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PASTORAL EM NOVAS PERSPECTIVAS IV - Vida Pastoral

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vida<br />

pastoral<br />

Graça e Paz!<br />

Com esta edição concluímos a série “<strong>Pastoral</strong><br />

em novas perspectivas”. Percebemos nos e-mails<br />

enviados à redação que houve grande interesse pelo<br />

tema e em acompanhar a sequência dos artigos.<br />

É motivo de satisfação saber que estamos indo<br />

ao encontro dos anseios de nosso público leitor e<br />

ajudando em sua prática eclesial e social, o que é<br />

objetivo central da revista.<br />

Como constatamos e como aprofundam com<br />

muita lucidez os articulistas que colaboraram nesta<br />

edição, jamais na história houve tantas mudanças e<br />

tantas novidades surgindo ao mesmo tempo e em ritmo<br />

tão acelerado, influenciando a vida das pessoas,<br />

das famílias e das práticas religiosas. Cada articulista,<br />

em sua área temática, aponta-nos pistas concretas de<br />

por onde e como caminhar nessa realidade.<br />

Entre 2012 e 2015, estamos celebrando o cinquentenário<br />

de abertura (1962) e conclusão (1965)<br />

do Vaticano II. Como nos motiva dom Angélico em<br />

seu artigo, é preciso abraçar fortemente as grandes<br />

intenções do concílio e aplicá-las à realidade de<br />

hoje. Não se trata de, nos 50 anos do concílio,<br />

voltar ao passado, mas caminhar para a frente<br />

com o auxílio da bússola que esse grande evento<br />

eclesial nos deu.<br />

Em um mundo que progride, muda e evolui<br />

rapidamente, não podemos como instituição involuir,<br />

deixar de lado a primavera que foi o concílio<br />

e preferir o “inverno”. Voltar a antigos costumes<br />

e liturgias, antigas práticas, vestes, autoritarismos,<br />

estrelismos, arrogância, moral que não dialoga com<br />

o mundo de hoje, maneira de formar comunidades<br />

ultrapassada... refugiar-nos na “sacristia”, enquanto<br />

o mundo gira e nos desafia.<br />

O artigo do pe. Nicolau Bakker aborda a<br />

questão da política hoje e do necessário profetismo<br />

cristão nesse âmbito. É muito comum ver pessoas<br />

revista bimestral para sacerdotes<br />

e agentes de pastoral<br />

ano 53 - número 282<br />

janeiro-fevereiro de 2012<br />

Tiragem: 45 mil exemplares<br />

Caros leitores e leitoras,<br />

rejeitarem esse tema e julgarem que a religião deva<br />

ser totalmente separada da política, deva preocupar-se<br />

apenas em salvar as almas e não se envolver<br />

em assuntos que digam respeito ao mundano e ao<br />

transitório. Entretanto, a separação entre alma e<br />

corpo está filosófica e teologicamente superada. A<br />

salvação é para a pessoa por inteiro, e não apenas<br />

para uma de suas dimensões. É impossível salvar<br />

a alma sem salvar também o corpo. Cristo, ao se<br />

encarnar, assume as realidades humanas por completo<br />

e não apenas em parte. A espiritualidade por<br />

ele anunciada e vivida não era desconectada da<br />

concretude da vida. Pelo contrário, ele anunciava<br />

o reino de Deus, vida em abundância para todos,<br />

que não se limitava a este mundo, mas iniciava-se<br />

já aqui. Durante toda a sua vida pública, ele evidenciava<br />

as contradições entre o reino e as realidades<br />

religiosa, política, econômica e social da época. A<br />

cruz foi resultado do processo de posicionamento<br />

político e religioso e do confronto com as autoridades<br />

estabelecidas nesses dois âmbitos.<br />

Como seguidores de Cristo, não podemos abdicar<br />

do cuidado com tudo o que diga respeito à<br />

vida – a política (como promoção da qualidade de<br />

vida para o povo) incluída. É necessário, no entanto,<br />

sermos diligentes na questão da política partidária.<br />

Não fazer simbiose com partidos e poderes políticos,<br />

não assumir partido único. Mas isso, como expõe<br />

com clareza pe. Nicolau, não significa neutralidade<br />

política, pois, em qualquer democracia, existem partidos<br />

que dão sustentação às forças economicamente<br />

dominantes, excludentes e elitizantes. A nossa fé e o<br />

profetismo cristãos não nos permitem apoiá-los. Da<br />

mesma forma, existem partidos que dão sustentação<br />

às forças economicamente solidárias, participativas<br />

e igualitárias, e com estes o seguimento de Cristo<br />

nos estimula a somar forças.<br />

Pe. Jakson Ferreira de Alencar, ssp<br />

Editor<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Pastoral</strong> – janeiro-fevereiro 2012 – ano 53 – n. 282 1

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