>de</strong> telecomunicações<br />
confiáveis, comprovando que informática caminha<br />
junto com telecomunicações”.<br />
O lançamento do primeiro website comercial do País,<br />
em 1995, marcou a entrada do banco na Internet. Mas<br />
o gran<strong>de</strong> impacto ocorreu no ano seguinte: enquanto<br />
os bancos <strong>de</strong> todo o mundo questionavam a viabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> usar a Internet como plataforma para transações<br />
financeiras, o <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong> adotou a idéia. Essas iniciativas<br />
serviram <strong>de</strong> base a dois capítulos da obra “A empresa na<br />
velocida<strong>de</strong> do pensamento”, <strong>de</strong> Bill Gates.<br />
Em meados da década passada, quando a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong><br />
Imposto <strong>de</strong> Renda ainda era entregue em disquete, o<br />
novo canal bancário, com funcionalida<strong>de</strong>s abrangentes,<br />
<strong>de</strong>u sentido prático ao uso <strong>de</strong> Internet e justificou as primeiras<br />
conexões <strong>de</strong> pessoas jurídicas à re<strong>de</strong>. Em 1999,<br />
o <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong> estruturou uma operação <strong>de</strong> provimento <strong>de</strong><br />
acesso, para acelerar a disponibilização e disseminação<br />
do canal.
Da primeira operação <strong>de</strong> mobile<br />
banking, em 2000, às novas aplicações<br />
para iPad, os dispositivos móveis são<br />
fundamentais tanto na estratégia <strong>de</strong><br />
inclusão quanto <strong>de</strong> diferenciação da<br />
oferta, principalmente para as novas<br />
gerações. Enquanto 49% da população<br />
não é bancarizada, a base <strong>de</strong> celulares<br />
se aproxima <strong>de</strong> 180 milhões. “Temos <strong>de</strong><br />
aten<strong>de</strong>r a quem tem celular e não tem<br />
conta bancária”.<br />
A <strong>tecnologia</strong> bancária<br />
tem o <strong>de</strong>safio formidável da<br />
inclusão das populações”.<br />
Luiz Carlos Trabuco Cappi<br />
pontos <strong>de</strong> Atendimento<br />
Ao mesmo tempo em que parcelas crescentes da clientela<br />
valorizam os canais <strong>de</strong> auto-serviço, Trabuco <strong>de</strong>stacou<br />
que iniciativas mais off line, como a popularização dos<br />
PABs (Postos <strong>de</strong> Atendimento Bancário) e o Banco Postal<br />
(em parceria com os Correios) foram fundamentais para<br />
garantir a presença (termo que, aliás, é slogan da instituição)<br />
em todos os municípios, interligados em tempo real.<br />
A estratégia multicanal, <strong>de</strong> levar o banco ao cliente, foi<br />
complementada <strong>de</strong> forma peculiar, com a adoção do<br />
primeiro banco fluvial do mundo, um posto bancário<br />
adaptado num barco que percorre o trecho <strong>de</strong> Manaus a<br />
Tabatinga, no rio Solimões. “O banco flutuante não seria<br />
possível sem todo aparato tecnológico”, reconheceu Trabuco.<br />
A novida<strong>de</strong> utiliza um sofisticado, mas ao mesmo<br />
tempo portátil, sistema <strong>de</strong> antenas conectadas permanentemente<br />
a um satélite.<br />
9<br />
Neste ano, foi inaugurada a agência em Heliópolis, a maior<br />
favela <strong>de</strong> São Paulo, com mais <strong>de</strong> 100 mil pessoas e 4,5 mil<br />
clientes <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong>, inclusive alguns classificados como ‘Prime’,<br />
como ocorre também na Rocinha (no Rio <strong>de</strong> Janeiro):<br />
“Mesmo nas comunida<strong>de</strong>s carentes há pirâmi<strong>de</strong> social”.<br />
Trabuco mencionou também as experiências bem sucedidas<br />
em microfinanças, como concessão <strong>de</strong> crédito em<br />
caixas eletrônicos (ATMs), quando o cliente percebe que<br />
falta dinheiro para uma compra. “Temos aberto seis mil<br />
contas por dia e são cinco milhões <strong>de</strong> contratos <strong>de</strong> até R$<br />
500. Financiamos até <strong>de</strong>ntadura, porque o sistema tem<br />
<strong>de</strong> estar aberto”.<br />
“O Brasil não é pobre, é <strong>de</strong>sigual”, afirmou. “E a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong><br />
vai ser reduzida transformando as pessoas carentes<br />
em consumidores. O crédito tem um papel fundamental<br />
nessa direção. Nos últimos anos, a autorida<strong>de</strong> monetária,<br />
com idéias como o crédito consignado, e a socieda<strong>de</strong> têm<br />
<strong>de</strong>safiado o sistema bancário a fazer inclusão social”.<br />
Enfim, na <strong>história</strong> <strong>de</strong> um dos maiores bancos do País, vale<br />
a máxima <strong>de</strong> um <strong>de</strong> seus comerciais <strong>de</strong> TV: aten<strong>de</strong>r é uma<br />
questão <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r.<br />
AGOSTO · 2010
10<br />
U<br />
m dos <strong>de</strong>staques do primeiro dia do Ciab<br />
FEBRABAN 2010 foi o <strong>de</strong>bate com três dos<br />
principais lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> marketing dos bancos<br />
brasileiros, o diretor-executivo <strong>de</strong> Marketing do Bra<strong>de</strong>co,<br />
Luca Cavalcanti; o diretor-executivo do Itaú Unibanco,<br />
Fernando Chacon e o head <strong>de</strong> Marketing do HSBC, Marcelo<br />
Velloso. O tema: uso <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais pelos bancos<br />
– esse mesmo painel teve como mediador o diretor <strong>de</strong><br />
Marketing e Comunicação da IBM, Mauro Segura (confira<br />
matéria na página 14). No <strong>de</strong>bate, eles apresentaram estratégias<br />
na adoção <strong>de</strong>ssas mídias, métricas <strong>de</strong> aferição<br />
<strong>de</strong> resultados e casos bem sucedidos <strong>de</strong> uso <strong>de</strong>ssas re<strong>de</strong>s.<br />
“O HSBC aparece nas re<strong>de</strong>s sociais, mas não temos um<br />
perfil autorizado ou controlado por nós. Enten<strong>de</strong>mos<br />
que as re<strong>de</strong>s sociais não são uma maneira <strong>de</strong> comunicar<br />
para o consumidor, mas <strong>de</strong> conversar, o que pressupõe<br />
ouvir e, mais ainda, como uma maneira <strong>de</strong> fazer falar”,<br />
afirmou Velloso, do HSBC. Ele explicou que o banco<br />
avalia o resultado <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> ação com métricas diferentes.<br />
O <strong>de</strong>sejo é ir além do item ‘vendas geradas’, por<br />
exemplo, e medir o grau <strong>de</strong> conscientização, consi<strong>de</strong>ração,<br />
<strong>de</strong> compromisso e fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>. “Em primeiro lugar, as<br />
re<strong>de</strong>s sociais têm o papel <strong>de</strong> anunciar, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> engajar<br />
o consumidor com a marca e finalmente contratar, e os<br />
resultados são impressionantes”.<br />
AGOSTO · 2010<br />
o uso dAs<br />
A re<strong>de</strong> social é uma<br />
maneira <strong>de</strong> ouvir e fazer<br />
falar o consumidor”.<br />
Marcelo Velloso, do HSBC<br />
O banco criou, para as re<strong>de</strong>s sociais, o projeto “Palco HS-<br />
BC” em 2009. Ele partia da reunião (contando com um<br />
agregador) <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> comunicação na Internet como<br />
blogs, Flickr e YouTube –, assim como a estratégia no<br />
Google, Yahoo e UOL.<br />
A idéia da campanha foi espalhar pequenos palcos em<br />
locais públicos, localizados em nove cida<strong>de</strong>s brasileiras,<br />
para que as pessoas pu<strong>de</strong>ssem falar sobre assuntos como<br />
casamento, beleza, honestida<strong>de</strong>, responsabilida<strong>de</strong>,<br />
<strong>tecnologia</strong>, jogos olímpicos e o que lhes viesse à cabeça.<br />
Todos os <strong>de</strong>poimentos foram gravados e publicados no<br />
canal do HSBC no YouTube. Além dos ví<strong>de</strong>os, o público<br />
participou através <strong>de</strong> comentários nos blogs e publicações<br />
<strong>de</strong> fotos no Flickr, em que participaram <strong>de</strong> uma votação.<br />
As fotos e ví<strong>de</strong>os mais votados foram incluídos em campanha<br />
publicitária em 2010.<br />
“O <strong>de</strong>safio era posicionar o HSBC como um banco que<br />
respeita as opiniões e visões dos seus clientes”, explicou<br />
Velloso. O interessante é que, para alcançar esse objetivo,<br />
típico <strong>de</strong> campanha institucional, a instituição escolheu<br />
como arena as re<strong>de</strong>s sociais.<br />
A campanha reuniu e postou 765 ví<strong>de</strong>os, gerando mais<br />
<strong>de</strong> 36 mil visualizações e quase 30 mil interações nos
e<strong>de</strong>s sociAis<br />
