19.04.2013 Views

ACTA DA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA ...

ACTA DA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA ...

ACTA DA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>ACTA</strong> <strong>DA</strong> <strong>SESSÃO</strong> <strong>EXTRAORDINÁRIA</strong> <strong>DA</strong> <strong>ASSEMBLEIA</strong> MUNICIPAL DE<br />

LAMEGO, REALIZA<strong>DA</strong> NO DIA 09 DE JULHO DE 2007<br />

Aos nove dias do mês de Julho do ano de dois mil e sete, realizou-se no Salão Nobre<br />

dos Paços do Município, uma sessão extraordinária da Assembleia Municipal, cuja<br />

ordem de trabalhos foi previamente distribuída aos Membros da Assembleia, através<br />

da convocatória datada de 03.07.2007.<br />

ABERTURA<br />

O senhor Presidente da Assembleia Municipal em exercício, José António Carrapatoso<br />

Oliveira, presidiu à sessão que teve início às dez horas, tendo os senhores João<br />

Rebelo Rodrigues Mendonça e Marco Aurélio Fonseca Oliveira desempenhado,<br />

respectivamente, as funções de primeiro e segundo secretários.<br />

PRESENÇAS<br />

Estiveram presentes os senhores membros da Assembleia, Luís Manuel Oliveira Silva<br />

em substituição do senhor Presidente da Assembleia José Mário Ferreira Almeida,<br />

Agostinho Jorge Paiva Ribeiro, José António Carrapatoso Oliveira, António Augusto<br />

dos Santos, Orlando Vítor Fernandes Nunes, Maria Rosário Rodrigues Veiga Santos<br />

Almeida, Carlos Dinis Marques de Almeida, José Luís Teixeira Ramos Correia, António<br />

José Gouveia Cardoso, Fernando José dos Santos Cabral, Rui Paulo Mendonça<br />

Santos, Manuel Lopes de Azevedo, Macário Cardoso Rebelo em substituição de<br />

Nelson da Silva Santos, Marco Aurélio Fonseca Oliveira, Nuno Davide Gordino Lopes<br />

Gonçalves Magno, Maria Otelinda Conceição Costa, Ivo Miguel Rodrigues Pinto, José<br />

Manuel Figueiredo Silva Melo, os senhores Presidentes das Juntas de Freguesia de<br />

Almacave, Avões, Bigorne, Britiande, Cambres, Cepões, Ferreirim, Ferreiros, Figueira,<br />

Lalim, Lazarim, Magueija, Melcões, Meijinhos, Parada do Bispo, Penajóia, Penude,<br />

Pretarouca, Samodães, Sande, Sé, Valdigem, Várzea de Abrunhais e Paulo Jorge<br />

Silva Gomes em substituição do autarca de Vila Nova de Souto D’ El Rei.<br />

1


AUSÊNCIAS<br />

Ângelo Manuel Mendes Moura, Ana Branca S. Soeiro Carvalho Pina, Álvaro Manuel<br />

Teixeira Bonito, Fernanda do Rosário Varela Pereira, Manuel Teixeira, Leopoldina<br />

Maria Soledade Ribeiro Silva Borges, Tarcísio José do Rosário Duarte.<br />

O senhor Presidente da Assembleia Municipal em exercício deu início aos trabalhos<br />

informando os presentes de que estava a presidir a esta Assembleia por<br />

impossibilidade do senhor Presidente da Assembleia Municipal, Dr. José Mário<br />

Ferreira de Almeida, estar presente, devido a um acidente de viação. Neste sentido<br />

solicitou à Assembleia um membro para a Mesa, tendo-se disponibilizado o senhor<br />

deputado Marco Aurélio Fonseca Oliveira para assumir o papel de segundo secretário<br />

da Mesa.<br />

O Presidente da Assembleia Municipal em exercício, leu a carta endereçada à<br />

Assembleia Municipal pelo seu Presidente Sr. Dr. José Mário Ferreira de Almeida, que<br />

se transcreve na íntegra:<br />

Senhor Presidente da Assembleia,<br />

Senhor Presidente da Câmara Municipal<br />

Senhores Secretários,<br />

Senhores Deputados,<br />

Senhores Vereadores<br />

Limitações físicas impostas pelo acidente de viação que sofri, impedem-me de<br />

participar nesta sessão extraordinária da Assembleia convocada para discutir as<br />

propostas técnicas, no estado em que encontram, de dois instrumentos de<br />

planeamento que deverão definir o quadro estratégico fundamental do Concelho de<br />

Lamego para uma década, para além de projectos relevantes que o parlamento<br />

municipal deve conhecer, discutir e ponderar.<br />

Lamento não poder dar o meu modesto contributo para essa reflexão que, todavia,<br />

deverá continuar a ser feita em Plenário ou em Comissão Especializada desta AM que<br />

julgo pertinente constituir para acompanhamento do processo de revisão do PDM.<br />

Desejo que os trabalhos sejam profícuos e habilitem esta Assembleia a realizar as<br />

melhores escolhas estratégicas para o futuro, pois pela inteligência posta nessas<br />

escolhas depende a capacidade de o Município, através dos seus órgãos, maximizar o<br />

aproveitamento dos apoios do Quadro de Referência Estratégico Nacional.<br />

Permita-me a Ex.ma Mesa aproveitar esta breve mensagem para endereçar um<br />

sentido agradecimento a todos os senhores deputados, membros do Executivo e<br />

funcionários da Câmara que directa ou indirectamente têm manifestado preocupação<br />

2


pelo meu estado de saúde e desejado rápido restabelecimento. Do coração, porque<br />

sei que a preocupação é franca e o gesto sentido, bem hajam.<br />

Lisboa, 8 de Julho de 2007<br />

De seguida proferiu o seguinte: “A Mesa lamentou as sequelas do acidente de viação<br />

de que foi vítima o ilustre Presidente da Assembleia Municipal de Lamego – Dr. José<br />

Mário Ferreira Almeida, que o impossibilitou de presidir a esta sessão extraordinária,<br />

formulando votos de uma rápida recuperação da sua saúde.” Esta proposta foi<br />

submetida a votação, tendo sido aprovada por unanimidade.<br />

Por sua vez, o senhor deputado Agostinho Ribeiro referiu que desconhecia que o<br />

acidente supra identificado fosse tão grave, tendo endereçado as rápidas melhoras ao<br />

Dr. José Mário Ferreira de Almeida quer pessoalmente, quer em nome do grupo<br />

parlamentar do PS.<br />

O senhor Presidente da Assembleia Municipal em exercício propôs uma alteração<br />

à ordem de trabalhos, nomeadamente a passagem do primeiro ponto para o último do<br />

período da manhã, porquanto a equipe do projecto do PDM ia chegar mais tarde, o<br />

que foi aprovado por unanimidade dos presentes.<br />

ORDEM DO DIA<br />

02-ASSUNTO: PROPOSTA DE DESAFECTAÇÃO DE DUAS PARCELAS DE<br />

TERRENO, SITAS EM VALE DE ABRAÃO, NAS FREGUESIAS DE CAMBRES E<br />

SAMODÃES.<br />

Presentes propostas de deliberação n.º 298/47/07 e n.º 299/47/07 do senhor<br />

Presidente da Câmara, aprovadas pela Câmara Municipal, por unanimidade, em<br />

reunião de 19.06.2007.<br />

O senhor Presidente da Câmara usou da palavra para justificar e explicar a proposta<br />

em epígrafe. Começou por dizer que essa proposta tinha haver com o facto do<br />

empreendimento do Vale do Abraão ter ocupado um caminho público que não tinha<br />

utilização há largos anos.<br />

Nesse sentido, referiu que a Câmara tinha duas desafectações a propor: uma<br />

respeitante ao caminho que foi ocupado pelo empreendimento do Vale do Abraão; e<br />

outra referente a um caminho público que atravessava o referido empreendimento,<br />

lembrando que os conjuntos turísticos não podem ter atravessamentos públicos e que<br />

estes tinham de ser vedados ou isolados, pelo que far-se-ia a permuta do caminho que<br />

3


atravessava o empreendimento por um outro lateral de forma a garantir condições de<br />

acesso a toda a população à beira-rio e de outras pessoas que se dirijam àqueles<br />

locais.<br />

Disse ainda que a desafectação do caminho pressupõe que a população recorra a um<br />

caminho alternativo, que é mais longo, e que, havendo um prejuízo para essas<br />

pessoas, a Câmara entendeu que o produto que viesse a ser obtido com a venda do<br />

terreno desafectado deveria reverter para a Junta de Freguesia de Samodães, tendo<br />

fixado esse valor em cem mil euros, que serão transferidos através de um protocolo a<br />

celebrar posteriormente.<br />

Lembrou também que o referido caminho não era transitável há vários anos, razão<br />

pela qual não constava das plantas e dos levantamentos.<br />

Concluiu propondo a desafectação de um troço de caminho público que foi ocupado<br />

pelo empreendimento do Vale do Abraão e a permuta de um caminho que será<br />

desafectado, porquanto atravessa o empreendimento citado, e substituído por outro já<br />

na freguesia de Cambres que ladeia o mesmo empreendimento, e que o produto da<br />

venda a efectuar em hasta pública, fixado no mínimo em cem mil euros, reverterá para<br />

a Junta de Freguesia de Samodães.<br />

O senhor Presidente da Junta de Freguesia de Samodães interveio para lamentar o<br />

facto da Câmara ter autorizado a construção do empreendimento do Vale de Abraão<br />

sem se ter apercebido que existia no local da sua edificação um caminho público.<br />

Considerou tal facto um lapso técnico incrível e grosseiro.<br />

Referiu-se à informação n.º 273/DFP AO de 16/05/2007, tendo lido um parágrafo da<br />

mesma que se transcreve na íntegra: “Face ao ofício do Sr. José Alberto Montenegro,<br />

foi solicitado à DOM, que pronuncia-se sobre a possibilidade de uma alternativa a este<br />

troço do caminho para acesso ao Rio Douro. A Eng.ª Sílvia referiu que a uma única<br />

alternativa existente, fica a cerca de 80 m, pelo caminho que liga a EN 222 ao Rio<br />

Douro, pela freguesia de Cambres (junto anexo informação da DOM).”<br />

De seguida, solicitou ao senhor Presidente da Câmara que tomasse diligências no<br />

sentido dos serviços técnicos do Município rectificarem a distância exacta, porquanto<br />

considera que a alternativa fica a oitocentos metros e não a oitenta metros.<br />

Disse ainda que não concordava com o teor do primeiro parágrafo, concretamente da<br />

3.ª e 4ª linhas, da transcrição do despacho dado pelo senhor Presidente da Câmara<br />

em 13/06/2007 na inf. N.º 273/DFP AO de 2007/05/16, cujo conteúdo se transcreve:<br />

“Não me parece ser de aceitar como válidas as reclamações apresentadas. A do Dr.<br />

José Montenegro porque existe efectivamente alternativa de acesso ao Douro, se bem<br />

que através de outra freguesia e a da Junta de Freguesia de Samodães por se basear<br />

na tentativa de obtenção de benefícios ilegítimos no montante de 500.000,00.”<br />

4


Interveio o senhor deputado Agostinho Ribeiro dizendo que, em relação à matéria<br />

em análise, uma vez mais eram confrontados com algumas imprecisões do ponto de<br />

vista da documentação de suporte à tomada de decisão e deliberação da Assembleia.<br />

Disse ainda que, face à envergadura e natureza do empreendimento do Vale de<br />

Abraão, a Assembleia tinha de desafectar o referido caminho público para dar<br />

sustentabilidade ao projecto e que ia votar favoravelmente essa desafectação, não<br />

querendo passar a ideia de que a sua decisão era uma atitude a assumir em termos<br />

partidários.<br />

Por sua vez, interveio o senhor Presidente da Câmara para responder às questões<br />

colocadas pelo senhor Presidente da Junta de Freguesia de Samodães dizendo que,<br />

em relação à questão técnica e ao rigor das medições que foram feitas, está<br />

convencido de que os oitenta metros foram medidos no ponto onde os dois caminhos<br />

públicos confluem, ou seja, no ponto de chegada e não no ponto de partida. Disse<br />

ainda que os oitenta metros não eram o percurso que se ia realizar pela N222, mas<br />

sim a distância entre o caminho de Samodães que chegava ao empreendimento e o<br />

caminho que, vindo de Cambres, chega ao mesmo sítio.<br />

Relativamente à questão da Junta de Freguesia não ter legitimidade para tentar obter<br />

vantagens com o processo em análise, disse que legitimidade significa que, segundo a<br />

Lei, a mesma não poderia reivindicar para si esse tipo de benefícios e que, por isso,<br />

tinha proposto, desde início, que qualquer valor que se viesse obter com a<br />

desafectação e venda do caminho deveria ser transferido para a Junta de Freguesia<br />

de Samodães.<br />

O senhor Presidente da Junta de Freguesia de Almacave referiu que se estava a<br />

fazer justiça à Junta de Freguesia de Samodães, uma vez que ia ficar sem um<br />

caminho, e que a Câmara, e bem, tinha deliberado contemplar a mesma com alguma<br />

benesse. Disse também que isto nunca se tinha verificado anteriormente, que a sua<br />

freguesia já tinha ficado sem caminhos públicos, tendo reivindicado algumas<br />

benesses, e que sempre lhe disseram que não tinha direito a nada.<br />

Disse ainda que estava satisfeito pelo executivo camarário ter deliberado contemplar a<br />

freguesia de Samodães com essa benesse. Contudo, é de opinião que este estado de<br />

graça se possa estender a todas as Juntas de Freguesia do Concelho que venham a<br />

passar por situações idênticas.<br />

Interveio o senhor Presidente da Junta de Freguesia da Sé dizendo que, aquando<br />

da edificação da escola de hotelaria na sua freguesia, tinha sido desafectado um<br />

caminho público sem que tivessem colocado à mesma se teria ou não direito a alguma<br />

indemnização. Exigiu que, em futuros empreendimentos ou construções, os técnicos<br />

da Câmara Municipal verifiquem, à priori, se os mesmos vão ser edificados em cima<br />

