O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO - Câmara Municipal de Lamego

O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
Professor António Martins
Biblioteca municipal
Lamego
26, 27 e 28 de outubro de 2011

Somos o berço da língua, mas não somos os donos.
Malaca Casteleiro

A MAIS ANTIGA POESIA EM PORTUGUÊS
Ora faz ost o senhor de Nauaira.
Poys en Proenc est el Rey d Aragon,
Non lh am medo de pico, nem de mair a
Tairacena, pero vezinhos son,
Nem am medo de lhis poer bozon,
E riir s am en dura e Daira,
Mays, se Deus trag o senhor de Monçon,
Bem mj cuyd eu que a Cunca lhis uaira
Cantiga de maldizer

QUESTÕES PRÉVIAS
A querela ortográfica vem desde há muito tempo
A ortografia é um sistema convencional
A ortografia é a «pele da língua»
Não há uma tradição ortográfica na língua
portuguesa
Até ao fim do século XIX, assistíamos a uma Babel
ortográfica

OS PERÍODOS DA ORTOGRAFIA
PORTUGUESA
1. Período da escrita fonética (Idade Média até
meados do séc. XVI):
Tres almarios de mentir,
E cinco cofres d’enleios,
E alguns furtos alheios,
Assi em jóias de vestir,
Guarda-roupa d’encobrir
Gil Vicente, Auto da Barca do Inferno

2. Período da escrita (pseudo) etimológica (do
Renascimento até ao séc. XIX)
Enfim, que havemos de pregar hoje aos peixes?
Nunca peor auditório. Ao menos tem os peixes
duas boas calidades de ouvintes: ouvem e não
falam.
Padre António Vieira, Sermão de Santo António

3. Período das reformas ortográficas (a partir da
implantação da República):
A Europa jaz, posta nos cotovellos:
De Oriente a Occidente jaz, fitando,
E toldam-lhe românticos cabellos
Olhos gregos, lembrando.
Fernando Pessoa, Mensagem

DO DESACORDO AO ACORDO
A reforma de 1911
A convenção de 1945
A moção de 1967
A evolução dos anos 70
O acordo de 1990

AO- METAS DOS IDEÓLOGOS
Restringir as diferenças de escrita existentes.
Fortalecer a comunidade linguística entre os falantes
da Língua Portuguesa.
Importante:
O novo acordo não pretende:
uniformizar a língua, pois, as variedades de uso já
estão presentes na estrutura social em que a língua
está inserida.

AO: CARACTERÍSTICAS GERAIS
Regras simples e coerentes
Privilegia o critério fonético, em desfavor do etimológico
Modifica apenas cerca de 2% do léxico
Não tem implicações sintáticas, nem semânticas nem
fonéticas

AO- MUDANÇAS RELEVANTES PARA A NORMA
LUSOAFRICANA
Introdução de três novas letras: k, y e w
Simplificação do uso de maiúsculas e minúsculas
Supressão de alguns acentos gráficos
As consoantes não pronunciadas não se escrevem
Simplificação das regras do hífen

AO- O ALFABETO
O alfabeto passa de 23 para 26 letras
As letras k, w e y empregam-se:
a) Na escrita de palavras estrangeiras: karaoke, kiwi, kung
fu, waffle, yoga
b) Em nomes de pessoas ou personagens: Popeye, Hulk,
Amy Winehouse, Barak Obama
c) Em topónimos (cidades, países e nacionalidades):
Kuwait, kuwaitiano; Malawi, malawiano, Yorkshire,
yorkshiriano

Nota importante:
Deve usar-se a forma portuguesa: Bordéus em vez de
Bordeaux, Genebra em vez de Genève, Milão em vez de
Milano

d) Em siglas e símbolos que designam unidades de
medida:
km, ys (jarda), WC
e) em nomes que designam unidades monetárias:
kwanza, yuan, won

AO- LETRAS MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS
1. A letra minúscula inicial passa a usar-se:
a) nos nomes dos meses:
janeiro, março, maio, agosto, dezembro
b) nos nomes das estações do ano:
verão, outono, inverno, primavera
c) nos nomes dos pontos cardeais (não nas suas
abreviaturas):
norte, sul, nordeste, és-nordeste, noroeste

d) nos usos de:
beltrano, sicrano, fulano
e) nos axiónimos (formas de tratamento de cortesia):
senhor Victor, cardeal Cerejeira, presidente Arnaldo
Silva, professor Marado