Diretores <strong>de</strong> Marketing do HSBC, <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong> e Itaú Unibanco<br />
relataram as experiências nos novos canais <strong>de</strong> comunicação<br />
blogs. Já no Flickr, foram criadas outras comunida<strong>de</strong>s<br />
com um total <strong>de</strong> 629 membros e 1.600 fotos publicadas.<br />
O outro exemplo <strong>de</strong> interação marketing com re<strong>de</strong>s<br />
sociais do HSBC em 2009 foi o “Desafio HSBC Premier”.<br />
Começou com um anúncio na TV intitulado “O mundo<br />
não tem limites para clientes HSBC Premier”, no qual<br />
havia um personagem que viajava e encontrava o pai<br />
numa barbearia.<br />
“A <strong>história</strong> só começava na televisão”, contou Velloso.<br />
“Mas a maior parte acontecia nas re<strong>de</strong>s sociais; os consumidores<br />
iam para um site e, <strong>de</strong> lá, tinham <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir<br />
os outros parentes <strong>de</strong>sse viajante: a mãe, irmã, a tia, etc.<br />
Isso gerou um trafego monstruoso”. O game ficou no ar<br />
durante 40 dias e o vencedor ganhou um carro.<br />
Um dado curioso é o <strong>de</strong> que apenas 20% das pessoas que<br />
participaram eram clientes HSBC, <strong>de</strong> um total <strong>de</strong> 26 mil<br />
que disputaram o game. Além disso, o site registrou cerca<br />
<strong>de</strong> 10 mil acessos por dia, com média <strong>de</strong> 16 minutos <strong>de</strong><br />
permanência, durante o período da campanha.<br />
twitter: A novA plAtAformA <strong>de</strong> negócios<br />
Outro banco que apresentou seus cases foi o Itaú Unibanco.<br />
A instituição foi a primeira a ter uma versão<br />
exclusiva para IPhone e até transformou sua própria<br />
personalida<strong>de</strong> (ainda em 2000) em virtual e digital ao<br />
migrar para o logotipo com o I <strong>de</strong> internet e o arroba <strong>de</strong><br />
conectivida<strong>de</strong>. “Isso é parte <strong>de</strong> nosso DNA”, explicou o<br />
diretor-executivo Fernando Chacon.<br />
11<br />
Entre as muitas iniciativas no universo digital, a instituição<br />
lançou a Itaú Corretora como a primeira corretora <strong>de</strong><br />
banco a oferecer um canal no Twitter, para <strong>de</strong>senvolver<br />
relacionamento até a medida do que é possível <strong>de</strong>ntro do<br />
canal e, quando é necessário traz o usuário para um canal<br />
privado <strong>de</strong> relacionamento.<br />
Como pioneirismo é qualida<strong>de</strong> alimentada todo dia, o<br />
Itaú, mais recentemente, também lançou outra iniciativa.<br />
Trata-se do aplicativo <strong>de</strong> mobile broker para iPhone<br />
que leva informações em tempo real e assessoria financeira<br />
(já disponível em agências e bankline) para plataformas<br />
móveis.<br />
O serviço oferece consultoria <strong>de</strong> investimentos, simulador<br />
<strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> vida, além <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os com informações <strong>de</strong> diversas<br />
modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produtos e panoramas <strong>de</strong> mercado.<br />
Além <strong>de</strong> contarem com acesso à conta corrente e serviços<br />
<strong>de</strong> localização <strong>de</strong> agências por meio do iPhone, os clientes<br />
do Itaú também po<strong>de</strong>m utilizar um novo aplicativo<br />
da Itaú Corretora. Com esse novo serviço, os usuários da<br />
plataforma po<strong>de</strong>rão realizar compras e vendas <strong>de</strong> ações,<br />
além <strong>de</strong> consultas a CDB e posição <strong>de</strong> fundos.<br />
Chacon <strong>de</strong>u os motivos para a preocupação com a economia<br />
e interativida<strong>de</strong> virtuais: “no mundo, falamos <strong>de</strong> 400<br />
milhões <strong>de</strong> usuários ativos no universo digital, 70% fora<br />
dos Estados Unidos; no Brasil, temos hoje mais hoje <strong>de</strong> 70<br />
milhões <strong>de</strong> usuários na Internet, mais <strong>de</strong> 80% com perfil<br />
em re<strong>de</strong>s sociais”.<br />
AGOSTO · 2010
12<br />
sonHo <strong>de</strong> consumo<br />
O <strong>de</strong>bate do Ciab FEBRABAN 2010<br />
também teve a participação <strong>de</strong> Luca<br />
Cavalcanti, diretor <strong>de</strong> Marketing do<br />
<strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong>, que <strong>de</strong>u uma radiografia<br />
da promoção e uso da Internet e re<strong>de</strong>s<br />
sociais na instituição.<br />
O <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong> viabilizou cerca <strong>de</strong> dois<br />
bilhões <strong>de</strong> transações <strong>de</strong> forma on<br />
line em 2009 com seus aproximadamente<br />
20 milhões <strong>de</strong> correntistas.<br />
Além disso, o banco mantém 68 sites<br />
disponíveis para visitação e interação.<br />
Qual das maiores companhias<br />
<strong>de</strong> mídia do mundo não <strong>de</strong>ve sonhar<br />
com tal fluxo e público?<br />
Sabendo disso, o <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong> sempre se<br />
preocupa em mantê-los e expandilos,<br />
tanto no universo do atendimento<br />
quanto no <strong>de</strong> relacionamento.<br />
“Estamos muito adiantados no atendimento,<br />
principalmente no Twitter<br />
e Facebook”, explicou Cavalcanti. A<br />
instituição recolhe e monitora todas<br />
Lançamos a Itaú Corretora,<br />
primeira corretora <strong>de</strong> banco a<br />
oferecer canal no Twitter”.<br />
Fernando Chacon, do Itaú Unibanco<br />
AGOSTO · 2010<br />
as mensagens que citam seu nome e<br />
passa para um atendimento pessoal<br />
com aqueles que reclamam, sugerem<br />
ou opinam. “Quando <strong>de</strong>tectamos um<br />
problema, automaticamente, interagimos<br />
com o cliente, seja por meio<br />
do telefone, Internet, Twitter ou no<br />
Facebook”. Há um grupo <strong>de</strong> pessoas<br />
sempre atenta e que está disponível<br />
todo o tempo para o cliente.<br />
Quanto ao relacionamento, o banco<br />
criou, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007, alguns blogs<br />
e re<strong>de</strong>s sociais. Cavalcanti citou<br />
o exemplo do blog aberto “Banco<br />
do Planeta”, que registra “mais <strong>de</strong><br />
20 mil usuários, sendo que cerca<br />
<strong>de</strong> cinco mil <strong>de</strong>les estão constantemente<br />
lá, trocando informações,<br />
estabelecendo uma relação contínua<br />
com esse público”.<br />
O <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong> também usa o Twitter<br />
e o Facebook como plataforma <strong>de</strong><br />
mensagem direta e institucional:<br />
“temos um ambiente institucional<br />
que comunica oficialmente lança-<br />
mento <strong>de</strong> produtos, serviços, sobre<br />
educação financeira e vida e previdência.<br />
Também trabalhamos com<br />
a valorização dos idosos, divulgação<br />
<strong>de</strong> eventos, e os cuidados que nós<br />
temos com os produtos”.<br />
novA rádio<br />
Para o público jovem e universitário,<br />
o <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong> criou o “Clique Conta”,<br />
que se <strong>de</strong>stina a simplificar a navegabilida<strong>de</strong><br />
especialmente para jovens<br />
e agrega informações específicas,<br />
cursos on line, diversos gêneros<br />
<strong>de</strong> filmes, etc.<br />
Entre as muitas vantagens da interação<br />
com público via re<strong>de</strong>s sociais,<br />
Cavalcanti <strong>de</strong>stacou como esse trabalho<br />
se insere no institucional do<br />
banco: “procuramos fazer com que<br />
o <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong> reafirme sua posição <strong>de</strong><br />
Presença (assim, mesmo, com letra<br />
maiúscula), não só física, emocional,<br />
mas também, junto das re<strong>de</strong>s;<br />
aliás, tudo o que a gente busca hoje,<br />
vem com um trabalho <strong>de</strong> amarração<br />
com as re<strong>de</strong>s sociais”.<br />
Por fim, o diretor <strong>de</strong> Marketing do<br />
<strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong> aproveitou o Ciab FEBRA-<br />
BAN para anunciar o lançamento <strong>de</strong><br />
mais um aplicativo, a Rádio <strong>Bra<strong>de</strong>sco</strong><br />
que está disponível no portal do<br />
banco (www.bra<strong>de</strong>scoradio.com.br)<br />
e por meio <strong>de</strong> banners no UOL, Terra,<br />
IG, Yahoo, MSN e Estadão.com.<br />
A emissora on line oferece oito seleções<br />
musicais (por gênero) que po<strong>de</strong>m<br />
ser personalizados <strong>de</strong> maneiras<br />
diversas. Algumas abas do aplicativo<br />
permitem compartilhar músicas e<br />
trilhas sonoras através do Orkut,<br />
Google, Twitter ou o envio direto<br />
para amigos.