5


de terreno público e que, perante esses casos, coloquem o problema à Assembleia e<br />

não depois dos projectos aprovados e em construção.<br />

O senhor Presidente da Câmara respondeu aos senhores Presidentes das Juntas de<br />

Almacave e da Sé dizendo que, o caso em apreço era excepcional, quer no facto da<br />

desafectação ter ocorrido à posteriori, quer no facto dessas circunstâncias serem<br />

excepcionais e, por isso, permitirem que o resultado da venda seja transferido para a<br />

Junta de Freguesia de Samodães.<br />

Disse também que não será regra que qualquer desafectação possa vir a dar origem a<br />

uma indemnização que reverta a favor das Juntas de Freguesia por dois motivos: em<br />

primeiro lugar, porque a desafectação de espaços públicos só se justifica quando os<br />

mesmos não cumprirem a função pública a que estavam afectos; em segundo lugar,<br />

porque, legalmente, é uma receita da Câmara Municipal.<br />

Deliberado: Aprovado por unanimidade.<br />

03-ASSUNTO: PROTOCOLO A CELEBRAR ENTRE O MUNICÍPIO DE LAMEGO E A<br />

UNIVERSI<strong>DA</strong>DE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO – PROPOSTA DE<br />

REPARTIÇÃO DE ENCARGOS.<br />

Presente deliberação da Câmara Municipal que aprovou, por unanimidade, em reunião<br />

de 19.06.2007, a repartição de encargos referente à elaboração da avaliação e<br />

proposta de revisão do PDM de Lamego, adjudicada por ajuste directo à UTAD<br />

através de despacho do senhor presidente da Câmara, datado de 1 de Junho, pelo<br />

montante de 90.000,00 €, acrescido de IVA à taxa legal, nos seguintes termos: ano de<br />

2007 – 55.000,00 €; ano de 2008 – 35.000,00 €.<br />

O senhor Presidente da Câmara usou da palavra para explicar e justificar a proposta<br />

em apreço, dizendo que a mesma significa que o protocolo que a Câmara irá celebrar<br />

com a UTAD para os trabalhos de avaliação do PDM e proposta de revisão se vai<br />

dividir em dois anos económicos e que, tal facto, não tinha sido previsto no<br />

Orçamento.<br />

Deliberado: Aprovado por unanimidade.<br />

04-ASSUNTO: PROPOSTA DE 2.ª REVISÃO DO ORÇAMENTO <strong>DA</strong> DESPESA E 2.º<br />

REVISÃO DO ORÇAMENTO <strong>DA</strong> RECEITA<br />

Presente deliberação da Câmara Municipal que aprovou, por unanimidade, em reunião<br />

de 03 de Julho de 2007,a 2ª Revisão do Orçamento da Despesa, no montante de<br />

1.097.334,96€, reforçando-se planos de actividade no montante de 713.412,00€ e<br />

planos de investimento reforçados em 591.150,00€ e anulados em igual montante, e a<br />

6


à 2ª Revisão do Orçamento da Receita reforçado em 808.106,47€ e anulado em<br />

22.921,51€.<br />

O senhor Presidente da Câmara usou da palavra para explicar a proposta supra<br />

mencionada dizendo que a justificação era similar à do ponto anterior e que tinha<br />

haver com a inscrição de projectos que não estavam devidamente individualizados no<br />

Orçamento e com a repartição de encargos noutras rubricas que, estando projectos<br />

previstos e individualizados, não previam dotação para o ano seguinte.<br />

Interveio o senhor deputado Agostinho Ribeiro para dizer que o grupo parlamentar<br />

do PS não ia votar favoravelmente a revisão do Orçamento, quer da despesa, quer da<br />

receita. Justificou dizendo que já tinham votado contra o Orçamento e que não<br />

concordavam com a forma como tem sido aplicado e que, politicamente, tinham<br />

grandes divergências quanto à sua própria execução.<br />

Disse também que uma segunda revisão, nesse momento, significava que o<br />

Orçamento, os documentos e os instrumentos de suporte ao exercício camarário já<br />

estavam a necessitar destas revisões, prova de que foram mal pensados os<br />

documentos iniciais, e que esta era uma política muito negativa na gestão dos<br />

dinheiros públicos.<br />

O senhor deputado Orlando Nunes referiu que o grupo parlamentar da coligação<br />

“Todos Juntos por Lamego”, numa atitude de coerência que tem vindo a ter com as<br />

matérias relacionadas com o Orçamento, ia votar favoravelmente a proposta em<br />

apreciação, contribuindo para que o executivo continue a incrementar uma política de<br />

desenvolvimento consubstanciada nas obras que estavam a decorrer.<br />

Por sua vez, o senhor Presidente da Câmara refutou as afirmações do senhor<br />

deputado Agostinho Ribeiro. Referiu que as alterações orçamentais e as revisões do<br />

Orçamento são normais desde que justificáveis, como era o caso.<br />

Disse ainda que a gestão do actual executivo era rigorosa e adaptada ás<br />

necessidades de execução das obras que estavam em curso, obras que por sua vez<br />

estavam adaptadas às necessidades de desenvolvimento do concelho de Lamego.<br />

Deliberado: Aprovado, por maioria, com trinta e dois votos a favor e sete abstenções.<br />

Neste momento o senhor Presidente da Assembleia em exercício, propôs um<br />

intervalo de dez minutos, para preparação da apresentação do PU.<br />

01-ASSUNTO: PONTO DE SITUAÇÃO, INFORMAÇÃO E DEBATE SOBRE OS<br />

TRABALHOS <strong>DA</strong> ELABORAÇÃO <strong>DA</strong> PROPOSTA TÉCNICA DO NOVO PLANO DE<br />

URBANIZAÇÃO <strong>DA</strong> CI<strong>DA</strong>DE DE LAMEGO.<br />

7


Presente para apreciação os trabalhos da elaboração da proposta técnica do novo<br />

Plano de Urbanização da Cidade de Lamego.<br />

O Presidente da Assembleia Municipal em exercício cumprimentou a Equipe<br />

Técnica responsável pela elaboração do PU, agradecendo a sua disponibilidade para<br />

esclarecer a Assembleia sobre o ponto da situação dos trabalhos, dando de imediato a<br />

palavra ao Sr. Eng.º Lameiras.<br />

O senhor Eng.º Lameiras, do GIPE (empresa responsável pela elaboração da<br />

proposta técnica do novo Plano de Urbanização para a cidade de Lamego), usou da<br />

palavra para fazer o ponto da situação sobre as propostas técnicas do PU da cidade<br />

de Lamego, tendo recorrido ao sistema “powerpoint” para fazer a apresentação das<br />

mesmas.<br />

Após a aludida apresentação referiu os procedimentos que o PU vai atravessar até à<br />

aprovação final. Concretamente, referiu que o PU vai ser enviado à CCDRN que o vai<br />

avaliar na sua parte regulamentar e jurídica e que irá verificar se foram cumpridas<br />

todas as directivas nacionais relativas à planificação do território. Depois, disse que o<br />

PU vai ser enviado às entidades para se pronunciarem sobre o mesmo.<br />

Posteriormente, referiu que há o parecer da CCDRN relativo ao parecer das entidades<br />

e de seguida haverá um período de concertação. Segue-se o anúncio da abertura do<br />

período de discussão pública e, depois, serão ponderadas as reclamações pela<br />

Câmara Municipal que procederá a eventuais alterações. Em seguida, será elaborada<br />

a versão final do PU que, por sua vez, será remetida à CCDRN para obter um parecer<br />

para a aprovação em Assembleia Municipal, após deliberação da Câmara Municipal<br />

de aprovação do PU. Após aprovação da Assembleia Municipal segue-se o controle<br />

da CCDRN e, posteriormente, poderá ser publicado em Diário da República.<br />

Segundo o próprio, o PU estará em vigor no período de um ano.<br />

Interveio o senhor Presidente da Assembleia em exercício dizendo que a<br />

Assembleia tomou conhecimento do ponto de situação da elaboração da proposta<br />

técnica do novo PU para a cidade de Lamego e que os senhores deputados podiam<br />

colocar todas as dúvidas à equipe do projecto no sentido de serem esclarecidas.<br />

Por sua vez, o senhor deputado Agostinho Ribeiro iniciou a sua intervenção<br />

felicitando a equipe que veio apresentar a proposta e fazer o ponto de situação dos<br />

trabalhos referentes ao PU da cidade de Lamego. Apresentou um protesto pelo facto<br />

da Mesa, no reinício dos trabalhos a seguir ao intervalo, não ter esperado um ou dois<br />

minutos por alguns deputados que assim não tiveram a oportunidade de estar<br />

presentes aquando do início da intervenção da equipe que veio fazer o ponto da<br />

situação dos trabalhos referentes ao PU da cidade de Lamego.<br />

8


Felicitou o Município e a Câmara Municipal por apresentar, na sequência daquilo que<br />

já tinha sido uma primeira discussão, a matéria em análise.<br />

De seguida, disse que o Eng.º Lameiras tinha afirmado que, de 2003 a Outubro de<br />

2005, do ponto de vista processual o PU da cidade de Lamego não tinha sofrido<br />

qualquer evolução e que esta afirmação não corresponderia integralmente à realidade,<br />

porquanto tinha a ideia de que houve um momento importante neste período que foi<br />

um período de discussão pública, de reclamações, de uma série de deliberações do<br />

executivo camarário no que concerne a áreas de expansão e outras deliberações que,<br />

ao serem remetidas para a CCDRN, inviabilizaram o projecto em determinado<br />

momento.<br />

Demonstrou alguma preocupação pelo facto de se estar a analisar um documento<br />

fundamental para o desenvolvimento da cidade, que era suposto ter uma Assembleia<br />

extraordinária para tratar deste único assunto, e estarem numa Assembleia<br />

extraordinária onde há sete pontos na ordem de trabalhos e quatro deles<br />

fundamentais.<br />

Quanto à análise do PU, considerou pertinente que, previamente a esta apresentação,<br />

o “powerpoint” que foi apresentado pudesse ter sido disponibilizado para que tivessem<br />

uma noção e uma percepção mais adequada e correcta da matéria em apreço.<br />

Disse que tinha retido com particular atenção a preocupação de natureza ecológica<br />

com muitos espaços verdes que foram contemplados, mas que não tinha visto essa<br />

preocupação com o Jardim da República, considerando-o um espaço verde e um<br />

elemento referencial para a sua história e vida cultural.<br />

Referiu que se opunha terminantemente e que faria tudo o que tivesse ao seu alcance<br />

para que não se mexa no Jardim da República, de modo a evitar que fosse adulterado.<br />

Disse ainda que concordava com um aspecto que tinha sido referido e que tinha haver<br />

com a consolidação dos equipamentos existentes e que não sabia como é que essa<br />

consolidação era compaginável com a edificação do Pavilhão Multiusos no local onde<br />

estava a ser pensado.<br />

Por fim, referiu que se deve ter um extraordinário cuidado para salvaguardar, no<br />

âmbito do PU, dois elementos fundamentais: a questão ecológica, nomeadamente no<br />

que concerne à sua articulação com os espaços verdes, e a questão patrimonial<br />

nomeadamente com o património edificado.<br />

O senhor Presidente da Assembleia em exercício, no que concerne ao protesto<br />

apresentado pelo senhor deputado Agostinho Ribeiro, referiu que a Mesa devia ter<br />

efectuado, logo no reatamento dos trabalhos, um reparo à maioria dos senhores<br />

deputados por não terem cumprido o intervalo de dez minutos que tinha concedido.<br />

Lembrou ao mesmo que o intervalo durou cerca de vinte e cinco minutos e que tinham<br />

9


esperado todo esse tempo para que houvesse quórum para dar continuidade aos<br />

trabalhos, para além do facto do senhor deputado Agostinho Ribeiro ter, por<br />

casualidade, entrado no exacto momento em que o Eng.º Lameiras começara a fazer<br />

a apresentação do assunto em apreço.<br />

Relativamente à questão da ordem de trabalhos referiu que, para além dos quatro<br />

pontos que estavam previamente agendados, a Mesa só respondeu à solicitação por<br />

urgência dos pontos que já tinham sido aprovados.<br />

Em relação à questão dos elementos que não foram enviados pela Mesa, disse que a<br />

Mesa não dispunha de quaisquer elementos que tivessem sido enviados pela equipe<br />

que apresentou o trabalho e que só agora é que tinha tido conhecimento dos mesmos.<br />

Interveio o senhor deputado Orlando Nunes dizendo que concordava com a<br />

afirmação de que, relativamente ao período de 2003 a Outubro de 2005, o PU não<br />

conheceu evoluções, porquanto não se estaria agora a discutir esta matéria. Segundo<br />

o próprio, o facto de nesse período o PU não ter conhecido qualquer avanço foi mais<br />

um aspecto em que o anterior executivo camarário contribuiu para comprometer o<br />

desenvolvimento do Concelho e que agora, em tempo útil e de uma forma oportuna, o<br />

actual executivo deu andamento.<br />

Referiu que estava satisfeito com o facto da equipe ter situado o projecto no tempo, na<br />

medida em que se ficava com uma noção, relativamente clara e objectiva, de quando<br />

é que este PU poderá estar em vigor.<br />

Disse ainda que o senhor deputado Agostinho Ribeiro tinha baralhado a ordem de<br />

trabalhos, porquanto se estava a discutir o PU para a cidade de Lamego e que só no<br />

período da tarde é que estava previsto discutir o projecto do Pavilhão Multiusos bem<br />

como do Jardim da República, não considerando, por isso, esse contributo positivo.<br />

