ACTA DA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA ...

Disse ainda que este era o momento ideal para o executivo transmitir à Assembleia a
sua visão estratégica de desenvolvimento económico do Concelho, as suas
prioridades no combate à desertificação do Concelho e à falta de emprego, que têm
feito com que Lamego tenha vindo a perder população nos últimos anos.
O senhor deputado José Melo leu uma missiva, cujo conteúdo se transcreve na
íntegra:
“ Exmo. Sr. Presidente
Temos assistido nos últimos anos em Portugal a uma moda quase obsessiva no que
respeita à construção de Pavilhões Multiusos em várias autarquias. Recordo também
que há alguns anos atrás a moda eram os campos de futebol, se uns tinham os outros
também tinham que ter, hoje o resultado é que muitos destes espaços se encontram
sem uma utilização que justifique os investimentos que foram realizados, e em
algumas localidades estes espaços estão cobertos de mato por falta de utilização.
Multiusos como o nome indica são espaços polivalentes de grande flexibilidade que
tanto podem albergar um evento desportivo, um evento cultural um congresso etc.
mas na realidade nem sempre estes objectivos são alcançados, tanto quanto me foi
dado a conhecer através de uma pequena pesquisa que realizei o que tem acontecido
com frequência em Portugal é que muitos desses espaços se tornaram inadequados,
por exemplo, devido a erros de construção parece ser frequente surgirem problemas
de acústica que tornam inviável a realização quer de espectáculos musicais quer
outros ligados às Artes Cénicas ou qualquer evento onde o som seja uma variável
determinante, ficando assim a funcionalidade destes equipamentos deveras
comprometida, dou como exemplo o Pavilhão Atlântico em Lisboa que tem sido alvo
de críticas por especialistas nesta área
Mas o grande problema está centrado no índice de ocupação destes equipamentos,
por exemplo o já citado Pavilhão Atlântico teve em 2004 uma ridícula ocupação de
40%, e no desespero de encontrar uma solução para este problema muitas autarquias
aceitam que estes espaços sejam utilizados com o que quer que seja, sem rigor nos
critérios de selecção, resultando na maioria das vezes na realização de eventos que
não vão ao encontro dos interesses e necessidades da maioria dos munícipes.
Assim muitas vezes os pavilhões multiusos transformam-se numa inutilidade cuja
função é a de ser uma cenografia urbana vistosa por fora e vazia por dentro.
Uma outra questão ligada a este projecto e que muito nos preocupa prende-se com o
local previsto para a sua localização, estou a referir o local da feira de Lamego, espaço
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