14<br />
Mauro Segura: a re<strong>de</strong> social já foi algo<br />
bem mais complexo do que é hoje<br />
C<br />
omo uma das maiores e mais reconhecidas<br />
empresas <strong>de</strong> <strong>tecnologia</strong> do mundo, a IBM,<br />
lida com o fenômeno das re<strong>de</strong>s sociais? Para<br />
abordar a questão, o diretor <strong>de</strong> Marketing e Comunicação<br />
da companhia, Mauro Segura, participou <strong>de</strong> um painel no<br />
Ciab FEBRABAN 2010. Segura revelou como a big blue,<br />
como é chamada a IBM, utiliza o potencial <strong>de</strong>ssas re<strong>de</strong>s<br />
para aumentar a produtivida<strong>de</strong> e construir conhecimento.<br />
Segura é consi<strong>de</strong>rado uma referência no assunto não apenas<br />
pelo cargo que ocupa, mas também pelo blog (também<br />
uma mídia social) criado por ele (www.aquintaonda.<br />
blogspot.com), no qual aborda temas como geração Y,<br />
comunicação e jornalismo e, claro, re<strong>de</strong>s sociais.<br />
O diretor abriu sua palestra apontando que as principais<br />
tendências atuais nas empresas têm como <strong>de</strong>nominador<br />
comum o capital intelectual. Isso significa que a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> qualquer empresa <strong>de</strong> se reinventar e inovar está<br />
conectada com o potencial que os seus funcionários e colaboradores<br />
têm <strong>de</strong> fazer isso acontecer. E a reinvenção e<br />
inovação são tão importantes que não se po<strong>de</strong> mais apenas<br />
confiar tais tarefas aos centros <strong>de</strong> pesquisas e laboratórios<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> inovação. Partindo <strong>de</strong>sse ponto,<br />
Segura narrou as experiências <strong>de</strong> sua própria companhia.<br />
AGOSTO · 2010<br />
responsAbilidA<strong>de</strong><br />
Tudo começou há cinco anos, quando a IBM publicou<br />
seus “social computing gui<strong>de</strong>lines”, um guia <strong>de</strong> uso das<br />
re<strong>de</strong>s sociais. Conhecido como “Manual do Blog”, tratase<br />
<strong>de</strong> um documento público on<strong>de</strong> a companhia instituiu<br />
regras e orientações <strong>de</strong> como os funcionários <strong>de</strong>vem usar<br />
as re<strong>de</strong>s sociais.<br />
“Ali dizemos coisas como: cuidado, você é responsável<br />
pelo o que escreve e pelo que opina”, explicou o diretor.<br />
Des<strong>de</strong> então as re<strong>de</strong>s sociais na IBM são abertas e livres.<br />
Qualquer funcionário po<strong>de</strong> criar um blog, re<strong>de</strong> social, um<br />
wiki, em qualquer lugar do mundo, seja ele interno ou<br />
externo. “Isso não foi conquistado <strong>de</strong> maneira <strong>de</strong>sestruturada;<br />
houve um processo <strong>de</strong> educação, orientação e <strong>de</strong><br />
aprendizado e nada aconteceu naquele primeiro ano”.<br />
Hoje, perto <strong>de</strong> 20% dos 400 mil funcionários participam<br />
regularmente nos blogs e re<strong>de</strong>s sociais da empresa.<br />
São cerca <strong>de</strong> 15 mil blogs internos e externos. “Qualquer<br />
funcionário da IBM po<strong>de</strong> criar um blog, aberto ou<br />
fechado, <strong>de</strong>terminar o nível <strong>de</strong> segurança, assim potencialmente<br />
todos se tornam porta vozes da companhia”,<br />
raciocinou Mauro.
Além disso, praticamente 90% dos funcionários, usam<br />
o wiki. Foi por aí que o gran<strong>de</strong> uso começou na IBM. As<br />
comunida<strong>de</strong>s técnicas montaram grupos multifuncionais<br />
e começaram a criar wikis. Um grupo se reunia, montava<br />
um wiki e ali se <strong>de</strong>positavam todas as informações e documentos,<br />
o grupo colaborava e quando aquele projeto<br />
terminava, todo o conhecimento estava preservado naquele<br />
wiki e disponível para a companhia.<br />
blogosferA ibm<br />
Por trás <strong>de</strong> todas essas experiências estão alguns conceitos:<br />
o blog Central, o Developers Works e Innovation JAM.<br />
O primeiro é um índice <strong>de</strong> todos os blogs da companhia.<br />
Qualquer um dos aproximadamente 15 mil <strong>de</strong>les po<strong>de</strong> ser<br />
encontrado nesse concentrador.<br />
Já o Developers Works é uma re<strong>de</strong> aberta para qualquer<br />
comunida<strong>de</strong> técnica, e não apenas para funcionários. A<br />
re<strong>de</strong> viabiliza compartilhamento <strong>de</strong> conteúdo, recursos,<br />
inclusive audiovisuais, educação, código <strong>de</strong> download,<br />
avaliação e teste on line além <strong>de</strong> fóruns para discussão <strong>de</strong><br />
padrão aberto. Hoje possui oito milhões <strong>de</strong> usuários no<br />
mundo e 140 mil colaboradores brasileiros. Registra 65<br />
mil unit visitors por mês apenas no nosso País.<br />
Segura também contou como funciona as jams. “Jam é<br />
aquele improviso <strong>de</strong> jazz; alguns músicos se reúnem e<br />
improvisam, como num gran<strong>de</strong> brainstorm virtual – daí<br />
o conceito do Innovation Jam <strong>de</strong> 2006, quando 150 mil<br />
pessoas, <strong>de</strong> 104 países, acessaram o mesmo site durante<br />
72 horas contínuas”. Participaram funcionários, familiares,<br />
parceiros <strong>de</strong> negócios, clientes, acadêmicos, etc.<br />
Foram montados quatro fóruns e se entrava livremente<br />
para colaborar. “Enquanto dormíamos no Brasil, os japoneses<br />
participavam”.<br />
Havia uma seleção <strong>de</strong> experts, auxiliados por coor<strong>de</strong>nadores,<br />
que escolhia assuntos que apareciam e o <strong>de</strong>senvolviam.<br />
Dessa maneira foram separados 46 mil posts, com<br />
“muitas idéias legais, numa discussão <strong>de</strong> como ter um<br />
mundo melhor, obviamente com a <strong>tecnologia</strong> ajudando,<br />
mas se discutiu <strong>de</strong> tudo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> transporte, saú<strong>de</strong>, meio<br />
ambiente, entre outras”.<br />
trAdução imediAtA<br />
15<br />
“Qualquer funcionário da IBM po<strong>de</strong> criar um<br />
blog em qualquer lugar do mundo. Eles se tornam<br />
porta vozes da companhia”.<br />
Dois meses <strong>de</strong>pois da primeira reunião, uma segunda<br />
sessão do Innovation Jam, também <strong>de</strong> 72 horas e com o<br />
mesmo público, trabalhou nas melhores idéias filtradas<br />
da primeira edição. O resultado foi a eleição das 10 idéias<br />
principais, nas quais a IBM investiu US$ 100 milhões.<br />
Algumas <strong>de</strong>ssas idéias já estão se tornando realida<strong>de</strong>. Por<br />
exemplo: serviços <strong>de</strong> tradução em tempo real, que significa<br />
que se alguém falar em português, quem está do<br />
outro lado ouve em inglês, ou se escrever em português<br />
do outro lado sai em inglês ou outra língua. “Isso já está<br />
prestes a acontecer, existe muito ferramental preparado<br />
em cima disso”, antecipa Segura.<br />
Outro exemplo foi a Internet 3D, na qual a IBM passou<br />
a acreditar. Outras idéias abordam saú<strong>de</strong>, sistema <strong>de</strong> informação<br />
integral do trânsito, e outras começaram a se<br />
tornar realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> está época.<br />
Foi criado um canal próprio para ambiente colaborativo<br />
livre e com i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> pessoal; além disso, houve quebra<br />
<strong>de</strong> barreira geográfica e hierárquica e a comunicação se<br />
estabeleceu <strong>de</strong> forma direta, sem intermediários. “Na re<strong>de</strong><br />
social não tem filtro”, dispara Segura. Por fim, a <strong>tecnologia</strong><br />
é simples e fácil. “A re<strong>de</strong> social já foi algo bem mais<br />
complexo do que é hoje”, concluiu.<br />
AGOSTO · 2010
16<br />
com tudo o que tem<br />
Geração Y apresentou suas idéias <strong>de</strong><br />
como <strong>de</strong>ve ser o banco do futuro<br />
A<br />
geração Y, dos superplugados, quer tudo em<br />
termos <strong>de</strong> Internet. E a jato, on line. Conver-<br />
gências com re<strong>de</strong>s sociais e conveniências <strong>de</strong><br />