Por fim, felicitou o actual executivo e, de uma forma particular, o senhor Presidente da<br />

Câmara, uma vez que, perante a premência desta matéria, soube dar-lhe a devida<br />

importância.<br />

Interveio o senhor deputado António Augusto Santos para dizer ao senhor<br />

deputado Agostinho Ribeiro que lhe ficava bem defender todo o património histórico da<br />

cidade de Lamego e que estava de acordo com o mesmo, mas que também<br />

concordava que se mexesse ou alterasse esse património para o valorizar.<br />

Exemplificou com a antiga Alameda dizendo que quando a Câmara entendeu melhorar<br />

esse aspecto, tendo-o conseguido, não se apercebeu de que alguém tenha feito<br />

alguma oposição a essas obras de intervenção. Disse que também não irá fazer<br />

qualquer oposição a eventuais obras que se venham a realizar no Jardim da<br />

República, desde que as mesmas sirvam para melhorar o seu aspecto.<br />

10


Interveio o senhor deputado Nuno Magno para dizer que o perímetro que estava em<br />

discussão era o perímetro original e que provavelmente o PU já estaria resolvido há<br />

muito tempo se os membros do PSD e CDS, que faziam parte do anterior executivo<br />

camarário, bem como alguns Presidentes de Junta eleitos por esses partidos, não<br />

tivessem levantado uma série de questões sobre os perímetros e inviabilizado, desse<br />

modo, em reunião de Câmara a aprovação do PU para a cidade de Lamego.<br />

O senhor Presidente da Junta de Freguesia de Almacave referiu que tinha ouvido<br />

atentamente o Eng.º Lameiras e o Eng.º Brás sobre a matéria em apreço e lamentou<br />

que nunca o tivessem ouvido sobre este assunto.<br />

Disse que não conseguia perceber os limites do perímetro agora apresentado,<br />

considerando o mapa da cidade visionado como uma manta de retalhos, porquanto na<br />

exposição do PU feita pela equipe do projecto, não eram perceptíveis os limites do<br />

mesmo e que, nesse sentido, deviam facultar aos membros da Assembleia, em<br />

suporte escrito, esses limites.<br />

Referiu que só tinha sido ouvido uma vez pelo Eng.º Lameiras e para ver as cotas de<br />

cheia. De seguida, lembrou que o PU em análise já vinha do tempo do anterior<br />

Presidente da Câmara e que não tinha visto grandes alterações em relação ao<br />

mesmo.<br />

Disse ao senhor Eng.º Lameiras e ao senhor Presidente da Câmara que, tanto ele<br />

como o Presidente da Junta de Freguesia da Sé, gostavam de ser ouvidos no terreno,<br />

porque não concordava com algumas definições previstas no PU para as freguesias<br />

que representavam.<br />

Disse ainda que não percebia as manchas que estavam desenhadas no mapa da<br />

cidade, apresentado pela equipe do projecto, e que pretendia ter o mesmo em suporte<br />

escrito para ver no terreno onde ficavam essas manchas, uma vez que não as<br />

conseguia localizar com precisão, isto é, as zonas edificantes e as zonas verdes entre<br />

outras. Caso contrário, referiu que iam ter muitos problemas com este PU.<br />

O senhor deputado José Luís Teixeira interveio para tecer dois comentários acerca<br />

do PU em análise: um de cariz político e outro de cariz técnico.<br />

Relativamente ao aspecto político disse que, segundo as informações de que<br />

dispunha, o PU não tinha conhecido evoluções no período de 2003 a Outubro de 2005<br />

porque alguns presidentes de Junta e algumas pessoas ligadas à oposição à anterior<br />

Câmara inviabilizaram uma proposta de PU que já se encontrava numa fase avançada<br />

para ser aprovada. E que agora eram confrontados com um PU que mantinha o<br />

anterior perímetro urbano, o que significava que o perímetro urbano, que inicialmente<br />

tinha sido apresentado, continuava a ser válido.<br />

11


Relativamente ao aspecto técnico referiu que PU em apreço devia avançar<br />

rapidamente, mas com clareza. De seguida, disse que a exposição apresentada tinha<br />

sido clara mas não esclarecedora. E que, na qualidade de deputado municipal, não<br />

tinha elementos suficientes para avaliar este PU e que as manchas apresentadas das<br />

áreas de expansão, das áreas verdes, etc., poderiam ser sinalizadas ou definidas<br />

quando se puder avaliar com precisão a localização das mesmas.<br />

No que concerne à rede viária, referiu que se tinha falado sobre o anel circular exterior<br />

mas que era preciso saber que outras vias de interligação de todo o espaço urbano e<br />

de continuidade do mesmo é que estavam contempladas. Disse ainda que Lamego<br />

precisa de um PU mas também necessita de uma rede viária que descongestione a<br />

cidade, que está atrofiada.<br />

Dirigiu um repto à Câmara no sentido de solicitar à equipe do projecto todos os<br />

documentos sobre a matéria em análise, nomeadamente os mapas e as propostas, e<br />

disponibilizá-los a todos os deputados, para que os mesmos possam avaliar<br />

pormenorizadamente o PU em apreço.<br />

Finalizou, dizendo que tem sido um défice do actual executivo camarário sujeitar a<br />

Assembleia a uma série de discussões e deliberações com uma instrução de<br />

documentos bastante deficiente.<br />

O senhor Presidente da Junta de Freguesia da Sé interveio para dizer ao senhor<br />

deputado Nuno Magno que o PU até 2003 avançou, mas que de 2003 a 2005 não<br />

conheceu qualquer evolução e que a grande diferença do anterior para o actual<br />

executivo, em relação a esta matéria, é que o anterior não gostou das reclamações da<br />

sua Junta de Freguesia e meteu o projecto na gaveta e o actual executivo avançou na<br />

mesma com o PU e, posteriormente, irá ver o que se tem de fazer para ultrapassar<br />

algumas dificuldades que possam surgir.<br />

Neste sentido, disse ao senhor deputado Nuno Magno que não foram as Juntas de<br />

Freguesia de Almacave e da Sé, nem a de Cepões, que inviabilizaram o PU para a<br />

cidade de Lamego, mas sim o anterior executivo.<br />

Por sua vez, o senhor Presidente da Câmara iniciou a sua intervenção<br />

cumprimentando e agradecendo as explicações que o Eng.º Lameiras e o Eng.º Brás<br />

trouxeram à Assembleia.<br />

De seguida, disse que se, hodiernamente, estavam a discutir uma nova proposta de<br />

PU, baseada não em três anos de trabalho mas sim em quinze anos, era porque a<br />

Câmara decidiu que manteria exactamente o mesmo perímetro que estava definido<br />

inicialmente e era sobre ele que trabalhariam, porquanto qualquer tentativa de propor<br />

ou aceitar alterações ao perímetro comprometeria certamente o PU.<br />

12


Referiu que o PU tem de trazer qualidade de vida aos cidadãos e que isso implica que<br />

o mesmo seja contemplado e visto não apenas como uma planta de ordenamento,<br />

mas que seja também ponderada a sua execução. Disse que não era suficiente os<br />

promotores privados edificarem nos seus terrenos, se tiverem capacidade para tal, e<br />

que era necessário, em conjunto, que haja uma intervenção que leve a que tudo o que<br />

são infra-estruturas, equipamentos e áreas verdes, sejam executados para que aquele<br />

seja, no futuro, a imagem da cidade de Lamego.<br />

Neste sentido, referiu que tinha primordial importância a perequação e a redistribuição<br />

de mais valias. Segundo o próprio, o PU em análise propõe um sistema de<br />

perequação que é uma ruptura relativamente ao passado, baseado numa<br />

edificabilidade média, na urbanização programada, ou seja, não se vai construir no<br />

extremo da “mancha” se isso puser em causa o interesse público, isto é, se a Câmara<br />

tiver de fazer investimentos em infra-estruturas que servem exclusivamente aquele<br />

interesse particular e não o interesse geral.<br />

Relativamente às questões colocadas pelo senhor Presidente da Junta de Freguesia<br />

de Almacave e pelo senhor deputado José Luís Teixeira, nomeadamente quanto à<br />

vontade de conhecerem já a proposta de plano e interferir na mesma, lembrou que a<br />

Assembleia não estava a avaliar o mesmo, e que, quando isso vier a acontecer, irão<br />

ter o PU nas suas mão com o relatório, a proposta de regulamento, todas as peças<br />

desenhadas e sobre as mesmas poderão pronunciar-se.<br />

Disse ainda que a Assembleia Municipal pode e deve ter o conhecimento dos<br />

trabalhos que estão a ser elaborados em termos de plano, mas que não iam substituir-<br />

se aos planeadores nem ao executivo municipal, nomeadamente ao Presidente, ou<br />

seja, aquilo que forem definições políticas e estratégicas serão tomadas e propostas<br />

às entidades que têm capacidade para, sobre as mesmas, se pronunciarem,<br />

particularmente a Assembleia Municipal.<br />

Propôs que fosse constituída, na Assembleia Municipal, uma comissão com todos os<br />

partidos e com os três Presidentes de Junta envolvidos (Almacave, Sé e Cepões),<br />

para que possam acompanhar os trabalhos de elaboração do plano, ou seja, tenham<br />

desde já acesso a essa informação, podendo debruçar-se sobre ela, fazendo chegar à<br />

Câmara os comentários e as avaliações do trabalho já efectuado, para ser transmitido<br />

à equipe do plano.<br />

Disse também ao senhor Presidente da Junta de Freguesia de Almacave,<br />

nomeadamente quanto às áreas pretendidas, que planear planeia-se sobre o território,<br />

sobre aquilo que se vê do território e não a falar com o “A” ou “B” no local, e que o<br />

plano tem de ser isento, de acordo com a interpretação da realidade e do cumprimento<br />

da Lei e não em função de interesses particulares.<br />

13


Disse ainda que era bem vinda a participação dos senhores Presidentes de Junta em<br />

questão e dos senhores membros da Assembleia Municipal, mas nesta condições, isto<br />

é, cada um a debruçar-se sobre aquilo que é da sua competência sem ultrapassar<br />

aquilo que é a necessidade de independência e de isenção de quem faz a proposta<br />

estratégica do plano.<br />

Quanto às questões abordadas pelo senhor deputado Agostinho Ribeiro, disse que<br />

não valia a pena discutir o que se ia discutir da parte da tarde. Contudo, solicitou ao<br />

Eng.º Lameiras para esclarecer o período de tempo em que este processo esteve<br />

parado e se o Pavilhão Multiusos esteve ou não sempre previsto para o Largo da Feira<br />

e, ainda, se esteve ou não sempre prevista uma área de intervenção junto à Câmara<br />

Municipal podendo interferir com o Jardim da República.<br />

O senhor deputado Agostinho Ribeiro usou da palavra para afirmar que estava<br />

inteiramente de acordo com a anterior intervenção do senhor Presidente da Câmara e<br />

que, no plano dos princípios, nada tinha a dizer. E que se o plano dos princípios for<br />

traduzido na forma como aqui foi expresso, naquilo que é a operacionalidade do<br />

projecto, não ia haver quaisquer problemas que possam perigar o ritmo normal para a<br />

concretização do PU.<br />

De seguida, disse ao senhor deputado Orlando Nunes que cada um tem a sua própria<br />

noção de subserviência. Insurgiu-se contra o facto do referido deputado o ter acusado<br />

de baralhar a ordem de trabalhos por ter falado no Jardim da República, até porque o<br />

Eng.º Brás o tinha feito na sua intervenção.<br />

Disse ainda que não havia qualquer baralhação mas sim uma tentativa de esclarecer<br />

aquilo que são os elementos fundamentais para que, subscrevendo o que disse o<br />

senhor Presidente da Câmara, perceber que um PU não pode prever única e<br />

exclusivamente o crescimento, mas que tinha a ver sobretudo com o desenvolvimento.<br />

Referiu que respeitava a posição dos senhores Presidentes de Junta de Freguesia de<br />

Almacave e da Sé, mas que não concordava que as imagens plasmadas no mapa da<br />

cidade fossem uma manta de retalhos, porquanto considera que as zonas de<br />

ampliação e expansão acompanham naturalmente aquilo que é a própria orografia e<br />

implantação dentro daquilo que lhe parecia ser um quadro de expansão natural tendo<br />

em atenção essas vicissitudes. Referiu, também, que a rede viária, principalmente a<br />

circular externa, tinha de ser acautelada relativamente às pressões que os privados<br />

possam vir a exercer sobre este processo.<br />

Referiu ainda que se voltassem a colocar o PU ou o PDM do ponto de vista<br />

meramente político-partidário, tinham de dizer ao senhor deputado Orlando Nunes que<br />

se tinha enganado, na medida em que quem boicotou ou encravou o processo foram<br />

os vereadores do PSD e CDS do anterior executivo.<br />

14


Disse ao senhor deputado António Augusto Santos que concordava que se interviesse<br />

no património desde que fosse para valorizá-lo, isto é, requalificando-o para o<br />

melhorar e dar funcionalidade que eventualmente perdera. Mas que a intervenção no<br />

património para se destruir ou deturpar é que tinha de ser objecto de cuidados<br />

especiais.<br />

Terminou dizendo que se deve preservar o Jardim da República, porquanto é um<br />

jardim romântico e um símbolo da cidade, da realidade histórica e do complexo<br />

urbanístico de Lamego.<br />

Interveio o senhor deputado José Melo para fazer alguns comentários sobre a<br />

questão dos valores estéticos. Começou por dizer que este era o momento ideal para<br />

assumir essa questão de uma forma muito séria nomeando uma equipe de<br />

legisladores que possam organizar legislação eficaz e rigorosa, para que se possa<br />

impedir o actual caos visual que tem vindo a germinar por toda a cidade.<br />

Disse também que sabia que legislar sobre esta matéria era estar a colidir com<br />

interesses mobiliários e que os técnicos da Câmara assinavam de cruz qualquer<br />

projecto, mas que, de uma vez por todas, era responsabilidade de todos os<br />

lamecenses evitar que os valores estéticos continuem a ser ignorados e que, para tal,<br />

era necessário legislação e estruturas que possam fazer cumprir essa legislação.<br />