AO- LETRAS MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS
2. Uso opcional de inicial minúscula
a) nos bibliónimos (títulos dos livros), exceto o 1º elemento
e os nomes próprios neles contidos: Amor, razão maior
ou Amor, Razão Maior;
O crime de Cerejeiro ou O Crime de Cerejeiro
b) nos hagiónimos (nomes de santos):
santa Eufêmia ou Santa Eufêmia; são Francisco ou
São Francisco

c) nos nomes que designam domínios do saber,
cursos e disciplinas:
português ou Português; matemática ou
Matemática; línguas e literaturas modernas ou
Línguas e Literaturas Modernas
d) nas categorizações dos logradouros públicos:
rua de Almacave ou Rua de Almacave; praceta
do Coura ou Praceta do Coura

e) nas categorizações dos nomes dos templos:
igreja ou Igreja das Chagas; sé ou Sé de
Lamego
f) nas categorizações dos edifícios:
casa ou Casa das Brolhas; edifício ou Edifício
dos Barreiros

AO- LETRAS MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS
3. Escrevem-se com maiúscula inicial
a) Os antropónimos (nomes próprios) de pessoas reais ou
fictícias:
Fausto Guedes Teixeira, Ardinga, Chico do Pinto
b) os topónimos (nomes de lugares) reais ou fictícios:
Valdigem, Liconomargi, Cerejeiro

c) os nomes dos seres mitológicos:
Júpiter, Baco, Adamastor, Musas, Titãs
d) os nomes das festas ou festividades:
Natal, Ramadão, Todos os Santos, Ressurreição
e) os pontos cardeais (quando empregados absolutamente):
Nordeste (por Nordeste do Brasil ou Nordeste
Transmontano)

f) Os títulos dos periódicos:
Jornal do Douro, O Arrais, Expresso, Sábado
g) As siglas, acrónimos, símbolos ou abreviaturas
internacionais:
OTAN, UNICEF, ONU

1. Supressão de acentos
AO - ACENTUAÇÃO GRÁFICA
a) Do acento circunflexo em alguns verbos:
crêem (verbo crer) para creem
dêem (verbo dar) para deem
descrêem (verbo descrer) para descreem
lêem (verbo ler) para leem

Nota importante:
Os verbos ter e vir mantêm o acento circunflexo na
terceira pessoa do plural:
têm, vêm, contêm, obtêm, sustêm, provêm, advêm

) do acento agudo nas palavras com ditongo –oi
alcalóide alcaloide;
andróide androide
Azóia Azoia
bóia boia
celulóide celuloide
clarabóia claraboia
espermatozóide espermatozoide

estóico para estoico
heróico para heroico
jóia para joia
jibóia para jiboia
rambóia para ramboia
tramóia para tramoia
Tróia para Troia

Importante:
Esta regra não se aplica nas palavras agudas terminadas
em -ói ou –óis:
cachecóis, dói, girassóis, heróis, lençóis, mói, rói,
sóis, etc.

c) do acento agudo ou circunflexo em palavras
homógrafas:
para (verbo parar) e para (preposição)
O professor Victor para na rua da Seara.
pelo (nome) e pelo (contração)
O pelo do cão é macio.

pero (nome comum) e Pero (nome próprio)
Na minha terra dizemos pero em vez de maçã.
polo (contração antiga) e polo (nome)
O Samuel gosta de jogar polo.
coa (verbo coar) e Coa (topónimo)
A Cecília coa o leite.
O rio Coa passa em Sabugal.

2. Continuam a distinguir-se com acento circunflexo:
a) pode (presente do indicativo) e pôde (pretérito perfeito do
indicativo)
Agora, o Mário pode comprar tudo em Lamego, mas houve
tempos em que não pôde.
b) pôr (verbo) e por (preposição)
A Rita foi pôr à venda marmelada feita por ela.

3. Podemos usar um acento de forma opcional
Nas formas do primeira pessoa do plural do pretérito
perfeito do indicativo dos verbos da 1ª conjugação
Ontem, viajamos ou viajámos para Genebra.
Na semana passada descansamos ou descansámos
num hotel em Florença.

AO- SEQUÊNCIAS CONSONÂNTICAS
1. Sequência cc
De accionar para acionar
De coleccionador para colecionador
De confeccionar para confecionar
De fraccionar para fracionar
De reaccionário para reacionário
De transaccionar para transacionar

Mantém-se:
Faccioso, ficcional, friccionar, cóccix, occipital
Dupla grafia:
interseccional ou intersecional
interseccionismo ou intersecionismo
perfeccionismo ou perfecionismo

AO- SEQUÊNCIAS CONSONÂNTICAS
2. Sequência cç
De acção para ação
De colecção para coleção
De contracção para contração
De correcção para correção
De detecção para deteção
De direcção para direção

