Necrose

Necrose
A necrose é definida como morte de parte de um organismo vivo que pode ocorrer em desde células
isoladas a órgãos inteiros. A necrofanerose é o evento em que aparecem alterações morfológicas em uma
célula necrótica. A autólise é o termo que indica as alterações bioquímicas que ocorrem após a morte do
tecido, levando à digestão do tecido morto por suas próprias enzimas. A heterólise é o processo de
remoção do material necrótico por fagócitos.
A principal causa de necrose é a isquemia e qualquer necrose de causa vascular é um infarto. Os
principais locais afetados por necrose são:
- coração;
- cérebro;
- rim;
- baço;
- intestino;
- membros.
Há dois tipos de necrose:
1- Coagulativa é o tipo de necrose mais comum e é causada especialmente por isquemia
(parada completa da circulação sanguínea da área necrótica). O tecido morto (necrótico)
permanece no local por mais tempo, uma vez que sua fagocitose é mais lenta devido ao
cessamento completo da circulação, o que dificulta o acesso de células fagocitárias. O tecido
fica pálido e firme. Esse tipo de necrose ocorre principalmente em: infarto do miocárdio, rim,
baço (órgãos sólidos) e tumores malignos (crescimento do tumor não acompanha a
vascularização). O aspecto microscópico da necrose coagulativa se define inicialmente por
picnose nuclear (condensação da cromatina) e eosinofilia do citoplasma e tardiamente por
cariólise (desaparecimento dos núcleos). Esse tecido então assume uma cor rósea e
homogênea.
Há também tipos especiais de necrose coagulativa como:
- necrose caseosa possui aspecto de queijo e ocorre na tuberculose;
- gangrena consiste em uma necrose modificada por ar ou por bactérias e ocorre,
por exemplo, nas extremidades de diabéticos. A gangrena pode ser seca quando o
tecido desidrata em contato com o ar e assume uma cor negra devido à
desnaturação da hemoglobina; úmida, quando bactérias produzem enzimas que
digerem e liquefazem o tecido; e gasosa em casos de bactérias produtoras de ar;
Thiago M. Zago medUNICAMP XLVI
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- esteatonecrose ocorre quando há digestão do tecido adiposo por lipases
(principalmente pancreáticas) seguida de calcificação, o que dá ao tecido um
aspecto de vela. Isso ocorre em casos de pancreatite aguda.
2- Liquefativa. Consiste em um tecido morto que é removido rapidamente por macrófagos, uma
vez que a circulação na área não cessa completamente. O tecido sofre, então, amolecimento, o que
origina o termo liquefativo. Ocorre principalmente no cérebro, adrenal e em órgãos frouxos.
A necrose liquefativa ocorre também em abscessos. Os abscessos são definidos como coleção de
neutrófilos em área do tecido em resposta à proliferação de bactérias piogênicas, com a
conseqüente formação de uma cavidade nítida. Nesses casos, tanto as bactérias quanto os
neutrófilos produzem enzimas proteolíticas que necrosam e dissolvem os tecidos. Dessa forma, o
conteúdo dessa cavidade é exsudato purulento (pus). Esse tipo de necrose ocorre em abscessos
independentemente do órgão ou local.
Causas de necrose. As principais causas de necrose são:
1- Isquemia;
2- Agentes físicos;
3- Agentes infecciosos;
4- Agentes químicos;
5- Fenômenos imunológicos.
As necroses podem evoluir para uma eliminação ou uma calcificação se permanecerem no local. A
eliminação pode ser:
1- Direta leva à formação de uma úlcera;
2- Através de condutos naturais a cavidade que resulta no tecido devido a essa eliminação é
chamada de caverna;
3- Através de tratos neoformados esses novos trajetos são chamados de fístulas;
4- Através da fagocitose essa fagocitose se dá a partir da periferia e as células fagocitárias são
eliminadas via vasos linfáticos ou sanguíneos.
A eliminação de uma área necrótica é seguida por reação de reparo, levando a uma fibrose ou cicatriz.
Já a calcificação patológica distrófica ocorre em tecidos alterados, degenerados ou necróticos. Essa
calcificação não necessita de elevação da calcemia e ocorre em: necrose (principalmente caseosa), placas
de aterosclerose, valvas cardíacas, trombos, tumores e cicatrizes fibróticas e hialinizadas. A calcificação
se dá da seguinte maneira: há liberação de radicais fosfato na área necrótica, que reagem com os íons
cálcio no meio extracelular, originando fosfato de cálcio. Tais fosfatos organizam-se então em cristais de
hidroxiapatita. Há também um outro tipo de calcificação patológica além da calcificação patológica
distrófica, chamada de calcificação patológica metastática, que ocorre em hipercalcemias de qualquer
origem.
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Thiago M. Zago medUNICAMP XLVI
- macroscópicos
- área esbranquiçada/ amarela
- calcificação patológica distrófica aspectos - consistência pétrea/ quebradiça
- microscópicos material basófilo e amorfo
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