Interveio o senhor deputado Orlando Nunes para dizer que não tinha percebido<br />

muito bem o alcance do termo subserviência usado na intervenção do senhor<br />

deputado Agostinho Ribeiro e que, se tinha alguma subserviência, era na defesa<br />

intransigente dos interesses de todos os lamecenses.<br />

Por sua vez, interveio o Eng.º Lameiras para tecer algumas considerações quanto ao<br />

PU. Iniciou a sua intervenção dizendo que o trabalho que foi feito sobre o património<br />

tinha duas partes que considera muito importantes e que são fundamentais para, não<br />

apenas a valorização desse património mas, também, para o conhecimento da cidade.<br />

Uma parte, que está directamente ligada à história do urbanismo da cidade (como é<br />

que a cidade se fundou, foi crescendo e desenvolvendo) com vários mapas datados<br />

àquilo que era a ocupação nessas diferentes datas, e que tinha sido útil porque<br />

permitiu conhecer as tendências ou direcções das expansões e datar as diferentes<br />

intervenções municipais ou públicas que permitiram sustentar o crescimento e<br />

desenvolvimento da cidade.<br />

A segunda parte tem a ver não só com a inventariação do património, que não está<br />

classificado ou em vias de classificação, mas que tem um interesse municipal<br />

evidente, mas também com a descrição de cada imóvel patrimonial que se destina a<br />

ser colocado numa placa perto desse património.<br />

15


Relativamente ao Jardim da República, referiu que havia nessa zona um problema de<br />

falta de estacionamento. Lembrou que à medida que foi sendo elaborado o PU foram-<br />

se discutindo ideias e surgindo propostas em que algumas foram concretizadas.<br />

Exemplificou dizendo que o parque de estacionamento do Espírito Santo foi<br />

concretizado um pouco no discurso do levantamento de situações existentes e sobre a<br />

mobilidade que foi feito no âmbito do plano. Outro exemplo, segundo o próprio, foi a<br />

ligação pelo Largo da Feira à rotunda de Fafel, que foi uma proposta elaborada no<br />

âmbito do PU.<br />

Disse, também, que o Pavilhão Multiusos foi discutido, nessa altura, como potencial<br />

elemento de revitalização num vazio urbano acompanhando a ligação da Feira à<br />

rotunda de Fafel.<br />

Relativamente ao Jardim da República, referiu que havia a ideia de colocar o parque<br />

de estacionamento por baixo do mesmo, mantendo-o exactamente como ele se<br />

encontra definido, e que, no PU, está prevista a manutenção do mesmo,<br />

independentemente de poder, eventualmente, vir a ser edificado o referido parque de<br />

estacionamento.<br />

Referiu que relativamente ao período de 2003 a 2005, se tinham passado muitas<br />

coisas e que tinha havido concertação na elaboração do PU, mas que, formalmente, o<br />

mesmo não tinha avançado.<br />

No que concerne à questão estética, disse que tinha dificuldade em regulamentá-la<br />

num regulamento municipal de urbanização e edificação, preferindo regulamentar a<br />

competência de quem projecta e ter uma regulamentação genérica.<br />

Deliberado: A Assembleia tomou conhecimento.<br />

O Presidente da Assembleia Municipal em exercício interrompeu a reunião,<br />

concedendo um intervalo para o almoço, informando que os trabalhos seriam<br />

retomados às 15 horas.<br />

05-ASSUNTO: PONTO DE SITUAÇÃO, INFORMAÇÃO E DEBATE SOBRE A<br />

EVOLUÇÃO DO PDM EM VIGOR E SOBRE OS TRABALHOS <strong>DA</strong> REVISÃO DO<br />

PDM.<br />

Presente para apreciação a evolução do PDM em vigor e os trabalhos de revisão do<br />

PDM.<br />

O senhor Presidente da Assembleia Municipal em exercício disse que ser pretensão<br />

da Mesa abrir à discussão do público, presente em número apreciável, o debate sobre<br />

o PU e o PDM, porquanto a presente sessão era extraordinária e, por isso, o<br />

16


Regimento não prever qualquer intervenção do mesmo. Solicitou, por isso aos Lideres<br />

parlamentares dos grupos municipais que se pronunciassem sobre esta proposta.<br />

O senhor deputado Agostinho Ribeiro referiu que o grupo parlamentar do PS estava<br />

de acordo com a Mesa da Assembleia no sentido de abrir essa possibilidade ao<br />

público para que o mesmo pudesse manifestar também a sua opinião.<br />

De seguida, interveio o senhor deputado Orlando Nunes dizendo que o grupo<br />

parlamentar da coligação também estava de acordo com a proposta supra exposta.<br />

O senhor Presidente da Assembleia Municipal em exercício agradeceu a<br />

concordância dos grupos parlamentares e disse que a revisão do PDM é um plano<br />

estratégico fundamental para o Município de Lamego, lembrando que Lamego era um<br />

dos poucos municípios do país que não tinha um PDM em vigor. Após saudar a equipe<br />

responsável pela elaboração do PDM, deu a palavra à mesma.<br />

Interveio então a equipe técnica da UTAD, constituída pelos senhores Prof. Luís<br />

Ramos, Eng.º Ricardo Bento e Eng.º Joaquim Magalhães, para fazer o ponto de<br />

situação sobre a evolução e os trabalhos da revisão do PDM.<br />

O senhor Prof. Luís Ramos referiu que já tinham elaborado uma metodologia com<br />

aquilo que se pretendia fazer em cada etapa, que tinham produzido um documento de<br />

avaliação do actual plano e onde constavam algumas orientações para a revisão do<br />

futuro PDM, e que tinham realizado um outro trabalho referente à digitalização do<br />

actual PDM.<br />

Em seguida, interveio o senhor Eng.º Ricardo Bento para expor a metodologia a<br />

adoptar para a revisão do PDM, tendo dito que era um resumo do que tinha sido feito<br />

até hoje do ponto de vista dos trabalhos preparatórios para a revisão do PDM de<br />

Lamego. Entre outros esclarecimentos, referiu que a estrutura da revisão se dividia em<br />

três fases: 1.ª - Fundamentos e Orientações Gerais de um PDM; 2.ª - Estudos sobre a<br />

Caracterização do Território Municipal; 3.ª - Proposta Concreta do PDM.<br />

Por sua vez, interveio o Eng.º Joaquim Magalhães para explicar o processo de<br />

digitalização do actual PDM.<br />

O senhor Presidente da Assembleia Municipal em exercício agradeceu as<br />

intervenções e referiu que a equipe supra mencionada tinha sido contratado há pouco<br />

tempo e que, apesar desse curto espaço de tempo, apresentava já um trabalho<br />

notório.<br />

O senhor deputado Agostinho Ribeiro elogiou a equipe técnica da UTAD,<br />

coordenada pelo Prof. Luís Ramos, pelo trabalho apresentado. No entanto, referiu<br />

17


que, a montante do trabalho desenvolvido, pretendia ver algumas questões<br />

esclarecidas de ordem processual que levaram ao que agora era apresentado.<br />

Começou por referir que tinha sido discutido numa anterior Assembleia Municipal a<br />

questão do PU e do PDM e que se tinha equacionado a possibilidade ou não de se<br />

retirar à equipe, que estava a funcionar com responsabilidade, o trabalho que lhe tinha<br />

sido entregue, e que se lembrava que o senhor Presidente da Câmara optou, na<br />

altura, por aproveitar o trabalho que estava desenvolvido, dizendo que seria razoável<br />

dar continuidade ao mesmo, dando a ideia que a equipe do PDM continuaria a<br />

desenvolver esse trabalho. Disse que agora eram confrontados com outra equipe,<br />

pertencente à UTAD, a liderar e bem o processo, mas que alguma coisa tinha<br />

acontecido para que a equipe da UTAD fosse agora a opção. Disse ainda que era<br />

defensor desta cooperação com a UTAD, considerando-a estratégica e fundamental<br />

não só para Lamego mas também para os municípios do Douro, porquanto podiam<br />

aproveitar as potencialidades da mesma nesta matéria.<br />

Sugeriu ao senhor Presidente da Câmara que aprendesse, em sede de executivo, com<br />

a forma como esses instrumentos (PU e PDM) estão a ser apresentados, com<br />

gráficos, o rigor académico, com os elementos todos estruturados, com a clareza e a<br />

transparência do diagnóstico feito, e que os documentos, que são os instrumentos de<br />

gestão, nomeadamente planos e orçamentos, sigam este exemplo, porquanto é assim<br />

que o grupo parlamentar do PS, com transparência e clareza, trabalha com esses<br />

instrumentos.<br />

Disse ainda que o trabalho agora apresentado era a prova evidente de que, através do<br />

levantamento e diagnóstico realizados, muita coisa tinha sido feita pelo anterior<br />

executivo. Exemplificou com a cobertura do nível das infra-estruturas que estava<br />

quase a 100% no concelho e que cada momento tem o seu momento, ou seja, que os<br />

investimentos e as prioridades que se dão aos mesmos têm os seus tempos<br />

necessários para o seu exercício. Disse, também, que a melhor responsabilidade e a<br />

maior nobreza política está nos políticos que respeitam o passado e têm na sua<br />

memória a memória de vida em relação ao trabalho que foi desenvolvido.<br />

Felicitou a Câmara Municipal e a equipe da UTAD que agora está a iniciar o trabalho,<br />

no âmbito da construção do PDM, e solicitou ao senhor Presidente da Câmara que<br />

explicasse as razões e os fundamentos dessa alteração.<br />

Em seguida, referiu que o turismo era uma das componentes essenciais para onde vai<br />

passar o desenvolvimento futuro de Lamego e que se devia avançar um pouco mais,<br />

no detalhe e no pormenor, na questão da tipologia do turismo.<br />

Disse ainda que estava convicto de que a equipe vai ter isso em conta, mas que quer<br />

que se sublinhe e enfatize esta questão do turismo de natureza de base e de essência<br />

18


cultural que lhe parece muito pertinente. Finalizou dizendo que a natureza patrimonial<br />

de Lamego, que pode ser explorada e rentabilizada dentro de parâmetros equilibrados,<br />

deve ser uma das componentes a merecer a melhor atenção por parte da equipe<br />

técnica da UTAD.<br />

O senhor deputado Orlando Nunes questionou a equipe do PDM quanto aos<br />

edifícios que foram construídos ilegalmente no Município, após a entrada em vigor do<br />

Regulamento Municipal de Urbanizações e Edificações em 1962, dizendo que era<br />

necessário enveredar pelas suas legalizações sempre que possível, ou seja,<br />

perguntou se esta preocupação estava vertida no plano de revisão do PDM.<br />

Interveio o senhor Presidente da Câmara para cumprimentar a equipe técnica da<br />

UTAD e responder ao senhor deputado Agostinho Ribeiro dizendo que aprende e já<br />

tinha aprendido com o Prof. Luís Ramos e o Eng.º Ricardo Bento, que foram seus<br />

docentes num mestrado, e que não lhe constava que tivesse tido maus resultados, e<br />

ainda que se não chegou a defender a tese foi porque tinha vindo fazer um exame<br />

mais difícil, no qual também tinha passado com distinção, que foi ganhar ao PS nas<br />

últimas eleições autárquicas.<br />

Quanto às razões que levaram a Câmara a rescindir o contrato com a equipe que tinha<br />

a responsabilidade da elaboração do PDM e de a atribuir à UTAD, disse que não se<br />

devia fazê-lo à frente da equipe da UTAD porque era alheia a essas razões. No<br />

entanto, referiu que, quando foram discutidos o PDM e o PU, havia a possibilidade de<br />

se levarem os trabalhos até ao fim, mas que a Câmara queria assegurar-se de que<br />

havia condições financeiras para, num prazo razoável, se concluírem os trabalhos.<br />

Relativamente ao PU, referiu que o executivo fez um adicional ao contrato existente no<br />

valor de 35.000,00 € (trinta e cinco mil euros) para conclusão dos trabalhos. Em<br />

relação ao PDM, disse que estavam com o processo de elaboração da Carta<br />

Educativa que custou, além do que estava previsto contratualmente, mais 20.000,00 €<br />

(vinte mil euros) e que subsistia a necessidade de se decidir quanto à continuidade, ou<br />

não, dos trabalhos. Em seguida referiu que, desde que o actual executivo tomou posse<br />

até ao momento em que decidiu rescindir unilateralmente o contrato para a revisão do<br />

PDM, não se tinha avançado nada nesse aspecto, não se tendo conseguido sequer<br />

que a equipe aceitasse como boa a cartografia que a Câmara tinha adquirido e que<br />

tem sido utilizada em muitos municípios do País, nomeadamente pelo do Vale do<br />