realizar transações via equipamentos móveis e mesmo MSN,<br />
entre outros tipos <strong>de</strong> mensagerias. Foi o que ficou bem claro<br />
no fechamento do Ciab FEBRABAN 2010, no painel “Banco<br />
do Futuro na visão da geração Y”, no qual foram apresentados<br />
os vencedores do prêmio <strong>de</strong> projetos feitos pelos jovens.<br />
Além dos autores dos trabalhos premiados, participaram<br />
do painel, o vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Tecnologia e Logística do<br />
Banco do Brasil, José Luis Prola Salinas; o vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
da área <strong>de</strong> <strong>tecnologia</strong> do Itaú Unibanco, Alexandre <strong>de</strong><br />
Grupo que venceu o prêmio (da esquerda para a direita):<br />
Calebe Luo, Fernanda do Valle Kouyoumdjian, Alexandre Virmond<br />
El Hosni e Guilherme Silveira Esperancine<br />
DiREiTO<br />
AGOSTO · 2010<br />
Barros; o vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Meios do Santan<strong>de</strong>r, Gustavo<br />
Roxo e o integrante da comissão organizadora do Ciab<br />
FEBRABAN 2010, Paulo Cesar Duarte Cherberle. A mediação<br />
foi da jornalista Sonia Penteado.<br />
Cherberle explicou que o projeto teve como foco premiar<br />
as melhores idéias inéditas sobre o tema do “Banco do<br />
Futuro” pelos correntistas nascidos a partir da década <strong>de</strong><br />
1980. O estado <strong>de</strong> São Paulo teve a maior participação<br />
com 77 trabalhos, seguido pelo Distrito Fe<strong>de</strong>ral e Minas<br />
Gerais. Os trabalhos eram aceitos em ví<strong>de</strong>o, apresentações<br />
e monografias em texto, sendo estes dois últimos a<br />
gran<strong>de</strong> maioria.
presençA virtuAl<br />
O primeiro colocado foi um ví<strong>de</strong>o que, basicamente, sin-<br />
tetizou o que os outros trabalhos conclamaram ao mer-<br />
cado financeiro, com as vantagens <strong>de</strong> uma produção mais<br />
refinada e simulações realistas. Produzido por Fernanda<br />
do Valle Kouyoumdjian, Guilherme Silveira Esperancine,<br />
Calebe Luo e Alexandre Virmond El Hosni, o trabalho girou<br />
em torno da priorida<strong>de</strong> da convergência <strong>de</strong> suportes e<br />
<strong>de</strong> recursos e humanização do atendimento. “A geração Y<br />
tem apreço muito gran<strong>de</strong> pelo contato com pessoas, apesar<br />
<strong>de</strong> toda <strong>tecnologia</strong> que está envolvendo os relacionamentos”,<br />
explicou um <strong>de</strong> seus criadores, Calebe Luo.<br />
Essa geração cresceu e chega ao mercado, tem tudo na hora<br />
e com muita conveniência, quando quer, on<strong>de</strong> quer e da<br />
forma que quer. Daí ter caracterizado a presença do gerente,<br />
esse coach, <strong>de</strong> uma forma acessível, pois po<strong>de</strong> agregar<br />
muito para esse relacionamento. Às vezes ele se pergunta:<br />
“por que eu não posso ter o meu gerente <strong>de</strong> contas, que me<br />
aten<strong>de</strong> no banco, adicionado no meu MSN?”. Saber quando<br />
ele está on line, fazer alguma pergunta para, saber se ele<br />
está disponível ou não, seria bastante interessante.<br />
Neste sentido, Alexandre <strong>de</strong> Barros (Itaú Unibanco), acredita<br />
ser importante ensinar o que é MSN ao gerente. Mas,<br />
levando-se em consi<strong>de</strong>ração que a maioria dos gerentes<br />
é jovem e, portanto, ten<strong>de</strong> a ter ida<strong>de</strong> próxima dos representantes<br />
da geração Y, não haverá tanta dificulda<strong>de</strong><br />
daqui para frente. Mas o executivo adverte que há um<br />
longo caminho <strong>pela</strong> frente em termos <strong>de</strong> tudo o que os<br />
superplugados anseiam. “Os bancos estão <strong>de</strong>spertando<br />
para isso. Hoje a gente já usa chat. Começou com e-mail<br />
há um bom tempo. O caminho não tem volta”.<br />
Cairo Men<strong>de</strong>s Sobrinho (primeiro à esquerda) recebeu o cheque simbólico<br />
<strong>de</strong> R$ 5 mil pelo segundo lugar<br />
eventos Antes <strong>de</strong> trAnsAções<br />
17<br />
Um conceito que Gustavo Roxo (Santan<strong>de</strong>r) observou<br />
no ví<strong>de</strong>o iDream (o vencedor do prêmio, disponível no<br />
site do Ciab – www.ciab.org.br) e muito importante é o<br />
<strong>de</strong> evento. “É um pouco do que está passando <strong>pela</strong> nossa<br />
concepção <strong>de</strong> bancos, <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ver apenas transações<br />
ou olhar para transações entre cliente e banco,<br />
para consi<strong>de</strong>rar eventos, geração <strong>de</strong> eventos entre relacionamentos”.<br />
Roxo <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que quando isso acontece é possível programar,<br />
enxergar seu comportamento, conhecer melhor<br />
o cliente não pelo que consome ou <strong>pela</strong> transação que<br />
faz no ATM, mas o que gosta, on<strong>de</strong> tem mais foco, o livro<br />
<strong>de</strong> que mais gosta, o restaurante preferido, para o banco<br />
interagir mais.“Esse já é um avanço em busca exatamente<br />
<strong>de</strong>ssa interação em passar <strong>de</strong> transação para eventos”.<br />
Outro aspecto que chamou a atenção dos representantes<br />
dos bancos a partir dos trabalhos foi a presença do<br />
conceito moneyless ou o fim do papel moeda físico. Roxo<br />
concorda que o dinheiro é cada vez mais eletrônico, seja<br />
no cartão, seja no mobile.<br />
Além do ví<strong>de</strong>o iDream, do grupo vencedor, também foram<br />
premiados Cairo Men<strong>de</strong>s Sobrinho (segundo lugar),<br />
e mais três trabalhos que ficaram em terceiro lugar: o<br />
projeto <strong>de</strong> Neudson Peres <strong>de</strong> Freitas em parceria com<br />
Elica Peres <strong>de</strong> Freitas; a apresentação <strong>de</strong> Fabio Roberto<br />
Knopf e também o projeto <strong>de</strong> Carlos Eduardo Ramos<br />
Sampaio. Os prêmios foram <strong>de</strong> R$ 10 mil para o primeiro<br />
colocado, R$ 5 mil para o segundo e R$ 3 mil para<br />
os terceiros.<br />
Gustavo Roxo entregou o cheque simbólico para Carlos Eduardo Sampaio,<br />
autor <strong>de</strong> um dos três projetos que ficaram em terceiro lugar<br />
AGOSTO · 2010
18<br />
a <strong>tecnologia</strong> bancária<br />
EM PROSA E vERSO<br />
Livro lançado no Ciab 2010 registra<br />
o processo <strong>de</strong> evolução da Tecnologia da<br />
Informação nos bancos brasileiros<br />
turista embarca num navio para uma viagem<br />
<strong>de</strong> 40 dias pelo mar da China e Golfo da Tailân-<br />
O dia. No meio do passeio acessa pelo notebook<br />
o site do seu banco aqui do Brasil e faz os pagamentos das<br />
contas do mês, realiza algumas transferências eletrônicas e<br />
ainda vai tocando a produção <strong>de</strong> um livro, que está sendo<br />
fechado por uma equipe <strong>de</strong> especialistas em São Paulo. Para<br />
os dias <strong>de</strong> hoje, nenhuma novida<strong>de</strong>, situação até comum.<br />
“Atualmente tudo bem, mas alguns anos atrás isso era<br />
ficção científica”. A afirmação é <strong>de</strong> Carlos Eduardo Corrêa<br />
da Fonseca, o Karman, durante o painel “Visão <strong>de</strong> Futuro da<br />
Tecnologia Bancária”, no terceiro dia do Ciab 2010. Corrêa<br />
da Fonseca, no caso, era o turista e passou por essa situação<br />
<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. Quando falou do livro, se referia à obra “Tecnologia<br />
bancária: uma <strong>história</strong> <strong>de</strong> conquistas – uma visão <strong>de</strong><br />
futuro”, lançada durante esse painel.<br />
A obra trata da evolução da Tecnologia da Informação (TI)<br />
dos bancos brasileiros e foi produzida por Corrêa da Fonseca<br />
em colaboração com a Fundação Getúlio Vargas e com<br />
a participação dos seus mais <strong>de</strong>stacados professores e pesquisadores<br />
<strong>de</strong> TI.<br />
O livro registra todo o processo <strong>de</strong> resgate histórico que<br />
contou com 10 mesas redondas reunindo 59 participantes<br />
e 68 <strong>de</strong>poimentos diferentes, escolhidos por períodos históricos<br />