De distracção para distração
De estupefacção para estupefação
De facção para fação
De fracção para fração
De infracção para infração
De reacção para reação
De redacção para redação
De selecção para seleção

Mantém-se:
convicção, convecção, dicção, ficção, micção,
secção, sucção
Dupla grafia:
interseção ou intersecção

3. Sequência ct
AO- SEQUÊNCIAS CONSONÂNTICAS
De acto para ato
De actor para ator
De actriz para atriz
De activo para ativo
De adjectivo para adjetivo

De director para diretor
De efectivo para efetivo
De electrónica para eletrónica
De exacto para exato
De lacticínio para laticínio
De nocturno para noturno

De perspectiva para perspetiva
De recta para reta
De selectivo para seletivo
De tacto para tato
De tecto para teto

De arquitecto para arquiteto
De aspecto para aspeto
De cacto para cato
De colectivo para coletivo

Mantém-se em:
bactéria, compacto, contacto, convicto, dúctil,
estupefacto, facto, intelectual, invicta, lácteo, néctar,
octeto, octogenário, pacto, pictural, torrefacto, etc.

Dupla grafia:
noctívago ou notívago
perfectível ou perfetível
rarefactivo ou rarefativo
rectal ou retal
sector ou setor
subsector ou subsetor
táctil ou tátil
telespectador ou telespetador
veredicto ou veredito

AO- SEQUÊNCIAS CONSONÂNTICAS
4. Sequência: pc
De anticoncepcional para anticoncecional
De decepcionar para dececionar
De excepcional para excecional
De percepcionar para percecionar
De recepcionar para rececionar
De recepcionista para rececionista

Mantém-se:
capciosamente, egípcio, inépcia, núpcias, opcional,
etc
Dupla grafia:
assumpcionista ou assuncionista

5. Sequência: pç
AO- SEQUÊNCIAS CONSONÂNTICAS
De acepção para aceção
De adopção para adoção
De concepção para conceção
De contracepção para contraceção
De decepção para deceção
De excepção para exceção
De intercepção para interceção
De recepção para receção

Mantém-se:
corrupção, dirupção, erupção, interrupção, irrupção,
opção.
Dupla grafia:
consumpção ou consunção

6. Sequência: pt
AO- SEQUÊNCIAS CONSONÂNTICAS
De adoptar para adotar
De baptizar para batizar
De céptico para cético
De excepto para exceto

De Egipto para Egito
De epiléptico para epilético
De optimismo para otimismo
De óptimo para ótimo
De peremptório para perentório

De receptáculo para recetáculo
De receptor para recetor
De ruptura para rutura
Nota curiosa:
rutura e rotura

Mantém-se:
abrupto, adaptar, adepto, apto, captar, cleptomania,
corrupto, eucalipto, inapto, interruptor, rapto, réptil,
repto, septicemia, septuagésimo, sumptuoso,
voluptuoso

AO- SEQUÊNCIAS CONSONÂNTICAS
7. Sequências: mpc, mpç e mpt
Quando se elimina o p, o m é substituído por n:
mpc passa a nc
mpç passa a nç
mpt pasa a nt
assuncionista, consunção (ou comsumpção),
consuntivo (ou consumptivo), perenção,
perentoriamente, perentoriedade, perentório

AO- A LETRA H
A situação com a letra h não se altera, ao contrário do
que propaga:
Continua a escrever-se no início/final de algumas palavras:
a) quando a tradição o justifica
haver, hera, herança, hélice, hora, humor
b) em interjeições:
Hã? Hem? Hum! Ah! Oh!

1. Supressão do hífen
AO- AS REGRAS DO HÍFEN
a) Nas seguintes formas do verbo haver:
De hei-de para hei de
De hás-de para hás de
De há-de para há de
De hão-de para hão de

Mantém-se:
Noutras formas verbais, quando estas se ligam a um
pronome pessoal:
convencê-los-emos, dá-lo-ei, dir-me-ás, far-vos-ia,
partir-lhe, dá-se

) Na maior parte das locuções:
De cão-de-guarda para cão de guarda
De cor-de-açafrão para cor de açafrão
De cor-de-café-com-leite para cor de café com leite
De criado-de-quarto para criado de quarto
De fim-de-semana para fim de semana
De fogo-de-artifício para fogo de artifício

De moço-de-recados para moço de recados
De sala-de-jantar para sala de jantar
De quartos-de-final para quartos de final
De sala-de-visitas para sala de visitas

De cor-de-vinho para cor de vinho
De à-parte para à parte
De à-vontade para à vontade
De dia-a-dia para dia a dia