Douro Norte e que foi aceite pela CCDRN para efeitos de elaboração do PDM,<br />

enquanto que a cartografia do Município de Lamego, igual às dos demais concelhos,<br />

nunca serviu para a equipe que tinha a responsabilidade de elaborar o PDM, tendo a<br />

mesma se escudado neste e noutros argumentos para não dar continuidade aos<br />

trabalhos.<br />

19


Sendo assim, referiu que decidiu rescindir o contrato com essa empresa, encetando<br />

com a UTAD e com o Prof. Luís Ramos contactos no sentido de desenvolver esforços<br />

face à alteração legislativa entretanto ocorrida e que foi, em primeiro lugar, avaliar a<br />

execução do PDM que estava em curso e, em segundo lugar, preparar os<br />

fundamentos estratégicos e políticos para fundamentar o processo de revisão que tem<br />

que se seguir.<br />

Disse que a UTAD fez todo esse trabalho e até disponibilizou um sistema de<br />

informação geográfica, que já tem um conjunto de informação muito importante<br />

relativamente ao PDM em vigor, mesmo sem se ter contratualizado com a UTAD<br />

qualquer situação relativamente à revisão do PDM.<br />

Disse ainda que o importante é que o PDM seja um instrumento bem pensado, um<br />

documento que responda às necessidades de desenvolvimento do Concelho de<br />

Lamego, que seja um documento realista, que ajude Lamego a ser um concelho mais<br />

harmonioso, desenvolvido, mais infra-estruturado e habitado, onde se viva com<br />

qualidade.<br />

Por fim, solicitou ao Prof. Luís Ramos que desse uma ideia daquilo que poderia ser o<br />

cronograma temporal de desenvolvimento dos trabalhos da revisão do PDM para<br />

submeter à apreciação e aprovação das entidades competentes, nomeadamente da<br />

Câmara Municipal e da Assembleia Municipal.<br />

Por sua vez, interveio o senhor deputado Agostinho Ribeiro para responder ao<br />

senhor Presidente da Câmara dizendo que presunção e água benta cada um toma<br />

verdadeiramente a que quer, e que se o mesmo pensa que ganhou as eleições<br />

autárquicas pelos seus méritos pessoais tal era apenas um direito que lhe assistia,<br />

porque para ele foi por uma questão numérica, devido à coligação PSD e CDS, e<br />

mesmo assim a perder votos.<br />

Referiu que o que era espantoso era a forma estulta como foi colocada a questão de<br />

uma tese de mestrado e uma candidatura à Câmara Municipal e que tal havia de ser<br />

objecto de uma análise comparativa para os académicos da UTAD quando ser-se<br />

Presidente da Câmara terá de ser-se através da prestação de provas académicas num<br />

qualquer fórum onde isso seja discutido e defender-se uma tese de mestrado ter que<br />

ser objecto de uma eleição provavelmente em relação a todos os cidadãos.<br />

Disse ainda que eram comparações que não ficavam bem ao senhor Presidente da<br />

Câmara e que não as devia fazer, porquanto era corresponder ao desprimor quer para<br />

a vida e actividade académica, quer para a nobre actividade política.<br />

O senhor Presidente da Junta de Freguesia de Samodães perguntou à equipe<br />

técnica da UTAD como é que tinham chegado ao ponto de situação do PDM que<br />

tinham exposto.<br />

20


Apelou para que o técnico que forneceu a informação à equipe técnica, para os<br />

trabalhos da revisão do PDM, também lhe cedesse essa informação.<br />

Disse ainda que o senhor Presidente da Câmara estava todo satisfeito porque a<br />

população da cidade estava a crescer enquanto a das aldeias estava a diminuir, e que<br />

o concelho não era só a cidade, mas sim as vinte e quatro freguesias que o<br />

constituem.<br />

Interveio o senhor Presidente da Junta da Sé questionando a equipe técnica se, para<br />

os prédios que estão degradados na sua freguesia, havia legislação e programação<br />

para serem reconstruídos e renovados, e o que é que ia ser pensado para que esses<br />

prédios sejam recuperados, nomeadamente o Bairro da Ponte e a Rua da Olaria.<br />

Lançou um repto aos empresários da construção civil para que, em vez de pensarem<br />

só em construir, também pensassem em reconstruir os prédios degradados.<br />

Por sua vez, interveio o senhor Prof. Luís Ramos, coordenador da equipe técnica da<br />

UTAD, para responder às questões que lhe tinham sido colocadas.<br />

Relativamente à sugestão do senhor deputado Agostinho Ribeiro, referiu que a equipe<br />

técnica tinha a noção do seu papel, bem como a do dono do plano em curso, que é a<br />

Câmara Municipal de Lamego, e que não se queriam substituir aos políticos nem ao<br />

concelho na escolha das grandes opções estratégicas de desenvolvimento. Disse que<br />

a função da equipe era estudar os assuntos, levantar os problemas, eventualmente<br />

enunciar alternativas, mas que era o Município e os seus órgãos que tinham de tomar<br />

as opções estratégicas em termos de ordenamento e desenvolvimento, porquanto<br />

eram os mesmos que iam gerir o novo PDM e os destinos do concelho.<br />

Lembrou que, na elaboração do plano, há três fases, sendo que esta primeira fase é<br />

de conhecimento das coisas; depois este conhecimento vai ser aprofundado com um<br />

estudo minucioso de uma série de aspectos e há um momento em que vão ser<br />

definidas para o concelho o que designam em visão perspectiva, isto é, onde é que<br />

queremos que o concelho esteja daqui a dez anos e qual é a estratégia para lá chegar.<br />

Segundo o próprio esse é o momento para discutir as questões de fundo, como o<br />

aspecto do turismo, que o senhor deputado Agostinho Ribeiro mencionou, e um<br />

conjunto de aspectos que têm sido mencionados como, por exemplo, o<br />

desenvolvimento económico.<br />

Disse depois que a equipe, tendo o conhecimento do território, também tinha a noção<br />

da vocação turística associada a um turismo cultural e que, do ponto de vista técnico,<br />

era uma questão incontornável que no momento certo será discutida com<br />

profundidade.<br />

No que concerne à questão das construções ilegais e clandestinas, levantada pelo<br />

senhor deputado Orlando Nunes, referiu que tinham já pedido à Câmara Municipal de<br />

21


Lamego um levantamento exaustivo de todas as situações identificadas, para que<br />

possam analisar caso a caso, uma vez que era em sede da revisão do plano que se<br />

podiam encontrar alternativas. Disse ainda que não iam fazer um regulamento<br />

ajustado a cada caso, mas que será possível, desde que não haja violação de<br />

aspectos fundamentais (rede natura, zonas de risco, etc.), dizer para cada caso o que<br />

é possível fazer e identificar as situações que não têm solução.<br />

Quanto à questão do cronograma temporal, suscitada pelo senhor Presidente da<br />

Câmara, disse que uma das razões que levou a equipe técnica a estudar primeiro o<br />

problema antes de assumir o compromisso, foi perceber o trabalho que tinham pela<br />

frente e que era diferente fazer um PDM sem um PU aprovado do que fazê-lo com o<br />

PU aprovado. Referiu que a expectativa da equipe, face ao que viram e em termos de<br />

trabalho técnico, é que levarão um ano para executar o trabalho.<br />

Em relação às questões da participação, lembrou que o PDM não estava feito e que<br />

não tinham ainda a carta para falar com os senhores Presidente de Junta nem com a<br />

população, porquanto ainda não tinham assinado qualquer contrato com a Câmara<br />

Municipal e que foram fazendo o trabalho apresentado com espírito de colaboração. E<br />

que não lhes passava pela cabeça ir para o terreno sem falarem com os senhores<br />

Presidentes de Junta e sem terem momentos para discussão pública, porque o<br />

trabalho que foi apresentado era apenas uma leitura que tinham feito da situação<br />

actual.<br />

Finalmente, no que concerne à questão da Sé e da cidade, referiu que a margem de<br />

manobra do plano em relação à cidade ia ser praticamente nula, na medida em que,<br />

quando se aprova um PU, o PDM vai limitar-se a verter o que for aprovado em termos<br />

de PU, porque, caso contrário, tinham de iniciar imediatamente a revisão do PU e que<br />

não era isso que se pretendia. Disse ainda que a reabilitação dos edifícios era uma<br />

questão que escapava um pouco ao plano, uma vez que os mecanismos que existiam<br />

estavam mais ou menos ao nível dos regulamentos municipais.<br />

O senhor Presidente da Câmara interveio para responder ao senhor Presidente da<br />

Junta de Freguesia de Samodães dizendo que estava satisfeito, mas só porque se<br />

estarem a dar passos em frente na discussão de instrumentos que são fundamentais<br />

para o desenvolvimento do concelho e não pela cidade estar a crescer e a periferia<br />

urbana a diminuir, ou seja, as freguesias rurais estarem a reduzir e a perder<br />

população.<br />

O senhor Presidente da Assembleia Municipal em exercício agradeceu, mais uma<br />

vez, à equipe técnica da UTAD a gentileza que tiveram em presentear a Assembleia<br />

com o trabalho que vão elaborando, que contempla as propostas técnicas do PDM da<br />

cidade de Lamego, e que espera muitos e bons resultados a curto prazo.<br />

22


Deliberado: A Assembleia tomou conhecimento.<br />

O senhor Presidente da Assembleia Municipal em exercício interrompeu os trabalhos,<br />

concedendo um intervalo de quinze minutos para preparação das exposições dos<br />

pontos restantes.<br />

06-ASSUNTO: EXPOSIÇÃO, ANÁLISE E DEBATE DO PROJECTO DO PAVILHÃO<br />

MULTIUSOS DE LAMEGO.<br />

Presente para apreciação o projecto do Pavilhão Multiusos de Lamego.<br />

O senhor Presidente da Assembleia Municipal em exercício agradeceu ao senhor<br />

arquitecto Pedro Guimarães a gentileza por ter vindo apresentar à Assembleia<br />

Municipal o resultado do seu trabalho, concretamente no que se refere ao projecto em<br />

epígrafe, dando-lhe, de imediato, a palavra.<br />

Por sua vez, o senhor arquitecto Pedro Guimarães referiu que a apresentação do<br />

projecto supra mencionado ia muito além de um Pavilhão Multiusos e que a mesma ia<br />

versar, sobretudo, numa intervenção urbanística que, segundo o próprio, irá<br />

revolucionar a parte baixa da cidade de Lamego, porquanto é uma oportunidade única<br />

de fazer cidade, de transformar uma vasta área da cidade em algo de melhor no que<br />

concerne a espaço público, rede viária e edificada.<br />

De seguida expôs o projecto do Pavilhão Multiusos, explicando-o e justificando-o<br />

pormenorizadamente.<br />

O senhor deputado José Luís Correia iniciou a sua intervenção solicitando ao senhor<br />

Presidente da Câmara que o informasse acerca da identidade da equipe que veio<br />

apresentar o projecto em apreço e que terá sido um lapso da Câmara não ter<br />

apresentado e enquadrado o arquitecto supra identificado para saber com quem<br />

estava a falar.<br />

No que concerne ao Pavilhão Multiusos, disse que, para além da necessidade de<br />

requalificação urbana do Largo da Feira, há outras questões que emergem,<br />

nomeadamente a questão da pertinência das prioridades e a visão estratégica que o<br />

município deve ter para o concelho. Questionou o senhor Presidente da Câmara<br />

quanto à previsão orçamental do projecto em análise e as formas de financiamento,<br />

contrabalançando-o com o equilíbrio financeiro da autarquia.<br />

De seguida disse que, se este projecto não vier a comprometer o futuro financeiro da<br />

autarquia, era um apologista do mesmo, mas que tinha reservas que assim seja.<br />

Neste sentido não considera o Pavilhão Multiusos uma prioridade para o Município,<br />

porquanto há outras prioridades como, por exemplo, a aquisição de um terreno para<br />

consolidar o ensino superior em Lamego.<br />

23


Disse ainda que este era o momento ideal para o executivo transmitir à Assembleia a<br />

sua visão estratégica de desenvolvimento económico do Concelho, as suas<br />

prioridades no combate à desertificação do Concelho e à falta de emprego, que têm<br />

feito com que Lamego tenha vindo a perder população nos últimos anos.<br />

O senhor deputado José Melo leu uma missiva, cujo conteúdo se transcreve na<br />

íntegra:<br />

“ Exmo. Sr. Presidente<br />

Temos assistido nos últimos anos em Portugal a uma moda quase obsessiva no que<br />

respeita à construção de Pavilhões Multiusos em várias autarquias. Recordo também<br />

que há alguns anos atrás a moda eram os campos de futebol, se uns tinham os outros<br />

também tinham que ter, hoje o resultado é que muitos destes espaços se encontram<br />

sem uma utilização que justifique os investimentos que foram realizados, e em<br />

algumas localidades estes espaços estão cobertos de mato por falta de utilização.<br />

Multiusos como o nome indica são espaços polivalentes de grande flexibilidade que<br />

tanto podem albergar um evento desportivo, um evento cultural um congresso etc.<br />

mas na realidade nem sempre estes objectivos são alcançados, tanto quanto me foi<br />

dado a conhecer através de uma pequena pesquisa que realizei o que tem acontecido<br />

com frequência em Portugal é que muitos desses espaços se tornaram inadequados,<br />

por exemplo, devido a erros de construção parece ser frequente surgirem problemas<br />

de acústica que tornam inviável a realização quer de espectáculos musicais quer<br />

outros ligados às Artes Cénicas ou qualquer evento onde o som seja uma variável<br />

determinante, ficando assim a funcionalidade destes equipamentos deveras<br />

comprometida, dou como exemplo o Pavilhão Atlântico em Lisboa que tem sido alvo<br />

de críticas por especialistas nesta área<br />

Mas o grande problema está centrado no índice de ocupação destes equipamentos,<br />

por exemplo o já citado Pavilhão Atlântico teve em 2004 uma ridícula ocupação de<br />

40%, e no desespero de encontrar uma solução para este problema muitas autarquias<br />

aceitam que estes espaços sejam utilizados com o que quer que seja, sem rigor nos<br />

critérios de selecção, resultando na maioria das vezes na realização de eventos que<br />

não vão ao encontro dos interesses e necessidades da maioria dos munícipes.<br />

Assim muitas vezes os pavilhões multiusos transformam-se numa inutilidade cuja<br />

função é a de ser uma cenografia urbana vistosa por fora e vazia por dentro.<br />

