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A PSICOLOGIA NO CTI – ADULTO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ...

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RESENHA<br />

A <strong>PSICOLOGIA</strong> <strong>NO</strong> <strong>CTI</strong> <strong>–</strong> <strong>ADULTO</strong> <strong>DO</strong> <strong>HOSPITAL</strong> <strong>UNIVERSITÁRIO</strong>/ UFJF<br />

A maioria dos casos de internação em um hospital é algo que desestabiliza não só o<br />

sujeito internado, mas também seus familiares, já que nunca estiveram preparados para<br />

enfrentar a doença, a morte, o imprevisível. Nestes momentos, as respostas que o sujeito<br />

sustenta já não são suficientes, pois algo aconteceu que vacilou suas certezas. A surpresa, o<br />

imprevisto, o acaso da doença, a possibilidade de morte, podem caracterizar um momento<br />

de crise. (MOURA, 1999)<br />

Ninguém está preparado para o encontro com o Real, pois o Real nos deixa sem<br />

palavras se tornando insuportável. O hospital é um espaço privilegiado onde o psicanalista<br />

se depara com pessoas diante de acontecimentos inesperados em suas vidas,<br />

acontecimentos estes que, pelo fato de serem inesperados, podem destruir o sujeito do seu<br />

ancoramento significante. Pelo fato da destituição aguda que pode ocorrer nessas situações,<br />

os acontecimentos se tornam traumáticos e diante da falta de bordeamento significante o<br />

sujeito se vê imerso na angústia. Na urgência, o sujeito é lançado no estado inicial de<br />

desamparo, estado que pode repetir-se em qualquer momento da vida, revelando a<br />

precariedade da condição humana. (MOURA, 1999)<br />

O hospital é um espaço privilegiado onde o psicanalista se depara com pessoas<br />

diante de acontecimentos inesperados em suas vidas, acontecimentos estes que, pelo fato de<br />

serem inesperados, podem destruir o sujeito do seu ancoramento significante, se parti do<br />

pressuposto que o sujeito é efeito de significante.<br />

Pelo fato da destituição aguda que pode ocorrer nessas situações, os acontecimentos<br />

se tornam traumáticos e diante da falta de bordeamento significante o sujeito se vê imerso<br />

na angústia. Penso que esta angústia acomete o paciente em coma, diante da falta de<br />

significantes para nomear o momento que vive. O sujeito ali “esquecido” fica imerso num<br />

vazio e numa angústia. (MOURA, 1999)<br />

Na urgência, o sujeito é lançado no estado inicial de desamparo, estado que pode<br />

repetir-se em qualquer momento da vida, revelando a precariedade da condição humana.<br />

Estas situações com as quais se depara o psicanalista em um hospital o confrontam com<br />

uma práxis atípica, a da urgência, quando o sujeito vai estar assujeitado às situações<br />

inesperadas, e deste lugar pode fazer um chamado ao analista. Assim, trabalhar com<br />

pacientes em coma seria sustentar a dimensão de sujeito de quem está assujeitado. Diante<br />

da clínica da urgência sustentada pelos conceitos da clínica da demanda a ser formulada em<br />

palavras, pois se trata de uma aposta no sujeito: a de transformar a urgência do paciente em<br />

coma, onde o sujeito não tem palavras, a partir de uma construção do analista,<br />

reintroduzindo-o na cadeia significante.<br />

A psicanálise nasce para apontar a necessidade de uma escuta. O doente não é<br />

sujeito de um corpo apenas. É sujeito de uma linguagem que modela suas formas e atos e<br />

tem algo a dizer sobre sua doença. Esta ciência compreende um campo de estudo que é o<br />

inconsciente, abrindo-se, assim, uma nova perspectiva à compreensão do sujeito e sua<br />

jmplicação na doença. Caberá ao psicanalista iniciar e sustentar um discurso, para que dele<br />

resultem não efeitos imediatos e impressionantes, mas que possa, para o sujeito, a doença<br />

se tornar uma possibilidade de seu desejo despertar. (MOURA, 1999)

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