Gil Vicente na Horta (dp) - Teatro Nacional D.Maria II
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SOLTEIRAS E<br />
CASADAS EM<br />
GIL VICENTE<br />
Pieter Brueghel o Jovem, Velho Gaiteiro.<br />
POR JORGE A. OSÓRIO<br />
"O levantamento das figuras femini<strong>na</strong>s <strong>na</strong>s peças de <strong>Gil</strong> <strong>Vicente</strong> já foi feito.<br />
Excluindo a figura da Virgem (mas devemos ter sempre presente a forte<br />
componente mariânica da espiritualidade vicenti<strong>na</strong>) e das Fadas (atentemos que<br />
não há santas, nem santos), as figuras femini<strong>na</strong>s quase poderiam ser agrupadas<br />
em dois conjuntos: de um lado aquelas que detinham uma clara referência à vida<br />
real, como moças, mães, alcoviteiras, ciga<strong>na</strong>s e que coincidem no facto de serem,<br />
em regra, figuras de fora da corte, do lá de fora e não do cá de dentro; do outro<br />
lado as figuras femini<strong>na</strong>s recrutadas no mundo da fantasia ou do fingimento<br />
romanesco, cavaleiresco, fabuloso ou alegórico, perspectivadas dentro do jogo<br />
dos convencio<strong>na</strong>lismos de corte e, portanto, mais do cá de dentro do que do lá de<br />
fora. Esta distinção tem um significado bastante maior do que pode parecer à<br />
primeira vista.<br />
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