Uma outra questão ligada a este projecto e que muito nos preocupa prende-se com o<br />

local previsto para a sua localização, estou a referir o local da feira de Lamego, espaço<br />

24


que como sabemos é uma referência para todos os Lamecenses visto ser usado como<br />

espaço lúdico nas festas da cidade.<br />

Sr. Presidente<br />

Perante a realidade que acabei de expor julgo que para o interesse da cidade seria<br />

importante reflectir com todo o rigor se este equipamento que esta Câmara se propõe<br />

construir é de facto vital para o desenvolvimento de Lamego ou se inconscientemente<br />

não se estará a ir a reboque de uma moda de querer algo só porque o nosso vizinho<br />

também tem. E falando em vizinho lembro que o Pavilhão Multiusos de Viseu, não só<br />

pela sua proximidade a Lamego é um concorrente poderoso, apesar das dificuldades<br />

que também tem tido no que respeita ao índice de ocupação.<br />

Sr. Presidente<br />

• Sem um estudo, isento e rigoroso da viabilidade económica deste<br />

equipamento, que tenha em conta a projecção possível do seu índice de<br />

utilização, e das mais valias que poderá eventualmente trazer à cidade.<br />

• Sem explicações credíveis que provem que a construção deste equipamento é<br />

neste momento prioritária.<br />

• Sem a garantia que o investimento a realizar não vai endividar de forma<br />

irresponsável o erário da autarquia, comprometendo as gerações vindouras.<br />

• Sem a certeza de que a gestão deste equipamento será feita por profissionais<br />

credenciados cientificamente nesta área e não por mero clientelismo político.<br />

• Sem a garantia de que a construir um Pavilhão Multiusos o local escolhido para<br />

a sua localização não vai ferir tradições queridas a todos os Lamecenses.<br />

• Sem que todas estas condições estejam reunidas, não nos é possível ser<br />

cúmplice deste projecto e votá-lo favoravelmente.”<br />

O senhor deputado Agostinho Ribeiro iniciou a sua intervenção agradecendo aos<br />

arquitectos a forma como o projecto em análise foi apresentado.<br />

De seguida, referiu que a questão do Pavilhão Multiusos tem de ser analisada a<br />

montante e a jusante. A montante disse que era necessário saber se estavam ou não<br />

perante uma prioridade no sentido da construção de um Pavilhão Multiusos na cidade<br />

de Lamego.<br />

Referiu ainda que lhe poderiam dizer que o Pavilhão Multiusos constava do programa<br />

eleitoral da coligação, mas lembrou que não estava lá a dizer que se faria um Pavilhão<br />

Multiusos nos termos precisos de um endividamento ou numa hipoteca futura para o<br />

25


município por uma série de anos que ninguém conhece. Segundo o próprio, o<br />

problema é que se estava a discutir um projecto quando ainda não se tinha a montante<br />

a viabilidade do mesmo, tendo questionado a sustentabilidade e a viabilidade<br />

económica para executar e manter essa obra, e que havia vários exemplos de<br />

projectos desta natureza que são economicamente insustentáveis, tendo mencionado<br />

o Pavilhão Multiusos de Viseu que tem apresentado prejuízos.<br />

Perguntou se iam fazer um Pavilhão Multiusos inviabilizando as infra-estruturas que já<br />

existiam ou que estão prestes a ser concretizadas do ponto de vista da realização,<br />

questionando se iam fazer cinema e espectáculos no futuro Pavilhão para<br />

inviabilizarem a manutenção e a gestão do Teatro Ribeiro e Conceição, e se iam<br />

praticar várias modalidades desportivas, como o basquetebol e o andebol,<br />

inviabilizando assim o Pavilhão Desportivo Álvaro Magalhães ou o próprio Complexo<br />

Desportivo que precisa de ser apoiado no sentido de lhe dar a sustentabilidade e a<br />

viabilidade necessárias, que mesmo assim é difícil, quanto mais agora com um<br />

projecto desta natureza.<br />

Por fim, disse que o projecto em análise, com a dimensão e a envergadura com que<br />

foi apresentado, vai ter custos extraordinários que o Município de Lamego não tem<br />

capacidade de suportar e que não havia nenhum estudo de viabilidade económica que<br />

demonstrasse o contrário, isto é, a rentabilidade desse projecto.<br />

Interveio o senhor deputado Orlando Nunes dizendo que o Pavilhão Multiusos foi<br />

uma promessa eleitoral que o executivo ia cumprir e que não se devia ter uma visão<br />

redutora do mesmo, mas que se devia olhar para ele como uma alavanca<br />

impulsionadora para requalificar um espaço que é um vazio urbano.<br />

Disse ainda que a edificação do Pavilhão Multiusos demonstra que o actual executivo<br />

não tem uma visão redutora e minimalista para os interesses lamecenses e que este é<br />

um executivo que arrisca, pensa em grande e tem coragem para fazer uma infra-<br />

estrutura com esta envergadura.<br />

Finalizou, dizendo que essa obra vai beneficiar não só Lamego mas também toda a<br />

região que para lá vai confluir.<br />

Interveio o senhor deputado Marco Aurélio para responder ao senhor deputado José<br />

Melo dizendo que, de facto, há muitas cidades que possuem infra-estruturas que não<br />

sabem aproveitar, mas que o mesmo não tinha referido nenhum caso em concreto.<br />

Deu o exemplo de Rio Maior onde existe um Pavilhão Multiusos bem equipado e onde,<br />

segundo o próprio, o sucesso é garantido.<br />

Afirmou ainda que os pavilhões multiusos são funcionais, ao contrário do que se<br />

pensa, e que o actual executivo pensa alto e em grandes obras.<br />

26


O senhor Presidente da Junta de Freguesia de Almacave disse que estava<br />

estarrecido com o facto de se pretender edificar o Pavilhão Multiusos na sua freguesia,<br />

considerando-o uma grande obra e uma mais valia para a mesma. Referiu que era<br />

uma obra para o futuro e agradeceu a coragem do senhor Presidente da Câmara<br />

dizendo-lhe que não desse ouvidos aos “Velhos do Restelo”.<br />

Interveio o senhor deputado António Augusto Santos para dizer que, com a<br />

exposição que foi apresentada do Pavilhão Multiusos, se estava a enriquecer o<br />

património cultural e desportivo de Lamego.<br />

Frisou que com o Teatro Ribeiro e Conceição, as piscinas cobertas e o Pavilhão<br />

Multiusos, se iam criar postos de trabalho para os jovens e empresários de Lamego.<br />

Disse ainda que não lhe interessava saber de onde possa vir o dinheiro para financiar<br />

essas obras, mas sim o facto de se estarem a fazer em Lamego e que possam<br />

valorizar a cidade.<br />

O senhor Presidente da Câmara usou da palavra para responder às questões<br />

técnicas, financeiras e políticas que foram colocadas.<br />

Relativamente à localização da infra-estrutura em análise mostrou um documento,<br />

datado de 1999, muito aproximado ao PU que foi apresentado na presente sessão, e<br />

que previa a instalação de um Pavilhão Multiusos no Largo da Feira. Referiu que<br />

assumiam riscos a instalar um equipamento dessa envergadura no centro da cidade,<br />

mas também sabiam que o que lá se fizer, integrado na vida da cidade, vai trazer<br />

benefícios a Lamego e não desertificação, o que não se verificaria caso a localização<br />

fosse fora da cidade.<br />

No que concerne à necessidade do Pavilhão Multiusos, referiu que, se não há<br />

necessidade de edificar o mesmo, também não havia há dez ou quinze anos atrás e<br />

que era escusado os representantes dos anteriores executivos do PS terem prometido<br />

esse pavilhão e darem-se ao trabalho de mandar fazer projectos que custaram muito<br />

dinheiro e que não serviram para nada.<br />

Referiu, também, que o Pavilhão Multiusos era uma ambição da cidade de Lamego<br />

desde há muito tempo, que tinha todo o direito em fazê-lo, em atribuir um papel supra<br />

municipal e regional e de fazer em Lamego um conjunto de eventos ligados às<br />

promoções regionais mais importantes, nomeadamente aos vinhos, aos espumantes e<br />

outros produtos regionais, fazer provas desportivas de nível nacional e internacional.<br />

Quanto à questão cultural e recreativa, admitiu que o investimento no Pavilhão<br />

Multiusos possa custar o dobro da recuperação do Teatro Ribeiro e Conceição e que,<br />

quanto ao facto do senhor deputado Agostinho Ribeiro recear o endividamento e a<br />

incapacidade da Câmara em cumprir esses compromissos, custará tanto como aquilo<br />

27


que a Câmara Municipal de Lamego devia no dia em que o actual executivo tomou<br />

posse, cerca de doze milhões de euros.<br />

Disse ainda que, se os executivos socialistas conseguiram gastar esses montantes e o<br />

actual executivo está a conseguir pagá-los, seguramente que a verba que se gastar na<br />

edificação do Pavilhão Multiusos também estará em condições de a pagar.<br />

Em relação à questão da utilização, referiu que não se ia concorrer com o Teatro<br />

Ribeiro e Conceição nem substituir o Pavilhão Desportivo, tendo-o apelidado de<br />

pavilhão de esquina, uma vez que era insuficiente para as necessidades de<br />

desenvolvimento desportivo do Concelho. Disse ainda que a cultura custa dinheiro,<br />

que a promoção do desenvolvimento económico do Concelho pode custar muito mais<br />

e que a Câmara pagará por isso.<br />

Relativamente à questão colocada pelo senhor deputado José Luís Correia “Quem são<br />

estes senhores?” lembrou ao mesmo que tinha sido aprovado pela Assembleia<br />

Municipal o estabelecimento de um contrato de transmissão em regime de direito de<br />

superfície do terreno do Largo da Feira para a Lamego Convida, com possibilidade de<br />

o retransmitir à Lamego Renova, e que esta resultou dum concurso público efectuado<br />

pela Lamego Convida para a selecção de um parceiro privado com vista à criação de<br />

uma sociedade anónima de capitais maioritariamente privados, mas em que a Lamego<br />

Convida é a maior accionista com 49%. Referiu que a Lamego Renova é constituída<br />

pela Lamego Convida, pela empresa Irmãos Cavaco SA, pela empresa Francisco<br />

Pereira Marinho, pela empresa ETI (proprietária do Hotel Lamego) e pela empresa<br />

Gabriel Couto SA, e que é este consórcio que vai edificar o Pavilhão Multiusos de<br />

Lamego e que poderá ou não geri-lo conforme a decisão da Lamego Convida, de<br />

acordo com as decisões estratégicas que a Câmara Municipal e a Assembleia<br />

Municipal oportunamente decidirão.<br />

Quanto à questão do custo do Pavilhão Multiusos e como é que vai ser pago, disse<br />

que o mesmo vai ser suportado pelo consórcio público-privado acima mencionado, à<br />

semelhança de imensas operações que o Estado Português diariamente lança e que<br />

os encargos para a Lamego Convida, e consequentemente para a Câmara, será o<br />

diferencial entre os encargos e os proveitos que decorrerem da sua exploração, isto é,<br />

quanto melhor se conseguir gerir, quer o estacionamento, quer o próprio Pavilhão<br />

Multiusos, menos a Câmara terá de pagar, exactamente nos mesmos termos do<br />

estudo de viabilidade económica que suportou o projecto da recuperação do Teatro<br />

Ribeiro e Conceição.<br />

No que concerne à questão das prioridades, suscitada pelo senhor deputado José<br />

Luís Correia, nomeadamente a aquisição de um terreno para consolidar o ensino<br />

superior em Lamego, referiu que essa também era uma prioridade da Câmara. No<br />

28


entanto, advertiu que o ensino superior vai passar por um processo de concentração<br />

similar ao que se passa, hodiernamente, com o ensino básico e que essa pretensão<br />

estava, assim, penalizada por alguns anos de inércia. Disse, também, que a Câmara<br />

adquirirá um terreno e que se comprometia financeiramente na construção de<br />

instalações adequadas para o ensino superior em Lamego, desde que isso seja viável,<br />

mas que era um assunto que não dependia da autarquia.<br />

No que concerne à questão da sustentabilidade económica, nomeadamente se era ou<br />

não viável para Lamego manter ou suportar financeiramente um equipamento como o<br />

Pavilhão Multiusos, referiu que a convicção da Câmara é que é suportável, da mesma<br />

forma que se suportaram outros equipamentos e infra-estruturas, e da mesma forma<br />

que suportarão o Teatro Ribeiro e Conceição estarão em condições de suportar esse<br />

equipamento, porquanto o que daí advirá de benéfico para a promoção das<br />

actividades do concelho ajudará a robustecer o tecido empresarial de Lamego.<br />

Finalizou, dizendo que o Pavilhão Multiusos é um equipamento fundamental para a<br />

afirmação de Lamego, da sua capacidade económica e desportiva, para a<br />

dinamização da cidade, que era suportável pelo orçamento municipal no diferencial<br />

que decorrer dos custos, dos encargos de construção e exploração e das receitas que<br />

daí advierem, e que provocará uma intervenção urbanística de elevada qualidade<br />

naquela área da cidade, sendo, por isso, um investimento de futuro.<br />

Interveio o senhor Presidente da Junta de Freguesia de Samodães para dizer que<br />

se tinha de acabar com a tentação e a tentativa de agressão que algumas pessoas<br />

estão a praticar há algum tempo ao apelidar de pavilhão de esquina o Pavilhão<br />

Desportivo de Lamego. Lembrou que o senhor Presidente da Câmara o tinha referido<br />

na sua anterior intervenção e que se devia por fim a essa terminologia, porquanto era<br />

uma agressão física e moral que se estava a fazer ao cidadão Álvaro Magalhães<br />