temáticos. O mesmo processo <strong>de</strong> resgate da <strong>história</strong><br />
da TI bancária continua: um site colaborativo (http://www.<br />
automacaobancaria.com.br) foi lançado para incentivar que<br />
mais personagens e pessoas registrem seus <strong>de</strong>poimentos.<br />
AGOSTO · 2010<br />
novas gerações <strong>de</strong>vem<br />
continuar a escrever <strong>história</strong>s<br />
<strong>de</strong> sucesso”. Carlos Eduardo<br />
Corrêa da Fonseca<br />
Para Fernando Meirelles, professor da Fundação Getúlio<br />
Vargas (FGV), que participou <strong>de</strong> toda a elaboração do livro,<br />
é muito importante para a Fundação estudar, documentar<br />
e analisar o processo que ocorreu nos útimos 30<br />
ou 40 anos com a <strong>tecnologia</strong> bancária no Brasil.<br />
Marcos Augusto <strong>de</strong> Vasconcelos, professor da FGV, contou<br />
um pouco sobre a metodologia implantada no Fórum<br />
<strong>de</strong> Inovação, realizado <strong>pela</strong> FGV e que foi muito importante<br />
para a composição <strong>de</strong> parte do livro. “Os participantes<br />
foram convidados a pensar como seria o cenário<br />
da TI bancária para cinco anos, para 10 anos, para <strong>de</strong>ixar<br />
um horizonte bastante amplo <strong>de</strong> planejamento. A partir<br />
disso, as idéias foram consolidadas para gerar o capítulo<br />
do livro sobre o Futuro da Inovação Bancária”.<br />
tecnologiAs que se trAnsformAm<br />
Na opinião <strong>de</strong> Eduardo Henrique Diniz, também professor<br />
da FGV, o setor financeiro incorpora muitas <strong>tecnologia</strong>s.<br />
“Há um monte <strong>de</strong> <strong>história</strong>s <strong>de</strong> <strong>tecnologia</strong>s que não foram<br />
<strong>de</strong>senvolvidas para o setor financeiro, mas que acabaram<br />
incorporadas <strong>de</strong> maneira visceral ao sistema, como os<br />
computadores e celulares. Elas se incorporaram intrinsecamente<br />
e se transformaram também, junto com o sistema”.<br />
Diniz contou que trabalha investigando a <strong>tecnologia</strong> bancária<br />
já há uns 20 anos. Durante esse tempo percebeu algumas<br />
ondas. “Tudo começou no back office dos bancos.<br />
Depois, evoluiu para os lados das agências. Uma terceira
não é possível ter um país<br />
<strong>de</strong>senvolvido com baixo<br />
acesso a banco”, afirmou<br />
Diniz, da FGV<br />
onda foi quando a <strong>tecnologia</strong> começa a sair da agência<br />
e surgiram os ATMs (caixas eletrônicos). A quarta onda<br />
ocorreu a partir do momento em que a <strong>tecnologia</strong> foi para<br />
as mãos do cliente”.<br />
Para o professor Diniz a quinta onda está baseada em parcerias<br />
que os bancos estão <strong>de</strong>senvolvendo com agentes dos<br />
mais variados tipos, ou seja, os correspon<strong>de</strong>ntes, instalados<br />
nas lojas <strong>de</strong> varejo, nas lotéricas, nos Correios ou operadoras<br />
<strong>de</strong> celular. “As parcerias possibilitaram o aumento da cobertura<br />
dos serviços bancários para as pessoas. Já ouvi muitas<br />
discussões a respeito disso, mas acredito que a gente não vai<br />
ter um país <strong>de</strong>senvolvido com baixo acesso a banco”.<br />
Diniz garantiu que o momento é o <strong>de</strong> se usar tudo o que já<br />
foi <strong>de</strong>senvolvido em termos <strong>de</strong> TI para ampliar ainda mais o<br />
acesso aos serviços financeiros à maior parte da população.<br />
mAis correspon<strong>de</strong>ntes<br />
E o que isso tem a ver com futuro? Para Diniz o Brasil tem<br />
a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>, nos próximos cinco anos, aumentar e<br />
muito o total <strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>ntes em funcionamento.<br />
“Os números da FEBRABAN indicam que temos 150 mil<br />
correpon<strong>de</strong>ntes e, viajando pelo País, notei que isso não<br />
é o suficiente. Acho que temos possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expandir,<br />
pelo menos, em três vezes essa marca”.<br />
Segundo José Antonio Marciano, diretor do Departamento<br />
<strong>de</strong> Operações Bancárias e <strong>de</strong> Sistema <strong>de</strong> Pagamentos<br />
O serviço bancário tem <strong>de</strong><br />
acompanhar a evolução do<br />
cliente”, disse Marciano,<br />
do Banco Central<br />
do Banco Central – Deban – participante do painel, o serviço<br />
bancário tem <strong>de</strong> acompanhar a evolução do cliente<br />
também, que hoje quer tudo mais rápido e simples. “O<br />
<strong>de</strong>safio dos bancos é realmente conseguir manter esse<br />
nível <strong>de</strong> atendimento e aten<strong>de</strong>r mais essa camada diversificada<br />
<strong>de</strong> cliente, como a geração Y”.<br />
segurAnçA<br />
19<br />
Segurança para pagamentos<br />
eletrônicos é tema freqüente<br />
no setor”, <strong>de</strong>clarou Kavakama,<br />
da CIP<br />
O receio da população em fazer mais transações eletrônicas<br />
também é uma preocupação no setor financeiro. Joaquim<br />
Kavakama, superinten<strong>de</strong>nte da Câmara Interbancária<br />
<strong>de</strong> Pagamentos (CIP), explicou que há um trabalho <strong>de</strong><br />
coor<strong>de</strong>nação na FEBRABAN para buscar uma <strong>tecnologia</strong><br />
que possa ser padrão da indústria para que haja um dispositivo<br />
que proporcione segurança nessas transações.<br />
“Preten<strong>de</strong>mos chegar num padrão mínimo para permitir<br />
uma interoperabilida<strong>de</strong>, uma experiência única do<br />
usuário final, que é o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio da mobilida<strong>de</strong> que<br />
é quando a gente fala em pagamentos eletrônicos. Esse é<br />
um dos temas que mais temos discutido”.<br />
Por fim, Corrêa da Fonseca contou que escrever o livro foi<br />
uma diversão muito gran<strong>de</strong>. “Uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rever<br />
amigos, <strong>de</strong> coletar <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> todos, e ainda a gran<strong>de</strong><br />
vantagem <strong>de</strong> reunir tudo isso num documento único.<br />
Nós escrevemos uma <strong>história</strong> ao vivo e à cores. O resultado<br />
é uma provocação para que continuem fazendo <strong>história</strong>.<br />
Um <strong>de</strong>safio para que as novas gerações continuem<br />
escrevendo <strong>história</strong>s <strong>de</strong> sucesso”.<br />
AGOSTO · 2010
20<br />
pArA BOm ATendImenTO é<br />
preciso mais que um sorriso<br />
T<br />
emos ferramentas <strong>de</strong>-<br />
Há também o portal do 6º Feirão<br />
mais e soluções <strong>de</strong> me-<br />
da Casa Própria, com o total <strong>de</strong> 6,4<br />
nos. A afirmação foi feita<br />
milhões <strong>de</strong> visitantes, estruturado<br />
pelo superinten<strong>de</strong>nte nacional da<br />
e <strong>de</strong>senhado com uma ferramenta<br />
Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral, Fabiano<br />
Cortês, no terceiro dia do Ciab FE<strong>de</strong><br />
software livre.<br />
BRABAN 2010. Para o executivo, o<br />
O superinten<strong>de</strong> da Caixa ainda<br />
gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio do setor financeiro é<br />
lembrou do projeto <strong>de</strong> gerencia-<br />
justamente o <strong>de</strong> otimizar o uso das<br />
mento eletrônico <strong>de</strong> documen-<br />
soluções que já existem e estão disponíveis<br />
para os bancos.<br />
Cortês, da Caixa: <strong>de</strong>rrubamos mito <strong>de</strong> que<br />
não é possível colocar soluções <strong>de</strong> missão crítica<br />
em software livre<br />
tos. “Este é o projeto da Caixa,<br />
é o que sempre diz a nossa presi<strong>de</strong>nte<br />
(Maria Fernanda Coelho).<br />
A Caixa iniciou, há quatro anos uma mudança na sua es- Não falamos em não utilizar papel, mas sim em <strong>de</strong>strutura.<br />
Hoje, tem uma vice-presidência voltada para o<br />
processo <strong>de</strong> atendimento, outra orientada para o atenmaterializar”.dimento,<br />
uma terceira para pessoas físicas, uma para Toda a documentação é digitalizada e esse processo<br />