Mantém-se:
Nas formas consagradas pelo uso:
água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa, maisque
-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queimaroupa

c) Nas palavras complexas (derivadas) quando o 1º
elemento termina em vogal e o 2º elemento inicia com
a consoante r ou s
De anti-religioso para antirreligioso
De anti-semita para antissemita
De contra-regra para contrarrega
De contra-senha para contrassenha
De co-seno para cosseno

De extra-regular para extrarregular
De infra-som para infrassom
De mini-saia para minissaia
De semirecta para semirreta

Notas importantes:
Há palavras que já se escreviam sem hífen e, por isso,
não mudaram:
biorritmo, biossatélite, microrradiografia,
microssistema, minissatélite
Palavras como eletrossiderurgia também já se
escreviam sem hífen e apenas sofreram a supressão do
c

d) Nas palavras complexas (derivadas) quando o 1º
elemento termina em vogal e o 2º elemento inicia com
uma vogal diferente
De extra-escolar para extraescolar
De auto-estrada para autoestrada
De auto-avaliação para autoavaliação
De agro-industrial para agroindustrial

e) Nas palavras compostas (composição morfológica)
quando se perdeu, em certa medida, a noção de
composição:
De manda-chuva para mandachuva
De pára-quedas para paraquedas
De pára-quedismo para paraquedismo
De pára-quedista para paraquedista

Nota:
Há palavras em que este fenómeno já ocorria:
aguardente, girassol, madressilva, Monsanto,
pontapé

2. Emprego do hífen
AO- AS REGRAS DO HÍFEN
a) Em palavras compostas (composição morfossintática)
sem elementos de ligação:
afro-asiático, amor-perfeito, arco-íris, conta-gotas,
decreto-lei, guarda-chuva, guarda-noturno,
luso-brasileiro, médico-cirurgião, norte-americano,
primeiro-ministro, terça-feira, tenente-coronel, tio-avô,
turma-piloto

Mas…
Há certas palavras que continuam a escrever-se sem hífen:
lusofonia, eurodeputado, euromíssil,
Europarlamento, euromercado, biodiversidade,
biodegradável, audiovisual, audiodescrição

) em alguns nomes de países, regiões ou localidades:
Se iniciarem grão ou grã:
Grã- Bretanha, Grão- Pará
Se os seus elementos estiverem ligados por artigo ou se o
1º elemento seja um verbo:
Albergaria-a-Velha, Proença-a-Nova, Entre-os-Rios,
Trás-os-Montes; Montemor-o-Novo, Abre- Campo,
Passa- Quatro, Quebra- Dentes, Trinca- Fortes

Casos especiais:
Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Timor- Leste
(consagradas pelo uso)

c) Nas palavras compostas (composição morfossintática)
que designam espécies botânicas ou zoológicas,
mesmo que contenham elementos de ligação:
,
abóbora-menina, andorinha-do-mar, andorinhagrande,
bem-me-quer (nome de planta), bem-te-vi
(nome de uma ave), bico-de-papagaio (planta
ornamental), cobra-capelo

cobra-d’água, couve-flor, erva-doce, erva-do-chá,
ervilha-de-cheiro, fava-de-santo-inácio, feijão-verde,
erva-de-são-roberto, feijão-verde, formiga-branca,
louva-a-deus

Mas…
O hífen não se utiliza quando a expressão não
designe uma espécie botânica ou zoológica:
bicos de papagaio (deformação das vértebras)

d) Nas palavras complexas (derivação) com o advérbio
bem:
bem-aventurado, bem-criado, bem-ditoso, bem-estar,
bem-fadado, bem-falante, bem-humorado,
bem-nascido, bem-querer, bem-soante, bem-vindo,
bem-visto

Mas…
O hífen não se utiliza nas palavras:
benfazejo, benfeito, benfeitor, benquerença

e) Nas palavras complexas (derivação) com o advérbio mal
quando o elemento seguinte inicia com vogal ou h
mal-afortunado, mal-agradecido, mal-humorado,
mal-entendido, mal-aventurado, mal-educado

Mas…
Não se emprega hífen quando o advérbio mal forma
palavra com outro elemento começado por consoante:
malcriado, maldito, maldizer, malfalante, malfeitor,
malmandado, malsoante, malvisto

f) Nas palavras complexas (derivação) com os elementos
aquém, além, recém, e sem:
além- Atlântico, além-mar, além-fronteiras, aquém-mar,
aquém-Pirinéus, recém-casado, recém-nascido,
sem-cerimónia, sem-número, sem-razão, sem-vergonha