(nome atribuído ao referido pavilhão) e que ficava mal aos Lamecenses pronunciar<br />

essa designação até porque o mesmo era um equipamento que pertencia à cidade.<br />

O senhor deputado Agostinho Ribeiro referiu que a viabilidade e a sustentabilidade<br />

do Pavilhão Multiusos continua por demonstrar ao nível das finanças municipais, ou<br />

seja, que continua por provar que, de facto, é um projecto sustentável e com uma<br />

viabilidade que não ponha em causa as finanças municipais. Disse também que não<br />

era possível estar a falar-se num projecto que vai custar catorze milhões de euros e<br />

depois dizer-se que a sustentabilidade vai depender da navegação à vista, isto é, se<br />

correr bem a Câmara vai pagar menos, se correr mal vai pagar mais, e que era<br />

necessário saber em concreto o custo dessa manutenção.<br />

Questionou, para quem já tinha apresentado quadros e planos que se projectam até<br />

2020, o porquê de não se fazer essa projecção ao nível dos custos dessa infra-<br />

29


estrutura, porquanto não lhe parece correcto estar a dizer-se que o estudo de<br />

viabilidade económica do Teatro Ribeiro e Conceição também serve para o Pavilhão<br />

Multiuso porque, segundo o mesmo, não serve na medida em que são realidades<br />

diferentes.<br />

Segundo o próprio foi na laboração desse erro que se constituiu a Lamego Convida,<br />

porque o estudo de viabilidade económica que foi apresentado para defender a<br />

constituição da Lamego Convida baseou-se no estudo de viabilidade económica do<br />

projecto do Teatro Ribeiro e Conceição, que tem um objecto específico e que com a<br />

Lamego Convida foi alargado a todas as áreas e actividades de intenção municipal.<br />

Referiu ainda que quem tem a capacidade para fazer um projecto com a qualidade do<br />

que aqui agora foi apresentado, também tinha capacidade para fazer um projecto de<br />

requalificação do Largo da Feira sem essa infra-estrutura, e o que importa é saber se<br />

esse equipamento é de facto pertinente para Lamego, ou seja, se é um pólo<br />

estruturante para o desenvolvimento da cidade e do Concelho e que este aspecto não<br />

estava de todo demonstrado.<br />

Neste seguimento disse que mantinha as suas reservas em relação ao projecto em<br />

apreço.<br />

O senhor deputado José Melo referiu que a preocupação do grupo parlamentar do<br />

PS não era reprovar o projecto em análise, mas sim obter mais informação para que<br />

pudessem ser cúmplices do mesmo.<br />

Disse, também, que já era possível fazer estudos para saber se os índices de<br />

ocupação iam ser razoáveis, se a sustentabilidade do projecto era razoável, etc., e que<br />

se essa informação, a disponibilizar, for nesse sentido votariam favoravelmente. Fez<br />

um apelo ao senhor Presidente da Câmara para, entre esta data e a próxima sessão,<br />

quando o projecto for aprovado, disponibilizar esses dados para que os possam<br />

estudar e avaliar.<br />

O senhor deputado José Luís Correia perguntou ao senhor Presidente da Câmara<br />

se estava em condições de garantir a consolidação do ensino superior em Lamego,<br />

uma célere implementação da infra estruturação da rede viária urbana de Lamego e se<br />

estava em condições de garantir condições dignas de aprendizagem para que o<br />

ensino, de uma vez por todas, dê um salto qualitativo, ou seja, de garantir condições<br />

dignas às crianças do ensino básico e dos jardins-de-infância, uma vez que eram as<br />

piores de todos os níveis de ensino.<br />

O senhor Presidente da Câmara usou da palavra para responder às questões que lhe<br />

foram colocadas. Começou por dizer ao senhor Presidente da Junta de Freguesia de<br />

Samodães que evitará usar a expressão de pavilhão de esquina para designar o<br />

Pavilhão Álvaro Magalhães.<br />

30


Relativamente às questões do funcionamento e da sustentabilidade, referiu que as<br />

mesmas virão à Assembleia sob a forma de revisão do contrato com a Lamego<br />

Convida, acompanhado do tal estudo económico, mas que não era este o momento<br />

para isso, até porque ainda não estava definido. Disse que só quando se tiver um<br />

projecto de execuções com medições, com a contabilização de cada metro quadrado,<br />

de cada material que se vai lá gastar, de cada unidade de equipamento que vai ser<br />

instalada no Pavilhão Multiusos, é que será possível ter uma lista de preços definitiva<br />

e ter, depois de sujeita a uma revisão cuidada de projecto, o preço dessa infra-<br />

estrutura.<br />

Disse que, neste momento, a preocupação do executivo era fixar um limite para que,<br />

aquilo que estavam a definir, não ultrapassasse o valor que pretendem pagar por esse<br />

equipamento.<br />

Lembrou que o PS, há cerca de uma ano, quis cercear a possibilidade do actual<br />

executivo lançar projectos desta envergadura ao não concordar com o âmbito<br />

alargado da Lamego Convida, que tinha como objectivo não apenas a gestão dos<br />

equipamentos já edificados, mas também o lançamento de novos projectos,<br />

nomeadamente em regime de parceria público-privado, para os financiar à margem<br />

daquilo que são os métodos de financiamento convencional baseados no orçamento<br />

municipal, e que essa era a questão de fundo que separa o PS da Coligação.<br />

Referiu também que, quando chegar o momento, a Câmara irá trazer à Assembleia<br />

Municipal, para apreciação e deliberação, a revisão do contrato-programa com a<br />

Lamego Convida, com o respectivo estudo económico e com todas as contas feitas,<br />

indicando quanto é que vai custar ao erário público esse investimento, sendo que não<br />

o preocupava o investimento que iam realizar, sabendo que ele será benéfico para o<br />

futuro de Lamego.<br />

Relativamente à questão colocada pelo senhor deputado José Luís Correia,<br />

nomeadamente se o senhor Presidente da Câmara estava em condições de garantir o<br />

ensino superior em Lamego, respondeu afirmativamente no que depender da Câmara<br />

Municipal, mas que no depender do Governo deveriam estar os deputados do grupo<br />

parlamentar do PS. Solicitou aos mesmos que desenvolvessem os contactos<br />

necessários junto do Ministério da Educação e das estruturas que regem a política da<br />

educação, para que a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego se<br />

mantenha, cresça e tenha condições para ter uma nova escola. Disse que a Câmara<br />

Municipal estava a fazê-lo no relacionamento institucional com a direcção da Escola e<br />

com a presidência do Instituto Politécnico de Viseu.<br />

Disse, também, ao senhor deputado José Luís Correia, relativamente às condições do<br />

ensino básico e dos jardins-de-infância no concelho de Lamego, que tinha razão mas<br />

31


que estava desfasado um ano no tempo no que concerne ao funcionamento das<br />

mesmas, porquanto o executivo no ano passado tinha renovado quase a totalidade do<br />

parque escolar com aquecimento, com novas cantinas, etc., para que o mesmo tivesse<br />

boas condições de funcionamento.<br />

No que concerne à rede viária, perguntou ao senhor deputado José Luís Correia se<br />

alguma vez, na vida da cidade de Lamego e do Concelho, tinha visto o conjunto de<br />

obras que estavam em curso ou algo similar, exemplificando com a Av. 5 de Outubro e<br />

a Av. Defensores do Douro, que brevemente iam iniciar obras na Egas Moniz e que<br />

estava em concurso a Afonso Henriques. Disse ainda que estava em curso um<br />

conjunto de arruamentos rurais no concelho com vista à sua reabilitação e que o<br />

executivo estava a trabalhar na Circular Externa de Lamego, porquanto desde 2004<br />

que o projecto estava na mesa do anterior Presidente e não tinha avançado sequer um<br />

milímetro. Referiu, também que tinham a CEL transposta para o PU, que nem isso<br />

estava feito, e que tinham a mesma acordada com as Estradas de Portugal para a<br />

interligação da nova acessibilidade da CEL à A24, com seguimento no IC26, e dois<br />

troços prontos para lançar a projecto de execução e aquisição de terrenos,<br />

concretamente do café Baía, ao fundo da Av. Defensores do Douro, até ao cimo da<br />

Calçada da Guerra e da Rotunda de Fafel até à estrada das Amoreiras.<br />

Deliberado: A Assembleia tomou conhecimento.<br />

07-ASSUNTO: EXPOSIÇÃO, ANÁLISE E DEBATE SOBRE AS IDEIAS DE<br />

INTERVENÇÃO NOS ESPAÇOS ADJACENTES AOS PAÇOS DO CONCELHO.<br />

Presente para apreciação as ideias de intervenção nos espaços adjacentes aos Paços<br />

do Concelho.<br />

O Presidente da Assembleia Municipal em exercício solicitou ao Sr. Arquitecto<br />

Pedro Guimarães que iniciasse a sua exposição sobre este ponto.<br />

O senhor arquitecto Pedro Guimarães usou da palavra para apresentar o projecto de<br />

intervenção nos espaços adjacentes aos Paços do Concelho, justificando-o e<br />

enquadrando-o na história da cidade de Lamego.<br />

Sucintamente, referiu que a estrada em frente aos Paços do Concelho desaparece,<br />

ficando pedonal, que a estrada que desce ao lado do Parque Isidoro Guedes alinhará<br />

com a que passa em frente à Igreja das Chagas, que se projecta um túnel a ligar a 5<br />

de Outubro (em frente ao edifício dos antigos bombeiros) à frente da Praça do<br />

Comércio (saída para a Ortigosa), que o Jardim da República conhecerá uma nova<br />

tipologia, que o edifício dos Paços do Concelho será ampliado, e que será edificado<br />

um edifico técnico na zona das oficinas.<br />

32


O senhor deputado Agostinho Ribeiro iniciou a sua intervenção dizendo que, mais<br />

uma vez, se estava a alterar o que era prioritário ou a subverter as questões do ponto<br />

de vista da informação, porquanto a informação em análise devia ter sido<br />

disponibilizada há muito mais tempo.<br />

Disse ao senhor arquitecto Pedro Guimarães que concordava com o conceito, o que<br />

significava que também estava sensível e receptivo para a melhoria e a qualificação<br />

de um espaço referencial, mas que não concordava com algumas questões de<br />

pormenor. No entanto, referiu que, de um maneira geral, as soluções que estavam<br />

equacionadas salvaguardavam aquilo que era fundamental salvaguardar do ponto de<br />

vista da preservação da integridade histórica e patrimonial.<br />

Referiu que concordava com uma correcção na rede viária e com a transferência da<br />

estátua e da imagem de Lamego da Avenida 28 de Maio para a zona do Jardim da<br />

República.<br />

Referiu ainda que a solução encontrada e apresentada em relação ao edifício,<br />

respeitando a sua estrutura inicial e fazendo-lhe alguns aumentos, não lhe levantava<br />

muitas dúvidas, mas que não concordava com o desenho que estava a ser pensado<br />

para o Jardim da República, uma vez que o espírito do mesmo se perdia<br />

completamente.<br />

Por sua vez, o senhor deputado José Luís Correia iniciou a sua intervenção dizendo<br />

ao senhor Presidente da Junta de Freguesia de Almacave e ao senhor vice-presidente<br />

da Câmara que todos os senhores deputados, a Assembleia Municipal e o público<br />

devem ser respeitados. Disse que os mesmos devem começar a respeitar as pessoas<br />

e que se pretendem intervir têm de pedir a palavra, deixando-se de mandar piadas.<br />

Disse ainda que o concelho e a cidade merecem dignidade, bem como os senhores<br />

deputados, e que a autarquia deve ser respeitada.<br />

Interveio o senhor Presidente da Assembleia Municipal em exercício dizendo que<br />

registava a intervenção do senhor deputado José Luís Correia, solicitando que<br />

respeitassem a intervenção do mesmo.<br />

O senhor deputado José Luís Correia retomou a sua intervenção dizendo ao senhor<br />

arquitecto Pedro Guimarães que, depois desta sua segunda apresentação, tinha<br />

ficado satisfeito com a qualidade do que foi sugerido para o Município de Lamego e<br />

que reconhecia a qualidade do trabalho exercido, em contraste com a qualidade da<br />

equipe que acompanha o senhor Presidente da Câmara. Depois, disse ao senhor<br />

Presidente da Câmara que apenas lhe gabava o gosto de ter escolhido essa equipe de<br />

arquitectos.<br />

Registou com agrado a qualidade do projecto e a qualidade da recuperação ou da<br />

requalificação da envolvente, não na perspectiva do pormenor que se estava a<br />