pessoas jurídicas e, finalmente, uma vice-presidência <strong>de</strong> está em um ambiente produtivo. A idéia é fazer a ex-<br />
governo. “Tudo isso alterou <strong>de</strong> forma significativa todos pansão <strong>de</strong>ssa solução ao longo <strong>de</strong> 2010. “Queremos re-<br />
os nossos processos internos”.<br />
ceber e digitalizar toda a documentação e <strong>de</strong>pois criar<br />
os chamados dossiês digitais. Verificar toda a parte <strong>de</strong><br />
Cortês contou também que existe atualmente na Caixa assinatura, aproveitar os dados <strong>de</strong>sse dossiê digital para<br />
uma área voltada para estratégia <strong>de</strong> canais. “Temos o fazer carregar nossa base única <strong>de</strong> cliente. É um traba-<br />
mapeamento <strong>de</strong> todo o País. Como está posicionada a<br />
concorrência, qual é o trabalho feito com relação a essa<br />
lho fantástico”.<br />
distribuição, qual é a potencialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada região?”. segurAnçA no Atendimento<br />
softwAre livre<br />
O executivo da Caixa fez questão <strong>de</strong> citar soluções, em<br />
software livre, <strong>de</strong>senvolvidas internamente, como um site<br />
específico para aten<strong>de</strong>r <strong>de</strong>ficientes visuais. “Estive muito<br />
próximo <strong>de</strong>sse projeto. É uma solução 100% em software<br />
livre e ainda temos a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tirar aquele mito<br />
<strong>de</strong> que não po<strong>de</strong>mos colocar soluções <strong>de</strong> missão crítica<br />
em software livre”.<br />
AGOSTO · 2010<br />
Para Tom Swidarski, presi<strong>de</strong>nte mundial e diretor chefe<br />
da Diebold, que esteve no mesmo painel, a migração das<br />
transações bancárias do ambiente do caixa para o autoatendimento<br />
(ATM) se consolidará fortemente neste ano.<br />
Mas para isso, novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> segurança também <strong>de</strong>verão<br />
ser implantados, garantindo o patrimônio do banco<br />
e dos seus clientes. No Brasil, segundo a pesquisa O Setor<br />
Bancário em Números, os ATMs já são o principal canal <strong>de</strong><br />
operações, com um terço do total.
Especialistas discutiram e apresentaram<br />
soluções <strong>de</strong> TI utilizadas para garantir<br />
mais satisfação e segurança ao cliente<br />
Segundo o executivo da Diebold, o número <strong>de</strong> transações<br />
neste canal é alto no mundo todo. “É um canal confiável,<br />
seguro e é o mais utilizado. Por meio das novas <strong>tecnologia</strong>s<br />
é possível diminuir custos e trazer mais conveniência”.<br />
Outro pronto importante para Swidarski é a automação<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos que permite ao caixa eletrônico capturar a<br />
imagem do cheque, <strong>de</strong> modo que todo sistema bancário<br />
possa movimentar o cheque eletronicamente. “Isso diminuirá<br />
custos no papel físico do back office. Essa automação<br />
resultará no ATM fazendo 95% mais do que o caixa<br />
faria, além <strong>de</strong> ser mais seguro, confiável, com menor custo<br />
e maior disponibilida<strong>de</strong>”.<br />
Quanto à segurança dos caixas eletrônicos, o executivo<br />
da Diebold acredita que a mecatrônica ajudou na evolução<br />
das cabines, hoje com vários aparatos <strong>de</strong> segurança,<br />
como cofres com pare<strong>de</strong>s reforçadas e o ultramo<strong>de</strong>rno<br />
antiskimming (sistema que evita a duplicação<br />
Swidarski, da Diebold: ATM já po<strong>de</strong> fazer 95% do que o caixa faria, com<br />
mais segurança, menor custo e maior disponibilida<strong>de</strong><br />
Dan Schur, da IBM: diferença está<br />
no canal, na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agregar<br />
serviço para os clientes<br />
<strong>de</strong> cartões), reconhecidamente eficaz no combate a<br />
alguns tipos <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s, como por exemplo, o roubo <strong>de</strong><br />
informações dos cartões.<br />
mAis inteligente<br />
21<br />
Rafael Dan Schur, executivo responsável pelo Centro <strong>de</strong><br />
Soluções da Indústria Financeira da IBM no Brasil, <strong>de</strong>stacou<br />
que é necessário investir na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agregar<br />
serviço para os clientes. “Afinal, estamos num negócio <strong>de</strong><br />
commodities. Comprar conta corrente ou cartão <strong>de</strong> crédito<br />
<strong>de</strong> qualquer banco é igual para qualquer cliente”.<br />
Dan Schur afirmou que é vital conhecer o cliente. “O cliente<br />
é um sujeito um pouco mais complexo do que uma pessoa<br />
com um <strong>de</strong>terminado sexo, uma <strong>de</strong>terminada ida<strong>de</strong> e<br />
um <strong>de</strong>terminado en<strong>de</strong>reço. Ele tem um momento <strong>de</strong> vida e<br />
com isso precisa <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas <strong>de</strong>mandas que precisam<br />
ser atendidas, como conveniência, mais serviços, interesse<br />
por ética, transparência, responsabilida<strong>de</strong> social”.<br />
O executivo acredita ser fundamental que <strong>tecnologia</strong>s se<br />
adaptem às <strong>de</strong>mandas que os novos segmentos possam<br />
exigir. Um exemplo disso é a inclusão <strong>de</strong> serviços financeiros<br />
em um contexto <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais. “A <strong>tecnologia</strong><br />
para colocar serviços <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssas re<strong>de</strong>s está disponível.<br />
A questão é como convencer uma pessoa que está<br />
navegando numa re<strong>de</strong> social, <strong>de</strong> que aquele momento é<br />
o momento i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> receber alguma informação, seja <strong>de</strong><br />
marketing, seja <strong>de</strong> algum canal transacional, no meio daquela<br />
navegação que ele está fazendo”.<br />
AGOSTO · 2010
22<br />
bancos do papel à<br />
iMAGEM DiGiTAl<br />
Digitalização <strong>de</strong> documentos e cheques ainda<br />
é <strong>de</strong>safio nas instituições financeiras<br />
O<br />
painel “Gerenciamento<br />
<strong>de</strong> documentos, imagens<br />
e compensação por ima-<br />
gem”, realizado no primeiro dia do<br />
Ciab FEBRABAN 2010, foi um dos que<br />
<strong>de</strong>spertaram mais interesse no evento.<br />
A mesa foi composta por Pedro Paula<br />
<strong>de</strong> Lima Gonçalves, superinten<strong>de</strong>nte<br />
nacional <strong>de</strong> retaguarda da Caixa Econômica<br />
Fe<strong>de</strong>ral; Inon Neves, diretor<br />
nacional para a área <strong>de</strong> automação<br />
bancária da Xerox; Marcos Magalhães<br />
Santos, diretor <strong>de</strong> Operações<br />
<strong>de</strong> Bancos e Varejo da Accenture; e a<br />
mediação <strong>de</strong> Marcelo Ebert Ribeiro,<br />
superinten<strong>de</strong>nte executivo do banco<br />
Santan<strong>de</strong>r, coor<strong>de</strong>nador do Grupo<br />
<strong>de</strong> Trabalho Digitalização do CNAB<br />
da FEBRABAN.<br />
Ribeiro lembrou a importância <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir<br />
como será o atendimento à geração<br />
Y, que por exemplo, só conhece<br />
inflação <strong>de</strong> até três dígitos pelos livros<br />
escolares ou <strong>de</strong> <strong>história</strong>s <strong>contada</strong>s<br />
pelos pais ou avós. “A digitalização,<br />
a <strong>de</strong>smaterialização <strong>de</strong> documentos<br />
físicos, vem <strong>de</strong> encontro a todas as<br />
<strong>de</strong>mandas <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> cliente, com<br />
mais agilida<strong>de</strong> e transparência nos<br />
processos bancários”.<br />
AGOSTO · 2010<br />
Pedro Paula <strong>de</strong> Lima Gonçalves, da<br />
Caixa, apresentou a experiência da<br />
instituição, um dos bancos pioneiros<br />
que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 1990, utiliza<br />
recursos ligados à digitalização<br />
para documentos financeiros e não<br />
financeiros. Já Neves (Xerox) trouxe<br />
elementos do case que da empresa<br />
numa parceria com o HSBC para a<br />