Mas…
Não se utiliza o hífen nas seguintes palavras
compostas (composição morfológica):
sensabor, sensaboria, Alentejo

g) Nas palavras complexas (derivação) formadas com
elementos como anti, co, contra, extra, pré-, sub, super,
ultra, eletro, geo, neo e semi, quando o 2º elemento
começa por h:
anti-higiénico, co-herdeiro, contra-harmónico,
extra-humano, pré-história, sub-hepático,
super-homem, ultra-hiperbólico, eletro-higrómetro,
geo-história, semi-hospitalar

Mas…
Escrevem-se sem hífen as palavras com os prefixos in-
, des- e re-, quando o segundo elemento perdeu o h
inicial:
desumano, deserdar, desumidificar, inábil, inumano,
reabilitar

h) Nas palavras complexas (derivação), quando o 1º
elemento termina na mesma vogal com que se inicia o 2º
elemento:
anti-ibérico, contra-almirante, infra-axilar,
supra-auricular, arqui-irmandade, auto-observação,
eletro-ótica, micro-ondas, semi-interno

Mas…
Escrevem-se sem hífen as palavras com o prefixo co-,
mesmo que o segundo elemento inicie por o:
coobrigação, coocupante, coocorrente, coordenar,
cooperação, cooperar

i) Nas palavras complexas (derivação) com os prefixos
circum e pan, quando o 2º elemento inicia por vogal, m,
n, ou h:
circum-escolar, circum-hospitalar, circum-murado,
circum-navegação, pan-europeu, pan-africano,
pan-mágico, pan-negritude

Mas…
As palavras compostas (composição morfológica)
com circum e pan continuam a escrever-se sem
hífen, quando o 2º elemento não inicia por vogal,
m, n, ou h:
circuncentro, circuncêntrico, panglota

j) Nas palavras complexas (derivação) com os prefixos
hiper, inter e super, quando combinados com
elementos iniciados por r:
hiper-requintado, hiper-realista, inter-regional,
inter-religioso, super-realista, super-revista

Mas…
Continuam a escrever-se sem hífen, as palavras
compostas (composição morfológica) com hiper, inter e
super, quando estes elementos são combinados com
outros elementos que não iniciam por r:
interacção, supermercado, hipercrítico

k) Nas palavras complexas (derivação) com os prefixos,
pré, pró e pós:
pós-graduação, pós-nominal, pré-escolar, pré-natal,
pró-africano, pró-europeu

Mas…
As palavras seguintes escrevem-se sem hífen:
pospor, prever, promover

l) Formações com os prefixos ex- (com o sentido de
estado anterior ou cessação), sota-, soto-, vice- e vizo-
ex-almirante, ex-diretor, ex-hospedeira, ex-presidente,
ex-primeiro-ministro, ex-rei, sota-almirante,
sota-piloto, soto-mestre, vice-presidente, vice-reitor,
vizo-rei

m) Em situações de ênclise:
amá-lo, dá-se, deixa-o, ei-lo, eis-me, partir-lhe,
quere-o(s)
n) Em todas as situações de tmese:
amá-lo-ei, enviar-lho-emos
o) em situações de próclise:
Aguardamos que no-lo comprem.
Ansiamos que vo-las deem.

p) Nos encadeamentos vocabulares:
A divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade
A ligação Amarante-Vila Real
A distância Lamego-Resende
A linha Régua-Pocinho
O percurso Lamego-Chaves
A peregrinação Lamego-Fátima

Nota final:
A repetição do hífen quando mudamos de linha é
agora obrigatória. Esta regra que, antes do AO, era
facultativa, passa a aplicar-se sempre.

1. Em papel
AO- RECURSOS BIBLIOGRÁFICOS
Atual: o novo acordo ortográfico, Malaca Casteleiro e
Pedro Dinis Correia, Texto Editora
Saber usar a nova ortografia, Edite Estrela e outras,
Editora Objectiva
Acordo ortográfico - as novas regras - todas as
palavras que mudam, Porto Editora

2. Em formato digital
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990
(texto do Acordo Ortográfico de 1990 disponível na
internet em www.portaldalinguaportugesa.org)
Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
(um espaço dedicado ao esclarecimento de dúvidas
sobre a língua portuguesa, nos endereços
www.ciberduvidas.pt e www.ciberduvidas.com )

Lince
ferramenta que converte o conteúdo de ficheiros de texto
para a grafia resultante do novo Acordo Ortográfico;
disponível no Portal da Língua Portuguesa em
www.portaldalinguaportuguesa.org
Vocabulário Ortográfico do Português
integrado no Portal da Língua Portuguesa e já adaptado
ao novo Acordo Ortográfico, está disponível em
www.portaldalinguaportuguesa.org

UFA!
Acabou!

Muito obrigado!
António Martins
966532297
ajmm19@gmail.com