33


discutir, ou seja, da rua poder ser mais à esquerda ou mais à direita, mas num<br />

aspecto, que lhe parece essencial, que é o facto de se poder entregar à cidade a<br />

requalificação de um espaço.<br />

Referiu que já era hábito em muitas cidades do país em que os centros históricos são<br />

cada vez mais dedicados às pessoas e vedados ao centro automóvel, constituindo<br />

centros de captação turística, cartões de visita da cidade e da promoção do comércio<br />

local, e que era nessa perspectiva que reconhecia a qualidade do projecto<br />

apresentado.<br />

Disse ao senhor Presidente da Câmara que tinha ficado entusiasmado e ao mesmo<br />

tempo, se calhar, triste por não ver este e outros projectos rapidamente<br />

implementados, uma vez que os seus custos ou o modelo de funcionamento dos<br />

mesmos poderia não estar ao alcance da autarquia. Contudo, espera estar enganado<br />

porque era um projecto que não tinha qualquer dúvida em abraçar.<br />

Relativamente aos túneis que foram sugeridos, disse que ainda era uma fase de<br />

sonho porque faltava muito trabalho de arquitectura e, sobretudo, de engenharia e que<br />

o custo dos mesmos seria muito elevado.<br />

Disse ao senhor Presidente da Câmara para arranjar o dinheiro, não comprometendo<br />

obras que são determinantes para o dia-a-dia das populações, que da sua parte teria,<br />

em intervenções futuras, felicitações por projectos desta natureza.<br />

Disse ainda ao senhor Presidente da Câmara que no séc. XXI havia crianças nas<br />

escolas do concelho a receber aulas sem aquecimento. Exemplificou, dizendo que a<br />

empresa da qual era sócio ofereceu à Junta de Freguesia de Sande o aquecimento<br />

para a escola de ensino básico e que o senhor Presidente da Câmara, ao qual apenas<br />

foi solicitado um novo pavimento em tijoleira ou madeira, tinha tido uma acção<br />

vergonhosa.<br />

Terminou dizendo ao senhor Presidente da Câmara para aceitar o repto e a<br />

oportunidade para fazer obra, porque os privados, no caso da empresa da qual era<br />

sócio, continuarão com a proposta de pé.<br />

Interveio o senhor deputado Orlando Nunes para felicitar, uma vez mais, o executivo<br />

na pessoa do senhor Presidente e a equipe de arquitectos por mais esta intervenção e<br />

requalificação desse espaço nobre da cidade.<br />

Disse que registava com agrado a evolução que se tinha verificado, acerca deste<br />

assunto, no grupo parlamentar socialista e que tal, na sua opinião, se ficou a dever à<br />

qualidade do projecto apresentado que gerou consenso.<br />

O senhor Presidente da Junta de Freguesia da Sé interveio para dizer que estava<br />

satisfeito por todos os senhores deputados considerarem o projecto em apreço como<br />

34


um grande projecto e que era um dever da cidade e do concelho apoiar o senhor<br />

Presidente da Câmara.<br />

O senhor Presidente da Câmara iniciou a sua intervenção dizendo ao senhor<br />

deputado Agostinho Ribeiro que, na sua opinião, era uma pessoa com alguns defeitos,<br />

mas que havia um defeito que não lhe atribuirá que é o de não gostar da sua cidade e<br />

de Lamego. Referiu que o projecto apresentado era um projecto de fundo, na medida<br />

em que foi pegar na cidade do séc. XIV e tenta projectá-la para o futuro.<br />

De seguida, propôs ao senhor Presidente da Assembleia Municipal em exercício que<br />

fosse constituída uma comissão de acompanhamento do projecto em análise<br />

argumentando que se justificava, não apenas por interferir no espaço público mas,<br />

também, na remodelação e ampliação dos Paços do Concelho, onde a Assembleia<br />

Municipal passará a ter instalações adequadas para as sessões públicas, pela<br />

recuperação do Salão Nobre e também para os gabinetes de trabalho, que os grupo<br />

parlamentares e a própria Mesa da Assembleia não dispõem.<br />

Referiu que se a proposta for aceite o arquitecto Pedro Guimarães, a Câmara, a<br />

Lamego Convida e a Lamego Renova ficarão à disposição para, com essa comissão<br />

da Assembleia Municipal, definir os pormenores desse projecto, e que o mesmo<br />

estava em fase de estudo prévio e que, por isso, não podia ser apresentado antes<br />

porque não haveria nada para mostrar na medida em que o estudo prévio é a primeira<br />

fase de um projecto.<br />

Disse ainda ao senhor deputado José Luís Correia que o que era inovador no projecto<br />

era a questão urbanística, olhar para o cerne da questão que é dizer: “Lamego é uma<br />

cidade histórica com potencial e tem que ser aproveitada”, nomeadamente em termos<br />

turísticos, e que se tinha de dar primazia ao peão. Lembrou que tudo isto faz parte de<br />

um projecto faseado.<br />

Disse também que era apologista da inversão das prioridades, isto é, de projectos que<br />

levem os peões à cidade e quando os mesmos se acotovelarem e o automóvel estiver<br />

a mais, a própria população e utentes exigirão a pedonalização e tornarão mais fácil o<br />

trabalho da autarquia. Referiu que, tendencialmente, se vai pedonalizar essa zona da<br />

cidade, isto é, condicionar o acesso automóvel, uma vez que eliminar o trânsito de<br />

uma só vez seria complicado.<br />

Referiu ainda que projectos não faltam ao executivo, que já estava a pensar numa<br />

requalificação integral da Av. Dr. Alfredo se Sousa, desde a Igreja de Nossa Senhora<br />

dos Remédios, incluindo o escadório e a própria Av. Dr. Alfredo de Sousa, até ao lugar<br />

da Preguiça, e também a lançar o projecto do Parque Urbano, entre outros.<br />

35


Disse também ao senhor deputado José Luís Correia que sonhava pouco porque não<br />

dormia muito, mas que sonhava muito acordado e que os seus sonhos eram obras<br />

para fazer e realizar.<br />

Por fim, disse que lamentava terminar a sua intervenção com uma nota negativa,<br />

relativamente ao problema da escola de Sande, e respondeu ao senhor deputado José<br />

Luís Correia dizendo que não tinha culpa que, entre todas as escolas que o executivo<br />

tinha remodelado, onde foram colocados sistemas de aquecimento central,<br />

acumuladores, etc., que a Junta de Freguesia de Sande não queira ter executado o<br />

projecto que estava delineado para a referida escola, porque impedia a circulação à<br />

volta da mesma, ou seja, ocupava uma parte que a Junta entendeu que não seria de<br />

ocupar e que necessitaria de adquirir um terreno para ampliação, o que não veio<br />

acontecer até hoje.<br />

Disse ainda que o executivo tinha feito um protocolo com a Junta de Freguesia de<br />

Sande para a recuperação da Casa do Povo de Sande, cujo dinheiro não foi utilizado<br />

até hoje, assim como tem recusado encontrar uma solução imperativa para o<br />

fornecimento de água à freguesia, que ilegalmente está a ser prestado pela mesma<br />

Junta, com prejuízos para todos os lamecenses, porquanto não há cobrança de taxa<br />

de saneamento nem recolha de resíduos sólidos urbanos. Disse ainda ao aludido<br />

deputado que eram problemas que estavam a montante daquilo que tinha proferido e<br />

que estava em condições de manter aquilo que já tinha dito, isto é, que todas as<br />

escolas do concelho estavam em muitíssimas melhores condições do que estavam há<br />

um ano atrás, tendo todas sido objecto de obras de beneficiação ao nível da<br />

manutenção das salas, do aquecimento, das cantinas ou refeitórios, da informatização<br />

no caso dos jardins-de-infância, e da beneficiação geral dos espaços envolventes.<br />

Finalizou, dizendo que esta é que era a realidade e que, havendo uma excepção, não<br />

era responsabilidade do actual executivo.<br />

Interveio o senhor deputado Agostinho Ribeiro para responder ao senhor deputado<br />

Orlando Nunes e ao senhor Presidente da Câmara.<br />

Relativamente ao primeiro, disse que evolução é quando se parte de um ponto e se<br />

chega a outro, e que não tinha evoluído nem deixado de evoluir porquanto tinha sido<br />

confrontado pela primeira vez com um projecto sobre o qual se tinha debruçado e<br />

denunciado sobre aquilo que lhe parecia numa primeira análise e que este assunto<br />

ainda carecia, na comissão de acompanhamento, de maior profundidade. Lembrou<br />

que foi claro quando disse que era a favor e percebia o conceito que estava imanente<br />

e que foi muito bem fundamentado e explicado, mas também que tinha sido claro em<br />

dizer que não concordava com o desenho do Jardim da República conforme foi<br />

proposto, defendendo que o mesmo deveria manter, tanto quanto possível, o seu<br />

36


traçado actual, dentro de alguma compostura ou num equilíbrio em relação aquilo que<br />

poderiam ser as modificações que têm de ser introduzidas. No entanto, referiu que na<br />

concepção global do projecto era possível atingir-se uma solução de compromisso e<br />

que havia matéria para se chegar a um entendimento.<br />

Em relação ao senhor Presidente da Câmara, disse que em matéria de defeitos era<br />

capaz de não pedir meças com o mesmo, porquanto este lhe ganhava com muito<br />

avanço. No que concerne a qualidades, disse que não era sectário e que gostava<br />

muito da verdade e da transparência das coisas e do rigor com que elas são<br />

apresentadas.<br />

O senhor Presidente da Assembleia Municipal em exercício informou os presentes<br />

de que ia haver uma intervenção de um munícipe que tinha pedido para usar da<br />

palavra.<br />

Deu conhecimento aos presentes de que tinham sido propostas à Mesa duas<br />

comissões de acompanhamento: uma do PU de Lamego e outra do Pavilhão Multiusos<br />

e requalificação do Jardim da República. Disse, também, que a Mesa já tinha<br />

transmitido ao senhor deputado Agostinho Ribeiro que pretende alargar a comissão de<br />

acompanhamento do PU ao PDM e que, para a próxima sessão da Assembleia<br />

Municipal, será agendada a constituição dessas comissões.<br />

Informou ainda os presentes de um pedido de suspensão de mandato, por um período<br />

de sessenta dias, apresentado pelo senhor deputado António Augusto Santos por<br />

motivos de saúde. Disse a este que a Assembleia Municipal tomava conhecimento e<br />

que desejava uma rápida reabilitação da sua saúde, fazendo votos de voltar a contar<br />

com a sua presença neste órgão no maior curto prazo possível.<br />

O munícipe que se tinha inscrito para intervir, Dr. Paulo Barradas, usou da palavra<br />

para tecer alguns comentários sobre os pontos seis e sete da ordem de trabalhos.<br />

Começou por dizer que o Pavilhão Multiusos era uma ideia velha, com mais de dez<br />

anos, e que não se tinha concretizado ou por falta de dinheiro ou por falta de<br />

oportunidade. E que agora lhe parecia que havia dinheiro, esperando ser este o<br />

“timing” certo.<br />

Disse que estava convencido de que, para robustecer a decisão da edificação do<br />

Pavilhão Multiusos, tinham sido feitos estudos que garantiam este investimento, que<br />

considerou ter uma engenharia financeira saudável, e que o mesmo não podia ser<br />

pensado só para os próximos vinte anos.<br />

Relativamente à ideia nova, ou seja, a intervenção nos espaços adjacentes aos Paços<br />

do Concelho, confessou que estava entusiasmado. Disse ainda que era uma ideia<br />

pertinente e que não se devia ser imobilista, mas sim perspectivar a cidade de Lamego<br />

numa ideia de futuro, advertindo que não se podia estar a criar só equipamentos<br />

37


novos ou a renovar o património urbano quando, por exemplo, se tinha o Bairro do<br />

Castelo num estado lastimável.<br />

Disse, também, que esses dois projectos não podiam ser só da Câmara e dos<br />

deputados da Assembleia Municipal. Neste sentido, lançou um repto para que os<br />

mesmos fossem alvo do conhecimento popular, isto é, dos cidadãos de Lamego.<br />

Segundo o próprio, os lamecenses têm direito a discutir entre si esses projectos e que<br />

a amostra destes devia ser acompanhada dos respectivos encargos financeiros,<br />

daquilo que se perspectiva para a gestão, isto é, não só os desenhos mas os custos<br />

da edificação e da manutenção.<br />

Finalizou, dizendo que, nestas oportunidades, seria bom que houvesse mais do que<br />

uma possibilidade de escolha.<br />

O senhor Presidente da Assembleia Municipal em exercício usou da palavra para<br />

dizer que tinha sido um privilégio presidir a esta Assembleia, embora pela fatalidade<br />

que, lamentavelmente, impediu o Sr. Dr. José Mário Ferreira de Almeida de estar<br />

presente, onde foram apresentados programas e projectos estruturantes e<br />

fundamentais para a cidade, como o PU e o PDM, bem como ter assistido às ideias e<br />

aos projectos do Pavilhão Multiusos e da requalificação do Jardim da República e área<br />

envolvente, que considerou fascinantes.<br />

Agradeceu e felicitou o arquitecto Pedro Guimarães por ter pensado Lamego com<br />

base na sua história e que, para ele enquanto lamecense, era um orgulho ter<br />

verificado que alguém que veio de fora não mudou por mudar, mas antes tinha<br />

pesquisado, e muito, a história da sua cidade.<br />

Felicitou ainda o senhor Presidente da Câmara pela grande dimensão e ambição que<br />

possui para os projectos que também estava a dinamizar, esperando que os mesmos<br />

possam evoluir favoravelmente para guindar Lamego ao lugar a que tem direito e que,<br />

há muito, vinha perdendo.<br />

Informou os presentes de um convite que foi endereçado à Mesa pelo senhor<br />

Presidente da Junta de Freguesia de Samodães para que a Assembleia visite Vale de<br />

Abraão. Disse que ia coordenar essa visita com o referido deputado, com o senhor<br />

Presidente da Câmara e com a empresa, e que depois transmitiria o dia para<br />

consumar a mesma.<br />

Por fim, agradeceu aos senhores deputados a entrega e a vivacidade que deram a<br />

esta sessão e felicitou-os, porquanto estiveram sempre receptivos a projectos<br />

verdadeiramente inovadores para o futuro de Lamego.<br />

38


08-ASSUNTO: MINUTA<br />

Proposta do senhor Presidente da Assembleia Municipal em exercício para aprovação,<br />

em minuta, dos assuntos deliberados na presente sessão.<br />

Deliberado: Aprovado por unanimidade.<br />

09-ASSUNTO: TERMO<br />

O senhor Presidente da Assembleia Municipal em exercício declarou encerrada a<br />

sessão às vinte horas e cinquenta minutos, da qual foi lavrada esta acta, que vai ser<br />

assinada por si e pelo e pelo Técnico Superior de 1.ª Classe, Rui Manuel Rebelo<br />

Pereira, que a redigiu.<br />

O Presidente da Assembleia Municipal em exercício<br />

O Técnico Superior de 1.ª Classe<br />

39

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!