captura <strong>de</strong>scentralizada <strong>de</strong> cheques.<br />
bAncos <strong>de</strong> pApel<br />
Para Lima Gonçalves, os bancos ainda<br />
são movidos a papel, a Caixa também<br />
é, e um <strong>de</strong>safio muito gran<strong>de</strong><br />
é ter a imagem como referencial. O<br />
estágio atual com o projeto que dura<br />
há um ano e meio é a experiência<br />
com imagem, um aprendizado.<br />
O palestrante focou a sua apresentação<br />
na digitalização das informações<br />
<strong>de</strong> clientes, parte <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> contas<br />
e, com isso, na criação <strong>de</strong> um dossiê digital.<br />
“A Caixa ainda tem muitos papéis,<br />
muitos dossiês e as suas conciliações<br />
ainda geram muita necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
documentos físicos que transitam em<br />
malotes. A busca é constante por uma<br />
melhoria <strong>de</strong>sses processos e <strong>de</strong> uma bitola<br />
tecnológica para back office”.<br />
O projeto é chamado <strong>de</strong> Automação<br />
<strong>de</strong> Processos por Imagem (APRI). A<br />
Caixa tinha algumas experiências<br />
anteriores com solução completa e<br />
não foi bem sucedida por duas vezes.<br />
No estágio atual, <strong>de</strong>cidiu-se dividi-lo<br />
em vários pedaços.<br />
O banco adquiriu infraestrutura<br />
tecnológica <strong>de</strong> sustentação para<br />
toda a empresa, não só para uma<br />
<strong>de</strong>manda específica <strong>de</strong> compensação,<br />
mas a tudo o que necessite<br />
<strong>de</strong> TI <strong>de</strong> imagem. “Separamos em<br />
dois segmentos essenciais, o <strong>de</strong><br />
documentos não financeiros – documentações<br />
<strong>de</strong> clientes – e o <strong>de</strong><br />
certificação digital. Os processos<br />
digitais precisam ser certificados<br />
digitalmente para valida<strong>de</strong> jurídica,<br />
da portabilida<strong>de</strong> e do não repúdio –<br />
o que significa que um documento<br />
assinado digitalmente terá valida<strong>de</strong><br />
jurídica, po<strong>de</strong>rá ser portado e não<br />
po<strong>de</strong>rá ser recusado”.<br />
Lima Gonçalves disse que o projeto<br />
tem três gran<strong>de</strong>s componentes: captura<br />
<strong>de</strong> documentos não financeiros,<br />
documento <strong>de</strong> cliente com reconhecimento<br />
<strong>de</strong> caracteres <strong>de</strong> extração;<br />
documentos financeiros (que outros
Gonçalves, da Caixa: bancos ainda são movidos a<br />
papel e o <strong>de</strong>safio é ter a imagem como referencial<br />
Neves, da Xerox, apresentou case <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong> digitalização no HSBC<br />
bancos também já utilizam) e conferência eletrônica <strong>de</strong> assinatura, por-<br />
que a Compe com Imagem vai exigir um artefato tecnológico eficiente<br />
para fazer essa conferência <strong>de</strong> assinatura por conta <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>. “A Caixa<br />
não criou nada novo, mas foi ao mercado buscar e olhar a experiência<br />
existente na comunida<strong>de</strong>”.<br />
Especificando o Compe com Imagem, Gonçalves disse que há um trânsito<br />
<strong>de</strong> documentos ainda muito significativo e o custo com malotes é “gigantesco”,<br />
ultrapassando a casa dos R$ 300 milhões por ano. No caso da<br />
Caixa, é um participante <strong>de</strong> peso do sistema muito oneroso.<br />
<strong>de</strong>scentrAlizAção no Hsbc<br />
Inon Neves, da Xerox, apresentou elementos do case do HSBC neste segmento.<br />
O projeto teve início no fim <strong>de</strong> 2006 com algumas características<br />
inovadoras. Dentro do banco foi tomada a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> que era necessário<br />
criar um ambiente que permitisse o processamento dos documentos, dos<br />
processos que tinham documentos, tudo por imagem.<br />
Uma das novida<strong>de</strong>s foi fazer isso <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>scentralizada e <strong>de</strong>pois utilizar<br />
reconhecimento para automatizar ao máximo que fosse possível. “Não<br />
saiu do papel para o digital, apenas. Saiu para o digital e ainda com reconhecimento<br />
altíssimo, com o processo baseado em reconhecimento dos<br />
caracteres dos documentos”.<br />
Neves contou que, nas 750 agências que tinham essa ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> digitalização,<br />
os documentos eram enviados para 33 centros <strong>de</strong> serviços espalhados<br />
no Brasil, on<strong>de</strong> o processamento era feito. Nesse processo, mais ou menos<br />
mil pessoas envolvidas com os documentos. Havia ainda as transportadoras<br />
terceirizadas e a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> documentos centralizada<br />
nos 33 centros <strong>de</strong> serviços com funcionários do próprio banco. “Toda a captura<br />
é hoje realizada na agência por um funcionário do banco”.<br />
AGOSTO · 2010<br />
23
24<br />
e a crise,<br />
Executivos <strong>de</strong> TI avaliam que mercado brasileiro superou<br />
bem o pior momento. Relatórios do FMI já indicam crescimento<br />
mundial médio <strong>de</strong> 4% em 2010 e 2011.<br />
T<br />
ecnologia da Informação<br />
(TI) e a crise econômica<br />
no Brasil e no mundo. Co-<br />
mo uma é afetada <strong>pela</strong> outra? Duran-<br />
te o Ciab FEBRABAN 2010, executivos<br />
<strong>de</strong> algumas das maiores fornecedoras<br />
<strong>de</strong> TI do mundo e do Brasil se reuniram<br />
para discutir essa questão. As<br />
projeções são otimistas. Dirigentes<br />
da Diebold, HP, IBM, Itautec e Perto<br />
acreditam que o Brasil é um mercado<br />
promissor para os negócios <strong>de</strong> TI. E<br />
cada um <strong>de</strong>les passou uma receita <strong>de</strong><br />
como isso po<strong>de</strong> ser administrado.<br />
Para João Abud Júnior, presi<strong>de</strong>nte da<br />
Diebold do Brasil, o Brasil passa por<br />
uma fase maravilhosa e o segmento<br />
<strong>de</strong> TI ajuda na produtivida<strong>de</strong> da economia.<br />
“É preciso lembrar que o sistema<br />
bancário brasileiro é o mais avançado<br />
do mundo em termos <strong>de</strong> <strong>tecnologia</strong>.<br />
Temos o SPB, o DDA, o autoatendimento<br />
massivo e outras <strong>tecnologia</strong>s”.<br />
AGOSTO · 2010<br />
Ele afirmou que é importante para a<br />
economia brasileira que esse conhecimento<br />
todo acumulado possa ser<br />
exportado. “Principalmente na área<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do software,<br />
na qual somos reconhecidamente<br />
muito bons no mundo. Temos <strong>de</strong> nos<br />
preparar para que existam algumas<br />
multinacionais brasileiras”.<br />
Abud Júnior, da Diebold: não po<strong>de</strong>mos ser<br />
mo<strong>de</strong>stos <strong>de</strong>mais, pois nossa capacida<strong>de</strong>,<br />
principalmente no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
software, é muito gran<strong>de</strong><br />
Para Juarez Zortea, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
comercial da HP, não há mais ativida<strong>de</strong><br />
econômica sem o uso da <strong>tecnologia</strong>.<br />
“O Ciab é a expressão máxima<br />
<strong>de</strong> quanto negócios, <strong>tecnologia</strong> e<br />
economia estão aliados e inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes”.<br />
Zortea prevê que o mercado <strong>de</strong><br />
<strong>tecnologia</strong>, especialmente aqui no<br />
Brasil, vai crescer bem mais do que<br />
a própria economia. “Além disso, só<br />
por meio da <strong>tecnologia</strong> vai ser possível<br />
fazer mais negócios e conquistar<br />
novos clientes”.<br />
Na opinião <strong>de</strong> Zortea, isso exige flexibilida<strong>de</strong>,<br />
uma infraestrutura sólida,<br />
rígida, e cada vez mais segura no<br />
mundo <strong>de</strong> ataques e hackers em que<br />
se vive hoje. “É preciso criar plataformas<br />
<strong>de</strong> <strong>tecnologia</strong> mais simples<br />
e mais convergentes. E é nessa linha<br />
que a gente está trabalhando”.
Zortea ainda confirmou que a HP<br />
investiu nos últimos cinco anos,<br />
cerca <strong>de</strong> US$ 60 bilhões em portifólio<br />
e <strong>de</strong>senvolvimento. “Tudo<br />
para construir algo que seja uma<br />
plataforma integrada, convergente<br />
e que simplifique a forma <strong>de</strong> prestar<br />
serviços ao cliente”.<br />
Zortea, da HP: somos caros para exportar,<br />
temos uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> impostos significativa que<br />
não ajuda<br />
erA dA instrumentAlizAção<br />
Rogerio Oliveira, gerente geral da<br />
IBM para a América Latina, comentou<br />
que ouviu, num evento recente<br />
em Xangai, que os especialistas foram<br />
incapazes <strong>de</strong> prever quando a<br />
crise aconteceria e continuam sem<br />
saber quando ela vai acabar. “Saímos<br />
<strong>de</strong> um mundo polorizado entre duas<br />
ou três economias para este mundo<br />
multipolarizado. Acho que estamos<br />
em outro estágio e é on<strong>de</strong> o Brasil<br />
agora está tendo uma participação<br />
fantástica. Po<strong>de</strong>mos entrar num ciclo<br />
<strong>de</strong> crescimento muito alto”.<br />
Em relação à TI, o executivo da IBM<br />
avaliou que estamos iniciando a Era<br />
da Instrumentalização, que envolve<br />
temas como a automação bancária,<br />
sensores, celulares, GPS, <strong>tecnologia</strong><br />
digital, Internet. “O mundo está<br />
instrumentalizado”.<br />
No caso da IBM, Oliveira explicou que<br />
a companhia investe massivamente<br />
em áreas <strong>de</strong> pesquisa voltadas para<br />
benefícios tangíveis. “A instrumentalização<br />
já está aí. Os bancos estão instrumentalizados,<br />
com os POS (point<br />
of sale, a maquininha utilizada para<br />
passar cartões), os meios <strong>de</strong> pagamentos<br />
eletrônicos e acesso à Internet<br />
para consumidores”.<br />
novA referênciA<br />
Na visão <strong>de</strong> Mario Anseloni, presi<strong>de</strong>nte<br />
da Itautec, o crescimento do<br />
Brasil, sem dúvida nenhuma, tem<br />
uma perspectiva espetacular para<br />
este ano. “Mas é importante enten<strong>de</strong>r<br />
também as consequências<br />
disso. Temos visto que, juntamente<br />
com esse crescimento, vem todo<br />
um <strong>de</strong>senvolvimento social, temos<br />
mais consumidores em função da<br />
evolução das classes sociais. O aumento<br />
da expectativa <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />
dos serviços prestados pelo brasileiro<br />
é nítido”.<br />
O executivo da Itautec disse que<br />
percebeu, principalmente na Europa,<br />
que a perspectiva em relação ao Brasil<br />
no contexto internacional mudou<br />
Oliveira, da IBM: saímos <strong>de</strong> um mundo<br />
polorizado entre duas ou três economias para<br />
este mundo multipolarizado<br />
Anseloni, da Itautec: o Brasil passa a ser<br />
referência <strong>de</strong> gestão e regulamentação no<br />
setor financeiro<br />
radicalmente. “O Brasil passa agora<br />
a ser uma referência, inclusive <strong>de</strong><br />
gestão e na regulamentação no setor<br />
financeiro. Vemos até executivos<br />
do FMI elogiando o Brasil”.<br />
Por isso, ele garantiu que a Itautec<br />
tem procurado <strong>de</strong>senvolver <strong>tecnologia</strong>,<br />
usando não só a capacida<strong>de</strong> local,<br />
mas, principalmente, a estrutura<br />
que a empresa tem fora do Brasil.<br />
“Os investimentos da Itautec estão<br />
voltados a trazer segurança, comodida<strong>de</strong>,<br />
integração digital, porque, realmente<br />
o Brasil, não vai passar só por<br />
um processo <strong>de</strong> crescimento, mas<br />
por uma mudança muito forte <strong>de</strong> estrutura<br />
interna e nos níveis sociais”.<br />
fAltA <strong>de</strong> finAnciAmento<br />
25<br />
J. Thomas Elbling, diretor-presi<strong>de</strong>nte<br />
da Perto, concorda que o Brasil<br />
atravessa um momento econômico<br />
positivo. Porém, ele fez questão<br />
<strong>de</strong> ressaltar que a situação po<strong>de</strong>ria<br />
ser melhor, principalmente para os<br />
fornecedores <strong>de</strong> TI. “Temos <strong>tecnologia</strong><br />
para exportar e temos soluções<br />
multinovadoras, mas falta por parte<br />
do governo mais suporte para as<br />
empresas que têm a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
exportar <strong>tecnologia</strong>”.<br />
AGOSTO · 2010
26<br />
Elbling, da Perto: na hora <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r,<br />
competimos com países como a Coréia,<br />
Japão e China que oferecem a solução<br />
e o financiamento para o cliente<br />
Ele citou o exemplo da falta <strong>de</strong> financiamento.<br />
“Quando a gente vai ven<strong>de</strong>r<br />
essas <strong>tecnologia</strong>s, tem <strong>de</strong> competir<br />
com outros países que já vêm<br />
com pacotes. Eles oferecem aos seus<br />
clientes não só a solução, mas também<br />
financiamentos, que são muito<br />
importantes. Às vezes você não<br />
consegue ven<strong>de</strong>r, porque não tem o<br />
pacote <strong>de</strong> financiamento a<strong>de</strong>quado<br />
para o seu cliente. Mas, os outros<br />
países têm. A Coréia, Japão, China,<br />
todos têm”.<br />
Zortea, da HP, falou também das dificulda<strong>de</strong>s<br />
em exportar. “A verda<strong>de</strong> é<br />
que nós somos caros para exportar.<br />
Tem uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> impostos bem<br />
significativa que não ajuda muito a<br />
fazer com que a gente tenha essa capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> exportação nos volumes<br />
que po<strong>de</strong>ríamos ter”.<br />
sem modéstiA<br />
Abud Junior, da Diebold, disse que o<br />
momento é <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar a modéstia <strong>de</strong><br />
lado. “Nós, no Brasil, já somos um<br />
centro <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento para o<br />
mundo. Principalmente em sistemas<br />
<strong>de</strong> automação bancária somos<br />
reconhecidamente evoluídos, e isso<br />
po<strong>de</strong> ser muito importante para o<br />
mundo todo”.<br />
Ti TRAZ<br />
mais produtivida<strong>de</strong><br />
Sar<strong>de</strong>nberg: Brasil cresce <strong>de</strong> uma<br />
maneira muito vigorosa e sai bem da crise<br />
O economista Carlos Alberto Sar<strong>de</strong>nberg foi o mediador do painel que reuniu<br />
os executivos <strong>de</strong> TI no Ciab FEBRABAN. Durante sua apresentação ele citou um<br />
gran<strong>de</strong> especialista na área econômica, Allan Greenspan, ex-presi<strong>de</strong>nte do Fe<strong>de</strong>ral<br />
Reserve (banco central dos EUA) que dizia que a Tecnologia da Informação é<br />
essencial na produtivida<strong>de</strong>. “A Tecnologia da Informação permite extrair muito<br />
mais produto dos mesmos fatores. São brutais os ganhos <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> alcançados<br />
por todos os países, dos mais riscos até os mais pobres”.<br />
Para Sar<strong>de</strong>nberg, a situação no Brasil é boa. “Saímos bem da crise e os últimos<br />
dados do IBGE mostram um crescimento no final do ano passado e no<br />
começo <strong>de</strong>ste ano”.<br />
AGOSTO · 2010
Congresso FEBRABAN <strong>de</strong><br />
Auditoria Interna, Compliance<br />
e Gestão <strong>de</strong> Riscos<br />
05 a 07 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2010<br />
Hotel Transamérica · São Paulo · SP · Brasil<br />
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